SlideShare a Scribd company logo
1 of 27
Tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
Sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim
numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo conduzia a um êxtase,
e a alma se cobria
de um luxo radioso de sensações!
O QUE É LITERATURA?
ASSIM COMO A MÚSICA, A PINTURA E A DANÇA, A LITERATURA É CONSIDERADA UMA ARTE.
ATRAVÉS DELA TEMOS CONTATO COM UM CONJUNTO DE EXPERIÊNCIAS VIVIDAS PELO
HOMEM SEM QUE SEJA PRECISO VIVÊ-LAS. HÁ VÁRIOS CONCEITOS DE LITERATURA, QUE
MUDAM DE ACORDO COM O TEMPO E O LUGAR, MAS QUE CONCENTRAM ELEMENTOS
COMUNS, QUE NOS PERMITEM CONSTRUIR CONCEITOS BASEADOS NA HISTÓRIA E EM SUAS
FUNÇÕES
O TERMO LITERATURA VEM DO LATIM “LITTERIS”, QUE SIGNIFICA LETRAS. PORTANTO,
PODEMOS DIZER QUE LITERATURA É O CONJUNTO DE SABERES ENVOLVIDOS NA
PRODUÇÃO ESCRITA DE UMA ÉPOCA OU LUGAR.
O TEXTO LITERÁRIO APRESENTA:
-FICCIONALIDADE: OS TEXTOS NÃO FAZEM, NECESSARIAMENTE, PARTE DA
REALIDADE, MAS DEVEM SER VEROSSÍMEIS.
- FUNÇÃO ESTÉTICA: O ARTISTA PROCURA REPRESENTAR A REALIDADE A
PARTIR DA SUA VISÃO.
- PLURISSIGNIFICAÇÃO: NOS TEXTOS LITERÁRIOS AS PALAVRAS
ASSUMEM DIFERENTES SIGNIFICADOS.
- SUBJETIVIDADE: EXPRESSÃO PESSOAL DE EXPERIÊNCIAS, EMOÇÕES E
SENTIMENTOS.
 A LITERATURA É UMA FORMA DE ARTE QUE
RECRIA ASPECTOS DO MUNDO REAL ( MUNDO QUE
PODEMOS APRENDER POR MEIO DE NOSSAS
EXPERIÊNCIAS) EM MUNDOS IMAGINÁRIOS.
AS OBRAS LITERÁRIAS NOS AJUDAM A
COMPREENDER SOBRE NÓS MESMOS E SOBRE AS
MUDANÇAS DO COMPORTAMENTO DO HOMEM AO
LONGO DOS SÉCULOS; E, A PARTIR DOS
EXEMPLOS, AJUDAM-NOS A REFLETIR SOBRE NÓS
MESMOS.
 UM EXEMPLO DISSO SÃO OS CONTOS DAS MIL E
UMA NOITES, QUE SÃO NARRATIVAS SOBRE
DIVERSOS ASSUNTOS DA HISTÓRIA E DO
MUNDO ÁRABE E QUE POR MUITOS SÉCULOS
FORAM TRANSMITIDOS SOMENTE DE FORMA
ORAL.
MUITOS PENSAM QUE A LITERATURA É UMA ARTE
SOMENTE DA ESCRITA, MAS MESMO POVOS QUE
NÃO POSSUÍAM ESCRITA DESENVOLVERAM A
LITERATURA SOB FORMA ORAL, CRIANDO E
TRANSMITINDO TEXTOS SOB ESSA FORMA AO
LONGO DE SÉCULOS.
O TEXTO LITERÁRIO PODE SER REPRESENTADO
ATRAVÉS DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS. UM DOS
MAIS ANTIGOS E UTILIZADOS É O POEMA.
E É ESTE GÊNERO QUE VAMOS VER AGORA:
 POEMA X POESIA
POESIA: É O CARÁTER DO QUE EMOCIONA, TOCA A SENSIBILIDADE.
SUGERE EMOÇÕES POR MEIO DE UMA LINGUAGEM.
POEMA: TODA OBRA ESCRITA EM VERSOS, EM QUE HÁ POESIA.
 PODEMOS, PORTANTO, ENXERGAR POESIA EM DIVERSOS
ELEMENTOS DA VIDA HUMANA, NÃO SÓ EM UMA
PRODUÇÃO ARTÍSTICA:
 O RISO DE UMA CRIANÇA;
NO CANTO DE UM PÁSSARO;
NO ENCANTO DE UM JARDIM.
 O POEMA, POR SUA VEZ, TEM UMA EXISTÊNCIA
CONCRETA, PODENDO SER IDENTIFICADO POR
QUALQUER PESSOA.
“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
MÁRIO QUINTANA
 Tinha suspirado, tinha beijado o papel
devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se
ao calor amoroso que saía delas, como um
corpo ressequido que se estira num banho
tépido;
Sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa
existência superiormente interessante, onde
cada hora tinha o seu encanto diferente, cada
passo conduzia a um êxtase, e a alma se
cobria de um luxo radioso de sensações!
EÇA DE QUEIRÓS – O PRIMO BASÍLIO
 OS ELEMENTOS DE UM POEMA:
EU LÍRICO
O EU-LÍRICO É O "EU" QUE FALA NO POEMA, TRANSMITINDO TODAS
AS SUAS
EMOÇÕES, SENTIMENTOS, EXPRESSÕES, OPINIÕES, CRÍTICAS.
O EU LÍRICO NÃO É, NECESSARIAMENTE, O PRÓPRIO AUTOR DO
POEMA.
EM MUITOS TEXTOS, O EU LÍRICO REPRESENTA UM SER
TOTALMENTE DIFERENTE DAQUELE QUE COMPÔS O TRABALHO.
Teresinha
CHICO BUARQUE
O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".
O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração.
