Formação do reino de Portugal
1139 - 1385
antecedentes
Em 718, depois da invasão muçulmana da Península Ibérica, um grupo de cristãos permaneceu
refugiado a norte, na região das Astúrias, onde fundou o Reino das Astúrias e iniciou a
reconquista do território. Daqui surgiram pequenos reinos, que foram crescendo à
medida que conquistavam as terras.
Condado Portucalense
Entre eles surgiu o Condado Portucalense, uma pequena área entre os rios Minho e o Mondego,
que era governado pelo rei Afonso VI de Leão. Mas em 1096, o rei entregou o governo do
Condado a Henrique de Borgonha pelo casamento com a sua filha Teresa de Leão. Depois da
morte de D. Henrique e como o seu filho (D. Afonso Henriques) era ainda pequeno, D. Teresa
assumiu a liderança e tentou juntar-se à alta nobreza galega.
IMAGEM – Henrique de Borgonha e Teresa de Leão, em iluminura da Genealogia dos Reis de Portugal (1530-1534)
Batalha de São Mamede
Como os galegos tinham cada vez mais poder sobre o povo português, D. Afonso Henriques
(que na altura já tinha 16 anos) foi incentivado a lutar pela independência do condado e fez
frente à sua mãe. Foi escolhido para liderar e confrontar os aliados de D. Teresa e,
em 1128, venceu a batalha de São Mamede, em Guimarães.
IMAGEM – Aclamação de D. Afonso Henriques (origem desconhecida)
Batalha de Ourique
Depois da vitória, D. Afonso Henriques ficou a governar o Condado e continuou a
combater os Muçulmanos tendo, em 1139 conseguido mais um grande feito sobre eles
ao vencer a Batalha de Ourique, no dia 25 de Julho.
CURIOSIDADE: Sabias que, de acordo com a tradição, o dia 25 de Julho era o dia de aniversário de
D. Afonso Henriques e de São Tiago que, segundo a lenda popular, era o patrono da luta contra os
mouros (os muçulmanos). Daí que muitos chamassem a São Tiago “o Matamouros”.
IMAGEM - Batalha de Ourique de Jorge Colaço no Centro Cultural Rodrigues de Faria.
Tratado de Zamora
Depois desta conquista, D. Afonso Henriques passou a intitular-se rei, mas foi só em
1143 que foi reconhecido Rei de Portugal pelo Tratado de Zamora, a 5 de Outubro. Este tratado
deu origem a um diploma que resultou do acordo de paz entre D. Afonso Henriques e o rei de
Castela. Esta data é considerada como a data que marca a independência de Portugal e o início
da 1ª Dinastia. E muitos celebram este dia como o dia em que nasceu o Reino de Portugal.
CURIOSIDADE: Além de ser o dia em que nasceu Portugal, oficialmente, o dia 5 de Outubro é feriado nacional
por ser o dia em que se celebra a implantação da República em Portugal, que foi em 1910.
IMAGEM - Assinatura do Tratado de Zamora. Painel de azulejos do início do século XX.
Cartas de foral
D. Afonso Henriques morreu em 1185 depois de ter
conquistado as cidades de Leiria, Lisboa, Santarém,
Alcácer do Sal, Beja e Évora. Quem lhe sucedeu foi o
seu filho D. Sancho I que, assim como os reis que
vieram a seguir, continuou a lutar contra os
Muçulmanos até 1249, altura em que se deu a
conquista definitiva do Algarve, no reinado
de D. Afonso III.
As terras eram depois doadas pelo rei , através das
cartas de foral, para serem povoadas, cultivadas e
defendidas das invasões dos Muçulmanos. Através
destas cartas o rei dava determinadas regalias às
povoações – os concelhos – para que fossem
povoadas mais rápido.
IMAGEM - Exemplo de uma carta de foral de Monsaraz
CURIOSIDADE: Sabias que a povoação de Viana recebeu a Carta de Foral de D. Afonso III em
18 de Julho de 1258, tendo passado a chamar-se Viana da Foz do Lima.
O território português
O reinado de D. Dinis foi vivido num período de paz e estabilidade. Foi uma época de
grande desenvolvimento cultural e económico, tendo implementado o Português como a
língua oficial do reino. Em 1290 foi criada a primeira universidade. Durante
o seu reinado, D. Dinis mandou traduzir obras muito importantes e o território português
foi mesmo considerado como um dos maiores centros literários da península.
