O documento discute os principais agentes de deterioração de acervos culturais, dividindo-os em fatores internos e externos. Entre os fatores externos ou ambientais, destacam-se a luz, temperatura e umidade relativa como importantes agentes físicos, e seus efeitos nos materiais dos acervos como descoloração, fragilização e deformações dimensionais.
2. SUMÁRIO
I.
II.
III.
I.
Introdução.
Abordagem Histórica.
Agentes de deterioração de Acervos Culturais
A. Agentes Físicos:
1. Radiação Luminosa:
Efeitos. Monitoramento e Controle;
2. Temperatura e Umidade Relativa:
Efeitos. Monitoramento e Controle.
B. Agentes Químicos:
1. Gases e Material Particulado:
Efeitos. Monitoramento e Controle .
C. Agentes Biológicos:
1. Microrganismos:
Efeitos. Microclima e Desenvolvimento.
2. Insetos:
Efeitos. Microclima e Desenvolvimento.
Bibliografia.
2
3. III. Agentes de deterioração de Acervos
Agentes de deterioração dos acervos são
aqueles que levam os bens a um estado de
instabilidade física ou química, com
comprometimento de sua integridade e
existência.
3
4. III. Agentes de deterioração de Acervos
Embora, com muita freqüência, não possamos
eliminar totalmente as causas do processo de
deterioração dos distintos materiais do acervo,
podemos diminuir consideravelmente seu
ritmo, através de cuidados com o ambiente, o
manuseio, as intervenções e a higiene, entre
outros.
4
5. Principais Agentes de Deterioração:
Fatores internos.
Fatores externos ou ambientais.
5
6. Fatores internos. (Acervos documentais em papel)
Ligados diretamente a composição do papel:
tipo de colagem.
tipo de fibras.
resíduos químicos.
partículas metálicas.
– Nossa interferência em relação aos fatores
internos é limitada.
6
7. Fatores internos.
naturais)
(Acervos em tecidos
Ligados diretamente a composição do tecido:
tipo de fibras.
Tipo de corantes.
Resíduos químicos.
Nossa interferência em relação aos fatores internos
é limitada.
7
8. Fatores internos.
(Acervos em madeira)
Ligados diretamente à estrutura da madeira:
Tipo de madeira.
Tipo de plano de corte do tronco.
Resíduos químicos.
Nossa interferência em relação aos fatores internos
é limitada.
8
9. Fatores Externos ou Ambientais.
Agentes Físicos
Agentes Químicos.
Agentes Biológicos
Ação do Homem
9
16. EFEITOS DA LUZ NOS MATERIAIS:
Pigmentos e corantes: alteração da cor.
Material celulósico (derivado de fibras vegetais)
ex. papel: descoloridos e fragilizados.
Material protéico (derivado de animais) ex. lã,
couro, penas: descoloridos e fragilizados.
Materiais têxteis: deterioro de tintas e
pigmentos; fragiliza as fibras (“amolecimento”).
Agentes Físicos.
16
17. 1. Luz.
Fatores de fotodeterioração:
Comprimento de onda,
Intensidade de radiação,
Tempo de exposição,
Natureza química do material (pergaminho, papel,
couro,...).
Radiação U.V. – mais destrutiva.
Radiação I. V. - acelera os processos de degradação.
Agentes Físicos.
17
18. Valores máx. de exposição à luz e UV
(exposição diária de 7 horas).
SENSIBILIDADE
LUX (Lm/m²) UV (µw/Lm)
MUITO SENSÍVEIS: têxteis,
aquarelas, guaches, obras
em papel, pergaminho,
< 50
< 30
< 200
< 75
fotografia a cores, couro
pintado.
SENSÍVEIS: pintura a óleo
e têmpera, couro não
pintado, laca, osso, marfim,
corno, fotografia preto e
18
branco.
