SlideShare a Scribd company logo
1 of 13
O TEATRO GREGO
Literatura:
conteúdo
aristocrático
Arquitetura:
edifício
próprio
Democracia:
livre
assistência
Origens do Teatro
• O teatro teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação, da
fertilidade e da vinha, cujos rituais tinham um caráter orgiástico.
• Instituíram-se então as Pequenas e Grandes Dionisíacas, que passaram a
ser celebradas de forma frequente: na vindima, no preparo do vinho e para
chorar ao deus Dioniso, morto todos os anos com o vinhedo.
• Nestas cerimónias, entoava-se o "ditirambo", hino de louvor que tomou o
nome de tragoidia (canto do bode, animal sagrado de Dioniso), quando era
acompanhado do sacrifício de um animal.
• Por volta do séc. VI Pisístrato transfere o antigo
festival dionisíaco dos frutos, para o coração de
Atenas.
• Com as Dionísias Urbanas, que tinham lugar no fim de março, o povo
recebeu um festival popular que cimentava os seus interesses e exibia as
glórias da sua cidade aos negociantes que a visitavam nesta época.
• No tempo de Péricles, a grande Dionisíaca era uma festividade de sete dias
de duração. A partir do terceiro dia, surgiam as competições de comédias e
tragédias.
• No último dia, reunia-se a Eclésia, ou assembleia pública, para a entrega
dos prémios.
Os atores
• No século III a.C. surgiram as corporações de atores ou colégios
dionisíacos, chefiados por protagonistas ou profissionais de outras artes,
como os músicos, com função de aperfeiçoamento e também de produção
de peças.
• A sua composição era eclética, abarcando desde atores trágicos e cómicos
a poetas e cantores.
• As mulheres estavam excluídas.
As máscaras
• Nos teatros primitivos, a máscara tem um sentido sagrado. Está ligada a
ações essenciais. Tem também um sentido de metamorfose, dá vida a um
ser divino.
• Representa o espírito dos mortos e animais. Ao representar um
determinado animal, a máscara transfere qualidades e poderes desse
animal.
• As máscaras eram um poderoso meio de prender a atenção, criando
excitação e expressando a essência do drama. Todos os atores usavam
máscaras alongadas e grotescas de linho, cortiça e madeira, que se
tornaram maiores com o tempo.
Máscaras diversas
• Personagens mitológicas e
alegóricas pediam máscaras
especiais, como a das Fúrias,
cujos cabelos eram serpentes.
• As máscaras criavam o clima
mítico da tragédia e grotesco na
comédia.
• Existia o propósito de fixar tipos.
Um aspeto importante era o
ónkos, deformação piramidal da
cabeleira sobre a mesma, bem
como a dos lábios, concebida
para ampliar o alcance vocal.
A Tragédia
• Forma de drama, que se caracteriza pela seriedade e dignidade,
frequentemente envolvendo um conflito entre um personagem e algum poder
de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade
• Os seus principais autores foram: Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, que viveram
no séc. V a.C.
A Comédia
• Aristóteles diferencia a comédia da
tragédia dizendo que a comédia fala
sobre os homens inferiores (pessoas
comuns da polis).
• A importância da comédia era a
possibilidade democrática de sátira a
todo tipo de ideia, inicialmente política.
Assim ninguém estava a salvo de ser
alvo das críticas da comédia:
governantes, nobres e nem os deuses.
O cenário
• O cenário básico era uma fachada de
palácio com colunas e portas.
• Na lista dos mecanismos, ocupa
lugar de relevo a euquiclema
(ekkyklema), plataforma móvel que
avançava de uma das portas para o
proskénion, para contar fatos
ocorridos no interior, que os
espetadores não viam.
• Desde os tempos clássicos da tragédia já se empregavam cenários
pintados, creditando-se ao próprio Sófocles o seu desenvolvimento.
O espaço
• Sempre ao lado dos templos de Dioniso, a estrutura espacial do teatro
grego nos seus inícios, limita-se:
– à orquestra, circunferência de terra batida situada nas imediações de
um terreno em declive, onde permaneciam os espectadores, e que
depois viria a transformar-se na arquibancada;
– A cena (Skené), a princípio uma cabana de madeira onde os atores se
preparavam. Em fase posterior, passou a ser construída de pedra e a
sua parede de fundo funcionava como cenário, atrás do proskénion.
Segundo Vitrúvio (sec.I a.C.) e Poleux (séc. II a.C.), o edifício teatral da
Grécia, em sua forma mais evoluída, constava dos seguintes elementos
básicos:
• Kóilon, arquibancada concêntrica para os espectadores;
• Orchestra, com a thyméle no centro, sede do coro;
• Parodoi, as duas entradas laterais entre o proskénion e o kóilon.
• Proskenion, o conjunto do palco sobre colunas e em plataformas, esta
chamada logeion;
• Skene, edifício de pedra, que hoje corresponde aos camarins.
• Cenoteca, pórtico no fundo exterior da skené, para abrigo do público e
depósito de mecanismos e materiais cénicos.
O teatro grego: origens e estrutura do espaço cênico

More Related Content

What's hot (20)

Teatro medieval
Teatro medievalTeatro medieval
Teatro medieval
 
Arte na Grécia Antiga II (Teatro)
Arte na Grécia Antiga II (Teatro)Arte na Grécia Antiga II (Teatro)
Arte na Grécia Antiga II (Teatro)
 
Teatro
TeatroTeatro
Teatro
 
Arte grega e romana
Arte grega e romanaArte grega e romana
Arte grega e romana
 
11 cultura grega
11   cultura grega11   cultura grega
11 cultura grega
 
História do Teatro
História do TeatroHistória do Teatro
História do Teatro
 
Cultura grega
Cultura gregaCultura grega
Cultura grega
 
O Teatro Na GréCia
O Teatro Na GréCiaO Teatro Na GréCia
O Teatro Na GréCia
 
GV - Breve História do Teatro
GV - Breve História do TeatroGV - Breve História do Teatro
GV - Breve História do Teatro
 
As fases da escultura grega
As fases da escultura gregaAs fases da escultura grega
As fases da escultura grega
 
Arte grega
Arte gregaArte grega
Arte grega
 
Teatro romano
Teatro romanoTeatro romano
Teatro romano
 
Os zigurates
Os ziguratesOs zigurates
Os zigurates
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Teatro Grego
Teatro GregoTeatro Grego
Teatro Grego
 
O Império Romano
O Império RomanoO Império Romano
O Império Romano
 
Arte pre historia
Arte pre historiaArte pre historia
Arte pre historia
 
Arte Grega
Arte GregaArte Grega
Arte Grega
 
Coluna de trajano[1]
Coluna de trajano[1]Coluna de trajano[1]
Coluna de trajano[1]
 

Viewers also liked

Modulo 10 artes
Modulo 10   artesModulo 10   artes
Modulo 10 artescattonia
 
A arte gótica I
A arte gótica IA arte gótica I
A arte gótica Icattonia
 
A cultura da catedral contexto
A cultura da catedral   contextoA cultura da catedral   contexto
A cultura da catedral contextocattonia
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedralVítor Santos
 
Modulo 10 contexto
Modulo 10   contextoModulo 10   contexto
Modulo 10 contextocattonia
 
Módulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contextoMódulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contextocattonia
 
A cultura da catedral escultura e pintura
A cultura da catedral   escultura e pinturaA cultura da catedral   escultura e pintura
A cultura da catedral escultura e pinturacattonia
 
Módulo 9 em portugal
Módulo 9  em portugalMódulo 9  em portugal
Módulo 9 em portugalcattonia
 
Portugal medieval
Portugal medievalPortugal medieval
Portugal medievalcattonia
 
Módulo 9 arte e função
Módulo 9   arte e funçãoMódulo 9   arte e função
Módulo 9 arte e funçãocattonia
 
Cultura do palácio contexto
Cultura do palácio   contextoCultura do palácio   contexto
Cultura do palácio contextocattonia
 
A cultura da catedral islão
A cultura da catedral  islãoA cultura da catedral  islão
A cultura da catedral islãocattonia
 
Módulo 9 arte
Módulo 9   arteMódulo 9   arte
Módulo 9 artecattonia
 
5. a cultura do palácio a arte
5. a cultura do palácio   a arte5. a cultura do palácio   a arte
5. a cultura do palácio a artecattonia
 
O mundo muçulmano em expansão
O mundo muçulmano em expansãoO mundo muçulmano em expansão
O mundo muçulmano em expansãocattonia
 
Maneirismo
ManeirismoManeirismo
Maneirismocattonia
 

Viewers also liked (20)

Coca cola
Coca colaCoca cola
Coca cola
 
Modulo 10 artes
Modulo 10   artesModulo 10   artes
Modulo 10 artes
 
A arte gótica I
A arte gótica IA arte gótica I
A arte gótica I
 
A cultura da catedral contexto
A cultura da catedral   contextoA cultura da catedral   contexto
A cultura da catedral contexto
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
 
