1. Crescimento da população
humana e sustentabilidade
Trabalho realizado por:
Leonor Cunha nº15;
Samuel Silva nº24;
Soraia Pinto nº26.
Biologia12ºano
Ano Letivo 2016-2017
Professora Fátima Alpoim
3. 3
Introdução
A evolução da população humana iniciou-se há
cerca de 5 milhões de anos. Em Outubro de 1999
a população mundial atingiu os 6 mil milhões de
pessoas, no final de um século que se tinha inici-
ado com pouco menos de 1,6 mil milhões de ha-
bitantes e, de acordo com as previsões, estes nú-
meros tendem a aumentar exponencialmente,
sendo que em 2050 o número de habitantes do
planeta previsto deverá chegar aos 9 mil milhões.
Este incremento enorme, por parte da espécie humana, tem e continuará a ter con-
sequências desastrosas no meio, tais como as mudanças climáticas globais, a diminuição
da biodiversidade, logo diminuição de recursos, a poluição e a extrema pobreza.
O crescimento populacional é constituído por 3 fases diferentes:
1ª Fase
Verificou-se um crescimento populacional lento devido ao facto da mortalidade
ser mais alta do que a natalidade já que a guerra, a fome e a medicina pouco
desenvolvida entre outros fatores contribuíram para que o número de mortes se
igualasse quase na totalidade ao de nascimentos.
2ª Fase
Houve um crescimento mais rápido, a natalidade começou a aumentar e a mor-
talidade a diminuir. A principal causa foi a revolução industrial que se deu nesta
época e que levou a transformações sociais demográficas e económicas, mas le-
vou à melhoria na agricultura que também ajudou com o aumento da produção
de alimentos em maior quantidade e qualidade nutricional.
https://www.emaze.com/@ACZTILOQ/Presentation-Name
FIG.1- Gráfico do crescimento mundial
da população
4. 4
3ª Fase
Corresponde à atualidade, onde está a ocorrer uma explosão demográfica, ou
seja, verifica-se o aumento repentino e drástico da espécie humana. Este cresci-
mento deve-se, por exemplo, ao fim da segunda guerra mundial e à evolução
dos cuidados médicos que levou a um aumento de esperança média de vida.
Demografia e Fertilidade
Apesar do aumento da população ser visível, devemos destacar o facto de haver al-
gumas diferenças a nível do crescimento mundial e, consequentemente, da repartição
mundial da população. É certo que a população mundial está a aumentar, mas existem
algumas regiões do globo onde esse aumento é muito superior relativamente a outros
países. Exemplo disso são os países africanos, onde o crescimento é muito superior a
países da Europa, visto serem locais muito pouco desenvolvidos e onde os métodos con-
tracetivos não estão muito presentes, tendo em conta a elevada pobreza que se faz sen-
tir.
Contudo, há que ter em conta que os países com elevado número de pessoas são,
geralmente, países de grande extensão territorial. Temos como exemplo a China que é
o país mais populoso do mundo, mas também o mais extenso, embora a taxa de natali-
dade atual seja baixa, em função das restrições impostas pelo governo em relação ao
número de filhos por família. http://www.cientic.com/imagens/pp/demogra-
fia/sl_03.jpg
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/pop-mundial.htm
FIG.2- Distribuição da população a ní-
vel mundial
FIG.3- Distribuição da população a nível mundial
5. 5
Demografia: ciência que estuda os aspetos quantitativos e qualitativos das populações
humanas, nomeadamente o número e tipo de habitantes, o aumento ou o declínio das
populações e a distribuição desta ao nível global
O crescimento ou declínio de uma população depende da relação entre três fatores:
natalidade, mortalidade e migração. A evolução da população é calculada pela diferença
entre o número de indivíduos que entram na população (através de nascimentos e imi-
gração) e o número de indivíduos que saem da população (através de mortes e de emi-
gração),num período específico (geralmente num ano):
𝑬𝒗𝒐𝒍𝒖çã𝒐 𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐
= (𝒏𝒂𝒔𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 + 𝒊𝒎𝒊𝒈𝒓𝒂çã𝒐) − (𝒎𝒐𝒓𝒕𝒆𝒔 + 𝒆𝒎𝒊𝒈𝒓𝒂çã𝒐)
A população aumenta quando os valores da natalidade e imigração superam os da
mortalidade e emigração, caso contrário, diminuem.
Da diferença entre a natalidade e a mortalidade resulta o crescimento natural (CN)
cujo valor influencia o ritmo de crescimento demográfico.
