América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
FILOSOFIA DA RELIGIÃO - [PAINE, Scott Randall]
1. FILOSOFIA DA RELIGIÃO
PAINE, Scott Randall. Filosofia da religião. In: Compêndio de Ciência da Religião/
João Décio Passos, Frank Usarski (Org.). – São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Departamento de Ciência da Religião
Doutorado/Mestrado em CR. 2o Sem/2018
Arlindo Rocha
Renilda Almeida
08/11/2018
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2. ÍNDICE
INTRODUÇÃO
ORIENTAÇÕES CONCEITUAIS
ANTECEDENTES DA FILOSOFIA DA RELIGIÃO
FILOSOFIA DA RELIGIÃO
FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO MUNDO ANGLO-SAXÃO
FILOSOFIA CONTINENTAL RELIGIÃO
FILOSOFIA COMPARADA DA RELIGIÃO
FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO BRASIL
CONCLUSÃO
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3. Dados biográficos
Professor e pesquisador associado da Universidade
de Brasília, com estudos na Universidade de Chicago
(1970-71), possui graduação em Latim e Literatura
Latina pela Universidade de Kansas (1974),
Graduação em Filosofia e Teologia, Mestrado (1982) e
doutorado (1988) em Filosofia pela Pontifícia
Universidade São Tomás de Aquino. Experiência nas
áreas de Filosofia, Teologia e Ciência da Religião, com
ênfase em Filosofia Medieval, Filosofia Oriental,
Metafísica, Teologia e Filosofia Comparadas. Foi
pesquisador visitante na Universidade Nacional de
Cingapura em 2007 e no Centro para o Estudo das
Religiões Mundiais da Universidade de Harvard em
2013.
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4. INTRODUÇÃO
A FILOSOFIA DA RELIGIÃO não surgiu do dia para a noite, foi um processo
onde é possível identificar caminhos [paralelos – divergentes –
convergentes].
O objetivo desse artigo é examinar a relação histórica e problemática entre
RELIGIÃO e FILOSOFIA que deram origem a FILOSOFIA DA RELIGIÃO:
1. No PRIMEIRO momento - reflete sobre a complexa realidade conceitual de cada
termo, mostrando a dificuldade na definição objetiva de cada um;
2. No SEGUNDO momento - investe na procura dos antecedentes da filosofia da
religião;
3. No TERCEIRO momento - aborda a filosofia no mundo anglo-saxão; seguida da
filosofia continental da religião;
4. E, finalmente faz uma análise sobre a filosofia comparada da religião e a filosofia
da religião no Brasil.
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5. INTRODUÇÃO (cont)
Seu surgimento remonta à dois fatos históricos:
1. Estudo não confessional da religião a partir do século XVIII;
em perspectiva histórica, linguística, antropológica,
sociológica e psicológica;
2. Surgimento de novos estudos de religiões pouco conhecidas;
Na filosofia contemporânea ressurge o interesse reanimado:
pela crença e fenomenologia da experiência e linguagem
religiosas;
Pelo problema do mal e da liberdade humana;
Pelos argumentos sobre a existência de Deus ou não.
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6. ORIENTAÇÕES CONCEITUAIS
Nesse ponto, o autor se propõe a definir os conceitos, de
FILOSOFIA e RELIGIÃO.
A dificuldade na definição da FILOSOFIA reside na polissemia das filosofias,
como reflexo da disparidade de significações do termo ao longo da história
das correntes filosóficas, pois, contrariamente as ciências particulares que
buscam saber tudo sobre algo; a filosofia pretende saber algo de tudo.
Definições de RELIGIÃO, também são polêmicas, mas o autor sugere quatro
parâmetros, visando contornar a natureza das religiões:
existem níveis heterogêneos do real superiores àqueles registrados por nossos
sentidos;
a nossa relação com a transcendência é de suma importância;
por qualquer razão, essa relação foi interrompida;
consequentemente uma religião se apresenta como meio de restaurar e sanar
essa relação.
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7. ORIENTAÇÕES CONCEITUAIS (cont)
Para o autor a Filosofia da Religião se estrutura em torno
de quatro eixos:
Discussão da existência e natureza de Deus ou de algo
transcendente;
A justificativa da crença, a experiência religiosa, a mística e os
milagres;
O problema do mal e do livre arbítrio;
As estruturas religiosas, cognitivas, morais e rituais, ou o credo,
o código e o culto.
