O documento discute métodos complementares de exames clínicos em veterinária. Em três frases, resume que os exames complementares como punções, biopsias e exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico quando realizados após o exame físico. Também discute a importância da anamnese para fornecer subsídios ao diagnóstico.
2. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
“Atribuir a aparelhos o sucesso da clínica é
o mesmo que atribuir a arte de Picasso à
marca dos seus pincéis” Luiz Roberto
Londres (cardiologista-RJ).
3. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
Os exames complementares, realizados
posteriormente ao exame físico, aumentam as
possibilidades de se identificar com precisão e
rapidez às modificações orgânicas provocadas
por diferentes enfermidades é necessário saber
qual exame(s) solicitar para cada caso específico.
Tendo em vista seu elevado custo e a capacidade
individual de se interpretar seus resultados de
forma consciente e crítica. Estes exames
complementares servem apenas para auxiliar os
procedimentos clínicos anteriores (anamnese e
exame físico).
4. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
“Uma consulta deve durar uma hora. Por
cinqüenta minutos ausculte a alma do
paciente. Nos outros dez, faça de conta
que o examina”. Maimônides (médico
espanhol-século XII).
5. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
1- Punção (centese) exploratório
Consiste na exploração de órgão ou cavidades internas,
através de passagem de um trocante, agulha, cânula e
similar, dos quais é retirado material para ser examinado
com relação aos seus aspectos físicos, químicos, citológicos
e bacteriológico.
2- Biópsia
Consiste na consulta de pequenos fragmentos teciduais de
órgãos como os pulmões, fígado, rins entre outros, para a
realização de exame histopatologico.
6. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
3- Exames laboratoriais
Estes procedimentos laboratoriais incluem
os exames físico-químicos, hematológico,
bacteriológicos, parasitológico e
determinações enzimáticas.
7. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
4- Inoculações Diagnósticas
Suspeitando-se de uma determinada
enfermidade, inocula-se o material
proveniente do animal doente em animais
de laboratório, para verificar o
aparecimento da doença. Ex: botulismo,
raiva, etc...
8. MÉTODO COMPLEMENTARES
DE EXAMES
5- Reações Alérgicas
São exames que provocam respostas
sensíveis nos animais, mediante a
inoculação em seus tecidos, de algum
antígeno, sob a forma de uma proteína
derivada de microorganismos específicos
que estejam ou tenham infectado o animal.
(teste de tuberculina).
9. Plano Geral de Exame Clínico
O exame Clinico é constituído basicamente dos seguintes
procedimentos.
1- Identificação do animal ou dos animais (resenha).
2 – Investigações da história do animal (anamnese).
3 – Exames físicos
10. Plano Geral de Exame Clínico
Geral: avaliação do estado geral do animal (atitude,
comportamento, estado nutricional, estado de hidratação,
coloração de mucosas, exame de linfonodos, etc) parâmetro
vitais (freqüência cardíaca, freqüência respiratórias,
temperatura, movimentos ruminais, e ou fecais):
Especiais: exames físicos direcionado ao(s) sistema(s)
envolvido(s).
4 – Solicitação e interpretação dos exames subsidiários
(caso necessário).
5 – Diagnóstico e prognósticos.
6 – Tratamentos (resolução do problema).
11. RESENHA
1 – Identificação do paciente (resenha)
Espécie: A suscetibilidade de uma espécie varia
consideravelmente em relação ás doenças infecciosas e ou
parasitárias e ao comprometimento de determinados
sistemas ou órgãos.
Ex:
Eqüino: Anemia Infecciosa, garrotilho.
Bovino: Leucose e carbúnculo sintomático
Cães: Cinomose e hepatite infecciosa canina
Gatos: Leucenia Felina
12. RESENHA
Raça: De maneira geral, as raças mais puras são mais
suscetíveis a doença. As raças mistas ou (SRD) são animais
de extrema rusticidade e geralmente reagem favoravelmente,
quando devidamente diagnosticado e tratado.
Ex:
Vacas de leite – hipocalcemia e acetonemia
Cavalos de corrida – cardiopatias, processos respiratórios
Boxer e o Cocker spaniel – mio cardiopatias
Sexo: É evidente que existem certas doenças que acometem
somente indivíduos de um mesmo sexo.
Ex:
Fêmeas – hipoestrogenemismo em cadelas
Hérnias escrotais em machos.
13. RESENHA
Idade: Várias doenças ocorrem com maior freqüência em
uma determinada faixa etária.
Recém nascidos – problemas umbilicais
Jovens – verminoses, parvo virose em cães.
Velhos – endocardites.
É importante saber sobre o peso, origem do animal, pode
indicar algumas enfermidades comuns em determinados
regiões ex: raiva, leishmaniose cutânea ou visceral,
intoxicações por plantas tóxicas.
O nome do proprietário e seu endereço também devem ser
lembrados.
14. ANAMNESE
2 – Anamnese: Aspectos gerais
A palavra anamnese ( áná= trazer volta/ recordar e mnesis =
memória), significa trazer de volta à mente todos os fatos
relacionados à doença e ao paciente.É na verdade, o
conjunto de informações recolhidos sobre fatos de interesse
médico, passados e ou atuais, que fornecem subsídios para
o estabelecimento do diagnóstico do caso em questão.
