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JUNIOR DE MORAES, (RA – 1092004).
Licenciatura em Pedagogia
ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: A IMPORTÂNCIA E AS
DIFICULDADES DA ABORDAGEM JUNTO AOS
ADOLESCENTES DO SEXTO AO NONO ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Orientadora: Profª. Ms. Elizabeth dos Santos Vaz
Claretiano - Centro Universitário
BURITIS/RO
2015
ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: A IMPORTÂNCIA E AS
DIFICULDADES DA ABORDAGEM JUNTO AOS
ADOLESCENTES DO SEXTO AO NONO ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL 1
Junior de Moraes, (RA - 10922004)2
RESUMO: O objetivo deste estudo foi salientar a importância e algumas das dificuldades
encontradas pelos professores e instituições na abordagem do tema “Orientação/Educação
Sexual” nas escolas, enfatizando as series do sexto ao novo ano, por acreditar que é nessa
fase que grande maioria dos adolescentes entra na fase da puberdade e que é nessa fase que
as orientações envolta do tema discutido torna se pertinente e necessário. Assim, além de
ser importante a discussão desse tema nas escolas, ele também deve ser discutido dentro
dos âmbitos familiares, pois é fundamental reconhecer que a sexualidade faz parte da
vivência dos sujeitos e é algo inerente à vida e à saúde do ser humano. Os dados obtidos
para a realização desse trabalho foi através de pesquisas bibliográficas e documentais,
sendo utilizados vários livros e artigos referentes ao tema de autores como GUIMARÃES
(1995) AQUINO (1997), ALTMANN (2001), NUNES (1987), REIS (2009), e
incorporando esse grupo alguns documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), o Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA), Constituição Federal do
Brasil (CF/88), e outros norteador da prática educativa, tendo como meta a qualidade do
ensino.
Palavras-chave: Educação sexual. Orientação sexual. Sexualidade. Jovens e Adolescentes.
ABSTRACT: The objective of this study was to highlight the importance and some of the
difficulties encountered by teachers and institutions in approaching "Orientation / Sex
Education" in schools, emphasizing the series of the sixth to the New Year, believing that
this is where most adolescents enters the puberty stage and that this is where the issue of
guidelines discussed wrapped becomes relevant and necessary. So as well as being
important to discuss this issue in schools, it should also be discussed within the family
areas, it is critical to recognize that sexuality is part of the experience of the subject and is
inherent to the life and health of human beings. The data obtained to conduct this work was
through bibliographic and documentary research, being used several books and articles on
the topic of writers such as Guimarães (1995) AQUINO (1997), ALTMANN (2001),
Nunes (1987), KINGS (2009 ), and incorporating this group some official documents such
as the National Curriculum Parameters (PCNs), the Statute of Children and Adolescents
(ECA), the Federal Constitution of Brazil (CF / 88), among these documents highlight the
PCNs as guiding document for practice educational, targeting the quality of education.
Keywords: sex education. Sexual orientation. Sexuality. Youth and Adolescents.
1
Trabalho apresentado na obtenção do título de Pedagogo, oferecido pelo Claretiano - Centro universitário
2 Acadêmico de graduação em Licenciatura em Pedagogia/Claretiano – Centro Universitário. E-mail:
juniordemoraes@hotmail.com.
1. INTRODUÇÃO
Sabemos que se faz necessária “aquela conversa” entre adulto e adolescente, no
que tange a sexualidade ou a orientação sexual, não estamos falando aqui de “opção”
sexual, não é esse o assunto que abordaremos nesse texto, trata se de orientar os
adolescentes e jovens sobre a sua sexualidade no qual todos os seres humanos
desenvolvem quando aproxima se da chamada puberdade.
Meninos e meninas em fase da puberdade começam a desenvolverem em seus
corpos mudanças transformando-o de criança à adolescente, no entanto, deve se perceber
que pouco se fala para essas sobre essa fase da sua vida, talvez por vergonha, talvez por ser
um tabu que a muito tempo deveria ter sido superado, não há uma só explicação que
apresentada aqui deixará claro toda essa dificuldade que os pais tem em conversar com
seus filhos sobre sexo, sexualidade, puberdade, gravidez e outros termos.
Apesar da responsabilidade não ser totalmente da escola, muitos pais acabam por
passar a responsabilidade à ela, para que assim ela oriente seus adolescentes sobre esse
tema aqui tratado ou, o que é pior alguns pais não admitem que haja esse tipo de
ensinamento nas escolas.
Em muitos documentos, como O PCN, já explicita a orientação sexual nas
escolas, assim, como há outros que defendem os direitos e deveres das crianças e
adolescentes.
Os Parâmetros Curriculares nacionais tratam a orientação sexual como tema
transversal e necessário, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) defendem que é dever
de todos garantir o pleno desenvolvimento da criança, e com isso, devemos entender que
uma orientação que trate da sexualidade pode ser incluída nesse bojo do ECA.
2. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIENTAÇÃO/EDUCAÇÃO SEXUAL
NAS ESCOLAS DO BRASIL
Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a adolescência
corresponde ao período de vida entre 10 e 19 anos. É nessa fase que o adolescente passa
por várias mudanças: físicas, psíquicas e sociais. Ele está em transformação. Já não é mais
criança, porém também ainda não é adulto. Seu corpo demonstra que mudanças estão
ocorrendo e a cada dia que passam várias dúvidas vão surgindo.
Sabemos, que mesmo hoje, falar de sexo e sexualidade tanto nas escolas como em
casa, é considerado um tema muito delicado e que muitas vezes não recebe a devida
atenção.
No entanto, muitos desses tabus já foram superados ou, pelo menos tenta se
superar-los, contudo, ainda há muito que se fazer, pois, dados assombrosos permeiam os
altos índices de gravidez indesejada, e o aumento das DTS entre adolescentes e jovens do
Brasil e do mundo assusta cada vez mais a população e governantes.
Atualmente, trabalha se orientação/educação sexual e sexualidade em muitas
escolas publicas e privadas, por se tratar de tema de importância considerada e também por
ele estar descritos pelos PCNs e outros documentos, mas, algumas décadas atrás isso não
era realizado no Brasil.
Logo no início do século surgem algumas preocupações referentes à educação
sexual no Brasil, no entanto, os objetivos visavam mais às intenções médicas e higiênicas
da população.
Nesse início do século a educação/orientação sexual procurava combater as
doenças venéreas, a masturbação e principalmente preparar a mulher para o seu papel de
esposa. “Na década de 20, grupos feministas lideradas por Berta Lutz, tentaram a
implantação da Educação Sexual, seus objetivos era a proteção à infância e à
maternidade”. (GUIMARÃES, 1995, p. 59).
Apesar de se pensar que o povo em geral era contra o ensino da educação sexual
nas escolas, pesquisas realizadas nessa época pelo jornal Diário da noite aponta em
direções de consentimentos dessas realizações, assim como aponta Guimarães, (1995, p.
59). “Em 1928, o jornal Diário da Noite elabora uma pesquisa pública e colhe informações
positivas de apoio à Educação Sexual, com algumas opiniões contrárias as estratégias e dos
conteúdos programáticos.”
Acredita se, que seja de conhecimento de muitos que em épocas anteriores, a
igreja católica exercia grande influência em vários outros setores sociais, inclusive no
sistema educacional brasileiro, assim, pelos registros anteriores à década de setenta, a
igreja manteve severa repressão à educação sexual. “O leigo tinha acesso apenas a livros
médicos sobre sexualidade e, muitos mantinham em suas casas livros escondidos que
abordava métodos e controle de fertilidade”. (GUIMARÃES, 1995, p. 60).
O Golpe Militar de 1964 ocasionou mudanças políticas radicais que marcaram o
território nacional brasileiro. Dentre as mudanças, citamos especificamente a defesa de
uma moral por intermédio de um sistema repressor, dessa forma as tentativas anteriores
direcionadas à educação sexual foram banidas das escolas.
O Brasil passava por renovações pedagógicas, e grande parte dessas iniciativas
foi abortada em função da ideologia moralista defendida pelo golpe militar.
Embora fossem criadas propostas de renovação pedagógica com discursos
voltados a prática da educação sexual, as mesmas eram negadas. (CÉSAR, 2009.
apud AQUINO e MARTELLI, 2012 p. 03).
Sabe se que houve várias tentativas de implantação de programas que tratasse do
tema orientação/educação sexual, muito desses programas tiveram curto espaço de
duração, outros não. Esse tema ainda hoje causa polêmica e alguma resistência por parte da
família e até mesmo pela própria escola.
Ao se referir nas tentativas desses programas, no estado de São Paulo, alguns
desses programas experimentais iniciados em escolas públicas tiveram resultados de
repercussão e aceitação positiva nos projetos de Educação Sexual nas escolas. Como
aponta Isaura Guimarães em seu livro “Educação Sexual Na Escola: Mito e Realidade”,
registros e relatos de falas preservados em escritos, de jovens e professores que
participaram nas décadas 60 e 70 desse programa de orientação sexual na escola. Em seu
livro Guimarães enfatizam algumas dessas falas, como por exemplo, a fala de uma jovem
que dizia que: “O sexo para nós é assunto urgente, se demorar muito para termos
informações, perderá a razão dá-las, pois de um modo ou de outro, ficaremos sabendo
muita coisa e sem ter a certeza do que é certo ou errado”. (GUIMARÃES, 1995, p. 62).
Essa fala mantém seu significado ainda nos dias de hoje, pois, os jovens
necessitam de informações, referente a esse tema, assim, conforme citado por essa jovem,
de uma forma ou de outra eles ficarão sabendo de muitas coisas, no entanto, sem ter a
certeza do que é certo ou errado, ou mesmo, verdade ou mentira.
Ao chegarmos ao ano de 1983, quando ocorreu o 1º Encontro Nacional de
Sexologia organizado pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Entretanto,
essas entidades validavam a visão da sexualidade reduzida ao sexo, à contracepção e aos
conceitos biológicos, com objetivos gerais de controle preventivo de doenças e a gravidez
precoce. “Com o aparecimento da AIDS e a propagação de outras doenças sexualmente
transmissíveis entre os adolescentes e jovens instigaram as discussões nesse período”
(GUIMARÃES, 1995, p.67).
