SlideShare a Scribd company logo
1 of 53
Download to read offline
Sumário
ASSUNTOS ABORDADOS

Visão geral da disciplina
Unidade 1

A função financeira
Finanças e empresas
A função de Administração Financeira
A meta da Administração Financeira
Análise financeira de empresas

Unidade 2

Orçamento empresarial
Denominação; definições e objetivos
Orçamento de investimentos
Orçamento operacional
Orçamento financeiro

Unidade 3

Administração do capital de giro
Conceito de capital de giro
Estrutura do capital de giro
Necessidade do capital de giro
Administração das disponibilidades, de clientes, de estoques e compras

Unidade 4

Análise de investimento
Métodos de avaliação dos investimentos
Método do Prazo de retorno (período de payback)
Método do Valor Presente Líquido
Método da Taxa Interna de Retorno

Unidade 5

Análise do ponto de equilíbrio
Conceitos básicos; equações usadas; considerações; e limitações
Cálculo e análise do ponto de equilíbrio
Ponto de equilíbrio contábil (ponto de equilíbrio operacional e global)
Ponto de equilíbrio econômico e financeiro

Unidade 6

Aplicações de alavancagem
Conceitos
Grau de Alavancagem Financeira
Grau de Alavancagem Operacional
Grau de Alavancagem Combinada
Aplicação da alavancagem na gestão financeira.

Referências bibliográficas
Glossário
Sítios de Internet
Visão geral da disciplina
EMENTA
CURSO: Contabilidade
DISCIPLINA: Administração Financeira e Orçamento Empresarial
CARGA HORÁRIA: 60 horas-aulas
PROFESSOR: José Nilton Leite de Oliveira
Bacharel em Administração de Empresas, pela Faculdade de Ciências Administrativas e de
Tecnologia – Porto Velho-RO - 2004.
Especialista em Controladoria e Gestão Financeira, pela Unipec – Porto Velho-RO – 2005.
Pós-graduando em Docência do Ensino Superior, pela Universidade Castelo Branco – Rio de
Janeiro-RJ. Especialista em Ensino a Distância, pela Universidade Castelo Branco – Rio de
Janeiro-RJ.
Registro Profissional: CRA – RO/AC – 1.368.

EMENTA DA DISCIPLINA
Significado e objetivo da Administração Financeira. A Contabilidade como instrumento
auxiliar da Administração Financeira e o papel do contador. Planejamento financeiro.
Orçamento empresarial. Implantação orçamentária. Acompanhamento e controle
orçamentário. Administração do Capital de Giro: estrutura e necessidade de giro,
disponibilidades, clientes, estoques e compras. Avaliação econômica e financeira do
empreendimento. Análise do ponto de equilíbrio. Conceitos e aplicações da alavancagem
financeira e alavancagem operacional. Métodos de avaliação dos investimentos: payback,
valor presente líquido e taxa interna de retorno.
OBJETIVOS GERAIS
Desenvolver a capacidade de analisar e interpretar a situação econômica e financeira das
organizações, bem como avaliar os resultados decorrentes de sua operacionalização e da
realização de investimentos, de modo auxiliar a tomada de decisões quanto ao
desempenho e a utilização de recursos financeiros.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Significado e objetivo da Administração Financeira
Visão estratégica da empresa; Estrutura da função financeira; Áreas de decisões
financeiras; O analista e suas atividades básicas; A Contabilidade como instrumento
auxiliar da Administração Financeira e o papel do contador.
2. Orçamento Empresarial
Denominação; definições e objetivos; o planejamento e o orçamento; tipos de orçamento;
vantagens do orçamento; decisão de implantar; requisitos para implantação; prática
orçamentária; orçamento integrado (orçamento de investimentos, operacional e
financeiro); período orçamentário e cronograma; sequência das atividades; limitações do
orçamento.
3. Administração do Capital de Giro
Conceito de capital de giro; estrutura do capital de giro; necessidade do capital de giro;
administração das disponibilidades, de clientes, de estoques e compras.
4. Análise de investimento
Métodos de avaliação dos investimentos; Método do Prazo de retorno (período de
payback); Método do Valor Presente Líquido; e Método da Taxa Interna de Retorno.
5. Análise do ponto de equilíbrio
Conceitos básicos; equações usadas; representações no plano cartesiano; cálculo do PE
quando a empresa produz e vende um só produto; análise do PE; considerações e
limitações; Ponto de Equilíbrio Contábil (ponto de equilíbrio operacional e global);
Econômico e Financeiro.
6. Aplicações de Alavancagem
Conceitos; Grau de Alavancagem Financeira; Grau de Alavancagem Operacional; Grau
de Alavancagem Combinada; Aplicação da alavancagem na gestão financeira.
METODOLOGIA
Distribuição de apostila-resumo. Aulas expositivas com a participação dos alunos, visando
embasamento teórico. Exercícios de fixação, em sala de aula, dos conteúdos ministrados,
aplicação de estudos de casos e prática orçamentária. Trabalho de diagnóstico
econômico-financeiro e elaboração do orçamento de um empreendimento. Avaliações
buscando verificar o aprendizado, sua aplicabilidade e a superação dos conteúdos.
ATIVIDADES DISCENTES
Elaboração de uma análise de investimento para um empreendimento; e elaboração de
um orçamento empresarial passo a passo sob a orientação do professor.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
Serão efetuadas duas avaliações bimestrais. Em cada uma das notas bimestrais serão
considerados os quesitos abaixo:
Participação
Demonstração de interesse pela disciplina, compreendendo: assiduidade; aquisição dos livros indicados na bibliografia; questionamentos em sala de aula sobre
a matéria e respostas a perguntas formuladas pelo professor; exemplos de vivência empresarial; avaliação repentina (sem data marcada).
Trabalho
Individual ou em grupo. No 1º bimestre: elaboração de um orçamento integrado. No 2º bimestre: elaboração de uma análise de investimento para uma empresa.
Prova
Avaliação escrita com questões objetivas e subjetivas.

1
CRONOGRAMA
DIA MÊS AULA
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3

CONTEÚDO
Apresentação do professor, da disciplina, da metodologia, do conteúdo programático
Conceito, significado e importância da disciplina. A função financeira
Conceito, significado e importância da disciplina. A função financeira
Orçamento empresarial
Orçamento empresarial
Orçamento empresarial
Atividade extra-classe relacionada a Orçamento Empresarial
Primeira Prova Parcial
Administração do capital de giro
Administração do capital de giro
Administração do capital de giro
Avaliação do 1° Bimestre
Análise de investimento
Análise de investimento
Análise do ponto de equilíbrio
Análise do ponto de equilíbrio
Princípios de alavancagem
Atividade extra-classe relacionada ao trabalho técnico
Princípios de alavancagem
Apresentação do trabalho técnico
Avaliação do 2° Bimestre

5
Unidade 1
A FUNÇÃO FINANCEIRA

1. Objetivos de Aprendizagem
- Definir finanças e as principais áreas de finanças;
- Mostrar a relação entre análise financeira e outras disciplinas;
- Descrever a função do administrador na empresa.
2. Introdução
Todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se
para a obtenção de lucros.
As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos
os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a
liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da
parcela dos lucros.
Desse modo, cada empresa pode ser visualizada como um sistema que multiplica os recursos financeiros nela investidos.
A função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a
gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia
voltada para a otimização do uso desses fundos. Encontrada em qualquer tipo de empresa, a função financeira tem um papel muito importante no desenvolvimento de todas as
atividades operacionais, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento.
3. Finanças e empresas
A área de finanças é ampla e dinâmica. Afeta diretamente a vida de todas as
pessoas e organizações. Podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do
dinheiro. A área de finanças preocupa-se com os processos, as instituições, os mercados
e os instrumentos associados à transferência de dinheiro entre indivíduos, empresas e
órgãos governamentais. Muitas pessoas poderão se beneficiar da compreensão do campo de finanças, pois lhe permitirá tomar melhores decisões financeiras pessoais. Entender
essa área também é essencial para as pessoas que trabalham em atividades financeiras,
porque poderão interagir eficazmente com o pessoal, os processos e os procedimentos
do campo financeiro.
A Administração Financeira está estreitamente ligada à Contabilidade, na qual
aproveita certos dados da Contabilidade. Embora estas disciplinas estejam relacionadas,
há diferenças marcantes entre elas.
Muitos consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa
como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre essas funções,
a função contábil é mais bem visualizada como um insumo necessário à função financeira
– isto é, como uma subfunção da Administração Financeira. Esta visão está de acordo
com a organização tradicional das atividades de uma empresa em três áreas básicas –
produção, finanças e mercadologia. Em geral considera-se que a função contábil deve ser
controlada pelo vice-presidente financeiro. Contudo, há duas diferenças básicas de
6
perspectiva entre a Administração Financeira e a Contabilidade – uma se refere ao
tratamento de fundos e a outra à tomada de decisão.
Tratamento de Fundos
O Contador, cuja função básica é desenvolver e fornecer dados para avaliar o
desempenho da empresa, apurar sua situação financeira e pagar impostos, difere do
Administrador Financeiro da maneira como vê os fundos da empresa. O Contador usando
certos princípios padronizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações
financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser reconhecidas por
ocasião das vendas e as despesas quando incorridas. Este método contábil é geralmente
chamado de Regime de Competência dos exercícios contábeis. A receita oriunda da
venda de mercadorias a crédito, pela qual não se tem recebido ainda o pagamento efetivo
de caixa, aparecem nas demonstrações financeiras da empresa como contas a receber,
um ativo temporário. As despesas são tratadas de modo semelhante – isto é, certos
passivos são criados para representar bens ou serviços que foram recebidos, mas ainda
devem ser pagos. Esses itens são normalmente listados no Balanço como contas a
pagar.
O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da
empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas obrigações
e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da
empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas quando
incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito às entradas e saídas de
caixa.
Exemplo A Companhia Thomas, no ano em que findou, realizou uma venda no montante de $
100.000 de mercadorias adquiridas durante o ano por $ 80.000. Embora a companhia tenha
pago integralmente pelas mercadorias durante o ano, ainda tem a receber do cliente ao qual a
venda foi feita, no fim do ano. A perspectiva contábil baseada na competência dos exercícios e
a perspectiva financeira baseada no fluxo de caixa para o desempenho da empresa durante o
ano são representadas pelas Demonstrações do Resultado e do Fluxo de Caixa,
respectivamente.
COMPANHIA THOMAS
PERSPECTIVA CONTÁBIL
Demonstração do Resultado
para o ano findo em 31/12
(+) Receitas de vendas
(-) Despesas
(=) Lucro Líquido

PERSPECTIVA FINANCEIRA
Demonstração do Fluxo de Caixa
para o ano findo em 31/12
(+) Entrada de Caixa
(-) Saída de Caixa
(=) Fluxo Líquido de Caixa

Comparando as duas demonstrações financeiras, pode-se perceber que,
enquanto sob o ponto de vista contábil a empresa é bastante lucrativa, de acordo com a
ótica financeira é um fracasso. Sem entradas adequadas de caixa para saldar suas
obrigações, a empresa sobreviverá a despeito do seu nível de lucros.
A lição do exemplo acima é que os dados contábeis não descrevem
inteiramente as circunstâncias financeiras de uma empresa. O Administrador Financeiro
precisa olhar além das demonstrações financeiras da sua companhia para perceber
problemas que estão surgindo ou existem. A falta de fluxo de caixa para a Companhia
Thomas originou-se da conta a receber não cobrada. O Administrador Financeiro,
centrando a atenção no fluxo de caixa, deveria ser capaz de evitar a insolvência e
alcançar os objetivos financeiros da empresa.
7
Tomada de decisão
Os deveres do executivo financeiro diferem dos do Contador, pois este se
dedica basicamente, a coleta e apresentação de dados financeiros. O executivo financeiro
avalia as demonstrações do Contador, desenvolve dados adicionais e toma decisões com
base em análises subseqüentes. O papel do Contador é prover dados que sejam
desenvolvidos e interpretados com facilidade, sobre operações passadas, presentes e
futuras da empresa. O Administrador Financeiro usa estes dados, seja em sua forma
bruta, seja depois de fazer certos ajustes e análises, como um importante insumo ao
processo de tomada de decisão financeira. Obviamente, isto não quer dizer que os
Contadores jamais tomem decisões e que os Administradores Financeiros jamais coletem
dados; a ênfase básica da Contabilidade e Administração Financeira é sobre as funções
que indicamos.
4. A função de administração financeira
A extensão e a importância da função financeira dependem, em grande parte,
do tamanho da empresa. Em empresas pequenas, a função financeira é geralmente
realizada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a empresa cresce, a
importância da função financeira leva à criação de um Departamento Financeiro separado
– uma unidade organizacional autônoma, ligada diretamente ao Presidente da companhia,
através de um Vice-Presidente de Finanças. A figura abaixo mostra um organograma,
destacando a estrutura da atividade financeira dentro da empresa. Reportando ao VicePresidente de Finanças estão o Tesoureiro e o Controller. O Tesoureiro geralmente é
responsável por conduzir atividades financeiras, tais como a administração de atividades
de crédito e a administração da carteira de investimentos. O Controller geralmente conduz
as atividades contábeis relacionadas com impostos, processamento de dados,
contabilidade de custos e contabilidade financeira. Como se poderia esperar, daremos
ênfase às atividades do Tesoureiro ou Administrador Financeiro neste texto.

Presidente

Vice-Presidente
de Produção

Vice-Presidente
de Finanças

Tesoureiro
Desenvolve funções executivas
É um “homem de linha”
Mantém relações externas com
banqueiros e outros credores
Administra os fluxos de
recursos financeiros
É responsável pela liquidez da
empresa

Vice-Presidente
de Marketing

Controller
Desenvolve funções de
assessoria
É um homem de staff”
Mantém relações internas,
envolvendo-se com todas as áreas
É o inspetor financeiro
Está constantemente
preocupado com a rentabilidade

As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser
avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Suas três
8
funções primordiais são: (1) a análise e planejamento financeiro; (2) a administração da
estrutura de ativo da empresa; e (3) a administração de sua estrutura financeira.
1) Análise e Planejamento Financeiro
Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que
possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de
aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve
ser feito.
2) Administração da estrutura de ativo da empresa.
O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos
encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor dos ativos
circulantes e fixos. Depois que a composição estiver fixada, o Administrador Financeiro
precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantêlos. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber
quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou
substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um
processo simples; requer o conhecimento das operações passadas e futura da empresa,
e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo.
3) Administração da Estrutura Financeira da Empresa.
Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro
lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser
determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa
como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as
melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado
momento. Muitas destas decisões são impostas por necessidade, mas algumas exigem
uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações
a longo prazo.
As três funções do Administrador Financeiro descritas acima são claramente
refletidas no balanço, que mostra a posição financeira da empresa num dado instante. A
avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira
global da empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da
empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que podem ser melhoradas.
Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade ele está determinando a
formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua estrutura financeira, está
elaborando o lado direito do Balanço da empresa.