FIG.4- Crescimento natural
http://geografiacs.weebly.com/crescimento-natural.html
6. 6
Taxa de natalidade (TN): número de nados-vivos ocorridos durante um ano por cada
1000 habitantes de um dado território.
𝑇𝑁 =
𝑛º 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎
× 1000
Taxa de mortalidade (TM): número de óbitos ocorridos durante um ano em cada 1000
habitantes de um dado território.
𝑇𝑀 =
𝑛º𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎ç𝑎𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎
× 1000
Taxa de crescimento natural (TCN): crescimento natural ocorrido num ano por mil ha-
bitantes de um dado território.
𝑇𝐶𝑁 = 𝑇𝑁 − 𝑇𝑀
A taxa de crescimento da população humana tem vindo a diminuir desde meados do
século XX, no entanto, o número de habitantes do planeta não para de aumentar.
Globalmente regista-se uma diminuição da taxa de natalidade e da taxa de mortali-
dade, em consequência do aumento da consciencialização dos métodos contracetivos e
também do aumento do ní-
vel de estudos, o que leva a
que as pessoas tenham mai-
oritariamente um único filho
numa idade avançada, mas
também de um avanço na
medicina, respetivamente.
No entanto, a diminuição na taxa de mortalidade é mais acentuada do que a diminuição
da taxa de natalidade em consequência disso verifica-se um aumento populacional.
Os diferentes ritmos de crescimento da população estão associados a desigualda-
des nos níveis de desenvolvimento.
As desigualdades de desenvolvimento acentuaram-se muito a partir do séc. XVIII, de-
vido à industrialização da Europa Ocidental e aos progressos científicos e tecnológicos
que se seguiram.
FIG. 5- Taxa de crescimento natural no mundo
https://pt.slideshare.net/sofiaines27/comporrta-
mentos-demogrficos1
7. 7
Os países em vias de desenvolvimento são os que mais contribuem para aumento da
população mundial. Várias projeções apontam para um decréscimo populacional na Eu-
ropa.
As taxas de natalidade e de mortali-
dade são influenciadas por diferentes
fatores:
Alimentação;
Condições sanitárias e acesso a
água potável;
Cuidados de saúde;
Fertilidade;
Características genéticas e imu-
nológicas;
…
Taxa de natalidade…
….Nos países desenvolvidos
A taxa de natalidade nos países desenvolvidos tem vindo a diminuir, apresentando
atualmente valores baixos devido a fatores como:
O desenvolvimento do planeamento familiar e a maior utilização de métodos con-
tracetivos;
A maior participação da mulher no mundo do traba-
lho e a menor disponibilidade dos pais para
criarem os filhos;
O aumento das despesas com os filhos na alimentação,
educação e saúde;
FIG.6- Evolução das taxas de natalidade
e mortalidade nos PD e PED
FIG.7- Idade das mulheres no nascimento do primeiro
filho
https://www.publico.pt/2014/12/14/socie-
dade/noticia/taxa-de-natalidade-estabiliza-de-
pois-de-anos-de-quedas-abruptas-
1679331#&gid=1&pid=1
http://slideplayer.com.br/slide/1603470/
8. 8
A realização do casamento em idades cada vez mais tardias assim como o adia-
mento do nascimento do primeiro filho.
Taxa de desenvolvimento …
… Nos países em desenvolvimento
A taxa de natalidade tem valores muito elevados devido a fatores como:
As elevadas taxas de analfabetos que dificultam a divulgação do planeamento fa-
miliar e dos métodos contracetivos;
A grande parte das mulheres não tem emprego ou trabalha no campo tendo maior
disponibilidade para cuidar dos filhos;
A realização do casamento em idade mais jovem.
O índice de fecundidade
Na maioria dos países da Europa, bem como no Canadá, Cuba, Rússia, China, Japão entre
outros, verificam-se taxas de
fertilidade muito baixas (me-
nos de 2 filhos por mulher).
As maiores taxas de fertili-
dade encontram-se essencial-
mente em países africanos e
da península arábica.
FIG.9- Taxa de natalidade no mundoFIG.8- Taxa bruta de natalidade em Portugal
FIG.10- Índice de fecundidade a nível mundial
http://resportugal.blogspot.pt/2012/12/evolu-
cao-da-natalidade-e-da-mortalidade.html
http://geografiacs.weebly.com/natalidade.html
https://pt.slideshare.net/paula.tomaz/comportamen-
tos-demogrficos
9. 9
No entanto, segundo alguns estudos o índice de fecundidade poderá atingir valores
muito semelhantes em ambos os grupos de países em 2050, pois o índice de fecundi-
dade nos países em desenvolvimento irá diminuir.
