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SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO I | CONTEXTUALISTA
• Cidadania no mundo globalizado.
• Finalidades da educação.
Paulo FREIRE | Edgar MORIN | Antoni ZABALA | Isabel ALARCÃO | Milton SANTOS | José Carlos LIBÂNEO | Guacira Lopes LOURO
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA | Paulo FREIRE
A formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativa em favor da AUTONOMIA do
educando é o ponto central desta obra. É necessário que o formando, desde o início de sua experiência
formadora, assuma-se como SUJEITO também da produção do saber, criando possibilidades para
a sua construção.
1. NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA:
Ensinar exige rigorosidade metódica
Ensinar exige pesquisa
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
Ensinar exige criticidade
Ensinar exige estética e ética
Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo
Ensinar exige risco, aceitação do novo, e rejeição a qualquer forma de discriminação
Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural
2. ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO:
Ensinar exige consciência do inacabamento
Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
Ensinar exige respeito da autonomia do ser do educando
Ensinar exige bom senso
Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos educadores
Ensinar exige apreensão da realidade
Ensinar exige alegria e esperança
Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível
Ensinar exige curiosidade
3. ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA:
Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade
Ensinar exige comprometimento
Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
Ensinar exige liberdade e autoridade
Ensinar exige tomada consciente de decisões
Ensinar exige saber escutar
Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica
Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
Ensinar exige querer bem os educando
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
A educação parte de uma concepção PROBLEMATIZADORA, na qual o conhecimento resultante é
CRÍTICO e REFLEXIVO. Nesta perspectiva, a educação é um ato político; sendo o ensino muito
mais que uma profissão, que exige comprovados saberes em seu processo.
CONCEPÇÃO DE CIDADANIA
Educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política.
A educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas
para o exercício da cidadania. A cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos
pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição da República.
A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma
reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte
da população.
A cidadania é a condição social que confere a uma pessoa o usufruto de direitos que lhe permitem participar da
vida política e social da comunidade no interior da qual está inserida. A esse indivíduo que pode vivenciar tais
direitos chamamos de cidadão. Ser cidadão, nessa perspectiva, é respeitar e participar das decisões coletivas a
fim de melhorar sua vida e a da sua comunidade. O desrespeito a tais direitos por parte do Estado, de Instituições
ou pessoas, gera exclusão, marginalização e violência.
Somente quando cada homem tiver seus direitos efetivados e sua DIGNIDADE reconhecida e protegida que
poderemos dizer que vivemos numa sociedade justa. Até porque sem o princípio de justiça não pode haver sociedade,
pois nela deixariam de existir a confiança e o respeito mútuo entre os indivíduos. A justiça é a maneira de se
reconhecer que todos são iguais perante a lei (IGUALDADE) e que todos devem receber de acordo com seus
méritos, qualidades e realizações (EQUIDADE). A justiça é, desse modo, representada pelos princípios de igualdade
e equidade.
DIGNIDADE
Uma educação que objetiva a formação integral da pessoa em sua dignidade deve ser construída com princípios
e valores de uma vida cidadão com respeito às diferenças e singularidades de: raça/etnia, gênero, geração,
regionalidade e formação ética/religiosa, lutando contra toda espécie de preconceito e discriminação que gera
exclusão.
DIALOGICIDADE
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. O diálogo assumido
numa perspectiva freiriana, vai muito além da conversa entre duas pessoas, onde uma ouve e escuta e depois fala
enquanto a outra espera sua vez para ter a palavra. Para Freire não há conhecimento sem dialogicidade. Dialogar
fazse necessário para que a sala de aula constitua-se num cenário próprio para a produção do conhecimento.
Freire vai além, ao afirmar que a dialogicidade não é uma possibilidade é uma necessidade sem a qual não pode
haver conhecimento. Nessa perspectiva ensinar através do diálogo é um ato que deve fazer parte da construção
da práxis do professor. A dialogicidade faz parte de todo processo de aprendizagem, não apenas no âmbito
professor e aluno, como o caso de professores e professores e entre áreas do conhecimento.
AUTONOMIA
Para Freire, é uma contradição um ser consciente de seu inacabamento não buscar o futuro com esperança, não
sonhar com a transformação, enfim, não buscar a construção de um mundo onde todos possam realizar-se com
autonomia. Dizer que a educação vai suprimir todas as injustiças, opressões, e assim mudar completamente a
sociedade suprimindo todas heteronomias, é ingenuidade, da mesma forma que dizer que a educação não pode
realizar mudança alguma. Temos que estar conscientes do nosso condicionamento, mas não somos determinados, há
possibilidade da transformação. Uma educação que vise formar para a autonomia deve encarar o futuro como
problema e não como inexorabilidade, a História como possibilidade e não como determinação. O mundo não
apenas é, ele está sendo, o papel dos homens no mundo é de quem constata e intervém. A constatação só faz
sentido se eu não apenas me adaptar, mas tentar mudar, intervir na realidade. A conquista do poder de ser
autônomo exige a transformação das condições heterônomas que o limitam. Por isso, é preciso que a compreensão
do futuro como problema, que a vocação para ser mais em processo de estar sendo, sejam fundamentos para a
rebeldia de quem não aceita as injustiças do mundo. A autonomia encerra em si certa rebeldia, na medida que
implica a não aceitação passiva e acrítica do mundo. Para que as condições concretas que limitam a autonomia
sejam transformadas, é preciso reinventar o mundo de hoje e a educação é indispensável nessa reinvenção. Essa
reinvenção do mundo exige comprometimento.
Crítica à “EDUCAÇÃO BANCÁRIA”
Freire, ao longo de sua vida, mostrou-se crítico em relação à educação que não transforma, que não
busca interagir com os problemas da sociedade, ou seja, a chamada educação bancária, na qual o
professor só “deposita” conhecimento e o aluno arquiva-os.
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SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO I | CONTEXTUALISTA
• Cidadania no mundo globalizado.
• Finalidades da educação.
Paulo FREIRE | Edgar MORIN | Antoni ZABALA | Isabel ALARCÃO | Milton SANTOS | José Carlos LIBÂNEO | Guacira Lopes LOURO
FINALIDADES DA EDUCAÇÃO
Segundo Antoni ZABALA, se “a finalidade do sistema educativo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa para dar respostas
aos problemas que a vida em sociedade coloca, os conteúdos escolares devem ser selecionados com critérios que respondam a tais exigências,
o que comporta uma organização que depende mais da potencialidade explicativa de contextos globais do que a que vem determinada por
modelos parcializados em disciplinas. Ao mesmo tempo, o conhecimento científico sobre as características dos processos de aprendizagem
reforça a necessidade de utilizar formas de organização dos conteúdos que promovam o maior grau de significação nas aprendizagens, o que
implica em modelos integradores nos quais os diferentes conteúdos possam ser situados e relacionados em estruturas complexas de pensamento.
E, do próprio âmbito das ciências, vimos a necessidade de potencializar modelos explicativos que superem a extrema subdivisão do saber”.
Finalidades da EDUCAÇÃO Desenvolvimento de todas as
capacidades necessárias para
uma vida digna e cidadã
• Cognitivas
• Afetivas/Emocionais
• Interacionais
• Operativas
Uma cabeça bem-feita / crítica / responsável / autônoma
CONHECIMENTO PERTINENTE
A escola, todos os nossos saberes, dos nossos alunos e da comunidade
educativa, precisa ser pensado em busca de um conhecimento que
vise à autonomia e que aponte os desafios de interpretar nossa
realidade. O mundo, prenhe de tanta riqueza informativa, precisa
urgentemente do poder clarificador do conhecimento: só pensamento
pode organizar o conhecimento. Para conhecer, é preciso pensar: só
uma cabeça bem-feita é a que é capaz de transformar a informação
em um conhecimento pertinente.
[...] o Conhecimento pertinente é o que é capaz de situar qualquer
informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está
inscrita. Podemos dizer até que o conhecimento progride não tanto
por sofisticação, formalização e abstração, mas, principalmente,
pela capacidade de contextualizar e englobar. (Edgar MORIN)
Assumimos, como fundamental, a compreensão entendida como
conhecimento pertinente, como a capacidade de perceber os objetos,
as pessoas, os acontecimentos e as relações que entre todos se
estabelecem. (Isabel ALARCÃO)“Uma cabeça bem-feita” significa que, em vez de acumular o saber, é mais
importante dispor ao mesmo tempo de:
- uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas;
- princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”.
Edgar MORIN Necessidade de superar:
• Reducionismos;
• Extrema subdivisão do conhecimento;
• Informação tratada como “conhecimento”.
Reforma do PENSAMENTOCOMPLEXIDADEEnfoque GLOBALIZADOR
Como Antoni ZABALA define complexidade e enfoque globalizador?
Da determinação das finalidades educativas, do conhecimento dos processos de aprendizagem e da própria evolução da ciência, podemos chegar à conclusão de que a organização dos conteúdos deve
permitir o estudo de uma realidade que sempre é complexa e em cuja aprendizagem é preciso estabelecer o máximo de relações possíveis entre os diferentes conteúdos que são aprendidos para potencializar
sua capacidade explicativa. Se nos fixamos nessas condições, podemos concluir que a melhor forma de ensinar consiste em utilizar metodologias globalizadas. (...) Ser capazes de compreender e intervir na
realidade comporta dispor de instrumentos cognoscitivos que permitam lidar com a complexidade: modelos de conhecimento e de atuação desde um pensamento para a complexidade e desde a complexidade.
O enfoque globalizador oferecer aos alunos os meios para compreender e atuar na complexidade. Parte da ideia de que somente é possível dar resposta aos problemas complexos com um pensamento global
capaz de construir formas de aproximação com a realidade que superem as limitações procedentes de algumas disciplinas extremamente compartimentadas. Somente é possível atuar na complexidade
quando se é capaz de utilizar os diferentes instrumentos de conhecimento existentes de maneira inter-relacionada. O enfoque globalizador pretende desenvolver no aluno e na aluna um pensamento complexo
que lhe permita identificar o alcance de cada um dos problemas que lhe coloca a intervenção na realidade e escolher os diferentes campos do saber que, independentemente de sua procedência,
relacionando-os ou integrando-os, ajudem-no a resolvê-los.
CONHECIMENTO
• Senso científico: teoria x prática;
• Conhecimentos pré-apropriados;
- COGNIÇÃO -
~ Espaço escolar ~
Espaço público = coletivo.
CONHECIMENTO PERTINENTE
• Mobilização das teorias e práticas;
• Apropriação;
• Conhecimento como agente de emancipação social;
• Atuação no contexto e na realidade;
• Entendimento, clarificação, inter-relação;
• Globalização dos saberes.
- Mobilização de capacidades e competências -
INFORMAÇÃO
• Senso comum;
• Pré-conceitos;
- CURIOSIDADE -
~ Informação não é conhecimento. ~
Dados não mobilizados. Trabalhados como
“conhecimento”, “verdade” pelos grupos dominantes.
Processo DIALÉTICO
SUPERAÇÃO - DESENVOLVIMENTO - CLARIFICAÇÃO - PROBLEMATIZAÇÃO - DIÁLOGO - ESCLARECIMENTO - EMANCIPAÇÃO - APRENDIZAGEM
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QUADRO-RESUMO | MÓDULO II | EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
• Desenvolvimento e crise ambiental: O dilema da sociedade moderna.
• Questão ambiental e política internacional: Posicionamentos e divergências.
• Desenvolvimento e Sustentabilidade: caminho possível? Os Problemas Ambientais de dimensão global.
• A biodiversidade brasileira: as diferenças culturais, econômicas, miscigenação e a diversidade territorial.
• A linguagem e os códigos cartográficos.
Milton SANTOS | Paulo FREIRE | Jose Carlos LIBÂNEO
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Segundo Milton Santos, a globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista.
Falar em capitalismo contemporâneo é aceitar que o mundo atual presencia um novo tipo de visão de desenvolvimento, diferente do que foi verificado nos processos históricos precedentes. E o que diferencia o
momento atual dos anteriores são as profundas transformações que ocorreram no processo, ou padrão, de valorização do capital nas últimas décadas.
Estas mudanças são verificadas nos mais diversos âmbitos da sociedade, e são consequências de uma série de fenômenos altamente inter-relacionados, tais como a reestruturação produtiva, a globalização e a
mundialização das economias, o fim da experiência histórica dos países antes socialistas e os diversos elementos específicos de cada país, que têm suas próprias dinâmicas, que filtram tais variáveis a depender
de seus ambientes políticos, econômicos e sociais diversos, e que, sem dúvida alguma, impactam sobre suas relações sociais de várias maneiras.
“Globalização”: processo de integração econômica sob a égide do neoliberalismo, caraterizado pelo predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos mercados, pelas privatizações das empresas
estatais, e pelo abandono do Estado de bem-estar social.
Antes de ser uma ‘fatalidade’, a insustentabilidade é uma realidade historicamente constituída, criando uma cultura dos desperdícios e da aceitação de desigualdades de toda a ordem. Entretanto, para entendermos
como chegamos aos problemas atuais, devemos entender os conceitos de desenvolvimento que estão por trás e dá fundamento a lógica produtiva que sustenta a globalização.
A globalização, pensada a partir de uma lógica de controle onde os aspectos econômicos submetem todos os demais, logrou construir um pretenso modelo técnico único, sobrepondo tudo e todos ao
imaginário de um desenvolvimento predatório, a fim de criar condições de um desenvolvimento insustentável. Agora, quando os problemas se avolumam e não podem ser mais negados, o mesmo sistema
ideológico que justifica o processo de globalização, ajudando a considerá-lo como o único caminho histórico, acaba, também, por impor uma certa visão da crise e a aceitação dos remédios sugeridos. Em
virtude disso, todos os países, lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal “crise” fosse a mesma para todos e como se a receita para afastá-la devesse ser geralmente
a mesma. Mas a única crise que se deseja afastar é a crise financeira, não qualquer outra. Aí está, na verdade, uma causa para maior aprofundamento da crise real - econômica, social, política, moral - que
caracteriza o nosso tempo.
CAPITALISMO
Sistema econômico baseado na
maximiza dos lucros e
separação das pessoas em
classes sociais bem distintas.
Gera uma cultura liberal ou
neoliberal baseada na
diferença “natural” dos humanos
a partir de aspectos econômicos.
DESENVOLVIMENTO e INSUSTENTABILIDADE
Baseada em contexto eminentemente econômico, baseado
em um consumismo desenfreado, ‘regado’ com abundantes
energias não renováveis como, por exemplo, os combustíveis
fósseis, a globalização acirrou uma cultura de
insustentabilidade, ampliando, consideravelmente, os
problemas ambientais que vivenciamos nos dias atuais.
GLOBALIZAÇÃO
Processo atual do Capitalismo internacional que visa implantar ideologicamente uma
visão de desenvolvimento econômico, social, político, cultural e ambiental voltado para
o uso dos recursos naturais para a ampliação dos lucros de uma parte da sociedade.
Características:
• Predominância dos aspectos econômicos sobre todos os demais;
• Consumismo;
• Desejo de instantaneidade;
• Concentração de grupos e interesses econômicos e financeiros;
• Ampliação do poder dos meios de comunicação que explorar informações como se
fossem conhecimentos;
• Menosprezo por princípios, valores e diversidade cultural. CRISE AMBIENTAL
- Esgotamento de recursos naturais;
- Problemas ambientais: aquecimento global, poluição,
contaminação das águas, doenças, epidemias etc;
- Concentração de uso dos recursos para uma parte da população.
CRISE DE VALORES
• O centro de interesse da sociedade passa a ser a obtenção de
mais recursos financeiros para a sensação de realização de
consumo. Princípios e valores baseados na formação da
dignidade e caráter humanos passam a considerados secundários,
“fora de moda”. A educação perde seu sentido de clarificador
de informações que são recebidas passivamente como “verdades”
induscutíveis e aceitas como se “conhecimento” fosse.
SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO II | EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
• Desenvolvimento e crise ambiental: O dilema da sociedade moderna.
• Questão ambiental e política internacional: Posicionamentos e divergências.
• Desenvolvimento e Sustentabilidade: caminho possível? Os Problemas Ambientais de dimensão global.
• A biodiversidade brasileira: as diferenças culturais, econômicas, miscigenação e a diversidade territorial.
• A linguagem e os códigos cartográficos.
Milton SANTOS | Paulo FREIRE | Jose Carlos LIBÂNEO
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POR UMA OUTRA “GLOBALIZAÇÃO”
Milton Santos fala da necessidade de construirmos uma outra cultura de munialização
da diversidade econômica, social. política e cultural baseados na aceitação da
diversidade e na ampliação de conhecimento de trocas.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz
de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender
as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos
para o futuro; que busca inclusão e não exclusão.
CULTURA DE RESPEITO À DIVERSIDADE
Neste sentido, a diversidade não é entendida como um “problema” que exige a
homogeinização (tornar todos e tudo igual, “neutro”, branco) mas é o centro de um
novo desenvimento radicado na evolução humana base na educação e construção do
conhecimento.
BIODIVERSIDADE AMBIENTAL E CULTURAL
A biodiversidade e a diversidade territorial formada pela miscigenação de diversos
povos no Brasil formou uma cultura singular no nosso País. Apesar das desigualdades
de toda ordem, a riqueza cultural e natural legou um nação com condições materiais
e imateriais para desenvolver uma outra globalização, resultado da integração
de povos e etnias sob a dimensão de sustentabilidade e vida digna para todos.
POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental contribui na formação humana:
• levando os alunos a refletirem sobre as questões do ambiente no sentido
de que as relações do ser humano com a natureza e com as pessoas
assegurem uma qualidade de vida no futuro, diferente do atual modelo
economicista de progresso;
• educando as crianças e jovens para proteger, conservar e preservar
espécies, o ecossistema e o planeta como um todo;
• ensinando a promover o autoconhecimento, o conhecimento do universo,
a integração com a natureza;
• introduzindo a ética da valorização e do respeito à diversidade das
culturas, às diferenças entre as pessoas, pois os seres humanos estão
