3. Frase de Graciliano Ramos “ A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para se dizer.” ESCREVER: vem de aquilo que se escreve acto a escrever, caligrafia. Representar por caracteres os sinais gráficos, redigir.
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5. Resgatando a escuta Desde os tempos remotos o ser humano vem se valendo de símbolos para se comunicar com seus pares: imagens, desenhos, pinturas e, é claro as letras por meio do alfabeto. A escrita é apenas provavelmente o mais perfeito e o menos obscuro, entre inúmeros outros sistemas de linguagem visual, tais como: desenhos, mímicas, gestos, códigos de sinais, etc.
6. Existe uma diferença profunda de mentalidade entre o homem primitivo desenhando um animal e o homem moderno fazendo a mesma coisa. Para o primitivo o desenho é a reprodução da forma e até das cores do animal, enquanto para o homem civilizado o desenho não passa de uma simples representação. A linguagem escrita sucede à linguagem oral.
7. O símbolo é o objeto que simboliza. A abstração vem num estágio posterior Onde símbolo representa o objeto que se simboliza na fígura.
8. Os sacerdotes são os primeiros letrados capazes de ler e Interpretar as palavras. Os Vedas, a Bíblia, o Talmude, e os livros sagrados de todas as religiões são remanescentes desse período “Secreto” da escrita.
9. No século XVI a bíblia foi traduzida na Europa, assim com a invenção da imprensa, houve a tal necessidade de ser traduzida em varias línguas.
10. Historia da escrita 1° etapa: escrita autônoma (expressão individual) 2° etapa: escrita de idéias (quando um grupo de sinais tenta sugerir toda uma frase) 3° etapa: escrita de palavras ( sinais e palavras) 4° etapa: escrita fonética (registro de sons) Wilson Martins
11. Dauzat opina que a humanidade ensaiou a escrita ideológica e depois a alfabética. Foi a partir daí que o homem percebeu a possível substituição da imagem para a sonora. Depois da escrita fonética surgiram também mais dois tipos de escrita: - escrita silábica: um sinal igual a um grupo de sons. - escrita alfabética: um sinal igual a uma letra. O alfabeto foi o ultimo aperfeiçoamento da escrita. A escrita manual retrata nossa personalidade.
12. Arte de conhecer o caráter de uma pessoa pelo exame da escrita. Grafologia é o estudo da escrita manual, especialmente quando empregado com o método para analise de personalidade. Afirma-se que a grafologia serve para tudo, desde entender questões de saúde, moral e experiências passadas a talentos ocultos e problemas mentais. A grafologia é mais uma ilusão daqueles que querem um método rápido e rasteiro de tomar decisões para lhe dizer com quem se casar, quem cometeu o crime, a quem contratar, que carreira seguir e tudo mais. GRAFOLOGIA
13. Em uma pesquisa da Onu as estatísticas mostram que pelo menos 50% da população do mundo não sabem ler e nem escrever. Isso tudo porque uma dessa metade ainda só sabe ler soletrando e assinar o nome por fins eleitorais.
17. A imagem escrita identifica-se por associação, com o som da palavra: olhos e ouvidos coordenam-se quando escrevemos. Mobilizam-se na escrita 500 músculos do corpo humano. Ouvimos mentalmente as palavras que escrevemos.
18. A Mecânica da escrita decompõe-se em quatro fases distintas: 1º Fase Ideal: Consiste na formação de representações significativas. A escrita nada mais é do que a transcrição, no papel, da palavra falada. 2º Fase Motora : Constituída da enervação dos movimentos, da comprovação da escrita executada pela vista e das sensações cinestésicas do ato de escrever. 3º Fase Fonético-Motora: Consiste na fala interior, simultânea com os movimentos da escrita. 4º Fase Ótica: Consiste na percepção das palavras escritas.
20. “ Se falamos (bem) como escrevemos, certamente seremos considerados pedantes, porque ninguém fala como escreve.” (Vendryés) Escrever e falar são técnicas diferentes, ninguém escreve como fala.
21. VENHA CÁ! Com Raiva: Venha Cá! Com Emoção: Venha Cá! Com Pressa: Venha Cá! Bocejando: Venha Cá! Gritando: Venha Cá! Sussurrando: Venha Cá!
22. Não escrevemos como falamos, porque nos faltam sinais capazes de impregnar a linguagem escrita, da variedade e da riqueza da linguagem falada.
24. As dificuldades para escrever bem começam no momento em que nos encontramos de caneta na mão, diante de uma folha de papel em branco.
