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SELEÇÃO DE ESCRITOS BAHÁ’ÍS

VIDA EM FAMÍLIA

Uma compilação preparada pela
Casa Universal de Justiça
Vida em Família
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Título original em inglês: Family Life
Compilado pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça
Tradução por Bijan Ardjomand, salvo textos já publicados anteriormente.
ISBN: 978-85-320-0210-5
1a Edição: 1986 (publicado sob o título: Uma Onda de Ternura)
2a Edição: 2010 (versão eletrônica)

Caso for imprimir o livro utilizar
papel A4: 210 x 297 mm.

[2]
Vida em Família

Sumário
									

I – Preservação dos Laços entre Marido e Esposa

4

II – Relacionamento e Responsabilidades entre Pais e Filhos

18

III – Intensificando a Vida Familiar

33

Bibliografia

43

Observai quão facilmente uma família onde reina a unidade conduz
seus afazeres: como progridem seus membros, como prosperam no
mundo! Seus negócios vão bem, desfrutam de conforto, tranquilidade
e segurança, sua posição está garantida e chegam a ser invejados por
todos. Tal família, dia a dia, só se engrandece e se eleva em honra
duradoura.”
‘Abdu’l-Bahá

[3]
Vida em Família

I – Preservação dos Laços entre o Marido e a Esposa
Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh
1. E quando desejou manifestar graça e benefício aos homens, e trazer ordem ao mundo, revelou
Ele observâncias e criou leis. Entre estas, estabeleceu a lei do matrimônio como fortaleza para
o bem-estar e salvação, e nos exortou a observá-la, segundo a revelação do céu da santidade
inscrita em Seu Mais Sagrado Livro. Diz Ele – e grande é Sua glória: “Casai-vos para que
apareça de vós quem se lembre de Mim entre Meus servos; este é um de Meus mandamentos
a vós; obedecei-o, em vosso próprio benefício.”
— Orações Bahá’ís, pp. 52-3.
2. Casai-vos, ó povo, para que apareça de vós quem faça menção de Mim entre os Meus
servos. Este é o Meu mandamento a vós; observai-o com firmeza para o vosso próprio bem.
— O Kitáb-i-Aqdas, K63, p. 34.
3. Todos devem saber, e neste sentido alcançar os esplendores do sol da certeza e serem
assim iluminados: a mulher e o homem têm sido e sempre serão iguais aos olhos de Deus.
O Alvorecer da Luz de Deus derrama sua radiância sobre todos com o mesmo resplendor.
Verdadeiramente, Deus criou a mulher para o homem, e o homem para a mulher. Os mais
amados dos seres humanos são os que são mais constantes e aqueles que superaram outros
em seu amor a Deus, exaltada seja Sua glória.
— Mulher, p. 42.
4. O começo da magnanimidade é quando o homem despende seus recursos para si próprio,
sua família e os pobres entre seus irmãos de Fé.
— Epístolas de Bahá’u’lláh, p. 174.

Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá
5. O casamento bahá’í é o compromisso recíproco das duas partes, e sua ligação mútua de
coração e mente. Cada um deve, porém, exercer o máximo cuidado para familiarizar-se totalmente com o caráter do outro, para que o firme convênio entre eles seja um laço que dure
para sempre. Seu propósito deve ser este: tornarem-se amorosos companheiros e camaradas,
unidos um ao outro por todo o sempre....
O verdadeiro casamento de bahá’ís é este: que o marido e a mulher estejam unidos
física e espiritualmente, que sempre melhorem a vida espiritual um do outro, e que desfrutem
de unidade sempiterna em todos os mundos de Deus. É este o casamento bahá’í.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 106

[4]
Vida em Família
6. O matrimônio, entre a generalidade do povo, é um laço físico, e essa união só pode ser
temporária, pois está predestinada à separação física no final.
	
Entre o povo de Bahá, porém, o casamento deve ser união tanto física quanto espiritual, pois aqui ambos os cônjuges estão extasiados com o mesmo vinho, enamorados pela
mesma Face incomparável; ambos vivem através do mesmo espírito, através deles movem, e
são iluminados pela mesma glória. Essa relação entre eles é espiritual e, portanto, é laço que
permanecerá para todo o sempre. Da mesma forma, no mundo físico, desfrutam de laços fortes
e duráveis, pois, se o casamento é baseado tanto no espírito como no corpo, essa é uma união
verdadeira e por isso haverá de durar. Entretanto, se o laço for apenas físico, e nada mais, é
certo que será só temporário, tão somente, e deverá inexoravelmente terminar em separação.
	
Portanto, quando o povo de Bahá tenciona casar, a união deve ser uma relação verdadeira, uma aproximação espiritual bem como física, de modo que através de todas as fases
da vida, e em todos os mundos de Deus, sua união perdurará; porque essa verdadeira unidade
é uma centelha do amor de Deus.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 105.
7. Ó vós dois, crentes em Deus! O Senhor - incomparável é Ele - fez a mulher e o homem
para viverem unidos na mais íntima associação, e serem como uma só alma. São dois esteios
mútuos, dois amigos íntimos que deveriam atentar para o bem-estar um do outro.
	
Se desse modo viverem, passarão por este mundo com perfeito contentamento, êxtase,
e paz interior, e tornar-se-ão objeto do favor e da graça divina no Reino do céu. Se, porém
agirem de outro modo, passarão a vida em grande amargura, desejando a todo o momento a
morte, e ficarão envergonhados no reino celestial.
	
Esforçai-vos, portanto, de coração e alma, por permanecerdes juntos assim como dois
pombos no ninho, pois isso é ser abençoado em ambos os mundos.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 110.
8. Em resumo, as bases do Reino de Deus estão alicerçadas na harmonia e amor, unicidade,
afinidade e união, e não sobre divergências, especialmente entre o esposo e a esposa. Se um
destes dois se torna a causa de divórcio, este, inquestionavelmente, cairá em grandes dificuldades, se tornará a vítima de formidáveis calamidades e sentirá grande remorso.
— Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 5.
9. Criar uma família é sumamente importante para o homem. Enquanto é jovem, devido
à auto-complacência juvenil, não se dá conta de seu significado, mas isso será uma fonte
de arrependimento quando envelhecer... Nesta gloriosa Causa, a vida de um casal deveria
assemelhar-se à vida dos anjos no céu - uma vida cheia de alegria e delícia espiritual, uma
vida de unidade e concórdia, uma amizade tanto mental como física. O lar deve ser ordeiro
e bem organizado. Suas ideias e pensamentos devem como raios do sol da verdade e a radiância das brilhantes estrelas do céu. Como dois pássaros, devem trinar melodias sobre os
ramos da árvore da camaradagem e harmonia. Devem sempre estar exultantes de alegria e
contentamento e serem uma fonte de felicidade para os corações dos outros. Devem ser um
exemplo para os outros homens, manifestar verdadeiro e sincero amor um pelo outro e educar
seus filhos de tal maneira, que proclame a fama e glória de sua família.
— Uma Onda de Ternura, p. 34.

[5]
Vida em Família
10. ... quanto mais distante for a consanguinidade entre o casal melhor, pois tais matrimônios
provêm a base para o bem-estar físico da humanidade e promovem a camaradagem entre os
povos.
— ‘Abdu’l-Bahá citado em O Kitáb-i-Aqdas, pp. 185-6.
11. A sabedoria divina decretou que parceiros para o casamento devem ser de origens distantes. Isto é, quanto mais distante for o parentesco entre marido e esposa, mais forte, mais bela
e mais saudável será sua prole.
(De uma Epístola traduzida do árabe e persa para o inglês)
12. Certamente, todos devem ser hoje chamados ao amor, unidade e benevolência; à integridade, amizade, companheirismo e adoração a Deus. Espero que você e seu querido esposo
continuem a servir com todo espírito de fragrância e que neste mundo permaneçam duas velas
radiantes e no horizonte eterno resplandeçam como duas estrelas brilhantes.
(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)
13. Quanto a teu honrado esposo: incumbe a ti tratá-lo com grande bondade, levar em conta
seus desejos, e ter para com ele uma atitude conciliatória em todos os momentos - até que ele
veja que, porque te dirigiste ao Reino de Deus, tua ternura para com ele e teu amor a Deus
têm aumentado, bem como tua consideração por seus desejos em todas as circunstâncias.
	
Imploro ao Todo-Poderoso que te mantenha firmemente dedicada ao Seu amor, e
sempre ocupada em difundir os doces sopros de santidade por todas essas regiões.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 109.
14. Ó serva de Deus! Sua certa chegou. Seu querido esposo deseja completar sua educação
e você está ansiosa para ir à África. Ora, vocês devem consultar um com o outro, deliberar
com o máximo amor e chegar a uma decisão sensata, e serem completamente unidos, pois
marido e esposa devem ser como uma só pessoa para que possam ser bem-sucedidos em
todos os assuntos.
(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)
15. Perguntas se um esposo seria capaz de impedir sua esposa de abraçar a luz divina ou uma
esposa de dissuadir seu esposo de ganhar entrada no Reino de Deus. Na verdade, nenhum
deles poderia impedir o outro de entrar no Reino, a não ser que o esposo tenha um excessivo
afeiçoamento à esposa ou a esposa ao esposo. De fato, se qualquer um dos dois adorasse
o outro a ponto de excluir Deus, então cada um deles poderia impedir o outro de procurar
admissão em Seu Reino.
— Uma Onda de Ternura, pp. 22-3.

Excertos de Cartas Escritas em nome de Shoghi Effendi
16. É triste e penoso que … maridos e esposas não têm o costume de se olhar olho no olho.
	
Creio que em semelhantes casos, nosso falecido Mestre insistia em máxima prudência
e consideração da parte daquelas bahá’ís cujos maridos não simpatizavam com seu trabalho.

[6]
Vida em Família
Ele achava que eles deviam ser conquistados mais pelo amor do que talvez por argumentos,
mas seria muito infeliz se além de tudo que ela deve fazer pela sua família ele ainda se opusesse ao seu trabalho para a Fé.
(De uma carta, datada de 28 de março de 1928, a um bahá’í)
17. É muito triste quando tais diferenças de opinião e crença ocorrem entre marido e mulher e,
indubitavelmente, em tempos de dificuldade. Entretanto a maneira como poderia ser remediado
não é agindo de tal modo a que se aliene a outra pessoa. De fato, um dos objetivos da Causa
é de ocasionar um laço mais íntimo nos lares. Portanto, em todos os casos desta natureza, o
Mestre costumava aconselhar obediência aos desejos da outra pessoa e oração. Ore para que
seu esposo possa gradualmente ver a luz e ao mesmo tempo aja de tal modo a atraí-lo para
mais perto em vez de criar prevenção. Assim que esta harmonia esteja assegurada então será
capaz de servir sem empecilhos.
— Uma Onda de Ternura, p. 37.
18. Shoghi Effendi confia que... sua esposa poderá devotar um pouco mais de tempo a sua
família, mas ele também espera que possa ajudá-la a criar o tempo e a oportunidade para
servir a Causa que lhe é tão amada e íntima de seu coração e na qual seus serviços são muito
apreciados.
— Mulher, p. 46.
19. A respeito de sua pergunta sobre a natureza e o caráter do casamento bahá’í. Como você
acertadamente afirmou, tal casamento é condicionado à completa aprovação de todos os quatro
pais. Sua afirmativa no sentido de que o princípio da unicidade do gênero humano previne
qualquer bahá’í verdadeiro de considerar a raça em si como um impedimento à união, também está em completa harmonia com os Ensinamentos da Fé. Pois tanto Bahá’u’lláh como
‘Abdu’l-Bahá nunca desaprovaram a ideia de casamento interracial, nem a desencorajaram.
De fato, os ensinamentos bahá’ís, pela sua própria natureza, transcendem todas as limitações
impostas por raça, e como tais jamais podem nem devem se identificar com qualquer escola
particular de filosofia racial.
— Diretrizes do Guardião, pp. 20-1.
20. O padrão bahá’í da moralidade sexual é, portanto, muito elevado, porém, de modo algum
excessivamente rígido. Enquanto o amor livre é condenado, o casamento é considerado um ato
sagrado a que todo homem deve ser encorajado, embora não forçado. O instinto sexual, como
outros instintos humanos, não é necessariamente mau. É uma força que, se adequadamente
direcionado, pode trazer alegria e satisfação ao indivíduo. Se usado incorretamente ou abusado, certamente traz dano incalculável não somente ao indivíduo, mas também à sociedade
na qual ele vive. Embora os bahá’ís condenem o ascetismo e todas as formas extremas de
auto-flagelação, ao mesmo tempo veem desfavoravelmente as teorias atuais de ética sexual
que só podem trazer ruína à sociedade humana.
(De uma carta, datada de 29 de maio de 1935, a um bahá’í)
21. Pois Bahá’u’lláh, em Seu Livro das Leis, revela explicitamente que o verdadeiro propósito
do casamento é a procriação dos filhos que, ao crescerem, terão a capacidade de conhecer
a Deus e reconhecerem e observarem Seus Mandamentos e Leis revelados através de Seus
Mensageiros. De acordo com os Ensinamentos Bahá’ís, o casamento é, portanto, um ato pri-

[7]
Vida em Família
mariamente social e moral. Seu objetivo transcende as necessidades e interesses imediatos
dos parceiros...
(De uma carta, datada de 14 de outubro de 1935, a um bahá’í)
22. Quanto à atitude de seu esposo em relação à Causa; por mais temerosa que possa ser, deve
sempre ter esperança que através de meios conciliatórios e amigáveis, e com esforço sábio,
diplomático e paciente, pode gradualmente ter sucesso em conquistar sua simpatia para com
a Fé. Sob nenhuma circunstância deve tentar ditar ou impor a ele pela força suas convicções
religiosas pessoais. Nem tão pouco deve permitir que sua oposição à Causa, impeçam seriamente suas atividades... Deve agir pacientemente, diplomaticamente e com confiança que
seus esforços estão sendo guiados e reforçados por Bahá’u’lláh.
— Uma Onda de Ternura, p. 41-2.
23. Porém, ao mesmo tempo em que o Guardião aprova totalmente seu desejo de dedicar toda
a sua vida ao serviço da Causa, ele sente também a necessidade de chamar sua atenção para o
fato de que, caso você venha a se casar, como esposa bahá’í será seu dever não descuidar dos
deveres domésticos que, na verdade, formam parte integrante e vital de seu trabalho bahá’í
em geral. Assuntos familiares certamente devem ser subordinados aos interesses coletivos e
o bem da Causa. Mas, se um bahá’í deseja levar uma vida normal, bem equilibrada e construtiva, precisa dar-lhes a devida importância. Os graus de lealdade de um bahá’í não têm a
mesma obrigatoriedade e importância, mas isso não os torna irreconciliáveis.
(De uma carta, datada de 23 de novembro de 1937, a um bahá’í)
24. Resumidamente, a concepção bahá’í sobre sexo é baseada na crença de que a castidade
deveria ser estritamente observada por ambos os sexos, não só por ser em si mesma eticamente muito louvável, mas, também, por ser a única maneira para uma vida conjugal feliz
e bem sucedida. Portanto, relações sexuais, de qualquer tipo, fora do casamento, não são
permissíveis e, quem quer que infrinja esta regra, não só será responsável perante Deus, mas
incorrerá também, na punição necessária por parte da sociedade.
	
A Fé Bahá’í reconhece o valor do impulso sexual, mas condena suas expressões ilegítimas e impróprias, tais como, o amor livre e outras, todas as quais considera definitivamente
prejudiciais ao homem e à sociedade na qual ele vive. O uso apropriado do instinto sexual é
direito natural de cada indivíduo e é precisamente por esta razão que a instituição do casamento foi estabelecida. Os bahá’ís não creem na supressão do impulso sexual, mas, sim, na
sua regulação e controle.
— Uma Nova Raça de Homens, p. 11.
25. A Instituição do casamento, como estabelecida por Bahá’u’lláh, ao mesmo tempo que
dá a devida importância ao aspecto físico da união marital, considera-o como subordinado
aos propósitos e às funções morais e espirituais com que foi investido por uma Providência
onisciente e amorosa. Somente quando a cada um destes diferentes valores é dada sua devida
importância, e somente com base na subordinação do físico ao moral, e do carnal ao espiritual,
podem ser evitados tais excessos e falta de firmeza nas relações maritais, como nossa época
está tão lamentavelmente testemunhando, e a vida doméstica será restituída à sua pureza
original, preenchendo a verdadeira função para a qual foi instituída por Deus.
— Uma Onda de Ternura, p. 44.

[8]
Vida em Família
26. A pergunta que você faz, quanto ao lugar que possa ter em nossa vida um profundo laço
de amor com alguém que encontramos, além de nosso esposo ou esposa, é facilmente definida
em vista dos ensinamentos. Castidade implica em uma vida sexual pura e casta tanto antes
como depois do casamento. Antes do casamento, absolutamente casta; após o casamento,
absolutamente fiel ao nosso companheiro escolhido. Fiel em todos os atos sexuais, fiel em
palavras e ações.
	
...Fora de sua vida conjugal normal e legítima, deveriam procurar estabelecer laços de
companheirismo e amor, em sua vida física. Este é um dos muitos campos em que incumbe
aos bahá’ís de dar o exemplo e assumir a liderança para um padrão de vida verdadeiramente
humana, quando a alma do homem é exaltada e, seu corpo, tão somente, a ferramenta para
seu espírito esclarecido. Desnecessário é dizer, que isto não impede que se viva uma vida
sexual perfeitamente normal, através da legítima via do casamento.
— Uma Nova Raça de Homens, pp. 11-2.
27. Ele lamenta saber das dificuldades que surgiram entre você e seu marido a respeito da
educação de suas crianças. De qualquer modo, sempre que bahá’ís casam com não bahá’ís,
especialmente de outra fé, devem ter algum entendimento antecipado acerca da futura educação
religiosa dos filhos; caso isso não tenha sido feito, e se os pais não conseguirem se entender,
o bahá’í deve buscar o parecer de sua Assembleia.
(De uma carta, datada de 8 de setembro de 1947, a um bahá’í)
28. Ele sente fortemente que os bahá’ís, mais especificamente bahá’ís que servem a Causa tão
ativa e conspicuamente como você e sua família o fazem, deveriam, se possível, dar um nobre
exemplo, sob todas as formas, aos crentes mais novos e aos jovens bahá’ís. Visto Bahá’u’lláh
ter sido tão contra o divórcio (ainda que Ele o permitisse) e considerasse o casamento uma
responsabilidade extremamente sagrada, os crentes deveriam fazer tudo o que estiver a seu
alcance para preservar os casamentos que contraíram e transformá-los em uniões exemplares,
governadas pelos mais nobres motivos.
— Preservando Casamentos Bahá’ís, pp. 13-4.
29. Os problemas matrimoniais são com frequência muito complicados e sutis, e nós bahá’ís,
sendo pessoas esclarecidas e progressistas, não deveríamos hesitar, caso pareça necessário e
desejável, em procurar ajuda na ciência para tais assuntos. Se você e seu esposo discutissem
seus problemas – juntos ou separadamente - com um médico, poderia vir a descobrir que pode
curar seu próprio esposo, ou pelo menos tentar de fazê-lo. É uma grande pena que dois crentes,
unidos nesta gloriosa Causa e abençoados com uma família, não sejam capazes de viver juntos
de modo verdadeiramente harmonioso ele sente que devem começar a agir construtivamente
e não devem permitir que a situação se agrave. Quando a sombra da separação paira sobre
um casal eles devem mover céus e terras em seus esforços para evitar que se torne realidade.
— Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 16.
30. Ele a aconselha, pelo menos por um período, a se esforçar e se conciliar com seu marido,
dedicando-se a ele, sendo amorosa e paciente. Talvez deste modo possa abrandar sua posição
em relação à Fé. No entanto, ele não tem o direito de tentar e fazê-la desistir. A relação de

[9]
Vida em Família
uma alma com seu Criador é puramente pessoal e sagrada, e ninguém tem o direito de fazer
imposição em tais questões.
(De uma carta, datada de 17 de fevereiro de 1950, a um bahá’í)

Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome
31. Bahá’u’lláh veio para trazer unidade ao mundo e uma unidade fundamental é aquela
da família. Portanto, temos de crer que a Fé tem como finalidade fortalecer a família e não
enfraquecê-la. Por exemplo: serviço a Causa não deve gerar desatenção para com a família.
É importante que disponha seu tempo de tal modo que sua vida doméstica seja harmoniosa
e seu lar receba a atenção que necessita.
	
Bahá’u’lláh também frisou a importância da consulta. Não devemos pensar que este
método, digno de valor na procura de soluções, está confinado às instituições administrativas da Causa. Consulta em família, empregando plena e franca discussão e animada pela
conscientização da necessidade de moderação e equilíbrio, pode ser a panaceia de conflitos
domésticos. As esposas não deveriam procurar dominar seus maridos, e nem os maridos às
suas esposas.
— Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 20.
32. A Epístola de ‘Abdu’l-Bahá… a que você se refere no primeiro parágrafo da sua carta
é apenas uma exortação, não uma determinação.1 Além disso, ela foi revelada em honra de
alguma bahá’í do Irã que deve ter escrito a ‘Abdu’l-Bahá, pedindo orientação em relação
a alguma situação específica. Infelizmente, as circunstâncias concernentes à revelação da
Epístola não são conhecidas, porque a carta correspondente não foi encontrada. A citação
deve, portanto, ser considerada como uma exortação revelada para satisfazer uma situação
específica. Essa citação, assim como muitas outras, foi incluída na compilação para tornar
disponível aos amigos Escritos sobre diferentes aspectos da vida familiar.
	
A tradução foi verificada, e não há dúvida de que o texto em inglês está correto.
	
Como você diz, o princípio da igualdade entre homens e mulheres é inequívoco. Os
Escritos sobre o tema são claros e sem ambiguidades. Repetidas vezes, a Casa de Justiça
mencionou que há momentos em que o marido e a mulher devem ceder um aos desejos do
1	

A crente indagou a respeito da alusão à afirmação referente à “obediência (da esposa) e consideração
para com seu marido” no texto da seguinte Epístola de ‘Abdu’l-Bahá:
“Ó Serva do Deus Todo-Suficiente!

	
Empenhai-vos para que porventura sejais capacitadas a adquirir virtudes tais que as
possam honrar e distinguir dentre todas as mulheres. De certo, não há orgulho e glória maior
para uma mulher do que ser uma serva na Corte de Grandeza de Deus; e o que pode fazê-la
merecer tal posição são as qualidades de um coração alerta e desperto; uma firme convicção
da unidade de Deus, o Incomparável; um amor sincero por todas as suas servas; imaculada
pureza e castidade; obediência e consideração para com seu marido; atenção à educação de
seus filhos; compostura, calma, dignidade e autocontrole; zelo em louvar a Deus; e adorá-Lo
noite e dia; constância e firmeza em Seu sagrado Convênio; e o máximo de ardor, entusiasmo
e apego à Sua Causa. Suplico a Deus que lhe seja conferida a totalidade desses favores.”

[10]
Vida em Família
outro. Exatamente em que circunstâncias deve ocorrer tal condescendência é uma questão
que cada casal deve determinar. Caso – que Deus nos livre – eles não cheguem a um acordo
e sua discordância leve à alienação, devem procurar o conselho daqueles em quem confiam
e em cuja sinceridade e bom senso têm confiança, a fim de preservar e fortalecer seus laços
como uma família unida.
	