BALANÇO PATRIMONIAL

Ativo
Circulante

Passivo
Circulante

Decisões de
Investimento

Decisões
Financeiras

Ativo
Fixo

Recursos de
longo prazo

9
5. A meta da administração financeira
Pode-se admitir que o objetivo primordial de cada empresa é o de maximizar a
riqueza de seus proprietários. A meta da administração financeira coincide com o objetivo
básico dos proprietários ou acionistas. As decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa.
Neste ponto, alguns poderiam supor que a administração financeira teria por
objetivo a obtenção do maior lucro dentro do menor prazo possível. A idéia de maximização dos lucros não satisfaz por seu conteúdo imediatista.
Na verdade, a meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas que constitui algo muito mais amplo e profundo do que a maximização
dos lucros.
A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos:
Perspectiva de longo prazo: A empresa deve ser perpetuada, com isso poderá sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios no futuro.
Valor do dinheiro no tempo: Considerando o valor do dinheiro no tempo, a
seleção dos projetos a serem implementados visará aumentar ou, pelo menos, manter o
valor de mercado da empresa.
Retorno do capital próprio: A administração financeira deverá atender a expectativa dos acionista, que é a remuneração através dos dividendos.
Risco: O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno.
Dividendos: Deve ser adotada uma política de distribuição regular de dividendos para não desapontar aqueles acionistas que apreciam receber dividendos periódicos.
6. Análise financeira de empresas
A análise financeira é uma ferramenta que nos auxilia na avaliação da empresa. A contabilidade é a linguagem dos negócios e as demonstrações contábeis são os
canais de comunicação que nos fornecem dados e informações para diagnosticarmos o
desempenho e a saúde financeira da empresa. A análise financeira ultrapassa a fronteira
das demonstrações financeiras.
A análise financeira precisa ter um enfoque holístico, abrangendo a estratégia
da empresa, na qual inclui suas decisões de investimento e de financiamento, e, ainda,
suas operações.
As empresas têm objetivos importantes, como o retorno para os acionistas,
propiciar um bom ambiente de trabalho para os funcionários, sua responsabilidade social,
entre outros. A estratégia compreende os meios para atingir os objetivos. A empresa identifica as oportunidades e os riscos oferecidos pelo ambiente externo, define o que fazer e
implementa ou ajusta sua estrutura organizacional para operacionalização daquilo que
definiu.
No âmbito estratégico, podemos identificar três áreas de decisões financeiras:
Decisões de investimento: referem-se tanto à administração da estrutura do
ativo quanto a implementação de novos projetos. Na administração da estrutura do ativo,
diz respeito às aplicações de recursos em ativos, bem como aos retornos esperados e
aos riscos oferecidos por esses ativos.
Decisões de financiamento: referem-se à forma de como financiar os ativos,
isto é, decorrem da estrutura de capitais que a empresa quer manter. Para cada unidade
monetária de capital próprio, quanto a empresa quer manter de empréstimo? Qual o efeito
de alavancagem, isto é, qual a melhoria no retorno, para os proprietários, conseguida pela
empresa com o uso de recursos de terceiros? Quais os riscos que isso representa?
10
Decisões relacionadas à destinação do lucro: estão vinculadas às oportunidades de investimentos, à estrutura de capitais e ao modo que a direção da empresa
julga adequado e atrativo para distribuição de resultados aos possuidores de suas ações.
Já no âmbito operacional, compreende à administração de “duplicatas a receber”, “estoques” e “contas a pagar a fornecedores”, esse grupo de contas está
estritamente relacionado às atividades operacionais da empresa, havendo variáveis externas que interferem de forma significativa em seus comportamentos, tais como: o
mercado (oferta e demanda) e os índices de inflação, entre outros fatores.
A análise financeira de uma empresa envolve basicamente as seguintes atividades:
COLETAR
Obtenção das demonstrações contábeis e outras informações, como a relativas ao
mercado de atuação da empresa, seus produtos, seu nível tecnológico, seus administradores e seus proprietários, bem como sobre o grupo a que a empresa pertence,
entre outras.
CONFERIR
Consiste em uma pré-análise para verificar se as informações estão completas, se são
compreensíveis e se são confiáveis.
PREPARAR
Fase de reclassificação das demonstrações contábeis para adequá-las aos padrões
internos da instituição que vai efetuar a análise. Organização do material de leitura e
demais dados disponíveis para análise. Esta fase é alicerce para a obtenção de uma
boa análise.
PROCESSAR
Processamento das informações e emissão dos relatórios no formato interno da instituição. Entre os relatórios emitidos, podemos encontrar o próprio balanço patrimonial,
a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, o quando de evolução do Investimento
Operacional em Giro (IOG), comparativamente ao CPL, entre outros. Além dos relatórios, há também indicadores de lucratividade, estrutura e liquidez, por exemplo.
Normalmente, esse processo de emissão de relatórios e cálculos de indicadores é
feito por meio de processamento eletrônico de dados.
ANALISAR
Fase de análise das informações disponíveis, principalmente dos relatórios e indicadores já obtidos, compreendendo a consistência das informações, a observação das
tendências apresentadas pelos números e todas as demais conclusões que possam
ser extraídas do processo. Essa é uma fase que exigi muito da capacidade de observação, do conhecimento e da experiência do analista. Nessa fase, portanto, há dois
focos principais: I) um relativo a análise da empresa e dos diversos fatores relacionados a seu risco; e II) outro relativo a transação que pretendemos, como, por exemplo,
a compra de ações ou aprovação de operação ou de limite de crédito.
CONCLUIR
Esta é uma das fases mais importantes da análise. Consiste em identificar, ordenar,
destacar e escrever sobre os principais pontos e recomendações acerca da empresa.
Não basta ser um bom analista, é preciso saber expor seu parecer em linguagem simples, clara e consistente, de modo que o usuário da análise, pela leitura do relatório,
conheça a empresa e possa tomar decisão sobre a mesma. É importante destacar que
o conhecimento prévio do objetivo da análise é fundamental para o analista no direcionamento de seu trabalho.

11
TESTE 1
1) Comente sobre as três funções básicas do administrador financeiro com respeito às
demonstrações financeiras da empresa.

2) O que você entende por análise financeira de empresas? Complemente o conceito,
descrevendo as principais fases que envolvem um processo de análise de empresas.

3) Estabeleça a diferença entre contabilidade e administração financeira, quanto ao reconhecimento das despesas e receitas e quanto à tomada de decisão.

4) O que é um analista financeiro de empresas? De que modo a preocupação com o binômio risco/retorno está relacionada com a função do analista?

12
Unidade 2
ORÇAMENTO EMPRESARIAL

1. Objetivos de Aprendizagem
- Apresentar o planejamento e o controle orçamentário, partindo de uma perspectiva
global;
- Destacar o papel do planejamento e do controle orçamentário como instrumento de
administração;
2. Introdução
O planejamento financeiro de curto prazo é elaborado através da utilização de
informações financeiras sobre o desempenho da empresa que, combinadas com as projeções dos fluxos de recursos esperados, vão propiciar aos administradores uma
avaliação adequada da situação presente e uma previsão das perspectivas futuras.
O sistema orçamentário traduz, em quantidades físicas e valores monetários, o
desenvolvimento e os resultados de todos os planos das unidades operacionais e órgãos
administrativos da empresa.
3. Orçamento anual
O orçamento, por definição é o cálculo prévio das receitas e despesas para um
período de tempo pré-estabelecido, formatando quadros mensuráveis em quantidades e
valores, elaborado na fase do planejamento estratégico. controle é a adoção de medidas
práticas e necessárias para aferição se os planos, diretrizes, políticas, padrões e objetivos
estão sendo contemplados. Trata-se de mais uma ferramenta de Gestão Empresarial, utilizada para viabilizar, de forma eficaz e eficiente, o planejamento e os controles de
dispositivos financeiros das atividades operacionais e de capital dentro do contexto empresarial, auxiliando e subsidiando na tomada de decisão.
A elaboação de um orçamento a cada período de doze meses, é o detalhamento das políticas, metas e condições esperadas de atividade nesse período de doze meses,
nos seus aspectos de operações e movimento de caixa, além da parcela correspondente
dos projetos de investimento.
O orçamento empresarial prevê para após a elaboração, a análise, a aprovação e a divulgação da peça orçamentária e o seu acompanhamento ou controle, se
constitui na forma adequada de monitoramento do plano estratégico da organização com
relação ao proposto para períodos de curto, médio e longo prazos.
4. Montagem de um orçamento anual
De maneira sintética, inicialmente, deve ser preparada uma previsão de vendas
para aquele período. Sendo a receita de vendas de produtos ou serviços, a principal fonte
de entrada de recursos, é através da projeção das vendas que a empresa elabora todos
os outros orçamentos.
Depois é feito o orçamento de produção, que inclui o orçamento de compra de
matéria-prima, o orçamento de despesas com mão-de-obra e o orçamento de de custos
indiretos de produção.
Conclui-se o processo de elaboração de uma projeção da demonstração do resultado do exercício com previsões a respeito de despesas administrativas e de vendas
da empresa como um todo.
13
A esquematização do orçamento de desempenho da empresa é mostrado na
figura abaixo:
ORÇAMENTO DE DESEMPENHO
OBJETIVOS E METAS
Orçamento de
Vendas

Orçamento de
outras receitas

MAIS

MENOS

CUSTOS E DESPESAS
Orçamento de
Produção

Orçamento de
Despesas de
Vendas

Orçamento de
Despesas de
Administrativas

Orçamento de
outras despesas

Orçamento de
Investimentos

Consumo de
Matéria-Prima
Mão-de-obra
direta
Custos indiretos
de produção
ORÇAMENTO DE CAIXA

5. Vantagens e limitações do orçamento
A utilização de um sistema orçamentário oferece inúmeras vantagens, dentre
as mais significativas, destacamos:
Fixação de objetivos e políticas para a empresa e suas unidades;
Estímulo à participação de todos os responsáveis envolvidos no plano;
A revelação de pontos de eficiência e ineficiência;
Fornece critérios para alocação de recursos escassos.
A implantação, a manutenção e o aperfeiçoamento do planejamento
orçamentário constituem um trabalho de equipe que envolve todas as áreas da empresa e
todos os níveis hierárquicos.
Também ocorrem problemas quando os orçamentos são elaborados pelas
diversas áreas da empresa. Podemos apontar as seguintes limitações existentes no
processo orçamentário:
O planejamento baseia-se em previsões e estimativas;
A implantação é demorada e exige muita “doutrinação e treinamento;
São necessárias revisões periódicas em face de circunstâncias não
previstas
O orçamento não funciona por si mesmo, exigindo o esforço de todos.
14
6. Orçamento de Vendas
O orçamento de vendas é a peça básica de elaboração do orçamento, condicionando todo o processo. Constitui um plano de vendas futuras da empresa, para
determinado período de tempo. Sua função principal é a determinação do nível de atividades futuras da empresa.
Previsões de vendas: existem diversos métodos de previsão. Kotler cita seis métodos de
previsão de procura, agrupados em três bases de informação: o que se diz, o que se faz e
o que se fez.
Os métodos baseados no que se diz buscam informações com os próprios
consumidores ou com as pessoa que estejam em contato direto com esses
consumidores, como vendedores, revendedores e representantes, ou ainda com
especialistas internos ou externos à empresa.
Os métodos baseados no que se faz são utilizados para novos produtos, e
envolvem um teste de mercado para estimar as reações futuras dos consumidores.
Os métodos baseados no que se fez envolvem a análise de informações de
períodos passados por meio de técnicas matemáticas e estatísticas.
Exemplo:
Preço unitário de venda:
Produto A: $ 50,00
Produto B: $ 70,00
Produto C: $ 1200,00
O órgão de orçamentos estimou os seguintes aumentos para o ano seguinte:
1º Abr: 15%
1º Ago: 15%
Produtos
Meses

Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
TOTAL

Produto A
Qtd.
Valor
350
17.500
70
3.500
70
3.500
183
10.523
304
17.480
608
34.960
608
34.960
1.324
87.556
265
17.525
530
35.049
794
52.507
530
35.049
350.109

Produto B
Qtd.
Valor
1.179
82.530
1.768
123.760
1.179
82.530
512
41.216
3.587
288.754
1.435
115.518
1.435
115.518
446
41.291
267
24.719
89
8.240
89
8.240
445
41.198
973.514

Produto C
Qtd.
Valor
15
1.800
16
1.920
18
2.160
16
2.208
13
1.794
13
1.794
14
1.932
13
2.063
20
3.174
28
4.444
6
952
5
794
25.035

Total
101.830
129.180
88.190
53.947
308.028
152.272
152.410
130.910
45.418
47.733
61.699
77.041
1.349.658

15
ESTUDO DE CASO
1. Fazer a previsão de vendas para o ano X-2, utilizando a Média Móvel Simples para 3
períodos.
2. Projetar Preços de Vendas considerando:
• Último preço em X-1: R$ 60,00
• Reajustar o preço em 20% para o 1º semestre e,
• Incremento da inflação em 2% no 2º semestre;
3. A empresa tem uma estrutura de custo fixo de R$ 35.000,00 e custos variáveis
unitários de R$ 18,00;
4. A partir do volume de vendas encontrado para o ano X-2, calcule os prováveis valores
de faturamento para as seguintes alternativas:
1ª Alternativa: Mantendo os preços em X-1: R$ 60,00
2ª Alternativa: Mantendo os preços e aumentando o volume de vendas em 20%;
3ª Alternativa: Aumentando o volume de vendas em 20 %; e os preços em 5%;
MÊS
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
TOTAL

MÊS

X1
102
119
150
148
95
80
70
250
247
255
280
295
2.091

Preços
Reajustados

X2

Alternativa 1
Pç Iniciais

Pç Unt

Alternativa 2
Vendas 20%

Pç Total

Alternativa 3
Vendas 20%
Pç 5%

Previsão de Vendas

Pç Unit
Receita
Custos Variáveis
Custos Fixos
Custos Totais
LUCRO BRUTO

16
7. Orçamento de Produção
Depois de concluído o orçamento de vendas, o passo seguinte é a preparação
do orçamento de produção.
Elaborar a previsão das despesas de produção, requer a projeção de todos os
gastos relativos à fabricação das unidades necessárias para suprir as vendas previstas
para o período, e compreende:
Orçamento de compra de matéria-prima.
Orçamento de despesas com mão-de-obra.
Orçamento de de custos indiretos de produção.
Inicialmente se faz necessário um planejamento das quantidades a serem produzidas. Esse procedimento leva em conta o estoque de produtos já existentes, e ainda, a
quantidade de produtos que deverá ficar disponível no final do período (estoque de segurança) para atender as vendas futuras.
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
Ref. 1º Trim.
Produto A
Vendas previstas

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

TOTAL

490

1.095

2.197

1.854

5.636

Estoque Final
Estoque Inicial
Produção prevista

1.235
335
1.390

1.600
1.235
1.460

783
1.600
1.380

269
783
1.340

5.570

Produto B
Vendas previstas

4.126

5.534

2.148

623

12.431

Estoque Final
Estoque Inicial
Produção prevista

2.674
3.200
3.600

740
2.674
3.600

1.592
740
3.000

3.669
1.592
2.700

12.900

Produto C
Vendas previstas

49

42

47

39

177

Estoque Final
Estoque Inicial
Produção prevista

14
18
45

17
14
45

19
17
49

21
19
41

180

17
ESTUDO DE CASO
1. Elaborar o orçamento de produção com base nas seguintes informações:
a) Para atender o início do próximo período a empresa adota como estoque de segurança
o equivalente a 10% da previsão de vendas.
b) A empresa trabalha com um planejamento de produção trimestral.
c) É de conhecimento da Direção que a máquina principal do processo produtivo não está
perfeitamente regulada em decorrência dessa falha, ocorre uma perda na ordem de 4%.
d) No ano X1 o estoque final foi de 60 unidades

1º Trim

2º Trim

3º Trim

4º Trim

TOTAL

Vendas orçadas
Estoque Inicial
Estoque Final
Qtd a produzir
Perdas
Qtd. total a produzir

18
7.1 Orçamento de matéria-prima
A elaboração deste orçamento requer o cumprimento das seguintes fases:
a) determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o
atendimento da produção;
b) estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas;
c) elaboração do programa de suprimentos
d) determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à
produção.
7.2. Orçamento de mão-de-obra
A elaboração do orçamento de mão-de-obra direta também se reveste de
grande importância para a maioria das empresas, pois absorve uma parcela substancial
dos custos totais.
Orçar a mão-de-obra direta significa:
a) estimar a quantidade de mão-de-obra direta que será necessária para
cumprir o programa de produção;
b) projetar a taxa horária que será utilizada;
c) calcular o custo total de mão-de-obra.
Este orçamento pode ser apresentado detalhando-se as quantidades e os valores de mão-de-obra direta por produto, centro de custo e período de tempo.
7.3. Orçamento de custos indireto de produção
Os custos indiretos de produção abrangem todos os custos fabris que não
podem ser classificados como mão-de-obra direta ou matéria-prima, e são incorridos a
nível de departamento ou a nível da fábrica como um todo.
O orçamento de custos indiretos de produção consiste na projeção dessas
despesas por período de tempo e agrupadas por responsabilidade. Este é um dos orçamentos mais complexos, dada a heterogeneidade dos itens envolvidos e a dificuldade
para correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção.
8. Orçamento de despesas administrativas
As despesas administrativas incluem todas as despesas necessárias para a
gestão das operações de uma empresa e também os itens relativos a pessoal, viagens,
telefonemas, telegramas, material de escritório, depreciação, seguros taxas, energia elétrica, serviços prestados por terceiros.
As despesas administrativas são por natureza, predominantemente despesas
fixas.
Meses
Despesas
Ordenados
Encargos sociais
Viagens e representações
Revistas e publicações
Computação eletrônica
Serviços terceirizados
Material de escritório
Telefones
Correios
Depreciações
TOTAIS

1º Trim.

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

TOTAL

19
9. Orçamento de despesas de vendas
As despesas de vendas compreendem todos os gastos efetuados com a venda
e a distribuição dos produtos.
10. Orçamento de caixa
A projeção do fluxo de caixa é uma atividade indispensável para a grande maioria das instituições. O que pode variar é o grau de formalização utilizado em sua
confecção.
Com baixo ou elevado grau de formalização, o fato é que a grande maioria das
empresas elabora algum tipo de projeção de fluxo de caixa. As razões para isso se prendem ao fato de que a manutenção de elevados saldos de caixa implica em prejuízo por
estarem parados. Por outro lado, as faltas imprevistas de caixa trazem como conseqüência maiores ônus financeiros para a empresa.
A projeção do fluxo de caixa permite que se visualize a provável posição do
saldo de caixa no decorrer dos meses cobertos pelo período orçamentário, e em função
disto torna-se possível identificar as prováveis faltas futuras de caixa, bem como os meses em que haverá excesso de numerário disponível.
A elaboração do orçamento de caixa requer, entretanto, que se façam alguns
ajustes nos orçamentos de receitas e despesas. Isto é necessário porque o orçamentos
obedece ao princípio da competência do exercício, segundo a qual as receitas e as despesas são atribuídas aos períodos de acordo com a data do fato gerador, e não com a
data de recebimento ou pagamento.
Como os diversos orçamentos parciais até aqui elaborados foram preparados
com base no conceito de competência do exercício, torna-se necessário que os coloquemos em termos de movimentação de caixa, o que é feito utilizando-se as políticas de
pagamentos e recebimentos adotadas pela empresa.
A seguir ilustramos com um modelo de orçamento de caixa ou fluxo de caixa:
ORÇAMENTO DE CAIXA
Meses
Discriminação
Saldo Inicial
RECEBIMENTOS
Vendas a prazo
Vendas à vista
Dividendos recebidos
Empréstimos bancários
Subscrição de ações
Vendas de ativos
Outros
TOTAL DE RECEBIMENTO

1º Trim.

2º Trim.

3º Trim.

4º Trim.

TOTAL

PAGAMENTOS
Matérias-primas
Materiais indiretos
Instalações e equipamentos
Salários e encargos sociais
Impostos
Juros
Dividendos pagos
TOTAL DE PAGAMENTOS
SALDO FINAL DE CAIXA
20
ESTUDO DE CASO
Aluno: ________________________________________________ Data: ___/____/____

A Empresa J&C deseja planejar suas operações, para o período de julho a dezembro do
ano X1, a partir do comportamento das vendas no primeiro semestre do mesmo ano, de
forma que obtenha a previsão da receita e os respectivos custos diretos e indiretos,
necessários para a produção.
No quadro abaixo, estão apresentados os volumes de vendas do primeiro semestre:
Jan
250

Fev
270

Mar
290

Abr
290

Mai
300

Jun
350

Também devem ser considerados os seguintes dados para elaboração do planejamento:
1) O estoque de produtos acabados em 30/06/X1 é de 80 unidades; considerar estoque
de 30 unidades/mês de produtos acabados como estoque de segurança;
2) A projeção dos preços para venda, considerando:
a. Último Preço de venda: R$ 220,00;
b. Inflação de 5% para o período.
3) O produto é elaborado a partir de três matérias-primas básicas, cujos preços também
estão sujeitos à mesma taxa inflacionária dos preços de venda, conforme abaixo:
Matérias-Primas

Quantidade utilizada
por produto

Último preço de aquisição

A
B
C

3 Und
5 Und
2 Und

R$ 3,00
R$ 2,00
R$ 2,50

4) A empresa mantém estoque das matérias-primas necessárias para a elaboração de 05
produtos, além das matérias-primas necessárias para produção dos produtos que se
manterão em estoque de segurança, devido ao tempo de entrega pelos fornecedores;
5) A política de produção adotada nesta linha de produção é constante e apresenta uma
perda no processo produtivo de 2% , limite máximo estabelecido pela empresa;
6) O produto passa por três processos que envolvem profissionais de diferentes
especialidades, cujos valores de contratação são os relacionados abaixo, incluindo os
encargos:
a. processo K, demanda 2 horas do operador A, cujo valor da hora é de R$ 8,00
b. processo Y, demanda 1 horas do operador B, cujo valor da hora é de R$ 6,00
c. processo Z, que demanda 2 horas do operador C, cujo valor da hora é de R$
7,00
7) A carga horária estabelecida é de 44 horas por semana, totalizando 176 h úteis no
mês. São considerados, para cada trabalhador, 15% deste tempo como improdutivos, que
são utilizados para pequenos descansos, higienização, e outros.
8) Nos meses de novembro de cada ano ocorrem o reajustamento da mão-de-obra
contratada, através do acordo coletivo da categoria, e a estimativa para a próxima data
base é a correção em 4%.
21
9) Há um supervisor, contratado a R$ 1.200,00 mensais, mais encargos sociais de 79%.
10) Outros custos mensais da empresa:
Descrição
Aluguel
Telefone
Mão-de-obra administrativa

Valor em R$
750,00
200,00
1.500,00

Elabore:
a) Orçamento de Vendas, utilizando a média móvel com seis dados;
b) Orçamento da Produção;
c) Orçamento das matérias-primas;
d) Orçamento dos Custos Indiretos;
e) Orçamento da Mão de Obra Direta; e
f) Orçamento Total da Produção.

22
FOLHA RESPOSTA
a) Quadro I – Orçamento de vendas
Ano Base (X1)
Mês
Qtd
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
TOTAL

Previsão
Mês
Qtd

Preço de Venda
(R$)

Receita
mensal

b) Quadro II – Orçamento da produção
Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

TOTAL

a) Vendas orçadas
b) Produto acabado
c) Estoque inicial
d) Estoque final
e) Produção prevista
(e = a - c + d)
f)
Previsão
para
cobertura de perdas
g) Qtd. total da
produção (g = e + f)

23
c) Quadro III – Previsão de matéria-prima
Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

MATÉRIA-PRIMA “A”
Qtd. Total de PA
Qtd MP p/ produto
Qtd Total da MP
Preço MP
(1) Sub-Total MP (R$)
MATÉRIA-PRIMA “B”
Qtd. Total de PA
Qtd MP p/ produto
Qtd Total da MP
Preço MP
(2) Sub-Total MP (R$)
MATÉRIA-PRIMA “C”
Qtd. Total de PA
Qtd MP p/ produto
Qtd Total da MP
Preço MP
(3) Sub-Total MP (R$)
Total MP (1+2+3)
(4) Total MP Anual
Estoque de Segurança de MP
MP “A”

MP “B”

MP “C”

Qtd. Prod. Est. Seg.
Qtd MP p/ produto
Qtd Total da MP
Preço MP
Sub-Total
(5) Total MP Est Seg
TOTAL MP (4 + 5)
d) Quadro IV – Custos Indiretos
Descrição
Sal. Supervisor
Enc. Sal. Superv.
MOI – Adm.
Telefone
Aluguel
Totais dos
Custos Indiretos

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

TOTAIS

24
e) Quadro V – Mão-de-Obra Direta
Jul

Ago

Set

Out

Set

Out

Nov

Dez

TOTAIS

OPERADOR “A”
Qtd. a produzir
Tempo padrão (h)
Tempo Total (h)
Custo unitário (R$)
Custo Total (R$)
OPERADOR “B”
Qtd. a produzir
Tempo padrão (h)
Tempo Total (h)
Custo unitário (R$)
Custo Total (R$)
OPERADOR “C”
Qtd. a produzir
Tempo padrão (h)
Tempo Total (h)
Custo unitário (R$)
Custo Total (R$)
f) Quadro VI – Custo Total da Produção
Descrição
(a) Receita (Quadro I)
Previsão da receita

Jul

Ago

Nov

Dez

TOTAIS

(b) Matéria-Prima
(Quadro III)
Matéria-Prima A
Matéria-Prima B
Matéria-Prima C
(c) Custos Indiretos
(Quadro IV)
Custos Indiretos
(d) Mão-de-obra
(Quadro V)
Operador A
Operador B
Operador C
(e) Custos total de
Produção (e = b+c+d)
(f) Saldo antes dos
impostos (f = a – e)

25
Unidade 3
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

1. Objetivos de Aprendizagem
- Fornecer os conceitos fundamentais relacionados ao capital de giro;
- Compreender o ciclo financeiro de um empreendimento;
- Mostrar o impacto das decisões operacionais relacionadas à necessidade de capital
de giro da empresa.
2. Introdução
A administração do capital de giro abrange a administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos circulantes e passivos circulantes.
A administração do capital de giro é um dos aspectos mais importantes da Administração financeira, considerada globalmente, já que os ativos circulantes representam
cerca de 50% do ativo total e perto de 30% do financiamento total é representado por
passivos circulantes nas empresas industriais.
Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital de giro. Os ativos
circulantes da empresa devem ser suficientemente consideráveis de modo a cobrir seus
passivos circulantes, garantindo-se com isso margem razoável de segurança.
O objetivo da administração do capital de giro é administrar cada um dos ativos
circulantes da empresa, de tal forma que um nível aceitável de capital circulante líquido
seja mantido.
Os ativos circulantes mais importantes tratados neste texto são: caixa, títulos
negociáveis, duplicatas a receber e estoques. Cada um desses ativos deve ser
administrado eficientemente, a fim de se manter a liquidez da empresa, ao mesmo tempo
em que se evita um nível alto demais de qualquer um deles.
Os passivos circulantes básicos tratados são: duplicatas a pagar, títulos a
pagar e despesas provisionadas a pagar (salários a pagar, impostos, provisões). Cada
uma dessas fontes de financiamento no curto prazo deve ser cuidadosamente
administrada, para se ter a garantia de que os financiamentos são obtidos e usados da
melhor forma possível.
3. Capital de Giro
É o conjunto de recursos que não está imobilizado.
CG = AC
Estes recursos estão em constante movimentação no dia-a-dia da empresa.
Uma definição de Capital de giro: é o conjunto de bens de uma empresa
formado pelos recursos monetários, indispensável à sua operação, produção e
comercialização, representado pelo dinheiro disponível, pelo estoque de produtos e
matérias-primas e pelos títulos a receber, ou seja, são recursos exigidos para financiar o
ciclo operacional da empresa.
O capital de giro líquido ou Capital de Giro Próprio é a diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante.
CGL = AC – PC

26
4. Necessidade de Capital de Giro
O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos maiores desafios do gestor financeiro. Essa tarefa requer visão abrangente do processo de
operação da empresa, de suas praticas comerciais e financeiras, além de dados sobre
prazos de cobrança e recebimento.
A necessidade de capital de giro pode ser estimada de dois modos: com base
no ciclo financeiro, ou utilizando os demonstrativos contábeis.
a) Através do Ciclo Financeiro
NCG = Ciclo Financeiro (CF) x Despesa Média Diária (DMD)
b) Através do saldo das contas no Balanço Patrimonial
O Ativo Circulante Operacional – ACO é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e venda; enquanto o Passivo
Circulante Operacional – PCO é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades.
A diferença entre esses investimentos (ACO) e financiamentos (PCO) é quanto
a empresa necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a NCG. Portanto:
NCG = ACO – PCO
ACO = Ativo Circulante – Disponibilidades
PCO = Passivo Circulante – Financiamentos de Curto Prazo
Conforme mencionado anteriormente, podemos obter a necessidade de capital
de giro de uma empresa através da diferença entre o ativo circulante operacional e passivo circulante operacional conforme demonstrado na seguinte fórmula:

Necessidade de
Capital de Giro
(NCG)

=

( + ) Clientes
( + ) Estoques
( – ) Fornecedores
( – ) Salários a Pagar
( – ) Impostos a Pagar

Tem como objetivo gerir adequadamente as contas de ativo e passivo circulante, a fim de
alcançar o equilíbrio entre lucratividade e risco.
5. Ciclo Operacional (CO), Ciclo Financeiro (CF) e Ciclo Econômico (CE)
É extremamente importante a compreensão do ciclo completo de cada atividade. Ele pode ser expresso em três conceitos de ciclos:

ATENÇÃO:
Limites práticos são meros balizadores, e devem ser analisados com extrema cautela, uma vez que são uma
receita geral e simplista que não considera a conjuntura econômica, o ramo de atividade e tampouco a
situação particular da empresa analisada.

a) Ciclo Operacional
Tem início na aquisição da matéria-prima para produção e se finaliza no recebimento pela venda do produto. Em outras palavras, o ciclo operacional incorpora
seqüencialmente todas as fases operacionais presentes no processo empresarial de
compra-produção-venda-recebimento. O ciclo operacional representa o intervalo de tem27
po em que não ocorrem ingressos de recursos financeiros na empresa, demandando-se
capital para financiá-lo.
PME = PMMP + PMF + PMV
PME = Prazo Médio de Estocagem
PMMP = Prazo Médio de Estocagem de Matéria-prima
PMF = Prazo Médio de Fabricação
PMV = Prazo Médio de Venda
PMR = Prazo Médio de Recebimento
PMP = Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores

Compra de
Matéria-prima

Início da
Fabricação

PMMP

Fim da
Fabricação

PMF

Recebimento da
Venda

Venda

PMV

PMR

Ciclo Operacional

b) Ciclo Financeiro
Mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido entre o desembolso inicial de caixa (pagamento de materiais a fornecedores) e
o recebimento da venda do produto. Em outras palavras, representa o intervalo de tempo
que a empresa irá necessitar efetivamente de financiamento para suas atividades.
CF = PME + PMR – PMP

Prazo médio de estocagem (PME)
O prazo médio de estocagem indica, em média, quantos dias a empresa leva
para vender seu estoque.
“Estoque” pode ser obtido no Balanço Patrimonial em análise (valor de fim de
exercício), ou então pela média aritmética dos valores do ano em análise com o ano anterior.
PME =

Estoque
× 360
CMV

Prazo médio de recebimento (PMR)
O prazo médio de recebimento indica, em média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas.
“Duplicatas a receber” pode ser obtido no Balanço Patrimonial em análise (valor de final de exercício), ou então pela média aritmética dos valores do ano em análise
com o ano anterior. “Vendas” podem ser calculadas através da subtração de devoluções e
abatimentos da Receita Bruta.
PMR =

Dup. Receber
× 360
Vendas

28
Prazo médio de pagamento (PMP)
O prazo médio de pagamento indica, em média, quantos dias a empresa demora a pagar suas compras. A dificuldade no cálculo desse índice resulta da necessidade de
conhecer o valor das compras anuais, que não é divulgado nas demonstrações financeiras publicadas. Normalmente, as compras são estimadas como uma proporção do custo
de produtos vendidos. Pode ser determinado pela expressão:
PMP =

Fornecedores
× 360
Compras

Compras = CMV + EF – EI

Ciclo Financeiro Ideal (CFI)
É obtido através da divisão entre o Capital de Giro Próprio e a Despesa Média
Diária.

CFI =

Compra de
Matéria-prima

Início da
Fabricação

PMMP

CGP
DMD

Fim da
Fabricação

PMF

Recebimento da
Venda

Venda

PMV

PMR

PMP
Ciclo Financeiro

c) Ciclo Econômico
O ciclo econômico considera unicamente as ocorrências de natureza econômica, envolvendo a compra dos materiais até a respectiva venda. Não leva em consideração os
reflexos de caixa verificados em cada fase operacional, ou seja, os prazos de recebimentos das vendas e os pagamentos dos gastos incorridos.
Compra de
Matéria-prima

Início da
Fabricação

PMMP

Fim da
Fabricação

PMF

Venda

PMV

Recebimento da
Venda

PMR

Ciclo Econômico

29
Ciclo Operacional = PMMP + PMF + PMV + PMR
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMP
Ciclo Econômico = Ciclo Operacional – PMR
Compra de
Matéria-prima

Início da
Fabricação

PMMP

ou
ou
ou

Fim da
Fabricação

PMF

PME + PMR
PME + PMR – PMP
PME + PMR – PMR
Recebimento da
Venda

Venda

PMV

PMR

Ciclo Operacional
PMP
PMP

Ciclo Financeiro
Ciclo Econômico

O fundamento da gestão do tempo do ciclo operacional está em que, gastandose o menor tempo possível, a empresa poderá acionar novamente o desempenho de suas
atividades mais rapidamente, conseguindo, com isso, um giro maior dos recursos à disposição das atividades. O maior giro, ou maior rotação, é evidência de maior produtividade
na utilização dos recursos e, conseqüentemente, menores custos e maiores ganhos.
6. Estratégias de gestão do Ciclo Financeiro
Os prazos de estocagem e de cobrança afetam significativamente as necessidades de recursos para financiar o giro das operações. Os prazos para pagamento
concedidos pelos fornecedores suprem parte dessas necessidades. A parcela remanescente deverá ser coberta por outras fontes de recursos, durante um período
correspondente ao ciclo financeiro.
Ao reduzir o ciclo financeiro a empresa estará otimizando o uso desses recursos e reduzindo os custos correspondentes. Para tanto, existem três estratégias básicas:
- Girar o estoque com maior velocidade possível, sem faltas que resultem em vendas perdidas;
- Cobrar as contas a receber com maior rapidez possível, sem perder vendas
resultantes do uso de técnicas de cobrança muito agressivas;
- Efetuar o pagamento das contas a pagar com a maior lentidão possível, sem
prejudicar a classificação de crédito da empresa.
7. Índices de rotação ou índices de eficiência
Rotação de Duplicatas ou Giro do Contas a Receber: o índice de RDR
indica, em média, quantas vezes a conta Duplicatas a Receber se renovou no período.

Vendas

RDR =

OU

RDR =

Duplicatas a Re ceber

360
PMR

Rotação de Fornecedores: o índice de RF indica, em média, quantas vezes a
conta Fornecedores se renovou no período.
RF =

Compras
Fonecedres

OU

RF =

360
PMP

30
Rotações de Estoque ou Giro do Estoque: o índice de RE indica, em média,
quantas vezes o estoque se renovou no período.

RE =

CMV

OU

RE =

Estoques

360
PME

Giro de Caixa: o índice GC indica, em média, quantas vezes o ciclo financeiro
se renovou no período.

GC =

360
CF

31
TESTE 2
1) Calcule o Ciclo de Caixa de uma empresa, considerando os seguintes dados de suas
demonstrações financeiras. Considere o ano de 360 dias:
a) Receita Bruta = $ 2.350.232
b) Duplicatas a receber = $ 81.253
c) Fornecedores a pagar = $ 9.125
d) Compras no período = $ 845.400
e) CMV no período = $ 1.425.932
f) Estoques = $ 19.520
2) Dado:
CICLO OPERACIONAL
PME
PMP

a. (
b. (
c. (
d. (

PMR
CICLO FINANCEIRO

) Os fornecedores financiam totalmente os estoques.
) Os fornecedores financiam apenas parte dos estoques.
) Os fornecedores não financiam os estoques.
) Nenhuma das alternativas anteriores.

