O documento discute o dedo em gatilho, uma condição inflamatória da bainha dos tendões flexores dos dedos que causa bloqueio da extensão. Apresenta detalhes sobre a anatomia, fisiopatologia, epidemiologia, diagnóstico, classificação, tratamento conservador e cirúrgico, formas congênita e o "Bowler Thumb".
3. Anatomia
• Tendões flexores são mantidos próximos ao osso e ao
centro de rotação da articulação pelas polias flexoras
• A 1ª polia anular (A1), que fica na região da
metacarpofalangeana, é a que se relaciona ao dedo em
gatilho
• A1 é a maior responsável pela eficácia do sistema de
polias
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5. Fisiopatologia
• Desproporção entre conteúdo (tendão flexor, sinóvia e
líquido sinovial) e o continente (túnel osteofibroso e
sistema de polias)
• Processo inflamatório, edema e nodulações aumentam
o diâmetro do conteúdo
• O continente é inexpansível
• Ocorre o bloqueio do deslizamento do tendão
(excursão diminuída)
6. Epidemiologia
• A forma primária (não relacionada a outras doenças) é
a mais comum
• Predomina no sexo feminino (6:1)
• Acomete mais o lado dominante
• 5ª e 6ª décadas de vida
• Maior incidência em pacientes diabéticos (5x)
7. Epidemiologia
• Dedo médio e indicador são os mais acometidos
• Se houver colagenose sistêmica, o risco de
acometimento múltiplo é maior
8. Diagnóstico e Quadro Clínico
• Diagnóstico eminentemente clínico
• Exames de imagem podem evidenciar tumorações que
mimetizam o dedo em gatilho
• Pode se apresentar em diversos estágios que vão da
simples irritação sinovial até a deformidade fixa em
flexão
9. Diagnóstico e Quadro Clínico
• Palpação da região volar:
– Verifica área de dor
– Crepitação na passagem do tendão pela polia
– Nodulações podem estar presentes
• A observação da flexão-extensão dos dedos
(ativa e passiva) costuma ser suficiente para
definir o diagnóstico
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11. Classificação de Green
• Grau 0
– Dor e crepitação sem bloqueio
• Grau 1
– Dor e bloqueio esporádico
• Grau 2
– Bloqueio constante, porém reduzível pelo próprio paciente
• Grau 3
– Desbloqueio somente passivo
• Grau 4
– Deformidade fixa
12. Tratamento
• Medidas conservadoras:
– AINES
– Imobilizações
– Infiltração com corticoides
– Mudança de atividades
– Cura espontânea é possível nos estágios iniciais
13. Tratamento Cirúrgico
• Abertura de A1
• Tenólise dos flexores
• Forma aberta e percutânea (resultados similares)
• Indicada principalmente nos graus mais avançados
• Mobilidade precoce no pós-operatório deve ser
encorajada
14.
15.
16. Dedo em Gatilho Congênito
• Flexão IF do polegar, impossibilidade de extensão devido
ao nódulo de Notta
• 1/2000 nascimentos
• Difícil diagnóstico antes dos 4 meses de idade
17. Dedo em Gatilho Congênito
• Qualquer dedo pode ser acometido na faixa pediátrica, mas o
polegar é o mais comum (10x)
• Não se sabe se a condição é realmente congênita
• Bilateralidade é comum (25%)
• Condição rara
• Deformidade fixa é comum
• Se associa à trissomia do 13 e mucopolissacaridose
18. Dedo em Gatilho Congênito
• Pode ter resolução espontânea
• Tratamento mais eficaz é a liberação cirúrgica de A1 (as
vezes precisa ser extensivo até A3)
• Idade indicada para o procedimento = 2 anos
• Resultados costumam ser bons
19.
20. Bowler Thumb (Polegar do Jogador de
Boliche)
• Fibrose perineural
• Compressão repetida do nervo digital ulnar do polegar
• Ocorre no posicionamento da mão na bola de boliche
• Pessoas que jogam boliche 3-4 vezes por semana
• Dor e hiperextesia são os principais sintomas
• Tratamento conservador no quadro agudo
• Neurólise e transferência dorsal podem ser necessárias no caso crônico