A Casa de Justiça tem a esperança de que a explicação acima há de ajudar a aliviar suas
perplexidades com relação aos direitos do marido e da esposa na família. No entanto, para
um maior entendimento, talvez você queira recorrer à recém-liberada compilação a respeito
da mulher.2
(De uma carta, datada de 2 de outubro de 1986, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a uma bahá’í)
33. Como você sabe, o princípio da unicidade do gênero humano é descrito nos Escritos Bahá’ís
como o eixo em torno do qual giram todos os Ensinamentos de Bahá’u’lláh. Ele tem amplas
implicações que afetam e remodelam todas as dimensões da atividade humana. Clama por
uma mudança fundamental no modo como as pessoas se relacionam umas com as outras, e a
erradicação daquelas práticas consagradas pelo tempo que negam o direito humano intrínseco
de todo indivíduo de ser tratado com consideração e respeito.
	
Dentro do ambiente familiar, os direitos de todos os membros devem ser respeitados.
‘Abdu’l-Bahá afirmou:
“A integridade dos laços de família deve ser constantemente levada em consideração, e os direitos de cada um de seus membros não devem ser transgredidos. Os direitos do filho, do pai, da mãe - nenhum pode ser transgredido,
nenhum deve ser arbitrário. Assim como o filho tem certas obrigações para
com seu pai, do mesmo modo o pai tem certas obrigações para com seu filho.
A mãe, a irmã e outros membros da família têm certas prerrogativas. Todos
esses direitos e prerrogativas devem ser preservados...” — A Promulgação
da Paz Universal, p. 207.
	
O uso da força pelo fisicamente forte contra o fraco, como meio de impor a própria
vontade e satisfazer os próprios desejos, é uma flagrante transgressão aos Ensinamentos
Bahá’ís. Não pode haver qualquer justificativa para qualquer pessoa, através do uso da força
ou da ameaça de violência, obrigar outra a fazer algo a que ela não esteja disposta. ‘Abdu’lBahá escreveu: “Ó vós que amais a Deus! Neste ciclo, o ciclo de Deus Todo-Poderoso, a
violência e a força, a coerção e a opressão, são todas condenadas.” Aqueles que, levados
pelas suas paixões ou pela sua incapacidade de disciplinar ou controlar sua fúria, estiverem
inclinados a infligir violência em outro ser humano, devem estar atentos à condenação de tão
vergonhosa conduta pela Revelação de Bahá’u’lláh.
	
Entre os sinais da decadência moral no declínio da ordem social, encontramos a elevada incidência da violência dentro da família, o aumento do degradante e cruel tratamento
de pais e filhos, e a proliferação do abuso sexual. É essencial que os membros da comunidade
do Nome Supremo tomem a máxima precaução para não serem levados a aceitar tais práticas
por serem predominantes. Devem estar sempre atentos ao seu dever de exemplificar um novo
2	

Compilação intitulada: Mulher; Editora Bahá’í do Brasil; 1a edição 2006.

[11]
Vida em Família
modo de vida que se destaca pelo seu respeito à dignidade e direitos de todas as pessoas, pela
sua elevada qualidade moral, e por estar livre de opressão e de todas as formas de abuso.
	
A consulta foi ordenada por Bahá’u’lláh como um meio pelo qual se deve alcançar
a concórdia e definir um plano de ação. Ela pode ser aplicada aos parceiros no casamento,
dentro da família e, na verdade, a todas as áreas em que os bahá’ís participam de tomada de
decisão recíproca. Ela requer que todos os participantes expressem suas opiniões com absoluta liberdade e sem receio de serem censurados e de suas opiniões serem desprezadas; esses
prerrequisitos para o sucesso são inatingíveis se houver a presença do temor de violência ou
abuso.
	
Há diversas questões referentes ao tratamento da mulher, e são melhor consideradas à
luz do princípio da igualdade dos sexos, anunciado nos Ensinamentos Bahá’ís. Este princípio
é muito mais que a enunciação de ideias admiráveis; tem profundas implicações em todos
os aspectos das relações humanas e deve ser um elemento integrante da vida doméstica e
comunitária bahá’í. A aplicação desse princípio ocasiona mudança nos hábitos e práticas que
têm prevalecido por muitos séculos. Um exemplo disso é encontrado na resposta, em nome de
Shoghi Effendi, à pergunta de se a prática tradicional, no qual o homem propõe casamento à
mulher, é alterada pelos ensinamentos bahá’ís, de modo a permitir que a mulher faça proposta
de casamento ao homem; a resposta é: “O Guardião deseja dizer que há absoluta igualdade
entre os dois, e não é permitida qualquer distinção ou preferência...” Com o passar do tempo,
quando os homens e mulheres bahá’ís se esforçam em aplicar mais completamente o princípio
da igualdade dos sexos, haverá um entendimento mais profundo das ramificações de amplas
consequências desse princípio vital. Segundo ‘Abdu’l-Bahá: “Enquanto a verdadeira igualdade entre o homem e a mulher não for plenamente atingida e estabelecida, é impossível que
a humanidade atinja o mais elevado grau de desenvolvimento social.”
	
A Casa Universal de Justiça, nos últimos anos, urgiu que haja encorajamento a uma
maior participação das mulheres e moças bahá’ís nas atividades sociais, espirituais e administrativas de suas comunidades, e apelou às mulheres bahá’ís a se levantarem e demonstrarem
a importância de seu papel em todos os aspectos do serviço à Fé.
	
É uma séria transgressão dos ensinamentos bahá’ís um homem usar força para impor
sua vontade a uma mulher. ‘Abdu’l-Bahá disse:
“O mundo até agora tem sido governado pela força, e o homem tem dominado a mulher em virtude de sua maior força e de suas qualidades físicas
e mentais mais agressivas. Mas a balança já está mudando; a força está
perdendo seu predomínio, e a vivacidade mental, a intuição, e as qualidades
espirituais de amor e serviço, nas quais a mulher é forte, estão ganhando
ascendência.” — Bahá’u’lláh e a Nova Era, pp. 161-2.
	
Os homens bahá’ís têm a oportunidade de mostrar ao mundo à sua volta uma nova
abordagem do relacionamento entre os sexos, no qual a agressão e o uso de força são eliminados e substituídos por cooperação e consulta. A Casa Universal de Justiça, em resposta a
perguntas que lhe foram dirigidas, indicou que, no relacionamento conjugal, nem marido nem
esposa devem dominar injustamente ao outro, e que há tempos em que tanto marido como
esposa deve condescender aos desejos do outro se não puderem chegar a um consenso através
de consulta; cada casal deve determinar exatamente em que circunstâncias deve ocorrer tal
condescendência.

[12]
Vida em Família
	
Da Pena do próprio Bahá’u’lláh surgiu a seguinte declaração a respeito da questão do
tratamento das mulheres:
	
“Os amigos de Deus devem ser adornados com o ornamento da justiça e
equidade, benevolência e amor. Do mesmo modo que como não se deixam
ser objetos de crueldade e transgressão, não devem permitir tal tirania para
com as servas de Deus. Ele, verdadeiramente, diz a verdade e ordena aquilo que é benéfico aos Seus servos e servas. Ele é o protetor de todos neste
mundo e no vindouro.”
Nenhum marido bahá’í deve jamais bater em sua esposa, ou sujeitá-la a qualquer
forma de crueldade; proceder dessa maneira seria um abuso inadmissível ao relacionamento
conjugal e contrário aos ensinamentos de Bahá’u’lláh.
	
A carência de valores espirituais na sociedade leva a uma desvalorização das atitudes
que devem governar o relacionamento entre os sexos, sendo as mulheres tratadas como nada
mais que objetos de satisfação sexual e sendo-lhes negado o respeito e a cortesia que todos
os seres humanos merecem. Bahá’u’lláh advertiu: “Os que seguem seus desejos lascivos e
inclinações corruptas têm errado e dissipado seus esforços. São, de fato, dos perdidos.” Os
crentes bem poderiam ponderar o elevado padrão de conduta que são encorajados a almejar
na declaração de Bahá’u’lláh, referente ao Seu “verdadeiro seguidor”, de que:
“E se ele encontrasse a mais bela e graciosa das mulheres, não sentiria o coração seduzido, nem por uma ligeira sombra de desejo pela sua beleza. Tal
homem, realmente, é a criação da imaculada castidade. Assim vos instrui a
Pena do Ancião dos Dias, segundo ordenado pelo vosso Senhor, o Onipotente,
o Todo-Generoso.” —Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 222; 96.
	
Uma das transgressões sexuais mais abomináveis é o crime do estupro. Se uma crente for vítima, ela merece o amoroso auxílio e apoio dos membros de sua comunidade e, se
assim desejar, tem o direito de mover uma ação contra o perpetrador, previsto na lei do país.
Se em consequência dessa agressão ela ficar grávida, não pode haver qualquer pressão sobre
ela, por parte das instituições bahá’ís, para que se case. Quanto a continuar ou interromper
a gravidez, cabe a ela decidir o que deve fazer, levando em consideração fatores médicos e
outros fatores relevantes, e à luz dos ensinamentos bahá’ís. Se em consequência do estupro
ela gerar uma criança, fica a seu critério exigir do pai o apoio financeiro para o sustento da
criança; no entanto, em vista das circunstâncias, pela lei bahá’í, a reivindicação de qualquer
direito a paternidade por parte deste deve ser questionado.
	
O Guardião, numa carta escrita em seu nome, esclareceu que “A Fé Bahá’í reconhece
o valor do impulso sexual”, e que “o uso apropriado do instinto sexual é direito natural de
cada indivíduo, e é precisamente por essa razão que a instituição do casamento foi estabelecida.” Neste aspecto do relacionamento conjugal, e em todos os outros, deve haver mútua
consideração e respeito. Se uma mulher bahá’í sofre abuso ou é submetida a estupro pelo seu
marido, tem o direito de recorrer à Assembleia Espiritual para obter ajuda e aconselhamento,
ou para obter amparo legal. Tal abuso põe a continuidade do casamento em grave perigo, e
bem pode levar a uma condição de antipatia irreconciliável.
(De uma carta, datada de 24 de janeiro de 1993, escrita em nome de Casa Universal de Justiça
e um bahá’í)

[13]
Vida em Família
34. Em… resposta a um crente que desejava obter um entendimento mais profundo a respeito da referência ao pai como chefe da família, há uma carta em nome da Casa Universal de
Justiça que diz:
“Conforme você destaca em sua carta, a Casa Universal de Justiça afirmou
que, devido a uma série de responsabilidades que recaem sobre seus ombros,
o pai pode ser considerado como o “chefe” da família. Este termo, no entanto,
não tem o mesmo significado geralmente em uso. Mas um novo significado
deve ser buscado à luz do princípio da igualdade entre homens e mulheres e
da declaração da Casa Universal de Justiça de que nem marido nem esposa
devem jamais dominar injustamente o outro. Anteriormente, em resposta à
pergunta de um crente, a Casa de Justiça disse que o uso do termo “chefe”
“não confere superioridade ao marido, nem lhe dá direitos especiais de minar os direitos dos outros membros da família”. Disse também, que se não
se puder chegar a um acordo através de consulta amorosa, “há momentos...
em que a esposa deve ceder ao seu marido, e momentos em que o marido
deve ceder à sua esposa, mas nenhum deles deve dominar injustamente o
outro”; isto está em marcante com o uso convencional do termo “chefe”,
ao qual é frequentemente relacionado o direito irrestrito de tomar decisões
quando marido e esposa não conseguem entrar num acordo.”
(De uma carta datada de 15 de julho de 1993 escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
35. A preservação da unidade entre casais é de extrema importância, e se ela for minada pelo
serviço à Causa, deve-se encontrar uma solução para remediar a situação.
	
Em outras palavras, qualquer que seja o caminho que escolher, deve servir aos interesses da Fé e, ao mesmo tempo, propiciar o fortalecimento da sua união conjugal. Do excerto
de uma carta escrita em nome do amado Guardião, você notará que os amigos jamais são
encorajados a usar o serviço à Fé como uma justificativa para negligenciar suas famílias:
“Certamente Shoghi Effendi gostaria de ver você e outros amigos darem todo
o seu tempo e energia à Causa, pois tempos grande carência de trabalhadores
competentes, mas o lar é uma instituição que Bahá’u’lláh veio fortalecer e não
enfraquecer. Muitas situações infelizes aconteceram em lares bahá’ís justamente por negligenciarem este ponto. Sirva à Causa, mas lembre-se também
de suas obrigações para com seu lar. É você que deve encontrar o equilíbrio
e cuidar para que nenhum a faça negligenciar o outro. Teríamos muito mais
maridos na Causa se as mulheres fossem mais cautelosas e moderadas nas
suas atividades bahá’ís.”
(De uma carta, datada de 18 de abril de 1994, em nome da Casa Universal de Justiça a um
bahá’í)
36. … É bom notar que o relacionamento conjugal em muitas instâncias requer um profundo
ajustamento de comportamento da parte de cada um dos cônjuges. Como a intimidade do
relacionamento expõe o melhor e o pior do seu caráter, ambos os cônjuges dedicam-se, por
assim dizer, ao ato de manter o equilíbrio. Alguns casais são capazes de consegui-lo no início
e manter um alto grau de harmonia durante todo o seu casamento. Muitos outros percebem que

[14]
Vida em Família
devem se esforçar durante algum tempo para alcançar tal harmonia. Enquanto certamente, os
direitos pessoais de cada uma das partes no casamento devem ser apoiados pelo outro, devese ter em mente que o relacionamento de um para com o outro não se baseia simplesmente
numa premissa legalística. O amor é o verdadeiro alicerce. Sendo assim, o apropriado não é
uma reação puramente litigiosa em relação a maus atos de um cônjuge.
(De uma carta, datada de 2 de janeiro de 1996, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
37. A questão que você levantou é de importância vital para os casais bahá’ís no tratamento
das várias necessidades e oportunidades com as quais se defrontam na sociedade atual.3 Tal
como em muitos outros aspectos da vida cotidiana, a resolução dessa questão deve ser buscada através da compreensão e aplicação dos Ensinamentos da Fé. Os crentes devem entender
claramente e permanecer imperturbados com o fato de que as soluções obtidas podem não
ser consideradas adequadas por aqueles que não foram abençoados pela graça de aceitar
o Prometido e que estão enredados por padrões de pensamento alheios aos ensinamentos
bahá’ís, apesar de tais padrões serem amplamente aceitos pela generalidade da humanidade.
	
Fundamental para a consideração dessa questão deve ser o propósito da vida para
todos os seguidores fiéis de Bahá’u’lláh: conhecer e adorar a Deus. Isso implica em serviço
aos semelhantes e no avanço da Causa de Deus. Ao perseguir esse propósito, eles devem se
esforçar em desenvolver seus talentos e faculdades quanto possível, explorando as possibilidades que se apresentarem diante deles.
	
Por causa das limitações deste plano terreno, é inevitável que em muitas instâncias os
crentes se vejam privados da oportunidade de desenvolver ao máximo os seus talentos. Isso
pode ser devido à falta de recursos econômicos ou educacionais, ou à necessidade de satisfazer
outras obrigações e cumprir outros deveres, tais como as responsabilidades voluntariamente
assumidas relacionadas ao casamento e paternidade. Em algumas circunstâncias, isso pode
resultar de uma decisão consciente de fazer sacrifícios em prol da Causa, tal como no caso
um pioneiro se compromete a servir num posto que carece de recursos para o desenvolvimento de suas habilidades e talentos específicos. No entanto, tais privações e limitações não
implicam em que o bahá’ís envolvidos sejam incapazes de cumprir seu objetivo fundamental
divinamente ordenado; eles são simplesmente elementos do desafio universal de avaliar e
equilibrar os muitos apelos ao tempo e esforço de cada um nesta vida.
	
Não há resposta universalmente aplicável às questões que você levantou a respeito das
decisões a serem tomadas pelos cônjuges quando marido e esposa, ambos estão na expectativa
de oportunidades de carreira que parecem estar conduzindo-os a caminhos divergentes, pois
as circunstâncias variam amplamente. Cada casal deve confiar no processo da consulta bahá’í
para determinar qual a melhor maneira de agir. Ao proceder desse modo, eles bem podem
considerar os seguintes fatores entre outros:
∑	 o senso de equidade que deve animar a consulta entre marido e esposa;
Respondendo a perguntas, anteriormente a Casa Universal de Justiça afirmou
3	
O crente perguntou sobre as decisões a serem tomadas pelos cônjuges, quando
ambos, marido e mulher, estão tendo oportunidades únicas em suas vidas profissionais, às
quais os levam a tomarem diferentes caminhos.

[15]
Vida em Família
que a consulta amorosa deve ser o princípio predominante no relacionamento
conjugal. Se não se puder chegar a um consenso, há momentos em que ou
marido ou esposa devem ceder aos desejos do outro; em que circunstância
exatamente deve ocorrer tal concessão é uma questão para cada casal decidir.
∑	 A enérgica ênfase dos Escritos Bahá’ís na preservação dos laços do casamento e o
fortalecimento da unidade entre os cônjuges;
∑	 O conceito da família bahá’í, na qual a mãe é a primeira educadora das crianças, e o
marido toma a responsabilidade primária pelo sustento da sua família;
Tal como foi dito em outra ocasião pela Casa Universal de Justiça, isso de
modo algum significa que essas funções sejam fixas e inflexíveis e não possam ser modificadas e ajustadas para se adequarem a situações particulares
da família.
∑	 diversas circunstâncias que podem surgir, tais como perspectivas de emprego em
tempo de desemprego predominante, oportunidades incomuns ou habilidades que um
dos cônjuges possa ter, ou necessidades prementes da Causa que possam precisar de
uma resposta que exija sacrifício.
	
Sem dúvida, o sucesso de tal consulta será influenciado pela atitude de súplica com
a qual estiver permeada, o respeito mútuo de cada um dos parceiros pelo outro, seu sincero
desejo de imaginar uma solução que preserve a unidade e harmonia entre eles mesmos e os
outros membros da família, e sua disposição de fazer concessões e ajustes em condições de
igualdade.
	
À medida que, nas próximas décadas e séculos, a sociedade evoluir sob a influência
transformadora da Revelação de Bahá’u’lláh, certamente passará por mudanças fundamentais
que propiciarão a aplicação social dos ensinamentos bahá’ís e aliviarão as dificuldades enfrentadas por casais que procuram satisfazer seu ardente desejo de servir à Causa de Bahá’u’lláh
através das suas atividades profissionais.
(De uma carta, datada de 26 de junho de 1996, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
38. Numa passagem de uma Epístola de ‘Abdu’l-Bahá… afirmou: “Tenhas teu esposo em alta
estima e sempre lhes mostres um temperamento amigável, não importa quão mal-humorado
esteja....”4
	
Em resposta a uma pergunta sobre esta declaração, foi fornecido o seguinte esclarecimento numa carta do Secretariado de 12 de abril de 1990:
4	
	

No texto da Epístola lê-se o seguinte:
“Tenhas teu esposo em alta estima e sempre lhes mostres um temperamento amigável, não importa

quão mal-humorado esteja. Mesmo que tua amorosa bondade o torne mais amargo, manifestes tu mais bondade, mais carinho, sejas amorosa e tolere suas ações cruéis e maus-tratos.” (Uma Onda de Ternura, p. 27.)

[16]
Vida em Família
	

“Certamente nenhum marido deve submeter sua esposa a qualquer tipo de
abuso, e tal conduta repreensível é a antítese do relacionamento de respeito
mútuo e equidade ordenados nos escritos bahá’ís – um relacionamento
governado pelos princípios da consulta e isento do uso de força para impor
obediência à sua própria vontade. Se uma esposa bahá’í se encontrar em tal
situação e sentir que não pode resolvê-la através de consulta com seu marido,
ela bem pode recorrer à Assembleia Espiritual Local em busca de conselho e
orientação, e deve também perceber que é altamente benéfico buscar auxílio
de conselheiros profissionais competentes. Se o marido também for bahá’í,
a Assembleia Espiritual local pode chamar sua atenção para a necessidade
de evitar conduta abusiva e, em caso de necessidade, tomar medidas firmes
para encorajá-lo a agir de acordo com as advertências dos ensinamentos.”
(De um memorando, datado de 20 de março de 2002, escrito pela Casa Universal de Justiça)

[17]
Vida em Família

II – Relacionamento e Responsabilidades entre Pais e Filhos
Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh
39. É dever obrigatório dos pais educar seus filhos a serem firmes na fé, pois a criança que
se aparta da religião de Deus não agirá de modo a conquistar o agrado de seus pais e de seu
Senhor. Toda a ação louvável nasce da luz da religião, e faltando-lhe esta suprema bênção, a
criança não se afetará de nenhum mal, nem se aproximará de nenhum bem.
— Educação Bahá’í, p. 16.
40. E em outra Epístola estas palavras excelsas foram reveladas: Ó Muhammad! O Ancião
dos Dias volveu para ti a Sua face, fazendo menção de ti e exortando o povo de Deus a educar
as suas crianças. Se um pai negligenciar este importantíssimo mandamento estabelecido no
Kitáb-i-Aqdas pela Pena do Rei Eterno, ele será privado dos direitos da paternidade, e será
considerado culpado ante Deus. Feliz quem grava em seu coração as admoestações do Senhor,
e segura-se firmemente a elas. Deus, em verdade, ordena a seus servos aquilo que os haverá
de auxiliar e beneficiar, e que os capacitará a se aproximar d’Ele. Ele é o Ordenador, o Eterno.
— O Kitáb-i-Aqdas, p. 113.
41. Os frutos mais dignos da árvore da vida humana são a fidedignidade e a santidade, a
veracidade e a sinceridade; porém, maior do que tudo, após o reconhecimento da unidade de
Deus, louvado e glorificado seja Ele, é a consideração às prerrogativas que cabem aos pais de
cada um. Esse ensinamento foi mencionado em todos os Livros de Deus, e reafirmado pela
Pena Excelsa. Considerai aquilo que o Senhor Misericordioso revelou no Alcorão, glorificadas são as Suas palavras: “Adorai a Deus, não associeis a Ele nenhum igual ou semelhante; e
demonstrai bondade e caridade para com vossos pais...” Vede como a afeição e a benevolência
para com os próprios pais foi unida ao reconhecimento do Deus uno e verdadeiro! Felizes
aqueles dotados de verdadeira visão e entendimento, os que veem e percebem, que leem e
compreendem, e que observam o que Deus revelou nos Livros Sagrados do passado, e nesta
Epístola incomparável e maravilhosa.
— O Kitáb-i-Aqdas, pp. 113-4.
42. A Pena de Glória aconselha a todos a respeito da instrução e educação das crianças. Vêde
o que a Vontade de Deus revelou, quando chegamos na Cidade-Prisão, e o que anotou no Mais
Sagrado Livro.5 A todo pai se ordena que instruísse o filho e a filha na arte de ler e escrever
e em tudo o que se estabeleceu na Sagrada Epístola. De quem guarda o que lhe é ordenado,
os Membros da Casa de Justiça devem, então, tomar dele o que é exigido para sua instrução,
caso ele tenha recursos e, em caso contrário, cabe à Casa de Justiça. Verdadeiramente, Nós
a fizemos um amparo para os pobres e necessitados. Se alguém educar seu filho ou o filho
5	

O Kitáb-i-Aqdas

[18]
Vida em Família
de outros, é como se estivesse educado um filho Meu. Sobre ele esteja Minha Glória, Minha
Benevolência, Minha Misericórdia, as quais abrangeram o mundo.
— Epístolas de Bahá’u’lláh, pp. 141-2.
43. O que é de suprema importância para as crianças, o que deve preceder tudo o mais, é
ensinar-lhes a unidade de Deus e as Leis de Deus. Pois, sem isto, não se pode incutir o temor
a Deus, e, sem o temor a Deus, surgirão uma infinidade de ações odiosas e abomináveis, e
serão manifestados sentimentos que transgredirão todos os limites...
	