Após todos esses períodos e desafios para que houvesse a educação sexual nas
escolas, o Brasil encara novas transformações em todos os âmbitos sociais, políticos e
econômicos, o país sai agora de uma longa ditadura militar que levou o Brasil a caminhos
inversos na educação nacional. Novas leis foram criadas e outras melhoradas, em 1988
emergiam a nova constituição brasileira, com novas regras, novas leis, nova esperança para
a democracia nacional, grandes mudanças ocorreram para a educação no Brasil, porém,
somente mais tarde com os Parâmetros Curriculares Nacionais é que a orientação sexual
seria tratada com outros olhares.
Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como
algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano.
Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as
discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus
relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência,
entre outros, que são problemas atuais e preocupantes. (PCN, pag.73. vol. 10,2).
Atualmente a educação/orientação sexual, ganhou mais espaço nas escolas
públicas e privadas, sabemos que há a necessidade de orientar nossos jovens para as causas
e conseqüências do sexo, no entanto, não podemos somente assustar os jovens com
informações desses números negativos, pois o sexo é algo natural e deve ser tratado como
tal, assim, não podemos mistificar as informações.
Tratar de sexo e sexualidade é algo delicado, deve ser feito com consciência,
responsabilidade e deve se estar preparado para fazer-lo, não devemos nos omitir e deixar
que nossos adolescentes procurem por informação nas mídias, na internet ou com os
amigos, não que eles não troquem experiências e informações importantes.
As informações adquiridas nem sempre satisfaz a real necessidade do adolescente,
a puberdade é época de dúvidas, transformações, realizações, novos acontecimentos, em
fim, fase que acontecem muitas mudanças na vida destes, por essa e outras razões que
veremos a seguir, é que há a necessidade de se abordar esse tema nas escolas.
3. EDUCAÇÃO SEXUAL OU ORIENTAÇÃO SEXUAL?
Antes de prosseguir o texto referente à orientação sexual ou educação sexual, deve
se explicar o uso da terminologia que será utilizado neste artigo, pois no decorrer das
linhas que se seguirão o termo utilizado será: “Orientação/Educação Sexual”.
Para que não se fuja dos termos utilizados por os diversos autores nos quais esse
artigo foi embasado, sendo que alguns utilizam o termo “Educação Sexual” e outros,
“Orientação Sexual,” assim, adotei a utilização da terminologia “Educação/Orientação
Sexual ou Orientação/Educação Sexual”, para se referir ao trabalho de importância notória
que deve ser desenvolvido nos âmbitos escolares e defendido pelos PCNs e outros
documentos.
Apesar em alguns ambientes o termo “Orientação Sexual” referir se a identidade
erótica, a preferência sexual dos cidadãos em heterossexual, homossexual ou bissexual,
esse não será o objetivo, mas, sim o trabalho de orientar os educando sobre a sua própria
sexualidade, incentivar reflexões e questionamentos a respeito de relacionamentos e
comportamentos sexuais despertando nos adolescentes uma visão saudável da sexualidade.
Ainda que, para alguns estudiosos sobre o assunto, a terminologia não seja
relevante, mas, sim a reflexão que ela proporciona, para outros há sim a diferenciação dos
termo, porém, iremos abordar os termos, orientação sexual e educação sexual como sendo
sinônimos e fazendo o uso do termo Orientação/Educação Sexual, não nos valendo da
etimologia das palavras, mas, sim da reflexão que os dois termos ocasionam em nosso
meio e sua real importância nos meios acadêmicos.
4. A IMPORTANCIA DE TRABALHAR EM SALA DE AULA OS TEMAS
TRANSVERSAIS: ORIENTAÇÃO SEXUAL.
Sabemos que o "aprender" se faz em decorrer de toda uma vida, infelizmente esse
pensamento não é adotado por muito jovens e adolescentes, que tentam amadurecerem
precocemente, de jeito errôneo e muitas vezes equivocado.
Quando chega a idade da transição de criança para adolescente, há muitas
mudanças ocorrendo em seus corpos, tanto nas meninas quanto nos meninos. Aproxima se
a puberdade, que segundo alguns dicionários a puberdade é:
O período de transição (humana) compreendido entre a infância e a adolescência,
caracterizado pelo aparecimento de caracteres sexuais secundários, pela
aceleração do crescimento e pelo inicio das funções reprodutivas; pubescência.
(Disponível em: <www.dicio.com.br/puberdade/> acesso em 04 de junho de
2015).
Chegada essa fase, os adolescentes começam a explorarem sua sensualidade e
sexualidade. Nas meninas, a primeira menstruação, nos meninos, pelos pubianos,
ejaculações, masturbação etc. Fase essa que surgem muitas dúvidas por parte desses
adolescentes, que estão vivenciando uma nova fase de suas vidas, que muitas vezes sem
saber a quem recorrer acaba buscando informações com outros adolescentes, pouco mais
velhos, incapazes de transmitirem respostas coerentes e necessárias para responder as
dúvidas dessa fase de suas vidas. Mas então o que fazer? A quem recorrer? Como sanar
essas dúvidas?
Os pais têm vergonha/medo de tocarem no assunto, a mídia transmite informações
que mais atrapalha que ajuda, porém essa conversa se faz necessária, pois esses
adolescentes estão necessitando de orientação, eles precisam de quem os guie, tire suas
dúvidas, falem para eles o que esta acontecendo em seus corpos e os riscos que correm
cedendo aos seus instintos. “[...] a sexualidade é sempre uma área de saber e de
investigação essencialmente polêmica, visto envolver-se com elementos de ordem religiosa
e ética de diferentes conotações e universos sociais ou subjetivos” (NUNES 1987, p.23).
Assim, se apresenta a importância dessa discussão nas escolas, pois segundo os PCNs:
O trabalho de Orientação Sexual também contribui para a prevenção de
problemas graves como o abuso sexual e a gravidez indesejada. As informações
corretas aliadas ao trabalho de auto-conhecimento e de reflexão sobre a própria
sexualidade ampliam a consciência sobre os cuidados necessários para a
prevenção desses problemas.(PCNs. Pag.79. vol.10.2).
Tratar desse assunto nas escolas além de ser importância notória, também poderá
contribuir para evitar que muito desses adolescentes façam parte de estatísticas negativas
que permeiam índices preocupantes.
Aproximadamente ao ingressarem no sexto ano do ensino fundamental
estendendo até ao nono ano, esses adolescentes estão entrando na fase da puberdade, assim
eles estão com hormônios a mil, suas cabeças começam a pensarem na possibilidade de
praticar o ato sexual, pois eles estão amadurecendo e com isso aparecendo novos desejos.
Eles não são mais crianças, porém ainda não são adultos, por mais que eles se julguem
conhecedores do mundo, eles não passam de crianças ou adolescentes desorientados
tratando se de sua própria sexualidade.
Há quem diga que as mídias, a internet já disponibiliza informações
suficientemente para orientar nossos adolescentes, que não há a necessidade de abordagem
desse tema nas escolas e muito menos desenvolver trabalhos de orientação para esses
adolescentes. No entanto, segundo o levantamento da UNFPA (United Nations Population
Fund):
Todos os dias nos países em desenvolvimento, 20 mil meninas com menos de 18
anos dão à luz e 200 morrem em decorrência de complicações da gravidez ou
parto. Em todo mundo, 7,3 milhões de adolescentes se tornam mães a cada ano,
das quais 2 milhões são menores de 15 anos – numero que podem aumentar
para 3 milhões até 2030, se a tendência atual for mantida. (UNFPA, 2015, grifo
nosso).
Ainda segundo dados oficiais da UNFPA, no Brasil os índices de gravidez
precoce em adolescentes menores de 19 anos, esta alarmante nos últimos anos. A vida
sexual desse adolescente esta começando cada vez mais cedo, no entanto, julga se que eles
não estejam se valendo da proteção oferecida para um ato sexual seguro, assim como
aponta pesquisas elaboradas pela UNFPA.
26,8% da população sexualmente ativa (15 aos 64 anos) iniciou sua vida sexual
antes dos15 anos no Brasil; Cerca de 19,3% das crianças nascidas vivas em 2010
no Brasil são filhos e filhas de mulheres de 19 anos ou menos; Em 2009, 2,8%
das adolescentes de 12 a 17 anos possuíam 1 filho ou mais; Em 2010, 12% das
adolescentes de 15 a 19 anos possuíam pelo menos um filho (em 2000, o índice
para essa faixa etária era de 15%). (BRASIL, 2012).
Por enquanto os dados apresentados aqui foram somente os indicadores de
gravidez precoce, ainda não foram relatados os índices das DSTs, que são números ainda
mais negativos e preocupantes, isso se for considerado a casualidade de muitas doenças
como a AIDS. Portanto, observando esses índices, a orientação/educação sexual nas
escolas torna se pertinente e deve ser trabalhada em todas as escolas publicas e privadas,
pois nossos jovens têm acesso a muitas informações, porém não possui o conhecimento
para manipular essas informações e separar-las a fim de absorver os conhecimentos
necessários às questões da sexualidade.
O trabalho da escola e dos professores, referente à orientação sexual desses jovens,
poderão guiar-los e esclarecer suas dúvidas no que tange sua sexualidade, segundo os
PCNs, esse tema deverá ser abordado de maneira não invasiva, no entanto, com a realidade
em que meninas de doze anos estão engravidando, e com o crescimento de contaminação
da DSTs, deve se elaborar trabalhos que atendam as especificidades de cada realidade,
respeitando o desenvolvimento de cada adolescente, para que eles evitem que no futuro
próximo sejam eles contribuindo nas estatísticas de contaminação por DSTs ou gravidez
indesejada.
