O documento discute os critérios diagnósticos e dimensões da esquizofrenia, incluindo sintomas positivos e negativos. Também aborda as possíveis patofisiologias da doença, como anormalidades estruturais no cérebro, migração celular anormal, disfunção na sincronização neural, e teorias sobre os papéis da dopamina e do glutamato nos mecanismos da esquizofrenia.
3. Esquizofrenia: Critérios diagnósticos
A. Dois ou mais dos seguintes
sintomas, cada um deles
presente por um período
significativo de tempo,
durante 1 mês:
1. Delírios
2. Alucinações
3. Fala desorganizada
4. Comportamento
grosseiramente
desorganizado ou catatônico
5. Sintomas negativos
(embotamento afetivo,
alogia ou avolição).
B. Disfunção social /
ocupacional
C. Os sinais contínuos do
transtorno persistem
durante pelo menos 6
meses, incluindo pelo menos
1 mês de sintomas, podendo
incluir períodos de sintomas
prodrômicos ou residuais.
D. Não ocorreu episódio
depressivo maior, maníaco
ou misto simultaneamente
com os sintomas da fase
ativa.
E. Não é atribuível diretamente
aos efeitos fisiológicos de
uma substância ou condição
clínica geral.
5. Sintomas positivos e negativos
• Alterações da percepção:
Alucinações visual, auditivas,
olfatórias, táteis, ou viscerais;
distorções corporais.
• Delírios: de grandeza, de
perseguição, ou niilistas.
• Alterações do pensamento:
Pensamento desorganizado ou
possessão de pensamento.
• Alterações na capacidade de
insight.
• Comportamento desorganizado
ou catatônico.
• Alterações da emoção:
Embotamento afetivo, baixa
reatividade.
• Pobreza da fala.
• Avolição.
• Anedonia.
• Déficit de atenção sustentada
9. Sincronização neural na esquizofrenia
(Ulhaas et al., 2006)
• A sincronia de fase em sujeitos normais
apresenta dois pontos máximos, em uma
amplitude de freqüência entre 20-30 Hz.
• O primeiro pico (200-300 ms) parece
indexar a construção de representações
coerentes de objetos, enquanto o
segundo pico indexa a preparação e a
execução de uma resposta motora.
• Em esquizofrênicos, o início do primeiro
pico tem atraso, ocorrendo entre 350-400
ms e tendo freqüência entre 20-25 Hz.
• Agonistas DA diminuem oscilações β no
núcleo subtalâmico e aumentam
oscilações γ no córtex e em redes
subcorticais (Brown et al., 2001; Sharott et
al., 2005)
13. Glutamato e esquizofrenia
• Kim et al (1980): Redução nos níveis de glutamato no CSF de
pacientes esquizofrênicos.
• Muller e Schwartz (2006): Aumento nos níveis de ácido quinurênico
no CSF de pacientes esquizofrênicos.
• Antagonistas NMDA (PCP, quetamina) produzem efeitos parecidos
com os sintomas positivos, negativos e cognitivos da esquizofrenia,
e precipitam a expressão de psicose aguda incorporando conteúdos
das crises anteriores em pacientes psicóticos.
• Mahadik e Scheffer (1996): Níveis excessivos de EROs e outros
produtos da peroxidação lipídica são observados no sangue e CSF e
pacientes esquizofrênicos
14. Glutamato, dopamina e esquizofrenia
• A ativação do córtex pré-frontal inibe a liberação de
dopamina no estriado ventral através de uma via
indireta (talvez GABAérgica).
• A DA apresenta uma modulação complexa da
transmissão glutamatérgica, aumentando ou
diminuindo a condutância dos neurônios de forma que
depende do estado de atividade destes.
• A DA também pode regular a organização temporal da
atividade elétrica do PFC e inibir a liberação de
glutamato.