RACISMO, PRECONCEITO, DISCRIMINÃÇÃO: EU, NÓS E OS OUTROS
CULTURA
Complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a
lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões
adquiridos pelo ser humano não somente em família, como
também por fazer parte de uma sociedade da qual somos
membros.
A cultura na sociologia representa o conjunto de saberes e
tradições. Estes são produzidos pela interação social entre
indivíduos de uma comunidade ou sociedade.
A partir das necessidades humanas vão sendo moldados e
criados padrões e comportamentos que geram uma
determinada estrutura e organização social.
RACISMO, PRECONCEITO, DISCRIMINÃÇÃO: EU, NÓS E OS OUTROS
IDENTIDADE
Com origem na filosofia, utiliza-se este conceito para
descrever algo que é diferente dos demais, porém idêntico
a si mesmo.
A construção de identidades vale-se da matéria-prima
fornecida pela história, geografia, biologia, instituições
produtivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais,
pelos aparatos de poder e revelações de cunho religioso.
Porém, todos os materiais são processados pelos
indivíduos, grupos sociais e sociedades, que organizam seu
significados em função de tendências em sua estrutura
social e bem como em sua visão tempo/espaço. (CASTELLS,
2002, p. 23)
RACISMO, PRECONCEITO, DISCRIMINÃÇÃO: EU, NÓS E OS
OUTROS
O racismo é sempre estrutural, ou seja, de que ele
é um elemento que integra a organização
econômica e política da sociedade. Em suma, o
que queremos explicitar é que o racismo é a
manifestação normal de uma sociedade, e não um
fenômeno patológico ou que expressa algum tipo
de anormalidade. O racismo fornece o sentido, a
lógica e a tecnologia para a reprodução das
formas de desigualdade e violência que moldam a
vida social contemporânea. (Almeida, 2019)
Racismo no Brasil
“ O Racismo em nossa sociedade se dá de um modo muito
especial: ele se afirma através da sua própria negação. Por
isso dizemos que vivemos no Brasil um racismo ambíguo, o
qual se apresenta, muito diferente de outros contextos onde
esse fenômeno acontece. O racismo no Brasil é alicerçado em
uma constante contradição. A sociedade brasileira sempre
negou insistentemente a existência do racismo e do
preconceito racial mas no entanto as pesquisas atestam que,
no cotidiano, nas relações de gênero, no mercado de
trabalho, na educação básica e na universidade os negros
ainda são discriminados e vivem uma situação de profunda
desigualdade racial, quando comparados com outros
segmentos étnico-raciais do pais. (Por Nilma Lino Gomes)
Etmologia da Palavra Raça
“Etmologicamente, o conceito de raça veio do italiano razza,
que por sua vez veio do latim ratio, que significa sorte,
categoria, espécie. Na história das ciências naturais, o
conceito de raça foi primeiramente usado na Zoologia e na
Botânica para classificar as espécies animais e vegetais.
Como a maioria dos conceitos, o de raça tem seu tempo
semântico e uma dimensão temporal e espacial”
•Prof. Dr. Kabengele Munanga (USP)
Conceito de Etnia
“Um grupo social cuja indentidade se define
pela
comunidade de língua, pela cultura, tradições,
monumentos históricos e territórios.”( Por Eliana de
Oliveira)
“ O conteúdo da raça é morfo-biólogico e o da etnia é sócio-
cultural, histórico e psicológico. Um conjunto populacional
dito raça “branca”, “negra” e “amarela”, pode conter em
seu seio diversas etnias. Uma etnia é um conjunto de
indivíduos que, histórica ou mitologicamente, têm um
ancestral comum; têm uma língua em comum, uma mesma
religião ou cosmovisão; uma mesma cultura e moram
geograficamente num mesmo território.” (Por Prof.Dr.
