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Hilda Flores
A Semiótica, por suas várias perspectivas, pretende levar o indivíduo a inserir-se no mundo da leitura como prazer, pelos efeitos extraordinários que os conhecimentos advindos dela podem proporcionar.  Os estudos semióticos vêm trazendo cada vez mais contribuições teóricas e práticas para a exploração dos significados presentes nos mais diversos códigos à disposição, num universo cada vez mais em rotação.
A leitura de mundo, pelo caminho da Semiótica, conduzirá à decifração de textos verbais e não verbais, atingindo a Comunicação e diversas áreas afins, pois a abrangência da diversidade de domínios nos possibilitará fazer uma viagem pelos sentidos em diferentes graus na metodologia de análise de discursos e textos, além de trabalhar o lúdico, envolvendo os leitores com seus possíveis olhares.
A disciplina se define não somente pelo objeto, mas também pelo ponto de vista que se é capaz de projetar sobre esse objeto. Utilizar estratégias de leituras que levem à aquisição de linguagens vão possibilitar a arquitetura de informações novas ou releitura de textos. Isto é parte da viagem pelo mundo da Semiótica.  A leitura com olhares diversos como o do fotógrafo que vê além da imagem, ou retrata para depois esquadrinhar ou investigar os sentidos ali presentes em busca de uma nova estética, todas as possibilidades dos signos é leitura semiótica.
  Convidamos você a fazer uma viagem ao mundo da leitura e, para isso, não será preciso ir muito longe. Caminhando pela rua, por exemplo, durante todo o tempo compreendemos o que se passa à nossa volta: placas, cores, roupas, vozes, desenhos, formas. Se não prestamos atenção ao entorno é porque estamos distraídos __ lembranças, pensamentos, imagens __ a própria cabeça se encarrega de produzir significados. Nós somos verdadeiros “processadores de significado”, em quase todos os momentos de nossa vida, não somente quando lemos um texto.    O que é Semiótica?
Talvez, você esteja com vontade de perguntar e o que isso tem a ver com leitura? Diríamos que tem tudo a ver, porque ler vai além das letras que compõem um texto verbal, ler é, antes de tudo, decifrar o mundo e, deste, fazem parte também as imagens, os movimentos, os ritmos..., portanto, produzir o texto é manifestar-se de forma expressional, é tramar vários fios que irão nos fornecer belos tecidos, sejam eles verbais ou não verbais, passíveis de interpretação, decodificação.
  Ter opiniões e argumentos deve ser preocupação de todos os usuários de uma língua, pois é pré-requisito para atividade da escrita.  As pessoas que não procuram entender o mundo, analisar os acontecimentos sob prismas diferentes, ou assumir atitude crítica diante da fala dos outros, nada têm a dizer a seus interlocutores, a não ser repetir discursos já prontos, de cuja elaboração não participaram.  
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* Como entender tudo isto?  : É nesse ponto da viagem que entra a  Semiótica . Por que, com todas estas ferramentas, ainda temos dificuldades para responder o que é pedido?
Para começar a conversa, devemos dizer que o significado já vem carregado de discussões e não vamos complicar logo aqui no começo, vamos tentar desvendar o segredo do nome pela origem: Ótica < do grego optiké fenômeno da visão e da luz Sem(i) (<semeion) ótica = ciência dos signos, das significações.   Signo
Você está preparado para ter novos “olhares”, isto é, encontrar “novos significados” em coisas que antes você só “via”?  A Semiótica nos apresenta um pouco dessa nova forma de olhar as coisas. Buscar novos significados para os signos que nos rodeiam. Introduzindo a nomenclatura Semiótica  -  designação de origem anglo-saxã, proposta pelo filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce  (1839 - 1914).
Semiologia   -  vertente neo-latina da cultura europeia, proposta pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure   (1857  -  1913). Segundo Saussure, a língua é um objeto teórico, um constructo, um sistema cujos elementos integrantes e integradores são os signos.  É uma instituição social que se distingue de outras instituições, políticas, jurídicas etc. pela natureza especial do sistema de signos que constitui.
