SlideShare a Scribd company logo
1 of 18
Download to read offline
FÉLIX ARAÚJO
        - ou o martírio de um líder!

                    Autor: Manoel Monteiro
                           Da Academia Brasileira de
                           Literatura de Cordel e do IHGCP.



01- Todo aglomerado humano
    Urbano, próximo ou distante,
    Que seja cosmopolita
    Ou insignificante
    Não tem nada a seu contrário
    A que venha ser berçário
    De filho muito importante.

02- VITAL BRASIL que nasceu
    Numa cidade tacanha
    Mas com suas descobertas
    Inda hoje o mundo ganha;
    Contra picada de cobra
    O antídoto é obra
    Do MINEIRO DE CAMPANHA.

03- Nosso grande PEDRO AMÉRICO
    Que trouxe a arte na veia
    Nascido em plaga ignota
    Que os braços do Brejo enleia
    Pelo seu dom magistral
    FEZ, de modo literal,
    UM MONUMENTO DE AREIA.
04- Exemplos neste sentido
    Tem de se perder a conta,
    A Bromélia mais bonita
    Na laje agreste é que aponta,
    Quem tem amor dar carinho
    Quem nasceu pra ser espinho
    De pequeno traz a ponta.

05- Estou começando assim
    Este cordel nas primeiras
    Estrofes para mostrar
    Que o mundo não tem fronteiras
    Nem limites para o brilho
    De um valoroso filho
    Das plagas de Cabaceiras.

06- Cabaceiras pequenina
    Cidade do Cariri,
    Semi-árido nordestino,
    Na Paraíba, e, aqui
    Tem belezas naturais,
    Inscrições rupestres mais
    Um sol alegre que ri.

07- Pois foi nesta terra onde
    O sol está “sempre a pino”
    Que aos 22 de dezembro,
    De 22, um menino,
    Veio alegre a família
    Da jovem Dona NAUTÍLIA
    E FRANCISCO VIRGOLINO.
08- FÉLIX DE SOUSA ARAÚJO
    Foi esse o nome escolhido
    Que os pais felizes deram
    Ao garotinho nascido
    Daquela doce união
    E com sua aparição
    Fez o casal mais unido.

09- Para suas brincadeiras
    FÉLIX não ficou sozinho
    Pois dentro de pouco tempo
    Deus mandou-lhe um irmãozinho,
    Os pais bastante felizes
    Dispensaram aos dois petizes
    Muito amor, muito carinho.

10- O irmão de FÉLIX, Mário,
    Mário Araújo, um amigo,
    Que conheço há muitos anos
    Por isso mesmo lhe digo:
    - Mário é grande companheiro
    Dos que servem ao parceiro
    Mesmo correndo perigo.

11- Em 64 estive
    Na “barcaça” que afundou,
    Perseguido, preso e um
    Amigo que não faltou
    Apesar do grande risco
    Foi – O FILHO DE FRANCISCO –
    Que aos meus afins ajudou.
12- Trago este depoimento
    Pois gratidão não se apaga,
    Coragem não tem à venda
    E a mão que nos afaga
    Fica satisfeita vendo
    Que estamos devolvendo
    Um obrigado por paga.

13- Mas vamos voltar a FÉLIX
    Principal objetivo
    Não para biografá-lo
    Sim, para mantê-lo vivo
    E mostrar ao circunstante
    O quanto ele foi brilhante
    Talentoso e combativo.

14- FÉLIX brincava na rua
    Com os meninos do jeito
    Que todo menino brinca
    Rindo, alegre, satisfeito.
    De corrida, salto e bola,
    Até chegar à escola
    Pra mostrar do que foi feito.

15- Na Escola Estadual
    Onde foi matriculado
    Deu prazer a professora
    Maria Neuly Dourado
    Logo cedo demonstrando
    Rara inteligência dando
    Prova de super dotado.
16- Aquele garoto simples
    De aparência singular
    Compleição física mirrada
    Mas de um brilho no olhar
    Inquieto, perscrutando,
    Como quem estava buscado
    Um jeito bom de voar.

17- A escola é campo fértil
    Onde uma boa semente
    Nasce, flora e frutifica,
    Reproduz e vai em frente
    Como pontos luminares
    Para orgulhar os seus pares
    Num crescendo intermitente.

18- No primário distinguiu-se
    Dos demais pelo QI
    Apreendendo as matérias
    Dum jeito com que Neuly
    Achava até que um dia
    Aquele garoto iria
    Orgulhar o Cariri.

19- Ao concluir o primário
    Com louvor e distinção
    O professor Ariel
    Oliveira “deu-lhe a mão”
    E o direcionou
    Dum jeito que ele passou
    Do Curso de Admissão.
20- Daí, em Campina Grande,
    Prosseguiu o ritual
    De ingressar num colégio
    E ao tentar o portal
    Passou da primeira vez
    No Pio XI onde fez
    O Curso Ginasial.

21- Durante o correr do curso
    Mostrou-se muito vivaz
    Sempre à frente nas matérias,
    Participante e loquaz,
    Pra tudo tinha um discurso
    Tanto que ao final do curso
    Orador dele se faz.

22- Do jovem cabaceirense
    Já transbordavam pendores
    De uma palavra fluente,
    Revides devastadores
    Na contra-argumentação
    Méritos que só estarão
    Junto aos grandes oradores.

