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Resumo - Este trabalho tem como objetivos descrever os
sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR), instalados
no âmbito do programa de pesquisa e desenvolvimento
(P&D) da TRACTEBEL, e apresentar os resultados da
análise de desempenho referente aos três primeiros meses de
operação.
Os SFCR, instalados em edificações urbanas, constituem
uma forma de geração distribuída, não poluente e silenciosa,
a partir da energia Sol. O presente projeto de P&D
TRACTEBEL/ANEEL tem, dentre outros objetivos, os de
projetar, instalar, monitorar e analisar o desempenho de três
sistemas solares fotovoltaicos de 2kWp cada, utilizando a
tecnologia fotovoltaica de filmes finos, integrados a
edificações urbanas e conectados a rede elétrica, em três
locais diferentes.
Palavras-chave - Sistemas Solares Fotovoltaicos Conectados à
Rede (SFCR), Geração Distribuída, Energia Renovável.
I. INTRODUÇÃO
A energia proveniente do Sol é uma forma de energia
que está disponível gratuitamente e pode ser aproveitada
para suprir parte das necessidades da sociedade, seja para
aplicações de aquecimento ou para a geração de
eletricidade.
A geração de eletricidade a partir do Sol pode ser
realizada de forma indireta, utilizando-se a radiação
infravermelha (calor) para o processo, ou de forma direta,
utilizando-se a energia da radiação visível (fótons). A
conversão direta da energia solar em eletricidade é
realizada pelas células fotovoltaicas, empregadas nos
módulos fotovoltaicos.
Sistema solar fotovoltaico ou “sistema fotovoltaico”
(SF) é o conjunto de elementos necessários para realizar a
conversão da energia solar diretamente em energia
elétrica, de forma não poluente e silenciosa, com
características adequadas para alimentar aparelhos
elétricos tais como lâmpadas, eletrodomésticos, motores,
computadores e outros.
O principal componente de um sistema fotovoltaico é o
painel fotovoltaico, composto de um ou vários módulos.
Dependendo da aplicação, o sistema pode incluir
dispositivos para controle, armazenamento, supervisão e
condicionamento de energia elétrica.
A classificação dos sistemas fotovoltaicos, com relação
à conexão com a rede elétrica, é feita em dois tipos:
sistemas isolados e sistemas conectados à rede [1].
Sistemas Fotovoltaicos Isolados
Os sistemas fotovoltaicos isolados (SFI) são aqueles
que não possuem conexão com a rede elétrica pública de
fornecimento de energia. Esses sistemas são normalmente
instalados em locais não atendidos pela rede pública e
necessitam de um banco de baterias para armazenar a
energia gerada e fornecê-la nos períodos nos quais não há
radiação solar. Os SFI são constituídos basicamente de:
painel fotovoltaico; controlador de carga; baterias e
inversor, conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1: Constituição básica do sistema fotovoltaico isolado.
O controlador de carga é um aparelho eletrônico
destinado a controlar e monitorar a carga e/ou a descarga
do banco de baterias e o inversor é o aparelho que
converte a tensão contínua, proveniente do painel
fotovoltaico ou do banco de baterias, em tensão alternada,
com características adequadas para alimentar aparelhos
elétricos e eletrodomésticos.
Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede
Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR) são
aqueles efetivamente conectados à rede elétrica pública.
Neste tipo de sistema a energia gerada é injetada
diretamente na rede elétrica e, portanto, não há
necessidade de banco de baterias. Os sistemas conectados
à rede são constituídos basicamente de painel fotovoltaico
e inversor, aos quais se somam os componentes de
comando e proteção (chaves seccionadoras, fusíveis,
disjuntores, etc.). A Figura 2 ilustra a constituição básica
deste tipo de sistema.
Painel
Fotovoltaico
_
+
Inversor
Para os
consumidores
Baterias
Controlador
de carga
Desempenho Energético de Três Sistemas Solares Fotovoltaicos
Integrados a Edificações Urbanas e Conectados à Rede Elétrica
Ricardo Rüther1,a
, Alexandre Montenegro1
, Clarissa Debiazi Zomer1
, Danilo Alberto Franco1
, Isis Portolan
Santos1
, Jair Urbanetz Junior1
, Lucas Rafael do Nascimento1
, Luiz Carlos Pereira Junior1
, Paulo Henrique
Pfischer1
, Priscila Braun1
, Trajano de Souza Viana1
& Fernando César Girardi2
1
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - CP 476 - 88040-900 - Florianópolis, SC
Tel.: 48 3721-5174 - a
E-mail: ruther@mbox1.ufsc.br
2
Tractebel Energia S.A. - Rua Antônio Dib Mussi, 366 - 88015-110 - Florianópolis, SC
E-Mail: girardi@tractebelenergia.com.br
Figura 2: Constituição básica do sistema fotovoltaico conectado à rede.
O inversor utilizado nesses sistemas é projetado
especificamente para conexão à rede, pois somente ao
detectar a presença da rede passa a converter a tensão
contínua, vinda do painel fotovoltaico, em tensão
alternada. A energia gerada é injetada diretamente na rede
elétrica, com o mesmo padrão de tensão, freqüência e fase
da rede elétrica à qual o inversor está conectado. Caso a
rede seja desenergizada pela concessionária ou a saída do
inversor seja desconectada da rede, este se desligará
automaticamente, cessando o fornecimento de energia.
Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede podem ser
integrados a edificações urbanas, como casas e edifícios,
na cobertura ou na fachada, gerando energia de forma
descentralizada e junto ao ponto de consumo ou podem
ser instalados como uma planta fotovoltaica, gerando
energia de forma centralizada, semelhante a uma usina
geradora convencional.
Este artigo apresenta análises de três sistemas
fotovoltaicos conectados à rede elétrica integrados a
edificações urbanas. Este tipo de sistema e instalação é
abordado em detalhes em Rüther 2004 [2].
II. PROJETO TRACTEBEL-LABSOLAR/UFSC
No âmbito do Programa de Projetos de P&D da
Tractebel/ANEEL foi estabelecido um Convênio com o
Laboratório de Energia Solar (LABSOLAR) da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o
objetivo principal de desenvolver pesquisa científica na
área de sistemas solares fotovoltaicos interligados à rede
elétrica pública (SFCR). O Projeto visa, ainda, divulgar e
disseminar a tecnologia solar fotovoltaica, para o setor
elétrico e para o público em geral, e capacitar recursos
humanos da TRACTEBEL e da UFSC nesta área.
No contexto do Projeto foram dimensionados,
adquiridos e instalados três sistemas solares fotovoltaicos
conectados à rede. Dois sistemas, com a mesma
configuração e potência nominal (1,9875kWp), foram
instalados no Colégio de Aplicação (CA) e no Hospital
Universitário (HU) da UFSC, e o terceiro, com potência
nominal de 2,12kWp, foi instalado no Aeroporto
Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis.
