SlideShare a Scribd company logo
1 of 12
Download to read offline
AVALIAÇÃO DO TEOR DE HIPOCLORITO DE SÓDIO EM ÁGUA
SANITÁRIA: Execução e validação de metodologia
Luiz Gustavo Nerva
Odair Paduan
Renato Mariano
Vinícius Sanches Matsura
Lins – SP
2009
AVALIAÇÃO DO TEOR DE HIPOCLORITO DE SÓDIO EM ÁGUA
SANITÁRIA: Execução e validação de metodologia
RESUMO
Utilizado em determinados processos e com diversos fins, o hipoclorito de sódio é
freqüentemente encontrado em água sanitária, principalmente no Brasil. Porém, com
a crescente produção clandestina, tornou-se fato a possibilidade do consumidor
estar sendo lesado. O presente trabalho tem como objetivo a execução e validação
da metodologia NBR-9425 - ABNT - Hipoclorito de Sódio - Determinação de Cloro
Ativo. Para o desenvolvimento e validação, foi construída uma curva de calibração
onde variou-se a concentração do analito entre 0,5% a 5,0%. Foram avaliados todos
os requisitos necessários a validação: seletividade, linearidade, precisão, exatidão,
limite de detecção, limite de quantificação e robustez. Posteriormente à validação,
amostras distintas de água sanitária comercializadas clandestinamente na região de
Lins foram avaliadas encontrando a não conformidade destes produtos com a
portaria n°89/94, que define como padrão o teor de 2,00% p/p a 2,5% p/p. A
validação, ferramenta adequada à confiabilidade, comprovou que a técnica é
sensível a baixas concentrações de hipoclorito de sódio, demonstrando que os
resultados das análises executadas permitem uma avaliação dos parâmetros
específicos assegurando tanto a implantação do método como a confiabilidade dos
resultados analíticos.
Palavras-chave: Química Analítica, Hipoclorito de sódio, Direito do consumidor.
INTRODUÇÃO
O Hipoclorito de Sódio é utilizado em processos de desinfecção, esterilização
e desodorização de águas industriais, água potável e piscinas; branqueamento de
celulose, limpeza de roupas, lavagem de frutas e legumes, produção da água
sanitária, para irrigação dentária e outros. Apresenta-se como um sal inorgânico de
fórmula molecular NaOCl, massa molar 74,44 g mol-1
, densidade 1,07 - 1,14 g cm-3
(produto comercial), ponto de fusão 18°C e ponto de ebulição 101°C. Tem como
aparência um sólido branco e é totalmente miscível em água (CARBOCLORO,
2009).
O hipoclorito de sódio é usado freqüentemente em solução aquosa como
desinfetante e como agente alvejante, branqueador nas lixívias comerciais
conhecida no Brasil como água sanitária ou água de lavadeira. No Brasil, a água
sanitária é um produto muito utilizado, independente da classe social, porém só
pode ser legalmente comercializada com o registro da ANVISA, que realiza
periodicamente fiscalizações com o objetivo de verificar se as empresas estão
obedecendo às regras de fabricação, definido pela portaria nº 89/94 onde o teor de
cloro ativo é estabelecido entre 2,00% p/p a 2,5% p/p durante o prazo de validade,
estabelecido de no máximo de seis meses (ANVISA, 2009).
Porém, devido ao baixo custo, o consumo do produto clandestino vem
aumentando com passar do tempo, podendo o consumidor estar sendo lesado, se
houver uma quantidade menor de hipoclorito de sódio, pois seu produto não terá a
eficácia esperada. No caso de uma quantidade acima do especificado, o cloro pode
ser liberado em forma de gás cloro (Cl2), que é altamente irritante e que pode ser
absorvido pelo corpo humano (INMETRO, 2009).
O hipoclorito de sódio apresenta características que podem ser adversas ao
ser humano, por isso deve-se tomar alguns cuidados para que acidentes não
ocorram. Em contato com os olhos o hipoclorito pode causar queimaduras graves e
possível perda de visão. A ingestão também pode ocasionar queimaduras às
mucosas da boca, esôfago e estômago. Outro perigo eminente que pode acontecer
é a inalação do hipoclorito de sódio, causando irritação da via respiratória superior, o
que levaria o ser humano a uma tosse intensa, sensação de engasgo, de queima na
garganta e edema pulmonar (HIPOCLORITO DE SÒDIO-FISPQ, 2009).
Por isso, o consumidor sempre que for comprar água sanitária, deve estar
atento com a questão da rotulagem e embalagem dos produtos a serem comprados
no mercado, pois ao adquirir um produto clandestino, pode estar sendo enganado
além de acarretar pra si mesmo sérios danos a saúde (INMETRO, 2009).
Visto que há possibilidade de adulteração do produto comercial, falsificação,
mal formulação e mesmo a perda de cloro ativo dos produtos expostos em
prateleiras, este trabalho tem como objetivo a execução e validação de metodologia
existente e que tem como referencia a metodologia -NBR-9425 - ABNT - Hipoclorito
de Sódio - Determinação de Cloro Ativo, buscando assegurar a execução de ensaios
confiáveis, pois atualmente quando todos os caminhos levam a busca da qualidade
total, torna-se indispensável conhecer perfeitamente cada fase do processo
analítico. Neste caso a validação é a ferramenta adequada a confiabilidade,
buscando demonstrar que os resultados das análises executadas permitem uma
avaliação dos parâmetros específicos assegurando tanto a implantação do método
como a confiabilidade dos resultados analíticos (HARRIS, 2005).
VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS
Para se obter o conhecimento da capacidade de um método analítico deve-se
considerar os seguintes itens:
Seletividade (especificidade).
Capacidade de avaliar as substâncias de interesse na presença de
componentes que podem interferir com a sua determinação em uma amostra