19. Valores recomendados e períodos de
exposição anual (ICOM)
SENSIBILIDADE INTENSIDADE
INTENSIDAD
RECOMENDAD
E MÁX. DE
O
DE LUZ
TEMPO
EXPOSIÇÃO
À LUZ
Muito
50 lux
250 h/ano
sensível
Sensível
12.500
lux/ano
200 lux
3.000 h/ano
600.000
lux/ano
19
20. 2. Temperatura (T) e Umidade Relativa
(UR)
A água tem um papel importante em várias formas de
degradação química e física.
O controle da T e da UR são fundamentais na
preservação dos acervos.
Existe uma relação entre a UR e a T de um volume
de ar.
20
21. 2. Temperatura (T) e Umidade Relativa (UR)
–CONCEITOS BÁSICOS
• O vol. de água encontrado sob a forma de vapor num
determinado vol. de ar denomina-se UMIDADE
ABSOLUTA .
• A Umidade Relativa, expressa em porcentagem (%),
define-se como a relação entre a quantidade de vapor
de água existente num determinado volume de ar e a
quantidade máxima de vapor de água , que esse mesmo
volume de ar pode conter a uma dada temperatura.
21
22. 2. Temperatura (T) e Umidade Relativa (UR)
• A quantidade máxima de água que um determinado vol.
de ar pode conter (Umidade absoluta de ar saturado)
depende da T do ar.
• O ar é capaz de conter mais água nas temperaturas
elevadas de que nas baixas Temperaturas.
• A deterioração dos materiais tem correlação com a
Umidade Relativa, e não com a Umidade absoluta
22
24. - Uma regra geral estabelece que as reações químicas
dobram a cada elevação de temperatura de 10oC.
- No caso especial da celulose, testes artificiais de
envelhecimento indicam que cada aumento de 5oC quase
dobra a taxa de deterioração, mesmo na ausência de luz,
poluentes ou outros fatores.
Agentes Físicos
24
25. Para estimar níveis de UR apropriados à conservação
de objetos culturais é necessário a observação de
quatro critérios básicos (GUICHEN, G.; TAPOL, 1998):
• Estudo da técnica de fabricação do objeto;
• Identificação da natureza do material de que o
objeto é constituído;
• Análise das condições climáticas do local de
exposição
dos objetos;
• Análise das tipologias de degradação.
Tais critérios são determinantes para que as instituições
responsáveis pela guarda de bens culturais adotem
normas de controle climático.
GUICHEN, G.; TAPOL, B. Climate Control in Museuns. Rome: ICCROM,1998.
25
26. O ganho de umidade de uma determinada
escultura, em madeira, causa o seu inchamento e
a
perda causa retração; essas variações
volumétricas e
dimensionais diferem segundo o plano de corte do
tronco.
Agentes Físicos
26
27. - São 3 as direções geométricas da madeira
definidas pelo corte: o transversal, que é
perpendicular
ao eixo do tronco; o radial obedece a um plano
longitudinal que se estende pelo eixo do tronco e o
tangencial paralelo ao eixo do tronco.
Agentes Físicos
27
29. Os planos de corte da madeira no bem cultural,
determinam as tipologias de degradação, por ex.,
das esculturas, que se manifestam principalmente
das seguintes formas:
-Danos ao suporte:
rachaduras, fissuras,
deformações (empenamentos e nós),
separações dos blocos constituintes das
esculturas,
desprendimentos de cravos e ou pinos.
Agentes Físicos
29
30. - Danos ao suporte:
rachaduras, fissuras,
deformações (empenamentos e nós),
separações dos blocos constituintes das esculturas,
desprendimentos de cravos e ou pinos.
-Danos a camada pictórica:
Craquelês,
Perdas do estrato pictórico.
Agentes Físicos
30
31. Os efeitos da contração e dilatação na madeira
são sentidos de uma forma mais intensa na direção
perpendicular (tangencial e radial).
As rachaduras e
fissuras, portanto, ocorrem, sobretudo, no sentido do
centro (área da medula) para a região externa abrindo-se
em forma de “V” devido à prevalência da contração
tangencial sobre a radial quando perde umidade para o
ambiente.