 VERSO
É CADA UMA DAS LINHAS QUE FORMAM UM POEMA
ESTROFE
ESTROFE OU ESTÂNCIA É O CONJUNTO DE VERSOS DE UM POEMA. DE
ACORDO COM O NÚMERO DE VERSOS, A ESTROFE É CLASSIFICADA EM:
1) MONÓSTICO
É A ESTROFE COM APENAS
UM VERSO (UMA SÓ LINHA)
2) DÍSTICO
É A ESTROFE COM DOIS
VERSOS.
3) TERCETO
É A ESTROFE COM TRÊS
VERSOS.
4) QUADRA
É A ESTROFE COM QUATRO
VERSOS.
5) QUINTILHA
É A ESTROFE COM CINCO
VERSOS
6) SEXTILHA
É A ESTROFE COM SEIS
VERSOS.
7) SÉTIMA
É A ESTROFE COM SETE
VERSOS.
8) OITAVA
É A ESTROFE COM OITO
VERSOS.
9) NONA
É A ESTROFE COM NOVE
VERSOS.
10) DÉCIMA
É A ESTROFE DE DEZ
VERSOS
AS FORMAS FIXAS DO POEMA
 HAICAI: POEMA DE ORIGEM JAPONESA, CONSTITUÍDO POR UMA
ESTROFE DE TRÊS VERSOS, CONTENDO 17 SÍLABAS: 5 SÍLABAS
NO 1º VERSO, 7 SÍLABAS NO 2º VERSO E 5 SÍLABAS NO 3 VERSO.
 EX:
“Vem cá passarinho
E vamos brincar nós dois
Que não temos ninho.”
MILLÔR FERNANDES
SONETO
 SONETO (DO ITALIANO SONETTO, PEQUENA CANÇÃO OU,
LITERALMENTE, PEQUENO SOM) É UM POEMA DE FORMA
FIXA, COMPOSTO POR CATORZE VERSOS.
PODE SER APRESENTADO EM TRÊS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO
DOS VERSOS:
SONETO ITALIANO OU PETRARQUIANO: APRESENTA
DUAS ESTROFES DE QUATRO VERSOS (QUARTETOS) E DUAS DE
TRÊS VERSOS (TERCETOS);
SONETO INGLÊS OU SHEAKESPERIANO: TRÊS QUARTETOS E
UM DÍSTICO;
SONETO MONOSTRÓFICO: APRESENTA UMA ÚNICA ESTROFE DE
14 VERSOS.
 Amor é fogo que arde sem se ver;
 Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Métrica
 É A MEDIDA DO VERSO. ESSE ESTUDO CHAMA-SE METRIFICAÇÃO OU
ESCANSÃO .
 AS SÍLABAS MÉTRICAS, OU POÉTICAS, DIFEREM DAS SÍLABAS
GRAMATICAIS EM ALGUNS ASPECTOS: CONTAM-SE AS SÍLABAS OU
SONS ATÉ A TÔNICA DA ÚLTIMA PALAVRA DE UM VERSO. EXEMPLO:
A-mo-te,ó-cruz,no-vér-ti-ce-fir-ma/da = 10 sílabas
De es-plên-di-das-i-gre/jas = 6 sílabas
DE ACORDO COM A METRIFICAÇÃO, OS VERSOS SÃO
CLASSIFICADOS EM:
 Monossílabo : 1 sílaba
 Dissílabo : 2 sílabas
 Trissílabo : 3 sílabas
 Tetrassílabo: 4 sílabas
 Pentassílabo ou Redondilha Menor: 5 sílabas
 Hexassílabo ou Heróico Quebrado: 6 sílabas
 Heptassílabo ou Redondilha Maior: 7 sílabas
 Octossílabo: 8 sílabas
 Eneassílabo: 9 sílabas
 Decassílabo: 10 sílabas
 Hendecassílabo: 11 sílabas
 Dodecassílabo: 12 sílabas poéticas.
 Bárbaro: 13 ou mais sílabas poéticas.
 QUANDO UM POEMA APRESENTA VERSOS QUE
NÃO OBEDECEM A UMA REGULARIDADE
MÉTRICA ( NÃO POSUEM O MESMO NÚMERO DE
SÍLABAS MÉTRICAS), DIZEMOS QUE ESSES SÃO
VERSOS LIVRES.
RITMO
O RITMO É UMAALTERNAÇÃO UNIFORME DE SÍLABAS
TÔNICAS E ÁTONAS EM CADA VERSO DE UMA COMPOSIÇÃO
POÉTICA.
O RITMO DE UM POEMAAINDA TEM MUITO A VER COM A
METRIFICAÇÃO DO POEMA E A CORRESPONDÊNCIA SONORA
PROVOCADA PELA RIMA. TODO ESSE CONJUNTO DE
ELEMENTOS DETERMINA O RITMO DO POEMA.
.
 Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
PERCEBA QUE EM CADA VERSO OCORRE A TONICIDADE
NA 6ª E 10ª SÍLABA.
ESSA REPETIÇÃO É QUE DÁ O RITMO AO POEMA.
RIMA
 A RIMA É UM RECURSO MUSICAL BASEADO NA
SEMELHANÇA SONORA DE PALAVRAS NO FINAL DE
VERSOS ( RIMA EXTERNA ) E, ÀS VEZES, NO INTERIOR
DOS VERSOS ( RIMA INTERNA ). PARA CLASSIFICAR UMA
RIMA EM UM VERSO NÓS DEVEMOS IDENTIFICÁ-LAS
POR UMA LETRA MAIÚSCULA, DENTRO DA SEQUÊNCIA
ALFABÉTICA. DE ACORDO COM ESSA SEQUÊNCIA, ELAS
SERÃO CLASSIFICADAS COMO INTERCALADAS,
ALTERNADAS OU EMPARELHADAS.
 EXS:
 DISTANTE O MEU AMOR, SE ME AFIGURA (A)
O AMOR COMO UM PATÉTICO TORMENTO (B)
PENSAR NELE É MORRER DE DESVENTURA (A)
NÃO PENSAR É MATAR MEU PENSAMENTO (B)
NESTA ESTROFE TEMOS UM EXEMPLO DE RIMAS
ALTERNADAS.
 “Salve Bandeira do Brasil querida
Toda tecida de esperança e luz
Pálio sagrado sobre o qual palpita
A alma bendita do país da Cruz”

