A identidade civilizacional da Europa Ocidental
1.2. O quadro económico e demográfico - expansão e limites do crescimento
1.2.2. O renascimento das cidades e a dinamização das trocas
3. O que se entende por cidade?
Jacques Le Goff: “Essas cidades, ao contrário daquelas da
Antiguidade romana, não tinham um papel agressivo. Mas era
necessário proteger seus habitantes, suas igrejas, suas casas
seus entrepostos e os instrumentos de trabalho(...). A muralha
assegurava a proteção. (...) seus muros, ameias e torres, pelos
campanários das igrejas e observatórios móveis de vigília (...)
enfim, pelas torrinhas privadas dos burgueses ricos, através de
tudo isso a cidade medieval impunha uma imagem de poder e de
riqueza.”
In: As cidades medievais estão no gênese do estado moderno.
(2005)
5. O surto urbano
As cidades
aumentam ao redor
dos castelos
senhoriais;
Perto das vias de
circulação;
Aumento do
número das
cidades e do seu
tamanho;
Junto aos portos.
Bruges, Bélgica
Florença
Paris
6. Transformação das cidades
As cidades cresceram mas também transformaram-se.
No passado, as cidades eram centros de natureza
política, militar ou religiosa, fortemente dependente da
importância do nobre ou bispo que as habitavam.
7. Transformação das cidades
Estabelecimento de banqueiros,
artesãos, mercadores e lojistas;
As cidades medievais assumem
natureza económica;
As cidades medievais animam-se.
8. O surto urbano
Doc. 16 – B, p. 28
“ os mercadores itinerantes,
homens desenraizados e sem
terra”, fixaram-se nas áreas fora
das muralhas das cidades – os
“burgos de fora”;
O burgo “velho” e o “novo”
juntavam-se e rodeavam-se de
novas muralhas;
Surge um novo grupo social – a
burguesia - (Conceito, p. 29);
9. Nobres procuravam
divertimento e bens
de luxo
Cidades = Centros de atração
Peregrinos em
busca de
hospitalidade e
melhores
condições de vida
10. A dinamização das trocas locais e regionais
Apesar das feiras internacionais animarem muitas cidades, em
certas épocas do ano, a economia baseava-se nos pequenos
mercados de natureza agrícola, estalecendo ligação entre as
cidades e os campos próximos. Quando as distâncias entre
campo-cidade eram muito elevadas, as ligações eram feitas
pelos almocreves.
11. A dinamização das trocas locais e regionais
Para o camponês estes mercados eram essenciais, pois
os senhores cobravam pesadas rendas, motivando-o a
produzir cada vez mais e a vender os seus produtos.
Para além dos camponeses, os senhores leigos e
eclesiásticos, também comercializavam os seus produtos
nos mercados.
cereais
ovos frangos
queijo
legumeslã
12. A dinamização das trocas locais e regionais
Doc. C; p. 32:
Medidas:
A venda dos produtos pelo
“caminho” e fora das horas
estipuladas, era proibida;
Evitava-se o “desvio” de produtos;
Regulavam-se os preços;
Limitavam-se as quantidades que
cada pessoa podia comprar de
determinado produto;
Puniam-se os comerciantes que
tentavam enganar os compradores.
Garantir o
abastecimento
eficaz das
cidades;
Assegurar a
qualidade dos
produtos;
Objetivos:
13. Os mercados locais representavam o
maior volume de trocas comerciais
da época;
“Economia monetária”
(Conceito, p. 30);
Aumento da rede de trocas;
Reanimação das vias de
comunicação (estradas e rios);
A vida económica baseava-se no
mercado com objetivo de gerar lucro;
“Revolução comercial”.
A dinamização das trocas locais e regionais
14. Exercícios
Responda às questões 4 e 5, da ficha nº 8, página 28 do Caderno
de Aluno.
4 - Refira, apoiando-se no doc. 3, a evolução das cidades
europeias entre os séculos XI e XVI.
5- Utilizando os dados da imagem do doc. 4, relacione o
renascimento urbano e a revitalização da economia.
15. 4- Refira, apoiando-se no Doc. 3, a evolução das cidades europeias
entre os séculos XI e XIV.
Entre os séculos XI e XIV verificou-se um desenvolvimento urbano que
se pode confirmar pelo aumento da área amuralhada de algumas das
principais cidades europeias.
5-Utilizando os dados da imagem do Doc. 4, relacionar o
renascimento urbano e a revitalização da economia monetária.
O Doc. 4 apresenta-nos a imagem de uma rua da cidade italiana de
Siena, na primeira metade do século XIV. O número de lojas abertas e
o movimento da rua, povoada de mercadores e agricultores que a ela
afluem para vender e comprar produtos, são o reflexo da revitalização
económica que se verificou entre os séculos XI e XIV. O alargamento
dos circuitos mercantis e o aumento do volume de mercadorias
transacionadas fizeram ressuscitar a economia monetária. Doravante,
para a realização das pequenas trocas ou de grandes negócios, tornou-
se necessária a utilização da moeda e, por isso, nas ruas das cidades,
além das lojas e oficinas, tornam-se comuns os estabelecimentos de
cambistas ou banqueiros.