Estudos científicos realizados nessa área demonstraram que o trabalho de
Orientação Sexual, ao contrário do que se propaga, não estimula a atividade
sexual, não antecipa a idade do primeiro contato sexual, nem tão pouco aumenta
a incidência de gravidez ou aborto entre os adolescentes. E, sim, as
crianças/adolescentes, que foram orientados sexualmente na escola, tornaram-se
mais responsáveis e conscientes. (SANTOS, M. A. 2001, p. 06).
Tratar desse assunto na linguagem dos adolescentes, esclarecer sua duvidas,
mostrar as causa e efeitos, apresentar a eles as principais mudanças que estão ocorrendo
em seus corpos, ensinar como lidar com essas mudanças, apresentar os conceitos sociais
adequados, os meios de prevenções, a importância de não praticar precocemente o ato
sexual, ensinar esses e outros aspectos do tema, deverá ser o objetivo desse trabalho nas
escolas juntos os jovens e adolescentes, para que assim, eles possam de maneira
responsável construir seus conhecimentos sobre sexo e sexualidade. Assim como afirma
AQUINO (1997, p.117), [...]"a orientação sexual, ao fomentar maior consciência de si e do
outro e reconhecer como licito o direto ao prazer, propicia às crianças e jovens melhores
condições de buscar sua felicidade e exercer a cidadania de forma mais qualificada."
Não estamos tentando tirar das famílias a responsabilidade da educação sexual de
seus filhos, essa não é a intenção, pois a educação/orientação sexual acontece diariamente
começando desde muito cedo dentro de casa, o que se busca é complementar esse
trabalho, levando aos jovens a oportunidade de se expressarem sem que sejam
repreendidos, levando em conta a sua opinião e principalmente as experiência. Possibilitar
aos adolescentes a oportunidade de conversar com pessoas aptas a responderem suas
dúvidas, pessoas que estejam ali para orientar-los e guiar-los esse deverá ser o principal
objetivo desse trabalho.
Mas, por que desenvolver esse tema dentro das escolas?
Segundo Guimarães (1995, p. 20), “Se a escola é o lugar onde se prepara para o
mundo adulto, porque o aluno deve penetrar em tal mundo encarando o sexo como uma
aprendizagem ocultada como um segredo? Ainda complementando o pensamento Vittielo
(Nova escola, 1987, p.17 apud GUIMARÃES, 1995 p. 57) afirma, “A educação sexual
deve ser implementada na escola porque não há outro lugar onde se consiga reunir tantos
jovens”.
De acordo com o pensamento de Guimarães, a sexualidade faz parte do ser
humano, ela esta presente em todos nós, seja criança, adolescente, jovem ou mesmo adulto,
a fase das descobertas, das dúvidas, dos anseios que chama se de puberdade, é algo que
todos mais cedo ou mais tarde terão que passar, mesmo que nem todos jovens tenham o
mesmo ensinamento e orientação em casa, pois nem todos os pais falam abertamente sobre
sexo ou sexualidade com seus filhos, assim nesse enfoque, cabe a escola desenvolver esse
trabalho junto aos educando, servindo para eles de fonte de conhecimento, pois só na
escola os adolescentes poderão encontrar informações sobre sexo e sexualidade sem o véu
da pornografia, sem abusos, e mesmo sem repressão.
Se a escola não esta tratando o assunto, ela está transmitindo ao aluno que o sexo
é um tabu, do qual não se pode falar. É algo tão individual, que cada um, guarda
para si e não deve comentar com os outros. Ou que é algo sem importância, não
faz parte do conhecimento humano ou, o que é pior, que é alguma coisa feia, da
qual se deve envergonhar. Ainda é possível que passe a idéia de que sexualidade
não faz parte da educação, é algo que se aprende na rua, com colegas, através da
revista pornográfica, do filme “pornô”, ou zonas de prostituição. ( A.C. EGYTO,
1986. apud GUIMARÃES, 1995, p.90).
Atualmente, as próprias mídias já fazem uma confusão nos pensamentos dos
adolescentes, o mercado fonográfico a exemplo disso, possui letras de músicas que transmitem
aos adolescentes conceitos degradantes se considerarmos aos padrões sociais aceitáveis, a
globalização e o mundo digital, chegaram para facilitar o aprendizado de todos, porém, sem os
cuidados específicos acabam adentrando informações destruidoras e confusas. Sendo assim,
por essa e outras razões o trabalho com a educação/orientação sexual nas escolas torna se
plausível e viável. Os PCNs, orientam às escolas a desenvolverem esse tema, pois, segundo
nesse documento:
As manifestações de sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar,
ocultar ou reprimir são as respostas mais habituais dadas pelos profissionais da
escola. Essas práticas se fundamentam na idéia de que o tema deva ser tratado
exclusivamente pela família. De fato, toda família realiza a educação sexual de
suas crianças e jovens, mesmo aquelas que nunca falam abertamente sobre isso.
O comportamento dos pais entre si, na relação com os filhos, no tipo de
“cuidados” recomendados, nas expressões, gestos e proibições que estabelecem
são carregados de determinados valores associados à sexualidade que a criança
apreende. (PCN, p.77 vol. 10,2)
Diante da realidade do nosso país, onde adolescentes de faixa etária de doze anos
acima ou às vezes até menos, já apresentarem atividade sexual constante e contínua,
podendo em alguns casos não isolados, acarretarem esses atos sexuais em causas e
conseqüências como a exemplo, uma gravidez indesejada ou, ainda pior contrair uma
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), assim, faz se necessário, abordagens
contínuas e diretas, que enquadre a sexualidade e a orientação/educação sexual a essa faixa
de idade dos adolescentes, que estão a desencadear seus hormônios da puberdade, e que
provavelmente necessitam de orientações de pessoas com experiência pessoal e
profissional qualificada, podendo a eles transmitirem informações de como lidar com essa
fase da vida e também como prevenir se das muitas causas e efeitos de uma relação sexual
precoce e sem proteção.
Por essas razões julga se importante a abordagem desta temática nos âmbitos
escolares desde o inicio dos anos letivos, mas com maior ênfase nas classes dos sexto ao
nono ano do ensino fundamental com a finalidade de orientar e guiar-los nessa nova etapa
de suas vidas, pois é essa a fase que provavelmente estão acontecendo mudanças em seus
corpos relacionadas à puberdade.
4. ALGUMAS DIFICULDADES DAS ESCOLAS E PROFESSORES EM
DISCUTIR ORIENTAÇÃO/EDUCAÇÃO SEXUAL JUNTO AOS EDUCANDO
Sabe se que falar de sexo em casa, é um tema polêmico e de difícil abordagem, na
escola não acontece diferente. Esse tema requer atenção, dedicação, conhecimentos e
fundamentos no assunto tratado, para que assim possa se transmitir segurança nas palavras
que dirão aos adolescentes. Assim, deverá haver preparo qualificado para que o
profissional de educação possa desenvolver um trabalho coerente junto aos educando, pois
somente com qualidade e conhecimentos aprofundados do tema é que os alunos sentirão
segurança e confiança nas palavras do profissional, podendo assim, abrir se, opinar e
discutir com mais serenidade as questões relacionadas ao tema.
Apesar da real necessidade de abordagem do tema nas escolas, ainda encontra se
muita resistência por parte de algumas famílias, que coloca seus valores culturais e
religiosos de maneira a complicar essa abordagem com seus filhos, dificultando ainda mais
o trabalho do educador.
[...] é preciso levar em conta que, no imaginário dos pais, professores e alunos, a
díade educação/sexualidade é, quase invariavelmente, um ingrediente exótico de
uma receita, ao final indigesta. Em todo caso, é inegável que, juntos, sexo e
escola configuram um campo de tensão, instabilidades, e, em ultima instancia, de
acentuado mal-estar. (AQUINO, 1997, p. 07)
Segundo as palavras de AQUINO, muitos pais não estão preparados para aceitar a
sexualidade de seus filhos, mesmo que isso seja inevitável.
Os PCNs tratam desse e outros assuntos como tema transversais, orientando que
deve inserir se de maneira não invasiva, [...] " isso quer dizer que as diferentes temáticas da
sexualidade devem ser trabalhadas dentro do limite da ação pedagógica, sem serem
invasivas da intimidade e do comportamento de cada aluno". PCNs (p.83. vol. 10.2). No
entanto, esse papel acaba ficando com os professores de ciências ou de biologia, que
muitas vezes começam a tratar desse assunto na entrada do sexto ano do ensino
fundamental estendendo se até ao ensino médio, mesmo assim, vale lembrar que é no
período do sexto ao nono ano que o educando esta entrando ou entrou na puberdade, fase
que as duvidas referente ao sexo e sexualidade aparece de forma mais intensa.
Porém, só essas disciplinas não são suficientes para desenvolverem um trabalho
de qualidade que venha a sanar todas as dúvidas desses adolescentes, isso por que abordar
um tema de tal complexidade requer mais aprofundamento no assunto, pois a
educação/orientação sexual estende se muito além dos ensinamentos biológicos
relacionados com a reprodução humana, órgãos reprodutores e suas funções, essa temática
deverá abranger também discussões de valores e concepções de homem e de mundo.
Observe como a Organização Mundial de Saúde (OMS) define a sexualidade:
A sexualidade uma energia que nos motiva aprocurar amor, contato, ternura e
intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e
somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia
pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a
nossa saúde física e mental. (OMS, 1990)
Os alunos trazem para a escola suas dúvidas, suas dificuldades de entender questões
relacionadas ao tema, seus anseios, seus objetivos, seus medos, mitos, em fim uma serie de
pontos que poderá ser abordado dentro dessa temática, portanto cabe ao educador
desenvolver ações criativas e responsáveis que sacie as dúvidas desses adolescentes. No
entanto, muito profissionais da educação, não tem qualificação e preparo para abordagem
desse tema, e a instituição não oferece suporte para que se faça um trabalho de qualidade,
ainda assim, devemos observar que muito se fala em “despreparo” dos professores em
abordar orientação/educação sexual nas escolas, no entanto, vale ressaltar que não se
oferece na grade curricular de diversos cursos de licenciaturas, disciplinas que mostrem
como fazer-lo, assim, fica fácil colocar a culpa no despreparo dos profissionais de
educação, apesar de haverem cursos de formação continuada que trazem em seu bojo
concepções que tratam dessa temática, acaba ficando a critério de cada profissional de
educação fazer-lo ou não.