OS VERSOS QUE NÃO APRESENTAM RIMAS ENTRE SI SÃO CHAMADOS
DE VERSOS BRANCOS.
INTROMISSÃO
Minha amiga,
deixa de choro,
deixa de desespero,
deixa de drama.
a mais eterna das paixões
dura apenas uma semana.
 RIMAS POBRES
 Consideram-se "pobres" as rimas de palavras da mesma classe
gramatical(substantivo / substantivo, verbo / verbo, etc.), ou quando as
palavras finalizam em sons corriqueiros, triviais. Por exemplo:
 1. As que se fazem com advérbios em [mente]: Alegremente - docemente -
pobremente, etc.
 2. As que se fazem com terminações:
 [ão] – coração, irmão;
 [eza] – beleza, natureza, tristeza;
 [or e dor] – amor, sonhador;
RIMAS RICAS
Quando rimam palavras raras que surpreendem pela novidade, ou
pertencentes a classes gramaticais diversas:
[brilha - maravilha];
[saudade - nade];
 RIMAS RARAS
 Diz-se que uma rima é rara quando obtidas com palavras para os quais só haja
poucas rimas possíveis. É o caso, entre outros, de [cisne] que só há a rima [tisne];
para [estirpe], só a forma verbal [extirpe]. Eis um exemplo:
 Um dia um cisne morrerá por certo:
 quando chegar esse momento incerto,
 no lago, onde talvez a água se tisne,
 nem nade nunca ao lado de outro cisne!
 (Julio Salusse)
RIMAS PRECIOSAS
São as rimas artificiais, feitas, forjadas com palavras combinadas, tais como:
● [múmia com resume-a];
● [vence-a com sonolência];
Mandou-me o senhor vigário
que lhe comprasse uma lâmpada
para alumiar a estampa da
Senhora do Rosário.
Arthur de Azevedo
A NARRAÇÃO É UM DOS TIPOS LITERÁRIOS MAIS FECUNDOS,
CUJO PRINCIPAL OBJETIVO É CONTAR UM FATO, UMA
HISTÓRIA, QUE SIRVA COMO INFORMAÇÃO, APRENDIZADO OU
ENTRETENIMENTO.
ENTRE OS GÊNERO LITERÁRIOS NARRATIVOS DESTACAMOS O
ROMANCE, A NOVELA, O CONTO, A CRÔNICA, A FÁBULA, O
APÓLOGO, A PARÁBOLA, ENTRE OUTROS.
O TEXTO NARRATIVO
TODO TEXTO NARRATIVO ESTÁ ESTRUTURA AO REDOR DE CINCO
ELEMENTOS:
PERSONAGENS: São os indivíduos que participam do acontecimento e que estão
sendo citados pelo narrador. Há sempre um núcleo principal da narrativa que gira
em torno de um ou dois personagens, chamados de personagens centrais ou
principais (protagonistas). Os personagens antagonistas são aqueles que, de
alguma maneira, atuam contra os protagonistas. Temos ainda os personagens
secundários ou coadjuvantes, com histórias e pequenos conflitos que cercam os
protagonistas.
ENREDO: É o fato em si. Aquilo que ocorre e que está sendo narrado. apresenta
uma determinada estrutura:
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
TEMPO: Pode ser analisado de duas maneiras: O intervalo de tempo em que o(s)
fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo
especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe que
existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo,
é o tempo que está na mente do narrador e das personagens.
Além desses, podemos pensar no tempo da narração, que é aquele momento em
que a história está sendo contada e no tempo da narrativa, que é o momento em
que a história ocorre.
ESPAÇO: Descreve os locais e ambientes em que a história acontece. Muitas
vezes interfere diretamente nas características das personagens.
FOCO NARRATIVO : É o ponto de vista de quem narra o fato. Pode ser em
primeira pessoa, o qual, por participar da história, é chamado narrador
personagem, podendo ser protagonista ou coadjuvante. Possui um olhar limitado
e, muitas vezes, subjetivo sobre o fato. Podemos ter também um narrador em
terceira pessoa, o qual não participa dos fatos. Pode ser um narrador
observador, limitando-se a narrar os acontecimentos ou um narrador
onisciente, sabendo tudo sobre cada uma das personagens, suas ações
e, inclusive, pensamentos.
PROF. ALEXANDRE RODRIGUES