A escolha de cada um desses locais teve os diferentes e
seguintes objetivos:
• Colégio de Aplicação da UFSC: é um ambiente escolar,
responsável pela formação dos cidadãos do futuro e o
contato com essa forma de geração de energia é
fundamental para que crianças e jovens de hoje cresçam
conhecendo e convivendo com a geração solar
fotovoltaica e acompanhando a evolução da viabilidade
dessa tecnologia;
• Hospital Universitário da UFSC: o entorno do HU é
freqüentado por um grande número de pessoas, que
aguardam atendimento para si ou acompanhando algum
paciente. O novo ESPAÇO DE ESTAR TRACTEBEL,
além da geração de energia a partir da radiação solar, é
um espaço abrigado para os usuários aguardarem o
atendimento no Hospital, promovendo a divulgação da
tecnologia fotovoltaica;
• Aeroporto Internacional Hercílio Luz: é um local para o
qual existem estudos para a instalação de grandes
sistemas fotovoltaicos, pois dispõe de grandes áreas
livres e sem sombreamento. Na Europa, espaços em
aeroportos já são utilizados para a instalação de grandes
geradores fotovoltaicos. Outros aspectos que levaram a
essa escolha foram: o perfil de consumo de um
aeroporto, que possui curva de carga diurna, e a
possibilidade de avaliar o impacto na geração de
energia diante da deposição de fuligem das turbinas das
aeronaves sobre os módulos fotovoltaicos.
Descrição dos Sistemas Fotovoltaicos
Tractebel/UFSC
Os três sistemas utilizam módulos fotovoltaicos de
filme fino, constituídos por três camadas depositadas em
vidro: silício amorfo, silício microcristalino e silício
amorfo (Sontor, modelo SN-2, de 132,5Wp). O inversor
utilizado (SMA, Sunny Boy SB2500) é de 2500W e
possui, internamente, aquisição de dados de geração e de
outros parâmetros de interesse. Os sistemas contam com
um medidor de energia eletromecânico (kWh) e um
disjuntor termomagnético. A saída do sistema (Fase e
Neutro) é conectada em um Quadro de Distribuição de
Luz (QDL) existente na edificação, para injetar a energia
gerada na rede elétrica.
A Tabela 1 mostra as principais características elétricas
dos módulos e do inversor.
Tabela 1: Principais características elétricas dos módulos fotovoltaicos e
do inversor.
Potência nominal (± 5 %) PMP 132,5 W
Corrente de curto-circuito ISC 1,63 A
Tensão de circuito aberto VOC 127,8 V
Corrente Nominal IMP 1,36 A
Módulos*
Tensão nominal VMP 97,9 A
Potência de entrada máxima PCCmax 2700 W
Tensão de entrada máxima VCCmax 600 V
Faixa de tensão de entrada VMP 224 – 480 V
Corrente de entrada máxima ICCmax 12 A
Potência de saída máxima PACmax 2500 W
Potência de saída nominal PAC 2300 W
Distorção harmônica de saída THD < 4%
Tensão de saída nominal VAC 220 V – 240 V
Frequência nominal f 50 Hz / 60 Hz
Fator de potência (cos φ) FP 1
Inversor
Eficiência máxima η 94,1%
* Valores obtidos nas condições-padrão de ensaio (STC): irradiância de
1000 W/m², temperatura de 25°C e espectro AM 1,5.
Painel
Fotovoltaico
_
+
Para a rede
elétrica
Inversor
A Figura 3 mostra o diagrama elétrico dos SFCR
instalados no Colégio de Aplicação (CA) e no Hospital
Universitário (HU), do qual constam: painel fotovoltaico,
inversor SB2500, medidor de energia (kWh) e disjuntor
(16A). A energia gerada é injetada na rede pelo Quadro de
Distribuição das edificações.
O painel é composto de 15 módulos fotovoltaicos
conectados de modo a formar 5 séries de 3 módulos,
ligadas em paralelo, com potencia instalada (nominal) de
1,9875kWp (2kWp).
Figura 3: Diagrama elétrico dos SFCR do Colégio de Aplicação e do
Hospital Universitário.
A Figura 4 mostra o diagrama elétrico do SFCR
instalado na cobertura do Terminal de Cargas do
Aeroporto Internacional Hercílio Luz.
O painel é composto de 16 módulos fotovoltaicos,
conectados de modo a formar 4 séries de 4 módulos,
ligadas em paralelo, com potência instalada (nominal) de
2,12kWp (2kWp).
Figura 4: Diagrama elétrico do SFCR instalado no Aeroporto
Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis.
Os três sistemas possuem sensores de irradiância
(SMA, Sunny Sensor), temperatura dos módulos e de
temperatura ambiente, cujos dados são enviados, via
Sunny Sensor, para uma central de monitoramento (SMA,
Sunny WebBox). O inversor também envia dados de
geração, tensão e corrente dos módulos para a central de
monitoramento, via interface RS485.
Todos os dados monitorados são armazenados em um
cartão de memória e podem ser transferidos diretamente
para um microcomputador ou, se desejado, podem
também ficar disponíveis na internet, através do portal do
fabricante (SMA).
A Figura 5 ilustra a configuração básica do sistema de
aquisição de dados.
Computador 
com acesso 
direto
Alimentação 
220V/60Hz 
Interface 
RS485  Sensor de 
Irradiância 
(Sunny Sensor) 
 
Temperatura 
ambiente 
Temperatura 
do módulo 
Inversor 
Central de 
monitoramento 
(Sunny WebBox)
Internet
Portal de 
Visualização 
Computador 
com acesso a 
WEB        
Alimentação 
220V/60Hz 
Figura 5: Configuração básica do sistema de aquisição de dados dos três
SFCR Tractebel/UFSC.
Algumas das etapas da montagem dos três sistemas são
mostradas na Figuras 6 a 8.
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
Figura 6 (a) a (e): Etapas da montagem do SFCR no Colégio de
Aplicação (CA) e sistema pronto (e).
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 7 (a) a (d): Etapas da montagem do SFCR no Hospital
Universitário (HU) e sistema pronto (d).
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
Figura 8 (a) a (d): Etapas da montagem do SFCR no Aeroporto Hercílio
Luz (AE) e vista aérea com painel FV assinalado pela seta (e).
IV. RADIAÇÃO SOLAR
A radiação solar possui duas componentes: a radiação
direta e a radiação difusa. Em determinado local de
medição haverá também uma parcela de radiação devida à
reflexão nos elementos do entorno, tais como árvores,
morros, areia, neve, água e edificações, que caracterizam o
albedo do local. Para dimensionar ou estimar o
desempenho de um sistema fotovoltaico, seja isolado ou
conectado à rede, é necessário conhecer os valores da
radiação no local da instalação.