incluídos no conceito de natureza;
• empenhando os alunos no fortalecimento da democracia, da cidadania,
das formas comunitárias de discutir e resolver problemas, da educação
popular;
• levando a tomadas de posições sobre a conservação da biodiversidade,
contra o modelo capitalista de economia que gera sociedades
individualistas, exploradoras e depredadoras da natureza biofísica e
da natureza humana.
A educação ambiental não pode ser apenas uma tarefa da escola, ela
envolve ações práticas que dizem respeito ao nosso comportamento nos
vários ambientes (na família, na escola, na cidade, na empresa etc.). Ao
mesmo tempo em que se precisa conhecer mais a respeito da natureza e
mudar nossa relação com ela, é preciso articular ações individuais com
medidas mais gerais. As pessoas precisam ser convencidas ase engajar
em campanhas para a coleta seletiva do lixo, a adquirir o hábito de não
jogar coisas na roa, a não mutilar a natureza, a lutar contra a poluição
ambiental etc. Um outro sentido da atitude ecológica é o de recusar um
conceito de progresso baseado na capacidade de possuir mais objetos e
bens de consumo, assumindo uma visão de vida baseada mais na relação
com a natureza e as pessoas do que com os objetos. (LIBÂNEO)
SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO III | ESCOLA INCLUSIVA E MULTICULTURAL
• Educação e diversidade sociocultural.
• A inclusão da pessoa com deficiência.
Rosita Endler CARVALHO| Luiz GONÇALVES e Pedronilha SILVA | Paulo FREIRE | Milton SANTOS | Guacira Lopes LOURO | Kabengele MUNANGA e Nilma GOMES
POR UMA EDUCAÇÃO MULTI E INTERCULTURAL
A educação multicultural vem em auxílio do professor para melhor desempenhar sua tarefa de falar ao aluno concreto Ela valoriza a perspectiva do aluno, abrindo o sistema escolar e construindo um currículo
mais próximo da sua realidade cultural (GADOTTI). As ideias multiculturalistas discutem como podemos entender e até resolver os problemas gerados pela heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica,
racial, comportamental, econômica, já que teremos que conviver de alguma maneira. A política do reconhecimento e as várias concepções de multiculturalismo nos ensinam que é necessário que seja admitida
a diferença na relação com o outro. Isto quer dizer tolerar e conviver com aquele que não é como eu sou e não vive como eu vivo, e o seu modo de ser não pode significar que o outro deva ter menos
oportunidades, menos atenção e recursos. O entendimento é que a escola como espaço público deve exercitar e ser sinal da diferença e construção da cidadania e da democracia.
LIBÂNEO vai além:
Para o Professor, a idéia de educação intercultural, que se projeta num currículo intercultural, está assentada no princípio pedagógico mais amplo: o acolhimento da diversidade, isto é, o reconhecimento dos
outros como sujeitos de sua individualidade, portadores de uma identidade cultural própria. Acolher a diversidade é a primeira referência para a luta pelos direitos humanos. A presença da diversidade
humana na sociedade resulta na transversalidade de culturas, no sentido de que toda cultura é plural. Uma prática, um comportamento intercultural, significa reconhecer o pluralismo cultural, aceitar a presença
de várias culturas e desenvolver hábitos mentais e atitude de abertura e diálogo com essas culturas.
MULTICULTURALISMO
Consciência que a sociedade é diversa.
EDUCAÇÃO INTERCULTURAL
Baseada no acolhimento da diversidade e reconhecimentos das pessoas
como sujeitos de sua individualidade, portadores de uma identidade
cultural própria.
DIREITOS HUMANOS
TRANSVERSALIDADE
DE CULTURAS
PLURALISMO
CULTURAL
DIÁLOGO
INTERAÇÃO
RESPEITO
De fato, professores e alunos convivem com uma pluralidade crescente de pessoas e grupos sociais. Vem aumentando a interação entre pessoas de diferentes
lugares, em boa parte por causa da intensificação da migração decorrente do aumento das desigualdades, da pobreza, da falta de terra. Com isso, as crianças
nas escolas convivem com pessoas diferentes, às vezes com culturas e costumes diferentes, diferentes etnias e diferentes linguagens. Uma educação intercultural
requer que as decisões da equipe escolar sobre objetivos escolares e organização curricular reflitam os interesses e necessidades formativas dos diversos grupos
sociais existentes na escola (a cultura popular, o urbano e o rural, a cultura dos jovens, a cultura de homens e mulheres, de brancos e negros, das minorias
étnicas, dos alunos com necessidades especiais).
Assumir o objetivo da educação intercultural não significa reduzir o currículo aos interesses dos vários grupos culturais que freqüentam a escola. O que se
propõe é que, com base em uma atitude coletiva definida pela escola no sentido de um pluralismo cultural - uma visão aberta e plural em relação às culturas
existentes na sociedade e na comunidade-, seja formulada uma proposta curricular que incorpore essa visão intercultural.
EQUIDADE
ATITUDE COLETIVA
CONHECIMENTO
PERTINENTE
“Ensinar exige rejeição a qualquer forma de discriminação e o reconhecimento e a assunção da identidade cultural” (FREIRE)
• RACIAL/ÉTNICA
• GERACIONAL
• ORIENTAÇÃO SEXUAL
• SITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA
• GÊNERO
As desigualdades se estabelecem não na diferença biológica mas sim nos arranjos sociais, na história, nas condições de acesso aos recursos da
sociedade, nas formas de representação. É no âmbito das relações sociais que se constroem os gêneros. Transformações são inerentes à história
e à cultura, mas, nos últimos tempos, elas parecem ter se tornado mais visíveis ou ter se acelerado. Proliferaram vozes e verdades. Novos saberes,
novas técnicas, novos comportamentos, novas formas de relacionamento e novos estilos de vida foram postos em ação e tornaram evidente uma
diversidade cultural que não parecia existir. Cada vez mais perturbadoras, essas transformações passaram a intervir em setores que haviam
sido, por muito tempo, considerados imutáveis, trans-históricos e universais. (Guacira Lopes LOURO)
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SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO III | ESCOLA INCLUSIVA E MULTICULTURAL
• Educação e diversidade sociocultural.
• A inclusão da pessoa com deficiência.
Rosita Endler CARVALHO| Luiz GONÇALVES e Pedronilha SILVA | Paulo FREIRE | Milton SANTOS | Guacira Lopes LOURO | Kabengele MUNANGA e Nilma GOMES
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POR UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A inclusão educacional tem ocupado significativo espaço de reflexões em todo o mundo, particularmente a partir da década de 1990. Deve ser entendida como
princípio (um valor) e como processo contínuo e permanente. Não deve ser concebida como um preceito administrativo, dado a priori, que leva a estabelecer
datas, a partir das quais as escolas passam a ter o status de inclusivas, em obediência à hierarquia do poder ou a pressões ideológicas.
O princípio geral é o da igualdade de direitos a oportunidades isto é, ao direito igual de cada um de ingressar na escola e, nela, exercitar sua cidadania,
aprendendo e participando. Na medida em que, atendendo a todos e a cada um, buscamos aprimorar as respostas educativas de nossas escolas, de modo que
o direito de todos à educação não fique, apenas, como retórica e se efetive na prática, agimos em consonância com o princípio da igualdade de oportunidades.
Mas, será que devemos entender ‘igualdade de oportunidades’ como sinônimo de ‘oportunidades iguais’ (as mesmas), para todos?
Sujeitos da inclusão devem ser identificados dentre aqueles que não têm acesso aos bens e serviços histórica e socialmente disponíveis. Infelizmente estamos nos
referindo a uma considerável parcela de nossa população. Inúmeros alunos com dificuldades de aprendizagem podem ser considerados em situação de deficiência
decorrente de condições sociais e econômicas adversas, bloqueadoras de seu pleno desenvolvimento, mesmo sem apresentarem perturbações no nível biológico
como cegueira, surdez, retardo mental, paralisia cerebral, por exemplo.
A discussão sobre educação inclusiva impõe reflexões acerca dos seguintes temas:
• o futuro da educação especial, em consonância com a política mundial de educação para todos;
• os desafios enfrentados pelas escolas regulares para que assumam e pratiquem a orientação inclusiva em suas culturas, políticas e práticas;
• as estratégias de alavancagem para mover um sistema educacional numa direção inclusiva.
As estratégias de alavancagem para mover um sistema educacional numa direção inclusiva leva-nos a pensar nos princípios que embasam a política educacional
adotada e nas formas de administração consideradas como eficazes.
INCLUSÃO
Princípio e processo contínuo e permanente
ESCOLA INCLUSIVA
Igualdade de direitos a oportunidades para todos, em especial para
aqueles que estão em processos de exclusão social, de “desigualação”.
SUJEITOS DA INCLUSÃO
• Alunos com dificuldades de aprendizagem;
• Alunos em situação de deficiênciac, om transtornos
globais do desenvolvimento e com altas habilidades
ou superdotação.;
• Alunos excluídos do sistema educativo por questões
étnico/raciais, econômicas, religiosas, culturais,
sexuais.
MARCOS LEGAIS
• Declaração de Salamanca ONU (1994); CF (1988); LDB (1996); PCNs, DCNs; Decreto Federal n.º 7.611, de 17 de novembro de 2011.
PRINCÍPIOS E VALORES
DIRETRIZES LEGAIS
• garantia de um sistema educacional inclusivo
em todos os níveis, sem discriminação e com
base na igualdade de oportunidades;
• aprendizado ao longo de toda a vida;
• não exclusão do sistema educacional geral
sob alegação de deficiência;
• garantia de ensino fundamental gratuito e
compulsório, asseguradas adaptações
razoáveis de acordo com as necessidades
individuais;
• oferta de apoio necessário, no âmbito do
sistema educacional geral, com vistas a
facilitar sua efetiva educação;
• adoção de medidas de apoio
individualizadas e efetivas, em ambientes
que maximizem o desenvolvimento
acadêmico e social, de acordo com a meta
de inclusão plena;
• oferta de educação especial prefe-
rencialmente na rede regular de ensino; e
• apoio técnico e financeiro pelo Poder Público
às instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial.
ESTRATÉGICAS DE ALAVANCAGEM
APRENDIZAGEM
Os princípios e valores que embasam as políticas educacionais constituem a base axiológica que move os formuladores de política. Se democráticos e centrados na aprendizagem em vez do ensino, os princípios serão
verdadeiras alavancas que fazem sair da retórica para a prática, na medida em que o que está previsto nos objetivos, passa a acontecer, de fato.
Uma verdadeira escola inclusiva não pode cair no risco do moralismo abstrato e nem da retórica política. O processo é complexo, lento e sofrido, mas é possível melhorar as escolas que temos. É possível reverter os
quadros do fracasso escolar evidentes nas estatísticas educacionais brasileiras. É possível remover barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos os alunos (inclusive dos que estão em situação de
deficiência), desde que haja vontade política, gerenciamento e lideranças competentes e convencidas, além de professores qualificados em sua formação inicial e continuada. (Rosita CARVALHO)
Foco e centro:
Desafios:
SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO IV | FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E O COTIDIANO ESCOLAR
• A experiência social dos alunos e o cotidiano.
• O cotidiano escolar: A construção de valores de uma vida cidadã que possibilita aprender e socializar saberes, desenvolver atitudes cooperativas, solidárias e responsáveis.
• A ação coletiva e o diálogo com a comunidade educativa como fator de fortalecimento institucional para a promoção da cidadania.
• A construção coletiva da proposta pedagógica da escola: demandas sociais, das características multiculturais e das expectativas dos alunos e dos pais, como fator de aperfeiçoamento
da prática docente e da gestão escolar.
• A prática docente e a gestão escolar como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo.
• Gestão Escolar para o sucesso do ensino e da aprendizagem.
SACRISTÁN e GOMEZ| Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Lino MACEDO | Telma WEISZ | Paulo FREIRE |
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A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: a experiência dos alunos e o cotidiano
A espécie humana, constituída biologicamente como tal, elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas, códigos de comunicação e convivência como mecanismos imprescindíveis para a sobrevivência dos
grupos e da espécie. Paralelamente, e posto que as aquisições adaptativas da espécie às peculiaridades do meio não se fixam biologicamente nem se transmitem através da herança genética, os grupos
humanos põem em andamento mecanismos e sistemas externos de transmissão para garantir a sobrevivência nas novas gerações de suas conquistas históricas. Este processo de aquisição por parte das novas
gerações das conquistas sociais — processo de socialização — costuma denominar-se genericamente como processo de educação. (SACRISTÁN)
Como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo, o que implica além do conhecimento dos conteúdos, um esforço de reprodução ou desmascaramento da
ideologia dominante. Neutra em relação à ideologia dominante a educação não pode ser (FREIRE)
REPRODUÇÃO TRANSFORMAÇÃOX
CONTRADIÇÃO
Método
DIALÉTICO
• Ideologia dominante;
• Manutenção do status quo;
• Professor como transmissor de
“verdades” absolutas, prescindindo do
cotidiano escolar como contexto para
sua prática educativa;
• Papel da escola: exclusivamente
seletiva e propedêutica, separando os
“melhores” para a continuidade escolar.
Classificação = Exclusão
• Pensamento crítico;
• Presença do professor no cotidiano escolar
como mobilizador, construindo competências
de comparar, analisar, avaliar, decidir,
escolher e romper;
• Papel da escola: partindo de uma
educação problematizado que vise
autonomia e emancipação, a partir da
realidade para compreendê-la, intervir e
transformar, mobilizando todas as
capacidades necessárias.
MEDIAÇÃO | Emancipação = INCLUSÃO
[...] o objetivo da escola será o de conseguir que o conhecimento cotidiano seja o mais eficaz
possível para dar resposta aos problemas que a vida em sociedade coloca para as pessoas.
A função da escola será a de melhorar, aprofundar e ampliar esse conhecimento, a partir
de um processo de construção de um conhecimento cada vez mais elaborado, em que o
conhecimento científico será mais ou menos relevante, em função de sua capacidade na
melhora do conhecimento “cotidiano”.
Por esse motivo, o papel da escola deverá consistir na reconstrução, na reelaboração e na
ampliação dessas estruturas ou do conhecimento cotidiano, por meio de um currículo ou
conhecimento escolar, formado por todos os conteúdos da aprendizagem que se relacionam
com a visão que temos do que é um conhecimento apropriado para as finalidades educativas
a que nos propusemos e, por conseguinte, com a visão ou ideal de cidadão ou cidadã.
(Antoni ZABALA)
COTIDIANO ESCOLAR
Os valores e princípios de uma
vida cidadã são construídos no
cotidiano escolar, considerando
as experiências sociais
acumuladas de cada aluno e
seu contexto social. Criando um
ambiente escolar acolhedor e
ao mesmo tempo crítico dos
problemas da realidade,
estamos preparando nossos
alunos para uma vivência e
prática cidadão e aberto a
novas aprendizagens e
práticas solidárias.
SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/
QUADRO-RESUMO | MÓDULO IV | FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E O COTIDIANO ESCOLAR
• A experiência social dos alunos e o cotidiano.
• O cotidiano escolar: A construção de valores de uma vida cidadã que possibilita aprender e socializar saberes, desenvolver atitudes cooperativas, solidárias e responsáveis.
• A ação coletiva e o diálogo com a comunidade educativa como fator de fortalecimento institucional para a promoção da cidadania.
• A construção coletiva da proposta pedagógica da escola: demandas sociais, das características multiculturais e das expectativas dos alunos e dos pais, como fator de aperfeiçoamento
da prática docente e da gestão escolar.
• A prática docente e a gestão escolar como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo.
• Gestão Escolar para o sucesso do ensino e da aprendizagem.
SACRISTÁN e GOMEZ| Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Lino MACEDO | Telma WEISZ | Paulo FREIRE |
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A AÇÃO COLETIVA E O DIÁLOGO: centro de nossas atuações e prática no ensino-aprendizagem
Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
[...] Me sinto seguro porque não há razão para me envergonhar por desconhecer algo. Testemunhar a abertura aos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios, são saberes
necessários à prática educativa. Viver a abertura respeitosa aos outros e, de quando em vez, de acordo com o momento, tomar a própria prática de abertura ao outro como objetivo da
reflexão crítica deveria fazer parte da aventura docente. A razão ética da abertura, seu fundamento político sua referência pedagógica; a boniteza que há nela como viabilidade do
diálogo. A experiência da abertura como experiência fundante do ser inacabado que terminou por se saber inacabado. Seria impossível saber-se inacabado e não se abrir ao mundo
e aos outros à procura de explicação, de respostas a múltiplas perguntas. O fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da incompletude [...]
(Paulo FREIRE)
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA
Cabe à escola suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo
ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas
do indivíduo e estrutura do ambiente. (LIBÂNEO)
A LDB buscou preservar, no seu art. 26, a autonomia da proposta pedagógica dos sistemas e das unidades escolares
para contextualizar os conteúdos curriculares de acordo com as características regionais, locais e da vida dos seus alunos;
assim entendida, a parte diversificada é uma dimensão do currículo, e a contextualização pode ser a forma de organizá-
la sem criar divórcio ou dualidade com a Base Nacional Comum.
A proposta pedagógica deve refletir o melhor equacionamento possível entre recursos humanos, financeiros, técnicos,
didáticos e físicos, para garantir tempos, espaços, situações de interação, formas de organização da aprendizagem e
de inserção da escola no seu ambiente social, que promovam a aquisição dos conhecimentos, competências e valores
previstos na lei, apresentados nestas diretrizes, e constantes da sua proposta pedagógica. (PCNs)
A PRÁTICA DOCENTE REFLEXIVA COMO FATOR DE
APERFEIÇOAMENTO DO TRABALHO COLETIVO
Criar, estruturar e dinamizar situações de aprendizagem e estimular a aprendizagem e a
autoconfiança nas capacidades individuais para apreender são competências que o profes-
sor de hoje tem de desenvolver. [...] Na mesma lógica das capacidades e das atitudes que
pretende ajudar a desenvolver nos seus alunos, o professor tem, também ele, de se considerar
num constante processo de autoformação e identificação profissional. Costumo dizer que tem
de ser um professor reflexivo numa comunidade profissional reflexiva. (ALARCÃO)
GESTÃO E PLANEJAMENTO ESCOLAR
A gestão escolar [...] constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a
organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias
para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas
para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar
adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento.
O sistema educativo é uma complexa rede social com uma estrutura, uma vida
ou cultura interna, e algumas relações peculiaridades com o contexto externo.
[...] Os programas políticos não se instalam materialmente na prática senão