Os pais devem envidar todos os esforços para levar seus filhos a serem religiosos,
pois, se as crianças não atingirem este que é o maior de todos os ornamentos, não obedecerão a seus pais, o que, de certo modo, significa que não obedecerão a Deus. Com efeito, tais
crianças não terão consideração por ninguém e farão exatamente o que lhes aprouver.
— Educação Bahá’í, pp. 16-7.
44. Dize: Ó Meu povo! Honrai e homenageai vossos pais. Isto motivará bênçãos a caírem
sobre vós das nuvens da generosidade de vosso Senhor, o Exaltado, o Grande.
— Uma Onda de Ternura, p. 12.
45. Uma das características distintivas desta Dispensação suprema é que os pais daqueles que
reconheceram e abraçaram a verdade desta Revelação – e, em glória do Seu Nome, o Senhor
Soberano, sorveram o vinho seleto e lacrado do cálice do amor do Deus uno e verdadeiro – se
exteriormente não forem crentes, na hora de sua morte serão benevolamente investidos do
perdão divino e participarão do oceano de Sua misericórdia.
	
Esta graça, no entanto, será concedida somente àquelas almas que não tiverem infligido
qualquer dano Àquele que é a Verdade Soberana nem aos Seus amados. Assim foi ordenado
por Aquele que é o Senhor do Trono nas Alturas e o Governante deste mundo e do vindouro.
(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)
Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá
46. Ó vós dois, meus amados filhos! A notícia de vossa união, logo que chegou a mim, provocou infinita alegria e gratidão. Louvado seja Deus! Essas duas aves fiéis buscaram abrigo
em um só ninho. Suplico a Deus que os capacite a criar uma família nobre, pois a importância
do casamento está no criar uma família ricamente abençoada, para que, com toda a alegria,
possam iluminar o mundo, como velas. Porquanto a iluminação do mundo depende da existência do homem. Se o homem não existisse no mundo, este seria como árvore sem fruto. É
minha esperança que ambos vos torneis como uma só árvore e que, através das efusões da
nuvem da benevolência, possais adquirir frescor e encanto, florescer e dar frutos, para que
vossa linhagem perdure para sempre.
Sobre vós esteja a Glória do Mais Glorioso.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, pp. 107-8.
47. Se nenhum educador houvesse, todas as almas permaneceriam selvagens, e, não fosse o
professor, as crianças seriam criaturas ignorantes.
	
É por esta razão que, neste novo ciclo, a educação e a instrução estão inscritas no Livro

[19]
Vida em Família
de Deus como sendo obrigatórias, e não como voluntárias. Isto é, ao pai e à mãe impõe-se,
como um dever, envidar todos os esforços para dar instrução à filha e ao filho, para nutri-los
do seio do conhecimento e criá-los no regaço das ciências e das artes. Se negligenciarem esse
assunto, terão de prestar contas, e serão dignos de reprovação na presença do austero Senhor.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 114.
48. Deveríeis considerar de fundamental importância a questão do caráter virtuoso. Incumbe
a todo pai e toda mãe aconselhar os filhos durante um longo período, e guiá-los àquelas coisas
que conduzem à honra eterna.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 120.
49. As mães devem considerar prioritário tudo o que se relacione com a educação de crianças.
Devem fazer todo esforço nesse sentido, pois quando o ramo está verde e tenro ele crescerá
em qualquer direção na qual o orientardes. Cumpre às mães, portanto, criar seus pequenos do
mesmo modo como um jardineiro cultiva as plantas novinhas. Que elas, dia e noite, esforcemse para inculcar em seus filhos a fé e a certeza, o temor a Deus, o amor ao Bem-Amado dos
mundos, e todas as boas qualidades e características. Sempre que a mãe veja o filho proceder
bem, deve elogiá-lo e aplaudi-lo, e alegrar-lhe o coração; e se a menor característica indesejável
manifestar-se, deveria aconselhar o filho, e puni-lo usando métodos baseados na razão - até
mesmo através de leve reprimenda, caso isso seja necessário. Contudo, não é permissível
bater numa criança, nem insultá-la, pois o caráter da criança será totalmente deturpado se ela
for sujeitada a maus-tratos ou abuso verbal.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, pp. 112-3.
50. Enquanto as crianças estão ainda na infância, alimentai-as no seio da graça celestial, nutrias no berço de toda excelência, criai-as nos braços da bondade. Proporcionai-lhes a vantagem
de toda a espécie de conhecimento útil. Deixai-as partilhar de cada um dos novos, admiráveis
e maravilhosos ofícios e artes. Estimulai-as ao trabalho e ao empenho, e acostumai-as a dificuldades. Ensinai-as a dedicar as vidas para assuntos de grande importância e inspirai-as a
empreender estudos que beneficiem a humanidade.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 116.
51. Se tu mostrares bondade e consideração aos teus pais de modo que eles geralmente possam
estar contentes, isso igualmente Me agradará, pois os pais devem ser altamente respeitados e
é essencial que se sintam contentes, contanto que não te impeçam de obter acesso ao Limiar
do Todo-Poderoso, nem te impeçam de trilhar o caminho do Reino. Em verdade, incumbelhes encorajar e estimular-te nessa direção.
52. Acontece muitas vezes passarem pai e mãe pelas maiores provações e durezas por causa
dos filhos, e apenas estes chegam à idade adulta, os pais têm de partir para o outro mundo.
Raramente veem neste mundo a recompensa dos cuidados que dedicaram aos filhos. Estes, pois,
reconhecendo tais cuidados e sacrifícios, devem mostrar caridade e misericórdia e implorar
perdão para os pais. Assim, o amor e a bondade que vos foram dispensadas pelo vosso pai,
deveis retribuir, dando aos pobres em seu nome, rogando perdão e remissão de seus pecados
com a maior humildade, implorando para ele a suprema misericórdia.
— Respostas a Algumas Perguntas, p. 192.

[20]
Vida em Família
53. A respeito de tua pergunta, sobre consulta de um pai com seu filho, ou de um filho com
seu pai, em assuntos de negócio ou comércio: consulta é um dos elementos fundamentais do
alicerce da Lei de Deus. Esse tipo de consulta é seguramente aceitável, quer seja entre pai e
filho, ou com outros. Não há nada melhor que isso. O homem deve consultar sobre todos os
assuntos, porque isso o levará à origem de cada problema e o capacitará a encontrar a solução
correta.
— Uma Onda de Ternura, p. 25.
54. Ó querido de ‘Abdu’l-Bahá! Sê o filho de teu pai e sê o fruto dessa árvore. Sê um filho
nascido de sua alma e de seu coração, e não apenas da água e do barro. Um verdadeiro filho
é aquele que brotou da parte espiritual do homem. Peço a Deus que possas ser confirmado e
fortalecido em todos os tempos.
— Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 126.
55. O pai deve sempre se esforçar para educar seu filho e de familiarizá-lo com os ensinamentos
celestiais. Deve sempre aconselhar e exortá-lo, ensinar-lhe uma conduta e caráter louváveis,
capacitá-lo a receber treinamento escolar e de ser instruído em tais artes e ciências que sejam
consideradas úteis e necessárias. Em resumo, que instile em sua mente as virtudes e perfeições
do mundo da humanidade. Acima de tudo, deveria continuamente lembrá-lo de se recordar
de Deus, de modo que suas palpitantes veias e artérias possam pulsar com o amor de Deus.
	
O filho, por outro lado, deve demonstrar a máxima obediência para com seu pai, e
deveria comportar-se como um servo humilde e modesto. Dia e noite, deveria procurar diligentemente de garantir o conforto e o bem-estar de seu amoroso pai e de se assegurar de sua
boa-vontade. Deve esquecer-se de seu próprio descanso e prazer e constantemente se esforçar
para levar alegria aos corações de seu pai e de sua mãe, para que assim possa alcançar a boavontade do Todo-Poderoso e ser benevolamente ajudado pela hostes invisíveis.
— Uma Onda de Ternura, p. 26.
56. Entre as salvaguardas da Sagrada Fé está a educação das crianças, e isto encontra-se entre
os mais importantes princípios em todos os Ensinamentos Divinos. Assim, desde o primeiro
instante, as mães devem criar os seus filhos no berço da moralidade - pois são as mães os primeiros educadores - de tal forma que, quando chegar à maturidade, a criança venha a provar
que está dotada de todas as virtudes e qualidades dignas de louvor.
	
E mais, de acordo com os mandamentos Divinos, toda criança precisa aprender a ler
e escrever e deve adquirir conhecimento em tais áreas que sejam úteis e necessárias, bem
como aprender uma arte ou ofício. O maior cuidado deve ser dedicado a estes assuntos; não
é permissível nenhuma negligência, nenhuma falta de ação em relação a eles.
	
Observai quantas instituições penais, casas de detenções e locais de tortura estão prontos para receber os filhos dos homens, sendo o seu propósito impedi-los, através de medidas
punitivas, de praticar terríveis crimes ao passo que este próprio tormento e castigo apenas
aumenta a perversão e, por tais meios, o objetivo desejado não pode ser adequadamente
atingido.
	
Portanto, o indivíduo tem que ser de tal forma orientado, desde a sua infância, que
nunca seja levado a cometer um crime, mas, antes, dirija todas suas energias para a aquisição da virtude, e encare a própria prática de uma má ação como a mais severa de todas as
punições, considerando o ato pecaminoso em si como muito mais aflitivo do que qualquer

[21]
Vida em Família
sentença de prisão. Pois é possível treinar de tal forma o indivíduo que, embora o crime não
seja totalmente banido, será, contudo, muito raro.
	
A essência do que foi dito é esta: que a educação do caráter da humanidade é um dos
mais importantes mandamentos de Deus e que a influência de uma tal educação é idêntica à
que o sol exerce sobre a árvore e o fruto. As crianças têm de ser atentamente vigiadas, protegidas e educadas; nisto consiste a verdadeira paternidade e mercê dos pais.
	
Se assim não for, as crianças tornar-se-ão ervas daninhas crescendo sem controle e
transformar-se-ão na amaldiçoada Árvore Infernal,6 incapazes de diferençar o bem do mal,
não distinguido as mais altas qualidades humanas do que é mesquinho e vil; serão criadas na
vanglória e o Senhor Perdoador os abominará.
	
É por este motivo que toda a criança recém-nascida no jardim do amor celestial requer
a máxima educação e cuidado.
— Educação Bahá’í, p. 37-8.

Excertos de Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi
57. É, realmente, um caso muito desagradável quando pais e filhos diferem em alguns importantes assuntos da vida, tal como o casamento, porém a melhor maneira não é desrespeitar as
opiniões de cada um, nem discutir numa atmosfera carregada, mas em vez disto tentar chegar
a um acordo de modo amigável.
— Casamento Bahá’í, p. 28.
58. O Guardião também ficou muito feliz em saber que você foi abençoado com uma criança,
e ele está certo que sua presença há de contribuir para um maior bem-estar e felicidade de
vocês dois e para um maior enriquecimento de sua vida familiar bahá’í. Ele rezará para que,
sob seu amoroso cuidado e orientação, esta querida criança possa crescer de corpo, bem como
de espírito, e receba tal treinamento que posteriormente o capacite a sinceramente abraçar
esta Causa e servi-la. Esta é certamente sua mais sagrada obrigação como pais bahá’ís, e do
modo e do grau de seu cumprimento certamente dependerá o sucesso e a felicidade da sua
vida familiar.
(De uma carta, datada de 21 de julho de 1938 a um bahá’í)
59. Quanto às suas economias, o Guardião o aconselha a agir com moderação e, ao mesmo
tempo em que aprova seu desejo de contribuir generosamente à Causa, ele o insta a levar em
consideração seus deveres e responsabilidades para com seus pais, os quais, como você diz,
necessitam seu auxílio financeiro.
(De uma carta, datada de 10 de novembro de 1939 a um bahá’í)
60. A tarefa de criar uma criança bahá’í, como enfatizado repetidamente nos escritos bahá’ís, é
principal responsabilidade da mãe, cujo privilégio incomparável é, verdadeiramente o de criar
em seu lar condições tais como as que seriam conducentes tanto para o seu bem-estar material
e espiritual como para o seu progresso. O treinamento que uma criança inicialmente recebe
6	

O Zaqqúm, Alcorão 37:62, 44:43

[22]
Vida em Família
por intermédio de sua mãe constitui a mais rija fundação para o seu futuro desenvolvimento
e, portanto deve ser a preocupação preeminente de sua esposa... de doravante empenhar-se
em dar a seu filho recém-nascido um treinamento espiritual tal que venha a capacitá-lo mais
tarde a totalmente assumir e adequadamente se desincumbir de todas as responsabilidades e
deveres da vida bahá’í.
— Uma Onda de Ternura, p. 46.
61. Com referência ao assunto da educação das crianças:7 dada a ênfase posta por Bahá’u’lláh
e ‘Abdu’l-Bahá na necessidade de os pais educarem seus filhos enquanto ainda em tenra idade,
pareceria preferível que eles recebessem sua primeira instrução em casa, por intermédio da
mãe, ao invés de serem levadas para um jardim de infância. Se as circunstâncias, contudo,
forçarem uma mãe bahá’í a adotar esta última solução, não pode haver objeção alguma.
— Educação Bahá’í, p. 92.
62. A questão da instrução e educação das crianças, caso um dos pais seja um não-bahá’í, diz
respeito apenas aos próprios pais, que deveriam decidir sobre isto de maneira que acharem
melhor e mais conducente ao mantenimento da unidade da sua família, e ao futuro bem-estar
de seus filhos. Quando as crianças atingem a maioridade, contudo, devem receber completa
liberdade para escolher sua religião, não importando a vontade e os desejos de seus pais.
— Educação Bahá’í, p. 93.
63. Por profundas que sejam os laços familiares, devemos sempre lembrar que os laços espirituais são muito mais profundos; são perenes e sobrevivem à morte, enquanto que laços físicos,
a menos que apoiados por vínculos espirituais, estão confinados a esta vida. Deve fazer tudo
que estiver sem eu poder através da oração e do exemplo, para abrir os olhos de sua família
para a Fé Bahá’í, mas não se aflija demasiadamente em virtude de suas ações. Volva-se para
seus irmãos e irmãs bahá’ís que estão vivendo consigo na luz do Reino.
	
De fato, os amigos ainda aprenderam completamente a recorrer ao amor uns dos outros
para fortalecimento e consolo em tempo de necessidade. A Causa de Deus é dotada de tremendos poderes e a razão pela qual os crentes não obtêm mais dela é porque não aprenderam a
utilizar completamente estas poderosas forças de amor, firmeza e harmonia geradas pela Fé.
(De uma carta datada de 8 de maio de 1942 para um bahá’í; 1o Parágrafo em: Uma Onda de
Ternura, p. 49; segundo Parágrafo em: Viver a Vida, p. 20)
7	
	

A carta recebida pelo Guardião diz:

Surgiu outra questão referente à educação de crianças. Algumas de nós que estão
esperando bebês estamos pensando em colocar nossas crianças mais velhas (2 e meio a 3
anos) na... Escola Maternal que é uma excelente escola, conhecida em todo o país pelos seus
admiráveis métodos de orientar crianças, uma vez que achamos que durante alguns meses
seríamos mães inadequadas e porque na vizinhança faltam companheiros da mesma idade
para essas crianças. Parece que a grande dificuldade é que, de acordo com os Escritos, a mãe
é a mais importante instrutora até a criança chegar aos 6 ou 7 anos de idade. Naturalmente,
nós queremos fazer aquilo que é melhor apreciamos seu auxílio.

[23]
Vida em Família
64. Com respeito à declaração do Guardião de que pioneirismo está condicionado ao consentimento dos pais e que seria necessário que eles concordassem, perguntastes se esta regra
se aplica igualmente a filhos que são maiores de idade e àqueles que ainda não são maiores
de idade.
— Uma Onda de Ternura, p. 50.
65. Bahá’u’lláh declarou claramente que o consentimento de todos os pais vivos é exigido
para um casamento bahá’í. Isto tanto se aplica, se os pais são bahá’ís ou não-bahá’ís, divorciados a ano ou não. Ele estabeleceu esta grande lei para fortalecer a estrutura social, para
entrelaçar mais os vínculos do lar, para depositar uma certa gratidão e respeito nos corações
dos filhos para com aqueles que lhes deram a vida e enviaram suas almas na viagem eterna
em direção ao seu Criador. Nós bahá’ís, devemos compreender que na sociedade atual está
ocorrendo o processo exatamente oposto: pessoas jovens importam-se cada vez menos com
os desejos de seus pais, o divórcio é considerado um direito natural e obtido sob os pretextos
mais insignificantes, injustificáveis e indignos. As pessoas separadas, especialmente se uma
delas tem a custódia total dos filhos, estão muito dispostas a menosprezar a importância do
companheiro de casamento, também responsável, como um dos pais, por ter trazido estas
crianças a este mundo.
	
Os bahá’ís devem, através da rígida aderência às leis e ensinamentos bahá’ís, combater
estas forças corrosivas que estão tão rapidamente destruindo a vida em família e a beleza dos
relacionamentos familiares, e arrasando a estrutura moral da sociedade.
— Uma Onda de Ternura, pp. 54-5.
66. Até a idade de 15 anos, as crianças se encontram sob a direção de seus pais. Aos 15 anos,
elas podem declarar sua fé como uma convicção, e serem registradas como jovens bahá’ís,
sejam seus pais bahá’ís ou não. As crianças abaixo de 15 anos, de pais bahá’ís, que desejarem participar de reuniões e se unirem aos amigos como bahá’ís, podem fazê-lo. Se pais não
bahá’ís permitirem a uma criança menor de 15 anos participar de reuniões bahá’ís e de fato
ser bahá’í, isso é igualmente permissível.
(De uma carta, datada de 23 de julho de 1945, a uma Assembleia Espiritual Nacional)
67. Se a condição de saúde de seus pais é tal que sua presença é realmente necessária, então
não deveria deixá-los. Entretanto, se existe algum outro parente que poderia cuidar deles,
então poderia ajudar com o trabalho em... e ajudar os amigos a estabelecerem a Fé em bases
sólidas ali.
— Uma Onda de Ternura, p. 63.
Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome
68. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta de 23 de junho de 1977, na qual você expressa seu próprio desejo ardente, e de seu marido, de ver seus filhos crescerem como apoiadores ativos da Fé, e pergunta se, em vista das responsabilidades de pais bahá’ís no campo
de pioneirismo, os aparentes sofrimentos das crianças resultantes do comprometimento de
seus pais com o serviço da Causa serão de algum modo compensados. A Casa Universal de
Justiça nos pediu para lhe transmitir os seguintes pontos:

[24]
Vida em Família
Ao considerar este problema, é importante ter em mente a realidade da unidade familiar, e o papel das crianças nas suas atividades….
	
Deve-se entender, também, que uma criança, desde o início de sua vida é uma alma
consciente e pensante, um membro de sua família, com seus próprios deveres, e que de muitas maneiras é capaz de fazer seus próprios sacrifícios para a Fé. Sugere-se fazer as crianças
perceberem que lhes é concedido o privilégio e a oportunidade de participar das decisões
referentes aos serviços que seus pais podem oferecer, fazendo com que desse modo tomem
sua própria decisão de aceitar esses serviços com consequência para suas vidas. De fato, as
crianças devem ser levadas a perceber que o mais sincero desejo de seus pais é realizar tais
serviços com o apoio integral dos seus filhos.
(De uma carta, datada de 23 de agosto de 1977, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
69. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta, enviada em 19 de fevereiro de 1982, na
qual você expressa seu ardente desejo de cumprir suas responsabilidades como mãe para
guiar seus filhos corretamente e capacitá-los a se tornarem firmes apoiadores da Causa da
Abençoada Beleza. Fomos solicitados a lhe transmitir os seguintes pontos...
A Casa de Justiça compartilha de suas preocupações de que filhos vindos de lares de
pais bahá’ís devotados tenham deixado a Fé. Infelizmente houve casos em que pais serviram
a Causa em detrimento dos filhos e da unidade da família...
	
Nos escritos, há muitas alusões referentes à orientação que os pais devem dar aos seus
filhos. Talvez você tenha estudado a compilação Educação Bahá’í...
	
Essa compilação contém muitas referências à importância da unidade da família. Se
os filhos forem educados em lares em que a família é feliz e unida, que pensamentos e ações
são direcionados a assuntos espirituais e o progresso da Causa, há motivo de sobra para crer
que eles adquirirão qualidades celestiais e se tornarão defensores de Sua Causa.
	
Espera-se que o acima exposto possa lhe oferecer assistência e certeza e a capacite
a abordar os deveres de mãe com alegria e confiança. Na condição de pais, assim como em
tantos outros campos de empenho, podemos fazer o melhor possível, cientes de que inevitavelmente sairemos dos padrões de perfeição pelos quais nos esforçamos, mas confiantes de
que Deus ajudará aqueles que trabalham no caminho de Sua Fé, responderá às nossas preces
e sanará nossas deficiências.
(De uma carta, datada de 29 de março de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
70. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta, de 14 de setembro de 1982, referente ao
papel da Assembleia Espiritual Local em orientar pais e filhos nos padrões de conduta das
crianças nas reuniões comunitárias, tais como Festas de 19 Dias e celebração de Dias Sagrados.
	
…A Casa Universal de Justiça instruiu-nos a lhe dizer que as crianças devem ser treinadas a entender a importância espiritual das reuniões dos seguidores da Abençoada Beleza,
e prezar a honra e a graça de poder participar delas, quaisquer que sejam suas feições exteriores. Sabe-se que algumas celebrações bahá’ís são longas e é difícil que crianças pequenas
permaneçam quietas por tanto tempo. Em tais ocasiões talvez um dos pais tenha que perder
parte da reunião para cuidar das crianças. A Assembleia Espiritual também pode talvez ajudar
os pais a prover celebração para as crianças, adequada à sua capacidade, numa sala separada
durante parte da reunião da comunidade. Participar de toda a celebração dos adultos torna-

[25]
Vida em Família
se, portanto, um sinal de crescente maturidade e uma característica a ser alcançada por bom
comportamento.
	
De qualquer modo, a Casa de Justiça destaca que os pais são responsáveis pelos seus
filhos e devem zelar pelo seu comportamento quando participam de reuniões bahá’ís. Se as
crianças persistirem em perturbar, devem ser retiradas da reunião. Isso é necessário não somente para assegurar que a reunião bahá’í seja dignamente conduzida, mas é um aspecto do
treinamento das crianças para a cortesia, consideração pelos outros, reverência e obediência
aos seus pais.
(De uma carta, datada de 14 de outubro de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a uma Assembleia Espiritual Nacional)
71. Não foi encontrada qualquer elaboração detalhada nos Escritos a respeito dos temas incluídos na afirmação de ‘Abdu’l-Bahá que você citou na sua carta; a asserção deve ser considerada
no contexto da totalidade da Epístola da qual foi extraída.8 Ela dá ênfase aos requisitos para
o treinamento dos jovens desde sua mais tenra idade para capacitá-los a enfrentar os desafios
da vida adulta e contribuir para a preservação das normas de uma sociedade equilibrada e
progressista; e destaca as sérias consequências que normalmente se pode esperar se não for
dada a devida atenção a esses requisitos. Em uma sociedade perfeitamente regulada pelas
leis e ordenanças trazidas por Bahá’u’lláh, será mais fácil apreciar a estrutura na qual esses
requisitos produzirão seu máximo efeito.
	