A obtenção de dados de iradiação solar com grande
confiabilidade, que abrangem todo o Brasil, foi possível a
partir do Projeto SWERA (Solar and Wind Energy
Resources Assessment), iniciado em 2001. O projeto foi
financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente – PNUMA (United Nations Environment
Programme) e co-financiado pelo Fundo Global para o
Meio Ambiente - GEF (Global Environment Facility).
Foram treze países envolvidos no projeto, divididos em
três grupos regionais: África, América Latina e Ásia.
O objetivo fundamental do projeto SWERA foi
promover o levantamento de uma base de dados confiável
e de alta qualidade, visando auxiliar no planejamento e
inclusão de fontes de energia renovável, na matriz
energética de países em desenvolvimento, utilizando os
recursos solar e eólico disponíveis para atender às suas
demandas de energia no futuro.
A coordenação das atividades do projeto para a
América Latina foi de responsabilidade da Divisão de
Clima e Meio Ambiente (DMA), do Centro de Previsão
do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (CPTEC-INPE), com a colaboração
do Laboratório de Energia Solar (LABSOLAR) da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
A base de dados resultantes do projeto SWERA é
compatível com sistemas de informação geográfica
podendo, portanto, ser empregada em estudos de
viabilidade econômica no desenvolvimento de políticas
públicas de incentivo a projetos nacionais de energia solar
e eólica, que podem atrair o capital de investimentos da
iniciativa privada para a área de energias renováveis.
O projeto SWERA possibilitou a publicação do “Atlas
Brasileiro de Energia Solar”, que apresenta mapas com
faixas de valores da média anual e média sazonal, para
irradiação difusa, global horizontal e inclinada e PAR (do
inglês Photosynthetically Active Radiation, radiação
fotossinteticamente ativa).
A Figura 8 mostra o mapa de irradiação global
horizontal, com valores da média anual do total diário
(kWh/m2
/dia), obtido do “Atlas Brasileiro de Energia
Solar” [3].
Figura 8: Mapa da média anual do total diário de irradiação global
horizontal (kWh/m2
/dia) [3].
A observação detalhada do mapa da Figura 3 permite
verificar, como ponto de partida para estudos do
aproveitamento da energia solar, quais regiões apresentam
os valores mais elevados de irradiação global horizontal e,
portanto, com potencial energético adequado para
aplicações solares fotovoltaicas ou térmicas.
V. METODOLOGIA
A metodologia para analisar o desempenho dos três
sistemas solares fotovoltaicos consiste em obter e tratar os
dados armazenados na central de monitoramento, realizar
o levantamento dos valores de irradiação (kWh/m2
/dia) e
de geração (kWh), calcular os índices de desempenho. Os
índices de desempenho utilizados são: Produtividade
(Yield) e Taxa de Desempenho (Performance Ratio). A
produtividade é a razão entre a energia gerada em
determinado período, normalmente um mês ou um ano, e
a potência fotovoltaica nominal instalada. A produtividade
é comumente especificada em kWh/kWp. A taxa de
desempenho é a razão entre a produtividade e a irradiação
(kWh/m2
) no período considerado, sendo adimensional
[4], [5].
VI. RESULTADOS
Como os três sistemas fotovoltaicos entraram em
operação em datas distintas, a análise foi realizada após
três meses de funcionamento simultâneo (julho, agosto e
setembro). Os dados de cada sistema foram analisados e
os respectivos desempenhos foram comparados utilizando
os índices de desempenho referidos na metodologia.
Cabe ressaltar que em sistemas fotovoltaicos, os índices
de desempenho são normalmente analisados para períodos
anuais. As análises realizadas com períodos inferiores a
um ano de operação apresentam alguma incerteza pois
cada mês possui características distintas de temperatura,
ciclo de chuvas e principalmente níveis de radiação. O
retrato mais fiel do desempenho de um sistema
fotovoltaico se desenha à medida que ciclos anuais
completos são analisados. No entanto, os valores obtidos
para períodos menores do que um ano são de grande
utilidade para comparar o desempenho de sistemas
diferentes, como foi verificado e descrito a seguir.
Com os três sistemas operando verificou-se, com base
nos dados de produtividade e taxa de desempenho de cada
instalação, que o sistema do Colégio de Aplicação estava
com desempenho aquém dos demais. Isto levou a uma
intervenção da equipe do LABSOLAR, realizada no dia
26/08/2009, com medições das correntes de cada uma das
cinco séries que formam o painel fotovoltaico. Foi
constatada falha no contato interno de um dos conectores,
o que levou à interrupção de uma das 5 séries de módulos.
O conector foi refeito, todos os outros foram testados e o
sistema passou a operar corretamente.
Foram medidos os valores de potência gerada, sob as
mesmas condições de irradiância, antes e depois da
intervenção, o que permitiu garantir que o problema
estava solucionado. Os valores, anterior e posterior ao
reparo, podem ser observados na Tabela 2 e indicam que o
sistema estava com perda de 20%, correspondente a 1/5 da
potência do painel FV.
Tabela 2: Valores medidos de potência gerada antes e depois do reparo
no conector de uma das séries do painel fotovoltaico.
Data Hora Irradiância (W/m²) Potência (kW)
25/08/2009 12h50m 760 1,09
27/08/2009 12h30m 761 1,37
A Tabela 3 mostra os valores mensais de irradiação,
geração, produtividade e taxa de desempenho para os três
sistemas (CA, HU e AE) nos meses de julho, agosto e
setembro, bem como os valores totais para os três meses.
Tabela 3: Valores mensais de irradiação, geração, produtividade e taxa
de desempenho para os três sistemas (CA, HU e AE) e valores totais.
Irradiação Geração Produtividade
Taxa de
Desempenho
(kWh/m²) (kWh) (kWh/kWp) TD (%)
Julho 69,8 99,6 50,1 72%
Agosto 101,7 155,7 78,3 77%
Setembro 84,4 152,3 76,6 91%
CA Total 255,9 407,6 205,1 80%
Julho 66,5 127,3 64,0 96%
Agosto 101,2 191,0 96,1 95%
Setembro 79,8 149,4 75,2 94%
HU Total 247,5 467,6 235,3 95%
Julho 76,5 144,1 67,9 89%
Agosto 116,6 219,7 103,6 89%
Setembro 90,0 166,5 78,5 87%
AE Total 283,0 530,2 250,1 88%
A comparação da irradiação incidente no plano dos
módulos, da geração de energia diária, da produtividade
diária (kWh/kWp) e da taxa de desempenho de cada
sistema nos meses de julho, agosto e setembro, são
apresentadas nas Figuras 9 a 12.
0
1
2
3
4
5
6
7
1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9
Irradiação (kWh/m2)
Dia/Mês
Irradiação Diária
(kWh/m2/dia)
Colégio de Aplicação
Hospital Universitário
Aeroporto
Figura 9: Gráficos de irradiação diária no plano dos módulos, em kWh/m2
.
