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A performance como comunicação poética

                                                             Ana Fabyely Kams




Performance, recepção e leitura de Paul Zumthor. Tradução de Jerusa Pires
  Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify 2007, 2ª edição, 128 p.




        Aos leitores que buscam focar num estudo voltado para as
comunicações humanas, Performance, recepção e leitura, primordialmente
enfatiza a oralidade como performance do Ser que almeja traduzir palavras
escritas para palavras ditas face a face. Paul Zumthor trata com rigor a
problemática de que estudos apontam inúmeros trabalhos que se voltam
apenas para o que se é escrito, deixando de lado a obra performalizada. O
interesse do autor é transmitir uma mensagem teórica acerca do assunto, mas
não deixando de lado um caráter pessoal, já que o mesmo insere logo no
primeiro capítulo uma situação que lhe ocorreu na infância, que o designou à
forma que hoje enxerga com sensibilidade a percepção poética que advém
através da performance daqueles que vivem da arte como meio de
comunicação.

        Primeiramente, no primeiro capítulo é muito comentado a respeito da
performance, e como esta implica numa competência. Qual competência?
Segundo o autor, o do saber – ser, pois a performance vai realizar, concretizar,
e passar algo que reconhecemos da virtualidade à atualidade. Ou seja, haverá
um reconhecimento por parte do ouvinte para aquilo que estará sendo enviado
pelo transmissor – pessoa, e a mensagem, ou a forma que esta mensagem nos
chega é que será o fato de onde podermos modular o nível de sensibilidade
que aquele ato nos transmitiu.

          Mediante essa situação onde o contexto está presente, tanto como
cultural como situacional, a interpretação também se torna um fator decorrente
deste processo, logo que faz com o relato, digo, aquele relato aonde temos
uma pessoa contando certo causo, história, mas não necessariamente
precisam estar juntas. O que é muito interessante, é que mesmo que o relato
ocorra,   a   interpretação   fica   a   critério   daquele   que   está   como
espectador/ouvinte, já que a intenção daquele que conta, àquele que relata é
tornar sensível o ouvinte mediante o ato do primeiro, a ação de interpretar é
uma janela aberta para inúmeras vertentes fluírem e se unirem à raiz/ relato
principal, ou não, nem sempre. Muito dizem que é uma coisa subjetiva, e
realmente é com o que concordo. No entanto, como está presente no livro, “A
performance modifica o conhecimento.” (p. 32), como estamos falando de
comunicação, relatos, interpretação, a performance em si, não será apenas
mais um meio para interagir com as demais pessoas, ela se torna uma marca.
E porque esta marca se distingue das demais formas de comunicação
existentes é que Zumthor vem afirmar que a performance é o único modo vivo
de comunicação poética. Então ela abrange a área comunicativa, porém esta
alheia às demais pelo fato de ser ‘poética’. Esta simples palavra que muitos
apresentam conceitos próprios, para Zumthor denota uma única coisa: o texto
para ser reconhecido como poético ou literário, depende exclusivamente do
sentimento que nosso corpo tem. Logo, um texto que não erradia prazer no ato
da leitura, para o autor, muda de natureza, não pertence ao poético. Ou ao
menos, se a recepção do nosso corpo não recebe sinais de entorpecimento
literário para o que se está sendo lido, não há como ocorrer essa ligação/
comunicação poética entre quem escreve/fala/lê e ouve.

          Por isso, quando se fala de performance, deve-se considerar que é o
corpo que estuda a obra, pois é o corpo que entende o ritmo, a melodia,
linguagem e gestos como um algo a mais no qual ele no espaço de tempo
também se vê incluso àquilo; é a chamada energia poética. E assim como a
performance se liga ao corpo, e com ele, ao espaço, a teatralidade insere-se
como dado empírico, aonde não há necessariamente manifestações físicas
obrigatórias. A teatralidade que também é citada na obra é tida como
reconhecimento de espaço de ficção. No ato de comunicação da performance
não é preciso dizer o que será realizado, se no espaço há características no
ambiente que subjetivem, as pessoas presentes no local logo perceberam do
que se trata, ou o tipo de situação em que se encontram, portanto será feita a
recepção, ‘’concretização’’.

         Finalizada o primeiro capítulo e segundo capítulo, é possível perceber
a retomada do autor quanto à presença da cultura e das tradições orais vivas,
além das diferentes práticas discursivas, que ele trata como particularidades.
Entretanto, partindo do princípio da linguagem performática como uma linha
que interliga com a comunicação poética, a leitura trás boas referências que
circulam a ciência poética por meio de uma didática elegante que leva o leitor
ao entendimento dos argumentos realizados por Zumthor, para melhor
esclarecimento da ideia de performance.