23- O Curso Clássico ele fez
    No Estadual da Prata,
    No Liceu Paraibano,
    No Pio XI e já trata
    De mostrar para o que veio
    Vibrante, inquieto e cheio
    De aspiração democrata.
24- Sua aguerrida presença
    Na política estudantil
    Fazia imenso contraste
    Com seu porte juvenil,
    Toda aparente fraqueza
    Tinha o triplo de grandeza
    Na defesa do Brasil.

25- Dá-nos orgulho lembrar
    Os seus feitos pioneiros
    No jornal cabaceirense
    Que deu o nome CRUZEIROS
    Pelos Cruzeiros da Terra
    Nas páginas do qual descerra
    Os seus escritos primeiros.

26- Do comentário político
    Ia a crônica social
    Levando a letra de fôrma
    Tudo de bem e de mal
    Com seu talento imanente
    Caminhava um passo a frente
    O que pra gênio é normal.

27- O pai de FÉLIX e Mário
    Um honesto Coletor
    Em cujo lar quem chegasse
    Tinha pão e cobertor
    Um dia caiu doente
    Indo embora de repente
    Deixando saudade e dor.
28- Sem a ajuda do pai
    FÉLIX no estudo seguia
    Dando conferência pagas
    E o pouco que recebia
    Tinha de ser o bastante
    Para levar adiante
    O projeto que antevia.

29- (Quando ouço alguém dizer
     Não estudo porque não tenho
     Dinheiro e mesmo por que
     No lugar de onde venho
     Não tem jeito de ganhar
     Sou obrigado falar:
     - O que lhe falta é empenho.)

30- Vejam como um rapaz pobre
    Rico dos bens da virtude
    Vencia dificuldades
    E por ter essa atitude
    Não se deixou abater
    Podendo muito bem ser
    Exemplo pra juventude.

31- Ganhava pouco, mas dava
    Pra prosseguir caminhando
    Por João Pessoa e por
    Campina o verbo atirando
    Sobre o povo atento e pasmo
    Vibrante de entusiasmo
    Do tributo lhes falando.
32- A breve vida de FÉLIX
    Foi efêmera, passageira,
    Como u’a estrela cadente
    Desfez-se baça em poeira
    Mas enquanto estava acesa
    Era atalaia e defesa
    Da gente humilde e obreira.

33- Como estudante integrou
    Toda campanha onde o pleito
    Fosse para conquistar
    O que se tinha direito,
    Nunca se omitiu da luta
    Por mais ferrenha a disputa
    Enfrentava peito a peito.

34- Foi assim que integrou
    A FEB como pracinha,
    Voluntário apresentou-se
    Para lutar porque tinha
    Consciência do perigo
    Visto que aquele inimigo
    Contra a humanidade vinha.

35- Parou nos campos d’Itália
    Como mais um combatente
    Simples soldado correndo
    Todo risco, consciente,
    Estava lá porque quis,
    Assim, estava feliz,
    Mesmo na linha de frente.
36- Com o Nº. 3 mil
    trezentos e sessenta e dois
    Na FEB o pracinha FÉLIX
    Voluntário se dispôs
    A ir lutar pela ordem
    E recompor a desordem
    Que o Nazi-Fascismo impôs.

37- Merecem destaques duas
    Passagens desse momento,
    Uma, quando o praça FÉLIX
    Ao tomar conhecimento
    Que no barco que os levava
    Pra o front de Itália estava
    JOEL SILVEIRA, um talento.

38- JOEL como jornalista
    E dos mais conceituados
    Estava cobrindo a guerra
    Pra os órgãos Associados,
    FÉLIX ao saber do fato
    Mandou-lhe extenso relato
    Lá do meio dos soldados.

39- Joel Silveira que era
    Experiente e sagaz
    Ao ler as colocações
    Daquele humilde rapaz
    Viu imediatamente
    Que se tratava de gente
    Inteligente e capaz.
40- Então foi falar com FÉLIX
    Já de igual pra igual
    Pois sentiu no jovem um
    Tipo muito especial
    Mas convenceu-se a ouvir
    O pracinha dirigir
    Falação ao pessoal.

41- Pois bem, um simples soldado
    Sem estrela e sem galão
    Falando a seus companheiros
    Não era um ato padrão
    Diante da novidade
    A oficialidade
    Interrompeu a sessão.

42- Porém aquele pracinha
    De oratória inflamada
    Fazia a tropa sentir
    A guerra justificada;
    Mandaram-no prosseguir
    Pois todos queriam ouvir
    A voz do seu camarada.

43- Finda a guerra volta FÉLIX
    Para Campina e afeito
    As procelas do caminho
    Vai lutar do mesmo feito
    Trabalhando pra viver
    E ao mesmo tempo fazer
    O seu Curso de Direito.
44- Na provecta Faculdade
    Onde Rui também “baixou”,
    Tobias Barreto esteve,
    Castro Alves declamou
    FÉLIX se sentiu em casa,
    Cantou alto, bateu asa,
    Galhardamente voou.

45- Suas provas eram postas
    No quadro para mostrar
    Aos outros estudantes
    Seu modo de interpretar
    As Leis, Códigos, Artigos,
    Para novos e antigos
    Terem nele um exemplar.

46- Além do Curso Jurídico
    Atuava febrilmente
    Já defendendo no fórum
    Quem estivesse carente
    Do amparo da justiça
    Em FÉLIX via a premissa
    De não pagar inocente.

47- Criador e criativo,
    Inquieto e sonhador,
    Jornalista de mancheia,
    Político por puro amor,
    Dedicadíssimo ao estudo
    Tudo isso e sobretudo
    Poeta e grande escritor.
48- DOR, FOLHAS SOLTAS e mais
    O livro FRATERNIDADE
    São títulos que produziu
    Porém TAMAR, em verdade,
    É sua obra mais terna
    Pois nela o poeta externa
    Toda sensibilidade.