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8. ANTECEDENTES DA FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Ao relacionarmos os conceitos de FILOSOFIA e RELIGIÃO, podemos
elencar três tentativas, a saber:
1. Filosofia é Religião (identidade), ou seja, uma aproximação semelhante a uma fusão;
Pode ser identificada de duas formas:
Em certas correntes do budismo, do neoplatonismo, no positivismo comteano e
nas formas pragmáticas do marxismo;
Correntes religiosas que reclamam somente à revelação ou a uma intuição mística,
todos os direitos de conhecimento fidedigno acessível ao homem.
2. Filosofia e Religião (paralelismo), saberes distintos e inconfundíveis, tanto no método
quanto no conteúdo;
Os dois conceitos afastam um do outro:
Distinção e distância estabeleceram-se como caraterísticas dessa relação;
Ambas costumam ser vistas como inconfundíveis tanto no método quanto no
conteúdo.
3. Filosofia na Religião (teologias e metafísicas religiosas), a cooperação entre ambas
gerou grandes teologias.
a cooperação entre ambas, no Ocidente gerou grandes teologias,
(Cristianismo, Judaísmo e Islã).
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9. FILOSOFIA DA RELIGIÃO
No mundo moderno, a Filosofia começou a ter a Religião
como objeto de reflexão e aponta três razões.
Primeiro: no século XV – Cisma da cristandade entre Oriente e
Ocidente; surgimento de denominações protestantes; a religião
deixou de ser identificada com uma única igreja;
Segundo: a chegada de novas fontes de informação sobre o
oriente no século XVII através dos Jesuítas.
Terceiro: surgimento das ciências modernas: ataques ao
pensamento religioso/teológico levaram ao amadurecimento da
reflexão sobre a origem desse fenômeno.
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10. FILOSOFIA DA RELIGIÃO (cont.)
Nos séculos XVI e XVII, vários pensadores tentaram estudar a religião
enquanto tal, com um olhar filosófico, mas com pouco impacto.
Exemplos:
Jean Bodin (séc. XV);
Pedro Abelardo, Raimundo Lulio (séc. XIII);
Nicolau de Cusa (séc. XV).
No século seguinte Edward Herbert Cherbury, publicou suas Cinco noções
comuns, que ofereceram outro caminho pela formulação de teses abstratas e
universais.
Outras interpretações tentaram dar um valor aos pormenores da crença:
Bernard Fontenelle (séc. XVIII) sugeriu que a religião como uma espécie de
protociência [esforço racional], mas da parte de pessoas não instruídas pela ciência
moderna;
Giambattista Vico (séc. XVIII) valorizava o aspecto poético e imaginativo caraterístico
das religiões como válida, mas, não valorizada de conhecimento.
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11. FILOSOFIA DA RELIGIÃO (cont.)
Com David HUME e outros filósofos do séc. XVIII - questões sobre
religião começaram a universalizar com um viés mais crítico.
Para ele:
Os milagres não merecem crença da parte do homem;
Os argumentos sobre a existência de Deus eram refutáveis;
A origem da religião seria atribuível a projeções de agência humana em
poderes da natureza ainda não conhecidos cientificamente.
Um século depois [XIX], MARX afirmará que “a crítica da religião é a pré-
condição de toda a crítica futura” [...]
LEIBNIZ [vê a religião com bons olhos] – escreveu em 1710 um Discurso
preliminar sobre a conformidade da fé com a razão;
No final do século KANT daria um valor positivo à religião [o instinto moral
humano pode explicar o surgimento das crenças, que serviriam como
defensores da moral]:
Em KANT, a redução da religião à moral teve como meta transformar o ser humano e
não apenas no agir.
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12. FILOSOFIA DA RELIGIÃO (cont.)
HEGEL e COMTE integram a religião nos seus sistemas filosóficos:
No primeiro caso, etapa necessária para o idealismo hegeliano, como
estágio de emergência do Espírito Absoluto;
No positivismo comteano, como etapa separada no progresso rumo a
formulação do positivismo como a religião da humanidade.
SCHLEIERMACHER valoriza a religião positivamente, mas de
maneira não teórica.
Obs: enquanto KANT pretendeu explicar a religião deixando os fatos
religiosos concretos desprovidos de interesse, HEGEL, COMTE e
SCHLEIERMACHER, valorizaram os fenômenos particulares, fazendo de um
filosofar sobre a religião uma autêntica Filosofia da Religião.
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13. FILOSOFIA DA RELIGIÃO (cont.)
