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O Átomo




                                        O ÁTOMO


                                                                            André Luiz Cosenza Diestel

                              Na primavera de 1913, a velha questão, quot;de que é feita a matéria?quot;
                              ocupava a mente de Niels Hendrex David Bohr, e a resposta do jovem
                              Dinamarquês, uma resposta quase revolucionária, foi o modelo do
                              átomo de hidrogênio.
                              Seu trabalho foi importantíssimo. Uma virada decisiva da física teórica,
                              mas de acordo com tudo que era sagrado na época: mecânica de
                              Newton, teoria eletromagnética de Maxwell, ele não poderia estar
                              certo. De qualquer maneira, suas idéias foram concebidas de maneira
                              brilhante.
            Niels Bohr               Em primeiro lugar, Bohr adotou um modelo de átomo que se
assemelha ao sistema solar: um núcleo positivo pesado ocupava o lugar do Sol, e como um planeta,
o elétron era colocado em sua órbita. Mas enquanto o planeta é atraído para o Sol pela força da
gravidade, o elétron era atraído para o núcleo pela força da eletricidade.




        Assim, apesar da diferença entre os dois, ambos tinham forças da mesma forma básica
    D
−      , e ambos teriam as mesmas espécies de órbitas. Como Kepler observara e Newton explicara
    r2
séculos antes, estas órbitas eram elipses, ou até circunferências.
       Para simplificar a questão, Niels Bohr imaginou que os átomos teriam órbitas circulares. Em
                                                        D
uma órbita circular, a energia potencial é dada por -     , a energia cinética é positiva, mas eqüivale
                                                        r
                                          D
a sua metade. Assim, a energia total é       ,   quer se trate de um planeta ou de um átomo. Isso
                                          2r
parecia com o próprio modelo de um átomo Newtoniano, qual o problema então com ele? em outras
palavras, de que maneira isso violava as leis da física da época?
       Se as idéias de Bohr contrariavam mesmo estas leis, porque então todos aqueles físicos que
estavam certos não descartaram a novidade imediatamente? Talvez porque neste aspecto, o jovem