No que se refere à formação de professores, muitos cursos de licenciatura não
tem uma disciplina específica que ensine a ensinar educação sexual, na maioria
das vezes o educador recorre a sua experiência pessoal para falar sobre
sexualidade, e quando este apresenta uma sexualidade que na fase de
afloramento foi reprimida, não consegue ajudar os seus educando de forma
benéfica e acaba por reprimi-los também. (CASTRO, 2009 apud NOVAK, 2013
p. 21).
Ao trabalhar sexualidade em sala de aula, as dificuldades enfrentadas pelos
professores nem sempre são as mesmas, mas na maioria dos casos, as maiores dificuldade
referem-se à falta de material didático, o preconceito, o despreparo profissional, a falta de
apoio da gestão, a conversa paralela, as quais acarretam em discussões com os demais
alunos e ainda a não aceitação dos pais com a temática, pois eles acreditam que ainda não
esta na hora de seus filhos começarem a saberem sobre sexo e sexualidade.
Precisamos estar atentos à possibilidade de aceitação dessa tarefa sem reflexão,
sem um projeto com objetivos bem definidos, sem que os profissionais
envolvidos estejam conscientes e preparados para esse trabalho. (REIS, 2009
p.51)
Por isso, há relevância de se discutir o assunto na escola, pois sabemos que as
crianças encontram-se imersas em informações vinculadas pelas mídias, sendo que nem
sempre essas podem ser consideradas corretas. Assim, caberá ao educador quebrar esse
ciclo de informações desencontradas e errôneas, superando todas essas dificuldades
impostas a ele. Observando sempre, que apesar desses adolescentes se julgarem
conhecedores dos aspectos sexuais e sensuais, ao desenvolver uma roda de conversa
referente a esse tema, eles descobrem que seus conhecimentos esta longe de estar
completos e que há muito ainda para se aprender, e se querem saber mais é porque sentem
vontades de saciar suas dúvidas, motivos pelos quais os educadores devem estar
preparados para orientá-los e sanar-las para que esses adolescentes possam exercer em
plena consciência a sua sexualidade e cidadania.
6. COMO TRABALHAR ORIENTAÇÃO SEXUAL EM TURMAS DOS SEXTOS
AO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Infelizmente não há cartilhas que contemplem em todos os aspectos, maneiras de
como abordar o tema educação sexual em sala de aula, pois não há como prever a grande
variedade de dúvidas e ocasiões que poderão vir a surgir em sala ou em uma palestra
direcionada a esse assunto, assim, cada professor (a) deverá estar preparado para as
possíveis perguntas repentinas de seus alunos. “A sexualidade tem grande importância no
desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois independentemente da
potencialidade reprodutiva, relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental
dos seres humanos.” PCNs (p.81 vol. 10.2)
Atualmente essa abordagem acaba ficando para o professor/(a) de biologia ou de
ciência, e em muitos casos o assunto se reprime ao ensino da fisiologia humana,
reprodução, órgãos genital e suas funções, e ainda alguns torcem para a chegada do fim do
ano letivo e passa a bola para o próximo professor(a) antes de adentrar nesta parte do livro.
Segundo a concepção de Enio Brito (2013, p. 01), “o psicopedagogo é um
profissional que tem uma formação que lhe possibilita compreender o desenvolvimento
humano e o desenvolvimento da sexualidade’. Além disso, ele defende que o
psicopedagogo tem potencialmente os conhecimentos teóricos sobre como facilitar para
que os adolescentes adquiram conhecimentos sobre esta temática, por outro lado há
aqueles que defendem que esse trabalho possa ser feito por qualquer professor basta que
esse profissional sinta se apto e tranqüilo de falar do assunto.
A Educação/orientação Sexual não deverá constituir se de uma educação
proibitiva, que provoca medo, culpa e ansiedade, nem tão pouco uma deseducação ou, que
viole valores e gere frustrações, mas, sim, uma Educação que busque o equilíbrio, o
cultivo, o respeito por si próprio e pelo outro. .
Os educando ao ingressarem no 6º ano, estendendo ao 9° ano, eles também estão
ingressando na puberdade (provavelmente), assim, a abordagem junto a essa demanda de
alunos deverá levar em consideração essa fase da vida desses adolescentes, levantando
questões que mais aproxima de suas dúvidas e que se julgue mais adequado para cada
grupo de alunos.
O professor poderá propor trabalhos com temas como puberdade, maternidade,
paternidade, DSTs, aborto entre tantos outros temas relacionados a sexualidade. A intenção
é levantar questões e questionamentos por parte dos alunos a fim de promover o início de
discussões que se sucederão em aulas futuras com objetivo de sanar e levantar mais
dúvidas relacionadas a essa temática.
A implantação da educação sexual deve se pautar em uma visão que possibilite os
educando e professores/(as) discutirem de forma clara e objetiva esta temática, devendo o
educador/(a) se despir de qualquer preconceitos e refletir criticamente sobre os diversos
aspectos sociais, políticos, éticos que possa envolver esta questão.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de alguns julgarem que a discussão sobre sexo e sexualidade esta se
tornando uma coisa cada vez mais normal, muitos jovens ainda sentem se com vergonha e
medo de expressarem seus anseios e dúvidas sobre esse assunto.
A escola, considerada como fonte de informação, deverá contribuir para que esses
jovens tornem se cidadãos críticos e conscientes de seu próprio corpo. Ela ainda poderá
leva aos adolescentes a entenderem e discutirem os questionamentos e reflexões sobre
sexo, sexualidade e prevenção das possíveis conseqüências do sexo sem proteção, levando-
o para o amadurecimento e desenvolvimento de atitudes responsáveis.
Abordar sexualidade nas escolas é um dos maiores desafios dos profissionais de
educação, desafios esses que deverá ser enfrentados de forma diária e contínua, fornecendo
assim, orientações corretas e seguras para os nossos jovens e adolescentes que estão em
fase de amadurecimento de sua sexualidade.
Assim, é necessário que a escola juntamente com as famílias, alunos e demais
docentes e ainda uma sociedade preocupada com o futuro de seus jovens, todos, se
responsabilizem pela educação sexual destes.
Sendo de extrema importância um entrosamento entre estes atores para que se
invista na formação de todos. Pois a idéia é considerar a sexualidade como algo inerente a
vida e a saúde, que se expressa desde cedo no ser humano e que faz parte da vida de todos,
assim, negar a sexualidade é negar a si mesmo, e ainda, negar o ensinamento desse tema
nas escolas pode ser considerado um ato de covardia para com os adolescentes, pois, assim
expressa GUIMARÃES (1995, p. 20), “Se a escola é o lugar onde se prepara para o mundo
adulto, porque o aluno deve penetrar em tal mundo encarando o sexo como uma
aprendizagem ocultada como um segredo?”
Sabemos que não há formulas mágicas de ensinar educação sexual nas escolas, o
dilema escola e sexualidade ainda persistem, e muitos não admitem que haja esses
ensinamentos nelas, fortalecendo ainda mais o preconceito de se falar de sexo em âmbitos
escolares, dificultando cada vez mais o trabalho dos docentes.
No entanto, muitos fatores denotam uma necessidade cada vez maior da inclusão
da temática sexual no currículo escolar.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRIMÁRIA
AQUINO, Camila.; MARTELLI, A. C. Escola e Educação Sexual: Uma Relação
Necessária. 2012. 16 p. IX ANPED. Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul
AQUINO, Julio. Groppo. Sexualidade na escola: Alternativas teóricas e práticas. São
Paulo: Summus, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas
Transversais – Orientação sexual / Secretaria de educação. – Brasília: MEC/SEF, 1998.
GONÇALVES, R.C; FALEIRO, J.H; MALAFAIA, G. Educação Sexual no Contexto
Familiar e Escolar: Impasses e Desafios. 2013. p. 13. Urutaí-GO.
GUIMARÃES, Isaura. Educação Sexual na Escola: Mito e realidade. Campinas:
Mercado de Letras, 1995.
Gravidez na adolescência é tema do relatório anual do UNFPA. disponível em
<http://www.unfpa.org.br/novo/index.php/669-gravidez-na-adolescencia-e-tema-do-
relatorio-anual-do-unfpa-2> acesso em 04 de junho de 2015, grifo nosso).
Gravidez na Adolescência no Brasil, (UNFPA). Disponível em: <
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/Gravidez%20Adolescente%20no%20Brasil.pdf> acesso
em 04 de junho de 2015).
NOVAK, ELAINE. Dificuldades enfrentadas pelos professores ao trabalhar educação
sexual com adolescentes. 2013, 38 paginas. Monografia de especialização em ensino de
ciências - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Medianeira, 2013.
NUNES, César Aparecido. Desvendando a sexualidade. Campinas, SP. Papirus. 1987.
OMS - Organzação Mundial de Saúde. Prevenção da transmissão sexual do
Immnodeficiencia Humano. Série OMS AIDS, v. 6 n. 1, 1990.
“Puberdade”. Disponível em: <www.dicio.com.br/puberdade/> acesso em 04 de junho de
2015.
PINTO, Enio Brito. Orientação sexual na escola. Disponível no site
<http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=6> acessado dia
16/05/2015.
REIS, Eliana Fátima de Almeida. Escola e Sexualidade: diferentes concepções/muitos
desafios. Orientadora: Mary Rangel. Niterói – RJ / UFF, 2009. Dissertação ( mestrado em
Educação). 130 p.