através de um processo de negociação com os atores sociais, de acordo com
as peculiaridades do contexto e das condições do mesmo. Propostas e realidade
mantêm uma relação dialética interessante: ambas se codeterminam.
As propostas políticas incidem na realidade e esta acaba condicionando o que
de real vão ter aquelas propostas. (SACRISTÁN)
Repensar a escola como um espaço democrático e participativo de troca e produção
de conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da educação,
especificamente o Gestor Escolar, deverão enfrentar neste novo contexto educacional,
pois o Gestor Escolar é o maior articulador deste processo e possui um papel funda-
mental na organização do processo de democratização escolar
GERIR UMA ESCOLA REFLEXIVA É GERIR UMA ESCOLA COM PROJETO
Isabel ALARCÃO apresentará a necessidade de uma gestão reflexiva num contexto de escola reflexiva:
Só um modelo democrático de gestão se coaduna com o conceito de escola reflexiva. Por modelo democrático
de gestão entendo um modelo organizacional em que todos e cada um se sente pessoa. E ser pessoa é ter
papel, ter voz e ser responsável. Um modelo em que cada um se considera efetivamente presente ou
representado nos órgãos de decisão. E em que há capacidade real de negociação e de diálogo capaz de
ultrapassar as dicotomias entre o eu e o nós, entre os administradores e os professores, entre os professores e
os alunos, entre os pais e os professores, entre os diferentes órgãos dentro da escola, entre a decisão casuística
e a decisão determinada por princípios gerais [...] e a dicotomia entre a lógica e a lógica da ação.
Postulados para a gestão de uma escola reflexiva:
- ser capaz de liderar e mobilizar as pessoas; - saber agir em situação;
- nortear-se pelo projeto de escola; - assegurar uma atuação sistêmica;
- assegurar a participação democrática; - pensar e escutar antes de decidir;
- saber avaliar e deixar-se avaliar; - ser consequente;
- ser capaz de ultrapassar dicotomias paralisantes; - decidir;
- acreditar que todos e a própria escola se encontram num processo de desenvolvimento e aprendizagem.
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QUADRO-RESUMO | MÓDULO V | A PRÁTICA EDUCATIVA
• Prática profissional e projeto educativo: os professores, suas concepções e opções didático-pedagógicas.
• A formação do profissional da educação: conceitos e dimensões.
• A escola como espaço de formação continuada e de aperfeiçoamento profissional.
• Organização dos tempos e espaços escolares.
Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ
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PROJETO EDUCATIVO: guia para o trabalho do professor
O projeto pedagógico envolve a estrutura organizacional e a estrutura pedagógica. A primeira se refere a recursos humanos, físicos
e financeiros, aí incluindo a forma material da escola. A estrutura pedagógica diz respeito as interações políticas, às questões de
ensino-aprendizagem e às de currículo, organização de conteúdos e avaliação. Na verdade essas estruturas se imbricam na dinâmica
interna da escola.
Entende-se por projeto educativo a expressão da identidade de cada escola em um processo dinâmico de discussão, reflexão e
elaboração contínua. Esse processo deve contar com a participação de toda equipe pedagógica, buscando um comprometimento de
todos com o trabalho realizado, com os propósitos discutidos e com a adequação de tal projeto às características sociais e culturais
da realidade em que a escola está inserida. É no âmbito do projeto educativo que professores e equipe pedagógica discutem e
organizam os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação para cada ciclo. (PCNs)
Segundo o educador Antoni Zabala, “um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais
competente em seu ofício” . Esta competência é construída mediante o conhecimento e a experiência, e só é plenamente
realizada mediante a reflexão do trabalho e o conhecimento das concepções e opções didático-pedagógicas.
APRENDER E ENSINAR, CONSTRUIR E INTERAGIR
Por muito tempo a pedagogia focou o processo de ensino no professor, supondo que, como decorrência, estaria valorizando o
conhecimento. O ensino, então, ganhou autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de
aprendizagem ficou relegado a segundo plano. Hoje sabe-se que é necessário ressignificar a unidade entre aprendizagem e ensino,
uma vez que, em última instância, sem aprendizagem o ensino não se realiza.
CONSTRUTIVISMO
A perspectiva construtivista na educação é configurada por uma série de princípios explicativos do desenvolvimento e da aprendizagem
humana que se complementam, integrando um conjunto orientado a analisar, compreender e explicar os processos escolares de
ensino e aprendizagem.
A configuração do marco explicativo construtivista para os processos de educação escolar deu-se, entre outras influências, a partir
da psicologia genética, da teoria sociointeracionista e das explicações da atividade significativa. Vários autores partiram dessas
ideias para desenvolver e conceitualizar as várias dimensões envolvidas na educação escolar, trazendo inegáveis contribuições à
teoria e à prática educativa.
O núcleo central da integração de todas essas contribuições refere-se ao reconhecimento da importância da atividade mental
construtiva nos processos de aquisição de conhecimento. Daí o termo construtivismo, denominando essa convergência.
RESSIGNIFICAÇÃO
Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica, promover a realização de aprendizagens com o maior grau de significado
possível, uma vez que esta nunca é absoluta — sempre é possível estabelecer alguma relação entre o que se pretende conhecer e as
possibilidades de observação, reflexão e informação que o sujeito já possui.
A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses e
experimentá-las. Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Os conhecimentos gerados
na história pessoal e educativa têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do professor e de si mesmo,
nas suas motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua autoestima.
PROJETO POLÍTICO-
PEDAGÓGICO DA ESCOLA
APRENDIZAGEM
PROJETO EDUCATIVO
CONSTRUTIVISMO
RESSIGNIFICAÇÃO
Reflexão do trabalho e o
conhecimento das concepções e
opções didático-pedagógicas
Organização CURRICULAR
Organização dos CONTEÚDOS
Organização da AVALIAÇÃO do processo
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QUADRO-RESUMO | MÓDULO V | A PRÁTICA EDUCATIVA
• Prática profissional e projeto educativo: os professores, suas concepções e opções didático-pedagógicas.
• A formação do profissional da educação: conceitos e dimensões.
• A escola como espaço de formação continuada e de aperfeiçoamento profissional.
• Organização dos tempos e espaços escolares.
Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ
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Do conjunto de relações necessárias para facilitar a aprendizagem se deduz uma série de FUNÇÕES DOS PROFESSORES, que Zabala caracteriza da seguinte maneira:
• Planejar a atuação docente de uma maneira suficientemente flexível para permitir adaptação às necessidades dos alunos em todo o processo de ensino/aprendizagem. Por um lado, uma
proposta de intervenção suficientemente elaborada; e por outro, com uma aplicação extremamente plástica e livre de rigidez, mas que nunca pode ser o resultado da improvisação.
• Contar com as contribuições e os conhecimentos dos alunos, tanto no início das atividades como durante sua realização.
• Ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo para que conheçam o que têm que fazer, sintam que podem fazê-lo e que é interessante fazê-lo.
• Estabelecer metas ao alcance dos alunos para que possam ser superadas com o esforço e a ajuda necessários.
• Oferecer ajudas adequadas, no processo de construção do aluno, para os progressos que experimenta e para enfrentar os obstáculos com os quais se depara.
• Promover atividade mental autoestruturante que permita estabelecer o máximo de relações com novo conteúdo, atribuindo-lhe significado no maior grau possível e fomentando os processos
de meta-cognição que lhe permitam assegurar o controle pessoal sobre os próprios conhecimentos e processos durante a aprendizagem.
• Estabelecer um ambiente e determinadas relações presididos pelo respeito mútuo e pelo sentimento de confiança, que promovam a autoestima e o autoconceito.
• Promover canais de comunicação que regulem os processos de negociação, participação e construção.
• Potencializar progressivamente a autonomia dos alunos na definição de objetivos, no planejamento das ações que os conduzirão aos objetivos e em sua realização e controle, possibilitando
que aprendam a aprender.
• Avaliar os alunos conforme suas capacidades e seus esforços, levando em conta o ponto pessoal de partida e o processo através do qual adquirem conhecimentos e incentivando a
autoavaliação das competências como meio para favorecer as estratégias de controle e regulação da própria atividade.
FORMAÇÃO PERMANENTE E CONTINUADA
As transformações das práticas docentes só se efetivam na medida em que o professor amplia sua consciência sobre a
própria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupões conhecimentos teóricos e críticos sobre
a realidade.
Em síntese, dizemos que o professor é um profissional do humano que: ajuda o desenvolvimento pessoal / intersubjetivo
do aluno; um facilitador do acesso do aluno ao conhecimento (informador informado); um ser de cultura que domina de
forma profunda sua área de especialidade (científica e pedagógica/educacional) e seus aportes para compreender o
mundo; um analista crítico da sociedade, portanto, que nela intervém com sua atividade profissional; um membro de uma
comunidade de profissionais, portanto, científica (que produz conhecimento sobre sua área) e social.
ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS ESCOLARES
A consideração do tempo como variável que interfere na construção da autonomia permite ao professor criar situações em que o aluno possa progressivamente controlar a realização de suas
atividades. Por meio de erros e acertos, o aluno toma consciência de suas possibilidades e constrói mecanismos de autorregulação que possibilitam decidir como alocar seu tempo. Por essa razão,
são importantes as atividades em que o professor seja somente um orientador do trabalho, cabendo aos alunos o planejamento e a execução, o que os levará a decidir e a vivenciar o resultado
de suas decisões sobre o uso do tempo. (PCNs)
ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS ESCOLARES
Uma sala de aula com carteiras fixas dificulta o trabalho em grupo, o diálogo e a cooperação; armários trancados não ajudam a desenvolver a autonomia do aluno, como também não
favorecem o aprendizado da preservação do bem coletivo. A organização do espaço reflete a concepção metodológica adotada pelo professor e pela escola.
Em um espaço que expresse o trabalho proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais é preciso que as carteiras sejam móveis, que as crianças tenham acesso aos materiais de uso frequente,
as paredes sejam utilizadas para exposição de trabalhos individuais ou coletivos, desenhos, murais.
Nessa organização é preciso considerar a possibilidade de os alunos assumirem a responsabilidade pela decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é tratado dessa maneira,
passa a ser objeto de aprendizagem e respeito, o que somente ocorrerá por meio de investimentos sistemáticos ao longo da escolaridade. (PCNs)
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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VI | COMPETÊNCIAS PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR O ENSINO
• Saberes e práticas voltadas para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais.
• A infância como tempo de formação.
• A adolescência como tempo de formação.
• A Educação e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação: Ensinar na era da Informação.
• Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem.
Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO
SACRISTÁN e GOMEZ | José CASTORINA (org) | Jean PIAGET | Lev VYGOTSKY
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10 NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR
1. organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2. administrar a progressão das aprendizagens;
3. conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação;
4. envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5. trabalhar em equipe;
6. participar da administração escolar;
7. informar e envolver os pais;
8. utilizar novas tecnologias;
9. enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10. administrar a própria formação.
O QUE É COMPETÊNCIA?
Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes,
capacidades, informações etc) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.
Professor como
MOBILIZADOR
PROBLEMATIZADOR
Solução de situações-problemas na
APRENDIZAGEM com
PERTINÊNCIA
EFICÁCIA
10 NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR E MAIS UMA
Mais tarde, Perrenoud afirma a necessidade de se desenvolver uma décima primeira competência
ligada ao trabalho docente, que está relacionada à ação do professor enquanto um ator
coletivo no sistema de ensino e enquanto um direcionador do movimento dos educadores
no sentido da profissionalização e da prática reflexiva sobre seu próprio fazer.
Diante de tais competências profissionais, devemos, também, favorecer de forma organizada o
desenvolvimento das habilidades requeridas no âmbito escolar.
Para tanto, devemos rever os currículos escolares de forma a permitir que os conteúdos sejam,
de fato, compreendidos pelos alunos, tanto pela via intelectual, quanto pela via prática.
LEV VYGOTSKY (1896-1934)
SOCIOCONSTRUTIVISMO OU SOCIOINTERACIONISMO.
As características do indivíduo, o conhecimento que ele tem do mundo estão em contínua mudança
e se constroem na relação sujeito-mundo, especialmente nas relações interpessoais em que ele
se envolve. É, portanto, na interação que se dá a gênese das estruturas de pensamento, a
construção do conhecimento e a constituição de si mesmo como SUJEITO pelos indivíduos.
A perspectiva apontada considera, pois, que não há essência humana a priori. É na ação prática
que se forma o homem, na interação com pessoas e com objetos nas diferentes situações e,
depois, na interação também com representações construídas a partir daquelas interações. Tal
perspectiva destaca o papel do Outro, da exploração de objetos, da emoção, da linguagem e
do jogo no desenvolvimento infantil.
ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
A aprendizagem, criando a zona de desenvolvimento proximal, desperta vários processos
capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente, e quando
em cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, estes processos tornam-se parte
das aquisições de desenvolvimento independentes da criança. Mais uma vez, portanto, sua
concepção destaca o valor do interlocutor, daquele que dialoga com a criança no desenvolvimento
desta.
JEAN PIAGET (1896-1980)
PSICOLOGIA GENÉTICA - EPISTEMOLOGIA COGNITIVA
Reconhece o papel construtivo do desenvolvimento, que depende da interação entre organismo
e meio, regida pela autorregulação ou equilibração. Durante os primeiros períodos do
desenvolvimento humano, a equilibração manifesta-se através de ações efetivas que vão sendo
objeto de coordenações pelo sujeito e, posteriormente, através de ações interiorizadas, reversíveis
e dinâmicas, as chamadas operações lógico-matemáticas. Essa evolução se processa por etapas
que assistem a construção de estruturas mentais sucessivas, integradas umas às outras.
Progressivamente, a inteligência denominada prática vai sendo substituída pela inteligência
representativa.
Aprendizagem e conhecimento, nesta perspectiva, relacionam-se. Se, para aprender, o Sujeito
deve dispor de possibilidades, que são os esquemas assimiladores, é na ação sobre o mundo
que o Sujeito constrói conhecimentos e a si mesmo, aperfeiçoando suas estruturas mentais.
O ambiente social deve propiciar à criança oportunidades de interagir com outros indivíduos
que levem à cooperação e à colaboração. Ele seria um dos quatro fatores de desenvolvimento
mental propostos por PIAGET, juntamente com a maturação do sistema nervoso, o ambiente
físico e a equilibração progressiva. As ações, a motivação e a cooperação social estão
intimamente ligadas às funções intelectuais. O progresso intelectual provoca modificações ao
nível da afetividade e das relações sociais. Todavia, esta influência é recíproca. Através da
interação social, a criança é levada a sair de uma perspectiva centrada em si (egocêntrica)
para ter uma visão mais objetiva dos acontecimentos.
Revise os estágios de desenvolvimento segundo PIAGET na página 506 da apostila.
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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VI | COMPETÊNCIAS PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR O ENSINO
• Saberes e práticas voltadas para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais.
• A infância como tempo de formação.
• A adolescência como tempo de formação.
• A Educação e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação: Ensinar na era da Informação.
• Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem.
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SACRISTÁN e GOMEZ | José CASTORINA (org) | Jean PIAGET | Lev VYGOTSKY
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A informação é um fator intrínseco a qualquer atividade, ela deve ser conhecida, processada, compreendida e utilizada pela consolidação de serviços, produtos e sistemas de
informações. Segundo a professora Isabel ALARCÃO, a sociedade da informação, como sociedade aberta e global, exige competências de acesso, avaliação e gestão da informação
oferecida. De imediato se coloca uma questão: a das diferenças ao acesso à informação e da necessidade de providenciar igualdade de oportunidades sob pena de desenvolvermos
mais um fator de exclusão social: a infoexclusão. A pergunta válida que fazemos é: como discernir sobre a informação válida e inválida, correta ou incorreta, pertinente ou supérflua?
Como organizar o pensamento e a ação em função da informação, recebida ou procurada?
O mundo, marcado por tanta riqueza informativa, precisa urgentemente do poder clarificador do pensamento.
Edgar MORIN afirma que só o pensamento pode organizar o conhecimento. Para conhecer, é preciso pensar. E uma cabeça bem feita - ao invés de bem cheia – é a que é capaz de
transformar a informação em conhecimento pertinente. Para o autor, o conhecimento pertinente é o conhecimento que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, se
possível, no conjunto em que está inscrita. Inerente a esta concepção, emerge a relevância do sentido que se atribui às “coisas”. Assume-se como fundamental, a compreensão entendida
como a capacidade de perceber os objetos, as pessoas, os acontecimentos e as relações que entre todos se estabelecem.
As novas competências exigidas pela sociedade da informação e da comunicação, do conhecimento e da aprendizagem
Um dos autores que mais tem trabalhado a questão das competências é Philippe PERRENOUD que vimos anteriormente. Segundo o pensador suíço, ter competência é saber mobilizar
os saberes. A competência não existe, portanto, sem os conhecimentos. Como consequência lógica não se pode afirmar que as competências estão contra os conhecimentos, mas sim com
os conhecimentos. Elas reorganizam-nos e explicitam a sua dinâmica e valor fundamental.
Uma escola reflexiva é uma comunidade de aprendizagem e é um local onde se produz conhecimento sobre educação.
INFORMAÇÕES
CONHECIMENTO
Científico/Técnico/Informacional
Teória e Prática
“Só o pensamento pode organizar o conhecimento” (MORIN)
CONHECIMENTO PERTINENTE/APROPRIADO