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O Átomo

Bohr estivesse pisando em terreno firme, o que fazia com que valesse a pena observar seu trabalho
com mais atenção. Foi quando os problemas se tornaram óbvios.
        Radical, Bohr tinha ido ainda mais longe. Longe o suficiente para afirmar que um elétron
poderia existir apenas em certas órbitas, o que contrariava as lei de Newton, mas ao contrário de
                              Maxwell, Bohr afirmava que o elétron só irradiaria ou absorveria
                              energia, quando saltasse entre estas órbitas bem determinadas. Estas
                              propostas eram mais que simples contestações, de fato, no mundo da
                              física era completamente fora da lei.
                                      O que poderia ter conduzido a este caminho?
                                      Uma geração antes, ao tratar da questão do átomo, o
                              professor James Maxwell, praticamente escreveu um livro, como um
                              dos editores da nona edição da incomparável enciclopédia Britânica,
                              seu trabalho a respeito do átomo foi não apenas a ciência mais
           James Maxwell
                              avançada da época, ele resumiu toda a especulação filosófica, desde a
idade do ouro.
        No fim do renascimento, Galileu sugere que os átomos são partículas auto propulsionadas, e
ele foi seguido por Boyle, Descarte, Newton e outros cientistas no mesmo caminho, inclusive
Maxwell. Nas palavras do próprio Maxwell, nos tempos modernos a existência de átomos ocupa
lugar de destaque nas pesquisas científicas. John Dalton foi um dos responsáveis por um destes
                             estudos mais sérios. Em 1807, este químico inglês estudou as
                             combinações químicas dos elementos comuns e propôs a lei das
                             proporções simples e múltiplas. Quando duas substâncias se combinam
                             em uma reação química, elas se combinam com massas em proporções
                             de pequenos números inteiros. A implicação era óbvia, para se
                             combinarem assim em proporções tão definidas, as substâncias devem
                             ter partes básicas ou fundamentais, os átomos.
                                     A idéia de Dalton não deixava de apresentar suas dificuldades, e
                             uma das mais importantes, foi superada por um químico italiano
         Amadeo Avogadro chamado Amadeus Avogadro.
                             Antes de mais nada, Avogadro percebeu que até mesmo os gases mais
simples, como oxigênio ou nitrogênio puro, eram compostos não de átomos individuais, mas de
combinações de átomos, chamados moléculas. Qualquer que seja a menor unidade de qualquer
gás, afirmava Avogadro, ao falar de átomos ou moléculas, um determinado volume de gás terá,
sempre a mesma quantidade deles. Esta quantidade ficou conhecida como o número de Avogadro,
e sua descoberta tornou-se um passo vital no desenvolvimento de teoria atômica.
        Nas palavra de Maxwell, o diâmetro e a massa de uma molécula, são naturalmente muito
pequenos, mas não infinitamente pequenos. Cerca de dois milhões de moléculas de hidrogênio,
ocupariam um milímetro. O conhecimento de Maxwell, resultou da teoria dos gases e da análise de
suas propriedades. A este conhecimento, o tamanho de um átomo, Maxwell pode acrescentar novas
informações obtidas graças ao uso de um novo instrumento, o espectroscópio.
        Os espectroscópios são utilizados para analisar a luz, separando suas várias cores ou
freqüências. Quando analisamos um gás monoatômico, o espectro de luz consiste de linhas
espectrais de determinadas freqüências e o espectro é diferente para cada elemento, isso foi uma
pista para a descoberta da natureza interna do átomo.
        Nas palavras de Maxwell, quando o espectro consiste de uma série de linhas brilhantes, o
movimento do sistema deve ser composto por um número correspondente de tipos de vibrações
harmônicas, em outras palavras, os átomos vibrariam como uma simples corda de violino e cada
átomo teria suas próprias freqüências, se uma molécula fosse um simples sistema mecânico
vibratório, as freqüências das linhas brilhantes estariam relacionadas de uma maneira
relativamente simples. O próprio Maxwell não esperava que se encontrasse uma relação tão
simples.
        Mas em 1885, um professor universitário, suíço, Balmer, escreveu uma fórmula que
englobou os comprimentos de onda da maioria das linhas do espectro do Hidrogênio. Pouco tempo
depois, o mestre sueco do espectroscópio, Rydberg, generalizou a fórmula de Balmer, na versão de
Rydberg, uma série de linhas era provocada por cada grupo de números inteiros, quot;mquot; e quot;nquot; e a
quantidade quot;Rquot;, conhecida como a constante de Heisenberg, fora determinada com grande precisão.
Daí em diante foi possível prever novas linhas.