More Related Content

What's hot

Conceito generos-e-poetica
Conceito generos-e-poeticaConceito generos-e-poetica
Conceito generos-e-poeticaLudmiilaa
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literáriosCaio Damais
 
AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)
AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)
AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)luisprista
 
Questões sobre clepsidra, de camilo pessanha
Questões sobre clepsidra, de camilo pessanhaQuestões sobre clepsidra, de camilo pessanha
Questões sobre clepsidra, de camilo pessanhama.no.el.ne.ves
 
Exercícios sobre gêneros literários
Exercícios sobre gêneros literáriosExercícios sobre gêneros literários
Exercícios sobre gêneros literáriosma.no.el.ne.ves
 
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação  de  Sofia de Mello Breyner AndresenApresentação  de  Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de Sofia de Mello Breyner AndresenMaria Costa
 
Análise comparativa
Análise comparativaAnálise comparativa
Análise comparativaJosi Leão
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesiasklauddia
 
Analise de poemas
Analise de poemasAnalise de poemas
Analise de poemasPaula CAA
 

What's hot (20)

O Gênero Lírico
O Gênero LíricoO Gênero Lírico
O Gênero Lírico
 
Gêneros literários
Gêneros literários   Gêneros literários
Gêneros literários
 
Conceito generos-e-poetica
Conceito generos-e-poeticaConceito generos-e-poetica
Conceito generos-e-poetica
 
Gênero Lírico
Gênero LíricoGênero Lírico
Gênero Lírico
 
O gênero lírico
O gênero líricoO gênero lírico
O gênero lírico
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Análise de textos poéticos
Análise de textos poéticosAnálise de textos poéticos
Análise de textos poéticos
 
AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)
AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)
AntóNio GedeãO (ExposiçãO Pelo 9 º Ano De 2006 2007)
 
Questões sobre clepsidra, de camilo pessanha
Questões sobre clepsidra, de camilo pessanhaQuestões sobre clepsidra, de camilo pessanha
Questões sobre clepsidra, de camilo pessanha
 
Slides
SlidesSlides
Slides
 
Prosa e Poesia
Prosa e PoesiaProsa e Poesia
Prosa e Poesia
 
Exercícios sobre gêneros literários
Exercícios sobre gêneros literáriosExercícios sobre gêneros literários
Exercícios sobre gêneros literários
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação  de  Sofia de Mello Breyner AndresenApresentação  de  Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
 
Análise comparativa
Análise comparativaAnálise comparativa
Análise comparativa
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
 
Análise de poemas
Análise de poemasAnálise de poemas
Análise de poemas
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Analise de poemas
Analise de poemasAnalise de poemas
Analise de poemas
 

Viewers also liked

Teoria geral da comunicação
Teoria geral da comunicaçãoTeoria geral da comunicação
Teoria geral da comunicaçãoSeduc/AM
 
Carlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andradeCarlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andradeAline Almeida
 
Livrinho Jogando e escrevendo poemas
Livrinho Jogando e escrevendo poemasLivrinho Jogando e escrevendo poemas
Livrinho Jogando e escrevendo poemasAline França Russo
 
Poemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradePoemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradeAnaGomes40
 
Texto poético e dramático
Texto poético e dramáticoTexto poético e dramático
Texto poético e dramáticoMariana Bulhosa
 
Funções da linguagem slides
Funções da linguagem slidesFunções da linguagem slides
Funções da linguagem slidesnunesmaril
 
Sacralidade dos textos
Sacralidade dos textosSacralidade dos textos
Sacralidade dos textosAna Campana
 
5º ano 1º ativ. de redação
5º ano   1º ativ. de redação 5º ano   1º ativ. de redação
5º ano 1º ativ. de redação rosemereporto
 
Unidade 4 novo
Unidade 4  novoUnidade 4  novo
Unidade 4 novomiesbella
 
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIAAula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIALeonardo Delgado
 

Viewers also liked (15)

Teoria geral da comunicação
Teoria geral da comunicaçãoTeoria geral da comunicação
Teoria geral da comunicação
 
A métrica e a rima
A métrica e a rimaA métrica e a rima
A métrica e a rima
 
Carlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andradeCarlos Drummond de andrade
Carlos Drummond de andrade
 
Solidariedade
SolidariedadeSolidariedade
Solidariedade
 
Tipos de texto a poesia
Tipos de texto  a poesiaTipos de texto  a poesia
Tipos de texto a poesia
 
Livrinho Jogando e escrevendo poemas
Livrinho Jogando e escrevendo poemasLivrinho Jogando e escrevendo poemas
Livrinho Jogando e escrevendo poemas
 
Poemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andradePoemas de eugénio de andrade
Poemas de eugénio de andrade
 
