Overdose - UnP Medicina - Redação Extra 2 - Dr. Google
1. UnP - MEDICINA
PROPOSTA DE REDAÇÃO – EXTRA 2
Professor Jason Lima
Aluno: Turma:
Professor Jason Lima – Redação UnP Medicina – Overdose Colégio e Curso – 2015.
Para elaborar sua redação, siga os passos apresentados abaixo:
1. Leia atentamente os textos que se seguem.
Texto 1
Cuidado com o doutor Google
Uso indiscriminado do site para pesquisas sobre doenças e tratamentos tem gerado problemas comuns de
automedicação, alertam especialistas
A internet foi um divisor de águas na relação médico-paciente, e por que não dizer, na relação do paciente com sua
doença, seu tratamento e medicação. Basta digitar a dúvida no site de buscas mais famoso do mundo, o Google, que ele
disponibiliza em questão de segundos, centenas ou milhares de informações, que antes não estavam ao alcance do leigo, e
que o próprio médico demorava a receber. Tanta informação é benéfica? Depende de vários fatores, de acordo com os seis
especialistas entrevistados pela Encontro. Os perigos maiores são as interpretações equivocadas, o que o paciente faz com
as informações em mãos e a substituição do médico pelo Google. Segundo o presidente do Conselho Regional de
Medicina de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, a demanda dos médicos para discutir este assunto é grande.
"Inúmeros relatos de médicos são de que o paciente está chegando ao consultório com o diagnóstico pronto, tratamento e
medicação escolhidos. Muitos deles estão agindo por conta própria sem conhecimento do médico, atrapalhando o
tratamento", diz. Por ser algo novo, ainda não possui estatísticas, mas afirma que muitos médicos estão se sentindo
pressionados, não conseguem convencer o paciente da sua posição e muitas vezes desistem para não causar discussões.
"Isso tem exigido mais do médico. É preciso ter preparo, anotar todos os procedimentos e observações no prontuário: o
que o paciente propôs e o que não concordou em fazer", indica. E mais do que isso, transmitir firmeza e confiança nas
decisões.
O oftalmologista especialista em glaucoma, Milton Jacques de Carvalho, tem se surpreendido com os
questionamentos aprofundados dos pacientes e o uso de termos técnicos e conhecimentos de procedimentos restritos à
área médica, mas mesmo assim, muitas vezes os pacientes estão equivocados. "O discernimento é sempre do médico. O
tratamento do glaucoma, por exemplo, pode ser clínico, a laser ou cirúrgico, normalmente nessa ordem, mas não
necessariamente assim". O lema cada caso é um caso se aplica em todas as áreas da saúde, principalmente no que se
refere à compra pela internet. "No caso do paciente que adquire lentes de contato sem consulta, pode levar à lesão séria da
córnea ou perda da visão", alerta. O paciente que recebeu diagnóstico recente é o mais suscetível de colher informações
equivocadas no Google. "Ainda que a pessoa faça a busca em sites fidedignos, a gama de informações é enorme, e dentro
de uma mesma doença existem espectros grandes de gravidade", diz a médica Adriana Camarano, endocrinologista. E não
é só o diagnóstico, o tipo de acompanhamento, o segmento de cada doença e a periodicidade do tratamento também. "O
médico não é mero informante". Ela completa que, se a informação for confiável, o médico pode ajudar a interpretá-la,
entendendo melhor a necessidade de cada pessoa.
A ansiedade gerada com a informação pode ser maior se o paciente se depara na internet com algo que implica
gravidade. A analista de sistemas Andréa Miranda Lima Scalioni gosta da comodidade e do imediatismo do Google. Já
consultou bulas de remédios na internet e resultados de exames, mas quando sua médica informou que ela tinha alteração
nos linfócitos chamada linfocitose e indicou procura de hematologista, ficou insatisfeita com os esclarecimentos dados no
consultório. Ansiosa, jogou a informação no Google e levou um susto. "Os primeiros links que consultei indicavam que
eu teria leucemia linfoide crônica. Quando li isso quase pirei", conta. Até esclarecer com o especialista que o caso dela
não era grave, Andréa sofreu por 20 dias. "O Google me levou a mil possibilidades ruins, me confundiu e assustou".
Amândio Soares, oncologista, diz que o diagnóstico de câncer balança toda a estrutura familiar e, não raro, os pacientes
querem conhecer todos os detalhes da doença, opções terapêuticas disponíveis e podem usar o Google como responsável
das tomadas de decisão. "O problema é que existem estudos científicos que ainda não foram comprovados, medicamentos
ainda em estudo que são oferecidos como certos", pondera. De acordo com ele, são muitas as variáveis a serem
analisadas: se o paciente se enquadra naquela situação apresentada pelo site, se as suas condições clínicas permitem a
utilização da medicação e se os benefícios dela superam os efeitos colaterais e a toxidade. Ele alerta para outro perigo:
sites de leigos prometendo a cura do câncer. "Por curiosidade digite as palavras: babosa e câncer ou óleo de fígado de
tubarão e câncer e veja o resultado". A reportagem digitou. Resultado: 177 mil páginas que continham receitas,
medicamentos, relatos e estudos sem embasamento científico.
[…]
O clínico e intensivista Ângelo Pimenta Macedo conta que mesmo esclarecendo todas as dúvidas dos pacientes
numa consulta, eles têm retornado com outras depois de fazer buscas na internet. "Pesquisar sobre medicamentos deixa a
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pessoa em alerta, mas sempre as tranquilizo, pois cada um tem seu risco calculado". E reitera que o paciente não deve
mudar nenhuma conduta sem antes informar seu médico. O clínico faz uma interessante comparação: a internet é
conversa de vizinho elevada à última potência. "Sabe aquela história de que o vizinho está tomando isso ou o amigo
receitou aquilo? Pois é assim, só que como a internet é muito rápida, em muito maior volume (de quantidade e qualidade),
é como se se tivesse instituído uma opinião segura, um terceiro posicionamento sobre a situação do paciente". Mas, e se
você confiar na internet e algo der errado, você vai ligar para quem? Para o doutor Google?
Pesquisas
O site de informações de literatura científica, Medscape, fez pesquisa ainda em 2000 e chegou à conclusão de que
50 milhões de americanos utilizavam a internet para informações sobre doenças.
A revista Pediatrics da Associação Americana de Pediatria fez uma busca simulando interesse de pais apreensivos
sobre Fibrose Cística. Acharam 186 mil sites sobre o assunto e avaliaram os primeiros cem. Destes, apenas 45
apresentavam a data, 40 citaram o autor, 11 solicitavam dados pessoais em garantia de privacidade e apenas 35 indicaram
a necessidade de avaliação médica. Muitos deles ofereciam produtos médicos.
Texto 2
Trabalhando com o Dr. Google
Dr. Fernando Carbonieri
Nos últimos anos, houve uma mudança geral na relação de poder entre médicos e pacientes. Houve o surgimento
do paciente expert que, como expõe o estudo intitulado "A internet, o paciente expert e a prática médica: uma
análise bibliográfica" da Ensp/Fiocruz, sob a tutela da Dra Helena Beatriz da Rocha Garbin, é "um paciente que busca
informações sobre diagnósticos, doenças, sintomas, medicamentos e custos de internação e tratamento. O fato de ter
acesso à quantidade de informações disponíveis na internet, independente de sua veracidade, pode fazer com que este
paciente esteja potencialmente menos disposto a acatar passivamente as determinações médicas". O médico, todavia,
muitas vezes ainda se comporta como único detentor do conhecimento, o que põe em xeque a relação médico-paciente
estabelecida.
O Código de Ética Médica, em sua nova edição, expressa nos artigos XXI (Princípios Fundamentais) e nos artigos
XIII, XXIV e XXXIV (Responsabilidade Profissional) a necessidade de tomada de decisão em conjunto com o paciente,
assim como o esclarecimento sobre a afecção que o acomete.*
Muitas vezes isso acaba não acontecendo devido a inúmeros motivos, sendo a maioria deles eticamente
injustificáveis. Para contornar a falta de informação, os pacientes e familiares recorrem à internet para diminuir a angústia
gerada pela ignorância sobre o estado atual de sua saúde.
O tão falado Dr. Google supre o doente com uma enxurrada de informações que podem ser corretas (fontes oficiais
e sites idôneos), incompletas, contraditórias, incorretas ou até fraudulentas. O que ele muitas vezes provoca é a
desconfiança de que não falamos tudo para o paciente ou que estamos errados sobre aquela patologia ou o tratamento da
mesma. Isso acontece devido à falta de sensibilidade médica que um texto, uma notícia ou um blog possuem. Quando o
paciente procura algo sobre sua doença na internet, o que ele encontra é toda a informação disponível sobre o assunto. Ou
seja, desespero completo, pois todas as apresentações possíveis da afecção são ingeridas e, infelizmente, não digeridas.
Nem o paciente, nem o texto que ele leu frequentaram a escola de Medicina, portanto a informação acaba se tornando
prejudicial sem o juízo de valores que o médico, apenas, pode dar.
O que eu gostaria de propor com essa publicação é que nós orientemos o paciente a usar fontes confiáveis, que
melhorem o entendimento de sua doença sem causar esse desespero para o paciente. O que proponho aqui é uma
prescrição de informação. Para fazer isso, começo hoje a colocar sites que ilustram, com linguagem simples e conteúdo
correto, as diversas enfermidades que afligem nossos pacientes. Com isso será possível para os colegas criar um portfólio
para fornecer a seus respectivos clientes.
Por enquanto, temos um sério problema para população brasileira. Ainda encontramos poucos sites idôneos escritos
em português. Uma alternativa é usar vídeos traduzidos do Youtube para esse fim.
Os canais de vídeos idôneos, sugeridos pelo site Academia Médica, traduzidos, estão no endereço a seguir:
Nucleus Medical Animation ( http://www.youtube.com/playlist?list=PLA5CF8FD6EB6AC047&feature=plcp ).
Nesse canal encontramos vídeos que demonstram a fisiologia da ovulação, a fisiopatologia da aterosclerose, TVP e
embolia pulmonar, e também procedimentos cirúrgicos como a revascularização do miocárdio, a artroplastia total de
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quadril, a colecistectomia, entre outros. O site em inglês www.nucleusinc.com é muito mais completo e possui
ferramentas valiosas para indicar para seus pacientes, para utilizar no consultório ou para elaborar uma aula.
O thevisualmed.com foi-me apresentado pelo blog do Dr. Edmar Stieven Filho. Nesse site encontramos vídeos,
animações e aulas bastante completas indicadas para informar leigos e até profissionais da saúde
sobre inúmeras patologias. Infelizmente, não há nenhuma tradução dos vídeos ou dos slides para o português sendo,
portanto, indicado apenas para aqueles pacientes que têm boa compreensão da língua inglesa, ou que possuam algum
familiar com tal habilidade para traduzir e acompanhar as informações junto com o cliente.
*Artigos do código de ética médica citados no texto
XXI – No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões
legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles
expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.
É vedado ao médico:
Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua
doença.
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-
estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo
quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante
legal.
PROPOSTA 1: Com base nas informações presentes nos textos acima e em seus conhecimentos sobre o
assunto, elabore uma carta argumentativa direcionada ao Dr. Fernando Carbonieri relatando sua opinião
acerca das ideias propostas por ele diante dessa nova perspectiva clínica chamada de “Dr. Google”. Você
deverá se posicionar, explicitamente, CONTRA ou A FAVOR da opinião expressa pelo médico.
Seu texto deverá contemplar:
a. linguagem que atenda aos padrões da norma culta;
b. estrutura e organização típicas de uma carta argumentativa;
c. posicionamento em relação ao tema;
d. exposição clara dos argumentos e evidências (utilizando pelo menos dois argumentos) que fundamentem sua
tese.
Obs.: 1. Seu texto deverá apresentar, no mínimo, vinte linhas e, no máximo, trinta.
2. Sua carta deverá ser assinada com o pseudônimo de Médico Atento.
PROPOSTA 2: Suponha que você foi convidado por m jornal para escrever um texto em resposta à polêmica criada em
torno da utilização dos sites de busca para diagnósticos prévios de enfermidades.
Com base nos textos dados sobre a polêmica, e em seus conhecimentos sobre o assunto, elabore um artigo de opinião se
posicionando sobre a questão: Dr. Google: entre a facilidade e a eficiência.
Seu texto deverá contemplar:
a) linguagem que atenda aos padrões da norma culta;
b) estrutura e organização típicas de um artigo de opinião;
c) posicionamento em relação ao tema;
d) exposição clara de, pelo menos, dois argumentos que fundamentem sua tese;
e) escolha de um título.
Obs.: Seu texto deverá apresentar, no mínimo, vinte linhas e, no máximo, trinta.
Assine seu texto com o pseudônimo Medicina de Verdade.
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Professor Jason Lima
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ESPAÇO PARA A REDAÇÃO DEFINITIVA
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5. UnP - MEDICINA
PROPOSTA DE REDAÇÃO – EXTRA 2
Professor Jason Lima
Aluno: Turma:
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ESPAÇO DESTINADO AO PROFESSOR
SITUAÇÃO DO TEXTO
( )
Não há problema
( )
Texto Insuficiente
( )
Fuga ao tema
( )
Não atendimento ao tipo textual
( )
Em branco
A - Adequação ao tema ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Obs.:
B - Adequação à leitura da coletânea ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Obs.:
C - Adequação ao gênero textual ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Obs.:
D - Adequação à modalidade ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Obs.:
E - Coesão e coerência ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Obs.: