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Alma
Gêmea
‘’Esta é só mais uma parte da minha mente revelada por meio das letras..’’ -
Gustavo Medeiros.
A história que estou contando se passa na Idade Média, aproximadamente no século
XIV, nos reinos de Woshi e Elioth, localizados na atual Europa. É a história de dois
jovens que se apaixonaram, cederam ao desejo da juventude e tiveram uma grande
surpresa ao final. Arthur e Iris se conheciam desde pequenos, mas quando já estavam
mais velhos, algo diferente começou a acontecer entre eles.
Arthur, loiro, olhos azuis, sua pele tem o aspecto bronzeado, de trabalhadores. Confia
em muitos, tem uma personalidade forte, é impulsivo, não escuta a voz da razão, está
sempre querendo fazer o melhor para todos, e nunca desiste do que quer.
A princesa Iris, amada de Arthur, tem os cabelos morenos, e seus olhos são da cor dos
campos, verdes e penetrantes, e sua pele, é branca como neve, uma princesa que um
dia seria uma grande rainha, inteligente, paciente, racional, e estratégica.
Ambos filhos de reis e rainhas de diferentes reinos, nos quais haviam segredos muitos
sombrios. Melhores amigos desde que se conheceram, aos 7 anos. A paixão entre os
dois amigos começou a nascer quando ambos estavam com 19 anos. As brincadeiras
começaram a mudar, e certo dia, enquanto cavalgavam, Arthur repentinamente..
- Iris, eu não agüento mais ficar longe de ti.Quer casar comigo?
- Não podemos, nossos pais não permitem e nunca me disseram porque, sempre
dizem que não estou preparada..
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- Então ao menos saiba que eu te amo mais do que este reino inteiro.
E seguiam suas vidas, esse diálogo se repetia cada dia mais, e Arthur não desistia de
sua ideia, queria casar com Iris e essa era sua decisão final! Mas Iris, racional como
sempre, não permitiria arruinar a paz entre os dois reinos quebrando a ordem de seus
pais.
Porém o amor crescia a cada dia, e quanto maior ficava, maior era vontade de fugir, de
viver esse amor.
A tradição das famílias reais era dar um grande banquete em comemoração aos
príncipes e princesas que fizessem 20 anos. Aos príncipes, era feito a coroação oficial
como herdeiros do trono. Para as princesas,era feito com o objetivo de encontrar um
noivo para estas. Foi feito um grande banquete para encontrarem um noivo para Iris,
unindo os dois reinos em uma grande festança. Em frente às coroas dos dois reinos,
Arthur tomou coragem e falou:
- Iris, te desejo todas as graças do mundo, e uma vida longa, que quero viver ao seu
lado. Quer casar comigo?
Pela primeira vez, Iris agiu com o coração e não o cérebro.
- Sim Arthur, eu te amo.
O Rei Sócrates não permitiu tanta insolência em seu reino
- Só por cima do meu cadáver.
- É isso que você deseja meu pai? – Disse Arthur.
- Não ouse desafiar minha autoridade meu filho, eu já disse, vocês estão proibidos de
casar.
- Eu, Arthur Grings, o desafio para um duelo até a morte.
Lembro como se fosse hoje, o momento em que todos no salão ficaram em silêncio,
até a rainha dar a primeira palavra:
- Não faca isso Sócrates, não aceite o duelo.
- Minha honra nunca mais será a mesma se eu não o fizer minha dama, desculpe por
isto. – E continuou – Eu, Sócrates Grings, aceito seu duelo.
No dia que se seguiu, o reino inteiro ficou em choque, e em silêncio, um dos dois teria
de morrer, rei ou príncipe. O duelo começaria ao nascer do sol, e todo o reino estaria
lá para ver.
Ao amanhecer, com o reino inteiro a esperar pela grande batalha, Arthur me chamou
em seu quarto.
- Sebastian, se eu morrer hoje, dê a Iris a vida de princesa que ela merece, cuide dela
por mim, e honre minha memória.
- Mas, senhor, como posso eu, sendo um simples servo, conceder seus desejos?
- Apenas faça o necessário. Mas, se eu ganhar a batalha, esse reino terá uma nova
vida, e tudo irá mudar.
Neste momento, os guardas do castelo vieram chamá-lo.
- Arthur, boa sorte!
Desejei que essa luta nunca acontecesse, o reino não seria o mesmo, governado por
príncipe, ou rei.
