O documento discute o uso de corticosteróides tópicos em ginecologia, abordando suas propriedades, ações, potência, veículos de apresentação, fatores que influenciam sua absorção cutânea e recomendações para uso seguro e efetivo no tratamento de doenças vulvares.
4. AÇÕES DOS CORTICOSTERÓIDES
I - ANTIINFLAMATÓRIA
Fase Química
Fase Celular
( inespecífica )
Doenças Agudas e Crônicas
Diminuição da Resistência à infecções
( PMN e Monócitos )
5. AÇÕES DOS CORTICOSTERÓIDES
II - IMUNOSSUPRESSORA
Células Linfóides ( T e B )
Supressão de “Alergias”
(Dermatites de Contato, vasculites alérgicas)
Redução da Resposta Celular
( > susceptibilidade a vírus, fungos e
infecções bacterianas crônicas )
6. AÇÕES DOS CORTICOSTERÓIDES
III - INIBIÇÃO DO DNA
Células linfóides
Pele
Epiderme
Derme
Atrofia, estrias, telangiectasias, cicatrização retardada
8. Corticóide tópico em doença vulvar
Como usar:
Aplicar uma camada fina
Absorção em 30 minutos
1 vez ao dia (podendo ser até 2x/dia)
9.
10. Formas de apresentação:
• Pomada: maior poder de hidratação que
os cremes, sendo prescritas para lesões
secas, crônicas e também em fissuras.
• Creme: em lesões úmidas e agudas.
• Unguento: em regiões espessas com uso
oclusivo, para aumentar a capacidade de
penetração na pele.
• Gel e Loção: em áreas com pelo. Por possuírem
álcool e propilenoglicol podem causar ardência
e prurido.
18. HIDRATAÇÃO / OCLUSÃO
Características Topográficas da Pele Vulvar:
Estrutura
Anatômica
Oclusão
Pele / Pele
Oclusão
Pele / Roupa
Contato com secreções
Vaginais / Urina
Monte de Vênus
-
+
-
Lábio Maio
(lateral)
+
+
(+)
Lábio Maior
(medial)
+
(+)
+
Lábio Menor
(lateral)
+
(+)
+
Lábio Menor
(medial)
+
(+)
+
Períneo
+
+
(+)
+ = Presente;
(+ ) = Possível;
- = Improvável
19. HIDRATAÇÃO / OCLUSÃO
Parâmetros biofísicos do Antebraço e grandes lábios
em Mulheres pré-menopausadas (n=9)
Antebraços Lábios Maiores
TEWL, g-m-2-h-1
Capacitancia, u.a.
Fluxo sanguíneo, u.a.
4.7 ± 0.5
82.1 ± 2.1
22.0 ± 3.0
19.7 ± 4.6
104.6 ± 8.2
59.5 ± 7.4
P
< 0.05
< 0.05
< 0.001
TEWL (Evaporimeter); Capacitância, (Corneometer) e Fluxo Sangüíneo (Laser Doppler);
u.a.= Unidades arbitrárias; P= probabilidade de erro no “T”
20. Corticóide tópico em doença vulvar
POTÊNCIA
Padronizada pelo vasoconstrictor.
Quanto maior a potência, mais efeitos
colaterais.