Agentes Físicos
31
32. As rachaduras e fissuras podem ser superficiais, ou seja,
ocorrendo apenas nas regiões periféricas da escultura
ou mais profundas.
Deformações nas esculturas, de forma côncava ou
convexa –
“empenamentos” - , podem ocorrer nos blocos das
esculturas cortados em forma de Tábua.
Agentes Físicos
32
33. Esse tipo de corte, devido à anisotropia da madeira,
tende a encurvar-se com o lado côncavo oposto à face
policromada, porque durante a troca de umidade com o
ambiente o estrato posterior tende a absorver ou
eliminar umidade mais rapidamente que o anterior, com
policromia.
Agentes Físicos
33
34. É importante salientar também que as esculturas feitas
com a utilização do cerne e alburno são mais
propensas a deformações, porque a madeira do
alburno é mais susceptível às variações de umidade do
que a do cerne (e essas diferenças de tensões
promovem danos com maior rapidez)
Alburno (externa)
Cerne (interna)
34
35. EFEITOS DA UMIDADE RELATIVA
ELEVADA:
Estímulo da atividade biológica.
Alteração das dimensões físicas.
Dissolução das colas do papel.
Aceleração de alguma reações químicas, ex. a
degradação ácida, corrosão, etc.
Agentes Físicos
35
36. EFEITOS DA UR ELEVADA (continuação):
Desbotamento.
Migração de impurezas.
Manchas em materiais orgânicos.
Danos em materiais compostos.
Atividade dos sais em pedras, cerâmicas e
vidros.
Agentes Físicos
36
37. EFEITOS DA UR EXTREMADAMENTE BAIXA:
Ressecamento.
Aumento da fragilidade.
Rachaduras, craquelamentos, trincagem.
Desprendimento de verniz.
Mudanças irreversíveis nas dimensões das
peças.
Agentes Físicos
37
38. EFEITOS DAS FLUTUAÇÕES DA T E DA UR DO
AR:
Todos os materiais HIGROSCÓPICOS, ex. :
•
•
•
•
•
•
Madeira;
Papel;
Produtos têxteis;
Telas;
Couro;
Marfim; Muitos adesivos; Emulsões fotográficas; Sais,
têm um teor de U particular numa dada UR (teor de “U em
equilíbrio”). Quando a UR se reduz, liberam água e
encolhem; à medida que a UR se eleva, absorvem água e
38
incham.
39. Essas variações contribuem para a deterioração física dos
materiais e acarretando danos visíveis tais como:
Ondulações no papel;
Franzimento do papel;
Descamação de tintas;
Empenamento de capas de livros;
Rompimento de emulsões fotográficas.
Rachamento, empenamento ou curvamento da
madeira.
Encolhimento ou espichamento dos tecidos;
39
40. Mudanças de forma do pergaminho;
Rachamento do marfim;
Desprendimento de materiais colados;
Enrolamento de fotografias;
Rachamento de emulsões;
Perda de brilho das cerâmicas;
40
41. AMBIENTES IDEAIS PARA ACERVOS
EM PAPEL
• As oscilações de T e UR nunca devem ser superiores a
10% em 24 horas.
• Em relação à umidade relativa, a ideal seria entre 45 e
50%.
• O rango de Temperatura ideal é de 18ºC a 21ºC.
Agentes Físicos
41
42. AMBIENTES IDEAIS PARA ACERVOS
TÊXTEIS
• As oscilações de T e UR nunca devem ser
superiores a 10% em 24 horas.
• Em relação à umidade relativa, a ideal é de
máximo de 50%.
• A Temperatura ideal é de menos de 10ºC.
Agentes Físicos
42
43. Existe uma relação estreita entre a T e a UR.
Num espaço fechado, como um museu ou uma vitrine,
onde as trocas de ar são lentas,um aumento da T
pode baixar a UR e vise-versa.