SANTOS, M. Orientação Sexual no 1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental: Uma
Realidade Distante?. 2001. 60 p. Monografia (Graduação de Licenciatura Plena em
Pedagogia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SECUNDÁRIAS
BARRETO, Francisco Josenildo de Lima. Por que Abordar Sexualidade Nas Escolas:
Um olhar sobre a ação da escola e do educador. 2012. 32 p. Monografia (Graduação
Plena em pedagogia) – Faculdade Estácio, Natal-RN.
BRASIL. Estatuto Da Criança e Do Adolescente (ECA). Lei nº 8.069/90 atualizado com
a Lei nº 12.010 de 200.
Rocha, Valdira Vieira da (2013). O Ensino Noturno em Crise: Um Estudo de Caso na
Cidade de Aracaju. Lisboa, 211 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação) -
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação, ULHT.

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Importância da orientação sexual na escola

  • 1. JUNIOR DE MORAES, (RA – 1092004). Licenciatura em Pedagogia ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: A IMPORTÂNCIA E AS DIFICULDADES DA ABORDAGEM JUNTO AOS ADOLESCENTES DO SEXTO AO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Orientadora: Profª. Ms. Elizabeth dos Santos Vaz Claretiano - Centro Universitário BURITIS/RO 2015
  • 2. ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: A IMPORTÂNCIA E AS DIFICULDADES DA ABORDAGEM JUNTO AOS ADOLESCENTES DO SEXTO AO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 Junior de Moraes, (RA - 10922004)2 RESUMO: O objetivo deste estudo foi salientar a importância e algumas das dificuldades encontradas pelos professores e instituições na abordagem do tema “Orientação/Educação Sexual” nas escolas, enfatizando as series do sexto ao novo ano, por acreditar que é nessa fase que grande maioria dos adolescentes entra na fase da puberdade e que é nessa fase que as orientações envolta do tema discutido torna se pertinente e necessário. Assim, além de ser importante a discussão desse tema nas escolas, ele também deve ser discutido dentro dos âmbitos familiares, pois é fundamental reconhecer que a sexualidade faz parte da vivência dos sujeitos e é algo inerente à vida e à saúde do ser humano. Os dados obtidos para a realização desse trabalho foi através de pesquisas bibliográficas e documentais, sendo utilizados vários livros e artigos referentes ao tema de autores como GUIMARÃES (1995) AQUINO (1997), ALTMANN (2001), NUNES (1987), REIS (2009), e incorporando esse grupo alguns documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA), Constituição Federal do Brasil (CF/88), e outros norteador da prática educativa, tendo como meta a qualidade do ensino. Palavras-chave: Educação sexual. Orientação sexual. Sexualidade. Jovens e Adolescentes. ABSTRACT: The objective of this study was to highlight the importance and some of the difficulties encountered by teachers and institutions in approaching "Orientation / Sex Education" in schools, emphasizing the series of the sixth to the New Year, believing that this is where most adolescents enters the puberty stage and that this is where the issue of guidelines discussed wrapped becomes relevant and necessary. So as well as being important to discuss this issue in schools, it should also be discussed within the family areas, it is critical to recognize that sexuality is part of the experience of the subject and is inherent to the life and health of human beings. The data obtained to conduct this work was through bibliographic and documentary research, being used several books and articles on the topic of writers such as Guimarães (1995) AQUINO (1997), ALTMANN (2001), Nunes (1987), KINGS (2009 ), and incorporating this group some official documents such as the National Curriculum Parameters (PCNs), the Statute of Children and Adolescents (ECA), the Federal Constitution of Brazil (CF / 88), among these documents highlight the PCNs as guiding document for practice educational, targeting the quality of education. Keywords: sex education. Sexual orientation. Sexuality. Youth and Adolescents. 1 Trabalho apresentado na obtenção do título de Pedagogo, oferecido pelo Claretiano - Centro universitário 2 Acadêmico de graduação em Licenciatura em Pedagogia/Claretiano – Centro Universitário. E-mail: juniordemoraes@hotmail.com.
  • 3. 1. INTRODUÇÃO Sabemos que se faz necessária “aquela conversa” entre adulto e adolescente, no que tange a sexualidade ou a orientação sexual, não estamos falando aqui de “opção” sexual, não é esse o assunto que abordaremos nesse texto, trata se de orientar os adolescentes e jovens sobre a sua sexualidade no qual todos os seres humanos desenvolvem quando aproxima se da chamada puberdade. Meninos e meninas em fase da puberdade começam a desenvolverem em seus corpos mudanças transformando-o de criança à adolescente, no entanto, deve se perceber que pouco se fala para essas sobre essa fase da sua vida, talvez por vergonha, talvez por ser um tabu que a muito tempo deveria ter sido superado, não há uma só explicação que apresentada aqui deixará claro toda essa dificuldade que os pais tem em conversar com seus filhos sobre sexo, sexualidade, puberdade, gravidez e outros termos. Apesar da responsabilidade não ser totalmente da escola, muitos pais acabam por passar a responsabilidade à ela, para que assim ela oriente seus adolescentes sobre esse tema aqui tratado ou, o que é pior alguns pais não admitem que haja esse tipo de ensinamento nas escolas. Em muitos documentos, como O PCN, já explicita a orientação sexual nas escolas, assim, como há outros que defendem os direitos e deveres das crianças e adolescentes. Os Parâmetros Curriculares nacionais tratam a orientação sexual como tema transversal e necessário, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) defendem que é dever de todos garantir o pleno desenvolvimento da criança, e com isso, devemos entender que uma orientação que trate da sexualidade pode ser incluída nesse bojo do ECA. 2. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIENTAÇÃO/EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS DO BRASIL Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a adolescência corresponde ao período de vida entre 10 e 19 anos. É nessa fase que o adolescente passa por várias mudanças: físicas, psíquicas e sociais. Ele está em transformação. Já não é mais criança, porém também ainda não é adulto. Seu corpo demonstra que mudanças estão ocorrendo e a cada dia que passam várias dúvidas vão surgindo.
  • 4. Sabemos, que mesmo hoje, falar de sexo e sexualidade tanto nas escolas como em casa, é considerado um tema muito delicado e que muitas vezes não recebe a devida atenção. No entanto, muitos desses tabus já foram superados ou, pelo menos tenta se superar-los, contudo, ainda há muito que se fazer, pois, dados assombrosos permeiam os altos índices de gravidez indesejada, e o aumento das DTS entre adolescentes e jovens do Brasil e do mundo assusta cada vez mais a população e governantes. Atualmente, trabalha se orientação/educação sexual e sexualidade em muitas escolas publicas e privadas, por se tratar de tema de importância considerada e também por ele estar descritos pelos PCNs e outros documentos, mas, algumas décadas atrás isso não era realizado no Brasil. Logo no início do século surgem algumas preocupações referentes à educação sexual no Brasil, no entanto, os objetivos visavam mais às intenções médicas e higiênicas da população. Nesse início do século a educação/orientação sexual procurava combater as doenças venéreas, a masturbação e principalmente preparar a mulher para o seu papel de esposa. “Na década de 20, grupos feministas lideradas por Berta Lutz, tentaram a implantação da Educação Sexual, seus objetivos era a proteção à infância e à maternidade”. (GUIMARÃES, 1995, p. 59). Apesar de se pensar que o povo em geral era contra o ensino da educação sexual nas escolas, pesquisas realizadas nessa época pelo jornal Diário da noite aponta em direções de consentimentos dessas realizações, assim como aponta Guimarães, (1995, p. 59). “Em 1928, o jornal Diário da Noite elabora uma pesquisa pública e colhe informações positivas de apoio à Educação Sexual, com algumas opiniões contrárias as estratégias e dos conteúdos programáticos.” Acredita se, que seja de conhecimento de muitos que em épocas anteriores, a igreja católica exercia grande influência em vários outros setores sociais, inclusive no sistema educacional brasileiro, assim, pelos registros anteriores à década de setenta, a igreja manteve severa repressão à educação sexual. “O leigo tinha acesso apenas a livros médicos sobre sexualidade e, muitos mantinham em suas casas livros escondidos que abordava métodos e controle de fertilidade”. (GUIMARÃES, 1995, p. 60). O Golpe Militar de 1964 ocasionou mudanças políticas radicais que marcaram o território nacional brasileiro. Dentre as mudanças, citamos especificamente a defesa de
  • 5. uma moral por intermédio de um sistema repressor, dessa forma as tentativas anteriores direcionadas à educação sexual foram banidas das escolas. O Brasil passava por renovações pedagógicas, e grande parte dessas iniciativas foi abortada em função da ideologia moralista defendida pelo golpe militar. Embora fossem criadas propostas de renovação pedagógica com discursos voltados a prática da educação sexual, as mesmas eram negadas. (CÉSAR, 2009. apud AQUINO e MARTELLI, 2012 p. 03). Sabe se que houve várias tentativas de implantação de programas que tratasse do tema orientação/educação sexual, muito desses programas tiveram curto espaço de duração, outros não. Esse tema ainda hoje causa polêmica e alguma resistência por parte da família e até mesmo pela própria escola. Ao se referir nas tentativas desses programas, no estado de São Paulo, alguns desses programas experimentais iniciados em escolas públicas tiveram resultados de repercussão e aceitação positiva nos projetos de Educação Sexual nas escolas. Como aponta Isaura Guimarães em seu livro “Educação Sexual Na Escola: Mito e Realidade”, registros e relatos de falas preservados em escritos, de jovens e professores que participaram nas décadas 60 e 70 desse programa de orientação sexual na escola. Em seu livro Guimarães enfatizam algumas dessas falas, como por exemplo, a fala de uma jovem que dizia que: “O sexo para nós é assunto urgente, se demorar muito para termos informações, perderá a razão dá-las, pois de um modo ou de outro, ficaremos sabendo muita coisa e sem ter a certeza do que é certo ou errado”. (GUIMARÃES, 1995, p. 62). Essa fala mantém seu significado ainda nos dias de hoje, pois, os jovens necessitam de informações, referente a esse tema, assim, conforme citado por essa jovem, de uma forma ou de outra eles ficarão sabendo de muitas coisas, no entanto, sem ter a certeza do que é certo ou errado, ou mesmo, verdade ou mentira. Ao chegarmos ao ano de 1983, quando ocorreu o 1º Encontro Nacional de Sexologia organizado pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Entretanto, essas entidades validavam a visão da sexualidade reduzida ao sexo, à contracepção e aos conceitos biológicos, com objetivos gerais de controle preventivo de doenças e a gravidez precoce. “Com o aparecimento da AIDS e a propagação de outras doenças sexualmente transmissíveis entre os adolescentes e jovens instigaram as discussões nesse período” (GUIMARÃES, 1995, p.67). Após todos esses períodos e desafios para que houvesse a educação sexual nas escolas, o Brasil encara novas transformações em todos os âmbitos sociais, políticos e
  • 6. econômicos, o país sai agora de uma longa ditadura militar que levou o Brasil a caminhos inversos na educação nacional. Novas leis foram criadas e outras melhoradas, em 1988 emergiam a nova constituição brasileira, com novas regras, novas leis, nova esperança para a democracia nacional, grandes mudanças ocorreram para a educação no Brasil, porém, somente mais tarde com os Parâmetros Curriculares Nacionais é que a orientação sexual seria tratada com outros olhares. Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes. (PCN, pag.73. vol. 10,2). Atualmente a educação/orientação sexual, ganhou mais espaço nas escolas públicas e privadas, sabemos que há a necessidade de orientar nossos jovens para as causas e conseqüências do sexo, no entanto, não podemos somente assustar os jovens com informações desses números negativos, pois o sexo é algo natural e deve ser tratado como tal, assim, não podemos mistificar as informações. Tratar de sexo e sexualidade é algo delicado, deve ser feito com consciência, responsabilidade e deve se estar preparado para fazer-lo, não devemos nos omitir e deixar que nossos adolescentes procurem por informação nas mídias, na internet ou com os amigos, não que eles não troquem experiências e informações importantes. As informações adquiridas nem sempre satisfaz a real necessidade do adolescente, a puberdade é época de dúvidas, transformações, realizações, novos acontecimentos, em fim, fase que acontecem muitas mudanças na vida destes, por essa e outras razões que veremos a seguir, é que há a necessidade de se abordar esse tema nas escolas. 3. EDUCAÇÃO SEXUAL OU ORIENTAÇÃO SEXUAL? Antes de prosseguir o texto referente à orientação sexual ou educação sexual, deve se explicar o uso da terminologia que será utilizado neste artigo, pois no decorrer das linhas que se seguirão o termo utilizado será: “Orientação/Educação Sexual”.