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O Átomo

                                   Mas para compreender a natureza do átomo no sentido mais
                           profundo seria necessário que alguém fizesse uma descoberta ao longo
                           de linhas diferentes. Este alguém foi o professor J.J. Thompsom, um
                           discípulo de Maxwell na teoria do eletromagnetismo. Mais tarde outros
                           transformariam os tubos de raios catódicos na televisão, Mas as
                           experiências de Thompsom mostraram que os raios que emanam de um
                           cátodo aquecido, são partículas carregadas eletricamente, e mais
                           importante, estes raios eram desviados por campos elétricos e
                           magnéticos, e não importava qual a matéria dentro do tubo estas
         John Dalton       partículas elétricas eram sempre do mesmo tipo, Thomson percebeu que
todos os átomos continham as mesmas partes em movimento, ou em outras palavras corpúsculos,
e que ficariam conhecidos como os elétrons. Com isso ele desenvolveu o que foi chamado de
                             modelo de quot;pudim de ameixasquot;, mais que um recurso intelectual, ele
                             constituiu uma explicação substancial para o espectro dos elementos.
                             Na teoria de Thompsom, cada átomo é composto por uma grande
                             esfera de carga positiva contendo a quantidade suficiente de elétrons
                             negativos, para torna-lá neutra. O que parecia uma idéia sensata, logo
                             fracassaria em uma experiência crucial.
                             O Barão Ernest Rutherford, ganhador do prêmio Nobel, deixou a Nova
                             Zelândia para estudar física em Cambridge, onde trabalhou com
                             Thompsom. Com seus experimentos sobre a radiação de determinados
                             elementos, Rutherford se tornou um mestre do átomo. Ao passar raios
        Ernest Rutherford
                             alfa por uma folha fina de ouro, a experiência transcorreu
normalmente, como o esperado, os raios pareciam atravessar o metal, como se ele fosse um pudim
enfrentando pouca dificuldade, mas em um dia crucial para a ciência, eles observaram o que
ninguém esperava: quot;O fato mais inacreditável que já aconteceu na minha vidaquot; disse Rutherford; É
como jogar uma bomba de 15Kg em uma folha de papel ela ricochetear e lhe atingir. O fato
inacreditável, foi que em vez de atravessar o papel, alguns dos raios alfa ricochetearam. Rutherford
concluiu que ao contrário do modelo de Thompsom, toda a carga positiva do átomo precisava estar
concentrada dentro de um núcleo minúsculo, isso acontecia porque apesar de toda a carga positiva
concentrada em uma região muito limitada, a força elétrica próxima seria suficiente para refletir ou
pelo menos defletir uma energética partícula alfa, caso ela lhe chegasse muito próxima. Além disso
se o núcleo contivesse a maior parte da massa do átomo, ele poderia repelir uma partícula alfa sem
retroceder muito.
       Estas idéias, levaram Rutherford, em 1911, a propor um modelo planetário de átomo.
Segundo Rutherford, o sistema solar e o átomo eram quase que a imagem refletida um do outro,
ambos obedeciam leis quase idênticas. No modelo de Rutherford, cada átomo tinha um núcleo
pesado com carga positiva, seu núcleo era cercado por elétrons leves que orbitavam como os
planetas ao redor do sol, mas enquanto os planetas eram mantidos juntos pela força da gravidade
os átomos eram mantidos pala força da eletricidade. Mas isso era muito bom para ser verdade. Por
alguma razão, os elétrons irradiam energia, em forma de ondas eletromagnéticas, quando são
acelerados, mas um elétron em órbita estaria acelerando constantemente irradiando sempre
energia, girando e girando o elétron cairia sempre em órbitas menores, irradiando não linhas do
espectro, mas sim um arco-íris de cores, e finalmente de forma inevitável acabaria caindo no
núcleo.
                                      O Dr. Rutherford obedecera as leis de Newton e Maxwell, e
                               estas mesmas leis condenariam o seu modelo de átomo planetário, o
                               que era preciso era um passo ainda mais ousado. E o caminho seria
                               iluminado por uma descoberta sobre a luz.
                               Em 1900, um físico alemão observou o espectro emitido por um corpo
                               sólido aquecido, seu nome era Max Planck. Sua teoria afirmava que a
                               matéria emitia apenas discretas quantidades de energia e que a
                               energia ( E ) era proporcional a freqüência ( f ) da luz. Uma coisa
            Marx Planck     notável em sua teoria era a quantidade h que tornou-se uma nova
                            constante fundamental da física, chamada constante de Planck. Era
notável porque na teoria de Maxwell a energia da luz dependia de sua intensidade e não de sua
freqüência. Mas talvez o mais notável de tudo tenha sido o fato de o jovem Bohr ter usado a
constante de Planck para montar o modelo do átomo de hidrogênio. Bohr supunha que o elétron, do

