1. outubro 2012 opinião
Miguel Fito | Director de Desenvolvimento
de Negócios e Soluções da Micro Focus para a Península Ibérica e a América Latina
Sete mitos do COBOL
O
COBOL (Common Business Oriented Language) é uma das lingua- dos com IDE (Integrated Developement Environment) modernos, tais como o
gens de programação mais antigas e populares e é responsável pelo Visual Studio ou Eclipse; Mito 4: O COBOL não pode ser integrado na tecno-
lançamento e apoio a negócios, finanças e sistemas administrativos logia actual - Um COBOL moderno, como o Visual Cobol, pode gerar códigos
para empresas e governos no mundo inteiro. O inventário global de aplicações nativos para Windows, .NET, UNIX, Linux, JVM e cloud; Mito 5: O COBOL não
COBOL suporta 220 mil milhões de linhas de código. Não obstante a sua evo- aproveita a programação orientada para objectos - Em 2002, os padrões COBOL
lução para se adaptar às exigências de um sector de tecnologia cada vez mais foram alterados para incluir um foco na programação orientada para objectos,
acelerado, persistem ideias feitas em relação a esta linguagem. o que permite ao COBOL conectar-se com outras linguagens como o Java ou
Analistas, programadores e jornalistas afirmam que o COBOL está ultrapassado C#; Mito 6: É difícil de encontrar criadores de COBOL - A sintaxe do COBOL é
e já não é adequado, referindo frequentemente que a linguagem falha a nível muito fácil de compreender e quem conhecer outra linguagem de codificação
de estrutura, compatibilidade e rapidez. Contudo, esta opinião não se baseia pode aprender facilmente como utilizar a plataforma; e Mito 7: É mais fácil e
no COBOL moderno mas, sim, numa visão negativa da era mainframe de há 20 económico escrever o software de aplicações em Java ou C# do que manter os
anos. Desmistificando os sete mitos do COBOL, veremos como esta linguagem programas COBOL - Na realidade, verifica-se o oposto: é bastante mais econó-
não prevê tornar-se obsoleta nos próximos anos: Mito 1: O COBOL é uma lin- mico actualizar e manter a estrutura COBOL do que instalar uma estrutura de
guagem para mainframe e este está a cair em desuso - O COBOL pode agora negócio completa numa nova plataforma. Mantendo as práticas de negócio já
funcionar em todas as plataformas actuais de negócio, incluindo Windows, Unix comprovadas, os investimentos estão seguros e evitam-se os custos e riscos de
e Linux; Mito 2: O COBOL já não é necessário - A maior parte das empresas criar novos programas.
que utilizam o COBOL não só se mantêm como ainda alargaram a sua progra- A imagem negativa associada ao COBOL assenta em décadas de ideias erradas.
mação, o que significa que o seu fim não está próximo; Mito 3: Os ambientes Na realidade, como qualquer outra tecnologia moderna, o COBOL transformou-
de desenvolvimento COBOL estão desactualizados - A este nível, as aplicações -se para dar resposta às exigências de cada etapa do processo de desenvolvi-
COBOL não diferem de outras linguagens de programação. O desenvolvimento mento, oferecendo todos os benefícios das novas linguagens de programação
COBOL nem sequer é realizado no mainframe, mas sim em sistemas distribuí- sem custos adicionais.
Hugo Duarte da Fonseca | Managing Partner, MAEIL, Information Systems Engineering
Empreendedorismo em Silicon Valley
C
om base numa experiência de ‘aceleração’ de um novo Produto/Pro- Culturalmente, a cidade e região é bastante rica e diversa, dada a sua ligação
jecto, tive a oportunidade de viver o ambiente de inovação e empre- directa à Ásia através do Pacífico e pelas influências da América do Sul.
endedorismo na Bay Area, que representa, de grosso modo, um terço No contexto empresarial, há um espírito empreendedor latente, com o apareci-
do capital de investimento (Venture Capital) em todo o mundo. Esta liquidez, mento dos ‘serial entrepreneurs’, pessoas que após o sucesso na criação e ‘exit’
acumulada com o sucesso de muitas empresas desde há várias gerações, como ou venda de uma empresa, procuram criar novos projectos ou acabam por ser
a HP, Intel, Apple, Google, LinkedIn, Facebook e tantas outras, proporciona e eles próprios ‘angels’ ou financiadores de outras startups com potencial.
alimenta este ecossistema único e inimitável, e que começou na ‘gold rush’ na Para ser mais objectivo e menos teórico, deixo alguns exemplos. O sistema de
Califórnia, no século XIX. transportes rodoviários na cidade de São Francisco (MUNI) está integrado com o
Aqui, as Universidades contribuem decisivamente para o ecossistema e os Google Maps e vêem-se online os horários no percurso sugerido pela app. Existe
alunos são estimulados a participar e desenvolverem as suas ideias proactiva- uma app - cabulous.com - ligada directamente a um serviço de táxis em que é
mente durante o seu percurso académico e em estreita ligação ao mercado. possível reservar online e em que se consegue ver o posicionamento e percurso
Curiosamente, as duas mais conhecidas, Berkeley (pública) e Stanford (privada), dos veículos na ferramenta. Todos os dias existem eventos e ‘parties’ de tecno-
competem quer em número de prémios Nobel, quer em medalhas nos últimos logia, desde São Francisco a Palo Alto e Mountain View, sobre diversos temas
Jogos Olímpicos em Londres. A somar a esta competição saudável, existe uma ‘hot’. É frequente às sextas-feiras e fins-de-semana, existirem “hackaton’s”, ou
forte capacidade de atracção de talento internacional, quer pela sua qualidade seja competições/concursos para desenvolvimento e programação de uma ideia
e prestígio, quer, sobretudo, pelas oportunidades profissionais únicas após a ou aplicação com júri e prémios patrocinados pela marca do evento, sendo que
graduação. algumas empresas e projectos nascem desta forma.
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