Deve-se notar que a asserção de ‘Abdu’l-Bahá refere-se à tentativa feita por outros.
Não se refere aos esforços do próprio indivíduo de aprender e refinar seu próprio caráter.
Felizmente, nos nossos escritos sagrados existem as repetidas promessas das manifestações
da misericórdia de Deus que são acessíveis às almas errantes, e temos provas, fornecidas
pelas vidas dos heróis da Fé, bem como de pessoas comuns, do poder da fé em Deus na
transformação do caráter. Como sabe, um dos principais objetivos da vinda do Manifestante
de Deus é transformar o caráter dos indivíduos e, através deles, o caráter da sociedade como
um todo. Assim Ele decreta leis e ordenanças que propiciam tão ampla mudança; o objetivo
ideal é adquirido gradativamente através do esforço individual, tentativa e erro e, acima de
tudo, constância na fé em Deus.
(De uma carta, datada de 4 de junho de 1984, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
72. Com relação a sua pergunta se as mulheres devem trabalhar fora do lar, é útil considerar
a questão dentro da perspectiva do conceito de família bahá’í. Este conceito é baseado no
princípio que o homem é o responsável primário pelo sustento financeiro da família e que
a mulher é a principal e primeira educadora das crianças. Isto não implica de modo algum
que estas funções são rigidamente fixas e não possam ser mudadas e ajustadas para convir
situações particulares da família, nem significa que o lugar da mulher é confinado ao lar. De
preferência, enquanto a responsabilidade primária é designada, antecipa-se que os pais terão
um papel significativo na educação de seus filhos e as mulheres também possam ser o arrimo
8	
A afirmação de ‘Abdu’l-Bahá é a seguinte: É extremamente difícil ensinar o indivíduo e refinar seu caráter uma vez passada a puberdade. Ver Seleção dos Escritos de
‘Abdu’l-Bahá, p. 123.

[26]
Vida em Família
da família. Como corretamente indicou, ‘Abdu’l-Bahá encorajou as mulheres a “participarem
completa e igualmente nos assuntos do mundo”.
	
Relacionado às suas perguntas específicas, uma decisão concernente ao tempo que a
mãe pode passar trabalhando fora do lar depende das circunstâncias que existam dentro do
lar, que podem variar de tempos em tempos. Consulta dentro da família irá ajudar a fornecer
as respostas.
— Mulher, p. 53.
73. O buscador a que você se refere, parece ter interpretado erroneamente os ensinamentos
bahá’ís acerca da responsabilidade dos pais na educação de seus filhos. O pai, certamente
tem um importante papel a desempenhar. No próprio Kitáb-i-Aqdas, Bahá’u’lláh revelou:
“A todo o pai se ordenou a instrução do filho e da filha na arte de ler e escrever, e em tudo que se encontra registrado na Santa Epístola.... Quem cria o
seu próprio filho, ou o filho de outrem, é como se criasse um filho Meu; sobre
ele repousem Minha glória, Minha ternura e Minha mercê, que envolveram o
mundo inteiro.” (Kitab-i-Aqdas, p. 31)
	
A grande importância atribuída ao papel da mãe provém do fato de que ela é a primeira
educadora da criança. Sua atitude, suas orações, até mesmo o que a mãe come e a condição
física tem grande influência na criança quando ainda no ventre. Quando a criança nasce, é a
mãe que foi dotada por Deus com o leite que é o primeiro alimento designado ao bebê, e é
tencionado que, se possível, ela deva estar com o bebê para treinar e nutri-lo durante os primeiros dias e meses. Isto não significa que o pai também não ame, reze, e cuide de seu bebê,
mas como ele tem a responsabilidade primária de prover a família, seu tempo para ficar com
o bebê é normalmente limitado. Normalmente, a mãe está intimamente associada ao bebê
durante este intenso período formativo no qual ele está crescendo e se desenvolvendo mais
rapidamente do que durante o resto de sua vida. Quando a criança fica maior e mais independente, a natureza relativa do relacionamento com sua mãe e seu pai se modifica e o pai pode
desempenhar um papel maior.
	
Talvez seja útil frisar... que o princípio bahá’í de igualdade dos homens e das mulheres
é claramente afirmado nos ensinamentos, e o fato de que exista diversidade de função entre
eles em certas áreas, não nega este princípio.
(De uma carta data de 23 de agosto de 1984 escrita em nome da Casa Universal de Justiça
para dois bahá’ís; textos citados em: Mulher, p. 54 e p. 25)
74. A Casa de Justiça reconhece perfeitamente o sofrimento de muitas mulheres que, como
mães solteiras, assumem a total responsabilidade pela criação e sustento de seus filhos. O
objetivo da Fé Bahá’í é efetuar uma transformação fundamental na própria base dos relacionamentos humanos e a aceitação de princípios vitais como a equidade do homem e da mulher;
em consequência disso, a estabilidade do casamento aumentará e haverá um decréscimo
drástico nas condições que propiciam colapso nos casamentos. Para alcançar este objetivo
mais rapidamente, a comunidade bahá’í deve continuar a atrair os poderes espirituais indispensáveis ao sucesso; isso requer estrita adesão aos princípios estabelecidos nos ensinamentos
bahá’ís, com a certeza de que a sabedoria subjacente a esses escritos se tornará gradualmente
manifesta para a generalidade da humanidade.
(De uma carta, datada de 11 de janeiro de 1988, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)

[27]
Vida em Família
75. Os assuntos que você levantou9 são melhor considerados à luz dos ensinamentos bahá’ís
sobre relacionamentos na família. Deve haver um espírito de respeito mútuo e consideração
entre os pais e os filhos, no qual os filhos buscam o conselho e orientação dos pais, e estes
propiciam capacitação e educação aos filhos. O fruto desse relacionamento é que as crianças
crescem e alcançam a maturidade com seus poderes de análise e julgamento mais aprimorados, de forma a poderem dirigir o curso de suas vidas de uma forma que leve ao seu melhor
bem-estar.
	
No contexto deste respeito mútuo, os pais são convocados a mostrar sabedoria e discrição quando seus filhos estão criando amizades que possam, por fim, levá-los ao casamento.
Precisam considerar atentamente as circunstâncias sob as quais alguns conselhos devam ser
dados e as condições em que suas intervenções possam ser interpretadas como interferência.
	
Por sua vez, os filhos devem reconhecer que seus pais estão profundamente interessados em seu bem-estar e que os pontos de vista dos pais merecem respeito e cuidadosa
consideração.
	
Como é de seu conhecimento, a escolha inicial do(a) parceiro(a) do casamento é feita
pelos dois interessados em se casarem, e o consentimento dos pais vivos é então solicitado,
sendo uma exigência formal para a realização do casamento.
	
Neste sentido, como em todos os aspectos das relações humanas, a consulta é de grande
valia para a solução de dúvidas e desentendimentos e para todos os envolvidos chegarem à
conclusão de qual seja o melhor curso de conduta à luz dos ensinamentos bahá’ís
— Casamento Bahá’í, pp. 137-8.
76. Embora o papel da mãe na criação dos filhos seja realmente muito importante, sentimos
que é crucial não subestimar a importância da responsabilidade que os Escritos dão ao pai
nesse sentido. Atualmente há uma tendência de os pais abandonarem a educação dos filhos às
suas mães numa medida completamente sem justificativa, e não desejamos dar a impressão
de que os ensinamentos bahá’ís confirmam tal atitude.
(De um memorando, datado de 28 de fevereiro de 1989, escrito pela Casa Universal de Justiça)
77. Ensinar a Causa é, sem dúvida, o mais meritório de todos os atos, e os amigos são duplamente abençoados quando combinam o ensino com o pioneirismo. Atender às necessidades
da família também é de máxima importância espiritual, e não é permissível ignorar o desenvolvimento da família de modo a servir à Fé de uma maneira individual. O ensino da Fé e as
necessidades da família devem ser considerados ambos ao mesmo nível de serviço a Deus,
porém, as condições específicas de cada família determinam quanta atenção cada um deve
receber. É inevitável que filhos de pioneiros tenham de participar dos sacrifícios de seus pais
quando esses se transferem para um posto no exterior, assim como os filhos de Bahá’u’lláh
e ‘Abdu’l-Bahá compartilharam Seus sacrifícios. Mas não se deve esquecer que as crianças
também participam das bênçãos e recompensas do pioneirismo.
(De uma carta, datada de 8 de fevereiro de 1990, escrita em nome da Casa Universal de
Justiça a um bahá’í)
78. Você levantou diversas questões sobre o modo de tratar as crianças. Nos Escritos Bahá’ís
está claro que um componente vital da educação das crianças é o exercício da disciplina. Numa
9	

A respeito do consentimento dos pais.

[28]
Vida em Família
carta escrita em nome de Shoghi Effendi sobre a educação das crianças, ele diz:
	 “Algum tipo de disciplina, seja física, moral ou intelectual, é deveras indispensável e nenhum treinamento pode ser considerado completo e proveitoso
se negligenciar esse elemento. A criança, ao nascer, está longe de ser perfeita.
Ela é não somente impotente, mas realmente imperfeita, e inclusive naturalmente inclinada para o mal. Ela deve ser treinada, suas inclinações naturais
harmonizadas, ajustadas e controladas e, se necessário, suprimidas e reguladas,
de modo a lhe assegurar desenvolvimento físico e moral sadio. Pais bahá’ís
não podem simplesmente adotar uma atitude de não resistência em relação a
seus filhos, especialmente aquelas que são rebeldes e violentas por natureza.
Nem sequer é suficiente que orem por eles. Devem, ao invés, esforçar-se em
inculcar suave e pacientemente em suas mentes jovens aqueles princípios e
ensinamentos da Causa com um zelo tão delicado e amoroso que as capacite
a se tornarem “verdadeiros filhos de Deus” e se transformarem em cidadãos
leais e inteligentes de Seu Reino...”
	
Embora a disciplina física das crianças seja uma parte aceitável de sua educação e
treinamento, tais ações devem ser realizadas “gentil e pacientemente” e com “zelo amoroso”,
completamente afastadas da fúria e violência com que as crianças são surradas e maltratadas
em algumas partes do mundo. Tratar as crianças de um modo tão repugnante é negar-lhes os
direitos humanos e trair a confiança que o fraco deve ter no forte dentro de uma comunidade
bahá’í.
	
É difícil imaginar perversão mais repreensível da conduta humana que o abuso sexual de crianças, cuja forma mais degradante é o incesto. Numa época em que a condição da
humanidade é tal que, segundo as palavras do Guardião, “A perversão da natureza humana,
a degradação da conduta humana, a corrupção e a dissolução das instituições humanas,
revelam-se... em seus piores e mais revoltantes aspectos”, e “a voz da consciência humana é
calada” e “ o senso de decência e vergonha é obscurecido”, as instituições bahá’ís devem ser
firmes e vigilantes em seu comprometimento com a proteção das crianças confiadas ao seu
cuidado, e não devem permitir que ameaças ou situações de conveniência os desviem de sua
responsabilidade. Estando um dos pais ciente de que seu cônjuge esteja submetendo um filho
a abuso sexual, não pode permanecer calado, mas deve tomar todas as medidas necessárias,
com a ajuda da Assembleia Espiritual ou autoridades civis, se necessário, para pôr um fim
imediato a uma conduta de tamanha imoralidade, e propiciar cura e terapia.
	
Bahá’u’lláh deu grande ênfase aos deveres dos pais para com seus filhos, e urgiu os
filhos a manterem seus corações gratos aos seus pais, cujo agrado devem procurar conquistar
como meio para agradar a Deus. No entanto, Ele deu a entender que em certas circunstâncias,
como consequência de seus atos, os pais podem ser privados de seu direito à paternidade. A
Casa Universal de Justiça tem o direito de legislar sobre este assunto. Para o momento atual,
ela decidiu que devem ser reportados a ela todos os casos em que a conduta ou o caráter de um
dos pais se apresente indigno de direitos parentais como o de dar consentimento a casamentos.
Tais questões podem surgir se, por exemplo, um dos pais tiver cometido incesto, ou se o filho
tiver sido concebido em consequência de estupro, e também, se um dos pais conscientemente
deixa de proteger o filho de flagrante abuso sexual.
(De uma carta, datada de 24 de janeiro de 1993, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)

[29]
Vida em Família

79. … Embora as crianças bahá’ís não herdem automaticamente a Fé de seus pais, os pais
são responsáveis pela educação e o bem-estar espiritual de seus filhos. Pais bahá’ís devem,
portanto, esforçar-se para transmitir aos filhos, desde a mais tenra idade, a consciência de
Deus e o amor a Ele, e devem se empenhar em orientá-los a uma devotada obediência às
exortações, ordenanças e leis de Bahá’u’lláh. Dentre elas temos o reconhecimento e o amor
a todos os Manifestantes de Deus, associação aos seguidores de todas as religiões, amizade
para com todos os seres humanos, e a importância da investigação independente da verdade.
É natural, entretanto, se dirigir às crianças de bahá’ís como bahá’ís, a não ser que se haja
razão para concluir o contrário. Com tal base de conhecimento e entendimento, toda criança
estará melhor equipada para pensar com clareza e julgar por si mesma quanto ao rumo que
deve tomar ao chegar à maturidade ou na sua vida adulta.
(De uma carta, datada de 26 de janeiro de 1994, escrita em nome da Casa Universal de Justiça
a um bahá’í)
80. Há muitas passagens nos Escritos Sagrados que enfatizam a importância da unidade na
família, e a grande responsabilidade dos filhos perante seus pais e dos pais perante seus filhos.
Com relação a isso, os bahá’ís são realmente chamados a serem obedientes a seus pais...
	
Entretanto, um dos mais importantes princípios da Fé é o da moderação em todas
as coisas. Até mesmo virtudes, se levadas ao excesso e não equilibradas por outras virtudes
complementares, podem causar imensos danos. Por exemplo, não se deve esperar que uma
criança obedeça as instruções de um dos pais de cometer um pecado. Há, ainda, o perigo de
engrandecer uma lei, isolando-a, seja dos princípios fundamentais subjacentes a ela, ou de
outras leis. Conforme explicado por ‘Abdu’l-Bahá, a unidade da família é de importância
decisiva, mas deve ser equilibrada pelos direitos de cada membro da família:
	

“De acordo com os ensinamentos de Bahá’u’lláh, a família, sendo uma
unidade humana, deve ser educada de acordo com as regras de santidade.
Todas as virtudes devem ser ensinadas à família. A integridade dos laços
de família deve ser constantemente levado em consideração, e os direitos
de cada um de seus membros não devem ser transgredidos. Os direitos do
filho, do pai, da mãe - nenhum pode ser transgredido, nenhum deve ser
arbitrário. Assim como o filho tem certas obrigações para com seu pai, do
mesmo modo o pai tem certas obrigações para com seu filho. A mãe, a irmã
e outros membros da família têm certas prerrogativas. Todos esses direitos
e prerrogativas devem ser preservados e a unidade da família, mantida. A
ofensa de um deve ser considerada ofensa de todos; o conforto de cada um,
o conforto de todos; a honra de um, a honra de todos.” (A Promulgação da
Paz Universal, p. 207)

	
Outro princípio fundamental que deve influenciar o bahá’í na abordagem dos requisitos
de ser obediente aos pais é a exortação de consultar sobre todas as coisas. Segundo ‘Abdu’lBahá, “a consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de Deus.” Se, através
de consulta, um filho e o pai puderem aprofundar seu entendimento dos pontos de vista um
do outro e alcançar unidade de pensamento e propósito, os conflitos a respeito de obediência
podem ser superados.

[30]
Vida em Família
	
Com respeito à sua discussão sobre a relação entre obediência aos pais, de um lado, e a
auto-expressão individual, liberdade e crescimento espiritual, do outro, a Casa Universal de
Justiça sugere um entendimento alternativo para sua consideração. Embora individualmente
as pessoas sejam responsáveis pelos seus próprios atos e seu desenvolvimento espiritual, os
indivíduos não existem isoladamente, mas são partes de famílias e comunidades. Decidir
renunciar desejos pessoais em favor dos pais – ou de instituições da Fé, autoridades civis, ou
da lei correspondente – representa uma expressão do livre arbítrio, não uma diminuição do
mesmo. Ao optar por obedecer, a criança pode contribuir para a unidade da família e desse
modo promover a Causa de Deus.
(De uma carta, datada de 24 de setembro de 1997, escrita em nome da Casa Universal de
Justiça a um bahá’í)
81. Nossas crianças precisam ser espiritualmente nutridas e integradas à vida da Causa. Não
devem ser deixadas à força das circunstâncias num mundo tão cheio de perigos morais. Na
atual condição da sociedade, as crianças enfrentam uma sorte cruel. Milhões e milhões em
tantos e tantos países são socialmente deslocadas. As crianças se encontram negligenciadas
por pais e outros adultos, estejam em condições de riqueza ou de pobreza. Tal alienação tem
suas raízes num egocentrismo nascido do materialismo, que se encontra no cerne da descrença
que domina os corações das pessoas em todos os lugares. O desajuste social das crianças no
nosso tempo é uma marca indubitável de uma sociedade em declínio; no entanto, esta condição
não se confina a uma determinada raça, classe, nação ou condição econômica – ela passa por
todas elas. Ficamos angustiados em perceber que em tantas partes do mundo as crianças são
usadas como soldados, exploradas como operários, vendidas praticamente como escravas,
forçadas à prostituição, tornadas objetos de pornografia, abandonadas por pais centrados em
seus próprios desejos, e submetidas a outras formas de opressão demasiado numerosas para
mencionar. Muitos de tais horrores são infligidos pelos pais aos seus próprios filhos. O dano
espiritual e psicológico desafia avaliação. Nossa comunidade de âmbito mundial não pode se
alienar às consequências dessa situação. Essa percepção deve impulsionar a todos nós para
um esforço urgente e sustentado em favor das crianças e do futuro...
	
As crianças são o tesouro mais precioso que uma comunidade pode possuir, pois nelas
está a promessa e a garantia do futuro. Eles carregam as sementes do caráter da sociedade futura
que é amplamente moldada por aquilo que os adultos que constituem a comunidade fazem
ou deixam de fazer em relação às crianças. São uma incumbência que nenhuma comunidade
pode negligenciar com impunidade. Um amor todo-abrangente pelas crianças, a maneira de
tratá-las, a qualidade da atenção que lhes é mostrada, o espírito do comportamento adulto
para com elas – estão entre os aspectos vitais da atitude necessária. O amor exige disciplina,
coragem de acostumar as crianças às dificuldades, não ser indulgente com seus caprichos,
nem abandoná-las inteiramente à sua própria sorte. É necessário manter uma atmosfera em
que as crianças sintam que pertencem à comunidade e compartilham de seus objetivos. Elas
devem ser amorosas, mas constantemente orientadas a viver de acordo com padrões bahá’ís,
estudar e ensinar a Causa de modo adequado às suas circunstâncias...
	
E agora desejamos dirigir algumas palavras aos pais, que têm a responsabilidade primária
de criar seus filhos. Nós lhes apelamos para darem constante atenção à educação espiritual
de seus filhos. Parece que alguns pais pensam que esta é uma responsabilidade exclusiva da
comunidade; outros creem que a fim de preservar a independência das crianças na investigação
da verdade, não se deve ensinar-lhes a Fé. Há ainda outros que se sentem inadequados para tal

[31]
Vida em Família
dever. Nenhuma dessas atitudes é correta. O amado Mestre disse: “ao pai e à mãe impõe-se,
como um dever, envidar todos os esforços para dar instrução à filha e ao filho”, acrescentando
que “se negligenciarem esse assunto, terão de prestar contas, e serão dignos de reprovação
na presença do austero Senhor.” Independentemente de seu nível de educação, os pais estão
numa posição decisiva para moldar o desenvolvimento espiritual de seus filhos. Jamais devem
subestimar sua capacidade de formar o caráter moral de seus filhos. Pois eles exercem uma
influência necessária através do ambiente familiar que conscientemente criam por seu amor
a Deus, seus esforços para aderir às Suas leis, seu espírito de serviço à Sua Causa, sua falta
de fanatismo e por estarem livres dos corrosivos efeitos da calúnia. Todo pai ou mãe que crê
na Abençoada Beleza tem a responsabilidade de comportar-se de modo a eliciar a obediência
espontânea aos pais, aos quais os Ensinamentos atribuem tão grande valor. Certamente, além
dos esforços feitos em casa, os pais devem apoiar as aulas bahá’ís para crianças providenciadas
pela comunidade. Deve-se ter em mente, ainda, que as crianças vivem num mundo que os
informa da dura realidade através de experiência direta dos horrores já descritos ou através
das inevitáveis transmissões da mídia. Desse modo, muitas delas são forçadas a amadurecer
precocemente, e entre elas há as que procuram padrões e uma disciplina pelos quais possam
orientar suas vidas. Em contraste com esse sombrio cenário de uma sociedade decadente, as
crianças bahá’ís devem resplandecer como emblemas de um futuro melhor.
(Da Mensagem do Ridván de 2000 da Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo)

[32]
Vida em Família

III – Intensificando a Vida Familiar
Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh
82. Abençoada é a casa que alcançou a Minha carinhosa mercê, onde Minha recordação é
celebrada, e que é enobrecida pela presença de Meus amados, que proclamaram Meu Louvor,
se seguraram firmemente à corda de Minha graça e foram honrados por entoarem Meus versos.
Verdadeiramente, são eles os enaltecidos servos, aos quais Deus louvou no Qayyúmu’l-Asmá
e em outras escrituras. Verdadeiramente, Ele é O que tudo ouve, O que responde, Aquele que
percebe todas as coisas.
— Uma Onda de Ternura, p. 10.
83. O começo da magnanimidade é quando o homem despende seus recursos para si próprio,
sua família e os pobres entre seus irmãos de Fé.
	
A essência da riqueza é o amor a Mim; quem Me ama é o possuidor de todas as coisas
e quem não Me ama é, em verdade, dos pobres e necessitados. Eis o que o Dedo da Glória e
do Esplendor tem revelado.
— Epístolas de Bahá’u’lláh, p. 174.
84. Não pode haver dúvida alguma de que tudo quanto foi revelado pela Pena Toda-Gloriosa,
tanto determinações quanto proibições, confere benefícios aos próprios crentes. Por exemplo,
entre os mandamentos está aquele do Huqúqu’lláh. Se as pessoas alcançarem o privilégio de
pagar o Huqúq, o Deus Uno e Verdadeiro, exaltada seja Sua glória, irá certamente conferirlhes bênçãos. Ademais, tal pagamento os capacitará, e a seus descendentes, a se beneficiarem
de suas posses. Como fazes menção, grandes porções das riquezas das pessoas estão perdidas
para elas, quando Deus faz com que estranhos – ou herdeiros, em comparação com os quais
estranhos teriam sido preferíveis – apoderem-se de suas posses.
	