Taxa de mortalidade
Note-se que o rápido crescimento da população não resulta apenas de elevadas taxas
de natalidade. De facto, uma das principais causas para este crescimento é o declínio
nas taxas de mortalidade, sobretudo em países em vias de desenvolvimento
Nos países desenvolvidos esta taxa começou a diminuir a partir do séc. XVIII e vem
quase até à atualidade tendo como principais fatores:
A melhoria da alimentação devido à modernização da agricultura;
A melhoria da assistência médica com o aparecimento de vacinas e de novos me-
dicamentos e com o surgimento das redes de serviços de saúde.
Nos países em desenvolvimento a diminuição da taxa de mortalidade ocorreu ao
longo do séc. XX tendo sido possível sobretudo devido à:
Ajuda internacional dos países desenvolvidos e de organizações como a Unicef, a
Cruz Vermelha e a AMI;
Melhoria da alimentação, da assistência
médica e das condições de alimentação e
higiene em muitos países.
FIG.11- Taxa de Fertilidade por conti-
nente
FIG.12- Comparação das taxas de fertilidade
dos PD e dos PED
FIG.13- Evolução da taxa de mortalidade nos PD e PED
http://www.foradoarma-
rio.net/2010/10/muculmanos-e-catolicos-
contra.html
http://www.foradoarma-
rio.net/2010/10/muculmanos-e-catolicos-
contra.html
pt.slideshare.net/abarros/evoluo-da-populao-mun-
dial-7138775
10. 10
No entanto, há ainda muitos países africanos onde a taxa de mortalidade tem valores
altos devido à fome e à subnutrição, à falta de condições de higiene e saúde, aos confli-
tos armados, à sida e outras doenças infectocontagiosas de difícil tratamento.
Esperança média de vida
A esperança média de vida e a taxa de mortalidade infantil são dois indicadores do
estado geral da saúde de uma dada população.
Na última metade do século XX, a esperança média de vida global aumentou alguns
anos como mostra a figura abaixo. Nos países desenvolvidos, a esperança média de vida
é de 76 a 80 anos, enquanto nos países em desenvolvimento é de 55 a 65 anos.
Taxa de mortalidade infantil
Esta taxa representa o número de óbitos de crianças com me-
nos de um ano por mil nados-vivos ocorridos num ano num
dado território.
Entre 1965 e 2002, a taxa de mortalidade infantil baixou de
20 % para 7% em países desenvolvidos e de 118%para 60% em
países em vias de desenvolvimento.
São vários os fatores que contribuem para que nos países em desenvolvimento as
taxas de mortalidade infantil sejam as mais altas:
FIG.14- Esperança média de vida no mundo
https://pt.actualitix.com/pais/wld/expectativa-
de-vida-por-pais.php
FIG.15- Quarto objetivo de de-
senvolvimento sustentável
http://nospodemos-sc.org.br/reduzir-a-mortalidade-
infantil/
11. 11
A reduzida assistência médica durante a gravidez e nos primeiros meses de vida
das crianças;
Subnutrição malnutrição ou incidência elevada de doenças infeciosas;
A falta de condições de habitação e higiene;
Os contactos de risco epidémico;
Conflitos armados.
Taxa de crescimento natural
Segundo as previsões mais recentes até 2050 a taxa de crescimento natural diminuirá
em todo o mundo. Porém, nos países desenvolvidos haverá uma taxa de crescimento
natural negativa, enquanto nos países em desenvolvimento, apesar da diminuição es-
perada, a taxa de crescimento natural manter-se-á positiva.
A estrutura etária da população
Os comportamentos demográficos influenciam a evolução de uma população por ida-
des. Para caraterizar a estrutura etária é habitual considerar três classes de idades: pré-
reprodutiva, reprodutiva e pós reprodutiva.
A estrutura de qualquer população pode ser representada através de uma pirâmide
etária – gráfico de barras no qual se divide a população por idades, ano a ano ou, de um
modo mais simples, em classes etária de cinco anos, por exemplo. Nas pirâmides etárias
também é representada a composição da população segundo o género, pois cada idade
ou classe etária está subdividida em população masculina e população feminina.
A análise da pirâmide etária de uma população permite fazer previsões em relação
ao crescimento da população e aos problemas socias e económicos que esta população
irá enfrentar.
