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I s e t t a
Romi-Isetta
avanço automático

o Isetta
Devido aos elevados
impostos e taxas,
tornava-se muito difícil
ao cidadão adquirir
um veículo

Além disso essas
importações causavam
ao país um déficit de
milhões de dólares em
suas contas externas

No Brasil, no início da década
de 50, ainda não existiam
montadoras de veículos

Todos os
automóveis eram
importados
O país vivia tempos de
otimismo e necessidade por
modernidade e industrialização

Então dois empresários,
Américo Emílio Romi e Carlos Chiti,
entenderam que seria o momento para
produzir um veículo nacional
Então dois empresários,
Américo Emílio Romi e Carlos Chiti,
entenderam que seria o momento para
produzir um veículo nacional
Comendador Américo Emílio Romi,
descendente de imigrantes italianos

Proprietários da
Indústrias Romi S/A,
de Santa Bárbara do Oeste
São Paulo

Carlos Chiti, italiano de Florença
e radicado no Brasil
1930
Fundação da empresa

1934
Inauguração de uma fundição
e início da produção de
implementos agrícolas

1940
Início da produção de
máquinas operatrizes

1948
Com o lançamento do
“Toro” foi pioneira na
produção de tratores no
Brasil

Histórico da
Indústrias Romi
1930
Fundação da Romi

1934
Inauguração de uma fundição
e início da produção de
implementos agrícolas

1940
Início da produção de
máquinas operatrizes

1948
Com o lançamento do
“Toro” foi pioneira na
produção de tratores no
Brasil
No ano de 1955, em uma viagem à Itália, Romi
e Chiti fazem um contato com o industrial
Renzo Rivolta, da Automoveicoli Iso SpA

A Iso, como era chamada a fábrica, havia lançado
na Itália em 1953 o Isetta, um micro-carro para
duas pessoas

Porém o veículo não aprovou naquele país,
e já estava sendo retirado de linha
no ano de 1955
A Iso procurava então parceiros que tivessem
interesse em fabricar o Isetta
em outros países
A Romi firmou então com a
Iso uma parceria para a
produção, sob licença, do
veículo

A empresa brasileira
pagaria para a indústria
italiana, proprietária do
projeto, 3% por cada
unidade vendida

No Brasil o
carro seria
denominado de
Romi-Isetta
Um pavilhão de 25 mil m² é construído para abrigar a linha
de montagem e a produção é iniciada no interior do
estado de São Paulo
Linha de Produção
Finalização da
montagem do carro
O lançamento em São Paulo foi em
junho de 1956

O Cardeal D Carlos Carmelo Motta
abençoa o Romi-Isetta
No lançamento foi organizada uma caravana de
Romi-Isettas pelas ruas de São Paulo

A caravana foi até a sede do governo do estado, onde
foram recebidos pelo então governador Jânio Quadros
O Presidente Juscelino
Kubitschek em uma caravana com
uma Romi-Isetta
Os carros vendidos
pelas empresas
estrangeiras aqui
instaladas eram
importados ou senão
montados no sistema
CKD

Na Romi-Isetta
por sua vez a
grande maioria
das peças já
eram produzidas
no Brasil

No CKD “complete
knock-down” todas as
peças eram produzidas
fora do país e importadas
para os veículos então
serem montados pelas
multinacionais

Tínhamos então na
década de 50 um
carro produzido por
uma empresa
brasileira, algo que
nos dias de hoje
não existe
Foi organizada um campanha publicitária
direcionada para os diferentes tipos de consumidor
co m a
rro inist
ca m
Um a fe
alm

No mundo dos anos 50, as mulheres
não haviam ainda conquistado muitos
dos espaços que fazem parte do seu
dia-a-dia atual
Dirigir era para homens ! ! !
Carros eram masculinos demais,
grandes, pesados: quem os
projetava entendia que o lugar das
mulheres deveria ser ao lado, como
passageira

A Romi, percebendo as crescentes
demandas femininas por maior
autonomia, endereçou grande parte da
publicidade ao público feminino
Curiosa propaganda
direcionada para o
sexo feminino