A sabedoria perfeita de Deus está muito além de qualquer descrição ou menção adequada. Em verdade, as pessoas veem com seus próprios olhos e ainda assim negam; estão
cônscias, no entanto fingem não ter conhecimento. Tivessem observado a determinação de
Deus, teriam alcançado o bem deste mundo e do vindouro.
— Huqúqu’lláh: O Direito de Deus, p. 36.

Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá
85. Suplico a Deus, de benevolamente fazer de teu lar um centro para a difusão da luz de guia
divina, para a disseminação das Palavras de Deus, e para acender em todos os momentos o
fogo do amor nos corações de Seus fiéis servos e servas. Sabe tu, com certeza, que cada casa,

[33]
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  • 1. SELEÇÃO DE ESCRITOS BAHÁ’ÍS VIDA EM FAMÍLIA Uma compilação preparada pela Casa Universal de Justiça
  • 2. Vida em Família Termo de Uso do © Copyleft Ao adquirir este livro em versão eletrônica, você aceita a seguir os seguintes termos e condições dos nossos procedimentos privados. A Editora Bahá’í do Brasil pode revisar o Termo de Uso a qualquer tempo sem aviso prévio. Você tem permissão de fazer e usar livremente cópias deste livro eletrônico e de qualquer informação dos textos contidos neste documento/livro incluindo: imprimir, postar eletronicamente ou por correio, copiar, fazer download, transmitir e disponibilizar parte ou a totalidade de seu conteúdo seguindo as orientações abaixo: 1. 2. 3. A informação de nosso Copyright ou Copyleft deve estar anexa ao conteúdo; O conteúdo não pode ser modificado ou alterado em qualquer forma, a não ser para mudar o tipo de fonte (letra) ou o lay-out (aparência); O conteúdo somente pode ser utilizado para propósitos não-comerciais. Apesar deste anúncio permitir a reprodução do conteúdo livremente, sem qualquer permissão especial, a Editora Bahá’í do Brasil retém completa proteção do direito autoral (Copyright) sobre esta obra, a qual é aplicada a lei internacional e nacional. Para obter permissão para publicar, transmitir, expor ou outra forma de uso deste conteúdo para qualquer fim comercial, por favor contatar: administrativo@editorabahaibrasil.com.br. © 2010 copyleft Todos os direitos em português reservados para: EDITORA BAHÁ’Í DO BRASIL Caixa Postal 1085 13800-973 Mogi Mirim SP www.editorabahaibrasil.com.br Título original em inglês: Family Life Compilado pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça Tradução por Bijan Ardjomand, salvo textos já publicados anteriormente. ISBN: 978-85-320-0210-5 1a Edição: 1986 (publicado sob o título: Uma Onda de Ternura) 2a Edição: 2010 (versão eletrônica) Caso for imprimir o livro utilizar papel A4: 210 x 297 mm. [2]
  • 3. Vida em Família Sumário I – Preservação dos Laços entre Marido e Esposa 4 II – Relacionamento e Responsabilidades entre Pais e Filhos 18 III – Intensificando a Vida Familiar 33 Bibliografia 43 Observai quão facilmente uma família onde reina a unidade conduz seus afazeres: como progridem seus membros, como prosperam no mundo! Seus negócios vão bem, desfrutam de conforto, tranquilidade e segurança, sua posição está garantida e chegam a ser invejados por todos. Tal família, dia a dia, só se engrandece e se eleva em honra duradoura.” ‘Abdu’l-Bahá [3]
  • 4. Vida em Família I – Preservação dos Laços entre o Marido e a Esposa Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh 1. E quando desejou manifestar graça e benefício aos homens, e trazer ordem ao mundo, revelou Ele observâncias e criou leis. Entre estas, estabeleceu a lei do matrimônio como fortaleza para o bem-estar e salvação, e nos exortou a observá-la, segundo a revelação do céu da santidade inscrita em Seu Mais Sagrado Livro. Diz Ele – e grande é Sua glória: “Casai-vos para que apareça de vós quem se lembre de Mim entre Meus servos; este é um de Meus mandamentos a vós; obedecei-o, em vosso próprio benefício.” — Orações Bahá’ís, pp. 52-3. 2. Casai-vos, ó povo, para que apareça de vós quem faça menção de Mim entre os Meus servos. Este é o Meu mandamento a vós; observai-o com firmeza para o vosso próprio bem. — O Kitáb-i-Aqdas, K63, p. 34. 3. Todos devem saber, e neste sentido alcançar os esplendores do sol da certeza e serem assim iluminados: a mulher e o homem têm sido e sempre serão iguais aos olhos de Deus. O Alvorecer da Luz de Deus derrama sua radiância sobre todos com o mesmo resplendor. Verdadeiramente, Deus criou a mulher para o homem, e o homem para a mulher. Os mais amados dos seres humanos são os que são mais constantes e aqueles que superaram outros em seu amor a Deus, exaltada seja Sua glória. — Mulher, p. 42. 4. O começo da magnanimidade é quando o homem despende seus recursos para si próprio, sua família e os pobres entre seus irmãos de Fé. — Epístolas de Bahá’u’lláh, p. 174. Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá 5. O casamento bahá’í é o compromisso recíproco das duas partes, e sua ligação mútua de coração e mente. Cada um deve, porém, exercer o máximo cuidado para familiarizar-se totalmente com o caráter do outro, para que o firme convênio entre eles seja um laço que dure para sempre. Seu propósito deve ser este: tornarem-se amorosos companheiros e camaradas, unidos um ao outro por todo o sempre.... O verdadeiro casamento de bahá’ís é este: que o marido e a mulher estejam unidos física e espiritualmente, que sempre melhorem a vida espiritual um do outro, e que desfrutem de unidade sempiterna em todos os mundos de Deus. É este o casamento bahá’í. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 106 [4]
  • 5. Vida em Família 6. O matrimônio, entre a generalidade do povo, é um laço físico, e essa união só pode ser temporária, pois está predestinada à separação física no final. Entre o povo de Bahá, porém, o casamento deve ser união tanto física quanto espiritual, pois aqui ambos os cônjuges estão extasiados com o mesmo vinho, enamorados pela mesma Face incomparável; ambos vivem através do mesmo espírito, através deles movem, e são iluminados pela mesma glória. Essa relação entre eles é espiritual e, portanto, é laço que permanecerá para todo o sempre. Da mesma forma, no mundo físico, desfrutam de laços fortes e duráveis, pois, se o casamento é baseado tanto no espírito como no corpo, essa é uma união verdadeira e por isso haverá de durar. Entretanto, se o laço for apenas físico, e nada mais, é certo que será só temporário, tão somente, e deverá inexoravelmente terminar em separação. Portanto, quando o povo de Bahá tenciona casar, a união deve ser uma relação verdadeira, uma aproximação espiritual bem como física, de modo que através de todas as fases da vida, e em todos os mundos de Deus, sua união perdurará; porque essa verdadeira unidade é uma centelha do amor de Deus. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 105. 7. Ó vós dois, crentes em Deus! O Senhor - incomparável é Ele - fez a mulher e o homem para viverem unidos na mais íntima associação, e serem como uma só alma. São dois esteios mútuos, dois amigos íntimos que deveriam atentar para o bem-estar um do outro. Se desse modo viverem, passarão por este mundo com perfeito contentamento, êxtase, e paz interior, e tornar-se-ão objeto do favor e da graça divina no Reino do céu. Se, porém agirem de outro modo, passarão a vida em grande amargura, desejando a todo o momento a morte, e ficarão envergonhados no reino celestial. Esforçai-vos, portanto, de coração e alma, por permanecerdes juntos assim como dois pombos no ninho, pois isso é ser abençoado em ambos os mundos. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 110. 8. Em resumo, as bases do Reino de Deus estão alicerçadas na harmonia e amor, unicidade, afinidade e união, e não sobre divergências, especialmente entre o esposo e a esposa. Se um destes dois se torna a causa de divórcio, este, inquestionavelmente, cairá em grandes dificuldades, se tornará a vítima de formidáveis calamidades e sentirá grande remorso. — Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 5. 9. Criar uma família é sumamente importante para o homem. Enquanto é jovem, devido à auto-complacência juvenil, não se dá conta de seu significado, mas isso será uma fonte de arrependimento quando envelhecer... Nesta gloriosa Causa, a vida de um casal deveria assemelhar-se à vida dos anjos no céu - uma vida cheia de alegria e delícia espiritual, uma vida de unidade e concórdia, uma amizade tanto mental como física. O lar deve ser ordeiro e bem organizado. Suas ideias e pensamentos devem como raios do sol da verdade e a radiância das brilhantes estrelas do céu. Como dois pássaros, devem trinar melodias sobre os ramos da árvore da camaradagem e harmonia. Devem sempre estar exultantes de alegria e contentamento e serem uma fonte de felicidade para os corações dos outros. Devem ser um exemplo para os outros homens, manifestar verdadeiro e sincero amor um pelo outro e educar seus filhos de tal maneira, que proclame a fama e glória de sua família. — Uma Onda de Ternura, p. 34. [5]
  • 6. Vida em Família 10. ... quanto mais distante for a consanguinidade entre o casal melhor, pois tais matrimônios provêm a base para o bem-estar físico da humanidade e promovem a camaradagem entre os povos. — ‘Abdu’l-Bahá citado em O Kitáb-i-Aqdas, pp. 185-6. 11. A sabedoria divina decretou que parceiros para o casamento devem ser de origens distantes. Isto é, quanto mais distante for o parentesco entre marido e esposa, mais forte, mais bela e mais saudável será sua prole. (De uma Epístola traduzida do árabe e persa para o inglês) 12. Certamente, todos devem ser hoje chamados ao amor, unidade e benevolência; à integridade, amizade, companheirismo e adoração a Deus. Espero que você e seu querido esposo continuem a servir com todo espírito de fragrância e que neste mundo permaneçam duas velas radiantes e no horizonte eterno resplandeçam como duas estrelas brilhantes. (De uma Epístola traduzida do persa para o inglês) 13. Quanto a teu honrado esposo: incumbe a ti tratá-lo com grande bondade, levar em conta seus desejos, e ter para com ele uma atitude conciliatória em todos os momentos - até que ele veja que, porque te dirigiste ao Reino de Deus, tua ternura para com ele e teu amor a Deus têm aumentado, bem como tua consideração por seus desejos em todas as circunstâncias. Imploro ao Todo-Poderoso que te mantenha firmemente dedicada ao Seu amor, e sempre ocupada em difundir os doces sopros de santidade por todas essas regiões. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 109. 14. Ó serva de Deus! Sua certa chegou. Seu querido esposo deseja completar sua educação e você está ansiosa para ir à África. Ora, vocês devem consultar um com o outro, deliberar com o máximo amor e chegar a uma decisão sensata, e serem completamente unidos, pois marido e esposa devem ser como uma só pessoa para que possam ser bem-sucedidos em todos os assuntos. (De uma Epístola traduzida do persa para o inglês) 15. Perguntas se um esposo seria capaz de impedir sua esposa de abraçar a luz divina ou uma esposa de dissuadir seu esposo de ganhar entrada no Reino de Deus. Na verdade, nenhum deles poderia impedir o outro de entrar no Reino, a não ser que o esposo tenha um excessivo afeiçoamento à esposa ou a esposa ao esposo. De fato, se qualquer um dos dois adorasse o outro a ponto de excluir Deus, então cada um deles poderia impedir o outro de procurar admissão em Seu Reino. — Uma Onda de Ternura, pp. 22-3. Excertos de Cartas Escritas em nome de Shoghi Effendi 16. É triste e penoso que … maridos e esposas não têm o costume de se olhar olho no olho. Creio que em semelhantes casos, nosso falecido Mestre insistia em máxima prudência e consideração da parte daquelas bahá’ís cujos maridos não simpatizavam com seu trabalho. [6]
  • 7. Vida em Família Ele achava que eles deviam ser conquistados mais pelo amor do que talvez por argumentos, mas seria muito infeliz se além de tudo que ela deve fazer pela sua família ele ainda se opusesse ao seu trabalho para a Fé. (De uma carta, datada de 28 de março de 1928, a um bahá’í) 17. É muito triste quando tais diferenças de opinião e crença ocorrem entre marido e mulher e, indubitavelmente, em tempos de dificuldade. Entretanto a maneira como poderia ser remediado não é agindo de tal modo a que se aliene a outra pessoa. De fato, um dos objetivos da Causa é de ocasionar um laço mais íntimo nos lares. Portanto, em todos os casos desta natureza, o Mestre costumava aconselhar obediência aos desejos da outra pessoa e oração. Ore para que seu esposo possa gradualmente ver a luz e ao mesmo tempo aja de tal modo a atraí-lo para mais perto em vez de criar prevenção. Assim que esta harmonia esteja assegurada então será capaz de servir sem empecilhos. — Uma Onda de Ternura, p. 37. 18. Shoghi Effendi confia que... sua esposa poderá devotar um pouco mais de tempo a sua família, mas ele também espera que possa ajudá-la a criar o tempo e a oportunidade para servir a Causa que lhe é tão amada e íntima de seu coração e na qual seus serviços são muito apreciados. — Mulher, p. 46. 19. A respeito de sua pergunta sobre a natureza e o caráter do casamento bahá’í. Como você acertadamente afirmou, tal casamento é condicionado à completa aprovação de todos os quatro pais. Sua afirmativa no sentido de que o princípio da unicidade do gênero humano previne qualquer bahá’í verdadeiro de considerar a raça em si como um impedimento à união, também está em completa harmonia com os Ensinamentos da Fé. Pois tanto Bahá’u’lláh como ‘Abdu’l-Bahá nunca desaprovaram a ideia de casamento interracial, nem a desencorajaram. De fato, os ensinamentos bahá’ís, pela sua própria natureza, transcendem todas as limitações impostas por raça, e como tais jamais podem nem devem se identificar com qualquer escola particular de filosofia racial. — Diretrizes do Guardião, pp. 20-1. 20. O padrão bahá’í da moralidade sexual é, portanto, muito elevado, porém, de modo algum excessivamente rígido. Enquanto o amor livre é condenado, o casamento é considerado um ato sagrado a que todo homem deve ser encorajado, embora não forçado. O instinto sexual, como outros instintos humanos, não é necessariamente mau. É uma força que, se adequadamente direcionado, pode trazer alegria e satisfação ao indivíduo. Se usado incorretamente ou abusado, certamente traz dano incalculável não somente ao indivíduo, mas também à sociedade na qual ele vive. Embora os bahá’ís condenem o ascetismo e todas as formas extremas de auto-flagelação, ao mesmo tempo veem desfavoravelmente as teorias atuais de ética sexual que só podem trazer ruína à sociedade humana. (De uma carta, datada de 29 de maio de 1935, a um bahá’í) 21. Pois Bahá’u’lláh, em Seu Livro das Leis, revela explicitamente que o verdadeiro propósito do casamento é a procriação dos filhos que, ao crescerem, terão a capacidade de conhecer a Deus e reconhecerem e observarem Seus Mandamentos e Leis revelados através de Seus Mensageiros. De acordo com os Ensinamentos Bahá’ís, o casamento é, portanto, um ato pri- [7]
  • 8. Vida em Família mariamente social e moral. Seu objetivo transcende as necessidades e interesses imediatos dos parceiros... (De uma carta, datada de 14 de outubro de 1935, a um bahá’í) 22. Quanto à atitude de seu esposo em relação à Causa; por mais temerosa que possa ser, deve sempre ter esperança que através de meios conciliatórios e amigáveis, e com esforço sábio, diplomático e paciente, pode gradualmente ter sucesso em conquistar sua simpatia para com a Fé. Sob nenhuma circunstância deve tentar ditar ou impor a ele pela força suas convicções religiosas pessoais. Nem tão pouco deve permitir que sua oposição à Causa, impeçam seriamente suas atividades... Deve agir pacientemente, diplomaticamente e com confiança que seus esforços estão sendo guiados e reforçados por Bahá’u’lláh. — Uma Onda de Ternura, p. 41-2. 23. Porém, ao mesmo tempo em que o Guardião aprova totalmente seu desejo de dedicar toda a sua vida ao serviço da Causa, ele sente também a necessidade de chamar sua atenção para o fato de que, caso você venha a se casar, como esposa bahá’í será seu dever não descuidar dos deveres domésticos que, na verdade, formam parte integrante e vital de seu trabalho bahá’í em geral. Assuntos familiares certamente devem ser subordinados aos interesses coletivos e o bem da Causa. Mas, se um bahá’í deseja levar uma vida normal, bem equilibrada e construtiva, precisa dar-lhes a devida importância. Os graus de lealdade de um bahá’í não têm a mesma obrigatoriedade e importância, mas isso não os torna irreconciliáveis. (De uma carta, datada de 23 de novembro de 1937, a um bahá’í) 24. Resumidamente, a concepção bahá’í sobre sexo é baseada na crença de que a castidade deveria ser estritamente observada por ambos os sexos, não só por ser em si mesma eticamente muito louvável, mas, também, por ser a única maneira para uma vida conjugal feliz e bem sucedida. Portanto, relações sexuais, de qualquer tipo, fora do casamento, não são permissíveis e, quem quer que infrinja esta regra, não só será responsável perante Deus, mas incorrerá também, na punição necessária por parte da sociedade. A Fé Bahá’í reconhece o valor do impulso sexual, mas condena suas expressões ilegítimas e impróprias, tais como, o amor livre e outras, todas as quais considera definitivamente prejudiciais ao homem e à sociedade na qual ele vive. O uso apropriado do instinto sexual é direito natural de cada indivíduo e é precisamente por esta razão que a instituição do casamento foi estabelecida. Os bahá’ís não creem na supressão do impulso sexual, mas, sim, na sua regulação e controle. — Uma Nova Raça de Homens, p. 11. 25. A Instituição do casamento, como estabelecida por Bahá’u’lláh, ao mesmo tempo que dá a devida importância ao aspecto físico da união marital, considera-o como subordinado aos propósitos e às funções morais e espirituais com que foi investido por uma Providência onisciente e amorosa. Somente quando a cada um destes diferentes valores é dada sua devida importância, e somente com base na subordinação do físico ao moral, e do carnal ao espiritual, podem ser evitados tais excessos e falta de firmeza nas relações maritais, como nossa época está tão lamentavelmente testemunhando, e a vida doméstica será restituída à sua pureza original, preenchendo a verdadeira função para a qual foi instituída por Deus. — Uma Onda de Ternura, p. 44. [8]
  • 9. Vida em Família 26. A pergunta que você faz, quanto ao lugar que possa ter em nossa vida um profundo laço de amor com alguém que encontramos, além de nosso esposo ou esposa, é facilmente definida em vista dos ensinamentos. Castidade implica em uma vida sexual pura e casta tanto antes como depois do casamento. Antes do casamento, absolutamente casta; após o casamento, absolutamente fiel ao nosso companheiro escolhido. Fiel em todos os atos sexuais, fiel em palavras e ações. ...Fora de sua vida conjugal normal e legítima, deveriam procurar estabelecer laços de companheirismo e amor, em sua vida física. Este é um dos muitos campos em que incumbe aos bahá’ís de dar o exemplo e assumir a liderança para um padrão de vida verdadeiramente humana, quando a alma do homem é exaltada e, seu corpo, tão somente, a ferramenta para seu espírito esclarecido. Desnecessário é dizer, que isto não impede que se viva uma vida sexual perfeitamente normal, através da legítima via do casamento. — Uma Nova Raça de Homens, pp. 11-2. 27. Ele lamenta saber das dificuldades que surgiram entre você e seu marido a respeito da educação de suas crianças. De qualquer modo, sempre que bahá’ís casam com não bahá’ís, especialmente de outra fé, devem ter algum entendimento antecipado acerca da futura educação religiosa dos filhos; caso isso não tenha sido feito, e se os pais não conseguirem se entender, o bahá’í deve buscar o parecer de sua Assembleia. (De uma carta, datada de 8 de setembro de 1947, a um bahá’í) 28. Ele sente fortemente que os bahá’ís, mais especificamente bahá’ís que servem a Causa tão ativa e conspicuamente como você e sua família o fazem, deveriam, se possível, dar um nobre exemplo, sob todas as formas, aos crentes mais novos e aos jovens bahá’ís. Visto Bahá’u’lláh ter sido tão contra o divórcio (ainda que Ele o permitisse) e considerasse o casamento uma responsabilidade extremamente sagrada, os crentes deveriam fazer tudo o que estiver a seu alcance para preservar os casamentos que contraíram e transformá-los em uniões exemplares, governadas pelos mais nobres motivos. — Preservando Casamentos Bahá’ís, pp. 13-4. 29. Os problemas matrimoniais são com frequência muito complicados e sutis, e nós bahá’ís, sendo pessoas esclarecidas e progressistas, não deveríamos hesitar, caso pareça necessário e desejável, em procurar ajuda na ciência para tais assuntos. Se você e seu esposo discutissem seus problemas – juntos ou separadamente - com um médico, poderia vir a descobrir que pode curar seu próprio esposo, ou pelo menos tentar de fazê-lo. É uma grande pena que dois crentes, unidos nesta gloriosa Causa e abençoados com uma família, não sejam capazes de viver juntos de modo verdadeiramente harmonioso ele sente que devem começar a agir construtivamente e não devem permitir que a situação se agrave. Quando a sombra da separação paira sobre um casal eles devem mover céus e terras em seus esforços para evitar que se torne realidade. — Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 16. 30. Ele a aconselha, pelo menos por um período, a se esforçar e se conciliar com seu marido, dedicando-se a ele, sendo amorosa e paciente. Talvez deste modo possa abrandar sua posição em relação à Fé. No entanto, ele não tem o direito de tentar e fazê-la desistir. A relação de [9]
  • 10. Vida em Família uma alma com seu Criador é puramente pessoal e sagrada, e ninguém tem o direito de fazer imposição em tais questões. (De uma carta, datada de 17 de fevereiro de 1950, a um bahá’í) Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome 31. Bahá’u’lláh veio para trazer unidade ao mundo e uma unidade fundamental é aquela da família. Portanto, temos de crer que a Fé tem como finalidade fortalecer a família e não enfraquecê-la. Por exemplo: serviço a Causa não deve gerar desatenção para com a família. É importante que disponha seu tempo de tal modo que sua vida doméstica seja harmoniosa e seu lar receba a atenção que necessita. Bahá’u’lláh também frisou a importância da consulta. Não devemos pensar que este método, digno de valor na procura de soluções, está confinado às instituições administrativas da Causa. Consulta em família, empregando plena e franca discussão e animada pela conscientização da necessidade de moderação e equilíbrio, pode ser a panaceia de conflitos domésticos. As esposas não deveriam procurar dominar seus maridos, e nem os maridos às suas esposas. — Preservando Casamentos Bahá’ís, p. 20. 32. A Epístola de ‘Abdu’l-Bahá… a que você se refere no primeiro parágrafo da sua carta é apenas uma exortação, não uma determinação.1 Além disso, ela foi revelada em honra de alguma bahá’í do Irã que deve ter escrito a ‘Abdu’l-Bahá, pedindo orientação em relação a alguma situação específica. Infelizmente, as circunstâncias concernentes à revelação da Epístola não são conhecidas, porque a carta correspondente não foi encontrada. A citação deve, portanto, ser considerada como uma exortação revelada para satisfazer uma situação específica. Essa citação, assim como muitas outras, foi incluída na compilação para tornar disponível aos amigos Escritos sobre diferentes aspectos da vida familiar. A tradução foi verificada, e não há dúvida de que o texto em inglês está correto. Como você diz, o princípio da igualdade entre homens e mulheres é inequívoco. Os Escritos sobre o tema são claros e sem ambiguidades. Repetidas vezes, a Casa de Justiça mencionou que há momentos em que o marido e a mulher devem ceder um aos desejos do 1 A crente indagou a respeito da alusão à afirmação referente à “obediência (da esposa) e consideração para com seu marido” no texto da seguinte Epístola de ‘Abdu’l-Bahá: “Ó Serva do Deus Todo-Suficiente! Empenhai-vos para que porventura sejais capacitadas a adquirir virtudes tais que as possam honrar e distinguir dentre todas as mulheres. De certo, não há orgulho e glória maior para uma mulher do que ser uma serva na Corte de Grandeza de Deus; e o que pode fazê-la merecer tal posição são as qualidades de um coração alerta e desperto; uma firme convicção da unidade de Deus, o Incomparável; um amor sincero por todas as suas servas; imaculada pureza e castidade; obediência e consideração para com seu marido; atenção à educação de seus filhos; compostura, calma, dignidade e autocontrole; zelo em louvar a Deus; e adorá-Lo noite e dia; constância e firmeza em Seu sagrado Convênio; e o máximo de ardor, entusiasmo e apego à Sua Causa. Suplico a Deus que lhe seja conferida a totalidade desses favores.” [10]