25. O meio mais propício para a mal escrita é a internet. NÃO Naum / Nau / Nops / Nono BELEZA Blzera / Blza / Blz / Bele TUDO Tdo / Td / Txudo / Tudu NADA Nda / Nd / Nads
26. Para escrever mal, há pelo menos três razões: 1º A tradição; 2º O desejo de impressionar; 3º Não sabemos pensar bem.
27. A TRADIÇÃO A tradição de escrever mal cristalizou-se na linguagem formal dos documentos públicos, petições e arrazoados. Nos Veículos de comunicação em massa, essa tendência assume proporções de calamidade pública: a linguagem das novelas, nos programas de rádio-teatro e da maior parte das audições radiofônicas. Basta ouvir-se uma partida de futebol, ou apenas um comentário esportivo para perceber alguns “porquês” do embrutecimento intelectual das massas. As frases devem ligar-se, não com barbantes, mas com a lógica das idéias, pela força do pensamento.
28. O DESEJO DE IMPRESSIONAR As pessoas transformam-se ao escrever, perdem a simplicidade, e complicam-se mais do que os teólogos bizantinos. Na linguagem falada contamos com uma série de reforços que não temos na escrita: os gestos, as expressões fisionômicas, a maneira de olhar, a entonação, e um sem-número de outros sinais. Enfeitamos, tornamos a enfeitar, e recorremos aos sinônimos, com a desconfiança de que ainda corremos o risco de não ser compreendidos
29. PENSAR BEM “ Antes de escrever, aprenda a pensar “ (Boileau) Mesmo querendo aprender, você não encontrará quem lhe ensine a pensar maneira organizada. Raras pessoas cultivam a ciência do raciocínio; Escrever bem é, ao mesmo tempo, pensar bem, e para pensar bem, é indispensável dominar o assunto.
32. “ A verdade é que as idéias e as imagens que enchem o espírito do homem são as potestades invisíveis que constantemente os governam e as quais todos os homens se submetem de bom grado.Por isso,é da máxima importância que tenhamos grande cuidado com a inteligência, a fim de a guiarmos com segurança na investigação do conhecimento e nos juízos que formar.” (Locke)
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38. 2° Comparação e contraste – comparação é a forma que procura mostrar no quê as coisas são iguais e contraste, no quê diferem: “ Ademir foi um dos grandes centroavantes brasileiros. Como Friedenreich, era dono de estilo igualmente vistoso. Diferia de Fried na objetividade do padrão de jogo: era um chutador por excelência”. 3° Citação – A citação é um trecho de outro autor, o qual é inserido no texto, a propósito do que se escreve, com a finalidade de explicar, ilustrar, reforçar uma tese, etc... Suas principais fontes são a literatura, os discursos, os livros, as poesias, os editoriais. A força da citação está na sua pertinência e na sua origem. “ Sobre o estilo de jogo de Ademir, Thomaz Mazzoni escrevia na “Gazeta Esportiva” logo após o jogo Brasil x Espanha: “Bem municiado por Jair e Zizinho, com passes longos, na meia-cancha, Ademir será sempre um demolidor de defesas”
39. 4° Fatos números, detalhes e razões – A exatidão é a primeira condição para quem cita fatos e números; os detalhes devem ser importantes e reduzidos em quantidade, e as razões devem ter base: “ O Brasil perdeu o Campeonato do Mundo em 1950. Em oito jogos, entretanto, conquistou 32 gols contra apenas 13 dos adversários. Quem, todavia, assistiu ao jogo Brasil x Suíça deve ter reparado na eficiência do “ferrolho” contra a linha de ataque nacional. Na peleja final, não se justificava o otimismo exagerado dos brasileiros”. 5° Repetição – Trata-se de uma forma de desenvolver o tema através de sua reiteração, utilizando-se, porém, palavras diferentes: “ O Brasil podia ter sido campeão do mundo já em 1950; todavia, deixou de conquistar a taça “Jules Rimet” por um conjunto de fatores”.
40. “ O incêndio foi terrível! Lembrava o do Park Royal há muitos anos ( exemplo). O Park Royal, entretanto, ficava em um prédio pequeno (comparação), enquanto o de nossa rua foi em um edifício de vinte andares (contraste ). Houve caso dolorosos, como o daquela senhora que ficou presa no elevador e teve morte horrível ( fato ). Um morto e trinta e sete ferido ( número ) foi o trágico balanço do incêndio. Contam que um indivíduo, em atitude suspeita, foi visto entrar na sala de maquinas do edifício, minutos antes de rebentar o incêndio ( detalhe ). Há entretanto quem julgue que o excessivo calor naquela tarde de janeiro, em pleno verão, tenha provocado combustão espontâneo no depósito de lixo ( razões ). Foi um espetáculo dantesco! ( repetição )”.