Mostra uma mulher aprisionada em
uma gaiola, dando a entender que
com uma Romi-Isetta ela estaria se
libertando
Propaganda para a
dona de casa
Grande parte do marketing
sempre visava atingir o público
feminino
Co
m

e rc
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Ev co
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ilm a at
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a

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Jovens casais
“Agora sim ! Com o Romi-Isetta fiquei mais importante”
A Família
Natal e Ano Novo
omi
R
ta
Iset

Romi
Isetta
A primeira unidade do veículo
produzida foi vendida para
Porto Alegre RS
Os profissionais da comunicação logo
descobriram que qualquer evento que tivesse
o Romi-Isetta no meio era êxito garantido

Então o
simpático
carrinho
também foi
motivo de
filmes, pois o
cinema
nacional se
encontrava no
auge naqueles
anos
O filme estrelava
Anselmo Duarte,
Odete Lara e
Dercy Gonçalves

Em 1957 foi lançado o filme
Absolutamente Certo
O filme foi rodado em
São Paulo no estúdios
da Cia Cinematográfica
Vera Cruz
Cenas do
filme
O Romi-Isetta
era muito
utilizado para
promoções e
sorteios
Competições
esportivas

Nas corridas foi criada
uma Categoria 250 cc
especialmente para o
Romi-Isetta
Durante os anos em que foi
produzido, apesar de manter a
estrutura original do veículo, o
fabricante periodicamente
implantava inovações
tecnológicas

O primeiro modelo lançado
possuía faróis em posição
baixa, frontalmente
integrados aos pára-lamas
À partir de 1957 o veículo foi
produzido com faróis nas laterais,
acima dos pára-lamas e abaixo
do quebra-vento

O primeiro modelo lançado
possuía faróis em posição
baixa, frontalmente
integrados aos pára-lamas
As mudanças mais significativas
foram implementadas em 1959, com
uma nova motorização
Devido ao sucesso que o
Isetta vinha fazendo na
Alemanha, a Romi fechou
uma parceria com a BMW
e, à partir de 1959, passou
a fabricar o veículo com
um motor idêntico ao
modelo alemão

Era um motor mais
moderno, que passou
a proporcionar maior
potência e melhor
desempenho ao
Romi-Isetta
PRINCIPAIS DIFRERENÇAS
Motor antigo
ISO

Motor novo
BMW

Dois tempos

Quatro tempos

9,5 CV

13 CV

236 cm³

298 cm³

02 Cilindros

01 Clilindro
No ano de 1956, mesmo ano do lançamento do Romi-Isetta,
assume como presidente do Brasil Juscelino Kubitschek
JK, como era conhecido,
implanta um projeto
desenvolvimentista à curto
prazo

Entre suas prioridades estão
a instalação no país de
indústrias automobilísticas
JK negocia então a vinda
para o país de diversas
multinacionais fabricantes
de veículos
Essas montadoras
construíram fábricas e
nos anos seguintes
começaram a produzir
veículos no Brasil
Então de um momento para
outro o consumidor passou a
ter à sua disposição uma
grande variedade de veículos
de produção nacional
O Romi-Isetta alcançou sucesso no início,
quando estava sózinho no mercado, porém
o surgimento de toda uma variedade de
concorrentes acabou sendo um entrave
para um aumento nas vendas
O fato de possuir
espaço para somente
duas pessoas deixava
o Romi-Isetta em
desvantagem
Estavam sendo produzidos veículos para
todos os gostos e tipo de consumidor,
carros com maior praticidade, conforto e
melhor desempenho do que o Romi-Isetta
Porém o destino ainda seria
cruel com o pequeno veículo
Logo após a sua posse em 1956, visando
incentivar a produção nacional, o
presidente JK criou o GEIA – Grupo
Executivo da Indústria Automobilística

Em 1957 o GEIA emitiu um decreto
concedendo incentivos fiscais, cambiais,
financeiros e outros às empresas que
produzissem automóveis no Brasil
Com isso todas as montadoras
estrangeiras que aqui se instalaram
receberam os incentivos do GEIA,
porém menos a brasileira Romi

O governo alegou que para se
enquadrar, o veículo deveria possuir
capacidade para quatro ou mais
passageiros e pelo menos duas portas
Isso praticamente
decretou o fim do
Romi-Isetta, pois sem
os incentivos do GEIA
o seu preço foi
duplicado,
inviabilizando a sua
comercialização
Fica a pergunta:
Fica a pergunta:

Por que não foi revisto pelo governo e políticos da época o
ítem do decreto que impedia conceder ao fabricante do
Romi-Isetta os mesmos incentivos do GEIA que eram
concedidos às multinacionais?
Vejamos um comparativo daquela época
Preço de um Volkswagen

Cr$ 540.000

Preço de uma Romi-Isetta

Cr$ 370.000
Preço de um Volkswagen

Cr$ 540.000

Preço de uma Romi-Isetta

Cr$ 370.000
Essa proximidade nos
preços fez com que se
tornasse desinteressante
para o consumidor optar
pela Romi-Isetta

Preço de uma Romi-Isetta

Cr$ 370.000

Preço de um Volkswagen

Cr$ 540.000

Inclusive havia especulações
de que o não enquadramento
do Romi-Isetta para receber
os incentivos da GEIA se
devia à uma conspiração do
cartel das montadoras
estrangeiras
PREÇO DOS AUTOMÓVEIS NACIONAIS EM 1960
Fonte: Revista Quatro Rodas
PREÇO DOS AUTOMÓVEIS NACIONAIS EM 1960
Fonte: Revista Quatro Rodas

MODELO

Romi-Isetta
Dauphine
Volkswagen
DKW Candango
Kombi
Land Rower
Rural
DKW Belcar
Aero Willys
FNM JK
Simca

Cr$

370.000
530.000
540.000
591.000
598.000
600.000
645.000
668.000
895.000
944.000
1.098.000

Nº SALÁRIOS MÍNIMOS

38
55
56
61
62
63
67
69
93
98
114
Com isso chega ao fim
a fase brasileira do
pequeno Isetta

A última unidade
deixou a fábrica em
dezembro de 1961
O Romi-Isetta entrou
para a história
automobilística do
Brasil como pioneiro
Já naquela época
chegou a ser um
a
veículo produzido por
um fabricante nacional
À partir daí todas as
tentativas de produzir
um automóvel
brasileiro fracassaram
Atualmente todas
montadoras que
atuam no país são
estrangeiras
F I M