49- Ele estava na Itália
    Quando TAMAR veio à lume
    Com seu texto impregnado
    Do mais plangente queixume,
    Doces sons e acalantos,
    Amontoados de cantos
    Que o estro ingente resume.

50- “TAMAR de FÉLIX é poema
    Que ao leitor maravilha,
    Tem langor de sol poente
    Albor de manhã que brilha
    - Outro cordel assegura -
    TAMAR tem tanta ternura
    Que foi ser nome de filha.”

51- Antes de falar de FÉLIX
    Eleito Vereador
    Vamos falar de MARIA
    SOCORRO DUETTES, flor
    Que o poeta escolheu
    E que dois filhos lhe deu
    Frutos do seu grande amor.
52- FÉLIX DE SOUSA ARAÚJO
    FILHO e MARIA TAMAR
    São a prova verdadeira
    Que valeu a pena amar
    E gerar filhos por que
    Olhando os filhos se vê
    A vida continuar.

53- FÉLIX saiu candidato
    Em um concorrido pleito
    Pelos serviços prestados
    Ganhou votos, foi eleito,
    Ao assumir o lugar
    Começou a trabalhar
    Como sempre havia feito.

54- Por conhecer a missão
    Própria do Legislativo
    Que é de fazer as Leis
    E ficar de olho vivo
    Sempre a pequena distância
    Pra ter sob vigilância
    O Poder Executivo.

55- Assim ele fez e foi
    Fiscalizar o Prefeito
    Que no acerto de contas
    Não estava agindo direito
    Porque pegava o erário
    Dava novo itinerário
    Como uns por ai têm feito.
56- Quem surrupia não gosta
    Quando o furto é descoberto
    Foi isso que aconteceu
    E o prefeitinho esperto
    Mandou um atirador
    Calar o Vereador
    Que estava falando certo.

57- Não vou declinar o nome
    Do mandante ou do bandido
    Pr tanto um quanto o outro
    Permanecer esquecido,
    Anula-los é premente
    Falar nome dessa gente
    É tempo e papel perdido.

58- Com a voz embargada vamos
    Trazer pra todos vocês
    Aquela manhã de julho,
    13 de 53;
    Quando o poeta aguerrido
    Foi mortalmente ferido
    Por perversa insensatez.

59- (Eu era recém chegado
     A esta terra louçã,
     Vendia versos nas feiras
     E nessa infausta manhã
     Lembro-me perfeitamente
     Na hora do incidente
     Estava em Puxinanã.)
60- Lá na Maciel Pinheiro
    FÉLIX tombou baleado
    Prontamente socorrido
    Ao hospital foi levado,
    Operado com urgência
    Mas a fatídica ocorrência
    Havia só começado.

61- A bala insana alojou-se
    Na coluna vertebral
    Não pôde ser retirada
    Causando um terrível mal,
    Grandes dores, agonias,
    Passados 14 dias
    Foi-se o poeta. Final.

62- Foi embora como veio
    Calmo, ledo, livre, leve,
    Deixando uma vasta obra
    Em sua passagem breve,
    Morreu, mas, é imortal
    Porque este capital
    Só o possui quem escreveu.

63- Ele vive em sua esposa,
    Vive nos filhos bonitos,
    Na saudade dos amigos,
    No coração dos aflitos
    Que ele tanto defendeu,
    Nos poemas que verteu
    Nas páginas dos seus escritos.
PALAVRA DE IRMÃO.
                                      (*)

      FÉLIX ARAÚJO, como intelectual, embora tenha vivido
pouco menos de 32 anos, teve uma atividade intensa. Escreveu
TAMAR, um poema em prosa, editado quando se encontrava na
Itália como soldado brasileiro na guerra que destruiu o Nazismo.
Deixou, ao morrer, os livros FRATERNIDADE, DOR, FOLHAS
SOLTAS e uma gema enorme de belos sonetos e poemas.
Durante os mais de 50 anos de sua morte, e obra literária de Félix
Araújo encantou aqueles que a conheceram...
      Sua atuação no rádio é sempre lembrada. Criou e
apresentou, na Rádio Borborema, o programa A VOZ DOS
MUNICÍPIOS, que popularizou a presença das populações
citadinas e rurais na comunicação radiofônica, trazendo ao vivo
sua voz e seus problemas. Escreveu, por muito tempo, crônicas
diárias, apresentadas, à noite, pela Rádio Borborema, sob a
denominação de CARROSSEL DA VIDA, com grande
repercussão.
      Na juventude, fundou em Cabaceiras, o jornal
CRUZEIROS, cujo nome era uma homenagem a sua terra natal,
Cabaceiras, conhecida como CIDADE DOS CRUZEIROS.
      FÉLIX, na Itália, como integrante da FEB, teve inusitada
participação. Quebrando rígidos padrões de disciplina, conseguiu
várias vezes falar para a tropa, em vibrantes discursos em defesa
dos ideais antifascistas e de estímulo à luta dos compatriotas em
operação de guerra. Fiel à sua vocação jornalística, fundou o
jornal CRUZEIRO DO SUL, com esses mesmos objetivos de
liberdade.
      Tombou, varado por uma bala assassina no dia 13 de julho
de 1953, vindo a falecer no dia 27; crime executado por um
pistoleiro profissional. O infeliz acontecimento ocorreu em pleno
centro da cidade, quando no cumprimento do seu dever o inditoso
jovem Vereador saía da Câmara sobraçando documentos com que
se comprovariam irregularidades e malversação do dinheiro
público. Este atentado fatal chocou Campina Grande e a Paraíba e
repercutiu em todo Brasil.
     Eis aí, de forma resumida, os traços marcantes do patrono da
cadeira que vou ocupar...