43. Sugestões: Nosso objetivo é esboçar um roteiro, com intuito de pensar consequentemente 1º Escolha um assunto 2º Prepare uma lista de idéias sobre o assunto escolhido 3° Trace um plano de desenvolvimento 4° Escreva um esboço 5° Faça a composição
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45. 2. Lista de idéias Escolhido o assunto e determinado o objetivo, é necessário preparar uma lista de pensamentos, exemplos, argumentos, citações, fatos, comparações, lembretes, opiniões, números, uma relação de todas as idéias a serem incluídas. Ao ler, ter um bom dicionário. Ao escrever, precisará preparar o material indispensável ao trabalho. A organização de uma lista de idéias ajuda a quem se dispõe a escrever. Uma lista de idéias desperta a atenção para uma série de aspectos a serem abordados que poderiam ser esquecidos, empobrecendo o texto. Com o exercício de preparação, relacionando idéias, vamos entrando no assunto com segurança e profundidade. Não podemos confiar na memória e deixar tudo à conta da improvisação.
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47. É o momento para consulta do material de referência. Planejamos as coisas de um jeito e acabamos fazendo de outro. O planejamento altera-se, transforma-se, modifica-se, mas é sempre um roteiro. Para escrever, sentimos necessidade de planejar. O simples ato de planejar é um tipo de planejamento.
48. 4. O esboço Muita gente ao escrever coisa séria, não o faz sem um esquema, é ele que nos mantém dentro do assunto. Devemos distinguir entre esboço e esquema: o esboço é a primeira redação, e esquema, um resumo. Para escrever, um esquema é indispensável, enquanto o esboço é um problema individual.
49. 5. A composição A composição divide-se em quatro partes: 1ª Título 2ª Introdução 3ª Corpo 4ª Conclusão
53. Uma competência que enfoca com ênfase o “outro” (destinatário) com o intuito de sustentar uma opinião frente aos outros na tentativa de convencer (ou tentar) de que você está correto, com um raciocínio coerente e consistente. Argumentação
54. A argumentação deve ser CONSTRUTIVA na finalidade COOPERATIVA em espírito e socialmente ÚTIL .
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57. 1º argumentos gerais 2º argumentos específicos Os argumentos pertencem a duas categorias.
63. Encadeamento, aparentemente lógico, de juízos ou pensamentos, ( pensar, refletir, considerar). Definição de raciocínio
64. 1 Indução: Extrair uma generalização, de um ou mais casos particulares. Há quatro tipos de raciocínio 2 Dedução: A aplicação de uma regra geral a uma situação particular. É o contrário de uma indução que de fatos particulares tira uma conclusão genética. 3 Relações causais: as relações causais permitem que o individuo se movimente com lógica e estabelecem possibilidades, e não certezas.
65. 1º De causa e efeito Baseando-se em uma causa conhecida. Exemplo: Comer laranja me dá dor de cabeça. Se eu comer laranja ficarei com dor de cabeça As relações causais apresentam-se sob três aspectos. 2º De efeito a causa O efeito é conhecido. O que se procura determinar é a causa. Exemplo: Os grandes atletas morrem cedo. Isto acontece pelo esforço sobre-humano que lhes é exigido nas competições esportivas. 3º de efeito a efeito Infere (conclui) uma segunda conseqüência de um efeito conhecido, tendo os dois uma mesma causa. Exemplo: Ele ficou doente, porque conviveu com o tio. (causa: tuberculose)
69. Na argumentação, você terá, apenas de reunir elementos capazes de alicerçar e demonstrar a sua opinião, mas também terá de saber responder aos argumentos contrários que lhe sejam opostos.
70. A maneira de refutar os argumentos contrários dependerá muito de fatores pessoais ou circunstanciais. E de todo impossível formular-se regras ou princípios gerais. Tudo quanto se pode fazer é reunir algumas sugestões:
71. 1.Procure refutar argumentos que lhe parece mais forte. Comece por ele. 2.Procure atacar os pontos fracos da argumentação contrária. 3. Utilize a técnica da 'Redação ás ultimas conseqüências', levando os argumentos contrários ao máximo de sua extensão. 4.Veja se seu opositor apresentou uma evidência adequada ao argumento empregado. 5.Escolha uma autoridade que tenha dito exatamente o contrário do que afirma o seu opositor.
72. 6.Aceite os fatos, mas demonstre que foram mal interpretados. 7.Ataque a fonte na qual se basearam os argumentos do seu opositor. 8.Cite outros exemplos semelhantes, que provem exatamente o contrário dos argumentos que lhe são apresentados. 9.Demonstre que a citação feita pelo opositor foi deturpada, com a omissão de palavras, ou de toda a sentença que diria o contrário do que quis dizer o opositor. 10.Analise cuidadosamente os argumentos contrários, dissecando-os para revelar as falsidades que contêm.
75. Invenção é o esforço do espírito, com que se encontra um assunto e os desenvolvimentos que se relacionam com eles. Disposição é a arte de bem dispor o que se vai escrever, é a organização dos materiais, reunidos durante a invenção. Elocução é a procura da forma, a execução técnica do estilo, a transposição do pensamento em palavras.
79. Normas para o estudo de livros 1 – Ler atentamente; 2 – Identificar a idéia principal, as idéias acessórias e o nexo entre elas; 3 – Determinar o processo de desenvolvimento e disposição do texto; 4 – Estudar o vocabulário, as questões gramaticais e as particularidades.
80. Possibilidades que podem ocorrer na hora da redação 1 – Não conhecemos o assunto; 2 – Conhecemos o assunto de maneira insuficiente; 3 – Conhecemos muito bem o assunto.
81. Para escrever melhor “ Aprenda a escrever bem ou nunca escreva nada” (John Dryden) 1 – Escreva com naturalidade 2 – Conheça a língua 3 – Aprenda a pensar 4 – Escreva para o leitor 5 – Escreva legivelmente 6 – Use a sua capacidade de observação Observação Direta Observação Indireta 7 – Seja com conciso e preciso 8 – Leia em voz alta
82. Dez mandamentos para uma boa redação 1 – Use palavras e frases simples 2 – Use palavras e frases coloquiais 3 – Use pronomes pessoais 4 – Use ilustrações e gráficos 5 – Use parágrafos e sentenças curtas 6 – Use verbos ativos 7 – Economize adjetivos e floreados 8 – Evite rodeios 9 – Faça com que cada palavra tenha sua função no texto 10 – Atenha-se ao essencial
83. Para escrever melhor “ Aprenda a escrever bem ou nunca escreva nada” (John Dryden) 1 – Escreva com naturalidade 2 – Conheça a língua 3 – Aprenda a pensar 4 – Escreva para o leitor 5 – Escreva legivelmente 6 – Use a sua capacidade de observação Observação Direta Observação Indireta 7 – Seja com conciso e preciso 8 – Leia em voz alta
86. Quem escreve uma carta precisa levar em conta a posição social, cultura, inteligência, hábitos, meio-ambiente, e profissão do destinatário. Qualquer carta é uma forma de projeção da personalidade: “ fornece um retrato de quem a escreveu, melhor do que a mais fiel fotografia, porque mostra, de maneira viva, o seu progresso mental”.
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88. 1. As primeiras cinco palavras. O começo deve ser rápido e sem preparação. Sempre que possível diga ao destinatário aquilo que ele está esperando você dizer. Diga-o em um parágrafo que não tem mais que 10 palavras. 2. As últimas cinco palavras. O final de uma carta precisa ser simples e sem esforço. Devem ser usadas para produzir dois resultados, a favor de quem escreve: 1º Levar o leitor a agir. 2º Deixar boa impressão a seu respeito .
89. 3. Pequenas palavras. O excesso de ênfase torna cansativo o mais importante assunto. Evite-se ao menos a adjetivação excessiva, as palavras empoladas, as construções pedantes, os arcaísmos e circunlóquios. 4. Sentenças curtas. Tente colocar mais ou menos 20 palavras em cada sentença, evite ao longo do parágrafo o abuso dos “se”, “é”, “mas”, “que” etc.
90. 5. Cartas que falam. Para sentir a redação da sua carta, se ela está falando, adote a prática de lê-la em voz alta. Dependendo o grau de intimidade, pode sim escrever como se fala, pois esta pode ser considerada uma conversa. 6. “A quem – o quê – por quê” Planeje antes de escrever uma carta, conheça o destinatário.
91. 7. É você quem fala. Faça o destinatário te conhecer através da carta. Tenha responsabilidade na hora de escrever. 8. Conte uma história. Sua carta deve contar uma história. Não deve ser um relato frio e sem alma.