  • 7. Para que não se fuja dos termos utilizados por os diversos autores nos quais esse artigo foi embasado, sendo que alguns utilizam o termo “Educação Sexual” e outros, “Orientação Sexual,” assim, adotei a utilização da terminologia “Educação/Orientação Sexual ou Orientação/Educação Sexual”, para se referir ao trabalho de importância notória que deve ser desenvolvido nos âmbitos escolares e defendido pelos PCNs e outros documentos. Apesar em alguns ambientes o termo “Orientação Sexual” referir se a identidade erótica, a preferência sexual dos cidadãos em heterossexual, homossexual ou bissexual, esse não será o objetivo, mas, sim o trabalho de orientar os educando sobre a sua própria sexualidade, incentivar reflexões e questionamentos a respeito de relacionamentos e comportamentos sexuais despertando nos adolescentes uma visão saudável da sexualidade. Ainda que, para alguns estudiosos sobre o assunto, a terminologia não seja relevante, mas, sim a reflexão que ela proporciona, para outros há sim a diferenciação dos termo, porém, iremos abordar os termos, orientação sexual e educação sexual como sendo sinônimos e fazendo o uso do termo Orientação/Educação Sexual, não nos valendo da etimologia das palavras, mas, sim da reflexão que os dois termos ocasionam em nosso meio e sua real importância nos meios acadêmicos. 4. A IMPORTANCIA DE TRABALHAR EM SALA DE AULA OS TEMAS TRANSVERSAIS: ORIENTAÇÃO SEXUAL. Sabemos que o "aprender" se faz em decorrer de toda uma vida, infelizmente esse pensamento não é adotado por muito jovens e adolescentes, que tentam amadurecerem precocemente, de jeito errôneo e muitas vezes equivocado. Quando chega a idade da transição de criança para adolescente, há muitas mudanças ocorrendo em seus corpos, tanto nas meninas quanto nos meninos. Aproxima se a puberdade, que segundo alguns dicionários a puberdade é: O período de transição (humana) compreendido entre a infância e a adolescência, caracterizado pelo aparecimento de caracteres sexuais secundários, pela aceleração do crescimento e pelo inicio das funções reprodutivas; pubescência. (Disponível em: <www.dicio.com.br/puberdade/> acesso em 04 de junho de 2015).
  • 8. Chegada essa fase, os adolescentes começam a explorarem sua sensualidade e sexualidade. Nas meninas, a primeira menstruação, nos meninos, pelos pubianos, ejaculações, masturbação etc. Fase essa que surgem muitas dúvidas por parte desses adolescentes, que estão vivenciando uma nova fase de suas vidas, que muitas vezes sem saber a quem recorrer acaba buscando informações com outros adolescentes, pouco mais velhos, incapazes de transmitirem respostas coerentes e necessárias para responder as dúvidas dessa fase de suas vidas. Mas então o que fazer? A quem recorrer? Como sanar essas dúvidas? Os pais têm vergonha/medo de tocarem no assunto, a mídia transmite informações que mais atrapalha que ajuda, porém essa conversa se faz necessária, pois esses adolescentes estão necessitando de orientação, eles precisam de quem os guie, tire suas dúvidas, falem para eles o que esta acontecendo em seus corpos e os riscos que correm cedendo aos seus instintos. “[...] a sexualidade é sempre uma área de saber e de investigação essencialmente polêmica, visto envolver-se com elementos de ordem religiosa e ética de diferentes conotações e universos sociais ou subjetivos” (NUNES 1987, p.23). Assim, se apresenta a importância dessa discussão nas escolas, pois segundo os PCNs: O trabalho de Orientação Sexual também contribui para a prevenção de problemas graves como o abuso sexual e a gravidez indesejada. As informações corretas aliadas ao trabalho de auto-conhecimento e de reflexão sobre a própria sexualidade ampliam a consciência sobre os cuidados necessários para a prevenção desses problemas.(PCNs. Pag.79. vol.10.2). Tratar desse assunto nas escolas além de ser importância notória, também poderá contribuir para evitar que muito desses adolescentes façam parte de estatísticas negativas que permeiam índices preocupantes. Aproximadamente ao ingressarem no sexto ano do ensino fundamental estendendo até ao nono ano, esses adolescentes estão entrando na fase da puberdade, assim eles estão com hormônios a mil, suas cabeças começam a pensarem na possibilidade de praticar o ato sexual, pois eles estão amadurecendo e com isso aparecendo novos desejos. Eles não são mais crianças, porém ainda não são adultos, por mais que eles se julguem conhecedores do mundo, eles não passam de crianças ou adolescentes desorientados tratando se de sua própria sexualidade. Há quem diga que as mídias, a internet já disponibiliza informações suficientemente para orientar nossos adolescentes, que não há a necessidade de abordagem
  • 9. desse tema nas escolas e muito menos desenvolver trabalhos de orientação para esses adolescentes. No entanto, segundo o levantamento da UNFPA (United Nations Population Fund): Todos os dias nos países em desenvolvimento, 20 mil meninas com menos de 18 anos dão à luz e 200 morrem em decorrência de complicações da gravidez ou parto. Em todo mundo, 7,3 milhões de adolescentes se tornam mães a cada ano, das quais 2 milhões são menores de 15 anos – numero que podem aumentar para 3 milhões até 2030, se a tendência atual for mantida. (UNFPA, 2015, grifo nosso). Ainda segundo dados oficiais da UNFPA, no Brasil os índices de gravidez precoce em adolescentes menores de 19 anos, esta alarmante nos últimos anos. A vida sexual desse adolescente esta começando cada vez mais cedo, no entanto, julga se que eles não estejam se valendo da proteção oferecida para um ato sexual seguro, assim como aponta pesquisas elaboradas pela UNFPA. 26,8% da população sexualmente ativa (15 aos 64 anos) iniciou sua vida sexual antes dos15 anos no Brasil; Cerca de 19,3% das crianças nascidas vivas em 2010 no Brasil são filhos e filhas de mulheres de 19 anos ou menos; Em 2009, 2,8% das adolescentes de 12 a 17 anos possuíam 1 filho ou mais; Em 2010, 12% das adolescentes de 15 a 19 anos possuíam pelo menos um filho (em 2000, o índice para essa faixa etária era de 15%). (BRASIL, 2012). Por enquanto os dados apresentados aqui foram somente os indicadores de gravidez precoce, ainda não foram relatados os índices das DSTs, que são números ainda mais negativos e preocupantes, isso se for considerado a casualidade de muitas doenças como a AIDS. Portanto, observando esses índices, a orientação/educação sexual nas escolas torna se pertinente e deve ser trabalhada em todas as escolas publicas e privadas, pois nossos jovens têm acesso a muitas informações, porém não possui o conhecimento para manipular essas informações e separar-las a fim de absorver os conhecimentos necessários às questões da sexualidade. O trabalho da escola e dos professores, referente à orientação sexual desses jovens, poderão guiar-los e esclarecer suas dúvidas no que tange sua sexualidade, segundo os PCNs, esse tema deverá ser abordado de maneira não invasiva, no entanto, com a realidade em que meninas de doze anos estão engravidando, e com o crescimento de contaminação da DSTs, deve se elaborar trabalhos que atendam as especificidades de cada realidade,
  • 10. respeitando o desenvolvimento de cada adolescente, para que eles evitem que no futuro próximo sejam eles contribuindo nas estatísticas de contaminação por DSTs ou gravidez indesejada. Estudos científicos realizados nessa área demonstraram que o trabalho de Orientação Sexual, ao contrário do que se propaga, não estimula a atividade sexual, não antecipa a idade do primeiro contato sexual, nem tão pouco aumenta a incidência de gravidez ou aborto entre os adolescentes. E, sim, as crianças/adolescentes, que foram orientados sexualmente na escola, tornaram-se mais responsáveis e conscientes. (SANTOS, M. A. 2001, p. 06). Tratar desse assunto na linguagem dos adolescentes, esclarecer sua duvidas, mostrar as causa e efeitos, apresentar a eles as principais mudanças que estão ocorrendo em seus corpos, ensinar como lidar com essas mudanças, apresentar os conceitos sociais adequados, os meios de prevenções, a importância de não praticar precocemente o ato sexual, ensinar esses e outros aspectos do tema, deverá ser o objetivo desse trabalho nas escolas juntos os jovens e adolescentes, para que assim, eles possam de maneira responsável construir seus conhecimentos sobre sexo e sexualidade. Assim como afirma AQUINO (1997, p.117), [...]"a orientação sexual, ao fomentar maior consciência de si e do outro e reconhecer como licito o direto ao prazer, propicia às crianças e jovens melhores condições de buscar sua felicidade e exercer a cidadania de forma mais qualificada." Não estamos tentando tirar das famílias a responsabilidade da educação sexual de seus filhos, essa não é a intenção, pois a educação/orientação sexual acontece diariamente começando desde muito cedo dentro de casa, o que se busca é complementar esse trabalho, levando aos jovens a oportunidade de se expressarem sem que sejam repreendidos, levando em conta a sua opinião e principalmente as experiência. Possibilitar aos adolescentes a oportunidade de conversar com pessoas aptas a responderem suas dúvidas, pessoas que estejam ali para orientar-los e guiar-los esse deverá ser o principal objetivo desse trabalho. Mas, por que desenvolver esse tema dentro das escolas? Segundo Guimarães (1995, p. 20), “Se a escola é o lugar onde se prepara para o mundo adulto, porque o aluno deve penetrar em tal mundo encarando o sexo como uma aprendizagem ocultada como um segredo? Ainda complementando o pensamento Vittielo (Nova escola, 1987, p.17 apud GUIMARÃES, 1995 p. 57) afirma, “A educação sexual deve ser implementada na escola porque não há outro lugar onde se consiga reunir tantos jovens”.