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  • 3. Devido aos elevados impostos e taxas, tornava-se muito difícil ao cidadão adquirir um veículo Além disso essas importações causavam ao país um déficit de milhões de dólares em suas contas externas No Brasil, no início da década de 50, ainda não existiam montadoras de veículos Todos os automóveis eram importados
  • 4. O país vivia tempos de otimismo e necessidade por modernidade e industrialização Então dois empresários, Américo Emílio Romi e Carlos Chiti, entenderam que seria o momento para produzir um veículo nacional
  • 5. Então dois empresários, Américo Emílio Romi e Carlos Chiti, entenderam que seria o momento para produzir um veículo nacional
  • 6. Comendador Américo Emílio Romi, descendente de imigrantes italianos Proprietários da Indústrias Romi S/A, de Santa Bárbara do Oeste São Paulo Carlos Chiti, italiano de Florença e radicado no Brasil
  • 7.
  • 8. 1930 Fundação da empresa 1934 Inauguração de uma fundição e início da produção de implementos agrícolas 1940 Início da produção de máquinas operatrizes 1948 Com o lançamento do “Toro” foi pioneira na produção de tratores no Brasil Histórico da Indústrias Romi
  • 9. 1930 Fundação da Romi 1934 Inauguração de uma fundição e início da produção de implementos agrícolas 1940 Início da produção de máquinas operatrizes 1948 Com o lançamento do “Toro” foi pioneira na produção de tratores no Brasil
  • 10. No ano de 1955, em uma viagem à Itália, Romi e Chiti fazem um contato com o industrial Renzo Rivolta, da Automoveicoli Iso SpA A Iso, como era chamada a fábrica, havia lançado na Itália em 1953 o Isetta, um micro-carro para duas pessoas Porém o veículo não aprovou naquele país, e já estava sendo retirado de linha no ano de 1955 A Iso procurava então parceiros que tivessem interesse em fabricar o Isetta em outros países
  • 11. A Romi firmou então com a Iso uma parceria para a produção, sob licença, do veículo A empresa brasileira pagaria para a indústria italiana, proprietária do projeto, 3% por cada unidade vendida No Brasil o carro seria denominado de Romi-Isetta
  • 12. Um pavilhão de 25 mil m² é construído para abrigar a linha de montagem e a produção é iniciada no interior do estado de São Paulo
  • 15. O lançamento em São Paulo foi em junho de 1956 O Cardeal D Carlos Carmelo Motta abençoa o Romi-Isetta
  • 16. No lançamento foi organizada uma caravana de Romi-Isettas pelas ruas de São Paulo A caravana foi até a sede do governo do estado, onde foram recebidos pelo então governador Jânio Quadros
  • 17.
  • 18. O Presidente Juscelino Kubitschek em uma caravana com uma Romi-Isetta
  • 19. Os carros vendidos pelas empresas estrangeiras aqui instaladas eram importados ou senão montados no sistema CKD Na Romi-Isetta por sua vez a grande maioria das peças já eram produzidas no Brasil No CKD “complete knock-down” todas as peças eram produzidas fora do país e importadas para os veículos então serem montados pelas multinacionais Tínhamos então na década de 50 um carro produzido por uma empresa brasileira, algo que nos dias de hoje não existe
  • 20. Foi organizada um campanha publicitária direcionada para os diferentes tipos de consumidor
  • 21. co m a rro inist ca m Um a fe alm No mundo dos anos 50, as mulheres não haviam ainda conquistado muitos dos espaços que fazem parte do seu dia-a-dia atual Dirigir era para homens ! ! ! Carros eram masculinos demais, grandes, pesados: quem os projetava entendia que o lugar das mulheres deveria ser ao lado, como passageira A Romi, percebendo as crescentes demandas femininas por maior autonomia, endereçou grande parte da publicidade ao público feminino
  • 22. Curiosa propaganda direcionada para o sexo feminino Mostra uma mulher aprisionada em uma gaiola, dando a entender que com uma Romi-Isetta ela estaria se libertando
  • 24. Grande parte do marketing sempre visava atingir o público feminino
  • 25. Co m e rc ial Ev co aV m ilm a at r a iz
  • 27. “Agora sim ! Com o Romi-Isetta fiquei mais importante”
  • 29. Natal e Ano Novo
  • 31. A primeira unidade do veículo produzida foi vendida para Porto Alegre RS
  • 32. Os profissionais da comunicação logo descobriram que qualquer evento que tivesse o Romi-Isetta no meio era êxito garantido Então o simpático carrinho também foi motivo de filmes, pois o cinema nacional se encontrava no auge naqueles anos
  • 33. O filme estrelava Anselmo Duarte, Odete Lara e Dercy Gonçalves Em 1957 foi lançado o filme Absolutamente Certo
  • 34. O filme foi rodado em São Paulo no estúdios da Cia Cinematográfica Vera Cruz
  • 36. O Romi-Isetta era muito utilizado para promoções e sorteios