FEUERBACH, KIERKEGAARD, FREUD, MARX, ambos a sua
maneira refletem sobre o “fenômeno”:
FEUERBACH – vê no cristianismo, uma filosofia do homem, ou
seja, algo integral à realidade humana que requer reflexão.
KIERKEGAARD - interpretará os paradoxos e aparentes
contradições do Cristianismo como estratégias divinas para
desarmar a ignorância humana.
FREUD e MARX – vêm na religião não apenas só doença ou
narcótico, mas algo rico e cheio de conteúdo intelectualmente
estimulante, embora as interpretações sejam divergentes.
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14. FILOSOFIA DA RELIGIÃO (cont.)
Fora do mundo acadêmico, os filósofos como GUÉNON
COOMARASWAMY [perenalistas] avançam a Tese de uma FILOSOFIA
PERENE, presente em todas as tradições religiosas, que incentivou
obras relevantes para a FILOSOFIA DA RELIGIÃO.
Em meados do século XX, identifica-se duas tendências que levaram
o filósofo acadêmico a se ocupar da religião.
Primeira: reanimação de algumas problemáticas epistemológicas e
até metafísicas que a Filosofia acadêmica havia tentado aposentar,
mas, sem êxito;
Segunda: nova atenção proporcionada à riqueza e diversidade do
fenômeno religioso, provindo das Ciências Sociais e da religião
comparada.
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15. FILOSOFIA DA RELIGIÃO (cont.)
A relevância desses estudos chegou à tona graças aos estudos sobre
filosofia Oriental. A íntima relação entre Religião e Filosofia fez com
que a FILOSOFIA DA RELIGIÃO recebesse bastante atenção.
Além disso, ainda podemos citar:
Interesse crescente na Filosofia mundial (Sabedoria indígena, por exemplo);
Interesse na Fenomenologia da Religião através dos teólogos OTTO, VAN DER LEEUW,
MAX SCHELER e ELIADE.
MAS, o termo FILOSOFIA DA RELIGIAO fez sua estreia acadêmica com o filósofo
platônico Ralph Cudworth (século XVII) ganhando nomenclatura na última
década do século XVIII.
Na segunda metade do século XX despertou mais interesse de pesquisa e
publicação, pois, os filósofos começaram a abrigar-se nos departamentos de
Filosofia.
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16. FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO MUNDO ANGLO-SAXÃO
A corrente de FILOSOFIA DA RELIGIÃO mais ativa no início do século XXI nasceu na
linhagem de uma escola histórica anti-metafísica e antirreligiosa: O POSITIVISMO
LÓGICO.
Não que o conhecimento religioso metafísico fosse falso, mas carecia de
sentido.
Então, como é que desse contexto pouco promissor surgiu a manifestação mais
vigorosa de FILOSOFIA DA RELIGIÃO no mundo acadêmico?
Foi graças a WITTGENSTEIN. Sua obra Tratactus logico-philosophicus (1921) é vista
como uma declaração de independência do cientificismo para o CÍRCULO DE
VIENA e do POSITIVISMO LÓGICO.
Ele declarou assuntos metafísicos e religiosos além do alcance da linguagem
empiricamente verificável e de interesse zero para a filosofia, porém, anos depois,
rejeitou a teoria da linguagem do seu Tratactus e abraçou a visão de “jogos de
linguagem” como a maneira que vários sentidos fora da ciência podem construir
sentidos religiosos.
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17. FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO MUNDO ANGLO-SAXÃO (cont.)
Outros estudiosos, a partir de 1950 abriram portas para a “linguagem
ordinária” e começaram a estudar a linguagem religiosa, assuntos
metafísicos, epistemológicos e moral ligados à religião.
A Filosofia da Religião tem se dedicado a assuntos relevantes a
saber:
A coerência da ideia de Deus e provas para a Sua existência;
A epistemologia da fé e a experiência religiosa;
O problema do mal.
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18. FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO MUNDO ANGLO-SAXÃO (cont.)
Na discussão das demonstrações sobre a existência de Deus:
SWINBURN, sugere que apesar da insuficiência das provas
ontológicas, cosmológicas, teológicas e morais, vistas em conjunto
constituem um elemento de alta probabilidade;
Outra prova é aquela apresentada pelos seguidores da
“epistemologia reformada” de CALVINO, que defenderam o caráter
básico pré-argumentativo da crença em Deus, e, por isso, nem
precisa de provas para justificar;
PLANTINGA completa sua defesa da racionalidade da crença em Deus
atacando o naturalismo ontológico. Ele tira a possibilidade de confiar
que o aparato cognitivo humano torna possível teorias verdadeiras e
não meramente úteis para a sobrevivência.
