3. Origens do Teatro
• O teatro teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação, da
fertilidade e da vinha, cujos rituais tinham um caráter orgiástico.
• Instituíram-se então as Pequenas e Grandes Dionisíacas, que passaram a
ser celebradas de forma frequente: na vindima, no preparo do vinho e para
chorar ao deus Dioniso, morto todos os anos com o vinhedo.
• Nestas cerimónias, entoava-se o "ditirambo", hino de louvor que tomou o
nome de tragoidia (canto do bode, animal sagrado de Dioniso), quando era
acompanhado do sacrifício de um animal.
4. • Por volta do séc. VI Pisístrato transfere o antigo
festival dionisíaco dos frutos, para o coração de
Atenas.
• Com as Dionísias Urbanas, que tinham lugar no fim de março, o povo
recebeu um festival popular que cimentava os seus interesses e exibia as
glórias da sua cidade aos negociantes que a visitavam nesta época.
• No tempo de Péricles, a grande Dionisíaca era uma festividade de sete dias
de duração. A partir do terceiro dia, surgiam as competições de comédias e
tragédias.
• No último dia, reunia-se a Eclésia, ou assembleia pública, para a entrega
dos prémios.
5. Os atores
• No século III a.C. surgiram as corporações de atores ou colégios
dionisíacos, chefiados por protagonistas ou profissionais de outras artes,
como os músicos, com função de aperfeiçoamento e também de produção
de peças.
• A sua composição era eclética, abarcando desde atores trágicos e cómicos
a poetas e cantores.
• As mulheres estavam excluídas.
6. As máscaras
• Nos teatros primitivos, a máscara tem um sentido sagrado. Está ligada a
ações essenciais. Tem também um sentido de metamorfose, dá vida a um
ser divino.
• Representa o espírito dos mortos e animais. Ao representar um
determinado animal, a máscara transfere qualidades e poderes desse
animal.
• As máscaras eram um poderoso meio de prender a atenção, criando
excitação e expressando a essência do drama. Todos os atores usavam
máscaras alongadas e grotescas de linho, cortiça e madeira, que se
tornaram maiores com o tempo.
7. Máscaras diversas
• Personagens mitológicas e
alegóricas pediam máscaras
especiais, como a das Fúrias,
cujos cabelos eram serpentes.
• As máscaras criavam o clima
mítico da tragédia e grotesco na
comédia.
• Existia o propósito de fixar tipos.
Um aspeto importante era o
ónkos, deformação piramidal da
cabeleira sobre a mesma, bem
como a dos lábios, concebida
para ampliar o alcance vocal.
8. A Tragédia
• Forma de drama, que se caracteriza pela seriedade e dignidade,
frequentemente envolvendo um conflito entre um personagem e algum poder
de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade
• Os seus principais autores foram: Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, que viveram
no séc. V a.C.
9. A Comédia
• Aristóteles diferencia a comédia da
tragédia dizendo que a comédia fala
sobre os homens inferiores (pessoas
comuns da polis).
• A importância da comédia era a
possibilidade democrática de sátira a
todo tipo de ideia, inicialmente política.
Assim ninguém estava a salvo de ser
alvo das críticas da comédia:
governantes, nobres e nem os deuses.
10. O cenário
• O cenário básico era uma fachada de
palácio com colunas e portas.
• Na lista dos mecanismos, ocupa
lugar de relevo a euquiclema
(ekkyklema), plataforma móvel que
avançava de uma das portas para o
proskénion, para contar fatos
ocorridos no interior, que os
espetadores não viam.
• Desde os tempos clássicos da tragédia já se empregavam cenários
pintados, creditando-se ao próprio Sófocles o seu desenvolvimento.
11. O espaço
• Sempre ao lado dos templos de Dioniso, a estrutura espacial do teatro
grego nos seus inícios, limita-se:
– à orquestra, circunferência de terra batida situada nas imediações de
um terreno em declive, onde permaneciam os espectadores, e que
depois viria a transformar-se na arquibancada;
– A cena (Skené), a princípio uma cabana de madeira onde os atores se
preparavam. Em fase posterior, passou a ser construída de pedra e a
sua parede de fundo funcionava como cenário, atrás do proskénion.
12. Segundo Vitrúvio (sec.I a.C.) e Poleux (séc. II a.C.), o edifício teatral da
Grécia, em sua forma mais evoluída, constava dos seguintes elementos
básicos:
• Kóilon, arquibancada concêntrica para os espectadores;
• Orchestra, com a thyméle no centro, sede do coro;
• Parodoi, as duas entradas laterais entre o proskénion e o kóilon.
• Proskenion, o conjunto do palco sobre colunas e em plataformas, esta
chamada logeion;
• Skene, edifício de pedra, que hoje corresponde aos camarins.
• Cenoteca, pórtico no fundo exterior da skené, para abrigo do público e
depósito de mecanismos e materiais cénicos.