Peirce  preocupa-se em formular um método capaz de conferir significado às ideias filosóficas.  As opiniões e o estabelecimento de sua verdade constituem o objetivo fundamental do método científico. Para Peirce, um signo é algo que, de algum modo, representa alguma coisa para alguém, dirige-se a alguém, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou um signo melhor desenvolvido. Assim,  língua, literatura, moda, culinária, comportamento animal, música, pintura, jogos, rituais, regras sociais, tudo que, por alguma razão, passou a ser percebido como sendo em si significante e sendo o que não é,  sendo, simultaneamente outra coisa que si mesmo,  tendo um significado, passou também à categoria de objeto semiológico ou semiótico.   (Noções retiradas da Revista Eletrônica de Jornalismo científico -  ComCiência .  Autoria de Carlos Vogt).
  E o que é signo? As coisas estão no mundo e o homem é estimulado por elas. Esses estímulos passam do físico ao mental, são as linguagens, produtos da consciência. O homem é sensível às coisas que se apresentam a ele, o que gera inquietação e consequentemente necessidade de buscar significações. Os sinais percebidos pelo homem ganham forma e conteúdo: é o signo. Os signos estão em rotação, pois o mundo está em constantes mudanças. Os grupos humanos sempre fizeram uso de modos de expressão a fim de se aproximarem socialmente e essas manifestações podem ser encontradas desde os desenhos nas grutas de Lascaux (1), aos jogos e danças(2), rituais (3) e objetos primitivos(4 e 5). Até a escrita não era alfabética, mas havia ideogramas, pictogramas, hieróglifos (6), formas próximas ao desenho.
grutas de Lascaux jogos e danças rituais  objetos primitivos ideogramas, pictogramas,  hieróglifos
  Os signos, portanto, estão presentes em todos os sistemas de produção de sentido e, hoje, mais do que antes estão se produzindo e reproduzindo de forma bastante rápida visto que vivemos a era das multimídias e as informações e mensagens povoam nosso cotidiano, no minuto em que os fatos estão acontecendo. A leitura é simultânea ao acontecimento.
  Para Saussure, o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, que é a representação material da própria palavra, registrada em nossa mente. Significante (imagem acústica) [lapiS] significado (conceito) (objeto que serve para escrever )
Significante  (imagem acústica): manifesta-se para nós por meio de suas propriedades. Significado :conceito.  conceito que vem à mente.   Saussure partiu do pressuposto de que não usamos apenas a língua para nos comunicar, anunciando a lingüística como um primeiro tópico a ser estudado dentro de uma ciência maior: a semiologia. A natureza do signo lingüístico foi concebida como uma entidade psíquica de duas faces indissociáveis que criam um significante (imagem acústica) e significado (conceito). A arbitrariedade dessa relação possibilita a produção de diferentes sistemas de significação.
Signo do ponto de vista de Peirce O signo é uma coisa que representa outra: seu objeto. Só há signo quando houver essa representação, o signo não é o objeto, ele está no lugar do objeto.   Lápis: o objeto, o corpo a ponta, a cor, são signos do objeto lápis. Estes signos não são o próprio lápis, mas dependem da natureza do signo.
“ Um signo ou  representamen  é tudo aquilo que, sob um certo aspecto ou medida, está para alguém em lugar de algo. Dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo esse signo que ele cria o interpretante do primeiro signo. O signo está no lugar de algo, seu objeto. Está no lugar desse objeto, porém, não em todos os seus aspectos, mas apenas com referência a uma espécie de idéia”. (Peirce, 2. 228 apud Nöth, 1998, p. 65)
A interpretação de um signo está na mente de quem o observa, o receptor. É um processo dinâmico a que Peirce chama semiose.  Como se pode perceber, Peirce centra a semiose, os seus estudos, na interpretação do signo,.