  • 11. De acordo com o pensamento de Guimarães, a sexualidade faz parte do ser humano, ela esta presente em todos nós, seja criança, adolescente, jovem ou mesmo adulto, a fase das descobertas, das dúvidas, dos anseios que chama se de puberdade, é algo que todos mais cedo ou mais tarde terão que passar, mesmo que nem todos jovens tenham o mesmo ensinamento e orientação em casa, pois nem todos os pais falam abertamente sobre sexo ou sexualidade com seus filhos, assim nesse enfoque, cabe a escola desenvolver esse trabalho junto aos educando, servindo para eles de fonte de conhecimento, pois só na escola os adolescentes poderão encontrar informações sobre sexo e sexualidade sem o véu da pornografia, sem abusos, e mesmo sem repressão. Se a escola não esta tratando o assunto, ela está transmitindo ao aluno que o sexo é um tabu, do qual não se pode falar. É algo tão individual, que cada um, guarda para si e não deve comentar com os outros. Ou que é algo sem importância, não faz parte do conhecimento humano ou, o que é pior, que é alguma coisa feia, da qual se deve envergonhar. Ainda é possível que passe a idéia de que sexualidade não faz parte da educação, é algo que se aprende na rua, com colegas, através da revista pornográfica, do filme “pornô”, ou zonas de prostituição. ( A.C. EGYTO, 1986. apud GUIMARÃES, 1995, p.90). Atualmente, as próprias mídias já fazem uma confusão nos pensamentos dos adolescentes, o mercado fonográfico a exemplo disso, possui letras de músicas que transmitem aos adolescentes conceitos degradantes se considerarmos aos padrões sociais aceitáveis, a globalização e o mundo digital, chegaram para facilitar o aprendizado de todos, porém, sem os cuidados específicos acabam adentrando informações destruidoras e confusas. Sendo assim, por essa e outras razões o trabalho com a educação/orientação sexual nas escolas torna se plausível e viável. Os PCNs, orientam às escolas a desenvolverem esse tema, pois, segundo nesse documento: As manifestações de sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são as respostas mais habituais dadas pelos profissionais da escola. Essas práticas se fundamentam na idéia de que o tema deva ser tratado exclusivamente pela família. De fato, toda família realiza a educação sexual de suas crianças e jovens, mesmo aquelas que nunca falam abertamente sobre isso. O comportamento dos pais entre si, na relação com os filhos, no tipo de “cuidados” recomendados, nas expressões, gestos e proibições que estabelecem são carregados de determinados valores associados à sexualidade que a criança apreende. (PCN, p.77 vol. 10,2)
  • 12. Diante da realidade do nosso país, onde adolescentes de faixa etária de doze anos acima ou às vezes até menos, já apresentarem atividade sexual constante e contínua, podendo em alguns casos não isolados, acarretarem esses atos sexuais em causas e conseqüências como a exemplo, uma gravidez indesejada ou, ainda pior contrair uma doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), assim, faz se necessário, abordagens contínuas e diretas, que enquadre a sexualidade e a orientação/educação sexual a essa faixa de idade dos adolescentes, que estão a desencadear seus hormônios da puberdade, e que provavelmente necessitam de orientações de pessoas com experiência pessoal e profissional qualificada, podendo a eles transmitirem informações de como lidar com essa fase da vida e também como prevenir se das muitas causas e efeitos de uma relação sexual precoce e sem proteção. Por essas razões julga se importante a abordagem desta temática nos âmbitos escolares desde o inicio dos anos letivos, mas com maior ênfase nas classes dos sexto ao nono ano do ensino fundamental com a finalidade de orientar e guiar-los nessa nova etapa de suas vidas, pois é essa a fase que provavelmente estão acontecendo mudanças em seus corpos relacionadas à puberdade. 4. ALGUMAS DIFICULDADES DAS ESCOLAS E PROFESSORES EM DISCUTIR ORIENTAÇÃO/EDUCAÇÃO SEXUAL JUNTO AOS EDUCANDO Sabe se que falar de sexo em casa, é um tema polêmico e de difícil abordagem, na escola não acontece diferente. Esse tema requer atenção, dedicação, conhecimentos e fundamentos no assunto tratado, para que assim possa se transmitir segurança nas palavras que dirão aos adolescentes. Assim, deverá haver preparo qualificado para que o profissional de educação possa desenvolver um trabalho coerente junto aos educando, pois somente com qualidade e conhecimentos aprofundados do tema é que os alunos sentirão segurança e confiança nas palavras do profissional, podendo assim, abrir se, opinar e discutir com mais serenidade as questões relacionadas ao tema. Apesar da real necessidade de abordagem do tema nas escolas, ainda encontra se muita resistência por parte de algumas famílias, que coloca seus valores culturais e religiosos de maneira a complicar essa abordagem com seus filhos, dificultando ainda mais o trabalho do educador.