Kabengele Munanga (USP)
Preconceito
“ É um julgamento formulado sobre uma pessoa, grupo de
indivíduos ou povo que ainda não se conhece ou não
compreendemos. É um dado universal, ligado à psicologia
humana, um dado inerente a todas as culturas e a todas
civilizações”
Preconceito Racial: ‘Simplesmente uma disposição afetiva
imaginária ligada aos estereótipos étnicos, uma atitude,
uma opinião que pode ser verbalizada ou não, que pode se
tornar uma crença’’ (Por Eliana de Oliveira)
*O Preconceito seria a materialização do estereótipo – são
próximos porque o preconceito é apoiado pelo
estereótipo .
RACISMO NO CAMPO ESCOLAR
Educar não é apenas qualificar para o
emprego, nem arte é apenas adorno que
aguça a sensibilidade. Há uma dimensão
humana que, sem educação e cultura, nada
agrega como experiência coletiva nem
alcança a plenitude como experiência
individual capaz de discernir e ser livre para
escolher. E, sem isso, não podemos dizer
que somos realmente humanos. (ARAÚJO,
2005, p. 56)
REDISCUTINDO DEFNIÇÕES
a ideia de que o negro não tem problemas; a ideia de que por
conta da índole do povo brasileiro não existem distinções
raciais; a ideia de que houve igualdade no acesso à riqueza,
ao poder e ao prestígio; a ideia de que o „preto está
satisfeito‟; a ideia de que não existiu, nem existem
problemas de justiça social com referência ao negro.
(FERNANDES, 2007, p. 20)
Chegou-se a acreditar em teorias que diziam que povos que
nascem abaixo da linha do equador seriam preguiçosos,
porque “cientificamente” estava “comprovado” que o
sangue engrossava devido ao calor e, por isso, não chegava
a grandes quantidades à cabeça, o que evidenciava a
indolência e a preguiça, bem como a desinteligência.
(SOUZA, 1983, p.)
REDISCUTINDO DEFNIÇÕES
A experiência da alteridade (e a elaboração dessa experiência)
leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar,
dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é
habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos „evidente‟.
Aos poucos, notamos que o menor dos nossos
comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas)
não tem realmente nada de „natural‟. Começamos, então, a
nos surpreender com aquilo que diz respeito a nós mesmo, a
nos espiar. O conhecimento antropológico da nossa cultura
passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas;
e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura
possível entre tanta outras, mas não a única. (LAPLANTINE,
2000, p. 21)
Quanto aos dados referentes à cor (raça) dos alunos teve-
se que:
a) 18% das alunas se declararam brancas
b) 8% dos alunos se declararam brancos
c) 1% das alunas se declararam clara
d) 1% dos alunos se declararam escuro
e) 18% das alunas se declararam morenas
f) 16% das alunas se declararam morena clara
g) 18% dos alunos se declararam moreno
h) 4% dos alunos se declararam moreno claro
i) 1% dos alunos se declararam moreno pardo
j) 1% dos alunos se declararam mulato
k) 7% das alunas se declararam pardas
l) 10% dos alunos se declararam pardos
m) 1% das alunas de declararam morena
bronzeada
A IDEIA DO RACISMO
“Estamos entrando no terceiro milênio carregando
o saldo negativo de um racismo elaborado no fim
do século XVIII aos meados do século XIX. A
consciência política reivindicativa das vítimas do
racismo nas sociedades contemporâneas está
cada vez mais crescente, o que comprova que as
práticas racistas não recuaram.” (Por Prof.Dr.
Kabengele Munanga – USP)
Referências Bibliográficas
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Editor's Notes
08-12-2020 Camaronês Pierre Webó, da comissão técnica do time turco, acusa quarto árbitro romeno Sebastian Colţescu de ofensa racista, e atletas saem de campo. Partida é adiada.
“você nunca diz "esse cara branco", você diz "esse cara". Então por que você está mencionando "cara preto"? Você tem que dizer "esse cara preto"? Por quê?!"
— Demba Ba, ao quarto árbitro Sebastian Coltescu