1. Uma lista construída por dez pessoas, que têm em comum a paixão pela leitura e o
desejo de contagiar os mais pequenos com a incomparável magia das histórias.
Histórias em Verso para Meninos
Perversos Roald Dahl (Teorema)
“São seis histórias tradicionais, recontadas em tom de paródia e até com pormenores algo
macabros. A Capuchinho anda armada e é extremamente perigosa, o João e a mãe têm
sérios problemas de higiene pessoal, o príncipe da Gata Borralheira é um psicopata
assassino, e não conto mais para não estragar as (muitas) surpresas! A experiência que
tive com os meus filhos é a de que o humor negro de Dahl diverte e encanta crianças mais
novas do que poderíamos imaginar. Importa também destacar a tradução de Luísa Ducla
Soares, que fez aqui um trabalho absolutamente excecional”.
Pedro Magalhães, pai de dois filhos
Não é uma caixa!
Antoinette Portis (Editorial Presença)
“Porque a criatividade é uma competência para a vida, transversal e importante sempre:
em todas as áreas e desafios da vida, fases de desenvolvimento, momentos e contextos.
Um livro que ajuda a desenvolver a imaginação e a criatividade, o pensamento divergente
desde a primeira infância e que promove a capacidade de resolução de problemas,
partindo de um objeto tão simples como uma caixa para sonhar, imaginar, criar e encontrar
soluções, a brincar e através de um livro.
Paralelamente, permite uma leitura e exploração muito interativa e dinâmica com os
miúdos, onde mesmo os que não sabem ainda ler, através dos desenhos, podem perceber
facilmente e participar na “leitura da história”. Depois basta ser criativo e transpor a história
para a realidade!”
Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica infanto-juvenil
2. O Balãozinho Vermelho
Iela Mari (Kalandraka)
“Límpido e depurado, este é um livro sem palavras que comprova como podem ser
transversais algumas obras destinadas às crianças. Trata-se de um poema visual (ou uma
dança), que nos dá a ler a sequencialidade e metamorfose do mundo, onde nos
reconhecemos e estamos implicados. Um livro essencial e universal, uma obra de arte
para todos”.
Dora Batalim SottoMayor, especialista em literatura infantil
A Árvore Generosa
Shel Silverstein (Bruaá Editora)
“Quando, no desejo do seu coração, alguém concebe e dá forma ao que na realidade não
tem existência, então o que deseja começa a existir. É, assim, que todo este livro é…
mágico! Pode ser lido a partir do início ou do fim, como se a personagem fosse “o
contador”.”
Carmo Correa, avó de dois netos
Perto
Susana Amorim (Editora Cercica)
“Este livro aborda um dos temas tabu dos nossos dias, a morte, neste caso a morte de
uma avó. É de uma beleza comovente, onde se pode compreender a dor, guardar as
memórias e viver acompanhado do amor partilhado ao longo da vida, pois os laços nunca
se perdem. Uma linguagem simples e, a seu tempo, metafórica, onde impera a esperança
de ficar mais forte depois de uma perda”.
Margarida Fonseca Santos, escritora
3. Era uma Vez um Alfabeto
Oliver Jeffers (Orfeu Negro)
“O autor transforma o abecedário numa coleção de pequenos contos cheios de
imaginação. São vinte e seis letras do alfabeto e portanto 26 pequenas histórias. De
Astronauta a Zepelim, as histórias são cativantes e deliciosamente absurdas, com um
grande sentido de humor. Há uma caneca em cacos que está farta de estar no escuro do
armário, um guarda que guarda um glaciar (e que anteriormente guardava um gorila) ou
um enigma com elefantes...”
Renato Paiva, pedagogo
A chupeta de Nina
Christine Naumann-Villemin (Ambar)
“Como educadora de infância, mais precisamente de crianças com dois anos, este livro é
indispensável! Quando pensamos no desenvolvimento geral nesta faixa etária,
percebemos a importância de Nina. A criança, que naturalmente está a passar pela fase
da afirmação, do não, das birras, do faz de conta, da dependência da chucha, vai-se
identificar e rever neste livro maravilhoso. A Nina também vai desafiar e lançar algumas
dúvidas aos pais: ‘Afinal quem é mais dependente da chucha?’”.
Rita Veiga Simão, educadora de infância
A princesa e a porquinha
Jonathan Emmett (Livros Horizonte)
“É um livro divertido, inesperado, que remete engenhosamente para outras histórias
tradicionais e que, sem ser pretensioso, desmistifica o argumento das histórias de
princesas apresentando-nos o “Tipo de coisas que está sempre a acontecer nos livros”. O
que é que aconteceria se, acidentalmente, uma princesa trocasse de lugar com uma
porca? Consegues imaginar? É que às vezes, o impossível acontece... É um livro para
quem lê, para quem gosta de ler, para quem conhece as histórias tradicionais e para quem
sabe ler a mensagem contida nas ilustrações. E para todos os outros, também”.
Susana Silvestre, Chefe de Divisão da Rede de Bibliotecas de Lisboa
4. O Príncipe Feliz
Oscar Wilde (Porto Editora)
“A primeira vez que ouvi esta história foi contada pela minha mãe, com
a ajuda de uns diapositivos que ela usava nas
suas aulas. Ficávamos as duas muito juntinhas a ver aquelas minúsculas ilustrações, à
transparência da luz de um candeeiro de mesa de cabeceira... É uma história intemporal,
que transmite valores essenciais de partilha, entreajuda, amizade, generosidade. Chama a
atenção para realidades, tempos e vidas diferentes das que (felizmente) conhecemos, e
pode conduzir a perguntas difíceis e a conversas sérias. É uma história que não se
esquece”.
Clara Vilar, mãe de dois filhos
Uma aventura debaixo da terra
Mac Barnett (Orfeu Negro)
“Gosto muito do trabalho do ilustrador Jon Klassen e este é um dos meus livros preferidos.
O texto e a imagem complementam-se perfeitamente e resultam numa história simples e
muito inteligente com um sentido de humor único - característico nos livros destes autores
- que nos deixa a pensar no “e se” da vida e noutras questões importantes”.
Madalena Moniz, ilustradora
Quando em junho de 2014, a própria Academia Americana de Pediatria aconselhou a
leitura para bebés desde o nascimento, não foram poucos os que ficaram surpreendidos. A
pediatra Pamela C. High, autora da nova recomendação, revelava que “fortes evidências
mostram que o facto de o pediatra, durante a consulta, recomendar a leitura em casa,
pode fazer a diferença na vida das crianças e das suas famílias”. Uma confirmação
científica que se baseou em inúmeros estudos que comprovam que ler para um bebé,
desde o nascimento, estimula o cérebro de uma forma única e reforça o vínculo entre pais
e filhos. Os efeitos desta “terapêutica” são unânimes: desenvolve a atenção, a
concentração, o vocabulário, a memória e o raciocínio; estimula a curiosidade, a
imaginação e a criatividade; ajuda a criança a perceber e a lidar com os sentimentos e as
emoções; possibilita conhecer mais sobre o mundo e as pessoas; auxilia no
desenvolvimento da capacidade de empatia; estimula o desenvolvimento da linguagem
oral… além de criarem-se as fundações de um prazer incomparável para a vida.
Texto retirado de : http://www.paisefilhos.pt/index.php/criancas/dos-3-aos-5-anos/9409-
10-livros-para-ler-em-familia