Modulo 10 contexto
Modulo 10   contextoModulo 10   contexto
Modulo 10 contexto
 
Módulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contextoMódulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contexto
 
A cultura da catedral escultura e pintura
A cultura da catedral   escultura e pinturaA cultura da catedral   escultura e pintura
A cultura da catedral escultura e pintura
 
Módulo 9 em portugal
Módulo 9  em portugalMódulo 9  em portugal
Módulo 9 em portugal
 
Ue
UeUe
Ue
 
Portugal medieval
Portugal medievalPortugal medieval
Portugal medieval
 
Casa Sommer
Casa SommerCasa Sommer
Casa Sommer
 
Módulo 9 arte e função
Módulo 9   arte e funçãoMódulo 9   arte e função
Módulo 9 arte e função
 
Cultura do palácio contexto
Cultura do palácio   contextoCultura do palácio   contexto
Cultura do palácio contexto
 
A cultura da catedral islão
A cultura da catedral  islãoA cultura da catedral  islão
A cultura da catedral islão
 
Módulo 0
Módulo 0Módulo 0
Módulo 0
 
Módulo 9 arte
Módulo 9   arteMódulo 9   arte
Módulo 9 arte
 
5. a cultura do palácio a arte
5. a cultura do palácio   a arte5. a cultura do palácio   a arte
5. a cultura do palácio a arte
 
O mundo muçulmano em expansão
O mundo muçulmano em expansãoO mundo muçulmano em expansão
O mundo muçulmano em expansão
 
Maneirismo
ManeirismoManeirismo
Maneirismo
 

Similar to O teatro grego: origens e estrutura do espaço cênico

ApresentaçãO I
ApresentaçãO IApresentaçãO I
ApresentaçãO IEspetaculo
 
Teatro grego didática lorrana
Teatro grego didática lorranaTeatro grego didática lorrana
Teatro grego didática lorranaLorrana Mousinho
 
Teatro grego - Origem
Teatro grego - OrigemTeatro grego - Origem
Teatro grego - OrigemLuana D'Luna
 
O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.
O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.
O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.Hca Faro
 
Resumão historia do teatro
Resumão historia do teatroResumão historia do teatro
Resumão historia do teatroTaís Ferreira
 
A arte na Grécia Antiga
A arte na Grécia AntigaA arte na Grécia Antiga
A arte na Grécia AntigaAna Paula Silva
 
Resoluçao da 3º ficha de trabalho de historia
Resoluçao da 3º ficha de trabalho de historiaResoluçao da 3º ficha de trabalho de historia
Resoluçao da 3º ficha de trabalho de historiaMiguel Monteiro
 
Historia_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.pptHistoria_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.pptElizeu filho
 
Origens do Teatro Ocidental
Origens do Teatro OcidentalOrigens do Teatro Ocidental
Origens do Teatro OcidentalAndrea Dressler
 
Aula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptx
Aula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptxAula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptx
Aula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptxGraceDavino
 
Introdução ao Teatro
Introdução ao TeatroIntrodução ao Teatro
Introdução ao Teatroneusarocha
 

Similar to O teatro grego: origens e estrutura do espaço cênico (20)

ApresentaçãO I
ApresentaçãO IApresentaçãO I
ApresentaçãO I
 
Teatro grego didática lorrana
Teatro grego didática lorranaTeatro grego didática lorrana
Teatro grego didática lorrana
 
Teatro grego - Origem
Teatro grego - OrigemTeatro grego - Origem
Teatro grego - Origem
 
Historia do teatro
Historia do teatroHistoria do teatro
Historia do teatro
 
O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.
O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.
O Teatro como manifestação religiosa e como parte do exercício de cidadania.
 
Slidesteatrogrego
SlidesteatrogregoSlidesteatrogrego
Slidesteatrogrego
 
Trabalho de artes
Trabalho de artesTrabalho de artes
Trabalho de artes
 
As artes gregas
As artes gregasAs artes gregas
As artes gregas
 
História m. do teatro m.berthold 102 137
História m. do teatro m.berthold 102 137História m. do teatro m.berthold 102 137
História m. do teatro m.berthold 102 137
 
Resumão historia do teatro
Resumão historia do teatroResumão historia do teatro
Resumão historia do teatro
 
A arte na Grécia Antiga
A arte na Grécia AntigaA arte na Grécia Antiga
A arte na Grécia Antiga
 
Resoluçao da 3º ficha de trabalho de historia
Resoluçao da 3º ficha de trabalho de historiaResoluçao da 3º ficha de trabalho de historia
Resoluçao da 3º ficha de trabalho de historia
 
Bruno Lopes
Bruno LopesBruno Lopes
Bruno Lopes
 
Bruno lopez
Bruno lopezBruno lopez
Bruno lopez
 
Historia_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.pptHistoria_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.ppt
 
GréCia VâNia2
GréCia VâNia2GréCia VâNia2
GréCia VâNia2
 
Grécia Antiga
Grécia AntigaGrécia Antiga
Grécia Antiga
 
Origens do Teatro Ocidental
Origens do Teatro OcidentalOrigens do Teatro Ocidental
Origens do Teatro Ocidental
 
Aula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptx
Aula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptxAula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptx
Aula 6 Ano 3º bimestre - 11.08.2022.pptx
 
Introdução ao Teatro
Introdução ao TeatroIntrodução ao Teatro
Introdução ao Teatro
 

More from cattonia

Deseq regionais.pptx
Deseq regionais.pptxDeseq regionais.pptx
Deseq regionais.pptxcattonia
 
arte portuguesa.ppsx
arte portuguesa.ppsxarte portuguesa.ppsx
arte portuguesa.ppsxcattonia
 
A reinvenção das formas.ppsx
A reinvenção das formas.ppsxA reinvenção das formas.ppsx
A reinvenção das formas.ppsxcattonia
 
A produção cultural renascentista.pptx
A produção cultural renascentista.pptxA produção cultural renascentista.pptx
A produção cultural renascentista.pptxcattonia
 
Era digital
Era digitalEra digital
Era digitalcattonia
 
A revolução francesa
A revolução francesaA revolução francesa
A revolução francesacattonia
 
O alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundoO alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundocattonia
 
2. o espaço português
2. o espaço português2. o espaço português
2. o espaço portuguêscattonia
 
Mercantilismo português
Mercantilismo portuguêsMercantilismo português
Mercantilismo portuguêscattonia
 
O quadro económico e demográfico xii xiv
O quadro económico e demográfico xii xivO quadro económico e demográfico xii xiv
O quadro económico e demográfico xii xivcattonia
 
3. hesitações do crescimento
3. hesitações do crescimento3. hesitações do crescimento
3. hesitações do crescimentocattonia
 
1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europa1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europacattonia
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalizaçãocattonia
 
Hegemonia inglesa
Hegemonia inglesaHegemonia inglesa
Hegemonia inglesacattonia
 
1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmos1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmoscattonia
 
Constr do social ii
Constr do social iiConstr do social ii
Constr do social iicattonia
 
A constr do social
A constr do socialA constr do social
A constr do socialcattonia
 

More from cattonia (20)

Deseq regionais.pptx
Deseq regionais.pptxDeseq regionais.pptx
Deseq regionais.pptx
 
arte portuguesa.ppsx
arte portuguesa.ppsxarte portuguesa.ppsx
arte portuguesa.ppsx
 
A reinvenção das formas.ppsx
A reinvenção das formas.ppsxA reinvenção das formas.ppsx
A reinvenção das formas.ppsx
 
A produção cultural renascentista.pptx
A produção cultural renascentista.pptxA produção cultural renascentista.pptx
A produção cultural renascentista.pptx
 
Era digital
Era digitalEra digital
Era digital
 
Família
FamíliaFamília
Família
 
A revolução francesa
A revolução francesaA revolução francesa
A revolução francesa
 
O alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundoO alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundo
 
2. o espaço português
2. o espaço português2. o espaço português
2. o espaço português
 
Mercantilismo português
Mercantilismo portuguêsMercantilismo português
Mercantilismo português
 
O quadro económico e demográfico xii xiv
O quadro económico e demográfico xii xivO quadro económico e demográfico xii xiv
O quadro económico e demográfico xii xiv
 
3. hesitações do crescimento
3. hesitações do crescimento3. hesitações do crescimento
3. hesitações do crescimento
 
1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europa1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europa
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
Hegemonia inglesa
Hegemonia inglesaHegemonia inglesa
Hegemonia inglesa
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 
1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmos1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmos
 
Roma
RomaRoma
Roma
 
Constr do social ii
Constr do social iiConstr do social ii
Constr do social ii
 
A constr do social
A constr do socialA constr do social
A constr do social
 

Recently uploaded

02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 

Recently uploaded (20)

02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 

O teatro grego: origens e estrutura do espaço cênico

  • 3. Origens do Teatro • O teatro teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação, da fertilidade e da vinha, cujos rituais tinham um caráter orgiástico. • Instituíram-se então as Pequenas e Grandes Dionisíacas, que passaram a ser celebradas de forma frequente: na vindima, no preparo do vinho e para chorar ao deus Dioniso, morto todos os anos com o vinhedo. • Nestas cerimónias, entoava-se o "ditirambo", hino de louvor que tomou o nome de tragoidia (canto do bode, animal sagrado de Dioniso), quando era acompanhado do sacrifício de um animal.
  • 4. • Por volta do séc. VI Pisístrato transfere o antigo festival dionisíaco dos frutos, para o coração de Atenas. • Com as Dionísias Urbanas, que tinham lugar no fim de março, o povo recebeu um festival popular que cimentava os seus interesses e exibia as glórias da sua cidade aos negociantes que a visitavam nesta época. • No tempo de Péricles, a grande Dionisíaca era uma festividade de sete dias de duração. A partir do terceiro dia, surgiam as competições de comédias e tragédias. • No último dia, reunia-se a Eclésia, ou assembleia pública, para a entrega dos prémios.
  • 5. Os atores • No século III a.C. surgiram as corporações de atores ou colégios dionisíacos, chefiados por protagonistas ou profissionais de outras artes, como os músicos, com função de aperfeiçoamento e também de produção de peças. • A sua composição era eclética, abarcando desde atores trágicos e cómicos a poetas e cantores. • As mulheres estavam excluídas.
  • 6. As máscaras • Nos teatros primitivos, a máscara tem um sentido sagrado. Está ligada a ações essenciais. Tem também um sentido de metamorfose, dá vida a um ser divino. • Representa o espírito dos mortos e animais. Ao representar um determinado animal, a máscara transfere qualidades e poderes desse animal. • As máscaras eram um poderoso meio de prender a atenção, criando excitação e expressando a essência do drama. Todos os atores usavam máscaras alongadas e grotescas de linho, cortiça e madeira, que se tornaram maiores com o tempo.
  • 7. Máscaras diversas • Personagens mitológicas e alegóricas pediam máscaras especiais, como a das Fúrias, cujos cabelos eram serpentes. • As máscaras criavam o clima mítico da tragédia e grotesco na comédia. • Existia o propósito de fixar tipos. Um aspeto importante era o ónkos, deformação piramidal da cabeleira sobre a mesma, bem como a dos lábios, concebida para ampliar o alcance vocal.
  • 8. A Tragédia • Forma de drama, que se caracteriza pela seriedade e dignidade, frequentemente envolvendo um conflito entre um personagem e algum poder de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade • Os seus principais autores foram: Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, que viveram no séc. V a.C.
  • 9. A Comédia • Aristóteles diferencia a comédia da tragédia dizendo que a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da polis). • A importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de ideia, inicialmente política. Assim ninguém estava a salvo de ser alvo das críticas da comédia: governantes, nobres e nem os deuses.
  • 10. O cenário • O cenário básico era uma fachada de palácio com colunas e portas. • Na lista dos mecanismos, ocupa lugar de relevo a euquiclema (ekkyklema), plataforma móvel que avançava de uma das portas para o proskénion, para contar fatos ocorridos no interior, que os espetadores não viam. • Desde os tempos clássicos da tragédia já se empregavam cenários pintados, creditando-se ao próprio Sófocles o seu desenvolvimento.
  • 11. O espaço • Sempre ao lado dos templos de Dioniso, a estrutura espacial do teatro grego nos seus inícios, limita-se: – à orquestra, circunferência de terra batida situada nas imediações de um terreno em declive, onde permaneciam os espectadores, e que depois viria a transformar-se na arquibancada; – A cena (Skené), a princípio uma cabana de madeira onde os atores se preparavam. Em fase posterior, passou a ser construída de pedra e a sua parede de fundo funcionava como cenário, atrás do proskénion.
  • 12. Segundo Vitrúvio (sec.I a.C.) e Poleux (séc. II a.C.), o edifício teatral da Grécia, em sua forma mais evoluída, constava dos seguintes elementos básicos: • Kóilon, arquibancada concêntrica para os espectadores; • Orchestra, com a thyméle no centro, sede do coro; • Parodoi, as duas entradas laterais entre o proskénion e o kóilon. • Proskenion, o conjunto do palco sobre colunas e em plataformas, esta chamada logeion; • Skene, edifício de pedra, que hoje corresponde aos camarins. • Cenoteca, pórtico no fundo exterior da skené, para abrigo do público e depósito de mecanismos e materiais cénicos.