FIG.16- Relação entre idades reprodutivas
entre homens e mulheres na Europa
http://alexandrerjesus03.blo-
gspot.com/2010/07/piramide-etaria-paises-
desenvolvidos.html
12. 12
De um modo geral podemos afirmar que:
Quanto maior a taxa de natalidade, maior será a percentagem de população jo-
vem;
Quanto maior a esperança média de vida, maior será a percentagem de população
idosa.
Assim…
A percentagem de população jovem é maior nos países em desenvolvimento, pois
têm uma taxa de natalidade mais elevada.
A percentagem de população idosa é maior nos países desenvolvidos, onde a espe-
rança média de vida é mais alta. O contraste entre a estrutura etária dos PD e dos PED
é evidenciado pela respetivas pirâmides etárias. O tipo de crescimento populacional está
relacionado com a forma da pirâmide etária.
Pirâmide com a base larga caraterizam populações com predominância de indivíduos
jovens e preveem um crescimento populacional elevado, uma vez que grande parte da
população está prestes a entrar em idade reprodutiva, ou seja, a taxa de natalidade será
mais alta, o que evidencia um elevado crescimento demográfico, caraterístico de países
em desenvolvimento.
Base larga, pois a percentagem de jovens é elevada
devido às taxas de natalidade.
Topo estreito porque a percentagem de idosos ainda
é baixa apesar do aumento da esperança média de
vida.
Base estreita porque a percentagem de jovens é baixa e
devido à descida da taxa de natalidade.
Um topo largo porque a percentagem de idosos é mais
significativa devido à maior esperança média de vida.
FIG.17- Comparação entre a relação de idades reprodutivas en-
tre homens e mulheres na Europa e em África
http://alexandrerjesus03.blo-
gspot.com/2010/07/piramide-etaria-paises-
desenvolvidos.html
13. 13
Pirâmides invertidas, ou seja, pirâmides de bases estreitas e com vértice alargado,
carateriza-se pela predominância de indivíduos mais velhos, prevendo-se um decrés-
cimo populacional, a taxa de natalidade é mais baixa, a população mais envelhecida,
caraterístico dos países desenvolvidos.
Portugal e a natalidade
Portugal tal como os outros países desenvolvidos apresenta uma fraca taxa de natali-
dade, no entanto, a taxa é demasiado baixa sendo que é facilmente ultrapassada pelo
elevado número de óbitos. As notícias que se seguem, foram publicadas pelo Jornal
expresso e pelo site Observador.
Portugal com a mais baixa taxa de fecundidade da UE e com menos crianças em
15 anos
Portugal é o país da União Europeia com a taxa de fecundidade mais baixa e aquele onde
mais diminuiu o número de nascimentos nos últimos 15 anos, segundo os dados do Eu-
rostat revelados esta quarta-feira. Os indicadores relativos aos nascimentos e à fecun-
didade em 2015 referem que, entre 2001 e 2015, o número de crianças nascidas em
Portugal desceu de 112.774 para 85.500. No lugar oposto, a Suécia foi o país que regis-
tou um maior crescimento nesta matéria (25,6%), passando de 91.466 nascimentos em
2001 para 114.870 em 2015.
Em 2015, nasceram nos países da União Europeia 5.103 milhões de crianças, mais 40.217
crianças do que em 2001, um crescimento de 0,8%.
http://www.cientic.com/imagens/pp/demogra-
fia/sl_16.jpg
FIG.18- Estrutura etária
14. 14
Em termos de taxa de fecundidade, Portugal é o país com o valor mais baixo, tendo
passado de 1.45 crianças por mulher em 2001 para 1.31 em 2015. Pelo contrário, a
França (1.96) e a Irlanda (1.92) são os Estados com mais elevada taxa de fecundidade.
Os dados do Eurostat indicam que a Bulgária (26 anos), a Roménia (26,3), a Letónia
(26,5) e a Polónia (27) são os países com onde as mulheres têm, em média, os filhos
mais cedo. O contrário acontece na Itália (30,8 anos), Espanha (30,7), Luxemburgo e
Grécia (30,2). Em 2015, a idade média das mulheres aquando do primeiro filho em Por-
tugal era de 29,5.