D. Dinis também promoveu e desenvolveu a agricultura, procurando que todo o
país se interessasse por esta atividade. Em 1297 foi assinado o Tratado de Alcanises,
no qual foram definidos os limites do território português e se restabeleceu
a paz com o reino de Castela.
Os reis da primeira dinastia
1139-1383
D. Afonso Henriques - "O Conquistador” 1139-1185
D. Sancho I - "O Povoador” 1185-1211
D. Afonso II - "O Gordo ou Crasso” 1211-1223
D. Sancho II - "O Capelo” 1223-1248
D. Afonso III - "O Bolonhês” 1248-1279
D. Dinis - "O Lavrador ou Poeta” 1279-1325
D. Afonso IV - "O Bravo” 1325-1357
D. Pedro I - "O Justiceiro, o Cru ou Cruel” 1357-1367
D. Fernando I - "O Formoso” 1367-1383
CURIOSIDADE: Sabias que o período da 1ª Dinastia também ficou conhecido por
Dinastia de Borgonha ou Afonsina – devido ao elevado número de reis com o
nome de Afonso – foram quatro no total).
D. Afonso Henriques
"O Conquistador”
1139 - 1185
De acordo com o manual de estudo do meio,
D. Afonso Henriques morreu em 1185.
O nosso primeiro rei era filho de Henrique
de Borgonha e de D. Teresa.
Esta foi a 1º bandeira de Portugal do
reinado de D. Afonso Henriques:
D. Sancho I
”O Povoador”
1185 - 1211
Também de acordo com o manual de estudo do
meio, D. Sancho I, filho de D. Afonso
Henriques, continuou a lutar contra os
muçulmanos até 1249, altura que se deu a
reconquista definitiva do Algarve
D. Afonso II
”O Gordo ou o Crasso”
1211 - 1223
D. Afonso II nasceu em Coimbra em 1185
e faleceu na mesma cidade em 1223.
Ao contrário dos seus antecessores,
D. Afonso II privilegiou a organização e
administração do reino em vez do seu
alargamento. Em 1211, nas cortes de
Coimbra, criou-se a primeira colectânea
de leis que organizavam politicamente
o reino.
D. Sancho II
”O Capelo”
1223 - 1248
D. Sancho II começou o seu reinado quando
ainda era adolescente. Desde o início que o seu
reinado não foi fácil devido à instabilidade que
se vivia no reino e uma relação difícil
com a igreja.
D. Afonso III
”O Bolonhês”
1248 - 1279
D. Afonso III era irmão de
D. Sancho II e foi aclamado depois
de ter vencido em batalha o seu
irmão. O seu reinado fica marcado
pela conquista definitiva do Algarve.
D. Dinis
”O Lavrador”
1279 - 1325
Filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de
Castela. Governou durante 46 anos. Além de
dar muita importância à cultura (ele próprio
era poeta) e à agricultura, desenvolveu as
feiras, criando as chamadas feiras francas, ao
conceder a várias povoações diversos
privilégios e isenções.
D. Afonso IV
”O Bravo”
1325 - 1357
Filho de D. Dinis e de Isabel de Aragão,
D. Afonso IV era o oposto do pai. Era
violento e sóbrio e dirigiu o reino com
pulso de ferro. Confrontou o seu irmão D.
Afonso Sanches em batalha, chegando
mesmo a expulsa-lo do reino e a retirar
os seus bens.
D. Pedro I
”O Justiceiro”
1357 - 1367
D. Pedro é conhecido pela sua relação com
Inês de Castro, a criada da sua mulher
Constança Manuel. D. Pedro revoltou-se
contra o pai depois de Inês ter sido
assassinada por ordens do rei.
Como rei revelou-se bom administrador e
corajoso contra a defesa do país contra a
influência papal.
D. Fernando
”O Formoso”
1367 - 1383
D. Fernando foi último rei da primeira
dinastia. Mandou reparar muitos castelos e
construir novas muralhas em Lisboa e no
Porto. Criou uma série de medidas que
defendiam a agricultura e a marinha
mercante, alargando as relações de Portugal
com o estrangeiro e deu um grande impulso
à Universidade, transferindo-a para Lisboa.