O documento expressa solidariedade às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho e solicita uma investigação dos barramentos de rejeito de alto risco na bacia hidrográfica do Rio das Velhas, bem como mudanças nos parâmetros de licenciamento ambiental para prevenir futuros desastres.
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Telefones: (031) 3222-8350 – cbhvelhas@cbhvelhas.org.br
MOÇÃO SOBRE O ROMPIMENTO DA BARRAGEM DO CÓRREGO DO FEIJÃO/
VALE E A SITUAÇÃO DOS BARRAMENTOS DE REJEITO NO RIO DAS VELHAS
(Aprovada em Plenário em 31/01/2019)
Manifesta solidariedade á população atingida com o
rompimento da barragem do Córrego do Feijão e ao
comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba e solicita
medidas de responsabilização pelos fatos ocorridos e
propõe avaliação dos barramentos de rejeito de alto
potencial de risco no Rio das Velhas
No ano de 2015 o CBH Rio das Velhas manifestou sobre a tragédia de Mariana, solidário ao
CBH Rio Doce, posicionando contra estes métodos minerários e seu licenciamento. Ações
foram tomadas, buscando coibir a manutenção destes sistemas de barramento, na luta pelo
“Mar de Lama Nunca Mais”, com a proposta de uma lei mais restritiva a estes sistemas.
Infelizmente pouco mudou nas políticas de comando e controle e no método de disposição de
rejeitos minerários, prevalecendo o mesmo modelo econômico de exploração, mantendo
populações sobre risco e toda a biodiversidade. Fomos surpreendidos por está lamentável
tragédia, agora na nossa bacia hidrográfica vizinha, O Rio Paraopeba.
Em 2015 discorremos de todos os acidentes ocorridos com barragens desde a década de
oitenta, sempre com o paradigma da afirmação sobre “os riscos controláveis, regulamentados e
outorgados pelo estado”. Os fatos mostram com o soterramento perdem-se vidas humanas,
nossa cultura, mata nossos rios, nossa biodiversidade e principalmente nossa esperança de um
mundo melhor de se viver. A manutenção de um sistema de controle ineficiente e métodos de
disposição de rejeitos em barragens de alto risco, principalmente a construção do dique a
montante.
São tantas barragens que oferecem risco e nem sabemos qual será a próxima a causar
estragos em nossos rios. Mesmo, assim o descomissionamento ou a descaracterização de
barragens a montante, não afasta a possibilidade de outra tragédia, pois temos outras
barragens de grande dimensão, diques que superam arranha-céus, com milhares de hectares
de áreas inundadas, pois se aumenta exponencialmente a escala da produção mineral visando
atender aos mercados internacionais e a especulação financeira. Não podemos conviver mais
com tanta lama e descaso, agora várias comunidades, moradores de diversas cidades estão
apavorados, pois a próxima tragédia pode ser no nosso território, podendo ceifar a sua própria
vida e de seus familiares.
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Os18 subcomitês do CBH Rio das Velhas manifestaram total solidariedade ao comitê de Bacia
Hidrográfica do Rio Paraopeba e lamenta profundamente a perda de vidas humanas e os danos
ambientais causados ao Rio.
Assim propomos:
Solicitar da SEMAD, e demais órgão competentes, que se faça um levantamento
minucioso das barragens de rejeito com médio e alto potencial de risco e propor
soluções emergenciais para situações criticas na bacia hidrográfica do Rio das Velhas.
Requerer junto à Assembleia Legislativa, a instalação da CPI Comissão Parlamentar
de Inquérito promovendo uma discussão ampla do ocorrido e formas eficazes de
prevenção e mudança de paradigma nos parâmetros no licenciamento ambiental.
Belo Horizonte, 06 de Fevereiro de 2019.
Marcus Vinicius Polignano
Presidente do CBH Rio das Velhas