Influenciada por: veículo, tempo e
modo de uso
21. Corticóide tópico em doença vulvar
A potência depende:
Fórmula do corticóide
Concentração do esteróide
Veículo
Frequência e quantidade de aplicação
Tempo de utilização
23. Nom e Ge né rico
da droga
ALCLOMETASONA
Dipropionato
NF
AMCINONIDA
F
BECLOMETASONA
Dipropionato
NF
BETAMETASONA
Benzoato
F
BETAMETASONA
Dipropionato
F
BETAMETASONA
Valerato
F
CLOBETASOL
F
Propionato
CLOBETASONA
Butirato
F
CLOCORTOLONA
Piv
alato
F
DESONIDA
NF
DESOXIMETASONA
Forma (s)
Fa rma cê utica (s)
Creme, Unguento
Conce ntra çã o
(%)
0,05
Níve l de
Potê ncia
Baixo
Creme, Loção, Unguento
0,1
Alto
Creme, Loção, Unguento
0,025
Médio
Creme, Gel, Loção
0,025
Médio
Creme, Loção, Unguento
0,05
Alto
Creme, Loção, Unguento
Creme, Loção, Unguento
Creme, Unguento, Loção
0,05
0,1
0,05
Médio
Muito Alto
Creme, Unguento
0,05
Médio
0,1
Baixo
0,05
Baixo
0,05
0,05
0,25
0,1
0,01
0,04
0,1 fosfato
Médio
Alto
Alto
Baixo
Baixo
Baixo
Baixo
0,05
Alto
0,1
Baixo
0,03
Baixo
Creme
Creme, Loção, Unguento
Creme
Gel
F Creme, Unguento
DEXAMETASONA
Gel
Aerosol Tópico
F Aerosol Tópico
DEXAMETASONA
Creme
F
Fosfato sódico
DIFLORASONA
Creme, Unguento
Diacetato
F
DIFLUCORTOLONA Creme, Unguento
F
Valerato
FLUMETASONA
Creme, Unguento
Piv
alato
F
24. Nome Ge né rico
da droga
FLUOCINOLONA
Acetonido
F
FLUOCINONIDA
F
FLURANDRENOLIDA
F
FLUTICASONA
Propionato
HALCINONIDA
F
F
HALOBETASOL
Propionato
HIDROCORTISONA
Forma (s)
Conce ntra çã o
Fa rma cê utica (s)
(%)
Creme, Unguento, Sol. Tóp.
0,01
Creme, Unguento
0,025
Unguento
0,1
Creme
0,2
Creme, Unguento
0,01
Creme, Gel, Ung., Sol. Tóp.
0,05
Creme, Unguento
0,0125
Creme, Unguento
0,025
Creme, Unguento, Loção
0,05
Adesivo
4mcg/cm2
Unguento
0,005
Creme
0,05
Creme
0,025
Creme, Unguento, Sol. Tóp.
0,1
Creme, Unguento
0,05
Níve l de
Potê ncia
Médio
Médio
Médio
Alto
Alto
Alto
Baixo
Médio
Médio
Médio
Médio
Médio
Alto
Alto
Muito Alto
F
Creme, Loção
Creme, Unguento,
Creme, Unguento,
Creme, Unguento,
HIDROCORTISONA
Creme
Acetato
Creme, Unguento,
NF Creme, Unguento
HIDROCORTISONA
Creme, Unguento
Butirato
NF
HIDROCORTISONA
Creme, Unguento
NF
Valerato
METILPREDNISOLONA Creme, Unguento
Acetato
Unguento
MOMETASONA
Creme, Unguento,
Furoato
H
TRIANCINOLONA
Creme, Unguento
Acetonido
F Creme, Unguento,
Creme, Unguento
Loção
Loção
Loção
0,25
0,5
1
2,5
0,1
0,5
1
0,1
Baixo
Baixo
Baixo
Baixo
Baixo
Baixo
Baixo
Médio
0,2
Loção
Loção
Loção
Médio
0,25
1
0,1
Baixo
Baixo
Médio
0,025
0,1
0,5
Médio
Médio
Alto
31. Usar o corticosteróide de melhor
potência efetiva
Prevenção de Taquifilaxia
-Dermatose alérgica e/ou
irritativas; Pruridos inespecíficos
- Líquens
Não necessariamente o
mais Alto ou mais Baixo
P. Média / Baixa
P. Muito Alta / Alta
32. LÍQUENS VULVARES
- Propionato de Clobetasol em crianças
Idade: > 12 anos em bula
Ciclo de 3 meses, uso off label
Manter com baixa frequência
J Am Acad Dermatol. 2001;44:803–806
Obstet Gynecol. 2001;98:588–591.
Arch Dermatol. 1999;135:525–528
Arch Dermatol. 2004;140:702–706.
33. RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
-Planejar o uso: processo agudo ou crônico?
-Escolher o corticosteróide de melhor potência efetiva.
-Nos tratamentos longos: monitorar os efeitos
colaterais, taquifilaxia e alternar com outras
alternativas terapêuticas.
-Evitar o uso prolongado em áreas sensíveis.
- Cuidado com a oclusão!
34. Corticóide em doença vulvar
LEMBRE-SE:
Corticóide tópico não é “a cura”. É controle...
Use a mais baixa potência que controle a doença.
Doenças crônicas requerem tratamento longo.
Esteróides tópicos podem potencializar infecções:
(Cândida, Tínea, bactéria e escabiose)