Texto poético e dramático
Texto poético e dramáticoTexto poético e dramático
Texto poético e dramático
 
Funções da linguagem slides
Funções da linguagem slidesFunções da linguagem slides
Funções da linguagem slides
 
Sacralidade dos textos
Sacralidade dos textosSacralidade dos textos
Sacralidade dos textos
 
5º ano 1º ativ. de redação
5º ano   1º ativ. de redação 5º ano   1º ativ. de redação
5º ano 1º ativ. de redação
 
Unidade 4 novo
Unidade 4  novoUnidade 4  novo
Unidade 4 novo
 
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIAAula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Dinâmicas de grupo
Dinâmicas de grupoDinâmicas de grupo
Dinâmicas de grupo
 

Similar to Amor e sensações

Similar to Amor e sensações (20)

Construção de poemas
Construção de poemasConstrução de poemas
Construção de poemas
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
 
Teoria LiteráRia Ensino MéDio
Teoria LiteráRia Ensino MéDioTeoria LiteráRia Ensino MéDio
Teoria LiteráRia Ensino MéDio
 
De tarde - Cesário Verde
De tarde - Cesário VerdeDe tarde - Cesário Verde
De tarde - Cesário Verde
 
G. Literários
G. LiteráriosG. Literários
G. Literários
 
Introdução a Literatura
Introdução a LiteraturaIntrodução a Literatura
Introdução a Literatura
 
Generos literarios
Generos literariosGeneros literarios
Generos literarios
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Generos literarios lirico-e_epico
Generos literarios lirico-e_epicoGeneros literarios lirico-e_epico
Generos literarios lirico-e_epico
 
05. Poesia para Início de Conversa. Ano I, Nº 05 - Volume I - Porto Velho - J...
05. Poesia para Início de Conversa. Ano I, Nº 05 - Volume I - Porto Velho - J...05. Poesia para Início de Conversa. Ano I, Nº 05 - Volume I - Porto Velho - J...
05. Poesia para Início de Conversa. Ano I, Nº 05 - Volume I - Porto Velho - J...
 
Gêneros literários - Épico e drama.
Gêneros literários - Épico e drama.Gêneros literários - Épico e drama.
Gêneros literários - Épico e drama.
 
Literatura-Poesia-Concreta.pdf
Literatura-Poesia-Concreta.pdfLiteratura-Poesia-Concreta.pdf
Literatura-Poesia-Concreta.pdf
 
Espumas flutuantes
Espumas flutuantesEspumas flutuantes
Espumas flutuantes
 
Versificação
VersificaçãoVersificação
Versificação
 
Tropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano velosoTropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano veloso
 
Tropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano velosoTropicalia caetano veloso
Tropicalia caetano veloso
 
Diapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesiaDiapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesia
 
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
 
Diapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesiaDiapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesia
 
Gênero lírico no enem
Gênero lírico no enemGênero lírico no enem
Gênero lírico no enem
 

More from cursinhoembu

Língua Portuguesa - Verbos
Língua Portuguesa - VerbosLíngua Portuguesa - Verbos
Língua Portuguesa - Verboscursinhoembu
 
Exercicios colonial
Exercicios colonialExercicios colonial
Exercicios colonialcursinhoembu
 
Tempo colonia data
Tempo colonia dataTempo colonia data
Tempo colonia datacursinhoembu
 
Aula 1 e 2 sabado (1)
Aula 1 e 2 sabado (1)Aula 1 e 2 sabado (1)
Aula 1 e 2 sabado (1)cursinhoembu
 

More from cursinhoembu (6)

Língua Portuguesa - Verbos
Língua Portuguesa - VerbosLíngua Portuguesa - Verbos
Língua Portuguesa - Verbos
 
Exercicios colonial
Exercicios colonialExercicios colonial
Exercicios colonial
 
Tempo colonia data
Tempo colonia dataTempo colonia data
Tempo colonia data
 
Aula 3 e 4 semana
Aula 3 e 4 semanaAula 3 e 4 semana
Aula 3 e 4 semana
 
Aula 1 e 2 semana
Aula 1 e 2 semanaAula 1 e 2 semana
Aula 1 e 2 semana
 
Aula 1 e 2 sabado (1)
Aula 1 e 2 sabado (1)Aula 1 e 2 sabado (1)
Aula 1 e 2 sabado (1)
 