Mário de Sousa Araújo.
(*)


Tópicos do discurso de posse à sua cadeira do IHCGP em
08/12/2006.

More Related Content

What's hot

20 dinamicas pedagogicas
20 dinamicas pedagogicas20 dinamicas pedagogicas
20 dinamicas pedagogicasSilvana
 
RODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕESRODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕESEliane Maciel
 
Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cognição
Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cogniçãoDesenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cognição
Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cogniçãoMaria Bárbara Floriano
 
E.P.I para a cabeça
E.P.I para a cabeçaE.P.I para a cabeça
E.P.I para a cabeçaMelissa Porto
 
GE 031 Vida silvestre.pdf
GE 031 Vida silvestre.pdfGE 031 Vida silvestre.pdf
GE 031 Vida silvestre.pdfandersonmbraga1
 
Saúde do professor - Fajesu
Saúde do professor - FajesuSaúde do professor - Fajesu
Saúde do professor - FajesuAnaí Peña
 
Apresentação nr10
Apresentação nr10Apresentação nr10
Apresentação nr10foxtray
 
“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...
“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...
“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...Editora Moderna
 
Teste de atenção concentrada rio vigilante
Teste de atenção concentrada   rio vigilanteTeste de atenção concentrada   rio vigilante
Teste de atenção concentrada rio vigilanteRio Vigilante
 
NR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.ppt
NR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.pptNR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.ppt
NR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.pptTalmom Taciano
 
Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...
Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...
Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...Rodrigo Penna
 
Como montar um pca posto de bastecimento
Como montar um pca   posto de bastecimentoComo montar um pca   posto de bastecimento
Como montar um pca posto de bastecimentoKATIA ARAUJO
 
Atividades para o sábado
Atividades para o sábadoAtividades para o sábado
Atividades para o sábadoIsmael Rosa
 
O jogo da ética
O jogo da éticaO jogo da ética
O jogo da éticaChrys Souza
 

What's hot (20)

20 dinamicas pedagogicas
20 dinamicas pedagogicas20 dinamicas pedagogicas
20 dinamicas pedagogicas
 
RODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕESRODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕES
 
Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cognição
Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cogniçãoDesenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cognição
Desenvolvimento da motricidade, da linguagem e da cognição
 
Auto cuidado
Auto cuidadoAuto cuidado
Auto cuidado
 
E.P.I para a cabeça
E.P.I para a cabeçaE.P.I para a cabeça
E.P.I para a cabeça
 
GE 031 Vida silvestre.pdf
GE 031 Vida silvestre.pdfGE 031 Vida silvestre.pdf
GE 031 Vida silvestre.pdf
 
Saúde do professor - Fajesu
Saúde do professor - FajesuSaúde do professor - Fajesu
Saúde do professor - Fajesu
 
Apresentação nr10
Apresentação nr10Apresentação nr10
Apresentação nr10
 
“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...
“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...
“Educação socioemocional em sala de aula: o que é, como fazer e em que medida...
 
Integração
IntegraçãoIntegração
Integração
 
Teste de atenção concentrada rio vigilante
Teste de atenção concentrada   rio vigilanteTeste de atenção concentrada   rio vigilante
Teste de atenção concentrada rio vigilante
 
NR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.ppt
NR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.pptNR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.ppt
NR10 - TREINAMENTO NR 10 ATUALIZADO.ppt
 
Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...
Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...
Questões Corrigidas, em Word: Algarismos Significativos e Grandezas - Conteúd...
 
Palestra Setembro Amarelo
Palestra Setembro AmareloPalestra Setembro Amarelo
Palestra Setembro Amarelo
 
Check List Escadas
Check List EscadasCheck List Escadas
Check List Escadas
 
Ordem unida
Ordem unidaOrdem unida
Ordem unida
 
Como montar um pca posto de bastecimento
Como montar um pca   posto de bastecimentoComo montar um pca   posto de bastecimento
Como montar um pca posto de bastecimento
 
Atividades para o sábado
Atividades para o sábadoAtividades para o sábado
Atividades para o sábado
 
Apresentação1 autoestima AUTOESTIMA
Apresentação1 autoestima AUTOESTIMA Apresentação1 autoestima AUTOESTIMA
Apresentação1 autoestima AUTOESTIMA
 
O jogo da ética
O jogo da éticaO jogo da ética
O jogo da ética
 

Viewers also liked

Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)
Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)
Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)Mario Araujo Filho
 
El Escondite Perfecto 1
El Escondite Perfecto 1 El Escondite Perfecto 1
El Escondite Perfecto 1 apuromafo
 
Te Que Prohibido Lo Siguiente
Te Que Prohibido Lo SiguienteTe Que Prohibido Lo Siguiente
Te Que Prohibido Lo Siguientefedericoblanco
 
Apresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina Grande
Apresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina GrandeApresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina Grande
Apresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina GrandeMario Araujo Filho
 
RESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG
RESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCGRESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG
RESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCGMario Araujo Filho
 
Cordel mario e osminda - 90 anos
Cordel   mario e osminda - 90 anosCordel   mario e osminda - 90 anos
Cordel mario e osminda - 90 anosMario Araujo Filho
 

Viewers also liked (9)

Biblioteca
BibliotecaBiblioteca
Biblioteca
 
Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)
Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)
Cordel ministro luiz alberto gurgel de faria 2014 (4)
 