Por ex.: se numa sala com 15ºC e 80% de UR,
aumenta a T para 20ºC, a UR diminui para cerca
de 60%.
Agentes Físicos
43
44. Gráfico de temperatura e umidade - carta
psicrométrica (diagrama de Mollier)
Umidade absoluta (g/m3)
Umidade relativa (%)
Temperatura (ºC)
44
45. Umidade Relativa em %
Desumidificar
Pode provocar
aquecimento
Saturação a 100% de HR
14,5
45%
Umidade Absoluta em g/m3
12
45
25
26,5
Temperatura em Co
46. Umidade Absoluta em g/m3
Umidade Relativa em %
Aqueciment
o
Saturação a 100% de HR
45%
14,5
46
25
Temperatura em Co
47. MONITORAMENTO DA T DA UR
Equipamentos:
• De medição pontual
– psicômetros, higrômetros, termômetros,
termohigrômetros digitais.
• De medição contínua
– termohigrógrafo, datalogger.
47
48. Psicômetro
Mede a umidade relativa do ar - de
modo indireto - em porcentagem (%).
Compõe-se de dois termômetros
idênticos, um denominado
termômetro de bulbo seco, e outro
com o bulbo envolvido em gaze ou
cadarço de algodão mantido
constantemente molhado,
denominado termômetro de bulbo
úmido.
48
53. Controle da Temperatura e da Umidade
Relativa
CONTROLE PASSIVO:
Limitar
o número de pessoas num determinado
espaço (exposição ou reserva).
Evitar colocar objetos na proximidade de focos de luz
intensa, janelas, portas ou paredes exteriores e em
zonas de correntes de ar.
Impedir o aumento de temperatura provocado pela
entrada de luz solar direta, colocando persianas ou
filtros nas janelas.
Controlar a UR em pequenos volumes de ar, criando
microambientes, recorrendo por ex. à sílica gel.
53
55. Controle da Temperatura e da Umidade
Relativa
CONTROLE ATIVO:
Humidificadores.
Desumidificadores.
Aquecedores.
Ar condicionado.
Sistemas de climatização.
55
56. Natural History Materials
Biological specimens.......................................................40% 60%
Bone and teeth...................................................................45%
- 60%
Paleontological specimens ...........................................45% 55%
Pyrite specimens
..............................................................<30%
Paintings...............................................................................4
0% - 65%
Paper
.....................................................................................45% 55%
56
De Guichen, G.l. Climate in Museums: Measurement. 3d ed. Rome: International Center for the Study of the
Preservation and Restoration of Cultural Property, 1988.
Photographs/Film/Negatives ........................................30%
57. Na implementação de uma estratégia de
controle ambiental, o objetivo é
providenciar condições que impeçam
valores extremos e rápidas oscilações de
T e UR.
Essas oscilações nunca devem ser
superiores a 10% em 24 horas.
58. Mesmo privilegiando a estabilidade dos valores de
T e UR importa lembrar algumas informações
úteis:
- 70% de UR representa um limiar indicativo para
o comportamento de diversos objetos;
- abaixo de 40%, a estrutura dos materiais
orgânicos pode contrair, aumentar de rigidez e
tornar-se quebradiça;
- os metais devem estar num ambiente de UR
inferior a 30%
(no caso de ferros arqueológicos, abaixo dos
15%) para evitar fenômenos de corrosão;
59. - valores superiores a 65% de UR associados a
temperaturas superiores a 18ºC, favorecem o
desenvolvimento de diversos tipos de organismos e
microrganismos;
- para objetos compostos, as condições ambientais devem
ser determinadas, tendo em conta os materiais
presentes e procurando soluções de compromisso.
61. III. B. Agentes Químicos
GASES POLUENTES E MATERIAL
PARTICULADO
São impurezas em estado sólido, líquido ou gasoso,
capazes de interagir com os bens culturais acelerando sua
degradação.
• Origem externa ao museu
Atividades Industriais.