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19. FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO MUNDO ANGLO-SAXÃO (cont.)
Vários filósofos analíticos da religião tem desmentido acusações de
uma irracionalidade, mostrando que, se uma crença não pode ser
provada racionalmente, no entanto pode ser razoável aceitá-la.
Geralmente esses pensadores são tidos como CRIPTOAPOLGETAS do
Cristianismo, por terem se juntado a pensadores religiosos dos séculos XVII e
XVIII [...]
Outra FILOSOFIA DA RELIGIÃO vem de teólogos inspirados por
WHITEHEAD que tentam eliminar o escândalo do MAL pela negação da
onipotência divina e a insistência em um Deus imanente.
Novos modelos através da Biologia Evolucionista estão em discussão desde o
inicio do século, mas é muito cedo para avaliar o papel que terão a longo
prazo.
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20. FILOSOFIA CONTINENTAL RELIGIÃO
Embora a fronteira entre a FILOSOFIA ANGLO-SAXÃO e a CONTINENTAL não
esteja bem definida (séc XXI), ela é claramente não analítica, ou seja tem pouca
afinidade com as ciências naturais.
Os filósofos encontram-se menos em departamentos de Filosofia, como no
mundo anglo-saxão, e mais em departamentos de Teologia ou Ciência da
Religião.
FILÓSOFOS COMO:
SCHLEIERMACHER , KIERKEGAARD tentam resgatar a religião do campo cognitivo;
TROELTSCH e BULTMAN usam a categoria de história [história da salvação] para forjar
um pensamento coerente sobre a religião;
Gabriel MARCEL e M. BUBER, através do existencialismo cristão revelam novos pontos
de contato entre religião e filosofia;
O TOMISMO em todas as escolas [neoescolástica, transcendental, fenomenológica e
existencialista] continuam gerando aprofundamentos filosóficos através do legado de
AQUINO, com Kant, Husserl Heidegger e Wittgenstein.
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21. FILOSOFIA COMPARADA DA RELIGIÃO
É uma área mais recente, mas que promete muito crescimento. Ela
migrou para as Ciencias Sociais, as humanidades e a História chegando
aos departamentos de Ciência da Religião.
Grande parte da terminologia religiosa carece de exegese filosófica só
para que possam articular suas convicções e explicar suas práticas.
A Filosofia na Religião afasta-se do contexto confessional e junta-se as
outras filosofias que servem em outras tradições para comparar
conceitos lógicos, cosmológicos, psicológicos, metafísicos, éticos e
estéticos para construir uma FILOSOFIA COMPARADA DA RELIGIÃO.
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22. FILOSOFIA DA RELIGIÃO NO BRASIL
Encontra-se camuflada, entre Departamentos de Teologia,
Ciência da Religião e Filosofia, sendo temido como uma forma
criptoteologia.
Tem despertado algum interesse por parte de missionários, de
cientistas sociais, especialmente das religiões minoritárias
que, juntamente com o Cristianismo criaram uma dinâmica que
não pode deixar a religião fora da ementa dos filósofos.
Assim, a influência do positivismo (séc. XIX - XX) e do
marxismo na década de 1960, acabaram dando lugar a
programas de FILOSOFIA DA RELGIÃO no final do século XX, em
algumas pós-graduações do país, tendo sido criada a ABFR que
até 2017 organizou sete congressos nacionais.
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23. CONCLUSÃO
O perfil da FILOSOFIA DA RELIGIÃO pode ser esboçado através de
dois tópicos:
Os que dirigem sua reflexão ao objeto de crença e práxis religiosa:
Esses abordam seu objeto apenas como aquilo que a razão humana pode
determinar;
Podem levar em consideração dimensões filosóficas das doutrinas além da razão
que abrem horizonte não racionais
Outros debruçam sobre o sujeito da experiência religiosa:
Estes podem estudar as condições de possibilidade cognitivas e psicológicas da experiência
religiosa e até mística.
Negando à religião a possibilidade de uma reflexão filosófica abrangente é torná-la
mais pobre, pois, nenhum outro assunto é capaz de revigorar nos filósofos a
dedicação prestada por seus antepassados às GRANDES QUESTÕES.
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