El Escondite Perfecto 1
El Escondite Perfecto 1 El Escondite Perfecto 1
El Escondite Perfecto 1
 
El Toro
El ToroEl Toro
El Toro
 
Rails 1H
Rails 1HRails 1H
Rails 1H
 
Te Que Prohibido Lo Siguiente
Te Que Prohibido Lo SiguienteTe Que Prohibido Lo Siguiente
Te Que Prohibido Lo Siguiente
 
Apresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina Grande
Apresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina GrandeApresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina Grande
Apresentacao: Memorias de Mario Araujo - de Cabaceiras a Campina Grande
 
RESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG
RESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCGRESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG
RESUMO HISTÓRICO E ASPECTOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG
 
Cordel mario e osminda - 90 anos
Cordel   mario e osminda - 90 anosCordel   mario e osminda - 90 anos
Cordel mario e osminda - 90 anos
 

Similar to FELIX ARAUJO - ou o martirio de um lider...

Similar to FELIX ARAUJO - ou o martirio de um lider... (20)

Felix Araujo - ou o martirio de um lider
Felix Araujo - ou o martirio de um liderFelix Araujo - ou o martirio de um lider
Felix Araujo - ou o martirio de um lider
 
CAMINHANDO - Rosevaldo Oliveira Menezes
CAMINHANDO - Rosevaldo Oliveira MenezesCAMINHANDO - Rosevaldo Oliveira Menezes
CAMINHANDO - Rosevaldo Oliveira Menezes
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1a edição
1a edição1a edição
1a edição
 
1 a edição
1 a edição1 a edição
1 a edição
 
1 para 60 leitura
1 para 60   leitura1 para 60   leitura
1 para 60 leitura
 
Antonio, um brasileiro de Riacho das Almas
Antonio, um brasileiro de Riacho das AlmasAntonio, um brasileiro de Riacho das Almas
Antonio, um brasileiro de Riacho das Almas
 
Antologia Poetica Poesia Pau Brasil # Org. Antonio Cabral Filho - RJ
Antologia Poetica Poesia Pau Brasil # Org. Antonio Cabral Filho - RJAntologia Poetica Poesia Pau Brasil # Org. Antonio Cabral Filho - RJ
Antologia Poetica Poesia Pau Brasil # Org. Antonio Cabral Filho - RJ
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
DeClara22_abril2019
DeClara22_abril2019DeClara22_abril2019
DeClara22_abril2019
 
Os maias
Os maiasOs maias
Os maias
 
Zai Gezunt - Edição 28
Zai Gezunt - Edição 28Zai Gezunt - Edição 28
Zai Gezunt - Edição 28
 
Nísia Floresta - "A lágrima de um caeté"
Nísia Floresta - "A lágrima de um caeté"Nísia Floresta - "A lágrima de um caeté"
Nísia Floresta - "A lágrima de um caeté"
 
Revistapzz
RevistapzzRevistapzz
Revistapzz
 
Quebradas (aula 12 de novembro 2013)
Quebradas   (aula 12 de novembro 2013)Quebradas   (aula 12 de novembro 2013)
Quebradas (aula 12 de novembro 2013)
 

More from Mario Araujo Filho

Cordel margaridadespedida definitivo
Cordel margaridadespedida definitivoCordel margaridadespedida definitivo
Cordel margaridadespedida definitivoMario Araujo Filho
 
Mediocres distraidos texto de lya luft
Mediocres distraidos   texto de lya luftMediocres distraidos   texto de lya luft
Mediocres distraidos texto de lya luftMario Araujo Filho
 
Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"
Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"
Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"Mario Araujo Filho
 
Pt gabeira e ditadura flores para os mortos
Pt gabeira e ditadura flores para os mortosPt gabeira e ditadura flores para os mortos
Pt gabeira e ditadura flores para os mortosMario Araujo Filho
 
Depois da euforia (IV): educação
Depois da euforia (IV): educaçãoDepois da euforia (IV): educação
Depois da euforia (IV): educaçãoMario Araujo Filho
 
Disparidades salariais no serviço público federal
Disparidades salariais no serviço público federalDisparidades salariais no serviço público federal
Disparidades salariais no serviço público federalMario Araujo Filho
 
25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados
25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados
25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovadosMario Araujo Filho
 

More from Mario Araujo Filho (20)

Cordel margaridadespedida definitivo
Cordel margaridadespedida definitivoCordel margaridadespedida definitivo
Cordel margaridadespedida definitivo
 
Mediocres distraidos texto de lya luft
Mediocres distraidos   texto de lya luftMediocres distraidos   texto de lya luft
Mediocres distraidos texto de lya luft
 
Discurso colacao de_grau_1975
Discurso colacao de_grau_1975Discurso colacao de_grau_1975
Discurso colacao de_grau_1975
 
Noticia colacao de_grau_1975
Noticia colacao de_grau_1975Noticia colacao de_grau_1975
Noticia colacao de_grau_1975
 
Ultimo comunicado andes
Ultimo comunicado andesUltimo comunicado andes
Ultimo comunicado andes
 
Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"
Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"
Entrevista: "Nao precisamos de escolas-modelo"
 
Pt gabeira e ditadura flores para os mortos
Pt gabeira e ditadura flores para os mortosPt gabeira e ditadura flores para os mortos
Pt gabeira e ditadura flores para os mortos
 
Depois da euforia (IV): educação
Depois da euforia (IV): educaçãoDepois da euforia (IV): educação
Depois da euforia (IV): educação
 
O estrago vai ser grande
O estrago vai ser grandeO estrago vai ser grande
O estrago vai ser grande
 
Disparidades salariais no serviço público federal
Disparidades salariais no serviço público federalDisparidades salariais no serviço público federal
Disparidades salariais no serviço público federal
 
25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados
25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados
25% dos concursos para professores em federais de SP não têm aprovados
 
Gafes de jornais
Gafes de jornaisGafes de jornais
Gafes de jornais
 
Lapides
LapidesLapides
Lapides
 
Só Nordestino Entende[1]...
Só Nordestino Entende[1]...Só Nordestino Entende[1]...
Só Nordestino Entende[1]...
 