complexa (MENDHAM, 2002).
Linearidade e faixa de aplicação.
A linearidade é a capacidade do método de fornecer resultados diretamente
proporcionais e lineares à concentração da substância sob investigação, dentro de
uma faixa de aplicação (SKOOG, 2007).
Precisão.
Representa a dispersão de resultados nos ensaios repetidos, independentes,
de uma mesma amostra, amostra semelhante ou padrões (MENDHAM, 2002).
Exatidão
É o grau de concordância entre os resultados individuais encontrados e um
valor de referência aceito como verdadeiro (MENDHAM, 2002).
Limite de detecção (LD).
O limite de detecção representa a menor concentração da substância em
exame que pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada (HARRIS,
2005).
Limite de quantificação (LQ).
Representa a menor concentração da substância em exame que pode ser
medida. É expresso em termos de concentração (HARRIS, 2005).
Robustez.
É a medida da sensibilidade que o método apresenta mediante pequenas
alterações, seja no pH, temperatura (HARRIS, 2005).
MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS
Método de análise para determinação do teor de cloro ativo em solução
de Hipoclorito De Sódio
Para o desenvolvimento do método utilizou-se como referência a metodologia
proposta na NBR 9425/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
que versa sobre a determinação de Cloro Ativo, por método volumétrico, em solução
de hipoclorito de sódio.
Na execução da metodologia foram usados os seguintes reagentes e
soluções:
• Solução de iodeto de potássio, 10% (KI, P.A., procedência MERCK);
• Solução de ácido acético 1:3 comercial;
• Solução de tiossulfato de sódio, 0,1N (Na2S2O3, P.A., procedência
MERCK);
• Solução de Iodato de Potássio, (KIO3 P.A. procedência Dinâmica);
• Solução padrão de Hipoclorito de sódio, 7,3% (Procedência
BONDMANN – QUIMICA).
Todas as soluções foram preparadas com água desmineralisada (<1 µS).
Foram utilizados como vidrarias: pipetas volumétricas de 5 e 10 mL,
erlenmeyer de 250mL, bureta graduada de 50mL, balão volumétrico de 100mL e
proveta graduada de 50mL.
No procedimento de análise pipetou-se 10 mL de amostra para o balão de
100 mL, avolumou-se o balão com água destilada e homogeneizou-se. Em seguida
transferiu-se 10 mL da solução de KI 10 % para o erlenmeyer, utilizando-se a uma
proveta de 50 mL.
Pipetou-se 5 mL da solução preparada para o erlenmeyer, adicionou-se 20
mL de ácido acético 1:3 e titulou-se rapidamente com Na2S2O3 0,10 N até a cor
amarelo claro. A titulação foi iniciada imediatamente após a adição do ácido acético
para evitar a perda de iodo. Durante o tempo da titulação o erlenmeyer foi
constantemente agitado.
Após este procedimento, foi introduzido 10 gotas do indicador amido 0,5 % o
que, devido à formação de um complexo de I2-amido, desenvolve-se uma coloração
azul-violeta. Deu-se então continuidade à titulação com tiossulfato de sódio até o
ponto final da titulação, indicada pelo mudança da coloração azul-violeta para
incolor. O volume gasto de tiossulfato, em mL (VG), foi então anotado.
Na padronização do Tiossulfato de Sódio, utilizou-se como padrão primário o
Iodato de Potássio, seco previamente por duas horas a 120°C em estufa. Obteve-se
como fator de correção da solução de Tiossulfato de Sódio o valor de 1,10.
Na construção da curva de calibração foi utilizada uma solução de hipoclorito
de sódio padrão de concentração conhecida de 7,3% . Partindo desta solução, foram
preparadas, por diluição, novas soluções padrões com concentrações de: 0,0%,
0,5%, 1,0%, 2,0%, 3,0% e 5,0%. Cada ensaio foi realizado em triplicata para cada
um dos padrões, aceitando como valor real a média aritmética dos volumes gastos
de tiossulfato de sódio na titulação.
RESULTADOS E DISCUÇÕES
Foi obtido na construção da curva de calibração, estabelecida pela
concentração teórica (define-se como concentração teórica o valor pré estabelecido
a ser alcançado na correlação), em função da concentração real (define-se como
concentração real, o valor obtido através do volume gasto de tiossulfato de sódio na
titulação), o fator de correlação R2
0,9996, estabelecendo uma faixa de quantificação
de 0,21% e um limite de detecção de 0,06% com um grau de incerteza de 0,04%,
como mostrado na figura 1.
Foram avaliadas seis amostras distintas de água sanitárias, devidamente
acondicionadas das quais duas foram coletadas na cidade de Lins, uma na cidade
de Penápolis, uma na cidade de Guaiçara, uma na cidade de Promissão e a outra
coletada na cidade de Pongai. Os ensaios foram realizados em triplicatas para cada
amostra, sendo que, para considerar o resultado obteve-se a média aritmética dos
resultados individuais.
Para o cálculo da percentagem de hipoclorito em cada amostra foi usado a
curva de calibração de acordo com a figura 1.
y= 1,031x + 0,030
R² =0,999
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
ConcentraçãoTeórica/%
ConcentraçãoReal/ %
Figura 1 – Representação gráfica da concentração Teórica em função da
média da concentração Real.
Foram avaliadas seis amostras distintas de água sanitárias, devidamente
acondicionadas nas quais duas foram coletadas na cidade de Lins, uma foi coletada
na cidade de Penápolis, uma coletada na cidade de Guaiçara, uma na cidade de
Promissão e a outra coletada na cidade de Pongai. Os ensaios foram realizados em
triplicatas para cada amostra, sendo que, para considerar o resultado obteve-se a
média aritmética dos resultados individuais.