Site observador
http://observador.pt/2017/03/08
Há oito anos que se morre mais do que se nasce
Em 2016, a taxa de natalidade aumentou pelo terceiro ano consecutivo mas o saldo na-
tural (balanço entre nascimentos e óbitos) continua a ser negativo. A proporção de fi-
lhos nascidos de pais que não estão casados e que não vivem juntos quase duplicou em
seis anos e houve 422 celebrações de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. São
estes alguns dos dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Há boas notícias para a natalidade. Segundo as Estatísticas Vitais divulgadas esta quinta-
feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nasceram mais 1626 crianças em 2016
que no ano anterior. Mas essa é apenas uma das conclusões a retirar destes dados agora
divulgados. A outra é que, apesar da tendência crescente da natalidade verificada nos
últimos três anos - depois de um período de quebras muito acentuadas - Portugal con-
tinua a apresentar um saldo natural negativo, ou seja, continua a haver mais gente a
morrer do que a nascer. E é assim há já oito anos.
Jornal Expresso
expresso.sapo.pt/dossies/diario/2017-04-27
Sustentabilidade
Para a sobrevivência dos seres humanos devem-se satisfazer necessidades como:
Alimentação suficiente em quantidade e qualidade
Ar puro
Água potável
Abrigo
Trabalho digno e seguro
15. 15
Cuidados de saúde…
Uma vez que a espécie humana está, segundo os especialistas em demografia, a cres-
cer muito rapidamente, pode concluir-se que estamos a alcançar os limites da superpo-
pulação e, por consequência, depressa iremos esgotar e degradar os recursos disponí-
veis. A nível energético e material, a qualidade ambiental vai-se agravar e iremos com-
prometer a satisfação de necessidades básicas, presentes e futuras.
Surge, portanto, a ideia/necessidade de avaliar se estamos a viver de forma susten-
tável para que saibamos o que temos de mudar, se for o caso.
Para designarem a área biologicamente produtiva que está a ser utilizada pela espé-
cie humana, William Rees e Mathis Wackernegel introduziram o conceito de pegada
ecológica.
A Pegada Ecológica foi criada para nos ajudar a perceber a quantidade de recursos
naturais que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida, onde se inclui a cidade e a
casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que
utilizamos, o que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que compra-
mos, entre outros.
A Pegada Ecológica não procura ser uma medida exata, mas sim uma estimativa do
impacto que o nosso estilo de vida tem sobre o Planeta, permitindo avaliar até que
ponto a nossa forma de viver está de acordo com a sua capacidade de disponibilizar e
renovar os seus recursos naturais, assim como absorver os resíduos e os poluentes que
geramos ao longo dos anos.
No conceito de Pegada Ecológica está implícita a ideia de que dividimos o espaço com
outros seres vivos e um compromisso geracional, isto é, “capacidade de uma geração
transmitir à outra um planeta com tantos recursos como os que encontrou”.
16. 16
Para reduzir a Pegada Ecológica é fundamental adotar comportamentos mais amigos
do ambiente que, direta ou indiretamente, permitem reduzir a quantidade de recursos
necessários às nossas atividades diárias. Não se trata de adotar um comportamento ra-
dical, mas sim de efetuar uma gestão mais eficiente dos recursos. No seu dia-a-dia po-
der-se-ão seguir algumas das seguintes sugestões:
Ponderar a necessidade real de adquirir determinados produtos. É importante ter
presente a regra dos três R´s
Não deixar os aparelhos ligados, por exemplo, tele-
visão e computador, sem estarem a ser utilizados.
Reduzir o consumo de água. Substituir o banho de
imer
são por um duche rápido, instalar redutores de cau-
dal, reparar pequenas fugas e regular as descargas do autoclismo.
Associado ao conceito de pegada ecológica surge também o conceito de bio capaci-
dade, que define a área biologicamente produtiva que está disponível para suprir as ne-
cessidades dos seres humanos. Pretende-se, portanto, que a bio capacidade seja supe-
rior à pegada ecológica, o que nem sempre acontece.
http://www.cientic.com/imagens/pp/demografia/sl_27.jpg
FIG.19- Pegadas ecológicas de diferentes países
FIG.20- 3R´s
http://1.bp.blo-
gspot.com/_zA23F3Hx6Wc/Ra_CDumFw
SI/AAAAAAAAAAw/yR2p7XGCwjs/s320/3
r%5B1%5D.gif
17. 17
Através da determinação da pegada ecológica (que pode ser calculada por indivíduo,
região ou, normalmente, por país) é possível avaliar o impacto que os seres humanos
têm sobre o meio em que se inserem,
facilitando assim a resposta aos proble-
mas que possam surgir ou até mesmo
prevenindo-os antes de surgirem.
