O documento discute a sistemática e classificação de seres vivos. A sistemática procura classificar e relacionar organismos evolutivamente através de sistemas taxonômicos. A taxonomia organiza e nomeia seres vivos de acordo com similaridades. Vários sistemas de classificação foram propostos ao longo do tempo, culminando no sistema de cinco reinos de Whittaker baseado em critérios como tipo celular, organização e nutrição.
1. RESUMO - SISTEMÁTICA
Sistemática dos seres vivos
A sistemática é a ciência que procura classificar os diversos seres vivos
e relacioná-los evolutivamente, expressando-se em sistemas taxonómicos.
Para isso, reúne conhecimentos e dados de outras áreas.
A taxonomia, por sua vez, trata da ordenação e denominação dos seres
vivos, agrupando-os de acordo com o seu grau de semelhança. A taxonomia
pretende separar os organismos por espécies, descrevendo as características
que distinguem uma espécie da outra e ordenando as espécies por categorias
taxonómicas.
Por fim, a nomenclatura tem a função de designar cientificamente os
grupos taxonómicos, de acordo com certas regras universalmente
estabelecidas.
FIG.1-Sistema de classificação
Sistemas de classificação
Classificações práticas: agrupam seres vivos de acordo com a sua
utilidade para o Homem.
Classificações racionais: agrupam seres vivos de acordo com características.
Classificações horizontais: classificações estáticas, que tinham em
conta características estruturais e não tinham em conta o fator tempo.
Partiam do pressuposto da imutabilidade das espécies.
Classificações artificiais: baseiam-se numa, ou em
poucas características. Os grupos formados por elas são muito heterogéneos.
2. Taxonomia e nomenclatura
Os seres vivos são agrupados em dois grandes reinos, plantas e animais,
que se subdividem em categorias progressivamente de menor amplitude. Este
modo de ordenar os seres vivos numa série ascendente a partir da espécie
constitui um sistema hierárquico de classificação.
Nesta hierarquia das classificações biológicas, cada uma das categorias
taxonómicas designa-se por taxon (plural taxa). As sete categorias principais
de taxa são espécie, género, família, ordem, classe, filo e reino, além destas
categorias podem existir categorias intermédias com prefixos como super, sub
e infra. Para as plantas usa-se a designação Divisão, em vez de Filo.
A espécie é a unidade básica de classificação e representa um grupo
natural constituído pelo conjunto de indivíduos morfologicamente
semelhantes, que partilham o mesmo fundo genético, podem cruzar-se entre si,
originando descendência fértil.
Sistema de classificação de Lineu
A espécie é a unidade básica de classificação e representa um grupo
natural constituído por indivíduos isolados reprodutivamente dos indivíduos
de espécie diferente, mas que podem cruzar-se entre si, originando
descendentes férteis.
FIG.2-Sistema de classificação segundo Lineu
3. Regras básicas de nomenclatura
- Cada espécie é designada por dois termos em latim (nomenclatura
binomial) - ex: Homo sapiens, Canis vulgaris, Canis lupus, Felis catus, Lilium
candidum, Quercus robur, etc.
- O primeiro termo é o nome do género e começa por maiúscula; o
segundo é o restritivo específico e começa por minúscula.
- Quando se designa espécie é obrigatório referir os dois termos, que
devem ser sublinhados, quando manuscritos.
- O autor pode ser referido adiante da designação científica: Canis
vulgaris Linneu ou Canis vulgaris Linn. ou Canis vulgaris L.
- Uma subespécie é designada pelo nome da espécie seguido de um
terceiro termo – o restritivo subespecífico (nomenclatura trinomial).
Sistema de classificação de Whittaker
Sistema de classificação, apresentado em 1979 por Whittaker,
constituindo uma versão atualizada do sistema de classificação sugerido dez
anos antes pelo mesmo investigador. Segundo o próprio, o sistema inicial, em
que os seres vivos já eram agrupados em cinco reinos diferentes, Monera,
Protista, Fungi, Plantae e Animalia, apresentava algumas limitações.
O sistema de classificação de Whittaker modificado tem por base quatro
critérios fundamentais:
- tipo de célula, procariótica ou eucariótica;
- organização celular, unicelulares ou pluricelulares;
- tipo de nutrição, autotróficos (fotossintéticos ou quimiossintéticos) ou
heterotróficos (nutrição por ingestão ou absorção);
- interação nos ecossistemas, produtores, consumidores
(macroconsumidores ou microconsumidores) ou decompositores.
4. FIG.3-Classificação em cinco reinos segundo Whittaker
Evolução dos sistemas de classificação
FIG.4-Evolução do sistema de lineu para Haeckel
5. FIG.5-Evolução
do sistema de
Copeland para o
de Wittaker
Sistema de Lineu
Neste sistema de classificação o reino plantae abrange uma grande
diversidade de organismos: seres vivos fotossintéticos, bactérias e fungos. O
reino Animalia abrange seres não fotossintéticos que obtêm os alimentos por
ingestão, ou seja, seres heterotróficos. Incluem também seres unicelulares e
multicelulares.
Sistema de Haeckel
O terceiro reino é o reino protista que inclui formas mais primitivas como
as bactérias, protozoários e fungos
Sistema de Copeland
Copeland acrescentou mais um reino, o reino Monera que inclui seres
procariontes, surgindo assim o sistema de classificação de quatro reinos.
Sistema de Whittaker
Por fim, Whittaker propôs o quinto reino, onde só os fungos pertenceram.
Este sistema era coerente quer com o registo fóssil quer com dados recentes.