Para o cálculo da percentagem de hipoclorito em cada amostra foi usado a
curva de calibração de acordo com a figura 1 mostrado acima.
Na tabela 1, mostrada abaixo estão os resultados médios da porcentagem de
hipoclorito de sódio, obtidas pela análise das amostras A, B, C, D, E e F. Sendo as
amostras A e B, procedentes de Lins, a amostra C de Penápolis, a amostra D de
Guaiçara, a amostra E de Promissão e a amostra F de Pongai.
Tabela 1 – Relação da concentração das amostras e suas procedências.
Amostras VG
(volume gasto em mL)
Conc. (%) Procedência da
Amostra.
A 3,6 3,5 ± 0,1 Lins
B 1,7 1,6 ± 0,1 Lins
C 4,3 4,1 ± 0,1 Penápolis
D 2,8 2,7 ± 0,1 Guaiçara
E 2,1 2,0 ± 0,1 Promissão
F 3,6 3,5 ± 0,1 Pongai
Os ensaios puderam ser realizados rapidamente, sendo os materiais de fácil
acesso, oferecendo toda a agilidade e praticidade para a execução e validação da
metodologia.
Na execução do ensaio obedecendo à metodologia da NBR-9425 – ABNT, os
resultados obtidos mostram que apenas uma das amostras está dentro dos padrões
estabelecidos para a comercialização desse produto no varejo, determinado pela
portaria nº 89/94, onde o teor de cloro ativo é estabelecido entre 2,00% p/p a 2,5%
p/p. Esses resultados indicam que os responsáveis pela produção e comercialização
das águas sanitárias colhidas para análise ou não tem formação química para fazer
o controle da qualidade de seus produtos, ou se há tem, não estão preocupados em
obedecer às legislações pertinentes, ignorando os riscos que os consumidores estão
correndo.
CONCLUSÃO
Os resultados demonstram, através da validação, que a técnica é sensível a
baixa concentração de hipoclorito de sódio, satisfazendo plenamente aos requisitos
básicos para a realização dos ensaios, assegurando que os resultados das análises
executadas permitem uma avaliação dos parâmetros específicos tanto na
implantação do método como na confiabilidade dos resultados analíticos.
Pode-se concluir também que nos produtos clandestinos ou não há controle
de qualidade ou o produto não esta sendo preparado por pessoa qualificada,
colocando em perigo a saúde dos consumidores, seja pelo excesso de principio
ativo ou pela falta do mesmo.
EVALUATION OF TENOR SODIUM HYPOCHLORITE IN BLEACH:
Implementation and validation of methodology.
ABSTRACT
Used in certain cases and for different purposes, sodium hypochlorite is frequently
found in bleach, especially in Brazil. But with the growing illegal production became
possible because the consumer is being harmed. The aims of this work aims was the
implementation and validation of the NBR-9425 - ABNT - Sodium hypochlorite -
Determination of active chlorine. For the development and validation, calibration
curve was constructed in a range of concentration from 0.5% to 5.0%. Was evaluated
all the necessary requirements for validation: selectivity, linearity, precision,
accuracy, detection limit, quantification limit and ruggedness. After the validation,
samples of bleaches sold clandestinely in the Lins region were evaluated. The results
showed the non-conformity with the decree n °89/94 , which defaults to the content of
2.00% w / w 2.5% p / p. This work showed that validation tool is adequate and
proved that the technique is sensitive to low concentrations of sodium hypochlorite,
showing yet that the results of the tests performed allow an evaluation of specific
parameters as ensuring the implementation of the method and reliability of analytical
results.
Keywords: Analytical Chemistry, sodium Hypochlorite, Law of the consumer.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Saneantes.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm>. Acesso em: 30
ago. 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Solução de
hipoclorito de sódio comercial - Determinação do teor de cloro ativo pelo método
volumétrico: NBR 9425. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 89 de 25
de agosto de 1994. Determina que o registro dos produtos saneantes
domissanitários "Água sanitária" e "Alvejante" categoria Congênere a Detergente
Alvejante e Desinfetante para uso geral seja procedido de acordo com as normas
regulamentares anexas a presente. Diário Oficial da União. Brasília, 26 ago. 1994.
Disponível em <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id
=329&word=#'>. Acesso em: 30 ago. 2009.
CARBOCLORO. Aprenda a utilizar o Hipoclorito de Sódio (HIPO) de maneira
correta: otimize seus custos. Disponível em: <http://www.carbocloro.com.br/
produtos/hipo/hipo1.htm>. Acesso em: 02 set. 2009
HARRIS, C. D. Análise Química Quantitativa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
HIPOCLORITO DE SÓDIO. Igarassu: Igarassu Agro Industrial LTDA, 2009. FISPQ.
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia. Água Sanitária, Desinfetante e
Detergente. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/
agua_sanitaria.asp>. Acesso em: 02 set. 2009.
MENDHAM, J. et al. VOGEL: Análise Química Quantitativa. Rio de Janeiro: LTC,
2002.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos De Química Analítica, 8ª Ed. São Paulo-SP.
Editora Thomsom Learning, 2007.
AUTORES:
Luiz Gustavo Nerva – Licenciando em Química
E-mail: gustavo_nerva@hotmail.com
Odair Paduan – Licenciando em Química
E-mail: odair_works@hotmail.com
Renato Mariano – Licenciando em Química
E-mail: renato.mariano@ceteclins.com.br
Vinícius Sanches Matsura – Licenciando em Química
E-mail: vinicius_matsura@hotmail.com
ORIENTADOR:
Prof. Me. Olayr Modesto Junior
E-mail: olayr@unisalesiano.edu.br