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O Átomo

modelo de Rutherford, pudesse existir em certas órbitas especiais sem irradiar energia, passou
então a supor que a radiação, na freqüência prevista pela equação de Planck, ( E = hf ), seria
emitida ou absorvida toda vez que o elétron saltasse de uma órbita para outra ( E n    − E m = hf   ).
Bohr não sabia explicar porque deveriam existir estas órbita especiais, mas sabia que sem elas não
haveria esperança de explicar as linhas espectrais.
                                Ele sabia também que ao supor estas órbitas especiais, ele estaria
                                indo além da física de Newton e Maxwell, e penetrando no
                                desconhecido. Mas havia ainda um problema: o que determinaria as
                                dimensões destas órbitas especiais, ele experimentou varias idéias e
                                acabou escolhendo o momento angular, dizendo que cada órbita tem
                                um diferente momento angular, e a constante de Planck tem
                                exatamente as unidades de um momento angular. Seria possível
                                que as órbitas tivessem momentos angulares fornecidos pela
                                                                            h
constante de Planck; Bem, quase de fato os momentos são múltiplos de          , uma combinação que
                                                                           2π
                                 recebeu seu próprio nome h . Assim no modelo do átomo de
                                 hidrogênio de Bohr, a órbita mais interna tem um momento angular
                                 L = h,   a próxima tem um momento    L2 = 2 h , e de fato existe uma
                                 órbita permitida para qualquer   número inteiro Ln = nh . Reunindo
                              estas idéias é fácil achar o tamanho de cada órbita.
                              O raio de cada órbita é proporcional ao quadrado do número inteiro n,
                              o raio da órbita mais interna, com n = 1, daria o tamanho natural do
átomo de hidrogênio em termos das constantes da física (r1 = 0.529x10-10). Seu valor eqüivale à
metade de um Angstron, este número era pequeno, mas de grande valor para a física. Até então, o
tamanho de um átomo poderia ser qualquer um, mas agora se as ousadas pressuposições de Bohr
estivessem certas, o tamanho de um átomo poderia ser visto como combinação de constantes
fundamentais da física, mas para Bohr isso era apenas o começo.
       Agora ele estava preparado para calcular as freqüências precisas das linhas no espectro do
hidrogênio. Cada freqüência seria o resultado de um salto quântico, isto é o átomo emitiria ou
absorveria luz só quando o elétron saltasse de uma órbita para outra.
       Os elementos do cálculo estavam todos a mão, primeiro os tamanhos das órbitas, depois as
                                                                                     1   1  1
energias das órbitas e finalmente a energia de        um salto entre as órbitas    R 2 − 2  = ,
                                                                                    m   n  λ
   D2 M
R=       2
           , r = 1.097x107m-1. Quando estes elementos foram reunidos na equação de Rydberg
   2 hch
o resultado foi uma fórmula para a própria constante de Rydberg. Seus componentes eram, mais
uma vez, constantes fundamentais da física, e quando todos eles foram reunidas produziram uma
previsão que podia ser comparada com a experiência, a coincidência entre modelo de Bohr e os
dados experimentais, eram absolutamente surpreendente, assim como a idéia Newtoniana de ação
e reação, o modelo de Bohr foi aceito não por ser fácil de se entender ou por ser uma idéia também
fácil, pelo contrário, assim como Newton, Bohr mostrou uma notável concordância com a
observação, algo que não poderia ser negado, ninguém sabia porque a modelo de Bohr deveria
funcionar, mas mesmo assim as maiores inteligências da época concordaram que ele funcionava,
por quê? Por que na física de Bohr, assim como na de Newton, há uma concordância entre a teoria
e a experiência, simplesmente precisa demais para ser ignorada. Niels Bohr, tomou a velha física, e
com sua profunda visão do átomo, impulsionou-a para o futuro.

        Tamanho do raio em uma órbita circular:
       Equação 1.
                          L2
                      r=     ; onde D = Ke . e
                                               2

                         DM

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O Átomo

       Segundo Bohr, cada órbita do átomo de Hidrogênio teria um momento angular dado por:
       Equação 2.
                       L = h , ou ainda Ln = nh
       O tamanho de cada órbita pode ser calculado juntando-se a eq.2 a eq. 1.
       Equação 3.
                           n2h2
                      rn =      , para n = 1, teríamos o tamanho natural do átomo de Hidrogênio:
                           DM
                     h                (1, 054.10−34 ) 2
               r1 =      → r1 =     9         −19 2        −31
                                                               = 0, 529.10−10
                    D. M        9.10 .(1, 6.10 ) . 9 ,1.10
       Energia de cada órbita:
       Equação 4.

                             D
                       E=
                             2r
       Substituindo eq.3 em eq. 4, tem-se:
       Equação 5.
                              D        D2 M
                       En =          =
                              n 2 h 2 2n 2 h 2
                            2
                              DM
       A energia de um salto:
       Equação 6.
                       E m − E n = hf

       Eq. 5 em eq. 6:
       Equação 7.