3) De posse do Balanço Patrimonial e da Demonstração de resultado da Empresa
Modelo, determine os prazos médios, o Ciclo Operacional, Financeiro da empresa e a
Necessidade de Capital de Giro para o ano 2.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
Ano 1
CIRCULANTE
Disponibilidade
74
Aplicações financeiras
295
Títulos a Receber
2.143
(-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duv.
(35)
(-) Títulos descontados
(645)
Estoques
1.424
3.255
TOTAL
PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores
Salários e Enc. Sociais a Pagar
Imposto a recolher
Outras contas a Pagar
Provisão p/ IR a Pagar
Dividendos a Pagar
Empréstimos Bancários
TOTAL

1.595
133
172
23
393
66
139
2.520

Ano 2
50
181
2.350
(37)
(788)
1.998
3.755

1.489
38
79
10
292
291
155
2.354

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Ano 1 Ano 2
Receita Bruta de Venda
13.818 14.008
(-) Deduções, devoluções
(314)
(281)
(-) Impostos
(2.424) (3.547)
(=) Receita Líquida de Vendas
11.079 10.180
(-) CMV
(7.317) (6.626)
(=) Lucro Bruto
3.762
3.554
(-) Despesas com vendas
(553)
(510)
(-) Despesas Administrativas
(1.503)
(898)
(-) Despesas Financeiras
(618) (1.407)
(+) Receitas Financeiras
16
9
(+/-) Result. Equiv. Patrimonial
14
25
(+) Receitas não operacionais
7
3
(=) Lucro Operacional
1.124
777
(-) Provisão p/ Imposto de Renda
(393)
(272)
731
505
(=) Lucro Líquido

4) A Farrapos Indústria e Comércio Ltda. vem girando 20 vezes, em média, seus fornecedores e 3 vezes seus estoques. Supondo que a empresa venda somente à vista, quantos
dias são seu ciclo financeiro (considere um ano com 360 dias):
5) Qual é a finalidade do cálculo do giro das duplicatas a receber? O que representa o
prazo médio de cobrança?
32
6) O que é capital de giro? Quais são os aspectos básicos a serem considerados na sua
administração?
7) A Max Company, produtora de pratos de papel, tem faturamento anual de $ 10 milhões.
O custo de produtos vendidos representa $ 7.500.000 e as compras equivalem a $
4.875.000. A idade média do estoque é igual a 60 dias, seu prazo médio de recebimento é
de 40 dias e o prazo médio de pagamento é de 35 dias. Portanto, seu ciclo financeiro é
igual a 65 dias (60 + 40 – 35). Considere um ano de 360 dias.
a) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro;
b) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro, aplicando a estratégia
de retardar o pagamento para 55 dias.
c) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro, aplicando a estratégia
de redução do prazo de estocagem para 40 dias.
d) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro, aplicando a estratégia
de redução do prazo de recebimento para 20 dias.
8) As empresas Alfa e Bravo são fornecedoras de matéria-prima de sua Organização. Você como diretor financeiro deve analisar e decidir por aquele fornecedor que melhor
atende o ciclo financeiro de sua Companhia. Os produtos fornecidos pelos fornecedores
são semelhantes e de boa qualidade, motivo pelo qual esses critérios não serão levados
em consideração na hora da escolha do fornecedor.
A empresa Alfa se compromente a entregar os produtos em 16 dias após a realização do
pedido e dá um prazo de 10 dias para o pagamento.
Já a empresa Bravo garante que entrega a matéria-prima na metade do prazo dado pela
concorrente, porém, o prazo de pagamento aumenta 5 dias em relação à empresa Alfa.
Levando-se em consideração, ainda, que os prazos de estocagem de matéria-prima, de
fabricação, de venda e de recebimento permaneçam inalterados independente de qual
seja o fornecedor vencedor, qual a empresa apresenta a melhor proposta?
9) A American Products está preocupada com a gestão eficiente de seu caixa. Em média,
os estoques têm idade de 90 dias e as contas a receber são pagas em 60 dias. As contas
a pagar são liquidadas em aproximadamente 30 dias após serem geradas. A empresa
gasta $ 30 milhões em investimentos em seu ciclo operacional por ano, a uma taxa constante. Suponha um ano de 360 dias.
a. Calcule o ciclo operacional da empresa.
b. Calcule o ciclo financeiro da empresa.
c. Calcule o volume de recursos necessários para sustentar o ciclo financeiro da empresa.
10) A Garret Industries gira seu estoque seis vezes ao ano, tem prazo médio de recebimento de 45 dias e prazo médio de pagamento de 30 dias. O investimento anual no ciclo
operacional é de $ 3 milhões. Suponha um ano de 360 dias.
a. Calcule o ciclo financeiro da empresa, seu gasto diário com o ciclo de caixa e o volume
de recursos necessérios para sustentar seu ciclo financeiro (NCG).
b. Determine o ciclo financeiro e o investimento exigido da empresa para sustentá-lo, caso
sejam feitas as seguintes modificações (separadamente):
(1) Reduzir a idade média do estoque em cinco dias.
(2) Acelerar a cobrança das contas a receber em dez dias, em média.
(3) Alongar o prazo médio de pagamento em dez dias.

33
Unidade 4
ANÁLISE DE INVESTIMENTO

1. Objetivos de Aprendizagem
- Compreender as técnicas no processo de orçamento de capital;
- Calcular, interpretar e avaliar o período de payback simples;
- Calcular, interpretar e avaliar o valor presente líquido (VPL);
- Calcular, interpretar e avaliar a taxa interna de retorno (TIR)
2. Introdução
Os investimentos em ativos fixos baseiam-se em previsões sobre o comportamento da economia e normalmente envolvem vultuosas somas de recursos. Os principais
motivos para uma empresa fazer investimentos de capital são: expansão, substituição,
modernização, pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologia.
As decisões de investimento irradiam-se por toda a economia (fornecedores /
empregos / oferta de bens e serviços). As empresas realizam esses investimentos para
preservar ou ampliar sua competitividade. Decisões acertadas podem assegurar uma confortável posição no mercado durante muitos anos. Entretanto, se algo sair errado, o
volume de recursos envolvido poderá comprometer irremediavelmente a liquidez e a rentabilidade.
A importância dessas decisões requer um processo específico para determinar
onde, quando e quanto investir. Esse processo está compreendido no ORÇAMENTO
DE CAPITAL, cujo escopo é a seleção de um conjunto de investimentos que seja mais
vantajoso em termos de retorno e risco.
Orçamento de Capital é a previsão de gastos e receitas envolvendo projetos de
capital (investimentos em ativos imobilizados), cujos fluxos de caixa esperados se darão
em um prazo superior a um ano.
3. Métodos de avaliação dos investimentos
Normalmente, uma decisão de investimento é tomada, mediante a escolha
dentre vários projetos apresentados, daquele que é o mais adequado as necessidades e
condições da empresa. A escolha da alternativa mais viável, depende de vários fatores: o
tempo disponível para implantação do projeto; a maior ou menor facilidade de manutenção e assistência técnica; a conjuntura econômica; mas o fator mais importante a ser
levado em consideração é o que se refere ao retorno financeiro esperado. Entre as várias
alternativas disponíveis, a empresa sempre vai optar pela mais rentável.
Existem vários métodos para analisar economicamente um projeto de investimento. Os métodos mais difundidos são:
Prazo de retorno (payback);
Valor presente líquido (VPL); e
Taxa interna de retorno (TIR).
3.1 Prazo de Retorno (Período de Payback)
Este método determina o tempo necessário para recuperar os recursos investidos em um projeto.
Quanto mais amplo for o horizonte de tempo considerado, maior será o grau de
incerteza nas previsões. Deste modo, propostas de investimento com menor prazo de re34
torno apresentam maior liquidez e, conseqüentemente, menor risco. O método é calculado através de suas entradas de caixa, que pode ser:
Se as entradas líquidas de caixa forem uniformes, bastará dividir o investimento inicial pelas entradas anuais de caixa;
Quando as entradas anuais forem desiguais, estas deverão ser acumuladas
até atingir o valor do investimento, apurando-se o prazo de retorno.
Principais vantagens
A facilidade da sua aplicação, já que não exige procedimentos complexos,
É de fácil interpretação, pois quanto menor, melhor,
Quanto mais afastado da data inicial "0", diminui o grau de certeza do
projeto,
Por ser uma medida de liquidez de um projeto.
Havendo, por parte dos empreendedores ou mesmo dos financiadores de capital de risco, a definição de um prazo máximo para a reposição do capital investido em um
projeto, o payback poderá dar a primeira resposta sobre os riscos do negócio.
A definição quanto ao aceite do projeto decorre da análise de três situações:
a) O Payback do projeto é menor que o período máximo fixado = Projeto aceito,
b) O Payback do projeto é igual ao período máximo fixado = indiferente,
c) O Payback do projeto é maior que o período máximo fixado = Projeto não aceito.
Falhas no modelo
Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo.
Os retornos dos valores tem o mesmo tratamento, embora ocorram em períodos diferentes.
Não considera o fluxo de caixa que ocorrem após o período de Payback.
Não considera a vida útil do ativo no qual a empresa está investindo.
Exemplo
Um projeto de investimento requer um dispêndio inicial de $ 800.000,00 e projeta lucros
líquidos anuais de R$ 250.000,00. Qual o PBS desse projeto?

3.2 Método do Valor Presente Líquido (VPL)
É um método que leva em consideração o valor do dinheiro no tempo e tem
como objetivo traduzir para valor presente, todos os fluxos de caixa que ocorram no decorrer do período. O objetivo é comparar valores na mesma data e facilitar a análise dos
projetos de investimento.
No método do valor presente líquido, a empresa determina uma taxa mínima
de retorno exigida, que geralmente corresponde ao seu custo de oportunidade. Ao trazer
35
os valores dos fluxos de caixa futuros ao valor atual, descontando-os a essa taxa prédeterminada, os projetos somente terão viabilidade econômica se as somas dos valores
atuais das entradas de caixa forem maiores que as somas dos valores atuais das saídas
de caixa.
O valor presente líquido é a diferença entre o somatório do valor presente e o
investimento inicial. E pode ser calculado através da seguinte equação:

 VF 
VPL = ∑ 
−I
n 
 (1 + i ) 
Onde:
I = Investimento inicial
VPL = Valor Presente Líquido
VF = Valor Futuro = Retorno = Fluxo
i = Taxa de juros por período
n = Número de períodos
Exemplo
A atualização tecnológica da produção de uma empresa requer um investimento inicial de
R$ 300.000,00. Estima-se com a modernização, retornos anuais líquidos para os próximos 4 anos de R$ 120.000,00. O custo médio ponderado de capital da empresa é de 20%
a.a. Qual o VPL desse projeto de modernização tecnológica?

3.3 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)
É usada em análise de investimentos e significa a taxa de retorno de um
projeto. A TIR é a taxa de desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) do
projeto seja zero. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de
capital do projeto.
Através deste método os administradores calculam a taxa de retorno gerada
pelo projeto de investimento. O método consiste no cálculo de uma taxa que faça com
que a soma dos valores atuais de entradas de caixa, seja exatamente igual a soma dos
valores atuais das saídas de caixa. Se a taxa encontrada for superior a taxa determinada
pela empresa, correspondente ao seu custo de oportunidade, o projeto é viável economicamente.
 VF

VPL = 0 = ∑ 
−I
n 
 (1 + TIR ) 
36
Sendo esta equação de difícil cálculo matemático (a sua resolução apenas é
possível por aproximações sucessivas) são utilizados geralmente meios informáticos.
Exemplo
Um equipamento cujo valor à vista é R$ 1.000,00 está sendo financiado por uma instituição financeira mediante o pagamento de quatro prestações mensais de R$ 260,00.
Determine a taxa interna de retorno.

4. Estudo de caso
A Cia. Vera Cruz está analisando dois projetos de investimento. Analise a melhor proposta utilizando as três técnicas abordadas anteriormente (Payback, VPL e TIR) sabendo que
a taxa mínima de atratividade é de 10%:

Cia. Vera Cruz

Entrada de
caixa ($)

Investimento inicial ($)
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
TOTAL

Projeto “ALFA”

Projeto “BRAVO”

500.000
150.000
150.000
150.000
150.000
150.000
750.000

$ 550.000
240.000
240.000
90.000
90.000
90.000
750.000

37
TESTE 4
1. A implementação de um sistema automatizado para a gestão das compras e
pagamentos a fornecedores custará cerca de 4.400 reais. Os benefícios de exploração de
um tal sistema serão de 2.000 reais, no fim do primeiro ano, 3.000 reais no fim do
segundo ano e 4.000 reais nos anos seguintes. A partir destes dados calcule o período de
retorno do capital investido.
2. A empresa ALFA somente aceita projetos com PBS de, no máximo, 5 anos. Um projeto
para troca de equipamentos prevê investimentos inicial de R$ 1.200.000,00 e garante
lucros líquidos anuais de R$ 250.000,00. Qual o PBS desse projeto? O projeto deve ser
aceito pela empresa ALFA?
3. O experiente motorista de táxi Roberto Santana, fica com um carro, no máximo, por 4
anos. O Sr. Roberto está avaliando o projeto para adquirir um novo carro e sabe que
necessita de um investimento inicial de R$ 25.000,00. Sabe também que o novo carro vai
propiciar como táxi, lucro líquido de R$ 8.000,00 no primeiro e segundo anos e R$
6.000,00 no terceiro e quarto anos. Qual o PBS do projeto do Sr. Roberto?
4. A empresa de consultoria CONSULTIN avaliou um projeto de investimentos para um
cliente e apresentou o relatório final com as seguintes informações: investimento inicial de
R$ 364.000,00; retorno líquido no primeiro ano de R$ 100.000,00; retorno líquido no
segundo ano de R$ 120.000,00; retorno líquido no terceiro ano de R$ 130.000,00. A
CONSULTIN não informou no relatório o retorno líquido do quarto ano, mas declarou que
o PBS do projeto é de 3,1 anos. Qual o valor do retorno líquido do quarto ano?
5. Um projeto de investimento estima lucros líquidos anuais de R$ 300.000,00 e PBS de
4,5 anos. Qual o investimento inicial?
6. Um projeto de investimento exige um investimento inicial de R$ 1.500.000,00 e tem
PBS de 3.75 anos. Qual o valor dos retornos anuais líquidos e iguais?
7. Qual o VPL de um projeto que requer investimento inicial de R$ 600.000,00 e apresenta retornos anuais líquidos de: R$ 220.000,00 no primeiro ano; R$ 200.000,00 no segundo
ano e R$ 180.000,00 no terceiro e quarto anos. A taxa de desconto do projeto é de
11,8667% a.a.
8. Qual o valor dos 4 retornos anuais, líquidos e iguais, de um projeto que apresenta a
necessidade de investimento inicial da ordem de R$ 420.000,00, tem taxa de desconto de
15% e resulta em um VPL negativo de R$ 48.852,81?
9. Um projeto requer investimento inicial da ordem de R$ 180.000,00, tem taxa de desconto de 10% e os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 40.000,00 no primeiro ano; R$
50.000,00 no segundo ano; R$ 70.000,00 no terceiro ano e um valor a ser determinado no
quarto ano. Sabe-se que o VPL do projeto é de R$ 11.749,20.
10. Qual o valor do investimento inicial de um projeto que tem taxa de desconto de 16%
a.a. VPL de R$ 10.206,50 e os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 60.000,00 no primeiro ano; R$ 80.000,00 no segundo ano; R$ 70.000,00 no terceiro ano e R$ 80.000,00
no quarto ano?
38
11. Qual o valor do investimento inicial de um projeto que tem taxa de desconto de 0%,
VPL de R$ 20.000,00 e os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 80.000,00 no primeiro
ano; R$ 90.000,00 no segundo ano; R$ 100.000,00 no terceiro ano e R$ 110.000,00 no
quarto ano?
12. Qual a TIR de um projeto cujo investimento inicial é de R$ 380.000,00 e apresenta os
seguintes retornos líquidos anuais: R$ 80.000,00 no primeiro ano; R$ 90.000,00 no segundo ano; R$ 100.00,00 no terceiro ano e R$ 110.000,00 no quarto ano?
13. Um projeto de investimento apresenta para a taxa de desconto de 18% um VPL de R$
22.000,00. Sendo assim, dentre as alternativas apresentadas a seguir – a, b , c, d, e –
qual é a única que pode vir a ser a TIR do projeto?
a) 15%

b) 12%

c) 22%

d) 13%

e) 17%

14. Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) A taxa de desconto que faz com que o VPL de um projeto seja menor ou igual a zero
é a TIR do projeto.
( ) Sendo a TIR de um projeto igual a X%, podemos afirmar que qualquer taxa de desconto inferior a X% resultará em um VPL positivo.
( ) Um projeto com investimento inicial de Y reais, hoje, e fluxos de recebimentos – anuais e consecutivos – de X1, X2, X3, X4 e X5 reais tem como TIR a taxa que fará com
que a soma dos valores presentes de X1, X2, X3, X4 e X5, hoje, seja igual a Y reais.
(

) Quanto maior o VPL de um projeto de investimentos maior será a TIR do projeto.