More Related Content

What's hot

Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4
Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4
Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4Giovanna Ortiz
 
Dimensionamento de pátio de compostagem
Dimensionamento de pátio de compostagemDimensionamento de pátio de compostagem
Dimensionamento de pátio de compostagemGiovanna Ortiz
 
REATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELO
REATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELOREATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELO
REATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELODaphne Rodrigues
 
Gestão de Residuos no canteiro de obra.
Gestão de Residuos no canteiro de obra.Gestão de Residuos no canteiro de obra.
Gestão de Residuos no canteiro de obra.Jonas Ramos
 
Tratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriaisTratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriaisEdir Leite Freire
 
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas  aterro sanitárioRecuperação de áreas degradadas  aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitárioMarlos Nogueira
 
Tratamento de efluentes
Tratamento de efluentes Tratamento de efluentes
Tratamento de efluentes Dominique Alves
 
Módulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidos
Módulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidosMódulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidos
Módulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidosFersay
 
Gestão Ambiental 04 - gerenciamento de resíduos sólidos
Gestão Ambiental 04 -  gerenciamento de resíduos sólidosGestão Ambiental 04 -  gerenciamento de resíduos sólidos
Gestão Ambiental 04 - gerenciamento de resíduos sólidosMilton Henrique do Couto Neto
 
Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...
Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...
Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...Dharma Initiative
 
Resíduos sólidos domiciliares
Resíduos sólidos domiciliaresResíduos sólidos domiciliares
Resíduos sólidos domiciliaresMaster Ambiental
 

What's hot (20)

Volumetria de neutralizacao
Volumetria de neutralizacaoVolumetria de neutralizacao
Volumetria de neutralizacao
 
Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4
Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4
Exercícios dimensionamento limpeza publica aula 4
 
Dimensionamento de pátio de compostagem
Dimensionamento de pátio de compostagemDimensionamento de pátio de compostagem
Dimensionamento de pátio de compostagem
 
Aula 4 parte 2
Aula 4 parte 2Aula 4 parte 2
Aula 4 parte 2
 
ISO 14001:2015
ISO 14001:2015ISO 14001:2015
ISO 14001:2015
 
REATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELO
REATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELOREATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELO
REATORES CONTINUOS, EM SÉRIE E PARELELO
 
Slides lodos ativados
Slides lodos ativadosSlides lodos ativados
Slides lodos ativados
 
Aula 5 aeração
Aula 5   aeraçãoAula 5   aeração
Aula 5 aeração
 
Gestão de Residuos no canteiro de obra.
Gestão de Residuos no canteiro de obra.Gestão de Residuos no canteiro de obra.
Gestão de Residuos no canteiro de obra.
 
Aula 07 - Tecnicas de tratamento - parte 3 - 08.09
Aula 07 - Tecnicas de tratamento - parte 3 - 08.09Aula 07 - Tecnicas de tratamento - parte 3 - 08.09
Aula 07 - Tecnicas de tratamento - parte 3 - 08.09
 
Tratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriaisTratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriais
 
Teli 1
Teli 1Teli 1
Teli 1
 
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas  aterro sanitárioRecuperação de áreas degradadas  aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
 
Aula 06 - Tecnicas de tratamento - parte 2 - 01.09
Aula 06 - Tecnicas de tratamento - parte 2 - 01.09Aula 06 - Tecnicas de tratamento - parte 2 - 01.09
Aula 06 - Tecnicas de tratamento - parte 2 - 01.09
 
Tratamento de efluentes
Tratamento de efluentes Tratamento de efluentes
Tratamento de efluentes
 
Módulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidos
Módulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidosMódulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidos
Módulo2 ppt-estática-dinâmicadefluidos
 
Cromatografia
CromatografiaCromatografia
Cromatografia
 
Gestão Ambiental 04 - gerenciamento de resíduos sólidos
Gestão Ambiental 04 -  gerenciamento de resíduos sólidosGestão Ambiental 04 -  gerenciamento de resíduos sólidos
Gestão Ambiental 04 - gerenciamento de resíduos sólidos
 
Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...
Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...
Tabela de Valores de Absorção no Espectro de Infravermelho para Compostos Org...
 