Cotidiano escolar
(REALIDADE) 
Cotidiano escolar
ELABORADO


ESCOLA REFLEXIVA 
RESSIGNIFICAÇÃO
Enfoque Globalizador
Potencialidade explicativa de contextos globais.
PROBLEMATIZAÇÃO + CLARIFICAÇÃO

APRENDIZAGEM  APRENDIZAGEM

Cotidiano não
elaborado

Cotidiano não
elaborado




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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VII | ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | CURRÍCULO | AVALIAÇÃO
• Organização dos conteúdos de aprendizagem.
• O currículo e a globalização do conhecimento: impasses e polêmicas entre conteúdo e metodologia na sala de aula
• O desenvolvimento curricular: Planejamento da ação didática e o Projeto Pedagógico.
• A avaliação e o processo de ensino e aprendizagem: em busca de uma coerência e integração.
• O processo de avaliação do desenvolvimento e do desempenho escolar como instrumento de análise e de acompanhamento, intervenção e reorientação da ação
pedagógica e dos avanços da aprendizagem dos alunos.
Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ
José CASTORINA (org) | Jussara HOFFMANN | Charles HADJI | Celso VASCONCELLOS
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Organização da
AVALIAÇÃO
Organização do
CURRÍCULO
Organização dos
CONTEÚDOS
ESCOLAREFLEXIVARESSIGNIFICAÇÃO
EnfoqueGlobalizadoreCOMPLEXIDADE
Potencialidadeexplicativadecontextosglobais.
PROBLEMATIZAÇÃO+CLARIFICAÇÃO
APRENDIZAGEM 
PROCESSO
PARTICIPAÇÃO
DINAMICIDADE
DIALOGICIDADE
DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO:
Tomada de decisões coletivas =
Superação da visão reducionista, apenas
propedêutica, seletiva, classificatória e
excludente do ensino-aprendizagem
APRENDIZAGEM 
APRENDIZAGEM 

INTERDISCIPLINARIDADE 


INTERDISCIPLINARIDADE 

MÉTODOS GLOBALIZADOS
Com esse nome designam-se todos aqueles métodos completos de ensino que,
de uma maneira explícita, organizam os conteúdos de aprendizagem a partir
de situações, temas ou ações, independentemente da existência ou não de
algumas matérias ou disciplinas que precisam ser lecionadas. Nos métodos
globalizados, os alunos mobilizam-se para chegar ao conhecimento de um tema
que lhes interessa, para resolver alguns problemas do meio social ou natural
que lhes são questionados, ou para realizar algum tipo de construção. (ZABALA)
ENFOQUE GLOBALIZADOR e COMPLEXIDADE
Maneira de organizar os conteúdos a partir de uma concepção de ensino na qual o
objeto fundamental de estudo para os alunos seja o conhecimento e a intervenção
na realidade. Aceitar essa finalidade significa entender que a função básica do
ensino é a de potencializar nas crianças as capacidades que lhes permitam
responder aos problemas reais em todos os âmbitos de desenvolvimento pessoal,
sejam sociais, emocionais ou profissionais, os quais sabemos que, por sua natureza,
jamais serão simples. Ser capazes de compreender e intervir na realidade comporta
dispor de instrumentos cognoscitivos que permitam lidar com a complexidade: modelos
de conhecimento e de atuação desde um pensamento para a complexidade e desde
a complexidade. (ZABALA)
 
 
O CURRÍCULO é, em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos, o que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. Podemos resumir
sintetizar a investigação, caracterizando o processo de desenvolvimento curricular da seguinte forma:
• é um processo interpessoal que reúne vários atores com diferentes pontos de vista sobre o ensino e aprendizagem e com poderes, explícitos ou implícitos, de decisão curricular;
• é um processo político que se traduz na tomada de decisões a nível nacional, regional e local e que conta com a influência de vários grupos que dispõem de poder de negociação curricular;
• é um empreendimento social que envolve pessoas no desempenho de papéis — com as potencialidades, disponibilidades e obstáculos inerentes — de acordo com diferentes interesses, valores e ideologias;
• é um processo de colaboração e cooperação entre os diversos intervenientes que tomam decisões curriculares;
• é um sistema desarticulado da prática de tomada de decisões: não é um processo puramente racional e cientificamente objetivo nem um processo nitidamente sequenciado e sistemático; depende de um método prático
e simples, pois as decisões curriculares são frequentemente tomadas através de movimentos pequenos e progressivos ou sobre problemas específicos e não propriamente através de reformas globais.
Sacristán desenvolve bastante o tema do desenvolvimento curricular, esclarecendo à partida que considera o currículo uma confluência de práticas.

PPPE 


PPPE 

“A avaliação é a reflexão transformada em ação, não podendo ser
estática nem ter caráter sensitivo e classificatório”.
Jussara HOFFMANN
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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VII | ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | CURRÍCULO | AVALIAÇÃO
• Organização dos conteúdos de aprendizagem.
• O currículo e a globalização do conhecimento: impasses e polêmicas entre conteúdo e metodologia na sala de aula
• O desenvolvimento curricular: Planejamento da ação didática e o Projeto Pedagógico.
• A avaliação e o processo de ensino e aprendizagem: em busca de uma coerência e integração.
• O processo de avaliação do desenvolvimento e do desempenho escolar como instrumento de análise e de acompanhamento, intervenção e reorientação da ação
pedagógica e dos avanços da aprendizagem dos alunos.
Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ
José CASTORINA (org) | Jussara HOFFMANN | Charles HADJI | Celso VASCONCELLOS
7
Organização da
AVALIAÇÃO
HOFFMANN propõe para a realização da avaliação, na
perspectiva de construção, duas premissas fundamentais:
confiança na possibilidade do aluno construir as suas próprias
verdades; valorização de suas manifestações e interesses. O
aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensão
educativa é um componente altamente significativo ao
desenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao docente
a observação e investigação de como o aluno se coloca diante
da realidade ao construir suas verdades. Ela distingue o diálogo
entre professor e aluno como indicador de aprendizagem,
necessário, à reformulação de alternativas de solução para que
a construção do saber aconteça. A reflexão do professor sobre
seus próprios posicionamentos metodológicos, na elaboração de
questões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempre
um caráter dinâmico.
Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é, fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de construção do conhecimento. O professor precisa
caminhar junto com o educando, passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem.
Na AVALIAÇÃO MEDIADORA o professor deve interpretar a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir
com esse discente. Para que isso aconteça, o desenvolvimento dessa prática avaliativa deverá decodificar a trajetória de vida do aluno durante a qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões,
e isso é muito mais que conhecer o educando.
Em um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para novas interrogações ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos muitas oportunidades de emitir
idéias sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em construção, ou as que já foram elaboradas Sem tais atitudes, não se idealiza, de fato, um processo de avaliação contínua e mediadora.
Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-o a um saber enriquecido,
acompanhando o “vir a ser”, favorecendo ações educativas para novas descobertas. A avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo vinculando-a a
idéia de qualidade. Não há como evitar a necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa torná-la eficaz naquilo que se propõe: a melhora de todo o processo educativo.
Avaliar qualitativamente significa um julgamento mais global e intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em determinada situação relacionada às expectativas do
professor e também deles mesmos. Nesse momento, o professor deixa de ser um simples colecionador de elementos quantificáveis e utiliza sua experiência e competência analisando os fatos
dentro de um contexto de valores, que legitimam sua atitude como educador.
AVALIAÇÃO MEDIADORA
O que pretendo introduzir (...) é a perspectiva da ação avaliativa como
uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do sa-
ber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade
intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno
buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-
as. (HOFFMANN)
Tal paradigma pretende opor-se ao modelo do "transmitir-verificar-reg-
istrar" e evoluir no sentido de uma ação avaliativa reflexiva e
desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer a
troca de ideias entre e com seus alunos, num movimento de superação
do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído
a partir da compreensão dos fenômenos estudados.
AVALIAÇÃO MEDIADORA
Formativa, significativa, emancipatória,
reflexiva e integradora.
 