Uma anamnese bem feita representa 50% do diagnóstico e o
contrário, 50% do erro diagnóstico.
15. ANAMNESE
O processo da entrevista médica- a anamnese –
não é um processo passivo e sim um ato criativo,
compartilhado pelo proprietário ou,
eventualmente, por outros informantes, e pelo
veterinário. A qualidade, portanto dependia do
desempenho dos participantes desse ato.
Não existem regras mágicas para a realização de
uma boa entrevista, mas é possível se basear na
regra das vogais, de grande utilidade para ser
lembrada na condução de uma entrevista:
16. ANAMNESE
Atenção: Ouça atenciosamente a história; não
despreze inicialmente os detalhes.
Estimulação: estimule o proprietário a falar tudo
sobre o caso, separando os dados relevantes dos
inaproveitáveis. Selecione, agora, as
informações.
Inquisição: Inquira, tanto quanto necessário,
sobre os fatos que não ficaram claros ou foram
esquecidos.
17. ANAMNESE
Observação: observe se as informações obtidas
são ou não confiáveis, levando - se em conta
aparência geral do animal e o comportamento do
proprietário. Não hesite em repetir a mesma
pergunta utilizando-se de outras palavras para
confirmar as informações.
União: Agrupe os dados de importância e verifique
se a história tem inicio, meio e fim.
18. ANAMNESE
Formato da História
A anamnese deve ser metódica e seguir sempre a mesma
seqüência.
O formato da historia ou da anamnese é o seguinte:
a – Fonte de confiabilidade; (proprietário)
b – Queixa principal;
c – História médica recente (HMR)
d – Comportamento dos órgãos (revisão dos sistemas);
e – História medica pregressa (HMP);
f – História ambiental e de manejo;
g – História familiar ou do rebanho;
19. ANAMNESE
Para o questionamento do comportamento dos
órgãos a seqüência recomendada é:
1 – Sistema Digestório
2 – Sistema Cardiorespiratório
3 – Sistema Geniturinário
4 – Sistema Nervoso
5 – Sistema locomotor
6 – Pele e Anexos
20. ANAMNESE
Características do Proprietário.
Comportamento mais comum adotados pelo
proprietário.
Proprietário Loquaz: Dominam ou tentam
dominar a entrevista, conduzindo-a de forma que
mais lhe convém. Toda pergunta é seguida de
respostas longas, mesmo que as resposta seja
sim ou não.
21. ANAMNESE
O Proprietário Tímido: Na maioria das vezes
são pessoas simples, de baixo poder aquisitivo e
ou educacional e muitos deles não possuem auto
confiança.
O questionamento cuidadoso, nem direcionado e
com uma linguagem mais simples pode ser de
grande utilidade para tais casos. Algumas
palavras amistosas também podem ajudar.
22. ANAMNESE
O Proprietário Hostil: Muito comumente, entrevista-se o
proprietário irado, hostil ou detestável. Alguns são muito
alvitantes ou irônicos, enquanto outros são exigentes,
agressivos e ruidosamente hostis.
Ex: Doenças incuráveis de seu animal, que requerem um
certo trabalho, operações mal-sucedida ou decisões errôneas
de outro veterinário acompanhado de gastos exorbitantes,
podem desencadear uma reação de descrença ou de
desconfiança.
Os entrevistados devem agir de maneira racional profissional
e se possível o mais distante possível das indelicadezas do
proprietário. Afinal, nem todo animal tem o dono que merece.
23. ANAMNESE
O proprietário insaciável: Nunca estão
satisfeitos. Fazem muitas perguntas, e
apesar das explicações adequadas, acham
que não responderam as todas as suas
indagações.
Usar conduta firme e não condescendente.
24. ANAMNESE
O proprietário Agradável: Tentar agradar os
entrevistados. Acredita que todas as suas
respostas precisam satisfazer os entrevistados.
Tenta passar a imagem de proprietário zeloso e
preocupado. Cuidado! Esses merecem atenção
redobrada, pois desviam a atenção para si e não
para o problema do animal. Seja objetivo e
pratico, lembre-se o seu paciente é o animal, até
que se prove o contrário.
25. ANAMNESE
O proprietário Embratel: Tentam obter a
qualquer custo informações pelo telefone,
diagnóstico e receita. É insistente,
incansável e inconveniente.
26. ANAMNESE
O proprietário Anjo da Guarda: É o protetor do
seu animal e ou daqueles outros tantos
desamparados. Geralmente não tem informações
sobre o animal pois o recolheu da rua. Sua
preocupação é o sofrimento do animal. Um ponto
em comum desses proprietários é a exagerada
proteção que eles dispensam a seus animais, no
intuito de evitar a dor ou desconforto. Ex: Insistem
em não colocar mordaça.
27. ANAMNESE
O proprietário não sei: Nunca sabe de nada. É
um proprietário omisso e ou irresponsável.
Quando o animal se encontra debilitado, a
primeira idéia é leva-lo para o sacrifício, e em
caso de recusa por parte do clinico, não é difícil
abandona-lo em terreno baldio, ou ainda pior, na
porta de sua clinica.