  • 13. [...] é preciso levar em conta que, no imaginário dos pais, professores e alunos, a díade educação/sexualidade é, quase invariavelmente, um ingrediente exótico de uma receita, ao final indigesta. Em todo caso, é inegável que, juntos, sexo e escola configuram um campo de tensão, instabilidades, e, em ultima instancia, de acentuado mal-estar. (AQUINO, 1997, p. 07) Segundo as palavras de AQUINO, muitos pais não estão preparados para aceitar a sexualidade de seus filhos, mesmo que isso seja inevitável. Os PCNs tratam desse e outros assuntos como tema transversais, orientando que deve inserir se de maneira não invasiva, [...] " isso quer dizer que as diferentes temáticas da sexualidade devem ser trabalhadas dentro do limite da ação pedagógica, sem serem invasivas da intimidade e do comportamento de cada aluno". PCNs (p.83. vol. 10.2). No entanto, esse papel acaba ficando com os professores de ciências ou de biologia, que muitas vezes começam a tratar desse assunto na entrada do sexto ano do ensino fundamental estendendo se até ao ensino médio, mesmo assim, vale lembrar que é no período do sexto ao nono ano que o educando esta entrando ou entrou na puberdade, fase que as duvidas referente ao sexo e sexualidade aparece de forma mais intensa. Porém, só essas disciplinas não são suficientes para desenvolverem um trabalho de qualidade que venha a sanar todas as dúvidas desses adolescentes, isso por que abordar um tema de tal complexidade requer mais aprofundamento no assunto, pois a educação/orientação sexual estende se muito além dos ensinamentos biológicos relacionados com a reprodução humana, órgãos reprodutores e suas funções, essa temática deverá abranger também discussões de valores e concepções de homem e de mundo. Observe como a Organização Mundial de Saúde (OMS) define a sexualidade: A sexualidade uma energia que nos motiva aprocurar amor, contato, ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental. (OMS, 1990) Os alunos trazem para a escola suas dúvidas, suas dificuldades de entender questões relacionadas ao tema, seus anseios, seus objetivos, seus medos, mitos, em fim uma serie de pontos que poderá ser abordado dentro dessa temática, portanto cabe ao educador desenvolver ações criativas e responsáveis que sacie as dúvidas desses adolescentes. No entanto, muito profissionais da educação, não tem qualificação e preparo para abordagem desse tema, e a instituição não oferece suporte para que se faça um trabalho de qualidade,
  • 14. ainda assim, devemos observar que muito se fala em “despreparo” dos professores em abordar orientação/educação sexual nas escolas, no entanto, vale ressaltar que não se oferece na grade curricular de diversos cursos de licenciaturas, disciplinas que mostrem como fazer-lo, assim, fica fácil colocar a culpa no despreparo dos profissionais de educação, apesar de haverem cursos de formação continuada que trazem em seu bojo concepções que tratam dessa temática, acaba ficando a critério de cada profissional de educação fazer-lo ou não. No que se refere à formação de professores, muitos cursos de licenciatura não tem uma disciplina específica que ensine a ensinar educação sexual, na maioria das vezes o educador recorre a sua experiência pessoal para falar sobre sexualidade, e quando este apresenta uma sexualidade que na fase de afloramento foi reprimida, não consegue ajudar os seus educando de forma benéfica e acaba por reprimi-los também. (CASTRO, 2009 apud NOVAK, 2013 p. 21). Ao trabalhar sexualidade em sala de aula, as dificuldades enfrentadas pelos professores nem sempre são as mesmas, mas na maioria dos casos, as maiores dificuldade referem-se à falta de material didático, o preconceito, o despreparo profissional, a falta de apoio da gestão, a conversa paralela, as quais acarretam em discussões com os demais alunos e ainda a não aceitação dos pais com a temática, pois eles acreditam que ainda não esta na hora de seus filhos começarem a saberem sobre sexo e sexualidade. Precisamos estar atentos à possibilidade de aceitação dessa tarefa sem reflexão, sem um projeto com objetivos bem definidos, sem que os profissionais envolvidos estejam conscientes e preparados para esse trabalho. (REIS, 2009 p.51) Por isso, há relevância de se discutir o assunto na escola, pois sabemos que as crianças encontram-se imersas em informações vinculadas pelas mídias, sendo que nem sempre essas podem ser consideradas corretas. Assim, caberá ao educador quebrar esse ciclo de informações desencontradas e errôneas, superando todas essas dificuldades impostas a ele. Observando sempre, que apesar desses adolescentes se julgarem conhecedores dos aspectos sexuais e sensuais, ao desenvolver uma roda de conversa referente a esse tema, eles descobrem que seus conhecimentos esta longe de estar completos e que há muito ainda para se aprender, e se querem saber mais é porque sentem vontades de saciar suas dúvidas, motivos pelos quais os educadores devem estar
  • 15. preparados para orientá-los e sanar-las para que esses adolescentes possam exercer em plena consciência a sua sexualidade e cidadania. 6. COMO TRABALHAR ORIENTAÇÃO SEXUAL EM TURMAS DOS SEXTOS AO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Infelizmente não há cartilhas que contemplem em todos os aspectos, maneiras de como abordar o tema educação sexual em sala de aula, pois não há como prever a grande variedade de dúvidas e ocasiões que poderão vir a surgir em sala ou em uma palestra direcionada a esse assunto, assim, cada professor (a) deverá estar preparado para as possíveis perguntas repentinas de seus alunos. “A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois independentemente da potencialidade reprodutiva, relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental dos seres humanos.” PCNs (p.81 vol. 10.2) Atualmente essa abordagem acaba ficando para o professor/(a) de biologia ou de ciência, e em muitos casos o assunto se reprime ao ensino da fisiologia humana, reprodução, órgãos genital e suas funções, e ainda alguns torcem para a chegada do fim do ano letivo e passa a bola para o próximo professor(a) antes de adentrar nesta parte do livro. Segundo a concepção de Enio Brito (2013, p. 01), “o psicopedagogo é um profissional que tem uma formação que lhe possibilita compreender o desenvolvimento humano e o desenvolvimento da sexualidade’. Além disso, ele defende que o psicopedagogo tem potencialmente os conhecimentos teóricos sobre como facilitar para que os adolescentes adquiram conhecimentos sobre esta temática, por outro lado há aqueles que defendem que esse trabalho possa ser feito por qualquer professor basta que esse profissional sinta se apto e tranqüilo de falar do assunto. A Educação/orientação Sexual não deverá constituir se de uma educação proibitiva, que provoca medo, culpa e ansiedade, nem tão pouco uma deseducação ou, que viole valores e gere frustrações, mas, sim, uma Educação que busque o equilíbrio, o cultivo, o respeito por si próprio e pelo outro. . Os educando ao ingressarem no 6º ano, estendendo ao 9° ano, eles também estão ingressando na puberdade (provavelmente), assim, a abordagem junto a essa demanda de alunos deverá levar em consideração essa fase da vida desses adolescentes, levantando
  • 16. questões que mais aproxima de suas dúvidas e que se julgue mais adequado para cada grupo de alunos. O professor poderá propor trabalhos com temas como puberdade, maternidade, paternidade, DSTs, aborto entre tantos outros temas relacionados a sexualidade. A intenção é levantar questões e questionamentos por parte dos alunos a fim de promover o início de discussões que se sucederão em aulas futuras com objetivo de sanar e levantar mais dúvidas relacionadas a essa temática. A implantação da educação sexual deve se pautar em uma visão que possibilite os educando e professores/(as) discutirem de forma clara e objetiva esta temática, devendo o educador/(a) se despir de qualquer preconceitos e refletir criticamente sobre os diversos aspectos sociais, políticos, éticos que possa envolver esta questão. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de alguns julgarem que a discussão sobre sexo e sexualidade esta se tornando uma coisa cada vez mais normal, muitos jovens ainda sentem se com vergonha e medo de expressarem seus anseios e dúvidas sobre esse assunto. A escola, considerada como fonte de informação, deverá contribuir para que esses jovens tornem se cidadãos críticos e conscientes de seu próprio corpo. Ela ainda poderá leva aos adolescentes a entenderem e discutirem os questionamentos e reflexões sobre sexo, sexualidade e prevenção das possíveis conseqüências do sexo sem proteção, levando- o para o amadurecimento e desenvolvimento de atitudes responsáveis. Abordar sexualidade nas escolas é um dos maiores desafios dos profissionais de educação, desafios esses que deverá ser enfrentados de forma diária e contínua, fornecendo assim, orientações corretas e seguras para os nossos jovens e adolescentes que estão em fase de amadurecimento de sua sexualidade. Assim, é necessário que a escola juntamente com as famílias, alunos e demais docentes e ainda uma sociedade preocupada com o futuro de seus jovens, todos, se responsabilizem pela educação sexual destes. Sendo de extrema importância um entrosamento entre estes atores para que se invista na formação de todos. Pois a idéia é considerar a sexualidade como algo inerente a vida e a saúde, que se expressa desde cedo no ser humano e que faz parte da vida de todos,
  • 17. assim, negar a sexualidade é negar a si mesmo, e ainda, negar o ensinamento desse tema nas escolas pode ser considerado um ato de covardia para com os adolescentes, pois, assim expressa GUIMARÃES (1995, p. 20), “Se a escola é o lugar onde se prepara para o mundo adulto, porque o aluno deve penetrar em tal mundo encarando o sexo como uma aprendizagem ocultada como um segredo?” Sabemos que não há formulas mágicas de ensinar educação sexual nas escolas, o dilema escola e sexualidade ainda persistem, e muitos não admitem que haja esses ensinamentos nelas, fortalecendo ainda mais o preconceito de se falar de sexo em âmbitos escolares, dificultando cada vez mais o trabalho dos docentes. No entanto, muitos fatores denotam uma necessidade cada vez maior da inclusão da temática sexual no currículo escolar. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRIMÁRIA AQUINO, Camila.; MARTELLI, A. C. Escola e Educação Sexual: Uma Relação Necessária. 2012. 16 p. IX ANPED. Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul AQUINO, Julio. Groppo. Sexualidade na escola: Alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997. BRASIL. Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas Transversais – Orientação sexual / Secretaria de educação. – Brasília: MEC/SEF, 1998. GONÇALVES, R.C; FALEIRO, J.H; MALAFAIA, G. Educação Sexual no Contexto Familiar e Escolar: Impasses e Desafios. 2013. p. 13. Urutaí-GO. GUIMARÃES, Isaura. Educação Sexual na Escola: Mito e realidade. Campinas: Mercado de Letras, 1995. Gravidez na adolescência é tema do relatório anual do UNFPA. disponível em <http://www.unfpa.org.br/novo/index.php/669-gravidez-na-adolescencia-e-tema-do- relatorio-anual-do-unfpa-2> acesso em 04 de junho de 2015, grifo nosso). Gravidez na Adolescência no Brasil, (UNFPA). Disponível em: < http://www.unfpa.org.br/Arquivos/Gravidez%20Adolescente%20no%20Brasil.pdf> acesso em 04 de junho de 2015). NOVAK, ELAINE. Dificuldades enfrentadas pelos professores ao trabalhar educação sexual com adolescentes. 2013, 38 paginas. Monografia de especialização em ensino de ciências - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Medianeira, 2013.
  • 18. NUNES, César Aparecido. Desvendando a sexualidade. Campinas, SP. Papirus. 1987. OMS - Organzação Mundial de Saúde. Prevenção da transmissão sexual do Immnodeficiencia Humano. Série OMS AIDS, v. 6 n. 1, 1990. “Puberdade”. Disponível em: <www.dicio.com.br/puberdade/> acesso em 04 de junho de 2015. PINTO, Enio Brito. Orientação sexual na escola. Disponível no site <http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=6> acessado dia 16/05/2015. REIS, Eliana Fátima de Almeida. Escola e Sexualidade: diferentes concepções/muitos desafios. Orientadora: Mary Rangel. Niterói – RJ / UFF, 2009. Dissertação ( mestrado em Educação). 130 p. SANTOS, M. Orientação Sexual no 1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental: Uma Realidade Distante?. 2001. 60 p. Monografia (Graduação de Licenciatura Plena em Pedagogia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SECUNDÁRIAS BARRETO, Francisco Josenildo de Lima. Por que Abordar Sexualidade Nas Escolas: Um olhar sobre a ação da escola e do educador. 2012. 32 p. Monografia (Graduação Plena em pedagogia) – Faculdade Estácio, Natal-RN. BRASIL. Estatuto Da Criança e Do Adolescente (ECA). Lei nº 8.069/90 atualizado com a Lei nº 12.010 de 200. Rocha, Valdira Vieira da (2013). O Ensino Noturno em Crise: Um Estudo de Caso na Cidade de Aracaju. Lisboa, 211 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação, ULHT.