Resíduos sólidos domiciliares
Resíduos sólidos domiciliaresResíduos sólidos domiciliares
Resíduos sólidos domiciliares
 

Similar to Cc35047294811

RELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdf
RELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdfRELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdf
RELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdfIarllaSoares
 
Avaliação da acidez e alcanilidade da água
Avaliação da acidez e alcanilidade da águaAvaliação da acidez e alcanilidade da água
Avaliação da acidez e alcanilidade da águaSafia Naser
 
Relatório de estágio petroquímica - mario santana
Relatório  de estágio petroquímica - mario santanaRelatório  de estágio petroquímica - mario santana
Relatório de estágio petroquímica - mario santanaMario Santana
 
Vantage Limpadores de alta performance Household 2016
Vantage Limpadores de alta performance Household 2016Vantage Limpadores de alta performance Household 2016
Vantage Limpadores de alta performance Household 2016Neiri Bozzolo
 
Carac. físico-quimica de óleos vegetais
Carac. físico-quimica de óleos vegetaisCarac. físico-quimica de óleos vegetais
Carac. físico-quimica de óleos vegetaisÁdina Santana
 
Otimização de metodologia colorimétrica para a
Otimização de metodologia colorimétrica para aOtimização de metodologia colorimétrica para a
Otimização de metodologia colorimétrica para apedromsj
 
Workshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de Processo
Workshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de ProcessoWorkshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de Processo
Workshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de ProcessoGrupo EP
 
Colilert Num Laboratorio De Pequena DimensãO
Colilert Num Laboratorio De Pequena DimensãOColilert Num Laboratorio De Pequena DimensãO
Colilert Num Laboratorio De Pequena DimensãOzarzaragoza
 

Similar to Cc35047294811 (20)

RELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdf
RELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdfRELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdf
RELATÓRIO PRÁTICA 03 LAB ANALITICA.pdf
 
Avaliação da acidez e alcanilidade da água
Avaliação da acidez e alcanilidade da águaAvaliação da acidez e alcanilidade da água
Avaliação da acidez e alcanilidade da água
 
5361 13022-1-pb(1)
5361 13022-1-pb(1)5361 13022-1-pb(1)
5361 13022-1-pb(1)
 
5361 13022-1-pb
5361 13022-1-pb5361 13022-1-pb
5361 13022-1-pb
 
relatório ´prática 03.docx
relatório ´prática 03.docxrelatório ´prática 03.docx
relatório ´prática 03.docx
 
Solidos
SolidosSolidos
Solidos
 
Relatório de estágio petroquímica - mario santana
Relatório  de estágio petroquímica - mario santanaRelatório  de estágio petroquímica - mario santana
Relatório de estágio petroquímica - mario santana
 
Cap10
Cap10Cap10
Cap10
 
Cap22
Cap22Cap22
Cap22
 
SeminarioIFFR
SeminarioIFFRSeminarioIFFR
SeminarioIFFR
 
478
478478
478
 
Vantage Limpadores de alta performance Household 2016
Vantage Limpadores de alta performance Household 2016Vantage Limpadores de alta performance Household 2016
Vantage Limpadores de alta performance Household 2016
 
Carac. físico-quimica de óleos vegetais
Carac. físico-quimica de óleos vegetaisCarac. físico-quimica de óleos vegetais
Carac. físico-quimica de óleos vegetais
 
Tassia
TassiaTassia
Tassia
 
Relatorio analitica ii_04
Relatorio analitica ii_04Relatorio analitica ii_04
Relatorio analitica ii_04
 
Otimização de metodologia colorimétrica para a
Otimização de metodologia colorimétrica para aOtimização de metodologia colorimétrica para a
Otimização de metodologia colorimétrica para a
 
29132
2913229132
29132
 
Workshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de Processo
Workshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de ProcessoWorkshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de Processo
Workshop - Estudo de Tratabilidade para Definição de Processo
 
Colilert Num Laboratorio De Pequena DimensãO
Colilert Num Laboratorio De Pequena DimensãOColilert Num Laboratorio De Pequena DimensãO
Colilert Num Laboratorio De Pequena DimensãO
 
Potenciometria
PotenciometriaPotenciometria
Potenciometria
 

Cc35047294811

  • 1. AVALIAÇÃO DO TEOR DE HIPOCLORITO DE SÓDIO EM ÁGUA SANITÁRIA: Execução e validação de metodologia Luiz Gustavo Nerva Odair Paduan Renato Mariano Vinícius Sanches Matsura Lins – SP 2009
  • 2. AVALIAÇÃO DO TEOR DE HIPOCLORITO DE SÓDIO EM ÁGUA SANITÁRIA: Execução e validação de metodologia RESUMO Utilizado em determinados processos e com diversos fins, o hipoclorito de sódio é freqüentemente encontrado em água sanitária, principalmente no Brasil. Porém, com a crescente produção clandestina, tornou-se fato a possibilidade do consumidor estar sendo lesado. O presente trabalho tem como objetivo a execução e validação da metodologia NBR-9425 - ABNT - Hipoclorito de Sódio - Determinação de Cloro Ativo. Para o desenvolvimento e validação, foi construída uma curva de calibração onde variou-se a concentração do analito entre 0,5% a 5,0%. Foram avaliados todos os requisitos necessários a validação: seletividade, linearidade, precisão, exatidão, limite de detecção, limite de quantificação e robustez. Posteriormente à validação, amostras distintas de água sanitária comercializadas clandestinamente na região de Lins foram avaliadas encontrando a não conformidade destes produtos com a portaria n°89/94, que define como padrão o teor de 2,00% p/p a 2,5% p/p. A validação, ferramenta adequada à confiabilidade, comprovou que a técnica é sensível a baixas concentrações de hipoclorito de sódio, demonstrando que os resultados das análises executadas permitem uma avaliação dos parâmetros específicos assegurando tanto a implantação do método como a confiabilidade dos resultados analíticos. Palavras-chave: Química Analítica, Hipoclorito de sódio, Direito do consumidor.
  • 3. INTRODUÇÃO O Hipoclorito de Sódio é utilizado em processos de desinfecção, esterilização e desodorização de águas industriais, água potável e piscinas; branqueamento de celulose, limpeza de roupas, lavagem de frutas e legumes, produção da água sanitária, para irrigação dentária e outros. Apresenta-se como um sal inorgânico de fórmula molecular NaOCl, massa molar 74,44 g mol-1 , densidade 1,07 - 1,14 g cm-3 (produto comercial), ponto de fusão 18°C e ponto de ebulição 101°C. Tem como aparência um sólido branco e é totalmente miscível em água (CARBOCLORO, 2009). O hipoclorito de sódio é usado freqüentemente em solução aquosa como desinfetante e como agente alvejante, branqueador nas lixívias comerciais conhecida no Brasil como água sanitária ou água de lavadeira. No Brasil, a água sanitária é um produto muito utilizado, independente da classe social, porém só pode ser legalmente comercializada com o registro da ANVISA, que realiza periodicamente fiscalizações com o objetivo de verificar se as empresas estão obedecendo às regras de fabricação, definido pela portaria nº 89/94 onde o teor de cloro ativo é estabelecido entre 2,00% p/p a 2,5% p/p durante o prazo de validade, estabelecido de no máximo de seis meses (ANVISA, 2009). Porém, devido ao baixo custo, o consumo do produto clandestino vem aumentando com passar do tempo, podendo o consumidor estar sendo lesado, se houver uma quantidade menor de hipoclorito de sódio, pois seu produto não terá a eficácia esperada. No caso de uma quantidade acima do especificado, o cloro pode ser liberado em forma de gás cloro (Cl2), que é altamente irritante e que pode ser absorvido pelo corpo humano (INMETRO, 2009). O hipoclorito de sódio apresenta características que podem ser adversas ao ser humano, por isso deve-se tomar alguns cuidados para que acidentes não ocorram. Em contato com os olhos o hipoclorito pode causar queimaduras graves e
  • 4. possível perda de visão. A ingestão também pode ocasionar queimaduras às mucosas da boca, esôfago e estômago. Outro perigo eminente que pode acontecer é a inalação do hipoclorito de sódio, causando irritação da via respiratória superior, o que levaria o ser humano a uma tosse intensa, sensação de engasgo, de queima na garganta e edema pulmonar (HIPOCLORITO DE SÒDIO-FISPQ, 2009). Por isso, o consumidor sempre que for comprar água sanitária, deve estar atento com a questão da rotulagem e embalagem dos produtos a serem comprados no mercado, pois ao adquirir um produto clandestino, pode estar sendo enganado além de acarretar pra si mesmo sérios danos a saúde (INMETRO, 2009). Visto que há possibilidade de adulteração do produto comercial, falsificação, mal formulação e mesmo a perda de cloro ativo dos produtos expostos em prateleiras, este trabalho tem como objetivo a execução e validação de metodologia existente e que tem como referencia a metodologia -NBR-9425 - ABNT - Hipoclorito de Sódio - Determinação de Cloro Ativo, buscando assegurar a execução de ensaios confiáveis, pois atualmente quando todos os caminhos levam a busca da qualidade total, torna-se indispensável conhecer perfeitamente cada fase do processo analítico. Neste caso a validação é a ferramenta adequada a confiabilidade, buscando demonstrar que os resultados das análises executadas permitem uma avaliação dos parâmetros específicos assegurando tanto a implantação do método como a confiabilidade dos resultados analíticos (HARRIS, 2005). VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS Para se obter o conhecimento da capacidade de um método analítico deve-se considerar os seguintes itens: Seletividade (especificidade). Capacidade de avaliar as substâncias de interesse na presença de componentes que podem interferir com a sua determinação em uma amostra complexa (MENDHAM, 2002).