Na escola tradicional, a avaliação era fundamentalmente somativa e, portanto, classificatória
(vide os tipos de concepção sobre avaliação na pág. 541 da apostila).
Na educação moderna, predominam a avaliação diagnóstica e a FORMATIVA.

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Quadro resumo conhecimentos pedagógicos excelente

  • 1. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO I | CONTEXTUALISTA • Cidadania no mundo globalizado. • Finalidades da educação. Paulo FREIRE | Edgar MORIN | Antoni ZABALA | Isabel ALARCÃO | Milton SANTOS | José Carlos LIBÂNEO | Guacira Lopes LOURO PEDAGOGIA DA AUTONOMIA | Paulo FREIRE A formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativa em favor da AUTONOMIA do educando é o ponto central desta obra. É necessário que o formando, desde o início de sua experiência formadora, assuma-se como SUJEITO também da produção do saber, criando possibilidades para a sua construção. 1. NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA: Ensinar exige rigorosidade metódica Ensinar exige pesquisa Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos Ensinar exige criticidade Ensinar exige estética e ética Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo Ensinar exige risco, aceitação do novo, e rejeição a qualquer forma de discriminação Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural 2. ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO: Ensinar exige consciência do inacabamento Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado Ensinar exige respeito da autonomia do ser do educando Ensinar exige bom senso Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos educadores Ensinar exige apreensão da realidade Ensinar exige alegria e esperança Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível Ensinar exige curiosidade 3. ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA: Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade Ensinar exige comprometimento Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo Ensinar exige liberdade e autoridade Ensinar exige tomada consciente de decisões Ensinar exige saber escutar Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica Ensinar exige disponibilidade para o diálogo Ensinar exige querer bem os educando CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO A educação parte de uma concepção PROBLEMATIZADORA, na qual o conhecimento resultante é CRÍTICO e REFLEXIVO. Nesta perspectiva, a educação é um ato político; sendo o ensino muito mais que uma profissão, que exige comprovados saberes em seu processo. CONCEPÇÃO DE CIDADANIA Educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política. A educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. A cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição da República. A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A cidadania é a condição social que confere a uma pessoa o usufruto de direitos que lhe permitem participar da vida política e social da comunidade no interior da qual está inserida. A esse indivíduo que pode vivenciar tais direitos chamamos de cidadão. Ser cidadão, nessa perspectiva, é respeitar e participar das decisões coletivas a fim de melhorar sua vida e a da sua comunidade. O desrespeito a tais direitos por parte do Estado, de Instituições ou pessoas, gera exclusão, marginalização e violência. Somente quando cada homem tiver seus direitos efetivados e sua DIGNIDADE reconhecida e protegida que poderemos dizer que vivemos numa sociedade justa. Até porque sem o princípio de justiça não pode haver sociedade, pois nela deixariam de existir a confiança e o respeito mútuo entre os indivíduos. A justiça é a maneira de se reconhecer que todos são iguais perante a lei (IGUALDADE) e que todos devem receber de acordo com seus méritos, qualidades e realizações (EQUIDADE). A justiça é, desse modo, representada pelos princípios de igualdade e equidade. DIGNIDADE Uma educação que objetiva a formação integral da pessoa em sua dignidade deve ser construída com princípios e valores de uma vida cidadão com respeito às diferenças e singularidades de: raça/etnia, gênero, geração, regionalidade e formação ética/religiosa, lutando contra toda espécie de preconceito e discriminação que gera exclusão. DIALOGICIDADE Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. O diálogo assumido numa perspectiva freiriana, vai muito além da conversa entre duas pessoas, onde uma ouve e escuta e depois fala enquanto a outra espera sua vez para ter a palavra. Para Freire não há conhecimento sem dialogicidade. Dialogar fazse necessário para que a sala de aula constitua-se num cenário próprio para a produção do conhecimento. Freire vai além, ao afirmar que a dialogicidade não é uma possibilidade é uma necessidade sem a qual não pode haver conhecimento. Nessa perspectiva ensinar através do diálogo é um ato que deve fazer parte da construção da práxis do professor. A dialogicidade faz parte de todo processo de aprendizagem, não apenas no âmbito professor e aluno, como o caso de professores e professores e entre áreas do conhecimento. AUTONOMIA Para Freire, é uma contradição um ser consciente de seu inacabamento não buscar o futuro com esperança, não sonhar com a transformação, enfim, não buscar a construção de um mundo onde todos possam realizar-se com autonomia. Dizer que a educação vai suprimir todas as injustiças, opressões, e assim mudar completamente a sociedade suprimindo todas heteronomias, é ingenuidade, da mesma forma que dizer que a educação não pode realizar mudança alguma. Temos que estar conscientes do nosso condicionamento, mas não somos determinados, há possibilidade da transformação. Uma educação que vise formar para a autonomia deve encarar o futuro como problema e não como inexorabilidade, a História como possibilidade e não como determinação. O mundo não apenas é, ele está sendo, o papel dos homens no mundo é de quem constata e intervém. A constatação só faz sentido se eu não apenas me adaptar, mas tentar mudar, intervir na realidade. A conquista do poder de ser autônomo exige a transformação das condições heterônomas que o limitam. Por isso, é preciso que a compreensão do futuro como problema, que a vocação para ser mais em processo de estar sendo, sejam fundamentos para a rebeldia de quem não aceita as injustiças do mundo. A autonomia encerra em si certa rebeldia, na medida que implica a não aceitação passiva e acrítica do mundo. Para que as condições concretas que limitam a autonomia sejam transformadas, é preciso reinventar o mundo de hoje e a educação é indispensável nessa reinvenção. Essa reinvenção do mundo exige comprometimento. Crítica à “EDUCAÇÃO BANCÁRIA” Freire, ao longo de sua vida, mostrou-se crítico em relação à educação que não transforma, que não busca interagir com os problemas da sociedade, ou seja, a chamada educação bancária, na qual o professor só “deposita” conhecimento e o aluno arquiva-os. 1
  • 2. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO I | CONTEXTUALISTA • Cidadania no mundo globalizado. • Finalidades da educação. Paulo FREIRE | Edgar MORIN | Antoni ZABALA | Isabel ALARCÃO | Milton SANTOS | José Carlos LIBÂNEO | Guacira Lopes LOURO FINALIDADES DA EDUCAÇÃO Segundo Antoni ZABALA, se “a finalidade do sistema educativo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa para dar respostas aos problemas que a vida em sociedade coloca, os conteúdos escolares devem ser selecionados com critérios que respondam a tais exigências, o que comporta uma organização que depende mais da potencialidade explicativa de contextos globais do que a que vem determinada por modelos parcializados em disciplinas. Ao mesmo tempo, o conhecimento científico sobre as características dos processos de aprendizagem reforça a necessidade de utilizar formas de organização dos conteúdos que promovam o maior grau de significação nas aprendizagens, o que implica em modelos integradores nos quais os diferentes conteúdos possam ser situados e relacionados em estruturas complexas de pensamento. E, do próprio âmbito das ciências, vimos a necessidade de potencializar modelos explicativos que superem a extrema subdivisão do saber”. Finalidades da EDUCAÇÃO Desenvolvimento de todas as capacidades necessárias para uma vida digna e cidadã • Cognitivas • Afetivas/Emocionais • Interacionais • Operativas Uma cabeça bem-feita / crítica / responsável / autônoma CONHECIMENTO PERTINENTE A escola, todos os nossos saberes, dos nossos alunos e da comunidade educativa, precisa ser pensado em busca de um conhecimento que vise à autonomia e que aponte os desafios de interpretar nossa realidade. O mundo, prenhe de tanta riqueza informativa, precisa urgentemente do poder clarificador do conhecimento: só pensamento pode organizar o conhecimento. Para conhecer, é preciso pensar: só uma cabeça bem-feita é a que é capaz de transformar a informação em um conhecimento pertinente. [...] o Conhecimento pertinente é o que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita. Podemos dizer até que o conhecimento progride não tanto por sofisticação, formalização e abstração, mas, principalmente, pela capacidade de contextualizar e englobar. (Edgar MORIN) Assumimos, como fundamental, a compreensão entendida como conhecimento pertinente, como a capacidade de perceber os objetos, as pessoas, os acontecimentos e as relações que entre todos se estabelecem. (Isabel ALARCÃO)“Uma cabeça bem-feita” significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de: - uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; - princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”. Edgar MORIN Necessidade de superar: • Reducionismos; • Extrema subdivisão do conhecimento; • Informação tratada como “conhecimento”. Reforma do PENSAMENTOCOMPLEXIDADEEnfoque GLOBALIZADOR Como Antoni ZABALA define complexidade e enfoque globalizador? Da determinação das finalidades educativas, do conhecimento dos processos de aprendizagem e da própria evolução da ciência, podemos chegar à conclusão de que a organização dos conteúdos deve permitir o estudo de uma realidade que sempre é complexa e em cuja aprendizagem é preciso estabelecer o máximo de relações possíveis entre os diferentes conteúdos que são aprendidos para potencializar sua capacidade explicativa. Se nos fixamos nessas condições, podemos concluir que a melhor forma de ensinar consiste em utilizar metodologias globalizadas. (...) Ser capazes de compreender e intervir na realidade comporta dispor de instrumentos cognoscitivos que permitam lidar com a complexidade: modelos de conhecimento e de atuação desde um pensamento para a complexidade e desde a complexidade. O enfoque globalizador oferecer aos alunos os meios para compreender e atuar na complexidade. Parte da ideia de que somente é possível dar resposta aos problemas complexos com um pensamento global capaz de construir formas de aproximação com a realidade que superem as limitações procedentes de algumas disciplinas extremamente compartimentadas. Somente é possível atuar na complexidade quando se é capaz de utilizar os diferentes instrumentos de conhecimento existentes de maneira inter-relacionada. O enfoque globalizador pretende desenvolver no aluno e na aluna um pensamento complexo que lhe permita identificar o alcance de cada um dos problemas que lhe coloca a intervenção na realidade e escolher os diferentes campos do saber que, independentemente de sua procedência, relacionando-os ou integrando-os, ajudem-no a resolvê-los. CONHECIMENTO • Senso científico: teoria x prática; • Conhecimentos pré-apropriados; - COGNIÇÃO - ~ Espaço escolar ~ Espaço público = coletivo. CONHECIMENTO PERTINENTE • Mobilização das teorias e práticas; • Apropriação; • Conhecimento como agente de emancipação social; • Atuação no contexto e na realidade; • Entendimento, clarificação, inter-relação; • Globalização dos saberes. - Mobilização de capacidades e competências - INFORMAÇÃO • Senso comum; • Pré-conceitos; - CURIOSIDADE - ~ Informação não é conhecimento. ~ Dados não mobilizados. Trabalhados como “conhecimento”, “verdade” pelos grupos dominantes. Processo DIALÉTICO SUPERAÇÃO - DESENVOLVIMENTO - CLARIFICAÇÃO - PROBLEMATIZAÇÃO - DIÁLOGO - ESCLARECIMENTO - EMANCIPAÇÃO - APRENDIZAGEM 1
  • 3. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO II | EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE • Desenvolvimento e crise ambiental: O dilema da sociedade moderna. • Questão ambiental e política internacional: Posicionamentos e divergências. • Desenvolvimento e Sustentabilidade: caminho possível? Os Problemas Ambientais de dimensão global. • A biodiversidade brasileira: as diferenças culturais, econômicas, miscigenação e a diversidade territorial. • A linguagem e os códigos cartográficos. Milton SANTOS | Paulo FREIRE | Jose Carlos LIBÂNEO 2 Segundo Milton Santos, a globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. Falar em capitalismo contemporâneo é aceitar que o mundo atual presencia um novo tipo de visão de desenvolvimento, diferente do que foi verificado nos processos históricos precedentes. E o que diferencia o momento atual dos anteriores são as profundas transformações que ocorreram no processo, ou padrão, de valorização do capital nas últimas décadas. Estas mudanças são verificadas nos mais diversos âmbitos da sociedade, e são consequências de uma série de fenômenos altamente inter-relacionados, tais como a reestruturação produtiva, a globalização e a mundialização das economias, o fim da experiência histórica dos países antes socialistas e os diversos elementos específicos de cada país, que têm suas próprias dinâmicas, que filtram tais variáveis a depender de seus ambientes políticos, econômicos e sociais diversos, e que, sem dúvida alguma, impactam sobre suas relações sociais de várias maneiras. “Globalização”: processo de integração econômica sob a égide do neoliberalismo, caraterizado pelo predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos mercados, pelas privatizações das empresas estatais, e pelo abandono do Estado de bem-estar social. Antes de ser uma ‘fatalidade’, a insustentabilidade é uma realidade historicamente constituída, criando uma cultura dos desperdícios e da aceitação de desigualdades de toda a ordem. Entretanto, para entendermos como chegamos aos problemas atuais, devemos entender os conceitos de desenvolvimento que estão por trás e dá fundamento a lógica produtiva que sustenta a globalização. A globalização, pensada a partir de uma lógica de controle onde os aspectos econômicos submetem todos os demais, logrou construir um pretenso modelo técnico único, sobrepondo tudo e todos ao imaginário de um desenvolvimento predatório, a fim de criar condições de um desenvolvimento insustentável. Agora, quando os problemas se avolumam e não podem ser mais negados, o mesmo sistema ideológico que justifica o processo de globalização, ajudando a considerá-lo como o único caminho histórico, acaba, também, por impor uma certa visão da crise e a aceitação dos remédios sugeridos. Em virtude disso, todos os países, lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal “crise” fosse a mesma para todos e como se a receita para afastá-la devesse ser geralmente a mesma. Mas a única crise que se deseja afastar é a crise financeira, não qualquer outra. Aí está, na verdade, uma causa para maior aprofundamento da crise real - econômica, social, política, moral - que caracteriza o nosso tempo. CAPITALISMO Sistema econômico baseado na maximiza dos lucros e separação das pessoas em classes sociais bem distintas. Gera uma cultura liberal ou neoliberal baseada na diferença “natural” dos humanos a partir de aspectos econômicos. DESENVOLVIMENTO e INSUSTENTABILIDADE Baseada em contexto eminentemente econômico, baseado em um consumismo desenfreado, ‘regado’ com abundantes energias não renováveis como, por exemplo, os combustíveis fósseis, a globalização acirrou uma cultura de insustentabilidade, ampliando, consideravelmente, os problemas ambientais que vivenciamos nos dias atuais. GLOBALIZAÇÃO Processo atual do Capitalismo internacional que visa implantar ideologicamente uma visão de desenvolvimento econômico, social, político, cultural e ambiental voltado para o uso dos recursos naturais para a ampliação dos lucros de uma parte da sociedade. Características: • Predominância dos aspectos econômicos sobre todos os demais; • Consumismo; • Desejo de instantaneidade; • Concentração de grupos e interesses econômicos e financeiros; • Ampliação do poder dos meios de comunicação que explorar informações como se fossem conhecimentos; • Menosprezo por princípios, valores e diversidade cultural. CRISE AMBIENTAL - Esgotamento de recursos naturais; - Problemas ambientais: aquecimento global, poluição, contaminação das águas, doenças, epidemias etc; - Concentração de uso dos recursos para uma parte da população. CRISE DE VALORES • O centro de interesse da sociedade passa a ser a obtenção de mais recursos financeiros para a sensação de realização de consumo. Princípios e valores baseados na formação da dignidade e caráter humanos passam a considerados secundários, “fora de moda”. A educação perde seu sentido de clarificador de informações que são recebidas passivamente como “verdades” induscutíveis e aceitas como se “conhecimento” fosse.