  • 37. Competições esportivas Nas corridas foi criada uma Categoria 250 cc especialmente para o Romi-Isetta
  • 38. Durante os anos em que foi produzido, apesar de manter a estrutura original do veículo, o fabricante periodicamente implantava inovações tecnológicas O primeiro modelo lançado possuía faróis em posição baixa, frontalmente integrados aos pára-lamas
  • 39. À partir de 1957 o veículo foi produzido com faróis nas laterais, acima dos pára-lamas e abaixo do quebra-vento O primeiro modelo lançado possuía faróis em posição baixa, frontalmente integrados aos pára-lamas
  • 40. As mudanças mais significativas foram implementadas em 1959, com uma nova motorização
  • 41. Devido ao sucesso que o Isetta vinha fazendo na Alemanha, a Romi fechou uma parceria com a BMW e, à partir de 1959, passou a fabricar o veículo com um motor idêntico ao modelo alemão Era um motor mais moderno, que passou a proporcionar maior potência e melhor desempenho ao Romi-Isetta
  • 42. PRINCIPAIS DIFRERENÇAS Motor antigo ISO Motor novo BMW Dois tempos Quatro tempos 9,5 CV 13 CV 236 cm³ 298 cm³ 02 Cilindros 01 Clilindro
  • 43. No ano de 1956, mesmo ano do lançamento do Romi-Isetta, assume como presidente do Brasil Juscelino Kubitschek
  • 44. JK, como era conhecido, implanta um projeto desenvolvimentista à curto prazo Entre suas prioridades estão a instalação no país de indústrias automobilísticas
  • 45. JK negocia então a vinda para o país de diversas multinacionais fabricantes de veículos
  • 46. Essas montadoras construíram fábricas e nos anos seguintes começaram a produzir veículos no Brasil
  • 47. Então de um momento para outro o consumidor passou a ter à sua disposição uma grande variedade de veículos de produção nacional
  • 48. O Romi-Isetta alcançou sucesso no início, quando estava sózinho no mercado, porém o surgimento de toda uma variedade de concorrentes acabou sendo um entrave para um aumento nas vendas
  • 49. O fato de possuir espaço para somente duas pessoas deixava o Romi-Isetta em desvantagem
  • 50. Estavam sendo produzidos veículos para todos os gostos e tipo de consumidor, carros com maior praticidade, conforto e melhor desempenho do que o Romi-Isetta
  • 51. Porém o destino ainda seria cruel com o pequeno veículo
  • 52. Logo após a sua posse em 1956, visando incentivar a produção nacional, o presidente JK criou o GEIA – Grupo Executivo da Indústria Automobilística Em 1957 o GEIA emitiu um decreto concedendo incentivos fiscais, cambiais, financeiros e outros às empresas que produzissem automóveis no Brasil
  • 53. Com isso todas as montadoras estrangeiras que aqui se instalaram receberam os incentivos do GEIA, porém menos a brasileira Romi O governo alegou que para se enquadrar, o veículo deveria possuir capacidade para quatro ou mais passageiros e pelo menos duas portas
  • 54. Isso praticamente decretou o fim do Romi-Isetta, pois sem os incentivos do GEIA o seu preço foi duplicado, inviabilizando a sua comercialização
  • 56. Fica a pergunta: Por que não foi revisto pelo governo e políticos da época o ítem do decreto que impedia conceder ao fabricante do Romi-Isetta os mesmos incentivos do GEIA que eram concedidos às multinacionais?
  • 57. Vejamos um comparativo daquela época Preço de um Volkswagen Cr$ 540.000 Preço de uma Romi-Isetta Cr$ 370.000
  • 58. Preço de um Volkswagen Cr$ 540.000 Preço de uma Romi-Isetta Cr$ 370.000
  • 59. Essa proximidade nos preços fez com que se tornasse desinteressante para o consumidor optar pela Romi-Isetta Preço de uma Romi-Isetta Cr$ 370.000 Preço de um Volkswagen Cr$ 540.000 Inclusive havia especulações de que o não enquadramento do Romi-Isetta para receber os incentivos da GEIA se devia à uma conspiração do cartel das montadoras estrangeiras
  • 60. PREÇO DOS AUTOMÓVEIS NACIONAIS EM 1960 Fonte: Revista Quatro Rodas
  • 61. PREÇO DOS AUTOMÓVEIS NACIONAIS EM 1960 Fonte: Revista Quatro Rodas MODELO Romi-Isetta Dauphine Volkswagen DKW Candango Kombi Land Rower Rural DKW Belcar Aero Willys FNM JK Simca Cr$ 370.000 530.000 540.000 591.000 598.000 600.000 645.000 668.000 895.000 944.000 1.098.000 Nº SALÁRIOS MÍNIMOS 38 55 56 61 62 63 67 69 93 98 114
  • 62. Com isso chega ao fim a fase brasileira do pequeno Isetta A última unidade deixou a fábrica em dezembro de 1961
  • 63. O Romi-Isetta entrou para a história automobilística do Brasil como pioneiro Já naquela época chegou a ser um a veículo produzido por um fabricante nacional À partir daí todas as tentativas de produzir um automóvel brasileiro fracassaram Atualmente todas montadoras que atuam no país são estrangeiras
  • 64.
  • 65. F I M

Editor's Notes

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