O  representamen  do signo seria o significante na nomenclatura de Saussure. No caso, o  representamen  seria a percepção do signo, isto é, como uma pessoa o percebe. Nas palavras de Peirce é “o veículo que traz para a mente algo de fora”. O objeto corresponde ao referente, à coisa em si. O interpretante é o significado do signo, a interpretação do signo. É o que se cria na mente como efeito do signo. “ Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante
Uma pessoa ao ver uma placa de “É proibido fumar” (representamen) visualiza o “cigarro” (objeto) e “rejeita o hábito de fumar” ou “sente vontade de fumar” (interpretante). Percebe-se que cada signo pode criar um interpretante, logo a semiose pode resultar em interpretantes sucessivos, pois “pensar” leva a situações diversas de acordo com experiências diferentes. É o que chamamos “vários olhares” ou “várias interpretações” para um mesmo  representamen.
A classificação peirceana dos signos Do ponto de vista do representamen, teremos três categorias, segundo Peirce: Ao visualizarmos as imagens, elas nos provocam sensações, pois mexem com nossos sentidos.  Por exemplo, ao olharmos a última imagem, além da visão, poderemos salivar, pois é como se sentíssemos o cheiro e o paladar.  Temos o signo em relação a si mesmo. Primeiridade ou qualissigno   qualidade do signo. É a leitura emocional, isto é, aquela que é percebida por um dos sentidos.
Segundo Santaella, tudo aquilo que dá sabor, tom, cor à nossa vida, isto é, afeta a “nossa consciência imediata” está no sentimento que chamamos de qualidade. É a consciência de um momento que não precisa estar no presente, mas representa a primeiridade, pois é o que imediatamente vem à nossa cabeça ao visualizarmos algo, é o possível.
Secundidade ou sinsigno  é a coisa ou evento que existe hoje. Por exemplo: Mas: Mas... se logo a seguir  chover. Concretizou-se a possibilidade, tornou-se real. Realizou-se. A corporificação é o sinsigno. Ao visualizar essa nuvem negra no céu, podemos sentir medo, caso tenhamos a previsão de uma tragédia; alívio, se estivermos num longo período de estiagem. São possibilidades. É o qualissigno.
Terceiridade ou legissigno   é uma lei. Todo signo  convencional é um legissigno. É o resultado de uma convenção ou lei estabelecida pelo homem. Cada palavra de uma língua é um legissigno.  Vamos observar a 1ª imagem: a imagem seria o  qualissigno: sentimento de beleza, tranqüilidade, qualidade de vida. a imagem seria o qualissigno: sentimento de beleza, tranqüilidade, qualidade de vida.
A 2ª imagem: a reação à imagem  Sinsigno: atuação do homem na natureza. Perda da qualidade de vida. A 3ª imagem: É preciso impedir essa ação. Cria-se a lei. Abstraída a imagem original, tem-se o legissigno.
Apresentamos a vocês: O caminho histórico da Semiótica No final da primeira parte da viagem, vamos apresentar alguns dos homens que percorreram o caminho semiótico, espalhando umas sementes para que nós pudéssemos colher, hoje, alguns de seus frutos. Sem dúvida, há muito ainda a ser visto e analisado. São os primeiros passos...
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Charles  Sander Peirce: cientista-lógico-filósofo. A Semiótica, como é estudada hoje, nasceu na sua quase totalidade dos estudos de Peirce. Em seus escritos, Peirce diz que toda ideia é um signo e que a vida é feita de uma série de ideias, logo o homem é um signo. Para ele não há vida sem signo. Os conhecimentos resultam das ideias que constituem o mundo e elas não são finitas, isto é, uma ideia pode ser revista e reformulada, o homem é um ser cognitivo, construtor de conhecimentos e estes permeiam o mundo, modificando os olhares e as significações. As teorias peirceanas têm influenciado profundamente  as correntes contemporâneas da filosofia da ciência. 
Houve muita caminhada nessa história, reconhecendo-se o papel de Galeno, médico grego, que viveu e falou na Semiótica da Medicina, destacamos os que consideramos mais significativos para nosso estudo.  Muito ainda se falará em semiótica e suas aplicações nessa nossa viagem pelo mundo dos signos. Vamos continuar caminhando pelo mundo da Semiótica...