Amor e sensações

  • 1. Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; Sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!
  • 2. O QUE É LITERATURA? ASSIM COMO A MÚSICA, A PINTURA E A DANÇA, A LITERATURA É CONSIDERADA UMA ARTE. ATRAVÉS DELA TEMOS CONTATO COM UM CONJUNTO DE EXPERIÊNCIAS VIVIDAS PELO HOMEM SEM QUE SEJA PRECISO VIVÊ-LAS. HÁ VÁRIOS CONCEITOS DE LITERATURA, QUE MUDAM DE ACORDO COM O TEMPO E O LUGAR, MAS QUE CONCENTRAM ELEMENTOS COMUNS, QUE NOS PERMITEM CONSTRUIR CONCEITOS BASEADOS NA HISTÓRIA E EM SUAS FUNÇÕES O TERMO LITERATURA VEM DO LATIM “LITTERIS”, QUE SIGNIFICA LETRAS. PORTANTO, PODEMOS DIZER QUE LITERATURA É O CONJUNTO DE SABERES ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO ESCRITA DE UMA ÉPOCA OU LUGAR. O TEXTO LITERÁRIO APRESENTA: -FICCIONALIDADE: OS TEXTOS NÃO FAZEM, NECESSARIAMENTE, PARTE DA REALIDADE, MAS DEVEM SER VEROSSÍMEIS. - FUNÇÃO ESTÉTICA: O ARTISTA PROCURA REPRESENTAR A REALIDADE A PARTIR DA SUA VISÃO. - PLURISSIGNIFICAÇÃO: NOS TEXTOS LITERÁRIOS AS PALAVRAS ASSUMEM DIFERENTES SIGNIFICADOS. - SUBJETIVIDADE: EXPRESSÃO PESSOAL DE EXPERIÊNCIAS, EMOÇÕES E SENTIMENTOS.
  • 3.  A LITERATURA É UMA FORMA DE ARTE QUE RECRIA ASPECTOS DO MUNDO REAL ( MUNDO QUE PODEMOS APRENDER POR MEIO DE NOSSAS EXPERIÊNCIAS) EM MUNDOS IMAGINÁRIOS. AS OBRAS LITERÁRIAS NOS AJUDAM A COMPREENDER SOBRE NÓS MESMOS E SOBRE AS MUDANÇAS DO COMPORTAMENTO DO HOMEM AO LONGO DOS SÉCULOS; E, A PARTIR DOS EXEMPLOS, AJUDAM-NOS A REFLETIR SOBRE NÓS MESMOS.
  • 4.  UM EXEMPLO DISSO SÃO OS CONTOS DAS MIL E UMA NOITES, QUE SÃO NARRATIVAS SOBRE DIVERSOS ASSUNTOS DA HISTÓRIA E DO MUNDO ÁRABE E QUE POR MUITOS SÉCULOS FORAM TRANSMITIDOS SOMENTE DE FORMA ORAL. MUITOS PENSAM QUE A LITERATURA É UMA ARTE SOMENTE DA ESCRITA, MAS MESMO POVOS QUE NÃO POSSUÍAM ESCRITA DESENVOLVERAM A LITERATURA SOB FORMA ORAL, CRIANDO E TRANSMITINDO TEXTOS SOB ESSA FORMA AO LONGO DE SÉCULOS.
  • 5. O TEXTO LITERÁRIO PODE SER REPRESENTADO ATRAVÉS DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS. UM DOS MAIS ANTIGOS E UTILIZADOS É O POEMA. E É ESTE GÊNERO QUE VAMOS VER AGORA:  POEMA X POESIA POESIA: É O CARÁTER DO QUE EMOCIONA, TOCA A SENSIBILIDADE. SUGERE EMOÇÕES POR MEIO DE UMA LINGUAGEM. POEMA: TODA OBRA ESCRITA EM VERSOS, EM QUE HÁ POESIA.
  • 6.  PODEMOS, PORTANTO, ENXERGAR POESIA EM DIVERSOS ELEMENTOS DA VIDA HUMANA, NÃO SÓ EM UMA PRODUÇÃO ARTÍSTICA:  O RISO DE UMA CRIANÇA; NO CANTO DE UM PÁSSARO; NO ENCANTO DE UM JARDIM.
  • 7.  O POEMA, POR SUA VEZ, TEM UMA EXISTÊNCIA CONCRETA, PODENDO SER IDENTIFICADO POR QUALQUER PESSOA. “Todos estes que aí estão Atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho!” MÁRIO QUINTANA
  • 8.  Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; Sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações! EÇA DE QUEIRÓS – O PRIMO BASÍLIO
  • 9.  OS ELEMENTOS DE UM POEMA: EU LÍRICO O EU-LÍRICO É O "EU" QUE FALA NO POEMA, TRANSMITINDO TODAS AS SUAS EMOÇÕES, SENTIMENTOS, EXPRESSÕES, OPINIÕES, CRÍTICAS. O EU LÍRICO NÃO É, NECESSARIAMENTE, O PRÓPRIO AUTOR DO POEMA. EM MUITOS TEXTOS, O EU LÍRICO REPRESENTA UM SER TOTALMENTE DIFERENTE DAQUELE QUE COMPÔS O TRABALHO.
  • 10. Teresinha CHICO BUARQUE O primeiro me chegou Como quem vem do florista: Trouxe um bicho de pelúcia, Trouxe um broche de ametista. Me contou suas viagens E as vantagens que ele tinha. Me mostrou o seu relógio; Me chamava de rainha. Me encontrou tão desarmada, Que tocou meu coração, Mas não me negava nada E, assustada, eu disse "não". O segundo me chegou Como quem chega do bar: Trouxe um litro de aguardente Tão amarga de tragar. Indagou o meu passado E cheirou minha comida. Vasculhou minha gaveta; Me chamava de perdida. Me encontrou tão desarmada, Que arranhou meu coração, Mas não me entregava nada E, assustada, eu disse "não". O terceiro me chegou Como quem chega do nada: Ele não me trouxe nada, Também nada perguntou. Mal sei como ele se chama, Mas entendo o que ele quer! Se deitou na minha cama E me chama de mulher. Foi chegando sorrateiro E antes que eu dissesse não, Se instalou feito um posseiro Dentro do meu coração.