0
2
4
6
8
10
12
14
1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9
Energia (kWh)
Dia/Mês
Geração Diária
(kWh/dia)
Colégio de Aplicação
Hospital Universitáro
Aeroporto
Figura 10: Gráficos de energia gerada por dia, em kWh.
0
1
2
3
4
5
6
1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9
Produtividade (kWh/kWp)
Dia/Mês
Produtividade  Diária
(kWh/kWp)
Colégio de Aplicação
Hospital Universitário
Aeroporto
Figura 11: Gráficos de produtividade diária, em kWh/kWp.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9
Taxa de Desempenho (%)
Dia/Mês
Taxa de Desempenho Diária
(%)
Colégio de Aplicação
Hospital Universitário
Aeroporto
Figura 12: Gráficos de taxa de desempenho (%).
Analisando-se as Figuras 10, 11 e 12, verifica-se
inicialmente o menor desempenho do sistema
fotovoltaico do Colégio de Aplicação, ocasionado pelo
motivo descrito anteriormente. Observa-se, também, que
no mês de setembro o melhor desempenho ocorre no
sistema do Hospital Universitário, seguido pelo sistema
do Colégio de Aplicação e por último o sistema do
Aeroporto. Esse resultado já era esperado devido ao
painel fotovoltaico dos dois primeiros sistemas operar
com tensão em torno de 300VCC (três módulos em série),
o que coloca o inversor em um ponto de operação com
melhor rendimento. Portanto, apesar do sistema do
aeroporto estar submetido à maior irradiação,
normalizando em relação a potência instalada e a
irradiação incidente, percebe-se que a configuração com
três módulos em série, é a mais adequada para obter
melhor desempenho.
Outra característica perceptível é a leve diminuição na
taxa de desempenho ao longo dos meses de operação
(exclui-se o sistema do Colégio de Aplicação nessa
consideração). Isso é devido à diminuição na potência
dos módulos de filmes finos, nos primeiros meses de
operação, até atingir a potência nominal especificada pelo
fabricante, após a estabilização. Este fato reforça a
necessidade de acompanhamento dos parâmetros por um
período mínimo de doze meses, inclusive para observar
quando ocorre a estabilização do módulo exposto ao Sol.
A contribuição dos SFCR para a redução da potência
demandada em locais de clima quente e com perfil de
pico de consumo diurno, onde o uso de aparelhos de ar
condicionado é intenso em dias bastante ensolarados
ficou evidenciada, como pode ser observado nas Figuras
13 a 16.
Figura 13: Geração x Demanda no HU em um dia ensolarado.
Figura 14: Geração x Demanda no HU em um dia nublado.
Observando-se as Figuras 13 e 14, percebe-se a forte
influência da carga térmica na potência demandada. Em
um dia nublado a potência requerida pelo HU é bem
inferior a requerida em dias ensolarados, dias esses onde
a geração fotovoltaica é capaz de contribuir plenamente
para a redução na demanda.
Figura 15: Geração x Demanda no AE em um dia ensolarado.
Figura 16: Geração x Demanda no AE em um dia nublado.
A potência demandada no Aeroporto, Figuras 15 e 16,
apresenta um comportamento mais constante ao longo do
dia, com leve aumento na potência demandada no
decorrer da tarde, porém a característica de aumento da
carga em dias ensolarados é também claramente
perceptível, reforçando a tese de que os SFCR quando
aplicados em larga escala neste tipo de instalação
contribuirão para redução no consumo de energia e para a
redução no pico de demanda
Em RÜTHER & BRAUN (2009), foi analisado no
período de um ano, entre 2005 e 2006, para o Aeroporto
Internacional de Florianópolis, o consumo de energia, a
potência demandada e a relação dessas grandezas com a
temperatura ambiente. Na Figura 17 percebe-se o
aumento no consumo de energia nos meses mais quentes
do ano e, na Figura 18, o perfil da potência demandada ao
longo das 24 horas do dia, caracterizado por apresentar
pico de demanda diurno. A maior demanda diurna está
associada ao uso de equipamentos de ar condicionado.
Figura 17: Consumo mensal de energia no Aeroporto Internacional de
Florianópolis entre junho de 2005 e maio de 2006.
Em consumidores com pico de demanda diurna, como
é o caso do Aeroporto, a geração fotovoltaica contribui
para a redução no pico da demanda, permitindo inclusive
a recontratação da demanda para valores menores,
reduzindo o custo com energia elétrica.
Figura 18: Potência demandada, média, máxima e mínima, no
Aeroporto Internacional de Florianópolis.
Nas Figuras 19 e 20 é apresentada a influência da
temperatura na potência demandada ao longo do dia. Os
pontos na cor vermelha indicam os valores de potência
média quando a temperatura ambiente estava acima de
25°C, e os pontos na cor azul indicam os valores de
potência média quando a temperatura ambiente estava
abaixo de 25°C. Percebe-se nos meses de verão, a forte e
direta influência da temperatura na potência demandada
pelo Aeroporto, o que evidencia o potencial de
contribuição de sistemas fotovoltaicos conectados à rede
elétrica em consumidores com perfil de carga diurna em
função de equipamentos de ar condicionado. Ainda nas
Figuras 19 e 20, comparando o gráfico da demanda em
setembro de 2005, Figura 19, com o gráfico da demanda
em janeiro de 2006, Figura 20, fica clara a necessidade da
continuidade da coleta de dados dos sistemas
fotovoltaicos frutos desse projeto, em especial o sistema
fotovoltaico instalado no Aeroporto, visando quantificar
geração e demanda em períodos do ano em que a
temperatura ambiente é mais elevada.
Figura 19: Influência da temperatura na potência demandada no
Aeroporto Internacional de Florianópolis, em setembro de 2005.
Figura 20: Influência da temperatura na potência demandada no
Aeroporto Internacional de Florianópolis, em janeiro de 2006.
VII. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho mostrou resultados preliminares do
desempenho de sistemas solares fotovoltaicos conectados
à rede, obtidos com dados referentes a um período de três
meses.
Cabe ressaltar que a metodologia de análise empregada
neste trabalho necessita de dados de forma contínua e
com longo período de observação, além de doze meses,
de modo a propiciar o acompanhamento das variações do
desempenho ao longo de todas as estações do ano. A
análise ao longo de vários anos também é importante para
evidenciar a variabilidade de desempenho devida às
variações climatológicas nos locais de instalação.
Sob o aspecto de redução do pico de demanda, o
período de verão, por vir, é o que apresentará resultados
mais significativos em termos de desempenho da geração
fotovoltaica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ABNT, Sistemas fotovoltaicos - Classificação. 2006,
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Rio de Janeiro.
2. Rüther, R., Edifícios Solares Fotovoltaicos - O
Potencial da Geração Solar Fotovoltaica Integrada a
Edificações Urbanas e Interligadas à Rede Elétrica
Pública. 2004, LABSOLAR Florianópolis: UFSC.
ISBN 85-87583-04-2. 114p.
3. Pereira, E.B., et al., Atlas Brasileiro de Energia Solar
(Brazilian Atlas of Solar Energy). 2006: Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, São José dos
Campos, Brasil.
4. IEC, Photovoltaic system performance monitoring -
Guidelines for measurement, data exchange and
analysis. 1998, IEC - International Eletrotechnical
Commission. p. 17.
5. Marion, B., et al., Performance parameters for grid-
connected PV systems, in 31st IEEE Photovoltaic
Specialists Conference. 2005: Lake Buena Vista, FL.
p. 1601-1606.
6. RÜTHER, R.; BRAUN, P. Energetic contribution
potential of building-integrated photovoltaics on
airports in warm climates. Solar Energy 83, p.1923–
1931, 2009.

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  • 1. Resumo - Este trabalho tem como objetivos descrever os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR), instalados no âmbito do programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da TRACTEBEL, e apresentar os resultados da análise de desempenho referente aos três primeiros meses de operação. Os SFCR, instalados em edificações urbanas, constituem uma forma de geração distribuída, não poluente e silenciosa, a partir da energia Sol. O presente projeto de P&D TRACTEBEL/ANEEL tem, dentre outros objetivos, os de projetar, instalar, monitorar e analisar o desempenho de três sistemas solares fotovoltaicos de 2kWp cada, utilizando a tecnologia fotovoltaica de filmes finos, integrados a edificações urbanas e conectados a rede elétrica, em três locais diferentes. Palavras-chave - Sistemas Solares Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR), Geração Distribuída, Energia Renovável. I. INTRODUÇÃO A energia proveniente do Sol é uma forma de energia que está disponível gratuitamente e pode ser aproveitada para suprir parte das necessidades da sociedade, seja para aplicações de aquecimento ou para a geração de eletricidade. A geração de eletricidade a partir do Sol pode ser realizada de forma indireta, utilizando-se a radiação infravermelha (calor) para o processo, ou de forma direta, utilizando-se a energia da radiação visível (fótons). A conversão direta da energia solar em eletricidade é realizada pelas células fotovoltaicas, empregadas nos módulos fotovoltaicos. Sistema solar fotovoltaico ou “sistema fotovoltaico” (SF) é o conjunto de elementos necessários para realizar a conversão da energia solar diretamente em energia elétrica, de forma não poluente e silenciosa, com características adequadas para alimentar aparelhos elétricos tais como lâmpadas, eletrodomésticos, motores, computadores e outros. O principal componente de um sistema fotovoltaico é o painel fotovoltaico, composto de um ou vários módulos. Dependendo da aplicação, o sistema pode incluir dispositivos para controle, armazenamento, supervisão e condicionamento de energia elétrica. A classificação dos sistemas fotovoltaicos, com relação à conexão com a rede elétrica, é feita em dois tipos: sistemas isolados e sistemas conectados à rede [1]. Sistemas Fotovoltaicos Isolados Os sistemas fotovoltaicos isolados (SFI) são aqueles que não possuem conexão com a rede elétrica pública de fornecimento de energia. Esses sistemas são normalmente instalados em locais não atendidos pela rede pública e necessitam de um banco de baterias para armazenar a energia gerada e fornecê-la nos períodos nos quais não há radiação solar. Os SFI são constituídos basicamente de: painel fotovoltaico; controlador de carga; baterias e inversor, conforme mostrado na Figura 1. Figura 1: Constituição básica do sistema fotovoltaico isolado. O controlador de carga é um aparelho eletrônico destinado a controlar e monitorar a carga e/ou a descarga do banco de baterias e o inversor é o aparelho que converte a tensão contínua, proveniente do painel fotovoltaico ou do banco de baterias, em tensão alternada, com características adequadas para alimentar aparelhos elétricos e eletrodomésticos. Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR) são aqueles efetivamente conectados à rede elétrica pública. Neste tipo de sistema a energia gerada é injetada diretamente na rede elétrica e, portanto, não há necessidade de banco de baterias. Os sistemas conectados à rede são constituídos basicamente de painel fotovoltaico e inversor, aos quais se somam os componentes de comando e proteção (chaves seccionadoras, fusíveis, disjuntores, etc.). A Figura 2 ilustra a constituição básica deste tipo de sistema. Painel Fotovoltaico _ + Inversor Para os consumidores Baterias Controlador de carga Desempenho Energético de Três Sistemas Solares Fotovoltaicos Integrados a Edificações Urbanas e Conectados à Rede Elétrica Ricardo Rüther1,a , Alexandre Montenegro1 , Clarissa Debiazi Zomer1 , Danilo Alberto Franco1 , Isis Portolan Santos1 , Jair Urbanetz Junior1 , Lucas Rafael do Nascimento1 , Luiz Carlos Pereira Junior1 , Paulo Henrique Pfischer1 , Priscila Braun1 , Trajano de Souza Viana1 & Fernando César Girardi2 1 Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - CP 476 - 88040-900 - Florianópolis, SC Tel.: 48 3721-5174 - a E-mail: ruther@mbox1.ufsc.br 2 Tractebel Energia S.A. - Rua Antônio Dib Mussi, 366 - 88015-110 - Florianópolis, SC E-Mail: girardi@tractebelenergia.com.br
  • 2. Figura 2: Constituição básica do sistema fotovoltaico conectado à rede. O inversor utilizado nesses sistemas é projetado especificamente para conexão à rede, pois somente ao detectar a presença da rede passa a converter a tensão contínua, vinda do painel fotovoltaico, em tensão alternada. A energia gerada é injetada diretamente na rede elétrica, com o mesmo padrão de tensão, freqüência e fase da rede elétrica à qual o inversor está conectado. Caso a rede seja desenergizada pela concessionária ou a saída do inversor seja desconectada da rede, este se desligará automaticamente, cessando o fornecimento de energia. Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede podem ser integrados a edificações urbanas, como casas e edifícios, na cobertura ou na fachada, gerando energia de forma descentralizada e junto ao ponto de consumo ou podem ser instalados como uma planta fotovoltaica, gerando energia de forma centralizada, semelhante a uma usina geradora convencional. Este artigo apresenta análises de três sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica integrados a edificações urbanas. Este tipo de sistema e instalação é abordado em detalhes em Rüther 2004 [2]. II. PROJETO TRACTEBEL-LABSOLAR/UFSC No âmbito do Programa de Projetos de P&D da Tractebel/ANEEL foi estabelecido um Convênio com o Laboratório de Energia Solar (LABSOLAR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o objetivo principal de desenvolver pesquisa científica na área de sistemas solares fotovoltaicos interligados à rede elétrica pública (SFCR). O Projeto visa, ainda, divulgar e disseminar a tecnologia solar fotovoltaica, para o setor elétrico e para o público em geral, e capacitar recursos humanos da TRACTEBEL e da UFSC nesta área. No contexto do Projeto foram dimensionados, adquiridos e instalados três sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede. Dois sistemas, com a mesma configuração e potência nominal (1,9875kWp), foram instalados no Colégio de Aplicação (CA) e no Hospital Universitário (HU) da UFSC, e o terceiro, com potência nominal de 2,12kWp, foi instalado no Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis. A escolha de cada um desses locais teve os diferentes e seguintes objetivos: • Colégio de Aplicação da UFSC: é um ambiente escolar, responsável pela formação dos cidadãos do futuro e o contato com essa forma de geração de energia é fundamental para que crianças e jovens de hoje cresçam conhecendo e convivendo com a geração solar fotovoltaica e acompanhando a evolução da viabilidade dessa tecnologia; • Hospital Universitário da UFSC: o entorno do HU é freqüentado por um grande número de pessoas, que aguardam atendimento para si ou acompanhando algum paciente. O novo ESPAÇO DE ESTAR TRACTEBEL, além da geração de energia a partir da radiação solar, é um espaço abrigado para os usuários aguardarem o atendimento no Hospital, promovendo a divulgação da tecnologia fotovoltaica; • Aeroporto Internacional Hercílio Luz: é um local para o qual existem estudos para a instalação de grandes sistemas fotovoltaicos, pois dispõe de grandes áreas livres e sem sombreamento. Na Europa, espaços em aeroportos já são utilizados para a instalação de grandes geradores fotovoltaicos. Outros aspectos que levaram a essa escolha foram: o perfil de consumo de um aeroporto, que possui curva de carga diurna, e a possibilidade de avaliar o impacto na geração de energia diante da deposição de fuligem das turbinas das aeronaves sobre os módulos fotovoltaicos. Descrição dos Sistemas Fotovoltaicos Tractebel/UFSC Os três sistemas utilizam módulos fotovoltaicos de filme fino, constituídos por três camadas depositadas em vidro: silício amorfo, silício microcristalino e silício amorfo (Sontor, modelo SN-2, de 132,5Wp). O inversor utilizado (SMA, Sunny Boy SB2500) é de 2500W e possui, internamente, aquisição de dados de geração e de outros parâmetros de interesse. Os sistemas contam com um medidor de energia eletromecânico (kWh) e um disjuntor termomagnético. A saída do sistema (Fase e Neutro) é conectada em um Quadro de Distribuição de Luz (QDL) existente na edificação, para injetar a energia gerada na rede elétrica. A Tabela 1 mostra as principais características elétricas dos módulos e do inversor. Tabela 1: Principais características elétricas dos módulos fotovoltaicos e do inversor. Potência nominal (± 5 %) PMP 132,5 W Corrente de curto-circuito ISC 1,63 A Tensão de circuito aberto VOC 127,8 V Corrente Nominal IMP 1,36 A Módulos* Tensão nominal VMP 97,9 A Potência de entrada máxima PCCmax 2700 W Tensão de entrada máxima VCCmax 600 V Faixa de tensão de entrada VMP 224 – 480 V Corrente de entrada máxima ICCmax 12 A Potência de saída máxima PACmax 2500 W Potência de saída nominal PAC 2300 W Distorção harmônica de saída THD < 4% Tensão de saída nominal VAC 220 V – 240 V Frequência nominal f 50 Hz / 60 Hz Fator de potência (cos φ) FP 1 Inversor Eficiência máxima η 94,1% * Valores obtidos nas condições-padrão de ensaio (STC): irradiância de 1000 W/m², temperatura de 25°C e espectro AM 1,5. Painel Fotovoltaico _ + Para a rede elétrica Inversor
  • 3. A Figura 3 mostra o diagrama elétrico dos SFCR instalados no Colégio de Aplicação (CA) e no Hospital Universitário (HU), do qual constam: painel fotovoltaico, inversor SB2500, medidor de energia (kWh) e disjuntor (16A). A energia gerada é injetada na rede pelo Quadro de Distribuição das edificações. O painel é composto de 15 módulos fotovoltaicos conectados de modo a formar 5 séries de 3 módulos, ligadas em paralelo, com potencia instalada (nominal) de 1,9875kWp (2kWp). Figura 3: Diagrama elétrico dos SFCR do Colégio de Aplicação e do Hospital Universitário. A Figura 4 mostra o diagrama elétrico do SFCR instalado na cobertura do Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional Hercílio Luz. O painel é composto de 16 módulos fotovoltaicos, conectados de modo a formar 4 séries de 4 módulos, ligadas em paralelo, com potência instalada (nominal) de 2,12kWp (2kWp). Figura 4: Diagrama elétrico do SFCR instalado no Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis. Os três sistemas possuem sensores de irradiância (SMA, Sunny Sensor), temperatura dos módulos e de temperatura ambiente, cujos dados são enviados, via Sunny Sensor, para uma central de monitoramento (SMA, Sunny WebBox). O inversor também envia dados de geração, tensão e corrente dos módulos para a central de monitoramento, via interface RS485. Todos os dados monitorados são armazenados em um cartão de memória e podem ser transferidos diretamente para um microcomputador ou, se desejado, podem também ficar disponíveis na internet, através do portal do fabricante (SMA). A Figura 5 ilustra a configuração básica do sistema de aquisição de dados. Computador  com acesso  direto Alimentação  220V/60Hz  Interface  RS485  Sensor de  Irradiância  (Sunny Sensor)    Temperatura  ambiente  Temperatura  do módulo  Inversor  Central de  monitoramento  (Sunny WebBox) Internet Portal de  Visualização  Computador  com acesso a  WEB         Alimentação  220V/60Hz  Figura 5: Configuração básica do sistema de aquisição de dados dos três SFCR Tractebel/UFSC. Algumas das etapas da montagem dos três sistemas são mostradas na Figuras 6 a 8. (a) (b) (c)
  • 4. (d) (e) Figura 6 (a) a (e): Etapas da montagem do SFCR no Colégio de Aplicação (CA) e sistema pronto (e). (a) (b) (c) (d) Figura 7 (a) a (d): Etapas da montagem do SFCR no Hospital Universitário (HU) e sistema pronto (d). (a) (b)
  • 5. (c) (d) (e) Figura 8 (a) a (d): Etapas da montagem do SFCR no Aeroporto Hercílio Luz (AE) e vista aérea com painel FV assinalado pela seta (e). IV. RADIAÇÃO SOLAR A radiação solar possui duas componentes: a radiação direta e a radiação difusa. Em determinado local de medição haverá também uma parcela de radiação devida à reflexão nos elementos do entorno, tais como árvores, morros, areia, neve, água e edificações, que caracterizam o albedo do local. Para dimensionar ou estimar o desempenho de um sistema fotovoltaico, seja isolado ou conectado à rede, é necessário conhecer os valores da radiação no local da instalação. A obtenção de dados de iradiação solar com grande confiabilidade, que abrangem todo o Brasil, foi possível a partir do Projeto SWERA (Solar and Wind Energy Resources Assessment), iniciado em 2001. O projeto foi financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA (United Nations Environment Programme) e co-financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente - GEF (Global Environment Facility). Foram treze países envolvidos no projeto, divididos em três grupos regionais: África, América Latina e Ásia. O objetivo fundamental do projeto SWERA foi promover o levantamento de uma base de dados confiável e de alta qualidade, visando auxiliar no planejamento e inclusão de fontes de energia renovável, na matriz energética de países em desenvolvimento, utilizando os recursos solar e eólico disponíveis para atender às suas demandas de energia no futuro. A coordenação das atividades do projeto para a América Latina foi de responsabilidade da Divisão de Clima e Meio Ambiente (DMA), do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC-INPE), com a colaboração do Laboratório de Energia Solar (LABSOLAR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), A base de dados resultantes do projeto SWERA é compatível com sistemas de informação geográfica podendo, portanto, ser empregada em estudos de viabilidade econômica no desenvolvimento de políticas públicas de incentivo a projetos nacionais de energia solar e eólica, que podem atrair o capital de investimentos da iniciativa privada para a área de energias renováveis. O projeto SWERA possibilitou a publicação do “Atlas Brasileiro de Energia Solar”, que apresenta mapas com faixas de valores da média anual e média sazonal, para irradiação difusa, global horizontal e inclinada e PAR (do inglês Photosynthetically Active Radiation, radiação fotossinteticamente ativa). A Figura 8 mostra o mapa de irradiação global horizontal, com valores da média anual do total diário (kWh/m2 /dia), obtido do “Atlas Brasileiro de Energia Solar” [3]. Figura 8: Mapa da média anual do total diário de irradiação global horizontal (kWh/m2 /dia) [3]. A observação detalhada do mapa da Figura 3 permite verificar, como ponto de partida para estudos do aproveitamento da energia solar, quais regiões apresentam
  • 6. os valores mais elevados de irradiação global horizontal e, portanto, com potencial energético adequado para aplicações solares fotovoltaicas ou térmicas. V. METODOLOGIA A metodologia para analisar o desempenho dos três sistemas solares fotovoltaicos consiste em obter e tratar os dados armazenados na central de monitoramento, realizar o levantamento dos valores de irradiação (kWh/m2 /dia) e de geração (kWh), calcular os índices de desempenho. Os índices de desempenho utilizados são: Produtividade (Yield) e Taxa de Desempenho (Performance Ratio). A produtividade é a razão entre a energia gerada em determinado período, normalmente um mês ou um ano, e a potência fotovoltaica nominal instalada. A produtividade é comumente especificada em kWh/kWp. A taxa de desempenho é a razão entre a produtividade e a irradiação (kWh/m2 ) no período considerado, sendo adimensional [4], [5]. VI. RESULTADOS Como os três sistemas fotovoltaicos entraram em operação em datas distintas, a análise foi realizada após três meses de funcionamento simultâneo (julho, agosto e setembro). Os dados de cada sistema foram analisados e os respectivos desempenhos foram comparados utilizando os índices de desempenho referidos na metodologia. Cabe ressaltar que em sistemas fotovoltaicos, os índices de desempenho são normalmente analisados para períodos anuais. As análises realizadas com períodos inferiores a um ano de operação apresentam alguma incerteza pois cada mês possui características distintas de temperatura, ciclo de chuvas e principalmente níveis de radiação. O retrato mais fiel do desempenho de um sistema fotovoltaico se desenha à medida que ciclos anuais completos são analisados. No entanto, os valores obtidos para períodos menores do que um ano são de grande utilidade para comparar o desempenho de sistemas diferentes, como foi verificado e descrito a seguir. Com os três sistemas operando verificou-se, com base nos dados de produtividade e taxa de desempenho de cada instalação, que o sistema do Colégio de Aplicação estava com desempenho aquém dos demais. Isto levou a uma intervenção da equipe do LABSOLAR, realizada no dia 26/08/2009, com medições das correntes de cada uma das cinco séries que formam o painel fotovoltaico. Foi constatada falha no contato interno de um dos conectores, o que levou à interrupção de uma das 5 séries de módulos. O conector foi refeito, todos os outros foram testados e o sistema passou a operar corretamente. Foram medidos os valores de potência gerada, sob as mesmas condições de irradiância, antes e depois da intervenção, o que permitiu garantir que o problema estava solucionado. Os valores, anterior e posterior ao reparo, podem ser observados na Tabela 2 e indicam que o sistema estava com perda de 20%, correspondente a 1/5 da potência do painel FV. Tabela 2: Valores medidos de potência gerada antes e depois do reparo no conector de uma das séries do painel fotovoltaico. Data Hora Irradiância (W/m²) Potência (kW) 25/08/2009 12h50m 760 1,09 27/08/2009 12h30m 761 1,37 A Tabela 3 mostra os valores mensais de irradiação, geração, produtividade e taxa de desempenho para os três sistemas (CA, HU e AE) nos meses de julho, agosto e setembro, bem como os valores totais para os três meses. Tabela 3: Valores mensais de irradiação, geração, produtividade e taxa de desempenho para os três sistemas (CA, HU e AE) e valores totais. Irradiação Geração Produtividade Taxa de Desempenho (kWh/m²) (kWh) (kWh/kWp) TD (%) Julho 69,8 99,6 50,1 72% Agosto 101,7 155,7 78,3 77% Setembro 84,4 152,3 76,6 91% CA Total 255,9 407,6 205,1 80% Julho 66,5 127,3 64,0 96% Agosto 101,2 191,0 96,1 95% Setembro 79,8 149,4 75,2 94% HU Total 247,5 467,6 235,3 95% Julho 76,5 144,1 67,9 89% Agosto 116,6 219,7 103,6 89% Setembro 90,0 166,5 78,5 87% AE Total 283,0 530,2 250,1 88% A comparação da irradiação incidente no plano dos módulos, da geração de energia diária, da produtividade diária (kWh/kWp) e da taxa de desempenho de cada sistema nos meses de julho, agosto e setembro, são apresentadas nas Figuras 9 a 12.
  • 7. 0 1 2 3 4 5 6 7 1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9 Irradiação (kWh/m2) Dia/Mês Irradiação Diária (kWh/m2/dia) Colégio de Aplicação Hospital Universitário Aeroporto Figura 9: Gráficos de irradiação diária no plano dos módulos, em kWh/m2 . 0 2 4 6 8 10 12 14 1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9 Energia (kWh) Dia/Mês Geração Diária (kWh/dia) Colégio de Aplicação Hospital Universitáro Aeroporto Figura 10: Gráficos de energia gerada por dia, em kWh. 0 1 2 3 4 5 6 1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9 Produtividade (kWh/kWp) Dia/Mês Produtividade  Diária (kWh/kWp) Colégio de Aplicação Hospital Universitário Aeroporto Figura 11: Gráficos de produtividade diária, em kWh/kWp.
  • 8. 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 1/7 8/7 15/7 22/7 29/7 5/8 12/8 19/8 26/8 2/9 9/9 16/9 23/9 30/9 Taxa de Desempenho (%) Dia/Mês Taxa de Desempenho Diária (%) Colégio de Aplicação Hospital Universitário Aeroporto Figura 12: Gráficos de taxa de desempenho (%). Analisando-se as Figuras 10, 11 e 12, verifica-se inicialmente o menor desempenho do sistema fotovoltaico do Colégio de Aplicação, ocasionado pelo motivo descrito anteriormente. Observa-se, também, que no mês de setembro o melhor desempenho ocorre no sistema do Hospital Universitário, seguido pelo sistema do Colégio de Aplicação e por último o sistema do Aeroporto. Esse resultado já era esperado devido ao painel fotovoltaico dos dois primeiros sistemas operar com tensão em torno de 300VCC (três módulos em série), o que coloca o inversor em um ponto de operação com melhor rendimento. Portanto, apesar do sistema do aeroporto estar submetido à maior irradiação, normalizando em relação a potência instalada e a irradiação incidente, percebe-se que a configuração com três módulos em série, é a mais adequada para obter melhor desempenho. Outra característica perceptível é a leve diminuição na taxa de desempenho ao longo dos meses de operação (exclui-se o sistema do Colégio de Aplicação nessa consideração). Isso é devido à diminuição na potência dos módulos de filmes finos, nos primeiros meses de operação, até atingir a potência nominal especificada pelo fabricante, após a estabilização. Este fato reforça a necessidade de acompanhamento dos parâmetros por um período mínimo de doze meses, inclusive para observar quando ocorre a estabilização do módulo exposto ao Sol. A contribuição dos SFCR para a redução da potência demandada em locais de clima quente e com perfil de pico de consumo diurno, onde o uso de aparelhos de ar condicionado é intenso em dias bastante ensolarados ficou evidenciada, como pode ser observado nas Figuras 13 a 16. Figura 13: Geração x Demanda no HU em um dia ensolarado. Figura 14: Geração x Demanda no HU em um dia nublado. Observando-se as Figuras 13 e 14, percebe-se a forte influência da carga térmica na potência demandada. Em um dia nublado a potência requerida pelo HU é bem inferior a requerida em dias ensolarados, dias esses onde a geração fotovoltaica é capaz de contribuir plenamente para a redução na demanda.
  • 9. Figura 15: Geração x Demanda no AE em um dia ensolarado. Figura 16: Geração x Demanda no AE em um dia nublado. A potência demandada no Aeroporto, Figuras 15 e 16, apresenta um comportamento mais constante ao longo do dia, com leve aumento na potência demandada no decorrer da tarde, porém a característica de aumento da carga em dias ensolarados é também claramente perceptível, reforçando a tese de que os SFCR quando aplicados em larga escala neste tipo de instalação contribuirão para redução no consumo de energia e para a redução no pico de demanda Em RÜTHER & BRAUN (2009), foi analisado no período de um ano, entre 2005 e 2006, para o Aeroporto Internacional de Florianópolis, o consumo de energia, a potência demandada e a relação dessas grandezas com a temperatura ambiente. Na Figura 17 percebe-se o aumento no consumo de energia nos meses mais quentes do ano e, na Figura 18, o perfil da potência demandada ao longo das 24 horas do dia, caracterizado por apresentar pico de demanda diurno. A maior demanda diurna está associada ao uso de equipamentos de ar condicionado. Figura 17: Consumo mensal de energia no Aeroporto Internacional de Florianópolis entre junho de 2005 e maio de 2006. Em consumidores com pico de demanda diurna, como é o caso do Aeroporto, a geração fotovoltaica contribui para a redução no pico da demanda, permitindo inclusive a recontratação da demanda para valores menores, reduzindo o custo com energia elétrica. Figura 18: Potência demandada, média, máxima e mínima, no Aeroporto Internacional de Florianópolis. Nas Figuras 19 e 20 é apresentada a influência da temperatura na potência demandada ao longo do dia. Os pontos na cor vermelha indicam os valores de potência média quando a temperatura ambiente estava acima de 25°C, e os pontos na cor azul indicam os valores de potência média quando a temperatura ambiente estava abaixo de 25°C. Percebe-se nos meses de verão, a forte e direta influência da temperatura na potência demandada pelo Aeroporto, o que evidencia o potencial de contribuição de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica em consumidores com perfil de carga diurna em função de equipamentos de ar condicionado. Ainda nas Figuras 19 e 20, comparando o gráfico da demanda em setembro de 2005, Figura 19, com o gráfico da demanda em janeiro de 2006, Figura 20, fica clara a necessidade da continuidade da coleta de dados dos sistemas fotovoltaicos frutos desse projeto, em especial o sistema fotovoltaico instalado no Aeroporto, visando quantificar geração e demanda em períodos do ano em que a temperatura ambiente é mais elevada. Figura 19: Influência da temperatura na potência demandada no Aeroporto Internacional de Florianópolis, em setembro de 2005.
  • 10. Figura 20: Influência da temperatura na potência demandada no Aeroporto Internacional de Florianópolis, em janeiro de 2006. VII. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho mostrou resultados preliminares do desempenho de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, obtidos com dados referentes a um período de três meses. Cabe ressaltar que a metodologia de análise empregada neste trabalho necessita de dados de forma contínua e com longo período de observação, além de doze meses, de modo a propiciar o acompanhamento das variações do desempenho ao longo de todas as estações do ano. A análise ao longo de vários anos também é importante para evidenciar a variabilidade de desempenho devida às variações climatológicas nos locais de instalação. Sob o aspecto de redução do pico de demanda, o período de verão, por vir, é o que apresentará resultados mais significativos em termos de desempenho da geração fotovoltaica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ABNT, Sistemas fotovoltaicos - Classificação. 2006, ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro. 2. Rüther, R., Edifícios Solares Fotovoltaicos - O Potencial da Geração Solar Fotovoltaica Integrada a Edificações Urbanas e Interligadas à Rede Elétrica Pública. 2004, LABSOLAR Florianópolis: UFSC. ISBN 85-87583-04-2. 114p. 3. Pereira, E.B., et al., Atlas Brasileiro de Energia Solar (Brazilian Atlas of Solar Energy). 2006: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, São José dos Campos, Brasil. 4. IEC, Photovoltaic system performance monitoring - Guidelines for measurement, data exchange and analysis. 1998, IEC - International Eletrotechnical Commission. p. 17. 5. Marion, B., et al., Performance parameters for grid- connected PV systems, in 31st IEEE Photovoltaic Specialists Conference. 2005: Lake Buena Vista, FL. p. 1601-1606. 6. RÜTHER, R.; BRAUN, P. Energetic contribution potential of building-integrated photovoltaics on airports in warm climates. Solar Energy 83, p.1923– 1931, 2009.