  • 11. Vida em Família outro. Exatamente em que circunstâncias deve ocorrer tal condescendência é uma questão que cada casal deve determinar. Caso – que Deus nos livre – eles não cheguem a um acordo e sua discordância leve à alienação, devem procurar o conselho daqueles em quem confiam e em cuja sinceridade e bom senso têm confiança, a fim de preservar e fortalecer seus laços como uma família unida. A Casa de Justiça tem a esperança de que a explicação acima há de ajudar a aliviar suas perplexidades com relação aos direitos do marido e da esposa na família. No entanto, para um maior entendimento, talvez você queira recorrer à recém-liberada compilação a respeito da mulher.2 (De uma carta, datada de 2 de outubro de 1986, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma bahá’í) 33. Como você sabe, o princípio da unicidade do gênero humano é descrito nos Escritos Bahá’ís como o eixo em torno do qual giram todos os Ensinamentos de Bahá’u’lláh. Ele tem amplas implicações que afetam e remodelam todas as dimensões da atividade humana. Clama por uma mudança fundamental no modo como as pessoas se relacionam umas com as outras, e a erradicação daquelas práticas consagradas pelo tempo que negam o direito humano intrínseco de todo indivíduo de ser tratado com consideração e respeito. Dentro do ambiente familiar, os direitos de todos os membros devem ser respeitados. ‘Abdu’l-Bahá afirmou: “A integridade dos laços de família deve ser constantemente levada em consideração, e os direitos de cada um de seus membros não devem ser transgredidos. Os direitos do filho, do pai, da mãe - nenhum pode ser transgredido, nenhum deve ser arbitrário. Assim como o filho tem certas obrigações para com seu pai, do mesmo modo o pai tem certas obrigações para com seu filho. A mãe, a irmã e outros membros da família têm certas prerrogativas. Todos esses direitos e prerrogativas devem ser preservados...” — A Promulgação da Paz Universal, p. 207. O uso da força pelo fisicamente forte contra o fraco, como meio de impor a própria vontade e satisfazer os próprios desejos, é uma flagrante transgressão aos Ensinamentos Bahá’ís. Não pode haver qualquer justificativa para qualquer pessoa, através do uso da força ou da ameaça de violência, obrigar outra a fazer algo a que ela não esteja disposta. ‘Abdu’lBahá escreveu: “Ó vós que amais a Deus! Neste ciclo, o ciclo de Deus Todo-Poderoso, a violência e a força, a coerção e a opressão, são todas condenadas.” Aqueles que, levados pelas suas paixões ou pela sua incapacidade de disciplinar ou controlar sua fúria, estiverem inclinados a infligir violência em outro ser humano, devem estar atentos à condenação de tão vergonhosa conduta pela Revelação de Bahá’u’lláh. Entre os sinais da decadência moral no declínio da ordem social, encontramos a elevada incidência da violência dentro da família, o aumento do degradante e cruel tratamento de pais e filhos, e a proliferação do abuso sexual. É essencial que os membros da comunidade do Nome Supremo tomem a máxima precaução para não serem levados a aceitar tais práticas por serem predominantes. Devem estar sempre atentos ao seu dever de exemplificar um novo 2 Compilação intitulada: Mulher; Editora Bahá’í do Brasil; 1a edição 2006. [11]
  • 12. Vida em Família modo de vida que se destaca pelo seu respeito à dignidade e direitos de todas as pessoas, pela sua elevada qualidade moral, e por estar livre de opressão e de todas as formas de abuso. A consulta foi ordenada por Bahá’u’lláh como um meio pelo qual se deve alcançar a concórdia e definir um plano de ação. Ela pode ser aplicada aos parceiros no casamento, dentro da família e, na verdade, a todas as áreas em que os bahá’ís participam de tomada de decisão recíproca. Ela requer que todos os participantes expressem suas opiniões com absoluta liberdade e sem receio de serem censurados e de suas opiniões serem desprezadas; esses prerrequisitos para o sucesso são inatingíveis se houver a presença do temor de violência ou abuso. Há diversas questões referentes ao tratamento da mulher, e são melhor consideradas à luz do princípio da igualdade dos sexos, anunciado nos Ensinamentos Bahá’ís. Este princípio é muito mais que a enunciação de ideias admiráveis; tem profundas implicações em todos os aspectos das relações humanas e deve ser um elemento integrante da vida doméstica e comunitária bahá’í. A aplicação desse princípio ocasiona mudança nos hábitos e práticas que têm prevalecido por muitos séculos. Um exemplo disso é encontrado na resposta, em nome de Shoghi Effendi, à pergunta de se a prática tradicional, no qual o homem propõe casamento à mulher, é alterada pelos ensinamentos bahá’ís, de modo a permitir que a mulher faça proposta de casamento ao homem; a resposta é: “O Guardião deseja dizer que há absoluta igualdade entre os dois, e não é permitida qualquer distinção ou preferência...” Com o passar do tempo, quando os homens e mulheres bahá’ís se esforçam em aplicar mais completamente o princípio da igualdade dos sexos, haverá um entendimento mais profundo das ramificações de amplas consequências desse princípio vital. Segundo ‘Abdu’l-Bahá: “Enquanto a verdadeira igualdade entre o homem e a mulher não for plenamente atingida e estabelecida, é impossível que a humanidade atinja o mais elevado grau de desenvolvimento social.” A Casa Universal de Justiça, nos últimos anos, urgiu que haja encorajamento a uma maior participação das mulheres e moças bahá’ís nas atividades sociais, espirituais e administrativas de suas comunidades, e apelou às mulheres bahá’ís a se levantarem e demonstrarem a importância de seu papel em todos os aspectos do serviço à Fé. É uma séria transgressão dos ensinamentos bahá’ís um homem usar força para impor sua vontade a uma mulher. ‘Abdu’l-Bahá disse: “O mundo até agora tem sido governado pela força, e o homem tem dominado a mulher em virtude de sua maior força e de suas qualidades físicas e mentais mais agressivas. Mas a balança já está mudando; a força está perdendo seu predomínio, e a vivacidade mental, a intuição, e as qualidades espirituais de amor e serviço, nas quais a mulher é forte, estão ganhando ascendência.” — Bahá’u’lláh e a Nova Era, pp. 161-2. Os homens bahá’ís têm a oportunidade de mostrar ao mundo à sua volta uma nova abordagem do relacionamento entre os sexos, no qual a agressão e o uso de força são eliminados e substituídos por cooperação e consulta. A Casa Universal de Justiça, em resposta a perguntas que lhe foram dirigidas, indicou que, no relacionamento conjugal, nem marido nem esposa devem dominar injustamente ao outro, e que há tempos em que tanto marido como esposa deve condescender aos desejos do outro se não puderem chegar a um consenso através de consulta; cada casal deve determinar exatamente em que circunstâncias deve ocorrer tal condescendência. [12]
  • 13. Vida em Família Da Pena do próprio Bahá’u’lláh surgiu a seguinte declaração a respeito da questão do tratamento das mulheres: “Os amigos de Deus devem ser adornados com o ornamento da justiça e equidade, benevolência e amor. Do mesmo modo que como não se deixam ser objetos de crueldade e transgressão, não devem permitir tal tirania para com as servas de Deus. Ele, verdadeiramente, diz a verdade e ordena aquilo que é benéfico aos Seus servos e servas. Ele é o protetor de todos neste mundo e no vindouro.” Nenhum marido bahá’í deve jamais bater em sua esposa, ou sujeitá-la a qualquer forma de crueldade; proceder dessa maneira seria um abuso inadmissível ao relacionamento conjugal e contrário aos ensinamentos de Bahá’u’lláh. A carência de valores espirituais na sociedade leva a uma desvalorização das atitudes que devem governar o relacionamento entre os sexos, sendo as mulheres tratadas como nada mais que objetos de satisfação sexual e sendo-lhes negado o respeito e a cortesia que todos os seres humanos merecem. Bahá’u’lláh advertiu: “Os que seguem seus desejos lascivos e inclinações corruptas têm errado e dissipado seus esforços. São, de fato, dos perdidos.” Os crentes bem poderiam ponderar o elevado padrão de conduta que são encorajados a almejar na declaração de Bahá’u’lláh, referente ao Seu “verdadeiro seguidor”, de que: “E se ele encontrasse a mais bela e graciosa das mulheres, não sentiria o coração seduzido, nem por uma ligeira sombra de desejo pela sua beleza. Tal homem, realmente, é a criação da imaculada castidade. Assim vos instrui a Pena do Ancião dos Dias, segundo ordenado pelo vosso Senhor, o Onipotente, o Todo-Generoso.” —Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 222; 96. Uma das transgressões sexuais mais abomináveis é o crime do estupro. Se uma crente for vítima, ela merece o amoroso auxílio e apoio dos membros de sua comunidade e, se assim desejar, tem o direito de mover uma ação contra o perpetrador, previsto na lei do país. Se em consequência dessa agressão ela ficar grávida, não pode haver qualquer pressão sobre ela, por parte das instituições bahá’ís, para que se case. Quanto a continuar ou interromper a gravidez, cabe a ela decidir o que deve fazer, levando em consideração fatores médicos e outros fatores relevantes, e à luz dos ensinamentos bahá’ís. Se em consequência do estupro ela gerar uma criança, fica a seu critério exigir do pai o apoio financeiro para o sustento da criança; no entanto, em vista das circunstâncias, pela lei bahá’í, a reivindicação de qualquer direito a paternidade por parte deste deve ser questionado. O Guardião, numa carta escrita em seu nome, esclareceu que “A Fé Bahá’í reconhece o valor do impulso sexual”, e que “o uso apropriado do instinto sexual é direito natural de cada indivíduo, e é precisamente por essa razão que a instituição do casamento foi estabelecida.” Neste aspecto do relacionamento conjugal, e em todos os outros, deve haver mútua consideração e respeito. Se uma mulher bahá’í sofre abuso ou é submetida a estupro pelo seu marido, tem o direito de recorrer à Assembleia Espiritual para obter ajuda e aconselhamento, ou para obter amparo legal. Tal abuso põe a continuidade do casamento em grave perigo, e bem pode levar a uma condição de antipatia irreconciliável. (De uma carta, datada de 24 de janeiro de 1993, escrita em nome de Casa Universal de Justiça e um bahá’í) [13]
  • 14. Vida em Família 34. Em… resposta a um crente que desejava obter um entendimento mais profundo a respeito da referência ao pai como chefe da família, há uma carta em nome da Casa Universal de Justiça que diz: “Conforme você destaca em sua carta, a Casa Universal de Justiça afirmou que, devido a uma série de responsabilidades que recaem sobre seus ombros, o pai pode ser considerado como o “chefe” da família. Este termo, no entanto, não tem o mesmo significado geralmente em uso. Mas um novo significado deve ser buscado à luz do princípio da igualdade entre homens e mulheres e da declaração da Casa Universal de Justiça de que nem marido nem esposa devem jamais dominar injustamente o outro. Anteriormente, em resposta à pergunta de um crente, a Casa de Justiça disse que o uso do termo “chefe” “não confere superioridade ao marido, nem lhe dá direitos especiais de minar os direitos dos outros membros da família”. Disse também, que se não se puder chegar a um acordo através de consulta amorosa, “há momentos... em que a esposa deve ceder ao seu marido, e momentos em que o marido deve ceder à sua esposa, mas nenhum deles deve dominar injustamente o outro”; isto está em marcante com o uso convencional do termo “chefe”, ao qual é frequentemente relacionado o direito irrestrito de tomar decisões quando marido e esposa não conseguem entrar num acordo.” (De uma carta datada de 15 de julho de 1993 escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 35. A preservação da unidade entre casais é de extrema importância, e se ela for minada pelo serviço à Causa, deve-se encontrar uma solução para remediar a situação. Em outras palavras, qualquer que seja o caminho que escolher, deve servir aos interesses da Fé e, ao mesmo tempo, propiciar o fortalecimento da sua união conjugal. Do excerto de uma carta escrita em nome do amado Guardião, você notará que os amigos jamais são encorajados a usar o serviço à Fé como uma justificativa para negligenciar suas famílias: “Certamente Shoghi Effendi gostaria de ver você e outros amigos darem todo o seu tempo e energia à Causa, pois tempos grande carência de trabalhadores competentes, mas o lar é uma instituição que Bahá’u’lláh veio fortalecer e não enfraquecer. Muitas situações infelizes aconteceram em lares bahá’ís justamente por negligenciarem este ponto. Sirva à Causa, mas lembre-se também de suas obrigações para com seu lar. É você que deve encontrar o equilíbrio e cuidar para que nenhum a faça negligenciar o outro. Teríamos muito mais maridos na Causa se as mulheres fossem mais cautelosas e moderadas nas suas atividades bahá’ís.” (De uma carta, datada de 18 de abril de 1994, em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 36. … É bom notar que o relacionamento conjugal em muitas instâncias requer um profundo ajustamento de comportamento da parte de cada um dos cônjuges. Como a intimidade do relacionamento expõe o melhor e o pior do seu caráter, ambos os cônjuges dedicam-se, por assim dizer, ao ato de manter o equilíbrio. Alguns casais são capazes de consegui-lo no início e manter um alto grau de harmonia durante todo o seu casamento. Muitos outros percebem que [14]
  • 15. Vida em Família devem se esforçar durante algum tempo para alcançar tal harmonia. Enquanto certamente, os direitos pessoais de cada uma das partes no casamento devem ser apoiados pelo outro, devese ter em mente que o relacionamento de um para com o outro não se baseia simplesmente numa premissa legalística. O amor é o verdadeiro alicerce. Sendo assim, o apropriado não é uma reação puramente litigiosa em relação a maus atos de um cônjuge. (De uma carta, datada de 2 de janeiro de 1996, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 37. A questão que você levantou é de importância vital para os casais bahá’ís no tratamento das várias necessidades e oportunidades com as quais se defrontam na sociedade atual.3 Tal como em muitos outros aspectos da vida cotidiana, a resolução dessa questão deve ser buscada através da compreensão e aplicação dos Ensinamentos da Fé. Os crentes devem entender claramente e permanecer imperturbados com o fato de que as soluções obtidas podem não ser consideradas adequadas por aqueles que não foram abençoados pela graça de aceitar o Prometido e que estão enredados por padrões de pensamento alheios aos ensinamentos bahá’ís, apesar de tais padrões serem amplamente aceitos pela generalidade da humanidade. Fundamental para a consideração dessa questão deve ser o propósito da vida para todos os seguidores fiéis de Bahá’u’lláh: conhecer e adorar a Deus. Isso implica em serviço aos semelhantes e no avanço da Causa de Deus. Ao perseguir esse propósito, eles devem se esforçar em desenvolver seus talentos e faculdades quanto possível, explorando as possibilidades que se apresentarem diante deles. Por causa das limitações deste plano terreno, é inevitável que em muitas instâncias os crentes se vejam privados da oportunidade de desenvolver ao máximo os seus talentos. Isso pode ser devido à falta de recursos econômicos ou educacionais, ou à necessidade de satisfazer outras obrigações e cumprir outros deveres, tais como as responsabilidades voluntariamente assumidas relacionadas ao casamento e paternidade. Em algumas circunstâncias, isso pode resultar de uma decisão consciente de fazer sacrifícios em prol da Causa, tal como no caso um pioneiro se compromete a servir num posto que carece de recursos para o desenvolvimento de suas habilidades e talentos específicos. No entanto, tais privações e limitações não implicam em que o bahá’ís envolvidos sejam incapazes de cumprir seu objetivo fundamental divinamente ordenado; eles são simplesmente elementos do desafio universal de avaliar e equilibrar os muitos apelos ao tempo e esforço de cada um nesta vida. Não há resposta universalmente aplicável às questões que você levantou a respeito das decisões a serem tomadas pelos cônjuges quando marido e esposa, ambos estão na expectativa de oportunidades de carreira que parecem estar conduzindo-os a caminhos divergentes, pois as circunstâncias variam amplamente. Cada casal deve confiar no processo da consulta bahá’í para determinar qual a melhor maneira de agir. Ao proceder desse modo, eles bem podem considerar os seguintes fatores entre outros: ∑ o senso de equidade que deve animar a consulta entre marido e esposa; Respondendo a perguntas, anteriormente a Casa Universal de Justiça afirmou 3 O crente perguntou sobre as decisões a serem tomadas pelos cônjuges, quando ambos, marido e mulher, estão tendo oportunidades únicas em suas vidas profissionais, às quais os levam a tomarem diferentes caminhos. [15]
  • 16. Vida em Família que a consulta amorosa deve ser o princípio predominante no relacionamento conjugal. Se não se puder chegar a um consenso, há momentos em que ou marido ou esposa devem ceder aos desejos do outro; em que circunstância exatamente deve ocorrer tal concessão é uma questão para cada casal decidir. ∑ A enérgica ênfase dos Escritos Bahá’ís na preservação dos laços do casamento e o fortalecimento da unidade entre os cônjuges; ∑ O conceito da família bahá’í, na qual a mãe é a primeira educadora das crianças, e o marido toma a responsabilidade primária pelo sustento da sua família; Tal como foi dito em outra ocasião pela Casa Universal de Justiça, isso de modo algum significa que essas funções sejam fixas e inflexíveis e não possam ser modificadas e ajustadas para se adequarem a situações particulares da família. ∑ diversas circunstâncias que podem surgir, tais como perspectivas de emprego em tempo de desemprego predominante, oportunidades incomuns ou habilidades que um dos cônjuges possa ter, ou necessidades prementes da Causa que possam precisar de uma resposta que exija sacrifício. Sem dúvida, o sucesso de tal consulta será influenciado pela atitude de súplica com a qual estiver permeada, o respeito mútuo de cada um dos parceiros pelo outro, seu sincero desejo de imaginar uma solução que preserve a unidade e harmonia entre eles mesmos e os outros membros da família, e sua disposição de fazer concessões e ajustes em condições de igualdade. À medida que, nas próximas décadas e séculos, a sociedade evoluir sob a influência transformadora da Revelação de Bahá’u’lláh, certamente passará por mudanças fundamentais que propiciarão a aplicação social dos ensinamentos bahá’ís e aliviarão as dificuldades enfrentadas por casais que procuram satisfazer seu ardente desejo de servir à Causa de Bahá’u’lláh através das suas atividades profissionais. (De uma carta, datada de 26 de junho de 1996, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 38. Numa passagem de uma Epístola de ‘Abdu’l-Bahá… afirmou: “Tenhas teu esposo em alta estima e sempre lhes mostres um temperamento amigável, não importa quão mal-humorado esteja....”4 Em resposta a uma pergunta sobre esta declaração, foi fornecido o seguinte esclarecimento numa carta do Secretariado de 12 de abril de 1990: 4 No texto da Epístola lê-se o seguinte: “Tenhas teu esposo em alta estima e sempre lhes mostres um temperamento amigável, não importa quão mal-humorado esteja. Mesmo que tua amorosa bondade o torne mais amargo, manifestes tu mais bondade, mais carinho, sejas amorosa e tolere suas ações cruéis e maus-tratos.” (Uma Onda de Ternura, p. 27.) [16]
  • 17. Vida em Família “Certamente nenhum marido deve submeter sua esposa a qualquer tipo de abuso, e tal conduta repreensível é a antítese do relacionamento de respeito mútuo e equidade ordenados nos escritos bahá’ís – um relacionamento governado pelos princípios da consulta e isento do uso de força para impor obediência à sua própria vontade. Se uma esposa bahá’í se encontrar em tal situação e sentir que não pode resolvê-la através de consulta com seu marido, ela bem pode recorrer à Assembleia Espiritual Local em busca de conselho e orientação, e deve também perceber que é altamente benéfico buscar auxílio de conselheiros profissionais competentes. Se o marido também for bahá’í, a Assembleia Espiritual local pode chamar sua atenção para a necessidade de evitar conduta abusiva e, em caso de necessidade, tomar medidas firmes para encorajá-lo a agir de acordo com as advertências dos ensinamentos.” (De um memorando, datado de 20 de março de 2002, escrito pela Casa Universal de Justiça) [17]
  • 18. Vida em Família II – Relacionamento e Responsabilidades entre Pais e Filhos Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh 39. É dever obrigatório dos pais educar seus filhos a serem firmes na fé, pois a criança que se aparta da religião de Deus não agirá de modo a conquistar o agrado de seus pais e de seu Senhor. Toda a ação louvável nasce da luz da religião, e faltando-lhe esta suprema bênção, a criança não se afetará de nenhum mal, nem se aproximará de nenhum bem. — Educação Bahá’í, p. 16. 40. E em outra Epístola estas palavras excelsas foram reveladas: Ó Muhammad! O Ancião dos Dias volveu para ti a Sua face, fazendo menção de ti e exortando o povo de Deus a educar as suas crianças. Se um pai negligenciar este importantíssimo mandamento estabelecido no Kitáb-i-Aqdas pela Pena do Rei Eterno, ele será privado dos direitos da paternidade, e será considerado culpado ante Deus. Feliz quem grava em seu coração as admoestações do Senhor, e segura-se firmemente a elas. Deus, em verdade, ordena a seus servos aquilo que os haverá de auxiliar e beneficiar, e que os capacitará a se aproximar d’Ele. Ele é o Ordenador, o Eterno. — O Kitáb-i-Aqdas, p. 113. 41. Os frutos mais dignos da árvore da vida humana são a fidedignidade e a santidade, a veracidade e a sinceridade; porém, maior do que tudo, após o reconhecimento da unidade de Deus, louvado e glorificado seja Ele, é a consideração às prerrogativas que cabem aos pais de cada um. Esse ensinamento foi mencionado em todos os Livros de Deus, e reafirmado pela Pena Excelsa. Considerai aquilo que o Senhor Misericordioso revelou no Alcorão, glorificadas são as Suas palavras: “Adorai a Deus, não associeis a Ele nenhum igual ou semelhante; e demonstrai bondade e caridade para com vossos pais...” Vede como a afeição e a benevolência para com os próprios pais foi unida ao reconhecimento do Deus uno e verdadeiro! Felizes aqueles dotados de verdadeira visão e entendimento, os que veem e percebem, que leem e compreendem, e que observam o que Deus revelou nos Livros Sagrados do passado, e nesta Epístola incomparável e maravilhosa. — O Kitáb-i-Aqdas, pp. 113-4. 42. A Pena de Glória aconselha a todos a respeito da instrução e educação das crianças. Vêde o que a Vontade de Deus revelou, quando chegamos na Cidade-Prisão, e o que anotou no Mais Sagrado Livro.5 A todo pai se ordena que instruísse o filho e a filha na arte de ler e escrever e em tudo o que se estabeleceu na Sagrada Epístola. De quem guarda o que lhe é ordenado, os Membros da Casa de Justiça devem, então, tomar dele o que é exigido para sua instrução, caso ele tenha recursos e, em caso contrário, cabe à Casa de Justiça. Verdadeiramente, Nós a fizemos um amparo para os pobres e necessitados. Se alguém educar seu filho ou o filho 5 O Kitáb-i-Aqdas [18]