Em Buenos Aires
Em Buenos AiresEm Buenos Aires
Em Buenos Aires
 
Paris
ParisParis
Paris
 
Políticas para o ensino
Políticas para o ensinoPolíticas para o ensino
Políticas para o ensino
 
ACM NO OUTRO MUNDO (cordel)
ACM NO OUTRO MUNDO (cordel)ACM NO OUTRO MUNDO (cordel)
ACM NO OUTRO MUNDO (cordel)
 
Charges PhoderjudiciaRio
Charges PhoderjudiciaRioCharges PhoderjudiciaRio
Charges PhoderjudiciaRio
 
O Dia A Dia Do Estudante
O Dia A Dia Do EstudanteO Dia A Dia Do Estudante
O Dia A Dia Do Estudante
 

FELIX ARAUJO - ou o martirio de um lider...

  • 1. FÉLIX ARAÚJO - ou o martírio de um líder! Autor: Manoel Monteiro Da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e do IHGCP. 01- Todo aglomerado humano Urbano, próximo ou distante, Que seja cosmopolita Ou insignificante Não tem nada a seu contrário A que venha ser berçário De filho muito importante. 02- VITAL BRASIL que nasceu Numa cidade tacanha Mas com suas descobertas Inda hoje o mundo ganha; Contra picada de cobra O antídoto é obra Do MINEIRO DE CAMPANHA. 03- Nosso grande PEDRO AMÉRICO Que trouxe a arte na veia Nascido em plaga ignota Que os braços do Brejo enleia Pelo seu dom magistral FEZ, de modo literal, UM MONUMENTO DE AREIA.
  • 2. 04- Exemplos neste sentido Tem de se perder a conta, A Bromélia mais bonita Na laje agreste é que aponta, Quem tem amor dar carinho Quem nasceu pra ser espinho De pequeno traz a ponta. 05- Estou começando assim Este cordel nas primeiras Estrofes para mostrar Que o mundo não tem fronteiras Nem limites para o brilho De um valoroso filho Das plagas de Cabaceiras. 06- Cabaceiras pequenina Cidade do Cariri, Semi-árido nordestino, Na Paraíba, e, aqui Tem belezas naturais, Inscrições rupestres mais Um sol alegre que ri. 07- Pois foi nesta terra onde O sol está “sempre a pino” Que aos 22 de dezembro, De 22, um menino, Veio alegre a família Da jovem Dona NAUTÍLIA E FRANCISCO VIRGOLINO.
  • 3. 08- FÉLIX DE SOUSA ARAÚJO Foi esse o nome escolhido Que os pais felizes deram Ao garotinho nascido Daquela doce união E com sua aparição Fez o casal mais unido. 09- Para suas brincadeiras FÉLIX não ficou sozinho Pois dentro de pouco tempo Deus mandou-lhe um irmãozinho, Os pais bastante felizes Dispensaram aos dois petizes Muito amor, muito carinho. 10- O irmão de FÉLIX, Mário, Mário Araújo, um amigo, Que conheço há muitos anos Por isso mesmo lhe digo: - Mário é grande companheiro Dos que servem ao parceiro Mesmo correndo perigo. 11- Em 64 estive Na “barcaça” que afundou, Perseguido, preso e um Amigo que não faltou Apesar do grande risco Foi – O FILHO DE FRANCISCO – Que aos meus afins ajudou.
  • 4. 12- Trago este depoimento Pois gratidão não se apaga, Coragem não tem à venda E a mão que nos afaga Fica satisfeita vendo Que estamos devolvendo Um obrigado por paga. 13- Mas vamos voltar a FÉLIX Principal objetivo Não para biografá-lo Sim, para mantê-lo vivo E mostrar ao circunstante O quanto ele foi brilhante Talentoso e combativo. 14- FÉLIX brincava na rua Com os meninos do jeito Que todo menino brinca Rindo, alegre, satisfeito. De corrida, salto e bola, Até chegar à escola Pra mostrar do que foi feito. 15- Na Escola Estadual Onde foi matriculado Deu prazer a professora Maria Neuly Dourado Logo cedo demonstrando Rara inteligência dando Prova de super dotado.
  • 5. 16- Aquele garoto simples De aparência singular Compleição física mirrada Mas de um brilho no olhar Inquieto, perscrutando, Como quem estava buscado Um jeito bom de voar. 17- A escola é campo fértil Onde uma boa semente Nasce, flora e frutifica, Reproduz e vai em frente Como pontos luminares Para orgulhar os seus pares Num crescendo intermitente. 18- No primário distinguiu-se Dos demais pelo QI Apreendendo as matérias Dum jeito com que Neuly Achava até que um dia Aquele garoto iria Orgulhar o Cariri. 19- Ao concluir o primário Com louvor e distinção O professor Ariel Oliveira “deu-lhe a mão” E o direcionou Dum jeito que ele passou Do Curso de Admissão.
  • 6. 20- Daí, em Campina Grande, Prosseguiu o ritual De ingressar num colégio E ao tentar o portal Passou da primeira vez No Pio XI onde fez O Curso Ginasial. 21- Durante o correr do curso Mostrou-se muito vivaz Sempre à frente nas matérias, Participante e loquaz, Pra tudo tinha um discurso Tanto que ao final do curso Orador dele se faz. 22- Do jovem cabaceirense Já transbordavam pendores De uma palavra fluente, Revides devastadores Na contra-argumentação Méritos que só estarão Junto aos grandes oradores. 23- O Curso Clássico ele fez No Estadual da Prata, No Liceu Paraibano, No Pio XI e já trata De mostrar para o que veio Vibrante, inquieto e cheio De aspiração democrata.