                D2M  D2M          D2M  1    1 
                2 2 − 2 2  = hf →
                2m h                2 
                                             − 2  = hf
                     2n h         2h  m 2
                                              n 


       Equação 8.
                             c
                       f =
                             λ
       Eq. 8 em eq. 7, temos:

                D2M  1        1  1
                     2 
                             − 2=
               2c.h.h  m  2
                              n  λ
                 1      1  1
               R 2 − 2  =
                m       n  λ

       Sendo que R é a constante de Rydberg,




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O Átomo

    ( 9.109 ) 2 .(1, 6.10−19 ) 4 . 9 ,1.10 −31
R=        8            −34               −34 2
                                               = 1, 098.107 m −1
   2. 3.10 . 6, 6.10 .(1, 054.10 )




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O modelo atômico de Bohr

  • 1. O Átomo O ÁTOMO André Luiz Cosenza Diestel Na primavera de 1913, a velha questão, quot;de que é feita a matéria?quot; ocupava a mente de Niels Hendrex David Bohr, e a resposta do jovem Dinamarquês, uma resposta quase revolucionária, foi o modelo do átomo de hidrogênio. Seu trabalho foi importantíssimo. Uma virada decisiva da física teórica, mas de acordo com tudo que era sagrado na época: mecânica de Newton, teoria eletromagnética de Maxwell, ele não poderia estar certo. De qualquer maneira, suas idéias foram concebidas de maneira brilhante. Niels Bohr Em primeiro lugar, Bohr adotou um modelo de átomo que se assemelha ao sistema solar: um núcleo positivo pesado ocupava o lugar do Sol, e como um planeta, o elétron era colocado em sua órbita. Mas enquanto o planeta é atraído para o Sol pela força da gravidade, o elétron era atraído para o núcleo pela força da eletricidade. Assim, apesar da diferença entre os dois, ambos tinham forças da mesma forma básica D − , e ambos teriam as mesmas espécies de órbitas. Como Kepler observara e Newton explicara r2 séculos antes, estas órbitas eram elipses, ou até circunferências. Para simplificar a questão, Niels Bohr imaginou que os átomos teriam órbitas circulares. Em D uma órbita circular, a energia potencial é dada por - , a energia cinética é positiva, mas eqüivale r D a sua metade. Assim, a energia total é , quer se trate de um planeta ou de um átomo. Isso 2r parecia com o próprio modelo de um átomo Newtoniano, qual o problema então com ele? em outras palavras, de que maneira isso violava as leis da física da época? Se as idéias de Bohr contrariavam mesmo estas leis, porque então todos aqueles físicos que estavam certos não descartaram a novidade imediatamente? Talvez porque neste aspecto, o jovem www.fisica.net - Prof. André Diestel 1
  • 2. O Átomo Bohr estivesse pisando em terreno firme, o que fazia com que valesse a pena observar seu trabalho com mais atenção. Foi quando os problemas se tornaram óbvios. Radical, Bohr tinha ido ainda mais longe. Longe o suficiente para afirmar que um elétron poderia existir apenas em certas órbitas, o que contrariava as lei de Newton, mas ao contrário de Maxwell, Bohr afirmava que o elétron só irradiaria ou absorveria energia, quando saltasse entre estas órbitas bem determinadas. Estas propostas eram mais que simples contestações, de fato, no mundo da física era completamente fora da lei. O que poderia ter conduzido a este caminho? Uma geração antes, ao tratar da questão do átomo, o professor James Maxwell, praticamente escreveu um livro, como um dos editores da nona edição da incomparável enciclopédia Britânica, seu trabalho a respeito do átomo foi não apenas a ciência mais James Maxwell avançada da época, ele resumiu toda a especulação filosófica, desde a idade do ouro. No fim do renascimento, Galileu sugere que os átomos são partículas auto propulsionadas, e ele foi seguido por Boyle, Descarte, Newton e outros cientistas no mesmo caminho, inclusive Maxwell. Nas palavras do próprio Maxwell, nos