Trafego de Veículos.
61
62. III. B. Agentes Químicos
GASES POLUENTES E MATERIAL
PARTICULADO
Origem interna ao museu
Atividade internas: Ex.: operações de limpeza.
Materiais constituintes do edifício, do
equipamento expositivo, do equipamento de
reserva, de armazenamento e de
acondicionamento.
Materiais constituintes de um bem cultural.
Visitantes.
62
63. MATERIAL PARTICULADO
Produzido por processos mecânicos, químicos ou gerado
naturalmente.
No pó estão contidas partículas de substâncias
químicas
cristalinas
e
amorfas,
como:
terra, areia, fuligem, resíduos provenientes da
combustão e outras atividades industriais, e grande
diversidade de microrganismos.
EFEITOS SOBRE OS MATERIAIS.
Modificação da estética.
Ação cortante. Químicos
Agentes
63
64. MATERIAL PARTICULADO
Efeitos sobre os materiais:
Ação abrasiva.
Potencializa a biodegradação (transporta água
e
microrganismos).
Promove a descoloração de materiais porosos.
Catalisa reações químicas. Ex.: processos de
corrosão.
Agentes Químicos
64
66. GASES POLUENTES
Poluentes gasosos mais freqüentes em museus:
Óxidos de enxofre - SOx
Óxidos de nitrogênio - NOx
Ozônio - O₃
Formaldeído - H2CO
Ácido Clorídrico - HCl
Agentes Químicos
66
67. Óxidos de Enxofre
O Dióxido de enxofre (SO2) reage com o O₂ e H₂O
formando ácido sulfúrico ( H₂SO₄) que deteriora
obras de carbonato de cálcio.
O SO2 acidifica, fragiliza e descolora materiais à
base de celulose (papel), e à base de proteínas (lã,
seda, couro).
Agentes Químicos
67
68. Óxidos de Enxofre
Efeitos na celulose que está degradada por causa da
acidez :
1. Mudanças na coloração original;
2. Diminuição do grau médio de polimerização;
3. Perda de resistência mecânica;
4. Hidrólise.
Agentes Químicos
68
69. Óxidos de Nitrogênio
O Dióxido de nitrogênio (NO₂) é convertido em
ácido nítrico (HNO₃) em contato com a água e o
oxigênio do ar, deteriorando o couro, papel, etc., e
provocando o desvanecimento de alguns
pigmentos.
O NO₂ provoca a perda de tinturas têxteis e
fragiliza as fibras.
Agentes Químicos
69
70. • O Formaldeído na sua forma oxidada, o ácido
fórmico (CH2O2 ) corrói metais.
• Os Ácidos grassos (RCOOH) provocam manchas em
pinturas, e amarelecimento de papel e documentos
fotográficos.
• Os Peróxidos (ROOR) provocam a descoloração de
alguns pigmentos e a oxidação de materiais
orgânicos.
Agentes Químicos
70
71. • O Ozônio (O3 ) agente fortemente oxidante, reage
com compostos orgânicos, degradando sua
estrutura química. Fragiliza materiais à base de
celulose, descolora pigmentos e corantes e
deteriora vernizes.
Agentes Químicos
71
72. Ozônio
Muitos polímeros orgânicos, incluindo a borracha e as fibras
têxteis naturais e sintéticas, sofrem alterações químicas
por exposição a quantidades muito reduzidas de Ozônio.
Agentes Químicos
72
73. Ozônio
Estas reações produzem dois efeitos distintos: a
quebra da cadeia de carbonos e a ligação cruzada das
mesmas.
No primeiro caso, o material fica mais fluído e perde
resistência à torção.
No segundo caso, a formação de novas ligações entre
cadeias de carbono paralelas, faz que o material fique
menos elástico e mais quebradiço.