  • 11.  VERSO É CADA UMA DAS LINHAS QUE FORMAM UM POEMA ESTROFE ESTROFE OU ESTÂNCIA É O CONJUNTO DE VERSOS DE UM POEMA. DE ACORDO COM O NÚMERO DE VERSOS, A ESTROFE É CLASSIFICADA EM: 1) MONÓSTICO É A ESTROFE COM APENAS UM VERSO (UMA SÓ LINHA) 2) DÍSTICO É A ESTROFE COM DOIS VERSOS. 3) TERCETO É A ESTROFE COM TRÊS VERSOS. 4) QUADRA É A ESTROFE COM QUATRO VERSOS. 5) QUINTILHA É A ESTROFE COM CINCO VERSOS 6) SEXTILHA É A ESTROFE COM SEIS VERSOS. 7) SÉTIMA É A ESTROFE COM SETE VERSOS. 8) OITAVA É A ESTROFE COM OITO VERSOS. 9) NONA É A ESTROFE COM NOVE VERSOS. 10) DÉCIMA É A ESTROFE DE DEZ VERSOS
  • 12. AS FORMAS FIXAS DO POEMA  HAICAI: POEMA DE ORIGEM JAPONESA, CONSTITUÍDO POR UMA ESTROFE DE TRÊS VERSOS, CONTENDO 17 SÍLABAS: 5 SÍLABAS NO 1º VERSO, 7 SÍLABAS NO 2º VERSO E 5 SÍLABAS NO 3 VERSO.  EX: “Vem cá passarinho E vamos brincar nós dois Que não temos ninho.” MILLÔR FERNANDES
  • 13. SONETO  SONETO (DO ITALIANO SONETTO, PEQUENA CANÇÃO OU, LITERALMENTE, PEQUENO SOM) É UM POEMA DE FORMA FIXA, COMPOSTO POR CATORZE VERSOS. PODE SER APRESENTADO EM TRÊS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO DOS VERSOS: SONETO ITALIANO OU PETRARQUIANO: APRESENTA DUAS ESTROFES DE QUATRO VERSOS (QUARTETOS) E DUAS DE TRÊS VERSOS (TERCETOS); SONETO INGLÊS OU SHEAKESPERIANO: TRÊS QUARTETOS E UM DÍSTICO; SONETO MONOSTRÓFICO: APRESENTA UMA ÚNICA ESTROFE DE 14 VERSOS.
  • 14.  Amor é fogo que arde sem se ver;  Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
  • 15. Métrica  É A MEDIDA DO VERSO. ESSE ESTUDO CHAMA-SE METRIFICAÇÃO OU ESCANSÃO .  AS SÍLABAS MÉTRICAS, OU POÉTICAS, DIFEREM DAS SÍLABAS GRAMATICAIS EM ALGUNS ASPECTOS: CONTAM-SE AS SÍLABAS OU SONS ATÉ A TÔNICA DA ÚLTIMA PALAVRA DE UM VERSO. EXEMPLO: A-mo-te,ó-cruz,no-vér-ti-ce-fir-ma/da = 10 sílabas De es-plên-di-das-i-gre/jas = 6 sílabas
  • 16. DE ACORDO COM A METRIFICAÇÃO, OS VERSOS SÃO CLASSIFICADOS EM:  Monossílabo : 1 sílaba  Dissílabo : 2 sílabas  Trissílabo : 3 sílabas  Tetrassílabo: 4 sílabas  Pentassílabo ou Redondilha Menor: 5 sílabas  Hexassílabo ou Heróico Quebrado: 6 sílabas  Heptassílabo ou Redondilha Maior: 7 sílabas  Octossílabo: 8 sílabas  Eneassílabo: 9 sílabas  Decassílabo: 10 sílabas  Hendecassílabo: 11 sílabas  Dodecassílabo: 12 sílabas poéticas.  Bárbaro: 13 ou mais sílabas poéticas.
  • 17.  QUANDO UM POEMA APRESENTA VERSOS QUE NÃO OBEDECEM A UMA REGULARIDADE MÉTRICA ( NÃO POSUEM O MESMO NÚMERO DE SÍLABAS MÉTRICAS), DIZEMOS QUE ESSES SÃO VERSOS LIVRES. RITMO O RITMO É UMAALTERNAÇÃO UNIFORME DE SÍLABAS TÔNICAS E ÁTONAS EM CADA VERSO DE UMA COMPOSIÇÃO POÉTICA. O RITMO DE UM POEMAAINDA TEM MUITO A VER COM A METRIFICAÇÃO DO POEMA E A CORRESPONDÊNCIA SONORA PROVOCADA PELA RIMA. TODO ESSE CONJUNTO DE ELEMENTOS DETERMINA O RITMO DO POEMA. .
  • 18.  Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; PERCEBA QUE EM CADA VERSO OCORRE A TONICIDADE NA 6ª E 10ª SÍLABA. ESSA REPETIÇÃO É QUE DÁ O RITMO AO POEMA.
  • 19. RIMA  A RIMA É UM RECURSO MUSICAL BASEADO NA SEMELHANÇA SONORA DE PALAVRAS NO FINAL DE VERSOS ( RIMA EXTERNA ) E, ÀS VEZES, NO INTERIOR DOS VERSOS ( RIMA INTERNA ). PARA CLASSIFICAR UMA RIMA EM UM VERSO NÓS DEVEMOS IDENTIFICÁ-LAS POR UMA LETRA MAIÚSCULA, DENTRO DA SEQUÊNCIA ALFABÉTICA. DE ACORDO COM ESSA SEQUÊNCIA, ELAS SERÃO CLASSIFICADAS COMO INTERCALADAS, ALTERNADAS OU EMPARELHADAS.  EXS:
  • 20.  DISTANTE O MEU AMOR, SE ME AFIGURA (A) O AMOR COMO UM PATÉTICO TORMENTO (B) PENSAR NELE É MORRER DE DESVENTURA (A) NÃO PENSAR É MATAR MEU PENSAMENTO (B) NESTA ESTROFE TEMOS UM EXEMPLO DE RIMAS ALTERNADAS.