  • 19. Vida em Família de outros, é como se estivesse educado um filho Meu. Sobre ele esteja Minha Glória, Minha Benevolência, Minha Misericórdia, as quais abrangeram o mundo. — Epístolas de Bahá’u’lláh, pp. 141-2. 43. O que é de suprema importância para as crianças, o que deve preceder tudo o mais, é ensinar-lhes a unidade de Deus e as Leis de Deus. Pois, sem isto, não se pode incutir o temor a Deus, e, sem o temor a Deus, surgirão uma infinidade de ações odiosas e abomináveis, e serão manifestados sentimentos que transgredirão todos os limites... Os pais devem envidar todos os esforços para levar seus filhos a serem religiosos, pois, se as crianças não atingirem este que é o maior de todos os ornamentos, não obedecerão a seus pais, o que, de certo modo, significa que não obedecerão a Deus. Com efeito, tais crianças não terão consideração por ninguém e farão exatamente o que lhes aprouver. — Educação Bahá’í, pp. 16-7. 44. Dize: Ó Meu povo! Honrai e homenageai vossos pais. Isto motivará bênçãos a caírem sobre vós das nuvens da generosidade de vosso Senhor, o Exaltado, o Grande. — Uma Onda de Ternura, p. 12. 45. Uma das características distintivas desta Dispensação suprema é que os pais daqueles que reconheceram e abraçaram a verdade desta Revelação – e, em glória do Seu Nome, o Senhor Soberano, sorveram o vinho seleto e lacrado do cálice do amor do Deus uno e verdadeiro – se exteriormente não forem crentes, na hora de sua morte serão benevolamente investidos do perdão divino e participarão do oceano de Sua misericórdia. Esta graça, no entanto, será concedida somente àquelas almas que não tiverem infligido qualquer dano Àquele que é a Verdade Soberana nem aos Seus amados. Assim foi ordenado por Aquele que é o Senhor do Trono nas Alturas e o Governante deste mundo e do vindouro. (De uma Epístola traduzida do persa para o inglês) Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá 46. Ó vós dois, meus amados filhos! A notícia de vossa união, logo que chegou a mim, provocou infinita alegria e gratidão. Louvado seja Deus! Essas duas aves fiéis buscaram abrigo em um só ninho. Suplico a Deus que os capacite a criar uma família nobre, pois a importância do casamento está no criar uma família ricamente abençoada, para que, com toda a alegria, possam iluminar o mundo, como velas. Porquanto a iluminação do mundo depende da existência do homem. Se o homem não existisse no mundo, este seria como árvore sem fruto. É minha esperança que ambos vos torneis como uma só árvore e que, através das efusões da nuvem da benevolência, possais adquirir frescor e encanto, florescer e dar frutos, para que vossa linhagem perdure para sempre. Sobre vós esteja a Glória do Mais Glorioso. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, pp. 107-8. 47. Se nenhum educador houvesse, todas as almas permaneceriam selvagens, e, não fosse o professor, as crianças seriam criaturas ignorantes. É por esta razão que, neste novo ciclo, a educação e a instrução estão inscritas no Livro [19]
  • 20. Vida em Família de Deus como sendo obrigatórias, e não como voluntárias. Isto é, ao pai e à mãe impõe-se, como um dever, envidar todos os esforços para dar instrução à filha e ao filho, para nutri-los do seio do conhecimento e criá-los no regaço das ciências e das artes. Se negligenciarem esse assunto, terão de prestar contas, e serão dignos de reprovação na presença do austero Senhor. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 114. 48. Deveríeis considerar de fundamental importância a questão do caráter virtuoso. Incumbe a todo pai e toda mãe aconselhar os filhos durante um longo período, e guiá-los àquelas coisas que conduzem à honra eterna. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 120. 49. As mães devem considerar prioritário tudo o que se relacione com a educação de crianças. Devem fazer todo esforço nesse sentido, pois quando o ramo está verde e tenro ele crescerá em qualquer direção na qual o orientardes. Cumpre às mães, portanto, criar seus pequenos do mesmo modo como um jardineiro cultiva as plantas novinhas. Que elas, dia e noite, esforcemse para inculcar em seus filhos a fé e a certeza, o temor a Deus, o amor ao Bem-Amado dos mundos, e todas as boas qualidades e características. Sempre que a mãe veja o filho proceder bem, deve elogiá-lo e aplaudi-lo, e alegrar-lhe o coração; e se a menor característica indesejável manifestar-se, deveria aconselhar o filho, e puni-lo usando métodos baseados na razão - até mesmo através de leve reprimenda, caso isso seja necessário. Contudo, não é permissível bater numa criança, nem insultá-la, pois o caráter da criança será totalmente deturpado se ela for sujeitada a maus-tratos ou abuso verbal. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, pp. 112-3. 50. Enquanto as crianças estão ainda na infância, alimentai-as no seio da graça celestial, nutrias no berço de toda excelência, criai-as nos braços da bondade. Proporcionai-lhes a vantagem de toda a espécie de conhecimento útil. Deixai-as partilhar de cada um dos novos, admiráveis e maravilhosos ofícios e artes. Estimulai-as ao trabalho e ao empenho, e acostumai-as a dificuldades. Ensinai-as a dedicar as vidas para assuntos de grande importância e inspirai-as a empreender estudos que beneficiem a humanidade. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 116. 51. Se tu mostrares bondade e consideração aos teus pais de modo que eles geralmente possam estar contentes, isso igualmente Me agradará, pois os pais devem ser altamente respeitados e é essencial que se sintam contentes, contanto que não te impeçam de obter acesso ao Limiar do Todo-Poderoso, nem te impeçam de trilhar o caminho do Reino. Em verdade, incumbelhes encorajar e estimular-te nessa direção. 52. Acontece muitas vezes passarem pai e mãe pelas maiores provações e durezas por causa dos filhos, e apenas estes chegam à idade adulta, os pais têm de partir para o outro mundo. Raramente veem neste mundo a recompensa dos cuidados que dedicaram aos filhos. Estes, pois, reconhecendo tais cuidados e sacrifícios, devem mostrar caridade e misericórdia e implorar perdão para os pais. Assim, o amor e a bondade que vos foram dispensadas pelo vosso pai, deveis retribuir, dando aos pobres em seu nome, rogando perdão e remissão de seus pecados com a maior humildade, implorando para ele a suprema misericórdia. — Respostas a Algumas Perguntas, p. 192. [20]
  • 21. Vida em Família 53. A respeito de tua pergunta, sobre consulta de um pai com seu filho, ou de um filho com seu pai, em assuntos de negócio ou comércio: consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de Deus. Esse tipo de consulta é seguramente aceitável, quer seja entre pai e filho, ou com outros. Não há nada melhor que isso. O homem deve consultar sobre todos os assuntos, porque isso o levará à origem de cada problema e o capacitará a encontrar a solução correta. — Uma Onda de Ternura, p. 25. 54. Ó querido de ‘Abdu’l-Bahá! Sê o filho de teu pai e sê o fruto dessa árvore. Sê um filho nascido de sua alma e de seu coração, e não apenas da água e do barro. Um verdadeiro filho é aquele que brotou da parte espiritual do homem. Peço a Deus que possas ser confirmado e fortalecido em todos os tempos. — Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 126. 55. O pai deve sempre se esforçar para educar seu filho e de familiarizá-lo com os ensinamentos celestiais. Deve sempre aconselhar e exortá-lo, ensinar-lhe uma conduta e caráter louváveis, capacitá-lo a receber treinamento escolar e de ser instruído em tais artes e ciências que sejam consideradas úteis e necessárias. Em resumo, que instile em sua mente as virtudes e perfeições do mundo da humanidade. Acima de tudo, deveria continuamente lembrá-lo de se recordar de Deus, de modo que suas palpitantes veias e artérias possam pulsar com o amor de Deus. O filho, por outro lado, deve demonstrar a máxima obediência para com seu pai, e deveria comportar-se como um servo humilde e modesto. Dia e noite, deveria procurar diligentemente de garantir o conforto e o bem-estar de seu amoroso pai e de se assegurar de sua boa-vontade. Deve esquecer-se de seu próprio descanso e prazer e constantemente se esforçar para levar alegria aos corações de seu pai e de sua mãe, para que assim possa alcançar a boavontade do Todo-Poderoso e ser benevolamente ajudado pela hostes invisíveis. — Uma Onda de Ternura, p. 26. 56. Entre as salvaguardas da Sagrada Fé está a educação das crianças, e isto encontra-se entre os mais importantes princípios em todos os Ensinamentos Divinos. Assim, desde o primeiro instante, as mães devem criar os seus filhos no berço da moralidade - pois são as mães os primeiros educadores - de tal forma que, quando chegar à maturidade, a criança venha a provar que está dotada de todas as virtudes e qualidades dignas de louvor. E mais, de acordo com os mandamentos Divinos, toda criança precisa aprender a ler e escrever e deve adquirir conhecimento em tais áreas que sejam úteis e necessárias, bem como aprender uma arte ou ofício. O maior cuidado deve ser dedicado a estes assuntos; não é permissível nenhuma negligência, nenhuma falta de ação em relação a eles. Observai quantas instituições penais, casas de detenções e locais de tortura estão prontos para receber os filhos dos homens, sendo o seu propósito impedi-los, através de medidas punitivas, de praticar terríveis crimes ao passo que este próprio tormento e castigo apenas aumenta a perversão e, por tais meios, o objetivo desejado não pode ser adequadamente atingido. Portanto, o indivíduo tem que ser de tal forma orientado, desde a sua infância, que nunca seja levado a cometer um crime, mas, antes, dirija todas suas energias para a aquisição da virtude, e encare a própria prática de uma má ação como a mais severa de todas as punições, considerando o ato pecaminoso em si como muito mais aflitivo do que qualquer [21]
  • 22. Vida em Família sentença de prisão. Pois é possível treinar de tal forma o indivíduo que, embora o crime não seja totalmente banido, será, contudo, muito raro. A essência do que foi dito é esta: que a educação do caráter da humanidade é um dos mais importantes mandamentos de Deus e que a influência de uma tal educação é idêntica à que o sol exerce sobre a árvore e o fruto. As crianças têm de ser atentamente vigiadas, protegidas e educadas; nisto consiste a verdadeira paternidade e mercê dos pais. Se assim não for, as crianças tornar-se-ão ervas daninhas crescendo sem controle e transformar-se-ão na amaldiçoada Árvore Infernal,6 incapazes de diferençar o bem do mal, não distinguido as mais altas qualidades humanas do que é mesquinho e vil; serão criadas na vanglória e o Senhor Perdoador os abominará. É por este motivo que toda a criança recém-nascida no jardim do amor celestial requer a máxima educação e cuidado. — Educação Bahá’í, p. 37-8. Excertos de Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi 57. É, realmente, um caso muito desagradável quando pais e filhos diferem em alguns importantes assuntos da vida, tal como o casamento, porém a melhor maneira não é desrespeitar as opiniões de cada um, nem discutir numa atmosfera carregada, mas em vez disto tentar chegar a um acordo de modo amigável. — Casamento Bahá’í, p. 28. 58. O Guardião também ficou muito feliz em saber que você foi abençoado com uma criança, e ele está certo que sua presença há de contribuir para um maior bem-estar e felicidade de vocês dois e para um maior enriquecimento de sua vida familiar bahá’í. Ele rezará para que, sob seu amoroso cuidado e orientação, esta querida criança possa crescer de corpo, bem como de espírito, e receba tal treinamento que posteriormente o capacite a sinceramente abraçar esta Causa e servi-la. Esta é certamente sua mais sagrada obrigação como pais bahá’ís, e do modo e do grau de seu cumprimento certamente dependerá o sucesso e a felicidade da sua vida familiar. (De uma carta, datada de 21 de julho de 1938 a um bahá’í) 59. Quanto às suas economias, o Guardião o aconselha a agir com moderação e, ao mesmo tempo em que aprova seu desejo de contribuir generosamente à Causa, ele o insta a levar em consideração seus deveres e responsabilidades para com seus pais, os quais, como você diz, necessitam seu auxílio financeiro. (De uma carta, datada de 10 de novembro de 1939 a um bahá’í) 60. A tarefa de criar uma criança bahá’í, como enfatizado repetidamente nos escritos bahá’ís, é principal responsabilidade da mãe, cujo privilégio incomparável é, verdadeiramente o de criar em seu lar condições tais como as que seriam conducentes tanto para o seu bem-estar material e espiritual como para o seu progresso. O treinamento que uma criança inicialmente recebe 6 O Zaqqúm, Alcorão 37:62, 44:43 [22]
  • 23. Vida em Família por intermédio de sua mãe constitui a mais rija fundação para o seu futuro desenvolvimento e, portanto deve ser a preocupação preeminente de sua esposa... de doravante empenhar-se em dar a seu filho recém-nascido um treinamento espiritual tal que venha a capacitá-lo mais tarde a totalmente assumir e adequadamente se desincumbir de todas as responsabilidades e deveres da vida bahá’í. — Uma Onda de Ternura, p. 46. 61. Com referência ao assunto da educação das crianças:7 dada a ênfase posta por Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá na necessidade de os pais educarem seus filhos enquanto ainda em tenra idade, pareceria preferível que eles recebessem sua primeira instrução em casa, por intermédio da mãe, ao invés de serem levadas para um jardim de infância. Se as circunstâncias, contudo, forçarem uma mãe bahá’í a adotar esta última solução, não pode haver objeção alguma. — Educação Bahá’í, p. 92. 62. A questão da instrução e educação das crianças, caso um dos pais seja um não-bahá’í, diz respeito apenas aos próprios pais, que deveriam decidir sobre isto de maneira que acharem melhor e mais conducente ao mantenimento da unidade da sua família, e ao futuro bem-estar de seus filhos. Quando as crianças atingem a maioridade, contudo, devem receber completa liberdade para escolher sua religião, não importando a vontade e os desejos de seus pais. — Educação Bahá’í, p. 93. 63. Por profundas que sejam os laços familiares, devemos sempre lembrar que os laços espirituais são muito mais profundos; são perenes e sobrevivem à morte, enquanto que laços físicos, a menos que apoiados por vínculos espirituais, estão confinados a esta vida. Deve fazer tudo que estiver sem eu poder através da oração e do exemplo, para abrir os olhos de sua família para a Fé Bahá’í, mas não se aflija demasiadamente em virtude de suas ações. Volva-se para seus irmãos e irmãs bahá’ís que estão vivendo consigo na luz do Reino. De fato, os amigos ainda aprenderam completamente a recorrer ao amor uns dos outros para fortalecimento e consolo em tempo de necessidade. A Causa de Deus é dotada de tremendos poderes e a razão pela qual os crentes não obtêm mais dela é porque não aprenderam a utilizar completamente estas poderosas forças de amor, firmeza e harmonia geradas pela Fé. (De uma carta datada de 8 de maio de 1942 para um bahá’í; 1o Parágrafo em: Uma Onda de Ternura, p. 49; segundo Parágrafo em: Viver a Vida, p. 20) 7 A carta recebida pelo Guardião diz: Surgiu outra questão referente à educação de crianças. Algumas de nós que estão esperando bebês estamos pensando em colocar nossas crianças mais velhas (2 e meio a 3 anos) na... Escola Maternal que é uma excelente escola, conhecida em todo o país pelos seus admiráveis métodos de orientar crianças, uma vez que achamos que durante alguns meses seríamos mães inadequadas e porque na vizinhança faltam companheiros da mesma idade para essas crianças. Parece que a grande dificuldade é que, de acordo com os Escritos, a mãe é a mais importante instrutora até a criança chegar aos 6 ou 7 anos de idade. Naturalmente, nós queremos fazer aquilo que é melhor apreciamos seu auxílio. [23]
  • 24. Vida em Família 64. Com respeito à declaração do Guardião de que pioneirismo está condicionado ao consentimento dos pais e que seria necessário que eles concordassem, perguntastes se esta regra se aplica igualmente a filhos que são maiores de idade e àqueles que ainda não são maiores de idade. — Uma Onda de Ternura, p. 50. 65. Bahá’u’lláh declarou claramente que o consentimento de todos os pais vivos é exigido para um casamento bahá’í. Isto tanto se aplica, se os pais são bahá’ís ou não-bahá’ís, divorciados a ano ou não. Ele estabeleceu esta grande lei para fortalecer a estrutura social, para entrelaçar mais os vínculos do lar, para depositar uma certa gratidão e respeito nos corações dos filhos para com aqueles que lhes deram a vida e enviaram suas almas na viagem eterna em direção ao seu Criador. Nós bahá’ís, devemos compreender que na sociedade atual está ocorrendo o processo exatamente oposto: pessoas jovens importam-se cada vez menos com os desejos de seus pais, o divórcio é considerado um direito natural e obtido sob os pretextos mais insignificantes, injustificáveis e indignos. As pessoas separadas, especialmente se uma delas tem a custódia total dos filhos, estão muito dispostas a menosprezar a importância do companheiro de casamento, também responsável, como um dos pais, por ter trazido estas crianças a este mundo. Os bahá’ís devem, através da rígida aderência às leis e ensinamentos bahá’ís, combater estas forças corrosivas que estão tão rapidamente destruindo a vida em família e a beleza dos relacionamentos familiares, e arrasando a estrutura moral da sociedade. — Uma Onda de Ternura, pp. 54-5. 66. Até a idade de 15 anos, as crianças se encontram sob a direção de seus pais. Aos 15 anos, elas podem declarar sua fé como uma convicção, e serem registradas como jovens bahá’ís, sejam seus pais bahá’ís ou não. As crianças abaixo de 15 anos, de pais bahá’ís, que desejarem participar de reuniões e se unirem aos amigos como bahá’ís, podem fazê-lo. Se pais não bahá’ís permitirem a uma criança menor de 15 anos participar de reuniões bahá’ís e de fato ser bahá’í, isso é igualmente permissível. (De uma carta, datada de 23 de julho de 1945, a uma Assembleia Espiritual Nacional) 67. Se a condição de saúde de seus pais é tal que sua presença é realmente necessária, então não deveria deixá-los. Entretanto, se existe algum outro parente que poderia cuidar deles, então poderia ajudar com o trabalho em... e ajudar os amigos a estabelecerem a Fé em bases sólidas ali. — Uma Onda de Ternura, p. 63. Excertos de Cartas Escritas pela Casa Universal de Justiça e em seu Nome 68. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta de 23 de junho de 1977, na qual você expressa seu próprio desejo ardente, e de seu marido, de ver seus filhos crescerem como apoiadores ativos da Fé, e pergunta se, em vista das responsabilidades de pais bahá’ís no campo de pioneirismo, os aparentes sofrimentos das crianças resultantes do comprometimento de seus pais com o serviço da Causa serão de algum modo compensados. A Casa Universal de Justiça nos pediu para lhe transmitir os seguintes pontos: [24]
  • 25. Vida em Família Ao considerar este problema, é importante ter em mente a realidade da unidade familiar, e o papel das crianças nas suas atividades…. Deve-se entender, também, que uma criança, desde o início de sua vida é uma alma consciente e pensante, um membro de sua família, com seus próprios deveres, e que de muitas maneiras é capaz de fazer seus próprios sacrifícios para a Fé. Sugere-se fazer as crianças perceberem que lhes é concedido o privilégio e a oportunidade de participar das decisões referentes aos serviços que seus pais podem oferecer, fazendo com que desse modo tomem sua própria decisão de aceitar esses serviços com consequência para suas vidas. De fato, as crianças devem ser levadas a perceber que o mais sincero desejo de seus pais é realizar tais serviços com o apoio integral dos seus filhos. (De uma carta, datada de 23 de agosto de 1977, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 69. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta, enviada em 19 de fevereiro de 1982, na qual você expressa seu ardente desejo de cumprir suas responsabilidades como mãe para guiar seus filhos corretamente e capacitá-los a se tornarem firmes apoiadores da Causa da Abençoada Beleza. Fomos solicitados a lhe transmitir os seguintes pontos... A Casa de Justiça compartilha de suas preocupações de que filhos vindos de lares de pais bahá’ís devotados tenham deixado a Fé. Infelizmente houve casos em que pais serviram a Causa em detrimento dos filhos e da unidade da família... Nos escritos, há muitas alusões referentes à orientação que os pais devem dar aos seus filhos. Talvez você tenha estudado a compilação Educação Bahá’í... Essa compilação contém muitas referências à importância da unidade da família. Se os filhos forem educados em lares em que a família é feliz e unida, que pensamentos e ações são direcionados a assuntos espirituais e o progresso da Causa, há motivo de sobra para crer que eles adquirirão qualidades celestiais e se tornarão defensores de Sua Causa. Espera-se que o acima exposto possa lhe oferecer assistência e certeza e a capacite a abordar os deveres de mãe com alegria e confiança. Na condição de pais, assim como em tantos outros campos de empenho, podemos fazer o melhor possível, cientes de que inevitavelmente sairemos dos padrões de perfeição pelos quais nos esforçamos, mas confiantes de que Deus ajudará aqueles que trabalham no caminho de Sua Fé, responderá às nossas preces e sanará nossas deficiências. (De uma carta, datada de 29 de março de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 70. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta, de 14 de setembro de 1982, referente ao papel da Assembleia Espiritual Local em orientar pais e filhos nos padrões de conduta das crianças nas reuniões comunitárias, tais como Festas de 19 Dias e celebração de Dias Sagrados. …A Casa Universal de Justiça instruiu-nos a lhe dizer que as crianças devem ser treinadas a entender a importância espiritual das reuniões dos seguidores da Abençoada Beleza, e prezar a honra e a graça de poder participar delas, quaisquer que sejam suas feições exteriores. Sabe-se que algumas celebrações bahá’ís são longas e é difícil que crianças pequenas permaneçam quietas por tanto tempo. Em tais ocasiões talvez um dos pais tenha que perder parte da reunião para cuidar das crianças. A Assembleia Espiritual também pode talvez ajudar os pais a prover celebração para as crianças, adequada à sua capacidade, numa sala separada durante parte da reunião da comunidade. Participar de toda a celebração dos adultos torna- [25]