  • 4. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO II | EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE • Desenvolvimento e crise ambiental: O dilema da sociedade moderna. • Questão ambiental e política internacional: Posicionamentos e divergências. • Desenvolvimento e Sustentabilidade: caminho possível? Os Problemas Ambientais de dimensão global. • A biodiversidade brasileira: as diferenças culturais, econômicas, miscigenação e a diversidade territorial. • A linguagem e os códigos cartográficos. Milton SANTOS | Paulo FREIRE | Jose Carlos LIBÂNEO 2 POR UMA OUTRA “GLOBALIZAÇÃO” Milton Santos fala da necessidade de construirmos uma outra cultura de munialização da diversidade econômica, social. política e cultural baseados na aceitação da diversidade e na ampliação de conhecimento de trocas. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro; que busca inclusão e não exclusão. CULTURA DE RESPEITO À DIVERSIDADE Neste sentido, a diversidade não é entendida como um “problema” que exige a homogeinização (tornar todos e tudo igual, “neutro”, branco) mas é o centro de um novo desenvimento radicado na evolução humana base na educação e construção do conhecimento. BIODIVERSIDADE AMBIENTAL E CULTURAL A biodiversidade e a diversidade territorial formada pela miscigenação de diversos povos no Brasil formou uma cultura singular no nosso País. Apesar das desigualdades de toda ordem, a riqueza cultural e natural legou um nação com condições materiais e imateriais para desenvolver uma outra globalização, resultado da integração de povos e etnias sob a dimensão de sustentabilidade e vida digna para todos. POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL A educação ambiental contribui na formação humana: • levando os alunos a refletirem sobre as questões do ambiente no sentido de que as relações do ser humano com a natureza e com as pessoas assegurem uma qualidade de vida no futuro, diferente do atual modelo economicista de progresso; • educando as crianças e jovens para proteger, conservar e preservar espécies, o ecossistema e o planeta como um todo; • ensinando a promover o autoconhecimento, o conhecimento do universo, a integração com a natureza; • introduzindo a ética da valorização e do respeito à diversidade das culturas, às diferenças entre as pessoas, pois os seres humanos estão incluídos no conceito de natureza; • empenhando os alunos no fortalecimento da democracia, da cidadania, das formas comunitárias de discutir e resolver problemas, da educação popular; • levando a tomadas de posições sobre a conservação da biodiversidade, contra o modelo capitalista de economia que gera sociedades individualistas, exploradoras e depredadoras da natureza biofísica e da natureza humana. A educação ambiental não pode ser apenas uma tarefa da escola, ela envolve ações práticas que dizem respeito ao nosso comportamento nos vários ambientes (na família, na escola, na cidade, na empresa etc.). Ao mesmo tempo em que se precisa conhecer mais a respeito da natureza e mudar nossa relação com ela, é preciso articular ações individuais com medidas mais gerais. As pessoas precisam ser convencidas ase engajar em campanhas para a coleta seletiva do lixo, a adquirir o hábito de não jogar coisas na roa, a não mutilar a natureza, a lutar contra a poluição ambiental etc. Um outro sentido da atitude ecológica é o de recusar um conceito de progresso baseado na capacidade de possuir mais objetos e bens de consumo, assumindo uma visão de vida baseada mais na relação com a natureza e as pessoas do que com os objetos. (LIBÂNEO)
  • 5. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO III | ESCOLA INCLUSIVA E MULTICULTURAL • Educação e diversidade sociocultural. • A inclusão da pessoa com deficiência. Rosita Endler CARVALHO| Luiz GONÇALVES e Pedronilha SILVA | Paulo FREIRE | Milton SANTOS | Guacira Lopes LOURO | Kabengele MUNANGA e Nilma GOMES POR UMA EDUCAÇÃO MULTI E INTERCULTURAL A educação multicultural vem em auxílio do professor para melhor desempenhar sua tarefa de falar ao aluno concreto Ela valoriza a perspectiva do aluno, abrindo o sistema escolar e construindo um currículo mais próximo da sua realidade cultural (GADOTTI). As ideias multiculturalistas discutem como podemos entender e até resolver os problemas gerados pela heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica, racial, comportamental, econômica, já que teremos que conviver de alguma maneira. A política do reconhecimento e as várias concepções de multiculturalismo nos ensinam que é necessário que seja admitida a diferença na relação com o outro. Isto quer dizer tolerar e conviver com aquele que não é como eu sou e não vive como eu vivo, e o seu modo de ser não pode significar que o outro deva ter menos oportunidades, menos atenção e recursos. O entendimento é que a escola como espaço público deve exercitar e ser sinal da diferença e construção da cidadania e da democracia. LIBÂNEO vai além: Para o Professor, a idéia de educação intercultural, que se projeta num currículo intercultural, está assentada no princípio pedagógico mais amplo: o acolhimento da diversidade, isto é, o reconhecimento dos outros como sujeitos de sua individualidade, portadores de uma identidade cultural própria. Acolher a diversidade é a primeira referência para a luta pelos direitos humanos. A presença da diversidade humana na sociedade resulta na transversalidade de culturas, no sentido de que toda cultura é plural. Uma prática, um comportamento intercultural, significa reconhecer o pluralismo cultural, aceitar a presença de várias culturas e desenvolver hábitos mentais e atitude de abertura e diálogo com essas culturas. MULTICULTURALISMO Consciência que a sociedade é diversa. EDUCAÇÃO INTERCULTURAL Baseada no acolhimento da diversidade e reconhecimentos das pessoas como sujeitos de sua individualidade, portadores de uma identidade cultural própria. DIREITOS HUMANOS TRANSVERSALIDADE DE CULTURAS PLURALISMO CULTURAL DIÁLOGO INTERAÇÃO RESPEITO De fato, professores e alunos convivem com uma pluralidade crescente de pessoas e grupos sociais. Vem aumentando a interação entre pessoas de diferentes lugares, em boa parte por causa da intensificação da migração decorrente do aumento das desigualdades, da pobreza, da falta de terra. Com isso, as crianças nas escolas convivem com pessoas diferentes, às vezes com culturas e costumes diferentes, diferentes etnias e diferentes linguagens. Uma educação intercultural requer que as decisões da equipe escolar sobre objetivos escolares e organização curricular reflitam os interesses e necessidades formativas dos diversos grupos sociais existentes na escola (a cultura popular, o urbano e o rural, a cultura dos jovens, a cultura de homens e mulheres, de brancos e negros, das minorias étnicas, dos alunos com necessidades especiais). Assumir o objetivo da educação intercultural não significa reduzir o currículo aos interesses dos vários grupos culturais que freqüentam a escola. O que se propõe é que, com base em uma atitude coletiva definida pela escola no sentido de um pluralismo cultural - uma visão aberta e plural em relação às culturas existentes na sociedade e na comunidade-, seja formulada uma proposta curricular que incorpore essa visão intercultural. EQUIDADE ATITUDE COLETIVA CONHECIMENTO PERTINENTE “Ensinar exige rejeição a qualquer forma de discriminação e o reconhecimento e a assunção da identidade cultural” (FREIRE) • RACIAL/ÉTNICA • GERACIONAL • ORIENTAÇÃO SEXUAL • SITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA • GÊNERO As desigualdades se estabelecem não na diferença biológica mas sim nos arranjos sociais, na história, nas condições de acesso aos recursos da sociedade, nas formas de representação. É no âmbito das relações sociais que se constroem os gêneros. Transformações são inerentes à história e à cultura, mas, nos últimos tempos, elas parecem ter se tornado mais visíveis ou ter se acelerado. Proliferaram vozes e verdades. Novos saberes, novas técnicas, novos comportamentos, novas formas de relacionamento e novos estilos de vida foram postos em ação e tornaram evidente uma diversidade cultural que não parecia existir. Cada vez mais perturbadoras, essas transformações passaram a intervir em setores que haviam sido, por muito tempo, considerados imutáveis, trans-históricos e universais. (Guacira Lopes LOURO) 3
  • 6. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO III | ESCOLA INCLUSIVA E MULTICULTURAL • Educação e diversidade sociocultural. • A inclusão da pessoa com deficiência. Rosita Endler CARVALHO| Luiz GONÇALVES e Pedronilha SILVA | Paulo FREIRE | Milton SANTOS | Guacira Lopes LOURO | Kabengele MUNANGA e Nilma GOMES 3 POR UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA A inclusão educacional tem ocupado significativo espaço de reflexões em todo o mundo, particularmente a partir da década de 1990. Deve ser entendida como princípio (um valor) e como processo contínuo e permanente. Não deve ser concebida como um preceito administrativo, dado a priori, que leva a estabelecer datas, a partir das quais as escolas passam a ter o status de inclusivas, em obediência à hierarquia do poder ou a pressões ideológicas. O princípio geral é o da igualdade de direitos a oportunidades isto é, ao direito igual de cada um de ingressar na escola e, nela, exercitar sua cidadania, aprendendo e participando. Na medida em que, atendendo a todos e a cada um, buscamos aprimorar as respostas educativas de nossas escolas, de modo que o direito de todos à educação não fique, apenas, como retórica e se efetive na prática, agimos em consonância com o princípio da igualdade de oportunidades. Mas, será que devemos entender ‘igualdade de oportunidades’ como sinônimo de ‘oportunidades iguais’ (as mesmas), para todos? Sujeitos da inclusão devem ser identificados dentre aqueles que não têm acesso aos bens e serviços histórica e socialmente disponíveis. Infelizmente estamos nos referindo a uma considerável parcela de nossa população. Inúmeros alunos com dificuldades de aprendizagem podem ser considerados em situação de deficiência decorrente de condições sociais e econômicas adversas, bloqueadoras de seu pleno desenvolvimento, mesmo sem apresentarem perturbações no nível biológico como cegueira, surdez, retardo mental, paralisia cerebral, por exemplo. A discussão sobre educação inclusiva impõe reflexões acerca dos seguintes temas: • o futuro da educação especial, em consonância com a política mundial de educação para todos; • os desafios enfrentados pelas escolas regulares para que assumam e pratiquem a orientação inclusiva em suas culturas, políticas e práticas; • as estratégias de alavancagem para mover um sistema educacional numa direção inclusiva. As estratégias de alavancagem para mover um sistema educacional numa direção inclusiva leva-nos a pensar nos princípios que embasam a política educacional adotada e nas formas de administração consideradas como eficazes. INCLUSÃO Princípio e processo contínuo e permanente ESCOLA INCLUSIVA Igualdade de direitos a oportunidades para todos, em especial para aqueles que estão em processos de exclusão social, de “desigualação”. SUJEITOS DA INCLUSÃO • Alunos com dificuldades de aprendizagem; • Alunos em situação de deficiênciac, om transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação.; • Alunos excluídos do sistema educativo por questões étnico/raciais, econômicas, religiosas, culturais, sexuais. MARCOS LEGAIS • Declaração de Salamanca ONU (1994); CF (1988); LDB (1996); PCNs, DCNs; Decreto Federal n.º 7.611, de 17 de novembro de 2011. PRINCÍPIOS E VALORES DIRETRIZES LEGAIS • garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades; • aprendizado ao longo de toda a vida; • não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência; • garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais; • oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; • adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena; • oferta de educação especial prefe- rencialmente na rede regular de ensino; e • apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. ESTRATÉGICAS DE ALAVANCAGEM APRENDIZAGEM Os princípios e valores que embasam as políticas educacionais constituem a base axiológica que move os formuladores de política. Se democráticos e centrados na aprendizagem em vez do ensino, os princípios serão verdadeiras alavancas que fazem sair da retórica para a prática, na medida em que o que está previsto nos objetivos, passa a acontecer, de fato. Uma verdadeira escola inclusiva não pode cair no risco do moralismo abstrato e nem da retórica política. O processo é complexo, lento e sofrido, mas é possível melhorar as escolas que temos. É possível reverter os quadros do fracasso escolar evidentes nas estatísticas educacionais brasileiras. É possível remover barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos os alunos (inclusive dos que estão em situação de deficiência), desde que haja vontade política, gerenciamento e lideranças competentes e convencidas, além de professores qualificados em sua formação inicial e continuada. (Rosita CARVALHO) Foco e centro: Desafios:
  • 7. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO IV | FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E O COTIDIANO ESCOLAR • A experiência social dos alunos e o cotidiano. • O cotidiano escolar: A construção de valores de uma vida cidadã que possibilita aprender e socializar saberes, desenvolver atitudes cooperativas, solidárias e responsáveis. • A ação coletiva e o diálogo com a comunidade educativa como fator de fortalecimento institucional para a promoção da cidadania. • A construção coletiva da proposta pedagógica da escola: demandas sociais, das características multiculturais e das expectativas dos alunos e dos pais, como fator de aperfeiçoamento da prática docente e da gestão escolar. • A prática docente e a gestão escolar como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo. • Gestão Escolar para o sucesso do ensino e da aprendizagem. SACRISTÁN e GOMEZ| Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Lino MACEDO | Telma WEISZ | Paulo FREIRE | 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: a experiência dos alunos e o cotidiano A espécie humana, constituída biologicamente como tal, elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas, códigos de comunicação e convivência como mecanismos imprescindíveis para a sobrevivência dos grupos e da espécie. Paralelamente, e posto que as aquisições adaptativas da espécie às peculiaridades do meio não se fixam biologicamente nem se transmitem através da herança genética, os grupos humanos põem em andamento mecanismos e sistemas externos de transmissão para garantir a sobrevivência nas novas gerações de suas conquistas históricas. Este processo de aquisição por parte das novas gerações das conquistas sociais — processo de socialização — costuma denominar-se genericamente como processo de educação. (SACRISTÁN) Como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo, o que implica além do conhecimento dos conteúdos, um esforço de reprodução ou desmascaramento da ideologia dominante. Neutra em relação à ideologia dominante a educação não pode ser (FREIRE) REPRODUÇÃO TRANSFORMAÇÃOX CONTRADIÇÃO Método DIALÉTICO • Ideologia dominante; • Manutenção do status quo; • Professor como transmissor de “verdades” absolutas, prescindindo do cotidiano escolar como contexto para sua prática educativa; • Papel da escola: exclusivamente seletiva e propedêutica, separando os “melhores” para a continuidade escolar. Classificação = Exclusão • Pensamento crítico; • Presença do professor no cotidiano escolar como mobilizador, construindo competências de comparar, analisar, avaliar, decidir, escolher e romper; • Papel da escola: partindo de uma educação problematizado que vise autonomia e emancipação, a partir da realidade para compreendê-la, intervir e transformar, mobilizando todas as capacidades necessárias. MEDIAÇÃO | Emancipação = INCLUSÃO [...] o objetivo da escola será o de conseguir que o conhecimento cotidiano seja o mais eficaz possível para dar resposta aos problemas que a vida em sociedade coloca para as pessoas. A função da escola será a de melhorar, aprofundar e ampliar esse conhecimento, a partir de um processo de construção de um conhecimento cada vez mais elaborado, em que o conhecimento científico será mais ou menos relevante, em função de sua capacidade na melhora do conhecimento “cotidiano”. Por esse motivo, o papel da escola deverá consistir na reconstrução, na reelaboração e na ampliação dessas estruturas ou do conhecimento cotidiano, por meio de um currículo ou conhecimento escolar, formado por todos os conteúdos da aprendizagem que se relacionam com a visão que temos do que é um conhecimento apropriado para as finalidades educativas a que nos propusemos e, por conseguinte, com a visão ou ideal de cidadão ou cidadã. (Antoni ZABALA) COTIDIANO ESCOLAR Os valores e princípios de uma vida cidadã são construídos no cotidiano escolar, considerando as experiências sociais acumuladas de cada aluno e seu contexto social. Criando um ambiente escolar acolhedor e ao mesmo tempo crítico dos problemas da realidade, estamos preparando nossos alunos para uma vivência e prática cidadão e aberto a novas aprendizagens e práticas solidárias.