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A performance como comunicação poética

  • 1. A performance como comunicação poética Ana Fabyely Kams Performance, recepção e leitura de Paul Zumthor. Tradução de Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify 2007, 2ª edição, 128 p. Aos leitores que buscam focar num estudo voltado para as comunicações humanas, Performance, recepção e leitura, primordialmente enfatiza a oralidade como performance do Ser que almeja traduzir palavras escritas para palavras ditas face a face. Paul Zumthor trata com rigor a problemática de que estudos apontam inúmeros trabalhos que se voltam apenas para o que se é escrito, deixando de lado a obra performalizada. O interesse do autor é transmitir uma mensagem teórica acerca do assunto, mas não deixando de lado um caráter pessoal, já que o mesmo insere logo no primeiro capítulo uma situação que lhe ocorreu na infância, que o designou à forma que hoje enxerga com sensibilidade a percepção poética que advém através da performance daqueles que vivem da arte como meio de comunicação. Primeiramente, no primeiro capítulo é muito comentado a respeito da performance, e como esta implica numa competência. Qual competência? Segundo o autor, o do saber – ser, pois a performance vai realizar, concretizar, e passar algo que reconhecemos da virtualidade à atualidade. Ou seja, haverá um reconhecimento por parte do ouvinte para aquilo que estará sendo enviado pelo transmissor – pessoa, e a mensagem, ou a forma que esta mensagem nos
  • 2. chega é que será o fato de onde podermos modular o nível de sensibilidade que aquele ato nos transmitiu. Mediante essa situação onde o contexto está presente, tanto como cultural como situacional, a interpretação também se torna um fator decorrente deste processo, logo que faz com o relato, digo, aquele relato aonde temos uma pessoa contando certo causo, história, mas não necessariamente precisam estar juntas. O que é muito interessante, é que mesmo que o relato ocorra, a interpretação fica a critério daquele que está como espectador/ouvinte, já que a intenção daquele que conta, àquele que relata é tornar sensível o ouvinte mediante o ato do primeiro, a ação de interpretar é uma janela aberta para inúmeras vertentes fluírem e se unirem à raiz/ relato principal, ou não, nem sempre. Muito dizem que é uma coisa subjetiva, e realmente é com o que concordo. No entanto, como está presente no livro, “A performance modifica o conhecimento.” (p. 32), como estamos falando de comunicação, relatos, interpretação, a performance em si, não será apenas mais um meio para interagir com as demais pessoas, ela se torna uma marca. E porque esta marca se distingue das demais formas de comunicação existentes é que Zumthor vem afirmar que a performance é o único modo vivo de comunicação poética. Então ela abrange a área comunicativa, porém esta alheia às demais pelo fato de ser ‘poética’. Esta simples palavra que muitos apresentam conceitos próprios, para Zumthor denota uma única coisa: o texto para ser reconhecido como poético ou literário, depende exclusivamente do sentimento que nosso corpo tem. Logo, um texto que não erradia prazer no ato da leitura, para o autor, muda de natureza, não pertence ao poético. Ou ao menos, se a recepção do nosso corpo não recebe sinais de entorpecimento literário para o que se está sendo lido, não há como ocorrer essa ligação/ comunicação poética entre quem escreve/fala/lê e ouve. Por isso, quando se fala de performance, deve-se considerar que é o corpo que estuda a obra, pois é o corpo que entende o ritmo, a melodia, linguagem e gestos como um algo a mais no qual ele no espaço de tempo também se vê incluso àquilo; é a chamada energia poética. E assim como a performance se liga ao corpo, e com ele, ao espaço, a teatralidade insere-se como dado empírico, aonde não há necessariamente manifestações físicas
  • 3. obrigatórias. A teatralidade que também é citada na obra é tida como reconhecimento de espaço de ficção. No ato de comunicação da performance não é preciso dizer o que será realizado, se no espaço há características no ambiente que subjetivem, as pessoas presentes no local logo perceberam do que se trata, ou o tipo de situação em que se encontram, portanto será feita a recepção, ‘’concretização’’. Finalizada o primeiro capítulo e segundo capítulo, é possível perceber a retomada do autor quanto à presença da cultura e das tradições orais vivas, além das diferentes práticas discursivas, que ele trata como particularidades. Entretanto, partindo do princípio da linguagem performática como uma linha que interliga com a comunicação poética, a leitura trás boas referências que circulam a ciência poética por meio de uma didática elegante que leva o leitor ao entendimento dos argumentos realizados por Zumthor, para melhor esclarecimento da ideia de performance.