  • 26. Vida em Família se, portanto, um sinal de crescente maturidade e uma característica a ser alcançada por bom comportamento. De qualquer modo, a Casa de Justiça destaca que os pais são responsáveis pelos seus filhos e devem zelar pelo seu comportamento quando participam de reuniões bahá’ís. Se as crianças persistirem em perturbar, devem ser retiradas da reunião. Isso é necessário não somente para assegurar que a reunião bahá’í seja dignamente conduzida, mas é um aspecto do treinamento das crianças para a cortesia, consideração pelos outros, reverência e obediência aos seus pais. (De uma carta, datada de 14 de outubro de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembleia Espiritual Nacional) 71. Não foi encontrada qualquer elaboração detalhada nos Escritos a respeito dos temas incluídos na afirmação de ‘Abdu’l-Bahá que você citou na sua carta; a asserção deve ser considerada no contexto da totalidade da Epístola da qual foi extraída.8 Ela dá ênfase aos requisitos para o treinamento dos jovens desde sua mais tenra idade para capacitá-los a enfrentar os desafios da vida adulta e contribuir para a preservação das normas de uma sociedade equilibrada e progressista; e destaca as sérias consequências que normalmente se pode esperar se não for dada a devida atenção a esses requisitos. Em uma sociedade perfeitamente regulada pelas leis e ordenanças trazidas por Bahá’u’lláh, será mais fácil apreciar a estrutura na qual esses requisitos produzirão seu máximo efeito. Deve-se notar que a asserção de ‘Abdu’l-Bahá refere-se à tentativa feita por outros. Não se refere aos esforços do próprio indivíduo de aprender e refinar seu próprio caráter. Felizmente, nos nossos escritos sagrados existem as repetidas promessas das manifestações da misericórdia de Deus que são acessíveis às almas errantes, e temos provas, fornecidas pelas vidas dos heróis da Fé, bem como de pessoas comuns, do poder da fé em Deus na transformação do caráter. Como sabe, um dos principais objetivos da vinda do Manifestante de Deus é transformar o caráter dos indivíduos e, através deles, o caráter da sociedade como um todo. Assim Ele decreta leis e ordenanças que propiciam tão ampla mudança; o objetivo ideal é adquirido gradativamente através do esforço individual, tentativa e erro e, acima de tudo, constância na fé em Deus. (De uma carta, datada de 4 de junho de 1984, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 72. Com relação a sua pergunta se as mulheres devem trabalhar fora do lar, é útil considerar a questão dentro da perspectiva do conceito de família bahá’í. Este conceito é baseado no princípio que o homem é o responsável primário pelo sustento financeiro da família e que a mulher é a principal e primeira educadora das crianças. Isto não implica de modo algum que estas funções são rigidamente fixas e não possam ser mudadas e ajustadas para convir situações particulares da família, nem significa que o lugar da mulher é confinado ao lar. De preferência, enquanto a responsabilidade primária é designada, antecipa-se que os pais terão um papel significativo na educação de seus filhos e as mulheres também possam ser o arrimo 8 A afirmação de ‘Abdu’l-Bahá é a seguinte: É extremamente difícil ensinar o indivíduo e refinar seu caráter uma vez passada a puberdade. Ver Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá, p. 123. [26]
  • 27. Vida em Família da família. Como corretamente indicou, ‘Abdu’l-Bahá encorajou as mulheres a “participarem completa e igualmente nos assuntos do mundo”. Relacionado às suas perguntas específicas, uma decisão concernente ao tempo que a mãe pode passar trabalhando fora do lar depende das circunstâncias que existam dentro do lar, que podem variar de tempos em tempos. Consulta dentro da família irá ajudar a fornecer as respostas. — Mulher, p. 53. 73. O buscador a que você se refere, parece ter interpretado erroneamente os ensinamentos bahá’ís acerca da responsabilidade dos pais na educação de seus filhos. O pai, certamente tem um importante papel a desempenhar. No próprio Kitáb-i-Aqdas, Bahá’u’lláh revelou: “A todo o pai se ordenou a instrução do filho e da filha na arte de ler e escrever, e em tudo que se encontra registrado na Santa Epístola.... Quem cria o seu próprio filho, ou o filho de outrem, é como se criasse um filho Meu; sobre ele repousem Minha glória, Minha ternura e Minha mercê, que envolveram o mundo inteiro.” (Kitab-i-Aqdas, p. 31) A grande importância atribuída ao papel da mãe provém do fato de que ela é a primeira educadora da criança. Sua atitude, suas orações, até mesmo o que a mãe come e a condição física tem grande influência na criança quando ainda no ventre. Quando a criança nasce, é a mãe que foi dotada por Deus com o leite que é o primeiro alimento designado ao bebê, e é tencionado que, se possível, ela deva estar com o bebê para treinar e nutri-lo durante os primeiros dias e meses. Isto não significa que o pai também não ame, reze, e cuide de seu bebê, mas como ele tem a responsabilidade primária de prover a família, seu tempo para ficar com o bebê é normalmente limitado. Normalmente, a mãe está intimamente associada ao bebê durante este intenso período formativo no qual ele está crescendo e se desenvolvendo mais rapidamente do que durante o resto de sua vida. Quando a criança fica maior e mais independente, a natureza relativa do relacionamento com sua mãe e seu pai se modifica e o pai pode desempenhar um papel maior. Talvez seja útil frisar... que o princípio bahá’í de igualdade dos homens e das mulheres é claramente afirmado nos ensinamentos, e o fato de que exista diversidade de função entre eles em certas áreas, não nega este princípio. (De uma carta data de 23 de agosto de 1984 escrita em nome da Casa Universal de Justiça para dois bahá’ís; textos citados em: Mulher, p. 54 e p. 25) 74. A Casa de Justiça reconhece perfeitamente o sofrimento de muitas mulheres que, como mães solteiras, assumem a total responsabilidade pela criação e sustento de seus filhos. O objetivo da Fé Bahá’í é efetuar uma transformação fundamental na própria base dos relacionamentos humanos e a aceitação de princípios vitais como a equidade do homem e da mulher; em consequência disso, a estabilidade do casamento aumentará e haverá um decréscimo drástico nas condições que propiciam colapso nos casamentos. Para alcançar este objetivo mais rapidamente, a comunidade bahá’í deve continuar a atrair os poderes espirituais indispensáveis ao sucesso; isso requer estrita adesão aos princípios estabelecidos nos ensinamentos bahá’ís, com a certeza de que a sabedoria subjacente a esses escritos se tornará gradualmente manifesta para a generalidade da humanidade. (De uma carta, datada de 11 de janeiro de 1988, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) [27]
  • 28. Vida em Família 75. Os assuntos que você levantou9 são melhor considerados à luz dos ensinamentos bahá’ís sobre relacionamentos na família. Deve haver um espírito de respeito mútuo e consideração entre os pais e os filhos, no qual os filhos buscam o conselho e orientação dos pais, e estes propiciam capacitação e educação aos filhos. O fruto desse relacionamento é que as crianças crescem e alcançam a maturidade com seus poderes de análise e julgamento mais aprimorados, de forma a poderem dirigir o curso de suas vidas de uma forma que leve ao seu melhor bem-estar. No contexto deste respeito mútuo, os pais são convocados a mostrar sabedoria e discrição quando seus filhos estão criando amizades que possam, por fim, levá-los ao casamento. Precisam considerar atentamente as circunstâncias sob as quais alguns conselhos devam ser dados e as condições em que suas intervenções possam ser interpretadas como interferência. Por sua vez, os filhos devem reconhecer que seus pais estão profundamente interessados em seu bem-estar e que os pontos de vista dos pais merecem respeito e cuidadosa consideração. Como é de seu conhecimento, a escolha inicial do(a) parceiro(a) do casamento é feita pelos dois interessados em se casarem, e o consentimento dos pais vivos é então solicitado, sendo uma exigência formal para a realização do casamento. Neste sentido, como em todos os aspectos das relações humanas, a consulta é de grande valia para a solução de dúvidas e desentendimentos e para todos os envolvidos chegarem à conclusão de qual seja o melhor curso de conduta à luz dos ensinamentos bahá’ís — Casamento Bahá’í, pp. 137-8. 76. Embora o papel da mãe na criação dos filhos seja realmente muito importante, sentimos que é crucial não subestimar a importância da responsabilidade que os Escritos dão ao pai nesse sentido. Atualmente há uma tendência de os pais abandonarem a educação dos filhos às suas mães numa medida completamente sem justificativa, e não desejamos dar a impressão de que os ensinamentos bahá’ís confirmam tal atitude. (De um memorando, datado de 28 de fevereiro de 1989, escrito pela Casa Universal de Justiça) 77. Ensinar a Causa é, sem dúvida, o mais meritório de todos os atos, e os amigos são duplamente abençoados quando combinam o ensino com o pioneirismo. Atender às necessidades da família também é de máxima importância espiritual, e não é permissível ignorar o desenvolvimento da família de modo a servir à Fé de uma maneira individual. O ensino da Fé e as necessidades da família devem ser considerados ambos ao mesmo nível de serviço a Deus, porém, as condições específicas de cada família determinam quanta atenção cada um deve receber. É inevitável que filhos de pioneiros tenham de participar dos sacrifícios de seus pais quando esses se transferem para um posto no exterior, assim como os filhos de Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá compartilharam Seus sacrifícios. Mas não se deve esquecer que as crianças também participam das bênçãos e recompensas do pioneirismo. (De uma carta, datada de 8 de fevereiro de 1990, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 78. Você levantou diversas questões sobre o modo de tratar as crianças. Nos Escritos Bahá’ís está claro que um componente vital da educação das crianças é o exercício da disciplina. Numa 9 A respeito do consentimento dos pais. [28]
  • 29. Vida em Família carta escrita em nome de Shoghi Effendi sobre a educação das crianças, ele diz: “Algum tipo de disciplina, seja física, moral ou intelectual, é deveras indispensável e nenhum treinamento pode ser considerado completo e proveitoso se negligenciar esse elemento. A criança, ao nascer, está longe de ser perfeita. Ela é não somente impotente, mas realmente imperfeita, e inclusive naturalmente inclinada para o mal. Ela deve ser treinada, suas inclinações naturais harmonizadas, ajustadas e controladas e, se necessário, suprimidas e reguladas, de modo a lhe assegurar desenvolvimento físico e moral sadio. Pais bahá’ís não podem simplesmente adotar uma atitude de não resistência em relação a seus filhos, especialmente aquelas que são rebeldes e violentas por natureza. Nem sequer é suficiente que orem por eles. Devem, ao invés, esforçar-se em inculcar suave e pacientemente em suas mentes jovens aqueles princípios e ensinamentos da Causa com um zelo tão delicado e amoroso que as capacite a se tornarem “verdadeiros filhos de Deus” e se transformarem em cidadãos leais e inteligentes de Seu Reino...” Embora a disciplina física das crianças seja uma parte aceitável de sua educação e treinamento, tais ações devem ser realizadas “gentil e pacientemente” e com “zelo amoroso”, completamente afastadas da fúria e violência com que as crianças são surradas e maltratadas em algumas partes do mundo. Tratar as crianças de um modo tão repugnante é negar-lhes os direitos humanos e trair a confiança que o fraco deve ter no forte dentro de uma comunidade bahá’í. É difícil imaginar perversão mais repreensível da conduta humana que o abuso sexual de crianças, cuja forma mais degradante é o incesto. Numa época em que a condição da humanidade é tal que, segundo as palavras do Guardião, “A perversão da natureza humana, a degradação da conduta humana, a corrupção e a dissolução das instituições humanas, revelam-se... em seus piores e mais revoltantes aspectos”, e “a voz da consciência humana é calada” e “ o senso de decência e vergonha é obscurecido”, as instituições bahá’ís devem ser firmes e vigilantes em seu comprometimento com a proteção das crianças confiadas ao seu cuidado, e não devem permitir que ameaças ou situações de conveniência os desviem de sua responsabilidade. Estando um dos pais ciente de que seu cônjuge esteja submetendo um filho a abuso sexual, não pode permanecer calado, mas deve tomar todas as medidas necessárias, com a ajuda da Assembleia Espiritual ou autoridades civis, se necessário, para pôr um fim imediato a uma conduta de tamanha imoralidade, e propiciar cura e terapia. Bahá’u’lláh deu grande ênfase aos deveres dos pais para com seus filhos, e urgiu os filhos a manterem seus corações gratos aos seus pais, cujo agrado devem procurar conquistar como meio para agradar a Deus. No entanto, Ele deu a entender que em certas circunstâncias, como consequência de seus atos, os pais podem ser privados de seu direito à paternidade. A Casa Universal de Justiça tem o direito de legislar sobre este assunto. Para o momento atual, ela decidiu que devem ser reportados a ela todos os casos em que a conduta ou o caráter de um dos pais se apresente indigno de direitos parentais como o de dar consentimento a casamentos. Tais questões podem surgir se, por exemplo, um dos pais tiver cometido incesto, ou se o filho tiver sido concebido em consequência de estupro, e também, se um dos pais conscientemente deixa de proteger o filho de flagrante abuso sexual. (De uma carta, datada de 24 de janeiro de 1993, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) [29]
  • 30. Vida em Família 79. … Embora as crianças bahá’ís não herdem automaticamente a Fé de seus pais, os pais são responsáveis pela educação e o bem-estar espiritual de seus filhos. Pais bahá’ís devem, portanto, esforçar-se para transmitir aos filhos, desde a mais tenra idade, a consciência de Deus e o amor a Ele, e devem se empenhar em orientá-los a uma devotada obediência às exortações, ordenanças e leis de Bahá’u’lláh. Dentre elas temos o reconhecimento e o amor a todos os Manifestantes de Deus, associação aos seguidores de todas as religiões, amizade para com todos os seres humanos, e a importância da investigação independente da verdade. É natural, entretanto, se dirigir às crianças de bahá’ís como bahá’ís, a não ser que se haja razão para concluir o contrário. Com tal base de conhecimento e entendimento, toda criança estará melhor equipada para pensar com clareza e julgar por si mesma quanto ao rumo que deve tomar ao chegar à maturidade ou na sua vida adulta. (De uma carta, datada de 26 de janeiro de 1994, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 80. Há muitas passagens nos Escritos Sagrados que enfatizam a importância da unidade na família, e a grande responsabilidade dos filhos perante seus pais e dos pais perante seus filhos. Com relação a isso, os bahá’ís são realmente chamados a serem obedientes a seus pais... Entretanto, um dos mais importantes princípios da Fé é o da moderação em todas as coisas. Até mesmo virtudes, se levadas ao excesso e não equilibradas por outras virtudes complementares, podem causar imensos danos. Por exemplo, não se deve esperar que uma criança obedeça as instruções de um dos pais de cometer um pecado. Há, ainda, o perigo de engrandecer uma lei, isolando-a, seja dos princípios fundamentais subjacentes a ela, ou de outras leis. Conforme explicado por ‘Abdu’l-Bahá, a unidade da família é de importância decisiva, mas deve ser equilibrada pelos direitos de cada membro da família: “De acordo com os ensinamentos de Bahá’u’lláh, a família, sendo uma unidade humana, deve ser educada de acordo com as regras de santidade. Todas as virtudes devem ser ensinadas à família. A integridade dos laços de família deve ser constantemente levado em consideração, e os direitos de cada um de seus membros não devem ser transgredidos. Os direitos do filho, do pai, da mãe - nenhum pode ser transgredido, nenhum deve ser arbitrário. Assim como o filho tem certas obrigações para com seu pai, do mesmo modo o pai tem certas obrigações para com seu filho. A mãe, a irmã e outros membros da família têm certas prerrogativas. Todos esses direitos e prerrogativas devem ser preservados e a unidade da família, mantida. A ofensa de um deve ser considerada ofensa de todos; o conforto de cada um, o conforto de todos; a honra de um, a honra de todos.” (A Promulgação da Paz Universal, p. 207) Outro princípio fundamental que deve influenciar o bahá’í na abordagem dos requisitos de ser obediente aos pais é a exortação de consultar sobre todas as coisas. Segundo ‘Abdu’lBahá, “a consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de Deus.” Se, através de consulta, um filho e o pai puderem aprofundar seu entendimento dos pontos de vista um do outro e alcançar unidade de pensamento e propósito, os conflitos a respeito de obediência podem ser superados. [30]
  • 31. Vida em Família Com respeito à sua discussão sobre a relação entre obediência aos pais, de um lado, e a auto-expressão individual, liberdade e crescimento espiritual, do outro, a Casa Universal de Justiça sugere um entendimento alternativo para sua consideração. Embora individualmente as pessoas sejam responsáveis pelos seus próprios atos e seu desenvolvimento espiritual, os indivíduos não existem isoladamente, mas são partes de famílias e comunidades. Decidir renunciar desejos pessoais em favor dos pais – ou de instituições da Fé, autoridades civis, ou da lei correspondente – representa uma expressão do livre arbítrio, não uma diminuição do mesmo. Ao optar por obedecer, a criança pode contribuir para a unidade da família e desse modo promover a Causa de Deus. (De uma carta, datada de 24 de setembro de 1997, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 81. Nossas crianças precisam ser espiritualmente nutridas e integradas à vida da Causa. Não devem ser deixadas à força das circunstâncias num mundo tão cheio de perigos morais. Na atual condição da sociedade, as crianças enfrentam uma sorte cruel. Milhões e milhões em tantos e tantos países são socialmente deslocadas. As crianças se encontram negligenciadas por pais e outros adultos, estejam em condições de riqueza ou de pobreza. Tal alienação tem suas raízes num egocentrismo nascido do materialismo, que se encontra no cerne da descrença que domina os corações das pessoas em todos os lugares. O desajuste social das crianças no nosso tempo é uma marca indubitável de uma sociedade em declínio; no entanto, esta condição não se confina a uma determinada raça, classe, nação ou condição econômica – ela passa por todas elas. Ficamos angustiados em perceber que em tantas partes do mundo as crianças são usadas como soldados, exploradas como operários, vendidas praticamente como escravas, forçadas à prostituição, tornadas objetos de pornografia, abandonadas por pais centrados em seus próprios desejos, e submetidas a outras formas de opressão demasiado numerosas para mencionar. Muitos de tais horrores são infligidos pelos pais aos seus próprios filhos. O dano espiritual e psicológico desafia avaliação. Nossa comunidade de âmbito mundial não pode se alienar às consequências dessa situação. Essa percepção deve impulsionar a todos nós para um esforço urgente e sustentado em favor das crianças e do futuro... As crianças são o tesouro mais precioso que uma comunidade pode possuir, pois nelas está a promessa e a garantia do futuro. Eles carregam as sementes do caráter da sociedade futura que é amplamente moldada por aquilo que os adultos que constituem a comunidade fazem ou deixam de fazer em relação às crianças. São uma incumbência que nenhuma comunidade pode negligenciar com impunidade. Um amor todo-abrangente pelas crianças, a maneira de tratá-las, a qualidade da atenção que lhes é mostrada, o espírito do comportamento adulto para com elas – estão entre os aspectos vitais da atitude necessária. O amor exige disciplina, coragem de acostumar as crianças às dificuldades, não ser indulgente com seus caprichos, nem abandoná-las inteiramente à sua própria sorte. É necessário manter uma atmosfera em que as crianças sintam que pertencem à comunidade e compartilham de seus objetivos. Elas devem ser amorosas, mas constantemente orientadas a viver de acordo com padrões bahá’ís, estudar e ensinar a Causa de modo adequado às suas circunstâncias... E agora desejamos dirigir algumas palavras aos pais, que têm a responsabilidade primária de criar seus filhos. Nós lhes apelamos para darem constante atenção à educação espiritual de seus filhos. Parece que alguns pais pensam que esta é uma responsabilidade exclusiva da comunidade; outros creem que a fim de preservar a independência das crianças na investigação da verdade, não se deve ensinar-lhes a Fé. Há ainda outros que se sentem inadequados para tal [31]
  • 32. Vida em Família dever. Nenhuma dessas atitudes é correta. O amado Mestre disse: “ao pai e à mãe impõe-se, como um dever, envidar todos os esforços para dar instrução à filha e ao filho”, acrescentando que “se negligenciarem esse assunto, terão de prestar contas, e serão dignos de reprovação na presença do austero Senhor.” Independentemente de seu nível de educação, os pais estão numa posição decisiva para moldar o desenvolvimento espiritual de seus filhos. Jamais devem subestimar sua capacidade de formar o caráter moral de seus filhos. Pois eles exercem uma influência necessária através do ambiente familiar que conscientemente criam por seu amor a Deus, seus esforços para aderir às Suas leis, seu espírito de serviço à Sua Causa, sua falta de fanatismo e por estarem livres dos corrosivos efeitos da calúnia. Todo pai ou mãe que crê na Abençoada Beleza tem a responsabilidade de comportar-se de modo a eliciar a obediência espontânea aos pais, aos quais os Ensinamentos atribuem tão grande valor. Certamente, além dos esforços feitos em casa, os pais devem apoiar as aulas bahá’ís para crianças providenciadas pela comunidade. Deve-se ter em mente, ainda, que as crianças vivem num mundo que os informa da dura realidade através de experiência direta dos horrores já descritos ou através das inevitáveis transmissões da mídia. Desse modo, muitas delas são forçadas a amadurecer precocemente, e entre elas há as que procuram padrões e uma disciplina pelos quais possam orientar suas vidas. Em contraste com esse sombrio cenário de uma sociedade decadente, as crianças bahá’ís devem resplandecer como emblemas de um futuro melhor. (Da Mensagem do Ridván de 2000 da Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo) [32]
  • 33. Vida em Família III – Intensificando a Vida Familiar Excertos dos Escritos de Bahá’u’lláh 82. Abençoada é a casa que alcançou a Minha carinhosa mercê, onde Minha recordação é celebrada, e que é enobrecida pela presença de Meus amados, que proclamaram Meu Louvor, se seguraram firmemente à corda de Minha graça e foram honrados por entoarem Meus versos. Verdadeiramente, são eles os enaltecidos servos, aos quais Deus louvou no Qayyúmu’l-Asmá e em outras escrituras. Verdadeiramente, Ele é O que tudo ouve, O que responde, Aquele que percebe todas as coisas. — Uma Onda de Ternura, p. 10. 83. O começo da magnanimidade é quando o homem despende seus recursos para si próprio, sua família e os pobres entre seus irmãos de Fé. A essência da riqueza é o amor a Mim; quem Me ama é o possuidor de todas as coisas e quem não Me ama é, em verdade, dos pobres e necessitados. Eis o que o Dedo da Glória e do Esplendor tem revelado. — Epístolas de Bahá’u’lláh, p. 174. 84. Não pode haver dúvida alguma de que tudo quanto foi revelado pela Pena Toda-Gloriosa, tanto determinações quanto proibições, confere benefícios aos próprios crentes. Por exemplo, entre os mandamentos está aquele do Huqúqu’lláh. Se as pessoas alcançarem o privilégio de pagar o Huqúq, o Deus Uno e Verdadeiro, exaltada seja Sua glória, irá certamente conferirlhes bênçãos. Ademais, tal pagamento os capacitará, e a seus descendentes, a se beneficiarem de suas posses. Como fazes menção, grandes porções das riquezas das pessoas estão perdidas para elas, quando Deus faz com que estranhos – ou herdeiros, em comparação com os quais estranhos teriam sido preferíveis – apoderem-se de suas posses. A sabedoria perfeita de Deus está muito além de qualquer descrição ou menção adequada. Em verdade, as pessoas veem com seus próprios olhos e ainda assim negam; estão cônscias, no entanto fingem não ter conhecimento. Tivessem observado a determinação de Deus, teriam alcançado o bem deste mundo e do vindouro. — Huqúqu’lláh: O Direito de Deus, p. 36. Excertos dos Escritos e Discursos de ‘Abdu’l-Bahá 85. Suplico a Deus, de benevolamente fazer de teu lar um centro para a difusão da luz de guia divina, para a disseminação das Palavras de Deus, e para acender em todos os momentos o fogo do amor nos corações de Seus fiéis servos e servas. Sabe tu, com certeza, que cada casa, [33]