39
Unidade 5
ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

1. Objetivos de Aprendizagem
- Apresentar os conceitos de ponto de equilíbrio operacional, financeiro e econômico;
- Mostrar como calcular o ponto de equilíbrio;
- Discutir o ponto de equilíbrio para vários produtos;
2. Introdução
A análise do ponto de equilíbrio permite compreender como o lucro pode ser
afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos e
despesas totais.
O ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de atividades onde o lucro será
nulo. À medida que o volume de operações se deslocar acima do ponto de equilíbrio surgirão lucros crescentes; abaixo desse ponto ocorrerão prejuízos cada vez maiores.
A análise distingue dois pontos de equilíbrio contábeis relacionados com o lucro operacional e com o lucro líquido. Também é possível calcular um ponto de equilíbrio
econômico onde o lucro liquido corresponderia a remuneração esperada pelos acionistas
sobre o capital próprio. Porém a análise do Ponto de Equilíbrio apresenta algumas limitações: os preços de venda, o custo variável, os custos fixos e as técnicas de produção são
considerados constantes; e, ainda, considera-se que toda a produção será vendida.
3. Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO)
O ponto de equilíbrio operacional consiste no nível de vendas necessário para
cobrir todos os custos operacionais. Nesse ponto, o lucro antes de juros e imposto de
renda é igua a zero.
No ponto de equilíbrio operacional não devemos incluir as despesas de juros,
para se ter apenas o custo operacional e não o financeiro, somente quando de um planejamento financeiro calculamos o ponto de equilíbrio financeiro incluindo as despesas de
juros.
Os elementos envolvidos na análise do ponto de equilíbrio são: as quantidades
produzidas e vendidas e os respectivos preços, determinantes das receitas de vendas; e
os custos e despesas variáveis e fixos. O ponto de equilíbrio ignora aspectos relacionados
com a formação de estoques, pressupondo que toda a produção seja vendida instantaneamente.
O primeiro passo, no cálculo do ponto de equilíbrio operacional, é decompor o
custo dos produtos vendidos e as despesas operacionais em custos operacionais fixos e
variáveis.

Custos (ou despesas) variáveis
São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas.
Custos (ou despesas) fixos
São os que permanecem constantes dentro e certo intervalo de tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de
produção e vendas durante esse período.

40
3.1. Estrutura da demonstração do resultado
Receitas de vendas
– Custo Variável
PE = Margem de contribuição total
–PEG
Custo Fixo
= Lucro Operacional
– Despesas financeiras
= Lucro antes do IR
– Provisão p/ IR e CS
= Lucro Líquido

P.Q
CV . Q
Q (P – CV)
CFo
LAJIR
CFf
LAIR
LL

Como visto anteriormente, o ponto de equilíbrio operacional é o nível de vendas em que todos os custos operacionais (fixos e variáveis) são cobertos, ou seja, quando
as receitas se igualam aos custos.
PONTO DE EQUILÍBRIO
OPERACIONAL
RECEITAS
(PxQ)

CUSTOS

= CFo + (CV x Q)

Onde:
P = preço unitário de venda
Q = quantidade de unidades vendidas
CF = custo fixo total
CFo = custo fixo operacional
CFf = custo fixo financeiro
CV = custo variável

P x Q = CFo + ( CV x Q )

P x Q – ( CV x Q )= CFo
Q

Q x ( P – CV ) = CFo

CFo
( P – CV )

Vendas (R$)

3.2. Representação gráfica
Receita
Total
Custo
Total
Lucro

Ponto de equilíbrio
operacional

6.500

Custo
Variável
Custo
Fixo

Prejuízo

500

Quantidade (unidades)

41
A figura apresenta, graficamente, a análise do ponto de equilíbrio operacional
de uma empresa qualquer. Neste ponto, o lucro (LAJIR) é igual a zero. A figura mostra
que, para vendas inferiores a 500 unidades, o custo operacional é superior à receita de
vendas e o LAJIR é negativo (prejuízo). Para vendas superiores ao ponto de equilíbrio de
500 unidades, a receita de vendas é maior que o custo operacional total e o LAJIR é positivo.
4. Ponto de Equilíbrio Global (PEG)
A análise do ponto de equilíbrio pode ser realizada em relação ao lucro operacional (LAJIR) ou ao lucro antes do imposto de renda (LAIR). No primeiro caso teremos o
PEO, no segundo caso teremos o ponto de equilíbrio global, em que as receitas de vendas se igualam aos custos totais (operacionais e financeiros) apresentando um LAIR nulo.
PONTO DE EQUILÍBRIO
GLOBAL

Q=

CF
( P – CV )

Embora a principal preocupação seja com o ponto de equilíbrio global, é
conveniente calcular também o ponto de equilíbrio operacional para aferir o impacto dos
custos operacionais fixos comparativamente aos custos financeiros.
5. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)
É a quantidade que iguala a receita total com a soma de custos e despesas
que representam desembolso financeiro para a empresa. Neste caso, os encargos da depreciação são exclusos por não representarem desembolso para empresa.
6. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)
O ponto de equilíbrio econômico é um referencial mais seguro, pois leva em
consideração um retorno exigido pelos acionistas/proprietários sobre seu capital próprio.
Ou seja, é a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescidas de uma remuneração mínima (custo de oportunidade) sobre o capital investido
pela empresa.
7. Margem de segurança (MS)
A margem de segurança representa um certo percentual que o faturamento da
empresa pode cair sem entrar na área de prejuízo.
Podemos calcular a margem de segurança (MS) através do quociente da
diferença entre a quantidade produzida (Q) e a quantidade em equilíbrio (QE) e a
quantidade produzida (Q), vezes cem.

MS =

Q – QE
x 100
Q

42
8. Exemplificação
Para exemplificar os modelos até então vistos, vamos supor que a empresa
Bond Mais fabrica apenas um produto e que seus custos operacionais fixos são de $
7.200, seu preço de venda unitário seja de $ 20, que seu custo operacional variável por
unidade seja de $ 8 e que seus custos financeiros fixos são de $ 600. Sabe-se, ainda, que
existem $ 960 de depreciação que está contido nos custos fixos. Supondo que a empresa
tenha um patrimônio líquido de $ 150.000 e que o proprietário deseje um retorno de 2%
ao mês. Calcule o PEO, PEG, PEE, PEF e MS ao atingir o PEE (QE = PEO).

PEO =

PEG =

PEF =

PEE =

P−V
CF
P−V
CF
P−V
CF
P−V

Q − QE
Q

=

=

=

=

7.200
20 − 8

7.200

=

7.200 + 600

7.200 − 960
20 − 8

7.800

=

20 − 8

= 650 Unidades

12
6.240

=

12

7.200 + 3.000

=

20 − 8

× 100 =

= 600 Unidades

12

850 − 600
850

Vendas (R$)

MS =

CFO

= 520 Unidades

10.200
12

× 100 =

250
850

× 100 = 29,41 %

Obs.:
As distâncias e retas não estão
representadas
fielmente
no
gráfico.

PEE
PEG
PEO

17.000

= 850 Unidades

Lucro

PEF

13.000
12.000
MS

10.400 Prejuízo

520 600 650 850

Quantidade
(unidades)

43
TESTE 5
1) Rômulo Antunes deseja estimar o número de arranjos florais que deseja vender a $
24,95 para atingir o ponto de equilíbrio. Previu custos operacionais fixos de $ 12.350 por
ano e custos operacionais variáveis de $ 15,45 por arranjo. Quantos arranjos deverão ser
vendidos para que seja alcançado o ponto de equilíbrio em termos de custos operacionais?
2) A partir dos dados de preço e custo apresentados na tabela a seguir em relação a três
empresas, Max, Gold e Hard responda às perguntas que se seguem.
Empresas
Preço unitário de venda
Custo operacional variável por unidade
Custo operacional fixo

Max
18
6,75
45.000

Gold
21
13,50
30.000

Hard
30
12,00
90.000

a. Qual é o ponto de equilíbrio operacional, em unidades vendidas, para cada empresa?
b. Como você classificaria essas empresas em termos dos riscos que oferecem?
3) Diego Murilo está pensando em abrir uma loja de discos. Deseja estimar o número de
CDs que precisa vender para ficar em equilíbrio. Os CDs serão vendidos a $ 13,98 cada;
os custos operacionais variáveis são de $ 10,48 por CD e os custos operacionais fixos, de
$ 73.500 por ano.
a. Encontre o ponto de equilíbrio operacional em termos de número de CDs.
b. Calcule os custos operacionais totais no volume de equilíbrio encontrado no item a.
c. Caso Murilo estime que poderá vender pelo menos 2 mil CDs por mês, deverá entrar no
ramo?
d. Qual será o LAJIR obtido por Murilo se vender o mínimo de 2 mil CDs mensais mencionados no item c?
4) A JWG Company publica a revista Palavras Cruzadas Criativa. No ano passado, a revista foi vendida a $ 10 a unidade, com custo operacional variável de $8 por unidade e
custos fixos operacionais de $ 40.000. Quantas revistas devem ser vendidas pela JWG
neste ano para alcançar o ponto de equilíbrio, com os custos operacionais indicados, supondo as circunstâncias a seguir?
a. Todos os números permanecem iguais aos do ano passado.
b. Os custos operacionais fixos sobem para $ 44.000; todos os outros permanecem inalterados.
c. O preço de venda aumenta para $ 10,50; todos os custos permanecem inalterados.
d. O custo operacional variável por revista sobe para $ 8,50; todos os outros dados permanecem inalterados.
e. Os custos operacionais fixos diminuem para $ 38.000; todos os outros permanecem
inalterados.
f. A partir de suas respostas, que conclusões você pode tirar sobre o ponto de equilíbrio
operacional?

44
Unidade 6
APLICAÇÕES DE ALAVANCAGEM

1. Objetivos de Aprendizagem
- Compreender os efeitos da alavancagem operacional, financeira e combinada;
- Compreender a relação entre alavancagem operacional, financeira e combinada;
2. Introdução
Flutuações nas receitas de vendas, associadas à existência de custos fixos,
provocam mudanças significativas nos resultados das empresas. Esses efeitos mais do
que proporcionais assemelham-se àquilo que se obtém com o emprego de uma alavanca
no deslocamento de um objeto: conforme a posição do ponto de apoio, consegue-se uma
força de deslocamento muito superior àquela aplicada na outra extremidade da alavanca,
ou seja, no mundo dos negócios, um alto grau de alavancagem indica que um pequeno
crescimento percentual nas vendas provocará um crescimento percentual muito maior no
lucro. Portanto, alavancagem é o uso de ativos e recursos com um custo fixo, a fim de
aumentar os retornos dos proprietários da empresa.
Receita de vendas
(-) Custo dos Produtos vendidos
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas operacionais

Alavancagem Operacional

Alavancagem Total

(=) LAJIR
(-) Despesas financeiras
(=) LAIR
(-) Impostos
(=) Lucro Líquido

Alavancagem Financeira

3. Exemplificação
Para melhor fixar os conceitos de Alavancagem Operacional, Financeira e Total, abordaremos como exemplo a demonstração de resultado da Industria Unipro:
Situação base
Unidades vendidas
Receitas de vendas (% mil)
Custos variáveis
Margem de Contribuição
Custos Operacionais fixos
LAJIR
Despesas financeiras
LAIR
Previsão para impostos (35%)
Lucro Líquido
Variações:
∆ Receita
∆ LAJIR
∆ LAIR

6.000
60.000
(24.000)
36.000
(27.000)
9.000
(3.000)
6.000
(2.100)
3.900

Variação no volume de produção e venda
+10%
– 10%
6.600
5.400
6.600
54.000
(26.400)
(21.600)
39.600
32.400
(27.000)
(27.000)
12.600
5.400
(3.000)
(3.000)
9.600
2.400
(3.360)
(840)
6.240
1.560
+ 10%
+ 40%
+ 60%

– 10%
– 40%
– 60%
45
4. Alavancagem Operacional
Diz respeito à relação entre a receita de vendas e o lucro antes de juros e
imposto de renda (LAJIR), ou seja, corresponde ao resultado operacional.
A alavancagem operacional resulta da existência de custos operacionais fixos
na estrutura de resultados da empresa. Podendo ser definido como a possibilidade de uso
dos custos operacionais fixos para ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o
lucro da empresa antes de juros e imposto de renda.
Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
É o valor numérico da alavancagem operacional da empresa. Pode ser obtido
de duas maneiras diferentes:
(1)

(2)

GAO =

GAO no nível de referência Q =

∆% LAJIR
∆% Vendas

Q × (P − CV )
Q × (P − CV ) − CF

→

GAO =

MCT
LAJIR

Exemplo
Aplicando as fórmulas para a Indústria Unipro, temos o seguinte GAO para o
nível de 6.000 unidades:
(1)

GAO =

(2)

GAO =

∆% LAJIR
∆% Vendas

MCT

=

=

+ 40%
+ 10%

$ 36.000.000

LAJIR

$ 9.000.000

=

− 40%
− 10%

= 4 vezes

= 4 vezes

Concluímos então que, a partir do nível de 6.000 unidades, qualquer variação
positiva ou negativa no volume provocaria um acréscimo ou decréscimo quatro vezes
maior no LAJIR, conforme evidenciado no item 3.

5. Alavancagem Financeira
A alavancagem financeira resulta da presença de custos financeiros fixos na
estrutura de resultado da empresa. Diz respeito à relação entre o LAJIR e o lucro líquido.
Podemos definir como o uso de custos financeiros fixos para ampliar os efeitos de
variações do lucro líquido.
Grau de Alavancagem Financeira (GAF)
É o valor numérico da alavancagem financeira da empresa. Seu cálculo é muito
parecido com o grau de alavancagem operacional.
(1)

GAF =

∆% LL
∆% LAJIR

OU

(2)

GAF =

LAJIR
LAIR

Exemplo
Aplicando as fórmulas para a Indústria Unipro, temos o seguinte GAF para a
situação-base constante do item 3.

46
(1)
(2)

GAF =

∆% LL

=

+ 60%

=

− 60%

= 1,5 vezes
∆% LAJIR + 40% − 40%
LAJIR $ 9.000.000
GAF =
=
= 1,5 vezes
$ 6.000.000
LAIR

Concluímos que, a partir do LAJIR de $ 9.000.000 e mantendo constantes as
despesas financeiras de $ 3.000.000, qualquer variação positiva ou negativa nesse LAJIR
provocaria acréscimo ou decréscimo 1,5 vezes maior no lucro líquido.

6. Alavancagem Total (Combinada)
Podemos, ainda, avaliar o efeito combinado da alavancagem operacional e da
alavancagem financeira sobre o risco da empresa usando o enfoque semelhante ao
empregado para desenvolver os conceitos individuais de alavancagem. Esse efeito
combinado, ou alavancagem total pode ser definido como o uso de custos fixos, tanto
operacionais quanto financeiros, para ampliar o efeito de variações do faturamento sobre
o lucro líquido da empresa. A alavancagem total pode ser vista, portanto, como o impacto
total dos custos fixos presentes em sua estrutura operacional e financeira.
Grau de Alavancagem Total (GAT)
É o valor numérico da alavancagem total de uma empresa. Pode ser calculado
da mesma maneira que a alavancagem operacional e financeira.
(1)

∆% LL

GAT =

OU

∆% Vendas

(2)

GAT =

MCT
LAIR

Exemplo
Aplicando as fórmulas para a Indústria Unipro, temos o seguinte GAC para a
situação-base constante do item 3.
(1)

GAT =

(2)

GAC =

∆% LL
∆% Vendas
MCT
LAIR

=

=

+ 60%
+ 10%

$ 36.000.000
$ 6.000.000

=

− 60%
− 10%

= 6 vezes

= 6 vezes

Concluímos que, a partir do nível de $ 6.000 e mantendo constantes os $
30.000.000 de custos fixos totais, qualquer variação positiva ou negativa no volume provocaria acréscimo ou decréscimo 6 vezes maior no lucro líquido.

7. Relação entre alavancagem operacional, financeira e total
A alavancagem total reflete o impacto combinado das alavancagens operacional e financeira na empresa. Graus elevados de alavancagem operacional e financeira
fazem com que a alavancagem total seja alta. O contrário também é verdade. A relação
entre operacional e financeira é multiplicativa, e não aditiva. A relação entre o grau de alavancagem total (GAT) e os graus de alavancagem operacional (GAO) e financeira
(GAF) é dada pela equação:
GAT = GAO x GAF
47
TESTE 6
1) A Namoda Confecções tem custos operacionais fixos de $ 380.000, custos
operacionais variáveis de $ 16 a unidade e o preço de venda é igual a $ 63,50 a unidade.
a. Calcule o ponto de equilíbrio operacional em unidades.
b. Calcule o LAJIR da empresa a 9 mil, 10 mil e 11 mil unidades, respectivamente.
c. Usando 10 mil unidades como nível de referência, quais são as variações percentuais
de unidades vendidas e LAJIR, à medida que as vendas vão do item de referência aos
outros níveis usados no item b?
d. Use as porcentagens calculadas no item c para determinar o grau de alavancagem
operacional (GAO).
e. Utilize a fórmula para calcular o GAO no nível de 10 mil unidades.
2) A Noroeste Selvagem tem atualmente uma estrutura de capital composta de
obrigações no valor total de $ 250.000, pagando juros anuais de 16%. A empresa é
tributada à alíquota de 35%. Usando o LAJIR de $ 80.000 como base, calcule o grau de
alavancagem financeira (GAF).
3) A Empresa Bolas Beach produz bolas de praia infláveis e vende 400 mil unidades por
ano. Cada bola produzida tem custo operacional variável de 0,84 e é vendida ao preço de
$ 1. Os custos operacionais fixos são de $ 28.000. A empresa paga juros anuais de $
6.000 e a alíquota de imposto de renda é igual a 35%.
a. Calcule o ponto de equilíbrio operacional em unidades.
b. Calcule o grau de alavancagem operacional, financeira e total.
4) A empresa R vende 100 mil unidades a $ 2 cada; seus custos operacionais variáveis
são de $ 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $ 6.000. Os juros são
de $ 10.000 por ano. A empresa W vende 100 mil unidades a $ 2,50 cada; seus custos
operacionais variáveis são de $ 1 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $
62.500. Os juros são de $ 17.500 por ano. Suponha que ambas as empresas sejam
tributadas à alíquota de 35%.
a. Calcule o grau de alavancagem operacional, financeira e total da empresa R.
b. Calcule o grau de alavancagem operacional, financeira e total da empresa W.
5) São apresentados a seguir alguns dados relativos às Companhias Ômicron e Gama.