tempos modernos a existência de átomos ocupa lugar de destaque nas pesquisas científicas. John Dalton foi um dos responsáveis por um destes estudos mais sérios. Em 1807, este químico inglês estudou as combinações químicas dos elementos comuns e propôs a lei das proporções simples e múltiplas. Quando duas substâncias se combinam em uma reação química, elas se combinam com massas em proporções de pequenos números inteiros. A implicação era óbvia, para se combinarem assim em proporções tão definidas, as substâncias devem ter partes básicas ou fundamentais, os átomos. A idéia de Dalton não deixava de apresentar suas dificuldades, e uma das mais importantes, foi superada por um químico italiano Amadeo Avogadro chamado Amadeus Avogadro. Antes de mais nada, Avogadro percebeu que até mesmo os gases mais simples, como oxigênio ou nitrogênio puro, eram compostos não de átomos individuais, mas de combinações de átomos, chamados moléculas. Qualquer que seja a menor unidade de qualquer gás, afirmava Avogadro, ao falar de átomos ou moléculas, um determinado volume de gás terá, sempre a mesma quantidade deles. Esta quantidade ficou conhecida como o número de Avogadro, e sua descoberta tornou-se um passo vital no desenvolvimento de teoria atômica. Nas palavra de Maxwell, o diâmetro e a massa de uma molécula, são naturalmente muito pequenos, mas não infinitamente pequenos. Cerca de dois milhões de moléculas de hidrogênio, ocupariam um milímetro. O conhecimento de Maxwell, resultou da teoria dos gases e da análise de suas propriedades. A este conhecimento, o tamanho de um átomo, Maxwell pode acrescentar novas informações obtidas graças ao uso de um novo instrumento, o espectroscópio. Os espectroscópios são utilizados para analisar a luz, separando suas várias cores ou freqüências. Quando analisamos um gás monoatômico, o espectro de luz consiste de linhas espectrais de determinadas freqüências e o espectro é diferente para cada elemento, isso foi uma pista para a descoberta da natureza interna do átomo. Nas palavras de Maxwell, quando o espectro consiste de uma série de linhas brilhantes, o movimento do sistema deve ser composto por um número correspondente de tipos de vibrações harmônicas, em outras palavras, os átomos vibrariam como uma simples corda de violino e cada átomo teria suas próprias freqüências, se uma molécula fosse um simples sistema mecânico vibratório, as freqüências das linhas brilhantes estariam relacionadas de uma maneira relativamente simples. O próprio Maxwell não esperava que se encontrasse uma relação tão simples. Mas em 1885, um professor universitário, suíço, Balmer, escreveu uma fórmula que englobou os comprimentos de onda da maioria das linhas do espectro do Hidrogênio. Pouco tempo depois, o mestre sueco do espectroscópio, Rydberg, generalizou a fórmula de Balmer, na versão de Rydberg, uma série de linhas era provocada por cada grupo de números inteiros, quot;mquot; e quot;nquot; e a quantidade quot;Rquot;, conhecida como a constante de Heisenberg, fora determinada com grande precisão. Daí em diante foi possível prever novas linhas. www.fisica.net - Prof. André Diestel 2
  • 3. O Átomo Mas para compreender a natureza do átomo no sentido mais profundo seria necessário que alguém fizesse uma descoberta ao longo de linhas diferentes. Este alguém foi o professor J.J. Thompsom, um discípulo de Maxwell na teoria do eletromagnetismo. Mais tarde outros transformariam os tubos de raios catódicos na televisão, Mas as experiências de Thompsom mostraram que os raios que emanam de um cátodo aquecido, são partículas carregadas eletricamente, e mais importante, estes raios eram desviados por campos elétricos e magnéticos, e não importava qual a matéria dentro do tubo estas John Dalton partículas elétricas eram sempre do mesmo tipo, Thomson percebeu que todos os átomos continham as mesmas partes em movimento, ou em outras palavras corpúsculos, e que ficariam conhecidos como os elétrons. Com isso ele desenvolveu o que foi chamado de modelo de quot;pudim de ameixasquot;, mais que um recurso intelectual, ele constituiu uma explicação substancial para o espectro dos elementos. Na teoria de Thompsom, cada átomo é composto por uma grande esfera de carga positiva contendo a quantidade suficiente de elétrons negativos, para torna-lá neutra. O que parecia uma idéia sensata, logo fracassaria em uma experiência crucial. O Barão Ernest Rutherford, ganhador do prêmio Nobel, deixou a Nova Zelândia para estudar física em Cambridge, onde trabalhou com Thompsom. Com seus experimentos sobre a radiação de determinados elementos, Rutherford se tornou um mestre do átomo. Ao passar raios Ernest Rutherford alfa por uma folha fina de ouro, a experiência transcorreu normalmente, como o esperado, os raios pareciam atravessar o metal, como se ele fosse um pudim enfrentando pouca dificuldade, mas em um dia crucial para a ciência, eles observaram o que ninguém esperava: quot;O fato mais inacreditável que já aconteceu na minha vidaquot; disse Rutherford; É como jogar uma bomba de 15Kg em uma folha de papel ela ricochetear e lhe atingir. O fato inacreditável, foi que em vez de atravessar o papel, alguns dos raios alfa ricochetearam. Rutherford concluiu que ao contrário do modelo de Thompsom, toda a carga positiva do átomo precisava estar concentrada dentro de um núcleo minúsculo, isso acontecia porque apesar de toda a carga positiva concentrada em uma região muito limitada, a força elétrica próxima seria suficiente para refletir ou pelo menos defletir uma energética partícula alfa, caso ela lhe chegasse muito próxima. Além disso se o núcleo contivesse a maior parte da massa do átomo, ele poderia repelir uma partícula alfa sem retroceder muito. Estas idéias, levaram Rutherford, em 1911, a propor um modelo planetário de átomo. Segundo Rutherford, o sistema solar e o átomo eram quase que a imagem refletida um do outro, ambos obedeciam leis quase idênticas. No modelo de Rutherford, cada átomo tinha um núcleo pesado com carga positiva, seu núcleo era cercado por elétrons leves que orbitavam como os planetas ao redor do sol, mas enquanto os planetas eram mantidos juntos pela força da gravidade os átomos eram mantidos pala força da eletricidade. Mas isso era muito bom para ser verdade. Por alguma razão, os elétrons irradiam energia, em forma de ondas eletromagnéticas, quando são acelerados, mas um elétron em órbita estaria acelerando constantemente irradiando sempre energia, girando e girando o elétron cairia sempre em órbitas menores, irradiando não linhas do espectro, mas sim um arco-íris de cores, e finalmente de forma inevitável acabaria caindo no núcleo. O Dr. Rutherford obedecera as leis de Newton e Maxwell, e estas mesmas leis condenariam o seu modelo de átomo planetário, o que era preciso era um passo ainda mais ousado. E o caminho seria iluminado por uma descoberta sobre a luz. Em 1900, um físico alemão observou o espectro emitido por um corpo sólido aquecido, seu nome era Max Planck. Sua teoria afirmava que a matéria emitia apenas discretas quantidades de energia e que a energia ( E ) era proporcional a freqüência ( f ) da luz. Uma coisa Marx Planck notável em sua teoria era a quantidade h que tornou-se uma nova constante fundamental da física, chamada constante de Planck. Era notável porque na teoria de Maxwell a energia da luz dependia de sua intensidade e não de sua freqüência. Mas talvez o mais notável de tudo tenha sido o fato de o jovem Bohr ter usado a constante de Planck para montar o modelo do átomo de hidrogênio. Bohr supunha que o elétron, do www.fisica.net - Prof. André Diestel 3