Agentes Químicos
73
74. Exemplo de corrosão na superfície de
um objeto de ouro causado por
poluentes atmosféricos
Agentes Químicos
74
75. Os materiais constituintes do equipamento
expositivo, de reservas, de armazenamento e
de acondicionamento, podem ser a fonte de
diversos tipos de poluentes:
A madeira pode liberar ácido acético, ácido fórmico, ácido
propiônico, formaldeído...
Os derivados de madeira: ácidos provenientes da madeira,
formaldeído, ácidos provenientes do adesivo...
Agentes Químicos
75
76. As tintas e vernizes: ácidos orgânicos,
peróxidos, formaldeído, amoníaco...
Os papéis e cartões: ácidos...
Os plásticos e polímeros: aditivos,
plastificantes, corantes, sulfuretos...
Os têxteis: sulfuretos, aditivos...
Agentes Químicos
76
77. Danos Produzidos Pelos Materiais em
Contato Direto Com as Obras Têxteis
Ressecamento.
Debilitamento.
Perda do grau de polimerização das fibras.
Oxidação.
Manchas.
Descoloração.
Ex.: A madeira e o papel com alta acidez produzem ressecamento e
amarelamento; polímeros como o PVC, produzem gases clorados que
danificam os tecidos de forma permanente; os poliuretanos ao
degradar-se mancham os têxteis; ácidos orgânicos ou sulfuro de
hidrogênio (H2S), degradam as tinturas e os têxteis de origem
77
celulósica.
78. Fatores Determinantes do Efeito dos Gases
Poluentes na Interação entre o Têxtil e os
Materiais em Contato
Tempo transcorrido entre a emissão gasosa e o
objeto.
Distância entre a fonte emissora de gases e o
objeto.
Volume de ar contido na área de exibição ou de
armazenagem.
Cinética com que o gás se distribui no espaço e a
sua concentração.
Ventilação, umidade relativa e temperatura
ambiente.
Presença de catalisadores que promovam
78
79. ACIDEZ
A acidez pode atacar um documento de 3 formas:
Através dos componentes usados na fabricação do
papel;
Por intermédio das tintas usadas para grafar o
mesmo;
Por exposição a materiais ácidos e/ou poluentes
atmosféricos.
A acidez ataca as colas usadas na fixação das fibras,
tornando-as mais permeáveis à umidade e, a seguir,79
destrói as moléculas de celulose.
80. ACIDEZ
A constatação visual e táctil da acidez no papel só é
possível quando muito pronunciada.
A folha torna-se pardacenta, com cheiro ocre e
pouco maleável ao tato, tornando-se quebradiça.
Nos documentos manuscritos, antes da destruição das
fibras, nota-se que os papéis em branco, que ficaram
em contato com o material ácido por muito tempo,
mostram traços idênticos ao original.
80
81. ACIDEZ
As tintas usadas também podem apresentar problemas de
acidez.
As tintas à base de ferro foram largamente usadas e
causam, graves lesões à documentação.
As tintas à base de carbono não descoloram com a
mesma facilidade das fabricadas à base de sulfato
ferroso, e apresentam menor perigo de acidez.
Atualmente, usa-se a anilina para fabricação de tintas.
81
82. pH
A medida do pH indica a tendência ácida ou alcalina de
um determinado material.
A medida realiza-se numa escala de 0 a 14 valores, sendo
7 o ponto neutro.
ácido
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 alcalino
Uma das formas de medir o pH emprega papel reativo
que muda de cor conforme a escala acima (aproximadamente).
82
83. ALCALINIDADE
A Alcalinidade é também um fator degenerador de
papéis, ainda que menos frequente do que a
acidez.
- Ela reage sobre o material favorecendo a
penetração da umidade e proliferação de
fungos.
- Facilita a dissolução do encolamento do papel, e
a celulose passa a absorver muita
umidade, apodrecendo rapidamente.
83
84. ALCALINIDADE
Visando à melhor preservação do documento, o pH
deve estar na faixa de 6,0 a 7,0.
Dependendo da idade do material, 5,5 é tolerável.