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  • 2. A Semiótica, por suas várias perspectivas, pretende levar o indivíduo a inserir-se no mundo da leitura como prazer, pelos efeitos extraordinários que os conhecimentos advindos dela podem proporcionar. Os estudos semióticos vêm trazendo cada vez mais contribuições teóricas e práticas para a exploração dos significados presentes nos mais diversos códigos à disposição, num universo cada vez mais em rotação.
  • 3. A leitura de mundo, pelo caminho da Semiótica, conduzirá à decifração de textos verbais e não verbais, atingindo a Comunicação e diversas áreas afins, pois a abrangência da diversidade de domínios nos possibilitará fazer uma viagem pelos sentidos em diferentes graus na metodologia de análise de discursos e textos, além de trabalhar o lúdico, envolvendo os leitores com seus possíveis olhares.
  • 4. A disciplina se define não somente pelo objeto, mas também pelo ponto de vista que se é capaz de projetar sobre esse objeto. Utilizar estratégias de leituras que levem à aquisição de linguagens vão possibilitar a arquitetura de informações novas ou releitura de textos. Isto é parte da viagem pelo mundo da Semiótica. A leitura com olhares diversos como o do fotógrafo que vê além da imagem, ou retrata para depois esquadrinhar ou investigar os sentidos ali presentes em busca de uma nova estética, todas as possibilidades dos signos é leitura semiótica.
  • 5.   Convidamos você a fazer uma viagem ao mundo da leitura e, para isso, não será preciso ir muito longe. Caminhando pela rua, por exemplo, durante todo o tempo compreendemos o que se passa à nossa volta: placas, cores, roupas, vozes, desenhos, formas. Se não prestamos atenção ao entorno é porque estamos distraídos __ lembranças, pensamentos, imagens __ a própria cabeça se encarrega de produzir significados. Nós somos verdadeiros “processadores de significado”, em quase todos os momentos de nossa vida, não somente quando lemos um texto.   O que é Semiótica?
  • 6. Talvez, você esteja com vontade de perguntar e o que isso tem a ver com leitura? Diríamos que tem tudo a ver, porque ler vai além das letras que compõem um texto verbal, ler é, antes de tudo, decifrar o mundo e, deste, fazem parte também as imagens, os movimentos, os ritmos..., portanto, produzir o texto é manifestar-se de forma expressional, é tramar vários fios que irão nos fornecer belos tecidos, sejam eles verbais ou não verbais, passíveis de interpretação, decodificação.
  • 7.   Ter opiniões e argumentos deve ser preocupação de todos os usuários de uma língua, pois é pré-requisito para atividade da escrita. As pessoas que não procuram entender o mundo, analisar os acontecimentos sob prismas diferentes, ou assumir atitude crítica diante da fala dos outros, nada têm a dizer a seus interlocutores, a não ser repetir discursos já prontos, de cuja elaboração não participaram.  
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  • 11. * Como entender tudo isto? : É nesse ponto da viagem que entra a Semiótica . Por que, com todas estas ferramentas, ainda temos dificuldades para responder o que é pedido?
  • 12. Para começar a conversa, devemos dizer que o significado já vem carregado de discussões e não vamos complicar logo aqui no começo, vamos tentar desvendar o segredo do nome pela origem: Ótica < do grego optiké fenômeno da visão e da luz Sem(i) (<semeion) ótica = ciência dos signos, das significações. Signo
  • 13. Você está preparado para ter novos “olhares”, isto é, encontrar “novos significados” em coisas que antes você só “via”? A Semiótica nos apresenta um pouco dessa nova forma de olhar as coisas. Buscar novos significados para os signos que nos rodeiam. Introduzindo a nomenclatura Semiótica -  designação de origem anglo-saxã, proposta pelo filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce  (1839 - 1914).
  • 14. Semiologia   -  vertente neo-latina da cultura europeia, proposta pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure   (1857  -  1913). Segundo Saussure, a língua é um objeto teórico, um constructo, um sistema cujos elementos integrantes e integradores são os signos.  É uma instituição social que se distingue de outras instituições, políticas, jurídicas etc. pela natureza especial do sistema de signos que constitui.