A diferença entre a pegada ecológica e a bio capacidade denomina-se passivo ecoló-
gico. Caso este seja positivo estamos a sobre utilizar as capacidades do nosso planeta e
são necessárias medidas para que o valor baixe. No caso de Portugal este valor é posi-
tivo, podendo-se afirmar que o nosso país é insustentável. Como Portugal, também es-
tão outros países (especialmente países desenvolvidos), pelo que, neste momento, são
precisas medidas para diminuir o passivo a nível mundial.
A solução passa por um desenvolvimento sustentável, sendo essencial uma melhor
gestão dos recursos que o planeta tem para nos oferecer, ao contrário do que a popu-
lação mundial tem feito, até há bem pouco tempo, uma vez que a sua preocupação era
utilizar o que existia sem pensar em repor o que utilizavam.
Urge, portanto, aproveitar os recursos naturais, como por exemplo construindo es-
truturas que permitam transformar os recursos hídricos em energia elétrica (barragens
hidroelétricas). Só assim será possível garantir a nossa presença na Terra e qualidade de
vida para todos os que nela habitam e habitarão!
O Desenvolvimento Sustentável tem cinco aspetos prioritários que devem ser enten-
didos como metas:
A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, sa-
úde, lazer, etc.) com a efetivação dos programas educativos.
FIG.21- Evolução da pegada ecológica
http://www.cientic.com/ima-
gens/pp/demografia/
FIG.22- Cálculo do passivo ecológico
http://www.cientic.com/imagens/pp/demo-
grafia/
18. 18
A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente, de modo que
estas tenham as condições necessárias à qualidade de vida).
A participação da população envolvida (todos devem ter consciência da necessi-
dade de conservar o ambiente, numa atitude de cidadania plena).
A preservação dos recursos naturais.
A elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e res-
peito por outras culturas.
Para tentar cumprir estas metas procura-se conciliar a sustentabilidade ambiental,
económica e sociopolítica.
A Sustentabilidade ambiental consiste na capacidade que o ambiente natural tem
de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo
em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de
energias renováveis.
A sustentabilidade económica consiste num conjunto de medidas que visam a in-
corporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. Assim, o lucro não
é só uma vertente financeira, como também uma vertente ambiental e social, o
que potencia o uso mais correto de matérias-primas e dos recursos humanos. A
corporação da gestão dos recursos naturais é mais eficiente, de forma a garantir
uma explosão sustentável, isto é, a sua exploração sem colocar em causa o seu
esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível ótimo de poluição ou as
extremidades ambientais.
A sustentabilidade sociopolítica consiste no equilíbrio social. É um veículo da eco-
nomia e, ao mesmo tempo, pretende desenvolver tecido social nos seus compo-
nentes humanos e culturais.
FIG.23- Planeta ecológico FIG.24- Politicas implementadas para a
sustentabilidade
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/ima-
ges?q=tbn:ANd9GcRJXNyDft79lHPNzxiZ-
hjc9KTXliIY3OH-gIk4zYAVg2W_JFoQe
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/ima-
ges?q=tbn:ANd9GcRJXNyDft79lHPNzxiZ-
hjc9KTXliIY3OH-gIk4zYAVg2W_JFoQe
19. 19
Conclusão
A população que habita o nosso planeta encontra-se distribuída por vários locais e
tem vindo a crescer há medida que o tempo passa, mas esse crescimento é cada vez
mais acentuado, podendo até vir a comprometer a qualidade de vida das gerações fu-
turas. Se, por um lado, o aumento da população é benéfico, por outro lado, é também
prejudicial, sendo que ao longo do tempo a população tem vindo a dificultar a sustenta-
ção das necessidades básicas para todos, conduzindo a um esgotamento e degradação
dos recursos.
A crescente utilização dos recursos renováveis, superior à sua restituição pela Natu-
reza, conduz à degradação ambiental (poluição, diminuição da água potável, desflores-
tação, …). Como só existe vida na Terra é muito importante que o Homem preserve o
planeta, reduzindo a nossa Pegada Ecológica, sendo então fundamental a adoção de
comportamentos mais amigos do ambiente.
Os governos dos diferentes países do mundo têm tomado medidas para que os seus
países fiquem sustentáveis, sendo que uns países sustentáveis assentam nos princípios
da sustentabilidade ambiental política e sociopolítica.
“Trabalhar com sustentabilidade é plantar um presente que garanta a subsistência
das novas gerações num planeta que pede socorro e se aquece a cada dia. Pois melhor
que plantar árvores, despoluir rios e proteger animais é semear a consciência de que a
garantia da vida é respeita as fronteiras da natureza.” (frase da autoria de Nildo Lage)