  • 7. 24- Sua aguerrida presença Na política estudantil Fazia imenso contraste Com seu porte juvenil, Toda aparente fraqueza Tinha o triplo de grandeza Na defesa do Brasil. 25- Dá-nos orgulho lembrar Os seus feitos pioneiros No jornal cabaceirense Que deu o nome CRUZEIROS Pelos Cruzeiros da Terra Nas páginas do qual descerra Os seus escritos primeiros. 26- Do comentário político Ia a crônica social Levando a letra de fôrma Tudo de bem e de mal Com seu talento imanente Caminhava um passo a frente O que pra gênio é normal. 27- O pai de FÉLIX e Mário Um honesto Coletor Em cujo lar quem chegasse Tinha pão e cobertor Um dia caiu doente Indo embora de repente Deixando saudade e dor.
  • 8. 28- Sem a ajuda do pai FÉLIX no estudo seguia Dando conferência pagas E o pouco que recebia Tinha de ser o bastante Para levar adiante O projeto que antevia. 29- (Quando ouço alguém dizer Não estudo porque não tenho Dinheiro e mesmo por que No lugar de onde venho Não tem jeito de ganhar Sou obrigado falar: - O que lhe falta é empenho.) 30- Vejam como um rapaz pobre Rico dos bens da virtude Vencia dificuldades E por ter essa atitude Não se deixou abater Podendo muito bem ser Exemplo pra juventude. 31- Ganhava pouco, mas dava Pra prosseguir caminhando Por João Pessoa e por Campina o verbo atirando Sobre o povo atento e pasmo Vibrante de entusiasmo Do tributo lhes falando.
  • 9. 32- A breve vida de FÉLIX Foi efêmera, passageira, Como u’a estrela cadente Desfez-se baça em poeira Mas enquanto estava acesa Era atalaia e defesa Da gente humilde e obreira. 33- Como estudante integrou Toda campanha onde o pleito Fosse para conquistar O que se tinha direito, Nunca se omitiu da luta Por mais ferrenha a disputa Enfrentava peito a peito. 34- Foi assim que integrou A FEB como pracinha, Voluntário apresentou-se Para lutar porque tinha Consciência do perigo Visto que aquele inimigo Contra a humanidade vinha. 35- Parou nos campos d’Itália Como mais um combatente Simples soldado correndo Todo risco, consciente, Estava lá porque quis, Assim, estava feliz, Mesmo na linha de frente.
  • 10. 36- Com o Nº. 3 mil trezentos e sessenta e dois Na FEB o pracinha FÉLIX Voluntário se dispôs A ir lutar pela ordem E recompor a desordem Que o Nazi-Fascismo impôs. 37- Merecem destaques duas Passagens desse momento, Uma, quando o praça FÉLIX Ao tomar conhecimento Que no barco que os levava Pra o front de Itália estava JOEL SILVEIRA, um talento. 38- JOEL como jornalista E dos mais conceituados Estava cobrindo a guerra Pra os órgãos Associados, FÉLIX ao saber do fato Mandou-lhe extenso relato Lá do meio dos soldados. 39- Joel Silveira que era Experiente e sagaz Ao ler as colocações Daquele humilde rapaz Viu imediatamente Que se tratava de gente Inteligente e capaz.
  • 11. 40- Então foi falar com FÉLIX Já de igual pra igual Pois sentiu no jovem um Tipo muito especial Mas convenceu-se a ouvir O pracinha dirigir Falação ao pessoal. 41- Pois bem, um simples soldado Sem estrela e sem galão Falando a seus companheiros Não era um ato padrão Diante da novidade A oficialidade Interrompeu a sessão. 42- Porém aquele pracinha De oratória inflamada Fazia a tropa sentir A guerra justificada; Mandaram-no prosseguir Pois todos queriam ouvir A voz do seu camarada. 43- Finda a guerra volta FÉLIX Para Campina e afeito As procelas do caminho Vai lutar do mesmo feito Trabalhando pra viver E ao mesmo tempo fazer O seu Curso de Direito.
  • 12. 44- Na provecta Faculdade Onde Rui também “baixou”, Tobias Barreto esteve, Castro Alves declamou FÉLIX se sentiu em casa, Cantou alto, bateu asa, Galhardamente voou. 45- Suas provas eram postas No quadro para mostrar Aos outros estudantes Seu modo de interpretar As Leis, Códigos, Artigos, Para novos e antigos Terem nele um exemplar. 46- Além do Curso Jurídico Atuava febrilmente Já defendendo no fórum Quem estivesse carente Do amparo da justiça Em FÉLIX via a premissa De não pagar inocente. 47- Criador e criativo, Inquieto e sonhador, Jornalista de mancheia, Político por puro amor, Dedicadíssimo ao estudo Tudo isso e sobretudo Poeta e grande escritor.