  • 4. O Átomo modelo de Rutherford, pudesse existir em certas órbitas especiais sem irradiar energia, passou então a supor que a radiação, na freqüência prevista pela equação de Planck, ( E = hf ), seria emitida ou absorvida toda vez que o elétron saltasse de uma órbita para outra ( E n − E m = hf ). Bohr não sabia explicar porque deveriam existir estas órbita especiais, mas sabia que sem elas não haveria esperança de explicar as linhas espectrais. Ele sabia também que ao supor estas órbitas especiais, ele estaria indo além da física de Newton e Maxwell, e penetrando no desconhecido. Mas havia ainda um problema: o que determinaria as dimensões destas órbitas especiais, ele experimentou varias idéias e acabou escolhendo o momento angular, dizendo que cada órbita tem um diferente momento angular, e a constante de Planck tem exatamente as unidades de um momento angular. Seria possível que as órbitas tivessem momentos angulares fornecidos pela h constante de Planck; Bem, quase de fato os momentos são múltiplos de , uma combinação que 2π recebeu seu próprio nome h . Assim no modelo do átomo de hidrogênio de Bohr, a órbita mais interna tem um momento angular L = h, a próxima tem um momento L2 = 2 h , e de fato existe uma órbita permitida para qualquer número inteiro Ln = nh . Reunindo estas idéias é fácil achar o tamanho de cada órbita. O raio de cada órbita é proporcional ao quadrado do número inteiro n, o raio da órbita mais interna, com n = 1, daria o tamanho natural do átomo de hidrogênio em termos das constantes da física (r1 = 0.529x10-10). Seu valor eqüivale à metade de um Angstron, este número era pequeno, mas de grande valor para a física. Até então, o tamanho de um átomo poderia ser qualquer um, mas agora se as ousadas pressuposições de Bohr estivessem certas, o tamanho de um átomo poderia ser visto como combinação de constantes fundamentais da física, mas para Bohr isso era apenas o começo. Agora ele estava preparado para calcular as freqüências precisas das linhas no espectro do hidrogênio. Cada freqüência seria o resultado de um salto quântico, isto é o átomo emitiria ou absorveria luz só quando o elétron saltasse de uma órbita para outra. Os elementos do cálculo estavam todos a mão, primeiro os tamanhos das órbitas, depois as  1 1  1 energias das órbitas e finalmente a energia de um salto entre as órbitas R 2 − 2  = , m n  λ D2 M R= 2 , r = 1.097x107m-1. Quando estes elementos foram reunidos na equação de Rydberg 2 hch o resultado foi uma fórmula para a própria constante de Rydberg. Seus componentes eram, mais uma vez, constantes fundamentais da física, e quando todos eles foram reunidas produziram uma previsão que podia ser comparada com a experiência, a coincidência entre modelo de Bohr e os dados experimentais, eram absolutamente surpreendente, assim como a idéia Newtoniana de ação e reação, o modelo de Bohr foi aceito não por ser fácil de se entender ou por ser uma idéia também fácil, pelo contrário, assim como Newton, Bohr mostrou uma notável concordância com a observação, algo que não poderia ser negado, ninguém sabia porque a modelo de Bohr deveria funcionar, mas mesmo assim as maiores inteligências da época concordaram que ele funcionava, por quê? Por que na física de Bohr, assim como na de Newton, há uma concordância entre a teoria e a experiência, simplesmente precisa demais para ser ignorada. Niels Bohr, tomou a velha física, e com sua profunda visão do átomo, impulsionou-a para o futuro. Tamanho do raio em uma órbita circular: Equação 1. L2 r= ; onde D = Ke . e 2 DM www.fisica.net - Prof. André Diestel 4
  • 5. O Átomo Segundo Bohr, cada órbita do átomo de Hidrogênio teria um momento angular dado por: Equação 2. L = h , ou ainda Ln = nh O tamanho de cada órbita pode ser calculado juntando-se a eq.2 a eq. 1. Equação 3. n2h2 rn = , para n = 1, teríamos o tamanho natural do átomo de Hidrogênio: DM h (1, 054.10−34 ) 2 r1 = → r1 = 9 −19 2 −31 = 0, 529.10−10 D. M 9.10 .(1, 6.10 ) . 9 ,1.10 Energia de cada órbita: Equação 4. D E= 2r Substituindo eq.3 em eq. 4, tem-se: Equação 5. D D2 M En = = n 2 h 2 2n 2 h 2 2 DM A energia de um salto: Equação 6. E m − E n = hf Eq. 5 em eq. 6: Equação 7.  D2M D2M  D2M  1 1   2 2 − 2 2  = hf →  2m h  2  − 2  = hf  2n h  2h  m 2 n  Equação 8. c f = λ Eq. 8 em eq. 7, temos: D2M  1 1  1 2  − 2= 2c.h.h  m 2 n  λ  1 1  1 R 2 − 2  = m n  λ Sendo que R é a constante de Rydberg, www.fisica.net - Prof. André Diestel 5
  • 6. O Átomo ( 9.109 ) 2 .(1, 6.10−19 ) 4 . 9 ,1.10 −31 R= 8 −34 −34 2 = 1, 098.107 m −1 2. 3.10 . 6, 6.10 .(1, 054.10 ) www.fisica.net - Prof. André Diestel 6