O documento discute os processos de ensino e aprendizagem, definindo-os como dinâmicos e mutáveis ao invés de estáticos. Aprendizagem é caracterizada como uma transformação mental do aluno através da experiência, enquanto ensino é uma atividade do professor. A escola deve mediar entre o conhecimento dos alunos e o sistematizado, com professor e aluno como iguais nesse processo.
1. É frequente o uso dos substantivos “ensino” e
“aprendizagem” para fazer referência aos
processos “ensinar” e “aprender”.
2. Raramente fica claro que as palavras
referem-se a um “processo” e não a “coisas
estáticas” ou fixas. Nem sequer pode ser dito
que correspondam a dois processos
independentes ou separados.
3. Nesse sentido, é melhor usar verbos para
referir-se a esse processo,
fundamentalmente constituído por uma
interação entre dois organismos (pelo menos
no caso de “ensinar”, uma vez que é possível
“aprender” sem um professor). Mas as
perguntas importantes permanecem.
4. O que é ensinar? O que é aprender? Como se
relacionam esses dois processos? Que tipos de
eventos constituem esses fenômenos? Como
enxergá-los? Como produzi-los? Como interferir
em suas características?
5. As respostas tradicionais não satisfazem.
Definições como as de dicionário (ensinar é “dar
instrução a”, “doutrinar”, “mostrar com
ensinamento”, “demonstrar”, “instruir” etc.) são
meras sinonímias ou redundâncias e não diferem
muito das definições entre profissionais da
Educação (“transmitir conhecimento ou
conteúdo”, “informar”, “preparar”, “dar
consciência” etc.).
6. Paulo Freire (1971) denunciou que essas expressões
são compatíveis com o que define uma “concepção
bancária” de educação e não permitem o
desenvolvimento de uma “prática educacional”
adequada.
7. AS expressões “ensinar” e “aprender” são dois
verbos que se referem, respectivamente, ao que faz
um professor e ao que acontece com o aluno como
decorrência desse fazer do professor.
8. O termo “ensinar” é um verbo e se
refere a uma categoria de
comportamentos que caracterizam o
que um professor faz. Ensinar, nesse
sentido, é uma atividade humana e,
portanto, passível de análise
comportamental.
9. Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um
processo integrado que provoca uma
transformação qualitativa na estrutura mental
daquele que aprende. Essa transformação se dá
através da alteração de conduta de um indivíduo,
seja por Condicionamento operante, experiência
ou ambos, de uma forma razoavelmente
permanente.
10. As informações podem ser absorvidas
através de técnicas de ensino ou até pela
simples aquisição de hábitos.
11. O ato ou vontade de aprender é uma
característica essencial do psiquismo
humano, pois somente este possui o
caráter intencional, ou a intenção de
aprender;
12. É dinâmico, por estar
sempre em mutação e
procurar informações para o
aprendizagem;
13. É criador, por buscar novos
métodos visando a melhora da
própria aprendizagem, por
exemplo, pela tentativa e erro.
14. Um outro conceito de aprendizagem é
uma mudança relativamente
duradoura do comportamento, de
uma forma sistemática, ou não,
adquirida pela experiência, pela
observação e pela prática motivada.
15. O ser humano nasce potencialmente
inclinado a aprender, necessitando de
estímulos externos e internos
(motivação, necessidade) para o
aprendizado.
16. Há aprendizados que podem ser
considerados natos, como o ato de
aprender a falar, a andar,
necessitando que ele passe pelo
processo de maturação física,
psicológica e social.
17. Na maioria dos casos a aprendizagem
se dá no meio social e temporal em
que o indivíduo convive; sua conduta
muda, normalmente, por esses
fatores, e por predisposições
genéticas.
18. Conceito de ensino – aprendizagem
Tempo
Mudança
Produção do saber
Dilma
é
eleita
20. O processo de ensino-aprendizagem tem sido
historicamente caracterizado de formas
diferentes que vão desde a ênfase no papel do
professor como transmissor de conhecimento,
até as concepções atuais que concebem o
processo de ensino-aprendizagem com um todo
integrado que destaca o papel do educando.
21. As reflexões sobre o estado atual do
processo ensino-aprendizagem nos
permite identificar um movimento de
ideias de diferentes correntes teóricas
sobre a profundidade do binômio
ensino e aprendizagem.
22. Entre os fatores que estão provocando esse
movimento podemos apontar as contribuições da
Psicologia atual em relação à aprendizagem, que
leva todos a repensar a prática educativa,
buscando uma conceptualização do processo
ensino-aprendizagem.
23. Apesar de tantas reflexões, a situação atual da
prática educativa das escolas ainda demonstra a
massificação dos alunos com pouca ou nenhuma
capacidade de resolução de problemas e poder
crítico-reflexivo.