  • 8. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO IV | FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E O COTIDIANO ESCOLAR • A experiência social dos alunos e o cotidiano. • O cotidiano escolar: A construção de valores de uma vida cidadã que possibilita aprender e socializar saberes, desenvolver atitudes cooperativas, solidárias e responsáveis. • A ação coletiva e o diálogo com a comunidade educativa como fator de fortalecimento institucional para a promoção da cidadania. • A construção coletiva da proposta pedagógica da escola: demandas sociais, das características multiculturais e das expectativas dos alunos e dos pais, como fator de aperfeiçoamento da prática docente e da gestão escolar. • A prática docente e a gestão escolar como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo. • Gestão Escolar para o sucesso do ensino e da aprendizagem. SACRISTÁN e GOMEZ| Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Lino MACEDO | Telma WEISZ | Paulo FREIRE | 4 A AÇÃO COLETIVA E O DIÁLOGO: centro de nossas atuações e prática no ensino-aprendizagem Ensinar exige disponibilidade para o diálogo [...] Me sinto seguro porque não há razão para me envergonhar por desconhecer algo. Testemunhar a abertura aos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios, são saberes necessários à prática educativa. Viver a abertura respeitosa aos outros e, de quando em vez, de acordo com o momento, tomar a própria prática de abertura ao outro como objetivo da reflexão crítica deveria fazer parte da aventura docente. A razão ética da abertura, seu fundamento político sua referência pedagógica; a boniteza que há nela como viabilidade do diálogo. A experiência da abertura como experiência fundante do ser inacabado que terminou por se saber inacabado. Seria impossível saber-se inacabado e não se abrir ao mundo e aos outros à procura de explicação, de respostas a múltiplas perguntas. O fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da incompletude [...] (Paulo FREIRE) PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA Cabe à escola suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estrutura do ambiente. (LIBÂNEO) A LDB buscou preservar, no seu art. 26, a autonomia da proposta pedagógica dos sistemas e das unidades escolares para contextualizar os conteúdos curriculares de acordo com as características regionais, locais e da vida dos seus alunos; assim entendida, a parte diversificada é uma dimensão do currículo, e a contextualização pode ser a forma de organizá- la sem criar divórcio ou dualidade com a Base Nacional Comum. A proposta pedagógica deve refletir o melhor equacionamento possível entre recursos humanos, financeiros, técnicos, didáticos e físicos, para garantir tempos, espaços, situações de interação, formas de organização da aprendizagem e de inserção da escola no seu ambiente social, que promovam a aquisição dos conhecimentos, competências e valores previstos na lei, apresentados nestas diretrizes, e constantes da sua proposta pedagógica. (PCNs) A PRÁTICA DOCENTE REFLEXIVA COMO FATOR DE APERFEIÇOAMENTO DO TRABALHO COLETIVO Criar, estruturar e dinamizar situações de aprendizagem e estimular a aprendizagem e a autoconfiança nas capacidades individuais para apreender são competências que o profes- sor de hoje tem de desenvolver. [...] Na mesma lógica das capacidades e das atitudes que pretende ajudar a desenvolver nos seus alunos, o professor tem, também ele, de se considerar num constante processo de autoformação e identificação profissional. Costumo dizer que tem de ser um professor reflexivo numa comunidade profissional reflexiva. (ALARCÃO) GESTÃO E PLANEJAMENTO ESCOLAR A gestão escolar [...] constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento. O sistema educativo é uma complexa rede social com uma estrutura, uma vida ou cultura interna, e algumas relações peculiaridades com o contexto externo. [...] Os programas políticos não se instalam materialmente na prática senão através de um processo de negociação com os atores sociais, de acordo com as peculiaridades do contexto e das condições do mesmo. Propostas e realidade mantêm uma relação dialética interessante: ambas se codeterminam. As propostas políticas incidem na realidade e esta acaba condicionando o que de real vão ter aquelas propostas. (SACRISTÁN) Repensar a escola como um espaço democrático e participativo de troca e produção de conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da educação, especificamente o Gestor Escolar, deverão enfrentar neste novo contexto educacional, pois o Gestor Escolar é o maior articulador deste processo e possui um papel funda- mental na organização do processo de democratização escolar GERIR UMA ESCOLA REFLEXIVA É GERIR UMA ESCOLA COM PROJETO Isabel ALARCÃO apresentará a necessidade de uma gestão reflexiva num contexto de escola reflexiva: Só um modelo democrático de gestão se coaduna com o conceito de escola reflexiva. Por modelo democrático de gestão entendo um modelo organizacional em que todos e cada um se sente pessoa. E ser pessoa é ter papel, ter voz e ser responsável. Um modelo em que cada um se considera efetivamente presente ou representado nos órgãos de decisão. E em que há capacidade real de negociação e de diálogo capaz de ultrapassar as dicotomias entre o eu e o nós, entre os administradores e os professores, entre os professores e os alunos, entre os pais e os professores, entre os diferentes órgãos dentro da escola, entre a decisão casuística e a decisão determinada por princípios gerais [...] e a dicotomia entre a lógica e a lógica da ação. Postulados para a gestão de uma escola reflexiva: - ser capaz de liderar e mobilizar as pessoas; - saber agir em situação; - nortear-se pelo projeto de escola; - assegurar uma atuação sistêmica; - assegurar a participação democrática; - pensar e escutar antes de decidir; - saber avaliar e deixar-se avaliar; - ser consequente; - ser capaz de ultrapassar dicotomias paralisantes; - decidir; - acreditar que todos e a própria escola se encontram num processo de desenvolvimento e aprendizagem.
  • 9. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO V | A PRÁTICA EDUCATIVA • Prática profissional e projeto educativo: os professores, suas concepções e opções didático-pedagógicas. • A formação do profissional da educação: conceitos e dimensões. • A escola como espaço de formação continuada e de aperfeiçoamento profissional. • Organização dos tempos e espaços escolares. Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ 5 PROJETO EDUCATIVO: guia para o trabalho do professor O projeto pedagógico envolve a estrutura organizacional e a estrutura pedagógica. A primeira se refere a recursos humanos, físicos e financeiros, aí incluindo a forma material da escola. A estrutura pedagógica diz respeito as interações políticas, às questões de ensino-aprendizagem e às de currículo, organização de conteúdos e avaliação. Na verdade essas estruturas se imbricam na dinâmica interna da escola. Entende-se por projeto educativo a expressão da identidade de cada escola em um processo dinâmico de discussão, reflexão e elaboração contínua. Esse processo deve contar com a participação de toda equipe pedagógica, buscando um comprometimento de todos com o trabalho realizado, com os propósitos discutidos e com a adequação de tal projeto às características sociais e culturais da realidade em que a escola está inserida. É no âmbito do projeto educativo que professores e equipe pedagógica discutem e organizam os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação para cada ciclo. (PCNs) Segundo o educador Antoni Zabala, “um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais competente em seu ofício” . Esta competência é construída mediante o conhecimento e a experiência, e só é plenamente realizada mediante a reflexão do trabalho e o conhecimento das concepções e opções didático-pedagógicas. APRENDER E ENSINAR, CONSTRUIR E INTERAGIR Por muito tempo a pedagogia focou o processo de ensino no professor, supondo que, como decorrência, estaria valorizando o conhecimento. O ensino, então, ganhou autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de aprendizagem ficou relegado a segundo plano. Hoje sabe-se que é necessário ressignificar a unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, em última instância, sem aprendizagem o ensino não se realiza. CONSTRUTIVISMO A perspectiva construtivista na educação é configurada por uma série de princípios explicativos do desenvolvimento e da aprendizagem humana que se complementam, integrando um conjunto orientado a analisar, compreender e explicar os processos escolares de ensino e aprendizagem. A configuração do marco explicativo construtivista para os processos de educação escolar deu-se, entre outras influências, a partir da psicologia genética, da teoria sociointeracionista e das explicações da atividade significativa. Vários autores partiram dessas ideias para desenvolver e conceitualizar as várias dimensões envolvidas na educação escolar, trazendo inegáveis contribuições à teoria e à prática educativa. O núcleo central da integração de todas essas contribuições refere-se ao reconhecimento da importância da atividade mental construtiva nos processos de aquisição de conhecimento. Daí o termo construtivismo, denominando essa convergência. RESSIGNIFICAÇÃO Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica, promover a realização de aprendizagens com o maior grau de significado possível, uma vez que esta nunca é absoluta — sempre é possível estabelecer alguma relação entre o que se pretende conhecer e as possibilidades de observação, reflexão e informação que o sujeito já possui. A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses e experimentá-las. Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Os conhecimentos gerados na história pessoal e educativa têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do professor e de si mesmo, nas suas motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua autoestima. PROJETO POLÍTICO- PEDAGÓGICO DA ESCOLA APRENDIZAGEM PROJETO EDUCATIVO CONSTRUTIVISMO RESSIGNIFICAÇÃO Reflexão do trabalho e o conhecimento das concepções e opções didático-pedagógicas Organização CURRICULAR Organização dos CONTEÚDOS Organização da AVALIAÇÃO do processo
  • 10. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO V | A PRÁTICA EDUCATIVA • Prática profissional e projeto educativo: os professores, suas concepções e opções didático-pedagógicas. • A formação do profissional da educação: conceitos e dimensões. • A escola como espaço de formação continuada e de aperfeiçoamento profissional. • Organização dos tempos e espaços escolares. Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ 5 Do conjunto de relações necessárias para facilitar a aprendizagem se deduz uma série de FUNÇÕES DOS PROFESSORES, que Zabala caracteriza da seguinte maneira: • Planejar a atuação docente de uma maneira suficientemente flexível para permitir adaptação às necessidades dos alunos em todo o processo de ensino/aprendizagem. Por um lado, uma proposta de intervenção suficientemente elaborada; e por outro, com uma aplicação extremamente plástica e livre de rigidez, mas que nunca pode ser o resultado da improvisação. • Contar com as contribuições e os conhecimentos dos alunos, tanto no início das atividades como durante sua realização. • Ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo para que conheçam o que têm que fazer, sintam que podem fazê-lo e que é interessante fazê-lo. • Estabelecer metas ao alcance dos alunos para que possam ser superadas com o esforço e a ajuda necessários. • Oferecer ajudas adequadas, no processo de construção do aluno, para os progressos que experimenta e para enfrentar os obstáculos com os quais se depara. • Promover atividade mental autoestruturante que permita estabelecer o máximo de relações com novo conteúdo, atribuindo-lhe significado no maior grau possível e fomentando os processos de meta-cognição que lhe permitam assegurar o controle pessoal sobre os próprios conhecimentos e processos durante a aprendizagem. • Estabelecer um ambiente e determinadas relações presididos pelo respeito mútuo e pelo sentimento de confiança, que promovam a autoestima e o autoconceito. • Promover canais de comunicação que regulem os processos de negociação, participação e construção. • Potencializar progressivamente a autonomia dos alunos na definição de objetivos, no planejamento das ações que os conduzirão aos objetivos e em sua realização e controle, possibilitando que aprendam a aprender. • Avaliar os alunos conforme suas capacidades e seus esforços, levando em conta o ponto pessoal de partida e o processo através do qual adquirem conhecimentos e incentivando a autoavaliação das competências como meio para favorecer as estratégias de controle e regulação da própria atividade. FORMAÇÃO PERMANENTE E CONTINUADA As transformações das práticas docentes só se efetivam na medida em que o professor amplia sua consciência sobre a própria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupões conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. Em síntese, dizemos que o professor é um profissional do humano que: ajuda o desenvolvimento pessoal / intersubjetivo do aluno; um facilitador do acesso do aluno ao conhecimento (informador informado); um ser de cultura que domina de forma profunda sua área de especialidade (científica e pedagógica/educacional) e seus aportes para compreender o mundo; um analista crítico da sociedade, portanto, que nela intervém com sua atividade profissional; um membro de uma comunidade de profissionais, portanto, científica (que produz conhecimento sobre sua área) e social. ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS ESCOLARES A consideração do tempo como variável que interfere na construção da autonomia permite ao professor criar situações em que o aluno possa progressivamente controlar a realização de suas atividades. Por meio de erros e acertos, o aluno toma consciência de suas possibilidades e constrói mecanismos de autorregulação que possibilitam decidir como alocar seu tempo. Por essa razão, são importantes as atividades em que o professor seja somente um orientador do trabalho, cabendo aos alunos o planejamento e a execução, o que os levará a decidir e a vivenciar o resultado de suas decisões sobre o uso do tempo. (PCNs) ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS ESCOLARES Uma sala de aula com carteiras fixas dificulta o trabalho em grupo, o diálogo e a cooperação; armários trancados não ajudam a desenvolver a autonomia do aluno, como também não favorecem o aprendizado da preservação do bem coletivo. A organização do espaço reflete a concepção metodológica adotada pelo professor e pela escola. Em um espaço que expresse o trabalho proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais é preciso que as carteiras sejam móveis, que as crianças tenham acesso aos materiais de uso frequente, as paredes sejam utilizadas para exposição de trabalhos individuais ou coletivos, desenhos, murais. Nessa organização é preciso considerar a possibilidade de os alunos assumirem a responsabilidade pela decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é tratado dessa maneira, passa a ser objeto de aprendizagem e respeito, o que somente ocorrerá por meio de investimentos sistemáticos ao longo da escolaridade. (PCNs)
