O documento discute o niilismo na sociedade moderna, caracterizado pela excessiva disponibilidade de informações que deixam as pessoas inertes e desinteressadas. Também aborda as recentes manifestações populares no Brasil como um exemplo de como as pessoas podem se libertar do niilismo por meio da participação política. Finalmente, destaca os desafios para os professores educarem os jovens imersos nesse contexto niilista.
2. Niilismo, nos dias de hoje, está relacionado à
“transparência”, causada pelo excesso de
informações dadas pelos canais midiáticos que
deixam o ser completamente inerte, paralisado.
Diferente do niilismo do fim do século XIX,
definido por Nietzsche, quando “anunciava a morte
de Deus”.
3. O niilismo na modernidade é aquele carregado de
negatividade. Como o próprio texto estudado em sala diz “(...) o
niilismo não tem mais as cores sombrias e fuliginosas do fim
século XIX (...)”
4. Já no mundo pós - moderno, esse niilismo ganha um tom
de desesperança e de acomodação devido ao “bombardeio” de
informações que a pessoa sofre por todos os cantos, como notou
o próprio Baudrillard. Parece que, de algum modo, esse excesso
torna – se uma “cadeia” invisível, que a própria pessoa não
percebe que fez e da qual não conseguir sair.
5. “Hoje ele depara com o nada da indiferença, da discussão, da
„transparência‟ das imagens. Fala de um homem niilista que
perdeu o entusiasmo e o compromisso com qualquer convicção
ou „sentido‟ e adquiriu a indiferença e a acomodação na fruição
do prazer aqui e agora, dispondo daquilo que o sistema lhe
propõe”. Sua desenvolta indiferença se realiza na excessividade
caótica das imagens e dos objetos que fazem a orgia do
consumo.”
6. “(...) por estar convencionado de que na época do „niilismo da
transparência‟ (p. 230) não há espaço para a luta política. Afinal,
o excesso de visibilidade, de transparência provocou mais do que
banalização da cena política, trouxe a sua implosão”
Entretanto, contrariando essa ideia, parece que as pessoas
desvencilharam – se dessa “cadeia” pessoal e acordaram do
profundo sono, quando, em todo o país uma grande parcela da
população foi às ruas reivindicar seus direitos.
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8. Acompanhe alguns trechos da entrevista de Michel Maffesoli
concedida ao jornal O Globo
“É um bom exemplo destas sublevações pós-modernas que se
desenvolvem em vários lugares. É uma revolta bastante
disseminada (...). É algo que pode ser comparado com o
exemplo turco(...) .Vivemos o fim de uma época, e umas das
manifestações disso é que algo cotidiano suscita um
movimento que questiona o sistema.”
“Vejo o Brasil como um laboratório da pós-modernidade. Algo
assim não vejo ocorrer na França, onde espírito, clima e
intelligentsia permanecem muito racionais. Não vejo surpresa
neste tipo de explosão, forte, mesmo brutal, num país como o
Brasil.
9. “Arcaico são as tribos; desenvolvimento tecnológico, a internet.
Há mobilidade graças às redes sociais. As tribos urbanas se
tornam comunidades interativas.”
Também existem aquelas pessoas que ainda continuam no seu
mundo niilista e abominam qualquer tipo de tentativa de
“liberdade” das correntes que as amarram.
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11. É nesse contexto que o professor vai encarar a sala de aula. E ele,
na posição de docente, não pode se deixar levar pelo niilismo.
Devido a isso que o niilismo, no texto, é colocado como o
maior desafio do professor na atualidade, porque ele deve
saber educar essa geração altamente desprendida e paralisada
pelo excesso das informações.
Contudo, o desafio ainda maior está no próprio educador que
deve lutar para não permitir que essa estagnação também o
afete e com isso se perca toda a essência do “educar”, fazendo
do professor um fantoche humano.
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13. Não é aceitável ver a sociedade dar mais importância a uma
greve de lixeiros do que a uma de professores. Vimos, há
semanas atrás, “o gigante acordar”, e não podemos deixá –lo cair
novamente no sono profundo. Uma sociedade niilista
despertando, e é dentro da escola com plenos educadores,
sinalizadores de caminhos, que podemos dar continuidade a isso.
Até porque o niilismo não é tão - somente um vazio ou uma
indiferença a tudo, é mais que isso, é a possibilidade do novo.
“Se o professor perdeu ou perde o entusiasmo e o
compromisso com a convicção emancipatória da sua profissão,
não poderá acompanhar os passos de Nietzsche (...) tampouco
seguir Habermas na realização do sonho de uma Pedagogia da
ação comunicativa.”
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15. Nesse momento entende – se a passagem tão intrigante e,
ao mesmo tempo, tão verídica exposta no texto:
“Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre a areia, mas nosso
dever é edificar com se fora pedra a areia.” (Julio Luis Borges)
E você, vai continuar preso nessa rocha?