25. A solução para tais problemas está no
aprofundamento de como os
educandos aprendem e como o
processo de ensinar pode conduzir à
aprendizagem.
26. Acrescenta-se ainda que a solução está em
partir da teoria e colocar em prática os
conhecimentos adquiridos ao longo do
tempo de forma crítica-reflexiva-laborativa
27. Forma crítica e reflexiva para pensar os
conceitos atuais e passados e
identificar o que há de melhor;
29. “Para que se repensem as ciências humanas
e a possibilidade de um conhecimento
científico humanizado há que se romper
com a relação hierárquica entre teoria,
prática e metodologia”(DIAS, 2001)
30. “Teoria e prática não se cristalizam, mas se
redimensionam, criam e são também
objetos de investigação”.
31. Nesse sentido, pesquisa é a atividade básica
da ciência na sua indagação e construção da
realidade. É a pesquisa que alimenta a
atividade de ensino/aprendizagem e a
atualiza”. (DIAS, 2001)
32. O processo de ensino-aprendizagem
envolve um conteúdo que é ao mesmo
tempo produção e produto. Parte de um
conhecimento que é formal (curricular) e
outro que é latente, oculto e provém dos
indivíduos.
33. Todo ato educativo depende, em grande
parte, das características, interesses e
possibilidades dos sujeitos participantes,
alunos, professores, comunidades escolares
e demais fatores do processo.
34. Assim, a educação se dá na coletividade,
mas não perde de vista o indivíduo que é
singular (contextual, histórico, particular,
complexo).
35. Portanto, é preciso compreender que o
processo ensino-aprendizagem se dá na
relação entre indivíduos que possuem sua
história de vida e estão inseridos em
contextos de vida próprios.
36. Pela diversidade individual e pela potencialidade que
esta pode oferecer à produção de conhecimento,
consequentemente ao processo de ensino e
aprendizagem, pode-se entender que há necessidade de
estabelecer vínculos significativos entre as experiências
de vida dos alunos, os conteúdos oferecidos pela escola
e as exigências da sociedade, estabelecendo também
relações necessárias para compreensão da realidade
social em que vive e para mobilização em direção a
novas aprendizagens com sentido concreto.
37. Pensar cada indivíduo como um
contribuinte no processo de ensinar-
aprender, é superar a dicotomia
transmissão x produção do saber,
levando a uma concepção de
aprendizagem que permite resgatar:
38. a) a unidade do conhecimento, através de
uma visão da relação sujeito/objeto, em
que se afirma, ao mesmo tempo, a
objetividade do mundo e a subjetividade;
39. b) a realidade concreta da vida dos indivíduos, como
fundamento para toda e qualquer investigação.
40. O processo ensino-aprendizagem ocorre a
todo momento e em qualquer lugar,
questiona-se então neste processo, qual o
papel da escola?
ESCOLA
41. Como deve esta ser considerada? E qual o papel
do professor?
42. É função da escola realizar a mediação
entre o conhecimento prévio dos alunos e o
sistematizado, propiciando formas de
acesso ao conhecimento científico.
43. Os alunos caminham, ao mesmo tempo, na
apropriação do conhecimento sistematizado, na
capacidade de buscar e organizar informações,
no desenvolvimento de seu pensamento e na
formação de conceitos.
44. O processo de ensino deve, pois, possibilitar a
apropriação dos conteúdos e da própria
atividade de conhecer.
45. A escola é um palco de ações e reações, onde
ocorre o saber-fazer.
46. A escola é constituída por características
políticas, sociais, culturais e críticas.
47. Ela é um sistema vivo, aberto. E como tal, deve
ser considerada como em contínuo processo de
desenvolvimento influenciando e sendo
influenciada pelo ambiente, onde existe um
feedback dinâmico e contínuo.
48. É neste ambiente de
produções e produto que
se insere o professor, o
educador, não como um
indivíduo superior, em
hierarquia com o
educando, como detentor
do saber-fazer, mas como
um igual, onde o
relacionamento ente
ambos concretiza o
processo de ensinar-
aprender.
49. O papel do professor é o de dirigir e orientar a
atividade mental dos alunos, de modo que cada
um deles seja um sujeito consciente, ativo e
autônomo.
50. É seu dever conhecer como funciona o
processo ensino-aprendizagem para
descobrir o seu papel no todo e
isoladamente.
51. Pois, além de professor, ele será sempre ser
humano, com direitos e obrigações
diversas.
52. Pensar no educador como um ser humano é
levar à sua formação o desafio de resgatar
as dimensões cultural, política, social e
pedagógica, isto é, resgatar os elementos
cruciais para que se possa redimensionar
suas ações no/para o mundo.