  • 11. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO VI | COMPETÊNCIAS PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR O ENSINO • Saberes e práticas voltadas para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais. • A infância como tempo de formação. • A adolescência como tempo de formação. • A Educação e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação: Ensinar na era da Informação. • Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem. Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO SACRISTÁN e GOMEZ | José CASTORINA (org) | Jean PIAGET | Lev VYGOTSKY 6 10 NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR 1. organizar e dirigir situações de aprendizagem; 2. administrar a progressão das aprendizagens; 3. conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação; 4. envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; 5. trabalhar em equipe; 6. participar da administração escolar; 7. informar e envolver os pais; 8. utilizar novas tecnologias; 9. enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão; 10. administrar a própria formação. O QUE É COMPETÊNCIA? Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações. Professor como MOBILIZADOR PROBLEMATIZADOR Solução de situações-problemas na APRENDIZAGEM com PERTINÊNCIA EFICÁCIA 10 NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR E MAIS UMA Mais tarde, Perrenoud afirma a necessidade de se desenvolver uma décima primeira competência ligada ao trabalho docente, que está relacionada à ação do professor enquanto um ator coletivo no sistema de ensino e enquanto um direcionador do movimento dos educadores no sentido da profissionalização e da prática reflexiva sobre seu próprio fazer. Diante de tais competências profissionais, devemos, também, favorecer de forma organizada o desenvolvimento das habilidades requeridas no âmbito escolar. Para tanto, devemos rever os currículos escolares de forma a permitir que os conteúdos sejam, de fato, compreendidos pelos alunos, tanto pela via intelectual, quanto pela via prática. LEV VYGOTSKY (1896-1934) SOCIOCONSTRUTIVISMO OU SOCIOINTERACIONISMO. As características do indivíduo, o conhecimento que ele tem do mundo estão em contínua mudança e se constroem na relação sujeito-mundo, especialmente nas relações interpessoais em que ele se envolve. É, portanto, na interação que se dá a gênese das estruturas de pensamento, a construção do conhecimento e a constituição de si mesmo como SUJEITO pelos indivíduos. A perspectiva apontada considera, pois, que não há essência humana a priori. É na ação prática que se forma o homem, na interação com pessoas e com objetos nas diferentes situações e, depois, na interação também com representações construídas a partir daquelas interações. Tal perspectiva destaca o papel do Outro, da exploração de objetos, da emoção, da linguagem e do jogo no desenvolvimento infantil. ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL A aprendizagem, criando a zona de desenvolvimento proximal, desperta vários processos capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente, e quando em cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, estes processos tornam-se parte das aquisições de desenvolvimento independentes da criança. Mais uma vez, portanto, sua concepção destaca o valor do interlocutor, daquele que dialoga com a criança no desenvolvimento desta. JEAN PIAGET (1896-1980) PSICOLOGIA GENÉTICA - EPISTEMOLOGIA COGNITIVA Reconhece o papel construtivo do desenvolvimento, que depende da interação entre organismo e meio, regida pela autorregulação ou equilibração. Durante os primeiros períodos do desenvolvimento humano, a equilibração manifesta-se através de ações efetivas que vão sendo objeto de coordenações pelo sujeito e, posteriormente, através de ações interiorizadas, reversíveis e dinâmicas, as chamadas operações lógico-matemáticas. Essa evolução se processa por etapas que assistem a construção de estruturas mentais sucessivas, integradas umas às outras. Progressivamente, a inteligência denominada prática vai sendo substituída pela inteligência representativa. Aprendizagem e conhecimento, nesta perspectiva, relacionam-se. Se, para aprender, o Sujeito deve dispor de possibilidades, que são os esquemas assimiladores, é na ação sobre o mundo que o Sujeito constrói conhecimentos e a si mesmo, aperfeiçoando suas estruturas mentais. O ambiente social deve propiciar à criança oportunidades de interagir com outros indivíduos que levem à cooperação e à colaboração. Ele seria um dos quatro fatores de desenvolvimento mental propostos por PIAGET, juntamente com a maturação do sistema nervoso, o ambiente físico e a equilibração progressiva. As ações, a motivação e a cooperação social estão intimamente ligadas às funções intelectuais. O progresso intelectual provoca modificações ao nível da afetividade e das relações sociais. Todavia, esta influência é recíproca. Através da interação social, a criança é levada a sair de uma perspectiva centrada em si (egocêntrica) para ter uma visão mais objetiva dos acontecimentos. Revise os estágios de desenvolvimento segundo PIAGET na página 506 da apostila.
  • 12. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO VI | COMPETÊNCIAS PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR O ENSINO • Saberes e práticas voltadas para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais. • A infância como tempo de formação. • A adolescência como tempo de formação. • A Educação e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação: Ensinar na era da Informação. • Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem. Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO SACRISTÁN e GOMEZ | José CASTORINA (org) | Jean PIAGET | Lev VYGOTSKY 6 A informação é um fator intrínseco a qualquer atividade, ela deve ser conhecida, processada, compreendida e utilizada pela consolidação de serviços, produtos e sistemas de informações. Segundo a professora Isabel ALARCÃO, a sociedade da informação, como sociedade aberta e global, exige competências de acesso, avaliação e gestão da informação oferecida. De imediato se coloca uma questão: a das diferenças ao acesso à informação e da necessidade de providenciar igualdade de oportunidades sob pena de desenvolvermos mais um fator de exclusão social: a infoexclusão. A pergunta válida que fazemos é: como discernir sobre a informação válida e inválida, correta ou incorreta, pertinente ou supérflua? Como organizar o pensamento e a ação em função da informação, recebida ou procurada? O mundo, marcado por tanta riqueza informativa, precisa urgentemente do poder clarificador do pensamento. Edgar MORIN afirma que só o pensamento pode organizar o conhecimento. Para conhecer, é preciso pensar. E uma cabeça bem feita - ao invés de bem cheia – é a que é capaz de transformar a informação em conhecimento pertinente. Para o autor, o conhecimento pertinente é o conhecimento que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita. Inerente a esta concepção, emerge a relevância do sentido que se atribui às “coisas”. Assume-se como fundamental, a compreensão entendida como a capacidade de perceber os objetos, as pessoas, os acontecimentos e as relações que entre todos se estabelecem. As novas competências exigidas pela sociedade da informação e da comunicação, do conhecimento e da aprendizagem Um dos autores que mais tem trabalhado a questão das competências é Philippe PERRENOUD que vimos anteriormente. Segundo o pensador suíço, ter competência é saber mobilizar os saberes. A competência não existe, portanto, sem os conhecimentos. Como consequência lógica não se pode afirmar que as competências estão contra os conhecimentos, mas sim com os conhecimentos. Elas reorganizam-nos e explicitam a sua dinâmica e valor fundamental. Uma escola reflexiva é uma comunidade de aprendizagem e é um local onde se produz conhecimento sobre educação. INFORMAÇÕES CONHECIMENTO Científico/Técnico/Informacional Teória e Prática “Só o pensamento pode organizar o conhecimento” (MORIN) CONHECIMENTO PERTINENTE/APROPRIADO  Cotidiano escolar (REALIDADE)  Cotidiano escolar ELABORADO   ESCOLA REFLEXIVA  RESSIGNIFICAÇÃO Enfoque Globalizador Potencialidade explicativa de contextos globais. PROBLEMATIZAÇÃO + CLARIFICAÇÃO  APRENDIZAGEM  APRENDIZAGEM  Cotidiano não elaborado  Cotidiano não elaborado    
  • 13. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO VII | ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | CURRÍCULO | AVALIAÇÃO • Organização dos conteúdos de aprendizagem. • O currículo e a globalização do conhecimento: impasses e polêmicas entre conteúdo e metodologia na sala de aula • O desenvolvimento curricular: Planejamento da ação didática e o Projeto Pedagógico. • A avaliação e o processo de ensino e aprendizagem: em busca de uma coerência e integração. • O processo de avaliação do desenvolvimento e do desempenho escolar como instrumento de análise e de acompanhamento, intervenção e reorientação da ação pedagógica e dos avanços da aprendizagem dos alunos. Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ José CASTORINA (org) | Jussara HOFFMANN | Charles HADJI | Celso VASCONCELLOS 7 Organização da AVALIAÇÃO Organização do CURRÍCULO Organização dos CONTEÚDOS ESCOLAREFLEXIVARESSIGNIFICAÇÃO EnfoqueGlobalizadoreCOMPLEXIDADE Potencialidadeexplicativadecontextosglobais. PROBLEMATIZAÇÃO+CLARIFICAÇÃO APRENDIZAGEM  PROCESSO PARTICIPAÇÃO DINAMICIDADE DIALOGICIDADE DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO: Tomada de decisões coletivas = Superação da visão reducionista, apenas propedêutica, seletiva, classificatória e excludente do ensino-aprendizagem APRENDIZAGEM  APRENDIZAGEM   INTERDISCIPLINARIDADE    INTERDISCIPLINARIDADE   MÉTODOS GLOBALIZADOS Com esse nome designam-se todos aqueles métodos completos de ensino que, de uma maneira explícita, organizam os conteúdos de aprendizagem a partir de situações, temas ou ações, independentemente da existência ou não de algumas matérias ou disciplinas que precisam ser lecionadas. Nos métodos globalizados, os alunos mobilizam-se para chegar ao conhecimento de um tema que lhes interessa, para resolver alguns problemas do meio social ou natural que lhes são questionados, ou para realizar algum tipo de construção. (ZABALA) ENFOQUE GLOBALIZADOR e COMPLEXIDADE Maneira de organizar os conteúdos a partir de uma concepção de ensino na qual o objeto fundamental de estudo para os alunos seja o conhecimento e a intervenção na realidade. Aceitar essa finalidade significa entender que a função básica do ensino é a de potencializar nas crianças as capacidades que lhes permitam responder aos problemas reais em todos os âmbitos de desenvolvimento pessoal, sejam sociais, emocionais ou profissionais, os quais sabemos que, por sua natureza, jamais serão simples. Ser capazes de compreender e intervir na realidade comporta dispor de instrumentos cognoscitivos que permitam lidar com a complexidade: modelos de conhecimento e de atuação desde um pensamento para a complexidade e desde a complexidade. (ZABALA)     O CURRÍCULO é, em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos, o que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. Podemos resumir sintetizar a investigação, caracterizando o processo de desenvolvimento curricular da seguinte forma: • é um processo interpessoal que reúne vários atores com diferentes pontos de vista sobre o ensino e aprendizagem e com poderes, explícitos ou implícitos, de decisão curricular; • é um processo político que se traduz na tomada de decisões a nível nacional, regional e local e que conta com a influência de vários grupos que dispõem de poder de negociação curricular; • é um empreendimento social que envolve pessoas no desempenho de papéis — com as potencialidades, disponibilidades e obstáculos inerentes — de acordo com diferentes interesses, valores e ideologias; • é um processo de colaboração e cooperação entre os diversos intervenientes que tomam decisões curriculares; • é um sistema desarticulado da prática de tomada de decisões: não é um processo puramente racional e cientificamente objetivo nem um processo nitidamente sequenciado e sistemático; depende de um método prático e simples, pois as decisões curriculares são frequentemente tomadas através de movimentos pequenos e progressivos ou sobre problemas específicos e não propriamente através de reformas globais. Sacristán desenvolve bastante o tema do desenvolvimento curricular, esclarecendo à partida que considera o currículo uma confluência de práticas.  PPPE    PPPE   “A avaliação é a reflexão transformada em ação, não podendo ser estática nem ter caráter sensitivo e classificatório”. Jussara HOFFMANN
  • 14. SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/ QUADRO-RESUMO | MÓDULO VII | ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | CURRÍCULO | AVALIAÇÃO • Organização dos conteúdos de aprendizagem. • O currículo e a globalização do conhecimento: impasses e polêmicas entre conteúdo e metodologia na sala de aula • O desenvolvimento curricular: Planejamento da ação didática e o Projeto Pedagógico. • A avaliação e o processo de ensino e aprendizagem: em busca de uma coerência e integração. • O processo de avaliação do desenvolvimento e do desempenho escolar como instrumento de análise e de acompanhamento, intervenção e reorientação da ação pedagógica e dos avanços da aprendizagem dos alunos. Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ José CASTORINA (org) | Jussara HOFFMANN | Charles HADJI | Celso VASCONCELLOS 7 Organização da AVALIAÇÃO HOFFMANN propõe para a realização da avaliação, na perspectiva de construção, duas premissas fundamentais: confiança na possibilidade do aluno construir as suas próprias verdades; valorização de suas manifestações e interesses. O aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensão educativa é um componente altamente significativo ao desenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao docente a observação e investigação de como o aluno se coloca diante da realidade ao construir suas verdades. Ela distingue o diálogo entre professor e aluno como indicador de aprendizagem, necessário, à reformulação de alternativas de solução para que a construção do saber aconteça. A reflexão do professor sobre seus próprios posicionamentos metodológicos, na elaboração de questões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempre um caráter dinâmico. Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é, fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de construção do conhecimento. O professor precisa caminhar junto com o educando, passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem. Na AVALIAÇÃO MEDIADORA o professor deve interpretar a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir com esse discente. Para que isso aconteça, o desenvolvimento dessa prática avaliativa deverá decodificar a trajetória de vida do aluno durante a qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões, e isso é muito mais que conhecer o educando. Em um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para novas interrogações ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos muitas oportunidades de emitir idéias sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em construção, ou as que já foram elaboradas Sem tais atitudes, não se idealiza, de fato, um processo de avaliação contínua e mediadora. Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-o a um saber enriquecido, acompanhando o “vir a ser”, favorecendo ações educativas para novas descobertas. A avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo vinculando-a a idéia de qualidade. Não há como evitar a necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa torná-la eficaz naquilo que se propõe: a melhora de todo o processo educativo. Avaliar qualitativamente significa um julgamento mais global e intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em determinada situação relacionada às expectativas do professor e também deles mesmos. Nesse momento, o professor deixa de ser um simples colecionador de elementos quantificáveis e utiliza sua experiência e competência analisando os fatos dentro de um contexto de valores, que legitimam sua atitude como educador. AVALIAÇÃO MEDIADORA O que pretendo introduzir (...) é a perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do sa- ber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando- as. (HOFFMANN) Tal paradigma pretende opor-se ao modelo do "transmitir-verificar-reg- istrar" e evoluir no sentido de uma ação avaliativa reflexiva e desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de ideias entre e com seus alunos, num movimento de superação do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído a partir da compreensão dos fenômenos estudados. AVALIAÇÃO MEDIADORA Formativa, significativa, emancipatória, reflexiva e integradora.   Na escola tradicional, a avaliação era fundamentalmente somativa e, portanto, classificatória (vide os tipos de concepção sobre avaliação na pág. 541 da apostila). Na educação moderna, predominam a avaliação diagnóstica e a FORMATIVA.