Arthur seguiu até a arena de batalha, o futuro do reino agora dependia dele, era muita
pressão para alguém com 20 anos, mas ele tinha de aguentar, tinha de seguir em
frente, e ganhar aquela batalha.
Chegando à arena, olhou seu pai nos olhos, e disse:
- Quem um dia imaginou que eu teria coragem de te enfrentar. Pai, não sou o único
que não suporta mais suas ordens, seus desejos, isto simplesmente tem que acabar.
- Meu filho, depois desta batalha, o reino não será o mesmo, minha ordens ficarão
ainda mais precisas, não quero mais filho algum meu relacionado com alguém do reino
de Elioth. Mesmo este sendo seu fim, saiba que não te considero mais meu filho, filhos
meus não andam com gente daquele maldito reino.
- Pensei que éramos amigos de Elioth.
- Não, apenas não quero mais guerra, mas aquelas pessoas um dia ainda irão desejar
morrer.
- Você não devia ter dito isto!
Assim seguiu-se o maior duelo de toda a história de Woshi, o fim de um reinado, o
começo de um novo. Pai e filho, lutando entre si. As espadas eram tão rápidas quanto
uma bala de revólver, porém mais fatais. Lutavam com a agilidade de tigres, faíscas
saltavam para todos os lados, ambos esperando para o golpe final.
Sócrates deu um passo em falso, desviando de uma espadada certeira na cabeça, e
caiu ao chão, Arthur apontou a espada para seu peito, e, com lágrimas escorrendo em
seu rosto, disse:
- Pai, eu não quero ter que te matar, apenas prometa que vai mudar seu jeito de
governar.
-Mas...
- Prometa!
-Sim, eu, Sócrates, prometo ser menos severo e governar melhor, visando um novo
reino.
Seus olhos encontraram os meus, a face brilhando por culpa das lágrimas, e continuou
procurando por Iris na multidão.
Não a encontrando, foi até a rainha, no salão real, e disse:
- Mãe, não consigo encontrar minha esposa, onde está ela?
Sophie, a rainha, não aguentou, desatou a chorar.
- Meu filho, você quase matou seu pai, por uma garota..
- ELA NÃO É APENAS UMA GAROTA, MÃE!
- Sim, você está certo meu filho, ela é uma garota morta.
- O que? Mãe, com isso não se brinca.
- Não estou brincando meu filho, ao saberem que Iris aceitou seu pedido, seus pais a
mandaram para a guilhotina.
- Eu.. não posso..
Eu nunca vi Arthur tão triste, normalmente era um cara de aparência alegre, sempre
tinha um sorriso no rosto, mas naquele momento, todas essas qualidades sumiram
junto com a cor do seu rosto.
- E há mais uma coisa que você tem que saber, Arthur. O segredo mais sombrio, tanto
de Washi, quanto de Elioth, mas só você deve descobrir. RETIREM-SE TODOS, AGORA!
Saí, e me mantive de pé ao lado dos guardas e da porta, até que Arthur saiu da sala. Se
isto fosse possível, diria que havia envelhecido anos em poucas horas, agora tinha um
aspecto mais adulto, responsável, sua armadura de batalha, que ainda não havia
despido, ressaltava isto.
Arthur pediu que eu lhe acompanhasse até o topo da torre de vigia do castelo, eu fui,
sem ter idéia de sua intenção. Quando chegamos ao topo da torre, um espaço amplo,
com vista para o reino inteiro e reinos vizinhos, Arthur me disse :
- O que minha mãe acabou de me contar, será um grande choque para você, quase
tanto quanto foi para mim. Antes de meus pais se casarem, quando meu pai estava no
início de seu reinado, ele teve um caso com Anne, a rainha de Elioth. Deste caso, que
durou apenas algumas semanas, Anne ficou grávida de Iris.
- Então você e ela..
- Sim, somos irmãos, mais isso nunca me impediu de a amar, nem vai impedir, a amarei
até depois da morte.Sebastian, você é um dos poucos que sabe o quando eu amei
aquela dama, ninguém mais pode sequer imaginar a imensidão de meus sentimentos ,
se algum dia sentires algo igual, não deixe que sua honra lhe cegue para o mundo,
cuide dela como se fosse a ultima, se não o fazer, ela poderá ser.
E caminhou até a ponta da torre, eu entendi o motivo da conversa ser na torre mais
alta, olhou pra mim, seus olhos claramente me passaram a mensagem, e só eu podia o
entender a ponto de não o julgar. Ele notou que eu tinha percebido a razão e me disse
suas ultimas palavras:
’’ Amei como nunca tinha amado, nem jamais amarei um sentimento especial que é
inexplicável, e uma perca de tempo tentar. Nossas vidas estavam ligadas, ao cortarem
o laço da vida de Iris, conseqüentemente cortaram o meu, quero que meu irmão herde
o trono, como tal merecedor, e quero que você seja servo do mesmo, e mais do que
isso, o melhor amigo que ele possa ter, tal como foi a mim. Diga a todos que o amo
muito e não deixarei de amá-la mesmo depois da morte. Peço desculpas se algum dia
já te magoei Sebastian, e por todo meu egoísmo.’’
Os momentos que se seguiram passaram em câmera lenta, como se o mundo
simplesmente estivesse rachando ao meio, e não estivesse mais no centro do universo,
ou como se no fim do mar não houvesse mais monstros desconhecidos. Arthur iria se
suicidar, então, contei a verdade.
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- Então conte, não desperdice meu tempo.
- Sim, então que seja. Vocês não são irmãos, eu sei disso porque meu pai era um velho
amigo do seu, viu o nascimento de ambos.
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- E sobre isso, eu sabia que Íris estava sendo morta.
- Mas, porque você não me contou?
- Porque aceito o fim desce amor por um bem maior, um novo reino, justo e sem
crueldade.
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Arthur desembanhou a espada e veio em minha direção . Eu estava desarmado e,
assustado com o movimento brusco do príncipe, não calculei a distância que estava da
ponta da torre e dei um passo para trás. Um passo em falso. Meu último passo.
Arthur me observou cair por um tempo que não parecia ter fim. Ao menos em minha
vida, havia feito algo bom. Um novo reino viria porque batalhei por isso, e Arthur um
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Alma gêmea

  • 1. Alma Gêmea ‘’Esta é só mais uma parte da minha mente revelada por meio das letras..’’ - Gustavo Medeiros.
  • 2. A história que estou contando se passa na Idade Média, aproximadamente no século XIV, nos reinos de Woshi e Elioth, localizados na atual Europa. É a história de dois jovens que se apaixonaram, cederam ao desejo da juventude e tiveram uma grande surpresa ao final. Arthur e Iris se conheciam desde pequenos, mas quando já estavam mais velhos, algo diferente começou a acontecer entre eles. Arthur, loiro, olhos azuis, sua pele tem o aspecto bronzeado, de trabalhadores. Confia em muitos, tem uma personalidade forte, é impulsivo, não escuta a voz da razão, está sempre querendo fazer o melhor para todos, e nunca desiste do que quer. A princesa Iris, amada de Arthur, tem os cabelos morenos, e seus olhos são da cor dos campos, verdes e penetrantes, e sua pele, é branca como neve, uma princesa que um dia seria uma grande rainha, inteligente, paciente, racional, e estratégica. Ambos filhos de reis e rainhas de diferentes reinos, nos quais haviam segredos muitos sombrios. Melhores amigos desde que se conheceram, aos 7 anos. A paixão entre os dois amigos começou a nascer quando ambos estavam com 19 anos. As brincadeiras começaram a mudar, e certo dia, enquanto cavalgavam, Arthur repentinamente.. - Iris, eu não agüento mais ficar longe de ti.Quer casar comigo? - Não podemos, nossos pais não permitem e nunca me disseram porque, sempre dizem que não estou preparada.. - Eles não têm que descobrir, podemos fugir a cavalo para uma terra distante. - Cedo ou tarde eles descobrirão, e mandarão cavaleiros em nossa procura. - Pois deixe que mandem, eu os matarei com maior prazer. - Não Arthur, simplesmente não é certo. - Então ao menos saiba que eu te amo mais do que este reino inteiro. E seguiam suas vidas, esse diálogo se repetia cada dia mais, e Arthur não desistia de sua ideia, queria casar com Iris e essa era sua decisão final! Mas Iris, racional como sempre, não permitiria arruinar a paz entre os dois reinos quebrando a ordem de seus pais. Porém o amor crescia a cada dia, e quanto maior ficava, maior era vontade de fugir, de viver esse amor. A tradição das famílias reais era dar um grande banquete em comemoração aos príncipes e princesas que fizessem 20 anos. Aos príncipes, era feito a coroação oficial como herdeiros do trono. Para as princesas,era feito com o objetivo de encontrar um noivo para estas. Foi feito um grande banquete para encontrarem um noivo para Iris,
  • 3. unindo os dois reinos em uma grande festança. Em frente às coroas dos dois reinos, Arthur tomou coragem e falou: - Iris, te desejo todas as graças do mundo, e uma vida longa, que quero viver ao seu lado. Quer casar comigo? Pela primeira vez, Iris agiu com o coração e não o cérebro. - Sim Arthur, eu te amo. O Rei Sócrates não permitiu tanta insolência em seu reino - Só por cima do meu cadáver. - É isso que você deseja meu pai? – Disse Arthur. - Não ouse desafiar minha autoridade meu filho, eu já disse, vocês estão proibidos de casar. - Eu, Arthur Grings, o desafio para um duelo até a morte. Lembro como se fosse hoje, o momento em que todos no salão ficaram em silêncio, até a rainha dar a primeira palavra: - Não faca isso Sócrates, não aceite o duelo. - Minha honra nunca mais será a mesma se eu não o fizer minha dama, desculpe por isto. – E continuou – Eu, Sócrates Grings, aceito seu duelo. No dia que se seguiu, o reino inteiro ficou em choque, e em silêncio, um dos dois teria de morrer, rei ou príncipe. O duelo começaria ao nascer do sol, e todo o reino estaria lá para ver. Ao amanhecer, com o reino inteiro a esperar pela grande batalha, Arthur me chamou em seu quarto. - Sebastian, se eu morrer hoje, dê a Iris a vida de princesa que ela merece, cuide dela por mim, e honre minha memória. - Mas, senhor, como posso eu, sendo um simples servo, conceder seus desejos? - Apenas faça o necessário. Mas, se eu ganhar a batalha, esse reino terá uma nova vida, e tudo irá mudar. Neste momento, os guardas do castelo vieram chamá-lo. - Arthur, boa sorte!
  • 4. Desejei que essa luta nunca acontecesse, o reino não seria o mesmo, governado por príncipe, ou rei. Arthur seguiu até a arena de batalha, o futuro do reino agora dependia dele, era muita pressão para alguém com 20 anos, mas ele tinha de aguentar, tinha de seguir em frente, e ganhar aquela batalha. Chegando à arena, olhou seu pai nos olhos, e disse: - Quem um dia imaginou que eu teria coragem de te enfrentar. Pai, não sou o único que não suporta mais suas ordens, seus desejos, isto simplesmente tem que acabar. - Meu filho, depois desta batalha, o reino não será o mesmo, minha ordens ficarão ainda mais precisas, não quero mais filho algum meu relacionado com alguém do reino de Elioth. Mesmo este sendo seu fim, saiba que não te considero mais meu filho, filhos meus não andam com gente daquele maldito reino. - Pensei que éramos amigos de Elioth. - Não, apenas não quero mais guerra, mas aquelas pessoas um dia ainda irão desejar morrer. - Você não devia ter dito isto! Assim seguiu-se o maior duelo de toda a história de Woshi, o fim de um reinado, o começo de um novo. Pai e filho, lutando entre si. As espadas eram tão rápidas quanto uma bala de revólver, porém mais fatais. Lutavam com a agilidade de tigres, faíscas saltavam para todos os lados, ambos esperando para o golpe final. Sócrates deu um passo em falso, desviando de uma espadada certeira na cabeça, e caiu ao chão, Arthur apontou a espada para seu peito, e, com lágrimas escorrendo em seu rosto, disse: - Pai, eu não quero ter que te matar, apenas prometa que vai mudar seu jeito de governar. -Mas... - Prometa! -Sim, eu, Sócrates, prometo ser menos severo e governar melhor, visando um novo reino. Seus olhos encontraram os meus, a face brilhando por culpa das lágrimas, e continuou procurando por Iris na multidão. Não a encontrando, foi até a rainha, no salão real, e disse:
  • 5. - Mãe, não consigo encontrar minha esposa, onde está ela? Sophie, a rainha, não aguentou, desatou a chorar. - Meu filho, você quase matou seu pai, por uma garota.. - ELA NÃO É APENAS UMA GAROTA, MÃE! - Sim, você está certo meu filho, ela é uma garota morta. - O que? Mãe, com isso não se brinca. - Não estou brincando meu filho, ao saberem que Iris aceitou seu pedido, seus pais a mandaram para a guilhotina. - Eu.. não posso.. Eu nunca vi Arthur tão triste, normalmente era um cara de aparência alegre, sempre tinha um sorriso no rosto, mas naquele momento, todas essas qualidades sumiram junto com a cor do seu rosto. - E há mais uma coisa que você tem que saber, Arthur. O segredo mais sombrio, tanto de Washi, quanto de Elioth, mas só você deve descobrir. RETIREM-SE TODOS, AGORA! Saí, e me mantive de pé ao lado dos guardas e da porta, até que Arthur saiu da sala. Se isto fosse possível, diria que havia envelhecido anos em poucas horas, agora tinha um aspecto mais adulto, responsável, sua armadura de batalha, que ainda não havia despido, ressaltava isto. Arthur pediu que eu lhe acompanhasse até o topo da torre de vigia do castelo, eu fui, sem ter idéia de sua intenção. Quando chegamos ao topo da torre, um espaço amplo, com vista para o reino inteiro e reinos vizinhos, Arthur me disse : - O que minha mãe acabou de me contar, será um grande choque para você, quase tanto quanto foi para mim. Antes de meus pais se casarem, quando meu pai estava no início de seu reinado, ele teve um caso com Anne, a rainha de Elioth. Deste caso, que durou apenas algumas semanas, Anne ficou grávida de Iris. - Então você e ela.. - Sim, somos irmãos, mais isso nunca me impediu de a amar, nem vai impedir, a amarei até depois da morte.Sebastian, você é um dos poucos que sabe o quando eu amei aquela dama, ninguém mais pode sequer imaginar a imensidão de meus sentimentos , se algum dia sentires algo igual, não deixe que sua honra lhe cegue para o mundo, cuide dela como se fosse a ultima, se não o fazer, ela poderá ser.
  • 6. E caminhou até a ponta da torre, eu entendi o motivo da conversa ser na torre mais alta, olhou pra mim, seus olhos claramente me passaram a mensagem, e só eu podia o entender a ponto de não o julgar. Ele notou que eu tinha percebido a razão e me disse suas ultimas palavras: ’’ Amei como nunca tinha amado, nem jamais amarei um sentimento especial que é inexplicável, e uma perca de tempo tentar. Nossas vidas estavam ligadas, ao cortarem o laço da vida de Iris, conseqüentemente cortaram o meu, quero que meu irmão herde o trono, como tal merecedor, e quero que você seja servo do mesmo, e mais do que isso, o melhor amigo que ele possa ter, tal como foi a mim. Diga a todos que o amo muito e não deixarei de amá-la mesmo depois da morte. Peço desculpas se algum dia já te magoei Sebastian, e por todo meu egoísmo.’’ Os momentos que se seguiram passaram em câmera lenta, como se o mundo simplesmente estivesse rachando ao meio, e não estivesse mais no centro do universo, ou como se no fim do mar não houvesse mais monstros desconhecidos. Arthur iria se suicidar, então, contei a verdade. - Príncipe, sinto muito, mas tenho alguns segredos para lhe contar. - Então conte, não desperdice meu tempo. - Sim, então que seja. Vocês não são irmãos, eu sei disso porque meu pai era um velho amigo do seu, viu o nascimento de ambos. - Melhor assim, mas isso não a traz de volta. - E sobre isso, eu sabia que Íris estava sendo morta. - Mas, porque você não me contou? - Porque aceito o fim desce amor por um bem maior, um novo reino, justo e sem crueldade. - O reino não vai mais sofrer, mas você vai! Arthur desembanhou a espada e veio em minha direção . Eu estava desarmado e, assustado com o movimento brusco do príncipe, não calculei a distância que estava da ponta da torre e dei um passo para trás. Um passo em falso. Meu último passo. Arthur me observou cair por um tempo que não parecia ter fim. Ao menos em minha vida, havia feito algo bom. Um novo reino viria porque batalhei por isso, e Arthur um dia seria um bom rei. Eu sabia que minha vida acabava ali, e tive lembranças das coisas ruins que fiz, traí, menti... Estava apenas pagando por todos os meus erros. E então, simplesmente, tudo apagou.