Se o pH atingir 8,0 ou mais, o material tem que ser
submetido a tratamento.
84
85. pH
A medida do pH pode ser determinada de
várias formas:
caneta reativa (apenas indica ácido ou alcalino)
papel reativo (indica escala de ácido ou alcalino)
medidores digitais (extrema precisão)
Em alguns materiais a medida do pH é
muito fácil (papel, cartão, etc.); para outros é
necessário laboratório especializado.
85
86. As all materials age, they slowly break down and constantly deteriorate.
The basic deterioration of textiles is the gradual breaking down of longchain
fiber molecules into shorter chains. The result is brittleness. Other
forms of natural deterioration are:gradual loss of inherent moisture: Natural fibers come from living
sources with biological functions. As they age and the structure of the
fiber changes, fibers become less elastic and resilient.
• effects of impurities: The presence of small amounts of metals, such as
copper, can accelerate deterioration in the presence of bleaching agents,
ozone, ultraviolet radiation, and moisture.
• impact of manufacturing: Iron mordants, oils and lubricants used to
facilitate the weaving process, and bleaching are some of the
manufacturing processes that can contribute to the deterioration of
textiles.
• inherent vice: Sometimes methods of manufacture and the nature of
materials cause deterioration that cannot be controlled and may not be
treatable. The most striking example of inherent vice is the impact of
the addition of certain metallic compounds to silks to add weight and
drape to silk fabrics. These compounds bond to the silk fiber and cause
their eventual splitting and powdering. Another example is the
interaction of some metal threads and decorations with textiles. The
natural deterioration of wool accelerates deterioration of silver metallic
threads causing tarnish. The tarnish can then stain the wool.
• oxidation: Fabrics are naturally degraded by the presence of oxygen.
The result is an overall brownish discoloration on white or naturalcolored
textiles. When treated with water, some of these oxidation
products are dissolved. However, the oxidation process begins again
immediately.
86
87. PONTO 2
Controlling pests and the
environment—
light, temperature, relative
humidity and air pollution—are keys
to the long-term preservation of
textiles.
87
88. Monitoramento dos poluentes.Existem tubos para
uma
variada gama de
poluentes,
fornecendo resultados
qualitativos ou
quantitativos. Cada
tubo
detecta um só tipo
de poluente.
Tubo colorimétrico para detecção de amônia
88
89. CONTROLE PASSIVO DE POLUENTES.
Colocar os bens culturais em caixas, armários,
expositores ou cobri-los recorrendo, por ex., a tecidos
em algodão ou películas em polietileno;
Evitar, em espaços que contenham bens culturais
(ou na sua proximidade), executar trabalhos que
possam ser fontes de poluentes;
Manter portas e janelas fechadas e devidamente
calafetadas;
89
90. CONTROLE PASSIVO (Cont.)
Instalar filtros de poluentes em sistemas de ar
condicionado e tratamento de ar;
Isolar objetos que possam liberar poluentes;
Selecionar materiais de construção, de equipamento
expositivo,de armazenamento e de acondicionamento,
com vista a excluir os que podem liberar poluentes;
Utilizar, em pequenos volumes de ar, materiais
adsorventes de poluentes, como carvão ativado.
90
92. CONTROLE ATIVO DE POLUENTES.
Filtros.
Lavadores químicos.
Sistemas de climatização.
92
93. Conclusões
Os métodos curativos aplicados no tratamento desses
acervos analisados demonstram que soluções isoladas
não terão efeito prolongado.
É importante a aplicação
de uma metodologia baseada na conservação
preventiva para se obter sucesso no controle de
infestações por insetos, assim como no tratamento de
infecções ocasionadas por fungos ou outros
microorganismos.
93
94. Conclusões
Parâmetros como ventilação,
umidade relativa, temperatura, iluminação, conduta das
pessoas que lidam com o acervo, arquitetura do
edifício, localização das áreas de guarda dentro do
prédio, deverão ser observados para aplicação de uma
política de preservação eficaz.
94