Margem de contribuição total
Lucro operacional
Despesas financeiras
Lucro antes do imposto de renda
Lucro líquido

(MCT)
(LAJIR)
(Ff)
(LAIR)
(LL)

Cia. Ômicron
Em $ mil
60.000
28.000
16.000
12.000
7.800

Cia. Gama
Em $ mil
78.000
18.000
6.000
12.000
7.800

A partir desses dados:
a. Calcule os graus de alavancagem operacional, financeira e combinada sobre os
resultados dessas empresas.
b. Comprove os graus de alavancagem encontrados através de demonstrações do resultado, iniciando pelas respectivas situações-base (LAIR = $ 12.000) e considerando
acréscimos e decréscimos de 10% sobre os volumes de produção e vendas.
48
Referências Bibliográficas
LIVROS CONSULTADOS E INDICADOS

ABREU FILHO, José Carlos Franco de – Finanças corporativas – 7ª ed. – Rio de
Janeiro: Editora FGV; 2006.
BRAGA, Roberto – Fundamentos e técnicas de administração financeira – São Paulo:
Atlas, 1989.
FERNANDES, Rogério Mário – Orçamento empresarial: uma abordagem conceitual e
metodológica com prática através de simulador – Belo Horizonte: Editora UFMG;
2005.
GITMAN, Lawrence J. – Princípios de administração financeira – 10ª ed. São Paulo:
Pearson, 2004.
LEITE, Hélio de Paula – Introdução à Administração Financeira – 2ª ed. São Paulo:
Atlas, 1994.
MACHADO, José Roberto – Administração de finanças empresariais – 2ª ed. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2004.
MAGALHÃES, Antônio Raimundo Chagas – Administração financeira para estudantes
de Administração – Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 2005.
MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços – 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MOREIRA, José Carlos – Orçamento empresarial: manual de elaboração – 5ª ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
PADOVEZE, Clóvis – Planejamento orçamentário – São Paulo: Pioneira, 2005.
ROSS, Stephen. Administração Financeira – São Paulo: Atlas.
SANVICENTE, A. Zoratto. Administração financeira – 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1997.
SANVICENTE, A. Zoratto; SANTOS, C. da Costa – Orçamento na administração de
empresas: planejamento e controle – 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1983.
SILVA, José Pereira da – Análise financeira das empresas – 7ª ed. São Paulo: Atlas,
2005.

49
Glossário
TERMOS TÉCNICOS USADOS EM ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

AMORTIZAÇÃO: Representa a conta que registra a diminuição do valor dos bens intangíveis registrados no
ativo permanente, é a perda de valor de capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial
ou comercial e quaisquer outros, com existência ou exercício de duração limitada,
ATIVO: São todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas do ativo têm saldos
devedores.
ATIVO CIRCULANTE: Dinheiro em caixa ou em bancos; bens, direitos e valores a receber no prazo
máximo de um ano, ou seja realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques de mercadorias produzidas, etc);
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
BALANÇO: É um quadro (mapa, gráfico, etc.) onde é demonstrada a situação econômica/ financeira da
empresa na data a que o balanço diz respeito.
BENS: Tudo que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça necessidades humanas.
BENS INTANGÍVEIS: Não possuem existência física, porém, representam uma aplicação de capital
indispensável aos objetivos, como marcas e patentes, formulas ou processos de fabricação, direitos
autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial, fundo de comércio etc.
CAPITAL DE TERCEIROS: Representam recursos originários de terceiros utilizados para a aquisição de
ativos de propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível.
CAPITAL PRÓPRIO: São os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de
suas operações sociais. Corresponde ao patrimônio líquido.
CAPITAL SOCIAL: É o valor previsto em contrato ou estatuto, que forma a participação (em dinheiro, bens
ou direitos) dos sócios ou acionistas na empresa.
CONTABILIDADE: É a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando representá-lo graficamente,
evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua interpretação, análise e auditagem e servir como
instrumento básico para a tomada de decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com
a empresa.
CONTAS DE RESULTADO: Registram as variações patrimoniais e demonstram o resultado do exercício
(receitas e despesas).
CONTAS PATRIMONIAIS: Representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e
situação líquida).
CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: são classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso são
demonstradas com o sinal (-).
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC): Relaciona o conjunto de ingressos e desembolsos
financeiros de empresa em determinado período. Procura-se analisar todo deslocamento de cada unidade
monetária dentro da empresa.
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS/ PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA): Tem por objetivo demonstrar a
movimentação da conta de lucros ou prejuízos acumulados, ainda não distribuídos aos sócios titular ou aos
acionistas, revelando os eventos que influenciaram a modificação do seu saldo. Essa demonstração deve,
também revelar o dividendo por ação do capital realizado.
DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL): Fornece a movimentação
ocorrida durante os exercícios nas contas componentes do Patrimônio Líquido, faz clara indicação do fluxo
de uma conta para outra além de indicar a origem de cada acréscimo ou diminuição no PL.
DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR): Tem por objetivo a
demonstração contábil destinada a evidenciar num determinado período as modificações que originaram as
variações no capital circulante líquido da Entidade. E apresentar informações relacionadas a financiamentos
(origens de recursos) e investimentos (aplicações de recursos) da empresa durante o exercício, onde, estes
recursos são os que afetam o capital circulante líquido (CCL) da empresa.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE): Destina-se a evidenciar a formação de
resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o
regime de competência.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BÁSICAS: Balanço Patrimonial; Demonstração de Resultado; Demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados; Demonstrações das Mutações do PL; Demonstrações
das Origens e Aplicações dos recursos; Notas Explicativas.

50
Apostila afoe cont
Apostila afoe cont
Apostila afoe cont

More Related Content

What's hot

Capial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciaCapial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciakennyaeduardo
 
Cap 1 fundamentos da gestao do capital de giro
Cap 1   fundamentos da gestao do capital de giroCap 1   fundamentos da gestao do capital de giro
Cap 1 fundamentos da gestao do capital de giroJaques Rodrigues Silva
 
Contabilidade geral exerc 8
Contabilidade geral exerc 8Contabilidade geral exerc 8
Contabilidade geral exerc 8J M
 
Classe 5 - Capital, reservas e resultados
Classe 5 - Capital, reservas e resultadosClasse 5 - Capital, reservas e resultados
Classe 5 - Capital, reservas e resultadosAminudineCarlosAbaca
 
Capital de giro exercicios
Capital de giro exerciciosCapital de giro exercicios
Capital de giro exerciciosadmcontabil
 
Capital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamento
Capital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamentoCapital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamento
Capital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamentoUeliton Carvalho
 
Fundamentos da Gestão do Capital de Giro
Fundamentos da Gestão do Capital de GiroFundamentos da Gestão do Capital de Giro
Fundamentos da Gestão do Capital de GiroXVI Finance
 
Capital de Giro e Ciclo Financeiro
Capital de Giro e Ciclo FinanceiroCapital de Giro e Ciclo Financeiro
Capital de Giro e Ciclo FinanceiroAndré Faria Gomes
 
Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10
Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10
Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10Wandick Rocha de Aquino
 
Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4
Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4
Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4Wandick Rocha de Aquino
 
Aula Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012
Aula   Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012Aula   Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012
Aula Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012Rafael Gonçalves
 
Apostila de-fluxo-de-caixa-download
Apostila de-fluxo-de-caixa-downloadApostila de-fluxo-de-caixa-download
Apostila de-fluxo-de-caixa-downloadAndrea Costa
 
Apresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao Financeira
Apresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao FinanceiraApresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao Financeira
Apresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao FinanceiraPPS Fã
 
Questionario contabil administrando custos
Questionario contabil administrando custosQuestionario contabil administrando custos
Questionario contabil administrando custosrazonetecontabil
 

What's hot (20)

Capital De Giro
Capital De GiroCapital De Giro
Capital De Giro
 
Capial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciaCapial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvência
 
Palestra capital de giro
Palestra capital de giroPalestra capital de giro
Palestra capital de giro
 
Cap 1 fundamentos da gestao do capital de giro
Cap 1   fundamentos da gestao do capital de giroCap 1   fundamentos da gestao do capital de giro
Cap 1 fundamentos da gestao do capital de giro
 
Contabilidade geral exerc 8
Contabilidade geral exerc 8Contabilidade geral exerc 8
Contabilidade geral exerc 8
 
Classe 5 - Capital, reservas e resultados
Classe 5 - Capital, reservas e resultadosClasse 5 - Capital, reservas e resultados
Classe 5 - Capital, reservas e resultados
 
Capital de giro exercicios
Capital de giro exerciciosCapital de giro exercicios
Capital de giro exercicios
 
Capital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamento
Capital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamentoCapital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamento
Capital de giro: decisão de investimento e estratégia de financiamento
 
Fundamentos da Gestão do Capital de Giro
Fundamentos da Gestão do Capital de GiroFundamentos da Gestão do Capital de Giro
Fundamentos da Gestão do Capital de Giro
 
Capital de Giro e Ciclo Financeiro
Capital de Giro e Ciclo FinanceiroCapital de Giro e Ciclo Financeiro
Capital de Giro e Ciclo Financeiro
 
Giro apresentação 2016
Giro apresentação 2016Giro apresentação 2016
Giro apresentação 2016
 
Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10
Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10
Práticas Financeiras e Contábeis - :Aulas 9 e 10
 
Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4
Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4
Práticas Financeiras e Contábeis - Aulas 3 e 4
 
Aula Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012
Aula   Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012Aula   Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012
Aula Administração do capital de giro - adm caixa 07.05.2012
 
Apostila de-fluxo-de-caixa-download
Apostila de-fluxo-de-caixa-downloadApostila de-fluxo-de-caixa-download
Apostila de-fluxo-de-caixa-download
 
Apresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao Financeira
Apresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao FinanceiraApresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao Financeira
Apresentacao De Slides Em Powerpoint Sobre Administracao Financeira
 
Fluxo de Caixa1
Fluxo de Caixa1Fluxo de Caixa1
Fluxo de Caixa1
 
Gestão de Tesouraria
Gestão de TesourariaGestão de Tesouraria
Gestão de Tesouraria
 
Questionario contabil administrando custos
Questionario contabil administrando custosQuestionario contabil administrando custos
Questionario contabil administrando custos
 
Gestao financeira
Gestao financeiraGestao financeira
Gestao financeira
 

Viewers also liked

Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 05 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral   aula 05 cathedraExercicios resolvidos contabilidade geral   aula 05 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 05 cathedracontacontabil
 
HOJA DE VIDA COORPORATIVA
HOJA DE VIDA COORPORATIVA HOJA DE VIDA COORPORATIVA
HOJA DE VIDA COORPORATIVA alexandrabago
 
Formato de hoja de vida coorporativa
Formato de hoja de vida coorporativaFormato de hoja de vida coorporativa
Formato de hoja de vida coorporativaStefhani Martinez
 
Aulas de Investimentos (capital de giro)
Aulas de Investimentos (capital de giro)Aulas de Investimentos (capital de giro)
Aulas de Investimentos (capital de giro)Adriano Bruni
 
Cap. 1 aspectos básicos do orçamento
Cap. 1 aspectos básicos do orçamentoCap. 1 aspectos básicos do orçamento
Cap. 1 aspectos básicos do orçamentokennyaeduardo
 
Orçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipú
Orçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipúOrçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipú
Orçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipúGis Viana de Brito
 
Aula teste orçamento empresarial
Aula teste orçamento empresarialAula teste orçamento empresarial
Aula teste orçamento empresarialduartedebora
 
10. Análise financeira dinâmica.
10. Análise financeira dinâmica.10. Análise financeira dinâmica.
10. Análise financeira dinâmica.Adriano Bruni
 
Exercícios+payback,tir,vpl+respostas
Exercícios+payback,tir,vpl+respostasExercícios+payback,tir,vpl+respostas
Exercícios+payback,tir,vpl+respostasCarolina França
 
Apostila 07 ponto de equilíbrio e grau de alavancagem
Apostila 07   ponto de equilíbrio e grau de alavancagemApostila 07   ponto de equilíbrio e grau de alavancagem
Apostila 07 ponto de equilíbrio e grau de alavancagemzeramento contabil
 
Gestao estrategica de custos
Gestao estrategica de custosGestao estrategica de custos
Gestao estrategica de custosRogerio Rodrigues
 
Apostila 04 orçamento de produção
Apostila 04   orçamento de produçãoApostila 04   orçamento de produção
Apostila 04 orçamento de produçãokatiagomide
 
Metodologia do Design - Aplicação no Contexto Atual
Metodologia do Design - Aplicação no Contexto AtualMetodologia do Design - Aplicação no Contexto Atual
Metodologia do Design - Aplicação no Contexto AtualGabriel Meneses
 
Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 11 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral   aula 11 cathedraExercicios resolvidos contabilidade geral   aula 11 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 11 cathedracathedracontabil
 
Apostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidos
Apostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidosApostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidos
Apostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidosdudu_rosa
 
1000 exercicios de contabilidade com gabarito
1000 exercicios de contabilidade com gabarito1000 exercicios de contabilidade com gabarito
1000 exercicios de contabilidade com gabaritoNelio019
 

Viewers also liked (18)

Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 05 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral   aula 05 cathedraExercicios resolvidos contabilidade geral   aula 05 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 05 cathedra
 
HOJA DE VIDA COORPORATIVA
HOJA DE VIDA COORPORATIVA HOJA DE VIDA COORPORATIVA
HOJA DE VIDA COORPORATIVA
 
Formato de hoja de vida coorporativa
Formato de hoja de vida coorporativaFormato de hoja de vida coorporativa
Formato de hoja de vida coorporativa
 
Aulas de Investimentos (capital de giro)
Aulas de Investimentos (capital de giro)Aulas de Investimentos (capital de giro)
Aulas de Investimentos (capital de giro)
 
Cap. 1 aspectos básicos do orçamento
Cap. 1 aspectos básicos do orçamentoCap. 1 aspectos básicos do orçamento
Cap. 1 aspectos básicos do orçamento
 
Orçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipú
Orçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipúOrçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipú
Orçamento empresarial 13 05-2014-slide 1ª ap - turma de ipú
 
Aula teste orçamento empresarial
Aula teste orçamento empresarialAula teste orçamento empresarial
Aula teste orçamento empresarial
 
10. Análise financeira dinâmica.
10. Análise financeira dinâmica.10. Análise financeira dinâmica.
10. Análise financeira dinâmica.
 
