Os principais ciclos econômicos no Brasil colonial foram:
1) O Ciclo do Pau-Brasil, focado na extração de madeira e tinta para exportação;
2) O Ciclo da Cana-de-Açúcar, com o cultivo da cana como principal atividade econômica entre os séculos XVI e XVII;
3) O Ciclo do Ouro, quando a extração do ouro se tornou a principal atividade no século XVIII.
2. CICLO PAU BRASIL
• O Ciclo do Pau-Brasil.
• A extração do Pau-Brasil [madeira e
tinta] era feita com o auxílio da mão-deobra nativa, na base do escambo em
que os europeus forneciam objetos de
pouco valor na Europa, mas que no
início exerciam um grande fascínio
sobre os nativos, pois estes viviam
numa sociedade de caça e coleta, daí
manufaturados relativamente comuns
dos europeus alcançarem cotações altas
no escambo. Por vezes foram
construídas feitorias para proteção
contra navios inimigos e para armazenar
as toras até o transporte, mas o saldo
foi de grande devastação das matas
costeiras e nenhum núcleo de
povoamento permanente.
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3. CICLO DA CANA DE
AÇUCAR
O Ciclo da Cana-de-Açucar.
O cultivo da cana-de-açúcar deu-se
pela necessidade imperativa de colonizar
e explorar um território até então sem
muita importância econômica para
Portugal, vários foram os motivos para a
escolha da cana, entre eles a existência
no Brasil do solo de massapê, propício
para o cultivo da cana-de-açúcar, além de
ser um produto muito bem cotado no
comércio
europeu
–
destinado
unicamente à exportação e capaz de
gerar
valiosíssimos
lucros, transformando-se no alicerce
econômico da colonização portuguesa no
Brasil entre os séculos XVI e XVII.
A
maior
contribuição
dos
engenhos, porém, foi estar em um ponto
bastante privilegiado, facilitando o
escoamento e agilizando a chegada do
produto aos mercados consumidores. As
plantações
ocorriam
no
sistema
de plantation, ou seja, eram grandes
fazendas monocultoras [um único
produto], utilizando mão de obra escrava
e visando o comércio exterior.
4. DROGAS DO SERTÃO
O Ciclo das Drogas do Sertão
Drogas do sertão é um termo que se
refere a
determinadas especiarias extraídas do
chamado sertão brasileiro na época das
entradas e das bandeiras, as "drogas"
eram produtos nativos do Brasil, que não
existiam na Europa e, por isso, atraíam o
interesse dos europeus que as
consideravam como novas especiarias.
A foz do rio Amazonas era uma região
onde se praticava intenso escambo com
produtos típicos da região, como ervas
aromáticas,
plantas
medicinais, cacau, canela, baunilha, cravo
, castanha-do-pará e guaraná. Esses
produtos recebiam o nome de drogas do
sertão e eram considerados especiarias
na Europa, alcançando excelentes preços
nesse período. Para combater o
contrabando, em 1616, a Coroa
Portuguesa fundou, na foz do rio
Amazonas, o forte do Presépio, dando
origem à atual cidade de Belém.
5. CICLO DO OURO
O Ciclo do Ouro
Na História do Brasil, o ciclo do ouro é
compreendido como o período em que
vigorou
a
extração
e
exportação
do ouro como principal atividade econômica
na fase colonial do país. Ocorrera após o
declínio da produção açucareira no
Brasil, época em que Portugal buscara novas
fontes de renda na colônia, as primeiras
minas
foram
encontradas
pelos bandeirantes no atual estado de Minas
Gerais, Goiás e Mato Grosso. O auge do ciclo
do ouro no século XVIII, gerou uma grande
corrida em busca do metal precioso.
A extração exigia investimentos em mão-deobra, equipamentos e
a aquisição de
terrenos auríferos. A extração do ouro ficou
nas mãos dos grandes proprietários rurais e
comerciantes, a Coroa Portuguesa adquiria
lucro por
meio da cobrança de taxas
e impostos, ou seja , o explorador que
encontrasse e extraísse o ouro deveria pagar
o quinto à Coroa Portuguesa. O imposto era
cobrado pelas Casas de Fundição, onde o
metal era derretido e transformado em
barras.
6. CICLO DA PECUARIA
O Ciclo da Pecuária
A pecuária estava vinculada à economia de
subsistência, fornecia couros e carnes para o
consumo interno das grandes propriedades. Esse
foi um grande passo para o começo da primeira
grande comercialização interna da colônia, fator
essencial no povoamento de novas terras, o
gado, no início, era propriedade dos donos de
engenho e somente em meados do século
XVII surgiu a figura do proprietário da fazenda de
gado, foi nessa época, também, que o gado
tomou a direção do interior, com uma estrutura
baseada na grande propriedade, no trabalho livre
e assalariado e na técnica extensiva.
Com a descoberta do ouro:
No Sul, as primeiras fazendas de gado datam do
início do século XVIII e o consumo
de charque (carne-seca) integrou a região
economicamente
ao
resto
da
Colônia, principalmente ao Sudeste (então na
prosperidade do ouro). No Nordeste, a
pecuária, durante a fase aurífera, se estendeu
pelo São Francisco (que ficou conhecido como Rio
dos Currais), pois o comércio se concentrava em
Minas, e o São Francisco era ótimo: tanto para a
criação quanto para a venda, assim, tornando o
Brasil o segundo maior produtor de gado do
mundo.
7. CICLO DO CAFÉ
O Ciclo do Café
O café chegou ao Brasil, na segunda década do século
XVIII, através de Francisco de Melo Palheta. Estas
primeiras mudas foram trazidas da Guiana Francesa.