  • 5. Linearidade e faixa de aplicação. A linearidade é a capacidade do método de fornecer resultados diretamente proporcionais e lineares à concentração da substância sob investigação, dentro de uma faixa de aplicação (SKOOG, 2007). Precisão. Representa a dispersão de resultados nos ensaios repetidos, independentes, de uma mesma amostra, amostra semelhante ou padrões (MENDHAM, 2002). Exatidão É o grau de concordância entre os resultados individuais encontrados e um valor de referência aceito como verdadeiro (MENDHAM, 2002). Limite de detecção (LD). O limite de detecção representa a menor concentração da substância em exame que pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada (HARRIS, 2005). Limite de quantificação (LQ). Representa a menor concentração da substância em exame que pode ser medida. É expresso em termos de concentração (HARRIS, 2005). Robustez. É a medida da sensibilidade que o método apresenta mediante pequenas alterações, seja no pH, temperatura (HARRIS, 2005).
  • 6. MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS Método de análise para determinação do teor de cloro ativo em solução de Hipoclorito De Sódio Para o desenvolvimento do método utilizou-se como referência a metodologia proposta na NBR 9425/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que versa sobre a determinação de Cloro Ativo, por método volumétrico, em solução de hipoclorito de sódio. Na execução da metodologia foram usados os seguintes reagentes e soluções: • Solução de iodeto de potássio, 10% (KI, P.A., procedência MERCK); • Solução de ácido acético 1:3 comercial; • Solução de tiossulfato de sódio, 0,1N (Na2S2O3, P.A., procedência MERCK); • Solução de Iodato de Potássio, (KIO3 P.A. procedência Dinâmica); • Solução padrão de Hipoclorito de sódio, 7,3% (Procedência BONDMANN – QUIMICA). Todas as soluções foram preparadas com água desmineralisada (<1 µS). Foram utilizados como vidrarias: pipetas volumétricas de 5 e 10 mL, erlenmeyer de 250mL, bureta graduada de 50mL, balão volumétrico de 100mL e proveta graduada de 50mL. No procedimento de análise pipetou-se 10 mL de amostra para o balão de 100 mL, avolumou-se o balão com água destilada e homogeneizou-se. Em seguida transferiu-se 10 mL da solução de KI 10 % para o erlenmeyer, utilizando-se a uma proveta de 50 mL. Pipetou-se 5 mL da solução preparada para o erlenmeyer, adicionou-se 20 mL de ácido acético 1:3 e titulou-se rapidamente com Na2S2O3 0,10 N até a cor amarelo claro. A titulação foi iniciada imediatamente após a adição do ácido acético para evitar a perda de iodo. Durante o tempo da titulação o erlenmeyer foi constantemente agitado.
  • 7. Após este procedimento, foi introduzido 10 gotas do indicador amido 0,5 % o que, devido à formação de um complexo de I2-amido, desenvolve-se uma coloração azul-violeta. Deu-se então continuidade à titulação com tiossulfato de sódio até o ponto final da titulação, indicada pelo mudança da coloração azul-violeta para incolor. O volume gasto de tiossulfato, em mL (VG), foi então anotado. Na padronização do Tiossulfato de Sódio, utilizou-se como padrão primário o Iodato de Potássio, seco previamente por duas horas a 120°C em estufa. Obteve-se como fator de correção da solução de Tiossulfato de Sódio o valor de 1,10. Na construção da curva de calibração foi utilizada uma solução de hipoclorito de sódio padrão de concentração conhecida de 7,3% . Partindo desta solução, foram preparadas, por diluição, novas soluções padrões com concentrações de: 0,0%, 0,5%, 1,0%, 2,0%, 3,0% e 5,0%. Cada ensaio foi realizado em triplicata para cada um dos padrões, aceitando como valor real a média aritmética dos volumes gastos de tiossulfato de sódio na titulação. RESULTADOS E DISCUÇÕES Foi obtido na construção da curva de calibração, estabelecida pela concentração teórica (define-se como concentração teórica o valor pré estabelecido a ser alcançado na correlação), em função da concentração real (define-se como concentração real, o valor obtido através do volume gasto de tiossulfato de sódio na titulação), o fator de correlação R2 0,9996, estabelecendo uma faixa de quantificação de 0,21% e um limite de detecção de 0,06% com um grau de incerteza de 0,04%, como mostrado na figura 1. Foram avaliadas seis amostras distintas de água sanitárias, devidamente acondicionadas das quais duas foram coletadas na cidade de Lins, uma na cidade de Penápolis, uma na cidade de Guaiçara, uma na cidade de Promissão e a outra coletada na cidade de Pongai. Os ensaios foram realizados em triplicatas para cada amostra, sendo que, para considerar o resultado obteve-se a média aritmética dos resultados individuais. Para o cálculo da percentagem de hipoclorito em cada amostra foi usado a curva de calibração de acordo com a figura 1.
  • 8. y= 1,031x + 0,030 R² =0,999 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 ConcentraçãoTeórica/% ConcentraçãoReal/ % Figura 1 – Representação gráfica da concentração Teórica em função da média da concentração Real. Foram avaliadas seis amostras distintas de água sanitárias, devidamente acondicionadas nas quais duas foram coletadas na cidade de Lins, uma foi coletada na cidade de Penápolis, uma coletada na cidade de Guaiçara, uma na cidade de Promissão e a outra coletada na cidade de Pongai. Os ensaios foram realizados em triplicatas para cada amostra, sendo que, para considerar o resultado obteve-se a média aritmética dos resultados individuais. Para o cálculo da percentagem de hipoclorito em cada amostra foi usado a curva de calibração de acordo com a figura 1 mostrado acima. Na tabela 1, mostrada abaixo estão os resultados médios da porcentagem de hipoclorito de sódio, obtidas pela análise das amostras A, B, C, D, E e F. Sendo as amostras A e B, procedentes de Lins, a amostra C de Penápolis, a amostra D de Guaiçara, a amostra E de Promissão e a amostra F de Pongai. Tabela 1 – Relação da concentração das amostras e suas procedências. Amostras VG (volume gasto em mL) Conc. (%) Procedência da Amostra. A 3,6 3,5 ± 0,1 Lins B 1,7 1,6 ± 0,1 Lins
