A cultura humanista encontra a sua origem no V século a.C. no pensamento socrático que, na leitura de Platão, desloca o interesse da filosofia da natureza (φυσις) para o humano, os seus problemas e a percepção de si mesmo – esta éuma mudança importante que encontrará novos argumentos e contribuições no século XV e que marcará profundamente o pensamento e a filosofia ocidental.
Por humanismo se entende a virada histórica do olhar e do pensamento que, no século XV, criou – na Itália antes e, logo depois, na Europa inteira – um renovado interesse pelo humano que inspirou a re-leitura dos clássicos gregos a partir de uma concepção mais racional e materialista e, portanto, distante das categorias metafísicas medievais.
Nesse período assistimos à difusão de uma cultura que direcionou os seus interesses sobre o homem e as suas atividades: a arte laica, livre e experimental, a política, o conhecimento e a razão cientifica começaram a tomar, na época, a forma moderna que se consolidou na Renascença, chegando até o Iluminismo e ao Século da Razão. A centralidade do humano e do seu ponto de vista sobre a natureza e o universo, tomou assim, aos poucos, dimensões universais, consolidando uma concepção antropocêntrica e difundindo o mito da autoformação do humano (antro-poiética).
A imagem do homem vitruviano é o símbolo dessa concepção que fez do homem a medida de todas as coisas.
O conjunto de inovações tecnológicas e comunicativas que se difunde em nossa contemporaneidade redefine e altera o nosso cotidiano e os nossos sentidos, mostrando-nos a inadequação e os limites dessa percepção histórica e nos obrigando a repensar o absolutismo do princípio de autoformação e autodeterminação do humano.
Desde a medicina, a biologia, a economia, a política, até a comunicação, os elementos tecno-comunicativos nos permitem hoje o desenvolvimento de funções e atividades – anteriormente impossíveis – que são a evidência do surgimento de uma nova relação (não mais definível em termos instrumentais) entre o orgânico e o inorgânico, entre o sujeito e o território, e que está contribuindo de forma qualitativa para a redefinição da nossa condição humana.
A abordagem de um pensamento além do humanismo torna-se necessária, não somente para a compreensão plena da nossa condição contemporânea, mas também para repensar, a partir de um ponto de vista histórico mais amplo, a relação entre o homem e o mundo ao seu redor.
Afinal, provavelmente, a nossa condição jamais foi apenas humana.
- O livro “Pós-Humanismo: as relações entre o humano e a técnica na época
das redes” foi organizado por Massimo Di Felice, sociólogo e doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo e Mario Pireddu formado em Ciências da Comunicação pela Università La Sapienza Di Roma e doutor em Teoria da Informação e da Comunicação.
“Pós-Humanismo: as relações entre o humano e a técnica na época das redes”.Org. Massimo di Felicce e @Logudoro #release
1. Obra apresenta a relação entre o humano e a técnica na era das redes
Uma necessária reflexão além do pensamento humanista
para a compreensão da nossa condição contemporânea.
O que a ficção científica e o cinema tinham imaginado nas cenas de filmes famosos, nos quais o humano
sofre mutações através das suas interações com a técnica, não deve ser pensado como algo assustador ou
como a imagem de um futuro fantástico, mas como os dinamismos que acompanham a humanidade desde
o seu surgimento. As primeiras interações do homem com a técnica o deslocaram de sua condição humana
para além dos limites do seu corpo.
A obra: “Pós-Humanismo: as relações entre o humano e a técnica na época
das redes” foi organizada por Massimo Di Felice, sociólogo e doutor em
Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo e Mario Pireddu formado em Ciências da
Comunicação pela Università La Sapienza Di Roma e doutor em Teoria da
Informação e da Comunicação.
Ao trazer à tona as formas tecno-humana de interação social, a obra parte
do princípio de que a reflexão humanista sempre separou a técnica do
homem e que para a compreensão da nossa condição contemporânea, é
preciso ultrapassá-la, ir além do humanismo, para repensar, a partir de um
ponto de vista histórico mais amplo, a relação entre o homem e o mundo ao
seu redor.
O conjunto de inovações tecnológicas e comunicativas que se difunde em nossa contemporaneidade
redefine e altera o nosso cotidiano e os nossos sentidos, mostrando-nos a inadequação e os limites dessa
percepção histórica e nos obrigando a repensar o absolutismo do princípio de autoformação e
autodeterminação do humano.
Leitura relevante para estudiosos de diversas áreas, entre elas, Comunicação, Ciências Sociais e Filosofia,
especialmente em níveis de pós-graduação e graduação. Trata-se do segundo volume da série “Era Digital”,
publicado pela Difusão Editora em parceria com o Centro de Pesquisa ATOPOS, da Escola de Comunicação e
Artes da Universidade de São Paulo, voltado aos estudos da comunicação digital. Composto por treze
capítulos, o livro reúne textos de biólogos, filósofos e sociólogos de vários países e importantes
pesquisadores brasileiros que refletem de diversos pontos de vista a relação entre o humano e a técnica na
época das redes apresentando os possíveis significados do conceito pós-humanismo.
Lançamento com mesa redonda: “As relações entre o humano e a técnica na época das redes”.
Dia 16 de junho na Livraria Fnac – Pinheiros
Horário: das 19 às 21h
Debatedores: Massimo Di Felice (organizador da obra, sociólogo e doutor em Ciências da Comunicação pela
ECA-USP); Andre Stangl (Filósofo, mestre em Cibercultura (FACOM-UFBA) e pesquisador associado do Centro
de Pesquisa Internacional ATOPOS (ECA/USP); Lucia Santaella (Professora titular da PUC-SP. Livre-docente
em Ciências da Comunicação pela USP e doutora em Teoria Literária pela PUC-SP.); Ciro Marcondes Filho
(Professor titular da ECA/USP. Doutor pela Universidade de Frankfurt, na Alemanha, e pós-doutor pela
Universidade de Grenoble, na França. Jornalista, sociólogo, tradutor.)
Serviço:
Endereço: Praça dos Omaguás nº 34
RSVP: (11) 4224-9400 – ramal 436 / mayara.romao@difusaoeditora.com.br
2. Sobre a Editora Difusão
Com mais de 30 anos de experiência, a Difusão Editora é uma empresa especializada na publicação de livros
e geração de conteúdos de qualidade para as áreas de Saúde e Comunicação. Valoriza a produção nacional e
incentiva o desenvolvimento de produções de temas globais adaptados à realidade local por meio do
inovador conceito de tradução responsável. Com presença nacional, também oferece serviços de consultoria
editorial, produção e impressão de livros institucionais, históricos e comemorativos. Atende professores,
pesquisadores, estudantes, profissionais e executivos por meio de canais digitais e livrarias, além de
promover eventos que buscam aproximar os leitores dos autores de suas principais obras. Em Comunicação,
são mais de 100 autores de renome no cenário brasileiro e internacional, incluindo pesquisadores de
universidades estrangeiras. www.difusoraeditora.com.br
Informações para a imprensa:
Ana Carolina S. Guerra
Depto de Comunicação e Marketing – Difusão Editora
Fone: (11) 4227-9400 ramal 424
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