No século XIX, as plantações de café espalharam-se
pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Os
mercados nacionais e internacionais, principalmente
Estados Unidos e Europa, aumentaram o
consumo, favorecendo a exportação do produto
brasileiro.
Com a queda nas exportações de algodão, açúcar e
cacau, os fazendeiros sentiram a grande oportunidade
de obterem altos lucros com o “ouro negro”.
Passaram a investir mais e ampliaram os cafezais. Na
segunda metade do século XIX, o café tornou-se o
principal produto de exportação brasileiro, sendo
também
muito
consumido
no
mercado
interno.
Os fazendeiros, principalmente
paulistas, fizeram fortuna com o comércio do
produto, as mansões da Avenida Paulista refletiam
bem este sucesso. Boa parte dos lucros do café foi
investido na indústria, principalmente de São Paulo e
Rio de Janeiro, favorecendo o desenvolvimento deste
setor e a industrialização do Brasil.
Além de uma
alternativa à mineração e aos engenhos de açúcar, a
cafeicultura impulsionou o início da imigração
europeia, a instalação da malha ferroviária e da
industrialização do sudeste brasileiro. Os produtores
de café receberam distinções sociais e estiveram
relacionados aos principais movimentos políticos e
econômicos que precederam a proclamação da
república.
8. CICLO DA BORRACHA
O Ciclo da Borracha
Desde o início da segunda metade do século XIX, a
borracha passou a exercer forte atração sobre
empreendedores visionários. A atividade extrativista
do látex na Amazônia revelou-se, de imediato, muito
lucrativa. A borracha natural logo conquistou um lugar
de destaque nas indústrias da Europa e da América do
Norte, alcançando elevado preço internacional, no
final do século XIX a recém-criada indústria de
automóveis estava em plena expansão, as empresas e
a classe média correram para adquirir o meio de
transporte do momento, com isso, a demanda pela
borracha aumentou significativamente, pois este
produto era matéria-prima para a fabricação de
pneus.
O Brasil passou a exportar toneladas de
borracha, principalmente para as fábricas de
automóveis norte-americanas. As principais regiões
produtoras de borracha eram os estados do Pará e
Amazonas, utilizando a extração do látex das
seringueiras, que havia em abundância na região da
floresta amazônica, esta rápida expansão da produção
de borracha atraiu grande quantidade de
trabalhadores
para
a
região, principalmente, nordestinos que fugiam da
seca e estavam em busca de emprego e melhores
condições de vida, na primeira década do século XX, o
Brasil tornou-se o maior produtor e exportador
mundial de borracha.
Este crescimento econômico da região amazônica foi
acompanhado de significativo desenvolvimento
urbano. Muitas cidades surgiram e outras se
desenvolveram como, por exemplo, Manaus.. O
comércio interno aumentou significativamente e a
renda dos habitantes melhorou.
9. CICLO DO ALGODÃO
Ciclo do Algodão
No contexto da economia colonial, o algodão
surge como mais um produto agrícola que se
estabeleceu nas bases do trabalho escravo, da
grande propriedade e da monocultura voltada
para o mercado externo.
A primeira remessa de algodão para o mercado
externo data de 1760, proveniente do
Maranhão, mais tarde a capitania de Pernambuco
e a Bahia também se tornaram importantes
produtoras de algodão, esse avanço na produção
de algodão no Brasil foi possível graças a uma
nova conjuntura internacional no final do século
XVIII. O mercado mundial de produtos tropicais especialmente o algodão – se expandiu devido à
Guerra de Independência dos Estados Unidos e
logo em seguida a Revolução Industrial
inglesa.
Inicialmente, a mão de obra
empregada na lavoura de algodão era indígena.
Apesar do Marquês de Pombal não ver com bons
olhos os jesuítas, não admitiu a utilização de
índios, preferindo escravizar o negro, atendendo
aos interesses do tráfico negreiro. Conforme se
pode observar, o negro apareceu como a mão de
obra que melhor atendeu aos interesses da
grande lavoura de exportação, seja pela sua
utilização
na
lavoura
algodoeira
e/ou
principalmente para garantir os lucros
metropolitanos por intermédio do tráfico de
escravo.
10. CICLO DO FUMO
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Ciclo do Fumo
Durante os três primeiros quartos do século XVI os colonos
portugueses obtiveram o fumo dos índios, através de um
sistema de trocas, mas numerosas guerras fizeram com
que, por volta de 1570, eles começassem a cultivá-lo, no
início para o próprio consumo e mais tarde para vendê-lo, sob
a instigação de comerciantes locais, no decorrer do século
XVII,
ate que em 1674o monopólio português foi
estabelecido.
Resgate de escravos
Não sabemos quando o fumo começou a ser utilizado para a
compra de escravos na África. O tráfico começou em 1570 e
supomos que o fumo apareceu no comércio somente no final
do século XVII. O que é certo é que em 1637, os
holandeses, em guerra contra Portugal, apoderaram-se do
castelo de São Jorge da Mina, possessão portuguesa na África
ocidental, controlando então o comércio nessa região, e,após
o tratado de paz em 1641 eles proibiram o comércio de
mercadorias europeias aos portugueses, deixando livre
apenas a compra dos rolos de fumo da Bahia e mais alguns
gêneros menores, como a aguardente.
A partir de então, o fumo passou a ser o principal gênero de
comércio, no escambo dos escravos na Costa da Mina, e
entrou em quantidades reduzidas nas transações com outras
regiões africanas (Angola), e até a sua extinção na segunda
metade do século XIX, fez a riqueza dos comerciantes
baianos.