  • 13. 48- DOR, FOLHAS SOLTAS e mais O livro FRATERNIDADE São títulos que produziu Porém TAMAR, em verdade, É sua obra mais terna Pois nela o poeta externa Toda sensibilidade. 49- Ele estava na Itália Quando TAMAR veio à lume Com seu texto impregnado Do mais plangente queixume, Doces sons e acalantos, Amontoados de cantos Que o estro ingente resume. 50- “TAMAR de FÉLIX é poema Que ao leitor maravilha, Tem langor de sol poente Albor de manhã que brilha - Outro cordel assegura - TAMAR tem tanta ternura Que foi ser nome de filha.” 51- Antes de falar de FÉLIX Eleito Vereador Vamos falar de MARIA SOCORRO DUETTES, flor Que o poeta escolheu E que dois filhos lhe deu Frutos do seu grande amor.
  • 14. 52- FÉLIX DE SOUSA ARAÚJO FILHO e MARIA TAMAR São a prova verdadeira Que valeu a pena amar E gerar filhos por que Olhando os filhos se vê A vida continuar. 53- FÉLIX saiu candidato Em um concorrido pleito Pelos serviços prestados Ganhou votos, foi eleito, Ao assumir o lugar Começou a trabalhar Como sempre havia feito. 54- Por conhecer a missão Própria do Legislativo Que é de fazer as Leis E ficar de olho vivo Sempre a pequena distância Pra ter sob vigilância O Poder Executivo. 55- Assim ele fez e foi Fiscalizar o Prefeito Que no acerto de contas Não estava agindo direito Porque pegava o erário Dava novo itinerário Como uns por ai têm feito.
  • 15. 56- Quem surrupia não gosta Quando o furto é descoberto Foi isso que aconteceu E o prefeitinho esperto Mandou um atirador Calar o Vereador Que estava falando certo. 57- Não vou declinar o nome Do mandante ou do bandido Pr tanto um quanto o outro Permanecer esquecido, Anula-los é premente Falar nome dessa gente É tempo e papel perdido. 58- Com a voz embargada vamos Trazer pra todos vocês Aquela manhã de julho, 13 de 53; Quando o poeta aguerrido Foi mortalmente ferido Por perversa insensatez. 59- (Eu era recém chegado A esta terra louçã, Vendia versos nas feiras E nessa infausta manhã Lembro-me perfeitamente Na hora do incidente Estava em Puxinanã.)
  • 16. 60- Lá na Maciel Pinheiro FÉLIX tombou baleado Prontamente socorrido Ao hospital foi levado, Operado com urgência Mas a fatídica ocorrência Havia só começado. 61- A bala insana alojou-se Na coluna vertebral Não pôde ser retirada Causando um terrível mal, Grandes dores, agonias, Passados 14 dias Foi-se o poeta. Final. 62- Foi embora como veio Calmo, ledo, livre, leve, Deixando uma vasta obra Em sua passagem breve, Morreu, mas, é imortal Porque este capital Só o possui quem escreveu. 63- Ele vive em sua esposa, Vive nos filhos bonitos, Na saudade dos amigos, No coração dos aflitos Que ele tanto defendeu, Nos poemas que verteu Nas páginas dos seus escritos.
  • 17. PALAVRA DE IRMÃO. (*) FÉLIX ARAÚJO, como intelectual, embora tenha vivido pouco menos de 32 anos, teve uma atividade intensa. Escreveu TAMAR, um poema em prosa, editado quando se encontrava na Itália como soldado brasileiro na guerra que destruiu o Nazismo. Deixou, ao morrer, os livros FRATERNIDADE, DOR, FOLHAS SOLTAS e uma gema enorme de belos sonetos e poemas. Durante os mais de 50 anos de sua morte, e obra literária de Félix Araújo encantou aqueles que a conheceram... Sua atuação no rádio é sempre lembrada. Criou e apresentou, na Rádio Borborema, o programa A VOZ DOS MUNICÍPIOS, que popularizou a presença das populações citadinas e rurais na comunicação radiofônica, trazendo ao vivo sua voz e seus problemas. Escreveu, por muito tempo, crônicas diárias, apresentadas, à noite, pela Rádio Borborema, sob a denominação de CARROSSEL DA VIDA, com grande repercussão. Na juventude, fundou em Cabaceiras, o jornal CRUZEIROS, cujo nome era uma homenagem a sua terra natal, Cabaceiras, conhecida como CIDADE DOS CRUZEIROS. FÉLIX, na Itália, como integrante da FEB, teve inusitada participação. Quebrando rígidos padrões de disciplina, conseguiu várias vezes falar para a tropa, em vibrantes discursos em defesa dos ideais antifascistas e de estímulo à luta dos compatriotas em operação de guerra. Fiel à sua vocação jornalística, fundou o jornal CRUZEIRO DO SUL, com esses mesmos objetivos de liberdade. Tombou, varado por uma bala assassina no dia 13 de julho de 1953, vindo a falecer no dia 27; crime executado por um pistoleiro profissional. O infeliz acontecimento ocorreu em pleno centro da cidade, quando no cumprimento do seu dever o inditoso jovem Vereador saía da Câmara sobraçando documentos com que se comprovariam irregularidades e malversação do dinheiro
  • 18. público. Este atentado fatal chocou Campina Grande e a Paraíba e repercutiu em todo Brasil. Eis aí, de forma resumida, os traços marcantes do patrono da cadeira que vou ocupar... Mário de Sousa Araújo. (*) Tópicos do discurso de posse à sua cadeira do IHCGP em 08/12/2006.