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
ORÇAMENTO EMPRESARIALORÇAMENTO EMPRESARIAL
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
 
Exercícios+payback,tir,vpl+respostas
Exercícios+payback,tir,vpl+respostasExercícios+payback,tir,vpl+respostas
Exercícios+payback,tir,vpl+respostas
 
Apostila 07 ponto de equilíbrio e grau de alavancagem
Apostila 07   ponto de equilíbrio e grau de alavancagemApostila 07   ponto de equilíbrio e grau de alavancagem
Apostila 07 ponto de equilíbrio e grau de alavancagem
 
Gestao estrategica de custos
Gestao estrategica de custosGestao estrategica de custos
Gestao estrategica de custos
 
Apostila 04 orçamento de produção
Apostila 04   orçamento de produçãoApostila 04   orçamento de produção
Apostila 04 orçamento de produção
 
Administração de materiais 2008_02
Administração de materiais 2008_02Administração de materiais 2008_02
Administração de materiais 2008_02
 
Metodologia do Design - Aplicação no Contexto Atual
Metodologia do Design - Aplicação no Contexto AtualMetodologia do Design - Aplicação no Contexto Atual
Metodologia do Design - Aplicação no Contexto Atual
 
Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 11 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral   aula 11 cathedraExercicios resolvidos contabilidade geral   aula 11 cathedra
Exercicios resolvidos contabilidade geral aula 11 cathedra
 
Apostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidos
Apostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidosApostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidos
Apostila contabilidade geral 133 exercicios resolvidos
 
1000 exercicios de contabilidade com gabarito
1000 exercicios de contabilidade com gabarito1000 exercicios de contabilidade com gabarito
1000 exercicios de contabilidade com gabarito
 

Similar to Apostila afoe cont

modulo_16_-_controlo_oramental.pptx
modulo_16_-_controlo_oramental.pptxmodulo_16_-_controlo_oramental.pptx
modulo_16_-_controlo_oramental.pptxSoniaMoreira44
 
Capitulo 1 Introducao.pdf
Capitulo 1 Introducao.pdfCapitulo 1 Introducao.pdf
Capitulo 1 Introducao.pdfRaulPinheiro20
 
Portifólio administração e finanças
Portifólio administração e finançasPortifólio administração e finanças
Portifólio administração e finançasAndréia Cruz
 
Portfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IV
Portfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IVPortfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IV
Portfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IVAndréia Cruz
 
Introdução a Administração Financeira.pptx
Introdução a Administração Financeira.pptxIntrodução a Administração Financeira.pptx
Introdução a Administração Financeira.pptxAlexLeao4
 
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)Jose Rudy
 
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)Jose Rudy
 
12 1 Capí
12 1 Capí12 1 Capí
12 1 CapíFasup
 
12.1 capí..
12.1 capí..12.1 capí..
12.1 capí..Fasup
 
Administracao unidade11
Administracao unidade11Administracao unidade11
Administracao unidade11koddyrj2011
 
Apostila de administração financeira e orçamentária ii
Apostila de administração financeira e orçamentária iiApostila de administração financeira e orçamentária ii
Apostila de administração financeira e orçamentária iiGJ MARKETING DIGITAL
 
Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012Jose Rudy
 

Similar to Apostila afoe cont (20)

modulo_16_-_controlo_oramental.pptx
modulo_16_-_controlo_oramental.pptxmodulo_16_-_controlo_oramental.pptx
modulo_16_-_controlo_oramental.pptx
 
Gestao financeira01
Gestao financeira01Gestao financeira01
Gestao financeira01
 
Capitulo 1 Introducao.pdf
Capitulo 1 Introducao.pdfCapitulo 1 Introducao.pdf
Capitulo 1 Introducao.pdf
 
Gestao financeira (doc1)
Gestao financeira (doc1)Gestao financeira (doc1)
Gestao financeira (doc1)
 
Gestao financeira i.indb_1_ doc1
Gestao financeira i.indb_1_ doc1Gestao financeira i.indb_1_ doc1
Gestao financeira i.indb_1_ doc1
 
Portifólio administração e finanças
Portifólio administração e finançasPortifólio administração e finanças
Portifólio administração e finanças
 
Portfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IV
Portfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IVPortfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IV
Portfolio Administração Financeira e Análise de Investimento IV
 
Apostila financ i
Apostila financ iApostila financ i
Apostila financ i
 
Orçamento artigo
Orçamento artigoOrçamento artigo
Orçamento artigo
 
Introdução a Administração Financeira.pptx
Introdução a Administração Financeira.pptxIntrodução a Administração Financeira.pptx
Introdução a Administração Financeira.pptx
 
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
 
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
 
12
1212
12
 
12 1 Capí
12 1 Capí12 1 Capí
12 1 Capí
 
12.1 capí..
12.1 capí..12.1 capí..
12.1 capí..
 
Administracao unidade11
Administracao unidade11Administracao unidade11
Administracao unidade11
 
Material de Estudo - DAF
Material de Estudo - DAFMaterial de Estudo - DAF
Material de Estudo - DAF
 
Apostila de administração financeira e orçamentária ii
Apostila de administração financeira e orçamentária iiApostila de administração financeira e orçamentária ii
Apostila de administração financeira e orçamentária ii
 
Um olhar a vida finaeira da empresa cap 3
Um olhar a vida finaeira da empresa cap 3Um olhar a vida finaeira da empresa cap 3
Um olhar a vida finaeira da empresa cap 3
 
Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012
 

Recently uploaded

ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 

Recently uploaded (20)

ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 

Apostila afoe cont

  • 1.
  • 2. Sumário ASSUNTOS ABORDADOS Visão geral da disciplina Unidade 1 A função financeira Finanças e empresas A função de Administração Financeira A meta da Administração Financeira Análise financeira de empresas Unidade 2 Orçamento empresarial Denominação; definições e objetivos Orçamento de investimentos Orçamento operacional Orçamento financeiro Unidade 3 Administração do capital de giro Conceito de capital de giro Estrutura do capital de giro Necessidade do capital de giro Administração das disponibilidades, de clientes, de estoques e compras Unidade 4 Análise de investimento Métodos de avaliação dos investimentos Método do Prazo de retorno (período de payback) Método do Valor Presente Líquido Método da Taxa Interna de Retorno Unidade 5 Análise do ponto de equilíbrio Conceitos básicos; equações usadas; considerações; e limitações Cálculo e análise do ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio contábil (ponto de equilíbrio operacional e global) Ponto de equilíbrio econômico e financeiro Unidade 6 Aplicações de alavancagem Conceitos Grau de Alavancagem Financeira Grau de Alavancagem Operacional Grau de Alavancagem Combinada Aplicação da alavancagem na gestão financeira. Referências bibliográficas Glossário Sítios de Internet
  • 3. Visão geral da disciplina EMENTA CURSO: Contabilidade DISCIPLINA: Administração Financeira e Orçamento Empresarial CARGA HORÁRIA: 60 horas-aulas PROFESSOR: José Nilton Leite de Oliveira Bacharel em Administração de Empresas, pela Faculdade de Ciências Administrativas e de Tecnologia – Porto Velho-RO - 2004. Especialista em Controladoria e Gestão Financeira, pela Unipec – Porto Velho-RO – 2005. Pós-graduando em Docência do Ensino Superior, pela Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro-RJ. Especialista em Ensino a Distância, pela Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro-RJ. Registro Profissional: CRA – RO/AC – 1.368. EMENTA DA DISCIPLINA Significado e objetivo da Administração Financeira. A Contabilidade como instrumento auxiliar da Administração Financeira e o papel do contador. Planejamento financeiro. Orçamento empresarial. Implantação orçamentária. Acompanhamento e controle orçamentário. Administração do Capital de Giro: estrutura e necessidade de giro, disponibilidades, clientes, estoques e compras. Avaliação econômica e financeira do empreendimento. Análise do ponto de equilíbrio. Conceitos e aplicações da alavancagem financeira e alavancagem operacional. Métodos de avaliação dos investimentos: payback, valor presente líquido e taxa interna de retorno. OBJETIVOS GERAIS Desenvolver a capacidade de analisar e interpretar a situação econômica e financeira das organizações, bem como avaliar os resultados decorrentes de sua operacionalização e da realização de investimentos, de modo auxiliar a tomada de decisões quanto ao desempenho e a utilização de recursos financeiros. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Significado e objetivo da Administração Financeira Visão estratégica da empresa; Estrutura da função financeira; Áreas de decisões financeiras; O analista e suas atividades básicas; A Contabilidade como instrumento auxiliar da Administração Financeira e o papel do contador. 2. Orçamento Empresarial Denominação; definições e objetivos; o planejamento e o orçamento; tipos de orçamento; vantagens do orçamento; decisão de implantar; requisitos para implantação; prática orçamentária; orçamento integrado (orçamento de investimentos, operacional e financeiro); período orçamentário e cronograma; sequência das atividades; limitações do orçamento. 3. Administração do Capital de Giro Conceito de capital de giro; estrutura do capital de giro; necessidade do capital de giro; administração das disponibilidades, de clientes, de estoques e compras.
  • 4. 4. Análise de investimento Métodos de avaliação dos investimentos; Método do Prazo de retorno (período de payback); Método do Valor Presente Líquido; e Método da Taxa Interna de Retorno. 5. Análise do ponto de equilíbrio Conceitos básicos; equações usadas; representações no plano cartesiano; cálculo do PE quando a empresa produz e vende um só produto; análise do PE; considerações e limitações; Ponto de Equilíbrio Contábil (ponto de equilíbrio operacional e global); Econômico e Financeiro. 6. Aplicações de Alavancagem Conceitos; Grau de Alavancagem Financeira; Grau de Alavancagem Operacional; Grau de Alavancagem Combinada; Aplicação da alavancagem na gestão financeira. METODOLOGIA Distribuição de apostila-resumo. Aulas expositivas com a participação dos alunos, visando embasamento teórico. Exercícios de fixação, em sala de aula, dos conteúdos ministrados, aplicação de estudos de casos e prática orçamentária. Trabalho de diagnóstico econômico-financeiro e elaboração do orçamento de um empreendimento. Avaliações buscando verificar o aprendizado, sua aplicabilidade e a superação dos conteúdos. ATIVIDADES DISCENTES Elaboração de uma análise de investimento para um empreendimento; e elaboração de um orçamento empresarial passo a passo sob a orientação do professor. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO Serão efetuadas duas avaliações bimestrais. Em cada uma das notas bimestrais serão considerados os quesitos abaixo: Participação Demonstração de interesse pela disciplina, compreendendo: assiduidade; aquisição dos livros indicados na bibliografia; questionamentos em sala de aula sobre a matéria e respostas a perguntas formuladas pelo professor; exemplos de vivência empresarial; avaliação repentina (sem data marcada). Trabalho Individual ou em grupo. No 1º bimestre: elaboração de um orçamento integrado. No 2º bimestre: elaboração de uma análise de investimento para uma empresa. Prova Avaliação escrita com questões objetivas e subjetivas. 1
  • 5. CRONOGRAMA DIA MÊS AULA 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 CONTEÚDO Apresentação do professor, da disciplina, da metodologia, do conteúdo programático Conceito, significado e importância da disciplina. A função financeira Conceito, significado e importância da disciplina. A função financeira Orçamento empresarial Orçamento empresarial Orçamento empresarial Atividade extra-classe relacionada a Orçamento Empresarial Primeira Prova Parcial Administração do capital de giro Administração do capital de giro Administração do capital de giro Avaliação do 1° Bimestre Análise de investimento Análise de investimento Análise do ponto de equilíbrio Análise do ponto de equilíbrio Princípios de alavancagem Atividade extra-classe relacionada ao trabalho técnico Princípios de alavancagem Apresentação do trabalho técnico Avaliação do 2° Bimestre 5
  • 6. Unidade 1 A FUNÇÃO FINANCEIRA 1. Objetivos de Aprendizagem - Definir finanças e as principais áreas de finanças; - Mostrar a relação entre análise financeira e outras disciplinas; - Descrever a função do administrador na empresa. 2. Introdução Todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela dos lucros. Desse modo, cada empresa pode ser visualizada como um sistema que multiplica os recursos financeiros nela investidos. A função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos. Encontrada em qualquer tipo de empresa, a função financeira tem um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento. 3. Finanças e empresas A área de finanças é ampla e dinâmica. Afeta diretamente a vida de todas as pessoas e organizações. Podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro. A área de finanças preocupa-se com os processos, as instituições, os mercados e os instrumentos associados à transferência de dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais. Muitas pessoas poderão se beneficiar da compreensão do campo de finanças, pois lhe permitirá tomar melhores decisões financeiras pessoais. Entender essa área também é essencial para as pessoas que trabalham em atividades financeiras, porque poderão interagir eficazmente com o pessoal, os processos e os procedimentos do campo financeiro. A Administração Financeira está estreitamente ligada à Contabilidade, na qual aproveita certos dados da Contabilidade. Embora estas disciplinas estejam relacionadas, há diferenças marcantes entre elas. Muitos consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre essas funções, a função contábil é mais bem visualizada como um insumo necessário à função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Financeira. Esta visão está de acordo com a organização tradicional das atividades de uma empresa em três áreas básicas – produção, finanças e mercadologia. Em geral considera-se que a função contábil deve ser controlada pelo vice-presidente financeiro. Contudo, há duas diferenças básicas de 6
  • 7. perspectiva entre a Administração Financeira e a Contabilidade – uma se refere ao tratamento de fundos e a outra à tomada de decisão. Tratamento de Fundos O Contador, cuja função básica é desenvolver e fornecer dados para avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira e pagar impostos, difere do Administrador Financeiro da maneira como vê os fundos da empresa. O Contador usando certos princípios padronizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas quando incorridas. Este método contábil é geralmente chamado de Regime de Competência dos exercícios contábeis. A receita oriunda da venda de mercadorias a crédito, pela qual não se tem recebido ainda o pagamento efetivo de caixa, aparecem nas demonstrações financeiras da empresa como contas a receber, um ativo temporário. As despesas são tratadas de modo semelhante – isto é, certos passivos são criados para representar bens ou serviços que foram recebidos, mas ainda devem ser pagos. Esses itens são normalmente listados no Balanço como contas a pagar. O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito às entradas e saídas de caixa. Exemplo A Companhia Thomas, no ano em que findou, realizou uma venda no montante de $ 100.000 de mercadorias adquiridas durante o ano por $ 80.000. Embora a companhia tenha pago integralmente pelas mercadorias durante o ano, ainda tem a receber do cliente ao qual a venda foi feita, no fim do ano. A perspectiva contábil baseada na competência dos exercícios e a perspectiva financeira baseada no fluxo de caixa para o desempenho da empresa durante o ano são representadas pelas Demonstrações do Resultado e do Fluxo de Caixa, respectivamente. COMPANHIA THOMAS PERSPECTIVA CONTÁBIL Demonstração do Resultado para o ano findo em 31/12 (+) Receitas de vendas (-) Despesas (=) Lucro Líquido PERSPECTIVA FINANCEIRA Demonstração do Fluxo de Caixa para o ano findo em 31/12 (+) Entrada de Caixa (-) Saída de Caixa (=) Fluxo Líquido de Caixa Comparando as duas demonstrações financeiras, pode-se perceber que, enquanto sob o ponto de vista contábil a empresa é bastante lucrativa, de acordo com a ótica financeira é um fracasso. Sem entradas adequadas de caixa para saldar suas obrigações, a empresa sobreviverá a despeito do seu nível de lucros. A lição do exemplo acima é que os dados contábeis não descrevem inteiramente as circunstâncias financeiras de uma empresa. O Administrador Financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras da sua companhia para perceber problemas que estão surgindo ou existem. A falta de fluxo de caixa para a Companhia Thomas originou-se da conta a receber não cobrada. O Administrador Financeiro, centrando a atenção no fluxo de caixa, deveria ser capaz de evitar a insolvência e alcançar os objetivos financeiros da empresa. 7
  • 8. Tomada de decisão Os deveres do executivo financeiro diferem dos do Contador, pois este se dedica basicamente, a coleta e apresentação de dados financeiros. O executivo financeiro avalia as demonstrações do Contador, desenvolve dados adicionais e toma decisões com base em análises subseqüentes. O papel do Contador é prover dados que sejam desenvolvidos e interpretados com facilidade, sobre operações passadas, presentes e futuras da empresa. O Administrador Financeiro usa estes dados, seja em sua forma bruta, seja depois de fazer certos ajustes e análises, como um importante insumo ao processo de tomada de decisão financeira. Obviamente, isto não quer dizer que os Contadores jamais tomem decisões e que os Administradores Financeiros jamais coletem dados; a ênfase básica da Contabilidade e Administração Financeira é sobre as funções que indicamos. 4. A função de administração financeira A extensão e a importância da função financeira dependem, em grande parte, do tamanho da empresa. Em empresas pequenas, a função financeira é geralmente realizada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função financeira leva à criação de um Departamento Financeiro separado – uma unidade organizacional autônoma, ligada diretamente ao Presidente da companhia, através de um Vice-Presidente de Finanças. A figura abaixo mostra um organograma, destacando a estrutura da atividade financeira dentro da empresa. Reportando ao VicePresidente de Finanças estão o Tesoureiro e o Controller. O Tesoureiro geralmente é responsável por conduzir atividades financeiras, tais como a administração de atividades de crédito e a administração da carteira de investimentos. O Controller geralmente conduz as atividades contábeis relacionadas com impostos, processamento de dados, contabilidade de custos e contabilidade financeira. Como se poderia esperar, daremos ênfase às atividades do Tesoureiro ou Administrador Financeiro neste texto. Presidente Vice-Presidente de Produção Vice-Presidente de Finanças Tesoureiro Desenvolve funções executivas É um “homem de linha” Mantém relações externas com banqueiros e outros credores Administra os fluxos de recursos financeiros É responsável pela liquidez da empresa Vice-Presidente de Marketing Controller Desenvolve funções de assessoria É um homem de staff” Mantém relações internas, envolvendo-se com todas as áreas É o inspetor financeiro Está constantemente preocupado com a rentabilidade As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Suas três 8
  • 9. funções primordiais são: (1) a análise e planejamento financeiro; (2) a administração da estrutura de ativo da empresa; e (3) a administração de sua estrutura financeira. 1) Análise e Planejamento Financeiro Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito. 2) Administração da estrutura de ativo da empresa. O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantêlos. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer o conhecimento das operações passadas e futura da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. 3) Administração da Estrutura Financeira da Empresa. Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões são impostas por necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. As três funções do Administrador Financeiro descritas acima são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição financeira da empresa num dado instante. A avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira global da empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que podem ser melhoradas. Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa. BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Circulante Passivo Circulante Decisões de Investimento Decisões Financeiras Ativo Fixo Recursos de longo prazo 9
  • 10. 5. A meta da administração financeira Pode-se admitir que o objetivo primordial de cada empresa é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. A meta da administração financeira coincide com o objetivo básico dos proprietários ou acionistas. As decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa. Neste ponto, alguns poderiam supor que a administração financeira teria por objetivo a obtenção do maior lucro dentro do menor prazo possível. A idéia de maximização dos lucros não satisfaz por seu conteúdo imediatista. Na verdade, a meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas que constitui algo muito mais amplo e profundo do que a maximização dos lucros. A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos: Perspectiva de longo prazo: A empresa deve ser perpetuada, com isso poderá sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios no futuro. Valor do dinheiro no tempo: Considerando o valor do dinheiro no tempo, a seleção dos projetos a serem implementados visará aumentar ou, pelo menos, manter o valor de mercado da empresa. Retorno do capital próprio: A administração financeira deverá atender a expectativa dos acionista, que é a remuneração através dos dividendos. Risco: O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno. Dividendos: Deve ser adotada uma política de distribuição regular de dividendos para não desapontar aqueles acionistas que apreciam receber dividendos periódicos. 6. Análise financeira de empresas A análise financeira é uma ferramenta que nos auxilia na avaliação da empresa. A contabilidade é a linguagem dos negócios e as demonstrações contábeis são os canais de comunicação que nos fornecem dados e informações para diagnosticarmos o desempenho e a saúde financeira da empresa. A análise financeira ultrapassa a fronteira das demonstrações financeiras. A análise financeira precisa ter um enfoque holístico, abrangendo a estratégia da empresa, na qual inclui suas decisões de investimento e de financiamento, e, ainda, suas operações. As empresas têm objetivos importantes, como o retorno para os acionistas, propiciar um bom ambiente de trabalho para os funcionários, sua responsabilidade social, entre outros. A estratégia compreende os meios para atingir os objetivos. A empresa identifica as oportunidades e os riscos oferecidos pelo ambiente externo, define o que fazer e implementa ou ajusta sua estrutura organizacional para operacionalização daquilo que definiu. No âmbito estratégico, podemos identificar três áreas de decisões financeiras: Decisões de investimento: referem-se tanto à administração da estrutura do ativo quanto a implementação de novos projetos. Na administração da estrutura do ativo, diz respeito às aplicações de recursos em ativos, bem como aos retornos esperados e aos riscos oferecidos por esses ativos. Decisões de financiamento: referem-se à forma de como financiar os ativos, isto é, decorrem da estrutura de capitais que a empresa quer manter. Para cada unidade monetária de capital próprio, quanto a empresa quer manter de empréstimo? Qual o efeito de alavancagem, isto é, qual a melhoria no retorno, para os proprietários, conseguida pela empresa com o uso de recursos de terceiros? Quais os riscos que isso representa? 10
  • 11. Decisões relacionadas à destinação do lucro: estão vinculadas às oportunidades de investimentos, à estrutura de capitais e ao modo que a direção da empresa julga adequado e atrativo para distribuição de resultados aos possuidores de suas ações. Já no âmbito operacional, compreende à administração de “duplicatas a receber”, “estoques” e “contas a pagar a fornecedores”, esse grupo de contas está estritamente relacionado às atividades operacionais da empresa, havendo variáveis externas que interferem de forma significativa em seus comportamentos, tais como: o mercado (oferta e demanda) e os índices de inflação, entre outros fatores. A análise financeira de uma empresa envolve basicamente as seguintes atividades: COLETAR Obtenção das demonstrações contábeis e outras informações, como a relativas ao mercado de atuação da empresa, seus produtos, seu nível tecnológico, seus administradores e seus proprietários, bem como sobre o grupo a que a empresa pertence, entre outras. CONFERIR Consiste em uma pré-análise para verificar se as informações estão completas, se são compreensíveis e se são confiáveis. PREPARAR Fase de reclassificação das demonstrações contábeis para adequá-las aos padrões internos da instituição que vai efetuar a análise. Organização do material de leitura e demais dados disponíveis para análise. Esta fase é alicerce para a obtenção de uma boa análise. PROCESSAR Processamento das informações e emissão dos relatórios no formato interno da instituição. Entre os relatórios emitidos, podemos encontrar o próprio balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, o quando de evolução do Investimento Operacional em Giro (IOG), comparativamente ao CPL, entre outros. Além dos relatórios, há também indicadores de lucratividade, estrutura e liquidez, por exemplo. Normalmente, esse processo de emissão de relatórios e cálculos de indicadores é feito por meio de processamento eletrônico de dados. ANALISAR Fase de análise das informações disponíveis, principalmente dos relatórios e indicadores já obtidos, compreendendo a consistência das informações, a observação das tendências apresentadas pelos números e todas as demais conclusões que possam ser extraídas do processo. Essa é uma fase que exigi muito da capacidade de observação, do conhecimento e da experiência do analista. Nessa fase, portanto, há dois focos principais: I) um relativo a análise da empresa e dos diversos fatores relacionados a seu risco; e II) outro relativo a transação que pretendemos, como, por exemplo, a compra de ações ou aprovação de operação ou de limite de crédito. CONCLUIR Esta é uma das fases mais importantes da análise. Consiste em identificar, ordenar, destacar e escrever sobre os principais pontos e recomendações acerca da empresa. Não basta ser um bom analista, é preciso saber expor seu parecer em linguagem simples, clara e consistente, de modo que o usuário da análise, pela leitura do relatório, conheça a empresa e possa tomar decisão sobre a mesma. É importante destacar que o conhecimento prévio do objetivo da análise é fundamental para o analista no direcionamento de seu trabalho. 11
  • 12. TESTE 1 1) Comente sobre as três funções básicas do administrador financeiro com respeito às demonstrações financeiras da empresa. 2) O que você entende por análise financeira de empresas? Complemente o conceito, descrevendo as principais fases que envolvem um processo de análise de empresas. 3) Estabeleça a diferença entre contabilidade e administração financeira, quanto ao reconhecimento das despesas e receitas e quanto à tomada de decisão. 4) O que é um analista financeiro de empresas? De que modo a preocupação com o binômio risco/retorno está relacionada com a função do analista? 12
  • 13. Unidade 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL 1. Objetivos de Aprendizagem - Apresentar o planejamento e o controle orçamentário, partindo de uma perspectiva global; - Destacar o papel do planejamento e do controle orçamentário como instrumento de administração; 2. Introdução O planejamento financeiro de curto prazo é elaborado através da utilização de informações financeiras sobre o desempenho da empresa que, combinadas com as projeções dos fluxos de recursos esperados, vão propiciar aos administradores uma avaliação adequada da situação presente e uma previsão das perspectivas futuras. O sistema orçamentário traduz, em quantidades físicas e valores monetários, o desenvolvimento e os resultados de todos os planos das unidades operacionais e órgãos administrativos da empresa. 3. Orçamento anual O orçamento, por definição é o cálculo prévio das receitas e despesas para um período de tempo pré-estabelecido, formatando quadros mensuráveis em quantidades e valores, elaborado na fase do planejamento estratégico. controle é a adoção de medidas práticas e necessárias para aferição se os planos, diretrizes, políticas, padrões e objetivos estão sendo contemplados. Trata-se de mais uma ferramenta de Gestão Empresarial, utilizada para viabilizar, de forma eficaz e eficiente, o planejamento e os controles de dispositivos financeiros das atividades operacionais e de capital dentro do contexto empresarial, auxiliando e subsidiando na tomada de decisão. A elaboação de um orçamento a cada período de doze meses, é o detalhamento das políticas, metas e condições esperadas de atividade nesse período de doze meses, nos seus aspectos de operações e movimento de caixa, além da parcela correspondente dos projetos de investimento. O orçamento empresarial prevê para após a elaboração, a análise, a aprovação e a divulgação da peça orçamentária e o seu acompanhamento ou controle, se constitui na forma adequada de monitoramento do plano estratégico da organização com relação ao proposto para períodos de curto, médio e longo prazos. 4. Montagem de um orçamento anual De maneira sintética, inicialmente, deve ser preparada uma previsão de vendas para aquele período. Sendo a receita de vendas de produtos ou serviços, a principal fonte de entrada de recursos, é através da projeção das vendas que a empresa elabora todos os outros orçamentos. Depois é feito o orçamento de produção, que inclui o orçamento de compra de matéria-prima, o orçamento de despesas com mão-de-obra e o orçamento de de custos indiretos de produção. Conclui-se o processo de elaboração de uma projeção da demonstração do resultado do exercício com previsões a respeito de despesas administrativas e de vendas da empresa como um todo. 13
  • 14. A esquematização do orçamento de desempenho da empresa é mostrado na figura abaixo: ORÇAMENTO DE DESEMPENHO OBJETIVOS E METAS Orçamento de Vendas Orçamento de outras receitas MAIS MENOS CUSTOS E DESPESAS Orçamento de Produção Orçamento de Despesas de Vendas Orçamento de Despesas de Administrativas Orçamento de outras despesas Orçamento de Investimentos Consumo de Matéria-Prima Mão-de-obra direta Custos indiretos de produção ORÇAMENTO DE CAIXA 5. Vantagens e limitações do orçamento A utilização de um sistema orçamentário oferece inúmeras vantagens, dentre as mais significativas, destacamos: Fixação de objetivos e políticas para a empresa e suas unidades; Estímulo à participação de todos os responsáveis envolvidos no plano; A revelação de pontos de eficiência e ineficiência; Fornece critérios para alocação de recursos escassos. A implantação, a manutenção e o aperfeiçoamento do planejamento orçamentário constituem um trabalho de equipe que envolve todas as áreas da empresa e todos os níveis hierárquicos. Também ocorrem problemas quando os orçamentos são elaborados pelas diversas áreas da empresa. Podemos apontar as seguintes limitações existentes no processo orçamentário: O planejamento baseia-se em previsões e estimativas; A implantação é demorada e exige muita “doutrinação e treinamento; São necessárias revisões periódicas em face de circunstâncias não previstas O orçamento não funciona por si mesmo, exigindo o esforço de todos. 14
  • 15. 6. Orçamento de Vendas O orçamento de vendas é a peça básica de elaboração do orçamento, condicionando todo o processo. Constitui um plano de vendas futuras da empresa, para determinado período de tempo. Sua função principal é a determinação do nível de atividades futuras da empresa. Previsões de vendas: existem diversos métodos de previsão. Kotler cita seis métodos de previsão de procura, agrupados em três bases de informação: o que se diz, o que se faz e o que se fez. Os métodos baseados no que se diz buscam informações com os próprios consumidores ou com as pessoa que estejam em contato direto com esses consumidores, como vendedores, revendedores e representantes, ou ainda com especialistas internos ou externos à empresa. Os métodos baseados no que se faz são utilizados para novos produtos, e envolvem um teste de mercado para estimar as reações futuras dos consumidores. Os métodos baseados no que se fez envolvem a análise de informações de períodos passados por meio de técnicas matemáticas e estatísticas. Exemplo: Preço unitário de venda: Produto A: $ 50,00 Produto B: $ 70,00 Produto C: $ 1200,00 O órgão de orçamentos estimou os seguintes aumentos para o ano seguinte: 1º Abr: 15% 1º Ago: 15% Produtos Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL Produto A Qtd. Valor 350 17.500 70 3.500 70 3.500 183 10.523 304 17.480 608 34.960 608 34.960 1.324 87.556 265 17.525 530 35.049 794 52.507 530 35.049 350.109 Produto B Qtd. Valor 1.179 82.530 1.768 123.760 1.179 82.530 512 41.216 3.587 288.754 1.435 115.518 1.435 115.518 446 41.291 267 24.719 89 8.240 89 8.240 445 41.198 973.514 Produto C Qtd. Valor 15 1.800 16 1.920 18 2.160 16 2.208 13 1.794 13 1.794 14 1.932 13 2.063 20 3.174 28 4.444 6 952 5 794 25.035 Total 101.830 129.180 88.190 53.947 308.028 152.272 152.410 130.910 45.418 47.733 61.699 77.041 1.349.658 15
  • 16. ESTUDO DE CASO 1. Fazer a previsão de vendas para o ano X-2, utilizando a Média Móvel Simples para 3 períodos. 2. Projetar Preços de Vendas considerando: • Último preço em X-1: R$ 60,00 • Reajustar o preço em 20% para o 1º semestre e, • Incremento da inflação em 2% no 2º semestre; 3. A empresa tem uma estrutura de custo fixo de R$ 35.000,00 e custos variáveis unitários de R$ 18,00; 4. A partir do volume de vendas encontrado para o ano X-2, calcule os prováveis valores de faturamento para as seguintes alternativas: 1ª Alternativa: Mantendo os preços em X-1: R$ 60,00 2ª Alternativa: Mantendo os preços e aumentando o volume de vendas em 20%; 3ª Alternativa: Aumentando o volume de vendas em 20 %; e os preços em 5%; MÊS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL MÊS X1 102 119 150 148 95 80 70 250 247 255 280 295 2.091 Preços Reajustados X2 Alternativa 1 Pç Iniciais Pç Unt Alternativa 2 Vendas 20% Pç Total Alternativa 3 Vendas 20% Pç 5% Previsão de Vendas Pç Unit Receita Custos Variáveis Custos Fixos Custos Totais LUCRO BRUTO 16
  • 17. 7. Orçamento de Produção Depois de concluído o orçamento de vendas, o passo seguinte é a preparação do orçamento de produção. Elaborar a previsão das despesas de produção, requer a projeção de todos os gastos relativos à fabricação das unidades necessárias para suprir as vendas previstas para o período, e compreende: Orçamento de compra de matéria-prima. Orçamento de despesas com mão-de-obra. Orçamento de de custos indiretos de produção. Inicialmente se faz necessário um planejamento das quantidades a serem produzidas. Esse procedimento leva em conta o estoque de produtos já existentes, e ainda, a quantidade de produtos que deverá ficar disponível no final do período (estoque de segurança) para atender as vendas futuras. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO Ref. 1º Trim. Produto A Vendas previstas 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. TOTAL 490 1.095 2.197 1.854 5.636 Estoque Final Estoque Inicial Produção prevista 1.235 335 1.390 1.600 1.235 1.460 783 1.600 1.380 269 783 1.340 5.570 Produto B Vendas previstas 4.126 5.534 2.148 623 12.431 Estoque Final Estoque Inicial Produção prevista 2.674 3.200 3.600 740 2.674 3.600 1.592 740 3.000 3.669 1.592 2.700 12.900 Produto C Vendas previstas 49 42 47 39 177 Estoque Final Estoque Inicial Produção prevista 14 18 45 17 14 45 19 17 49 21 19 41 180 17
  • 18. ESTUDO DE CASO 1. Elaborar o orçamento de produção com base nas seguintes informações: a) Para atender o início do próximo período a empresa adota como estoque de segurança o equivalente a 10% da previsão de vendas. b) A empresa trabalha com um planejamento de produção trimestral. c) É de conhecimento da Direção que a máquina principal do processo produtivo não está perfeitamente regulada em decorrência dessa falha, ocorre uma perda na ordem de 4%. d) No ano X1 o estoque final foi de 60 unidades 1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim TOTAL Vendas orçadas Estoque Inicial Estoque Final Qtd a produzir Perdas Qtd. total a produzir 18
  • 19. 7.1 Orçamento de matéria-prima A elaboração deste orçamento requer o cumprimento das seguintes fases: a) determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o atendimento da produção; b) estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas; c) elaboração do programa de suprimentos d) determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção. 7.2. Orçamento de mão-de-obra A elaboração do orçamento de mão-de-obra direta também se reveste de grande importância para a maioria das empresas, pois absorve uma parcela substancial dos custos totais. Orçar a mão-de-obra direta significa: a) estimar a quantidade de mão-de-obra direta que será necessária para cumprir o programa de produção; b) projetar a taxa horária que será utilizada; c) calcular o custo total de mão-de-obra. Este orçamento pode ser apresentado detalhando-se as quantidades e os valores de mão-de-obra direta por produto, centro de custo e período de tempo. 7.3. Orçamento de custos indireto de produção Os custos indiretos de produção abrangem todos os custos fabris que não podem ser classificados como mão-de-obra direta ou matéria-prima, e são incorridos a nível de departamento ou a nível da fábrica como um todo. O orçamento de custos indiretos de produção consiste na projeção dessas despesas por período de tempo e agrupadas por responsabilidade. Este é um dos orçamentos mais complexos, dada a heterogeneidade dos itens envolvidos e a dificuldade para correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção. 8. Orçamento de despesas administrativas As despesas administrativas incluem todas as despesas necessárias para a gestão das operações de uma empresa e também os itens relativos a pessoal, viagens, telefonemas, telegramas, material de escritório, depreciação, seguros taxas, energia elétrica, serviços prestados por terceiros. As despesas administrativas são por natureza, predominantemente despesas fixas. Meses Despesas Ordenados Encargos sociais Viagens e representações Revistas e publicações Computação eletrônica Serviços terceirizados Material de escritório Telefones Correios Depreciações TOTAIS 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. TOTAL 19
  • 20. 9. Orçamento de despesas de vendas As despesas de vendas compreendem todos os gastos efetuados com a venda e a distribuição dos produtos. 10. Orçamento de caixa A projeção do fluxo de caixa é uma atividade indispensável para a grande maioria das instituições. O que pode variar é o grau de formalização utilizado em sua confecção. Com baixo ou elevado grau de formalização, o fato é que a grande maioria das empresas elabora algum tipo de projeção de fluxo de caixa. As razões para isso se prendem ao fato de que a manutenção de elevados saldos de caixa implica em prejuízo por estarem parados. