About Eu não sou nada,
Ou talvez seja tudo
Sou tua criação
Penetrando ouvidos outros
Sou teu deboche,
Teu escárnio,
Assunto que vibra tua língua partida
Carne moída pelo teu veneno destilado
Por vezes torna-me teu elogio,
Teu medo;
Ou, quem sabe?
Teu objeto de desejo
Mas logo renasço podre em teu vício
Filho do teu ódio paradoxal;
Bebido na delícia do tempo lento
Soprado em verbos de negra alegria
Sou o que há de pior ou de melhor
Eu sou um espelho, polido e de prata
Eu sou teu reflexo mudo,
E tu...
És exatamente aquilo que tua boca fala de mim.