  • 9. C 4,3 4,1 ± 0,1 Penápolis D 2,8 2,7 ± 0,1 Guaiçara E 2,1 2,0 ± 0,1 Promissão F 3,6 3,5 ± 0,1 Pongai Os ensaios puderam ser realizados rapidamente, sendo os materiais de fácil acesso, oferecendo toda a agilidade e praticidade para a execução e validação da metodologia. Na execução do ensaio obedecendo à metodologia da NBR-9425 – ABNT, os resultados obtidos mostram que apenas uma das amostras está dentro dos padrões estabelecidos para a comercialização desse produto no varejo, determinado pela portaria nº 89/94, onde o teor de cloro ativo é estabelecido entre 2,00% p/p a 2,5% p/p. Esses resultados indicam que os responsáveis pela produção e comercialização das águas sanitárias colhidas para análise ou não tem formação química para fazer o controle da qualidade de seus produtos, ou se há tem, não estão preocupados em obedecer às legislações pertinentes, ignorando os riscos que os consumidores estão correndo. CONCLUSÃO Os resultados demonstram, através da validação, que a técnica é sensível a baixa concentração de hipoclorito de sódio, satisfazendo plenamente aos requisitos básicos para a realização dos ensaios, assegurando que os resultados das análises executadas permitem uma avaliação dos parâmetros específicos tanto na implantação do método como na confiabilidade dos resultados analíticos. Pode-se concluir também que nos produtos clandestinos ou não há controle de qualidade ou o produto não esta sendo preparado por pessoa qualificada, colocando em perigo a saúde dos consumidores, seja pelo excesso de principio ativo ou pela falta do mesmo.
  • 10. EVALUATION OF TENOR SODIUM HYPOCHLORITE IN BLEACH: Implementation and validation of methodology. ABSTRACT Used in certain cases and for different purposes, sodium hypochlorite is frequently found in bleach, especially in Brazil. But with the growing illegal production became possible because the consumer is being harmed. The aims of this work aims was the implementation and validation of the NBR-9425 - ABNT - Sodium hypochlorite - Determination of active chlorine. For the development and validation, calibration curve was constructed in a range of concentration from 0.5% to 5.0%. Was evaluated all the necessary requirements for validation: selectivity, linearity, precision, accuracy, detection limit, quantification limit and ruggedness. After the validation, samples of bleaches sold clandestinely in the Lins region were evaluated. The results showed the non-conformity with the decree n °89/94 , which defaults to the content of 2.00% w / w 2.5% p / p. This work showed that validation tool is adequate and proved that the technique is sensitive to low concentrations of sodium hypochlorite, showing yet that the results of the tests performed allow an evaluation of specific parameters as ensuring the implementation of the method and reliability of analytical results. Keywords: Analytical Chemistry, sodium Hypochlorite, Law of the consumer.
  • 11. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Saneantes. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm>. Acesso em: 30 ago. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Solução de hipoclorito de sódio comercial - Determinação do teor de cloro ativo pelo método volumétrico: NBR 9425. Rio de Janeiro, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 89 de 25 de agosto de 1994. Determina que o registro dos produtos saneantes domissanitários "Água sanitária" e "Alvejante" categoria Congênere a Detergente Alvejante e Desinfetante para uso geral seja procedido de acordo com as normas regulamentares anexas a presente. Diário Oficial da União. Brasília, 26 ago. 1994. Disponível em <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id =329&word=#'>. Acesso em: 30 ago. 2009. CARBOCLORO. Aprenda a utilizar o Hipoclorito de Sódio (HIPO) de maneira correta: otimize seus custos. Disponível em: <http://www.carbocloro.com.br/ produtos/hipo/hipo1.htm>. Acesso em: 02 set. 2009 HARRIS, C. D. Análise Química Quantitativa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. HIPOCLORITO DE SÓDIO. Igarassu: Igarassu Agro Industrial LTDA, 2009. FISPQ. INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia. Água Sanitária, Desinfetante e Detergente. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/ agua_sanitaria.asp>. Acesso em: 02 set. 2009. MENDHAM, J. et al. VOGEL: Análise Química Quantitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2002. SKOOG, D. A. et al. Fundamentos De Química Analítica, 8ª Ed. São Paulo-SP. Editora Thomsom Learning, 2007.
  • 12. AUTORES: Luiz Gustavo Nerva – Licenciando em Química E-mail: gustavo_nerva@hotmail.com Odair Paduan – Licenciando em Química E-mail: odair_works@hotmail.com Renato Mariano – Licenciando em Química E-mail: renato.mariano@ceteclins.com.br Vinícius Sanches Matsura – Licenciando em Química E-mail: vinicius_matsura@hotmail.com ORIENTADOR: Prof. Me. Olayr Modesto Junior E-mail: olayr@unisalesiano.edu.br