  • 15. Peirce  preocupa-se em formular um método capaz de conferir significado às ideias filosóficas.  As opiniões e o estabelecimento de sua verdade constituem o objetivo fundamental do método científico. Para Peirce, um signo é algo que, de algum modo, representa alguma coisa para alguém, dirige-se a alguém, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou um signo melhor desenvolvido. Assim,  língua, literatura, moda, culinária, comportamento animal, música, pintura, jogos, rituais, regras sociais, tudo que, por alguma razão, passou a ser percebido como sendo em si significante e sendo o que não é,  sendo, simultaneamente outra coisa que si mesmo,  tendo um significado, passou também à categoria de objeto semiológico ou semiótico.   (Noções retiradas da Revista Eletrônica de Jornalismo científico - ComCiência .  Autoria de Carlos Vogt).
  • 16.   E o que é signo? As coisas estão no mundo e o homem é estimulado por elas. Esses estímulos passam do físico ao mental, são as linguagens, produtos da consciência. O homem é sensível às coisas que se apresentam a ele, o que gera inquietação e consequentemente necessidade de buscar significações. Os sinais percebidos pelo homem ganham forma e conteúdo: é o signo. Os signos estão em rotação, pois o mundo está em constantes mudanças. Os grupos humanos sempre fizeram uso de modos de expressão a fim de se aproximarem socialmente e essas manifestações podem ser encontradas desde os desenhos nas grutas de Lascaux (1), aos jogos e danças(2), rituais (3) e objetos primitivos(4 e 5). Até a escrita não era alfabética, mas havia ideogramas, pictogramas, hieróglifos (6), formas próximas ao desenho.
  • 17. grutas de Lascaux jogos e danças rituais objetos primitivos ideogramas, pictogramas, hieróglifos
  • 18.   Os signos, portanto, estão presentes em todos os sistemas de produção de sentido e, hoje, mais do que antes estão se produzindo e reproduzindo de forma bastante rápida visto que vivemos a era das multimídias e as informações e mensagens povoam nosso cotidiano, no minuto em que os fatos estão acontecendo. A leitura é simultânea ao acontecimento.
  • 19.   Para Saussure, o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, que é a representação material da própria palavra, registrada em nossa mente. Significante (imagem acústica) [lapiS] significado (conceito) (objeto que serve para escrever )
  • 20. Significante (imagem acústica): manifesta-se para nós por meio de suas propriedades. Significado :conceito. conceito que vem à mente. Saussure partiu do pressuposto de que não usamos apenas a língua para nos comunicar, anunciando a lingüística como um primeiro tópico a ser estudado dentro de uma ciência maior: a semiologia. A natureza do signo lingüístico foi concebida como uma entidade psíquica de duas faces indissociáveis que criam um significante (imagem acústica) e significado (conceito). A arbitrariedade dessa relação possibilita a produção de diferentes sistemas de significação.
  • 21. Signo do ponto de vista de Peirce O signo é uma coisa que representa outra: seu objeto. Só há signo quando houver essa representação, o signo não é o objeto, ele está no lugar do objeto. Lápis: o objeto, o corpo a ponta, a cor, são signos do objeto lápis. Estes signos não são o próprio lápis, mas dependem da natureza do signo.
  • 22. “ Um signo ou representamen é tudo aquilo que, sob um certo aspecto ou medida, está para alguém em lugar de algo. Dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo esse signo que ele cria o interpretante do primeiro signo. O signo está no lugar de algo, seu objeto. Está no lugar desse objeto, porém, não em todos os seus aspectos, mas apenas com referência a uma espécie de idéia”. (Peirce, 2. 228 apud Nöth, 1998, p. 65)
  • 23. A interpretação de um signo está na mente de quem o observa, o receptor. É um processo dinâmico a que Peirce chama semiose. Como se pode perceber, Peirce centra a semiose, os seus estudos, na interpretação do signo,.
  • 24. O representamen do signo seria o significante na nomenclatura de Saussure. No caso, o representamen seria a percepção do signo, isto é, como uma pessoa o percebe. Nas palavras de Peirce é “o veículo que traz para a mente algo de fora”. O objeto corresponde ao referente, à coisa em si. O interpretante é o significado do signo, a interpretação do signo. É o que se cria na mente como efeito do signo. “ Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante
  • 25. Uma pessoa ao ver uma placa de “É proibido fumar” (representamen) visualiza o “cigarro” (objeto) e “rejeita o hábito de fumar” ou “sente vontade de fumar” (interpretante). Percebe-se que cada signo pode criar um interpretante, logo a semiose pode resultar em interpretantes sucessivos, pois “pensar” leva a situações diversas de acordo com experiências diferentes. É o que chamamos “vários olhares” ou “várias interpretações” para um mesmo representamen.
  • 26. A classificação peirceana dos signos Do ponto de vista do representamen, teremos três categorias, segundo Peirce: Ao visualizarmos as imagens, elas nos provocam sensações, pois mexem com nossos sentidos. Por exemplo, ao olharmos a última imagem, além da visão, poderemos salivar, pois é como se sentíssemos o cheiro e o paladar. Temos o signo em relação a si mesmo. Primeiridade ou qualissigno qualidade do signo. É a leitura emocional, isto é, aquela que é percebida por um dos sentidos.
  • 27. Segundo Santaella, tudo aquilo que dá sabor, tom, cor à nossa vida, isto é, afeta a “nossa consciência imediata” está no sentimento que chamamos de qualidade. É a consciência de um momento que não precisa estar no presente, mas representa a primeiridade, pois é o que imediatamente vem à nossa cabeça ao visualizarmos algo, é o possível.
  • 28. Secundidade ou sinsigno é a coisa ou evento que existe hoje. Por exemplo: Mas: Mas... se logo a seguir chover. Concretizou-se a possibilidade, tornou-se real. Realizou-se. A corporificação é o sinsigno. Ao visualizar essa nuvem negra no céu, podemos sentir medo, caso tenhamos a previsão de uma tragédia; alívio, se estivermos num longo período de estiagem. São possibilidades. É o qualissigno.
  • 29. Terceiridade ou legissigno é uma lei. Todo signo convencional é um legissigno. É o resultado de uma convenção ou lei estabelecida pelo homem. Cada palavra de uma língua é um legissigno. Vamos observar a 1ª imagem: a imagem seria o qualissigno: sentimento de beleza, tranqüilidade, qualidade de vida. a imagem seria o qualissigno: sentimento de beleza, tranqüilidade, qualidade de vida.
  • 30. A 2ª imagem: a reação à imagem Sinsigno: atuação do homem na natureza. Perda da qualidade de vida. A 3ª imagem: É preciso impedir essa ação. Cria-se a lei. Abstraída a imagem original, tem-se o legissigno.
  • 31. Apresentamos a vocês: O caminho histórico da Semiótica No final da primeira parte da viagem, vamos apresentar alguns dos homens que percorreram o caminho semiótico, espalhando umas sementes para que nós pudéssemos colher, hoje, alguns de seus frutos. Sem dúvida, há muito ainda a ser visto e analisado. São os primeiros passos...
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  • 34. Charles Sander Peirce: cientista-lógico-filósofo. A Semiótica, como é estudada hoje, nasceu na sua quase totalidade dos estudos de Peirce. Em seus escritos, Peirce diz que toda ideia é um signo e que a vida é feita de uma série de ideias, logo o homem é um signo. Para ele não há vida sem signo. Os conhecimentos resultam das ideias que constituem o mundo e elas não são finitas, isto é, uma ideia pode ser revista e reformulada, o homem é um ser cognitivo, construtor de conhecimentos e estes permeiam o mundo, modificando os olhares e as significações. As teorias peirceanas têm influenciado profundamente as correntes contemporâneas da filosofia da ciência. 
  • 35. Houve muita caminhada nessa história, reconhecendo-se o papel de Galeno, médico grego, que viveu e falou na Semiótica da Medicina, destacamos os que consideramos mais significativos para nosso estudo. Muito ainda se falará em semiótica e suas aplicações nessa nossa viagem pelo mundo dos signos. Vamos continuar caminhando pelo mundo da Semiótica...