  • 21.  “Salve Bandeira do Brasil querida Toda tecida de esperança e luz Pálio sagrado sobre o qual palpita A alma bendita do país da Cruz”  OS VERSOS QUE NÃO APRESENTAM RIMAS ENTRE SI SÃO CHAMADOS DE VERSOS BRANCOS. INTROMISSÃO Minha amiga, deixa de choro, deixa de desespero, deixa de drama. a mais eterna das paixões dura apenas uma semana.
  • 22.  RIMAS POBRES  Consideram-se "pobres" as rimas de palavras da mesma classe gramatical(substantivo / substantivo, verbo / verbo, etc.), ou quando as palavras finalizam em sons corriqueiros, triviais. Por exemplo:  1. As que se fazem com advérbios em [mente]: Alegremente - docemente - pobremente, etc.  2. As que se fazem com terminações:  [ão] – coração, irmão;  [eza] – beleza, natureza, tristeza;  [or e dor] – amor, sonhador; RIMAS RICAS Quando rimam palavras raras que surpreendem pela novidade, ou pertencentes a classes gramaticais diversas: [brilha - maravilha]; [saudade - nade];
  • 23.  RIMAS RARAS  Diz-se que uma rima é rara quando obtidas com palavras para os quais só haja poucas rimas possíveis. É o caso, entre outros, de [cisne] que só há a rima [tisne]; para [estirpe], só a forma verbal [extirpe]. Eis um exemplo:  Um dia um cisne morrerá por certo:  quando chegar esse momento incerto,  no lago, onde talvez a água se tisne,  nem nade nunca ao lado de outro cisne!  (Julio Salusse) RIMAS PRECIOSAS São as rimas artificiais, feitas, forjadas com palavras combinadas, tais como: ● [múmia com resume-a]; ● [vence-a com sonolência]; Mandou-me o senhor vigário que lhe comprasse uma lâmpada para alumiar a estampa da Senhora do Rosário. Arthur de Azevedo
  • 24. A NARRAÇÃO É UM DOS TIPOS LITERÁRIOS MAIS FECUNDOS, CUJO PRINCIPAL OBJETIVO É CONTAR UM FATO, UMA HISTÓRIA, QUE SIRVA COMO INFORMAÇÃO, APRENDIZADO OU ENTRETENIMENTO. ENTRE OS GÊNERO LITERÁRIOS NARRATIVOS DESTACAMOS O ROMANCE, A NOVELA, O CONTO, A CRÔNICA, A FÁBULA, O APÓLOGO, A PARÁBOLA, ENTRE OUTROS. O TEXTO NARRATIVO
  • 25. TODO TEXTO NARRATIVO ESTÁ ESTRUTURA AO REDOR DE CINCO ELEMENTOS: PERSONAGENS: São os indivíduos que participam do acontecimento e que estão sendo citados pelo narrador. Há sempre um núcleo principal da narrativa que gira em torno de um ou dois personagens, chamados de personagens centrais ou principais (protagonistas). Os personagens antagonistas são aqueles que, de alguma maneira, atuam contra os protagonistas. Temos ainda os personagens secundários ou coadjuvantes, com histórias e pequenos conflitos que cercam os protagonistas. ENREDO: É o fato em si. Aquilo que ocorre e que está sendo narrado. apresenta uma determinada estrutura: - Apresentação; - Complicação ou desenvolvimento; - Clímax; - Desfecho.
  • 26. TEMPO: Pode ser analisado de duas maneiras: O intervalo de tempo em que o(s) fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe que existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo, é o tempo que está na mente do narrador e das personagens. Além desses, podemos pensar no tempo da narração, que é aquele momento em que a história está sendo contada e no tempo da narrativa, que é o momento em que a história ocorre. ESPAÇO: Descreve os locais e ambientes em que a história acontece. Muitas vezes interfere diretamente nas características das personagens. FOCO NARRATIVO : É o ponto de vista de quem narra o fato. Pode ser em primeira pessoa, o qual, por participar da história, é chamado narrador personagem, podendo ser protagonista ou coadjuvante. Possui um olhar limitado e, muitas vezes, subjetivo sobre o fato. Podemos ter também um narrador em terceira pessoa, o qual não participa dos fatos. Pode ser um narrador observador, limitando-se a narrar os acontecimentos ou um narrador onisciente, sabendo tudo sobre cada uma das personagens, suas ações e, inclusive, pensamentos.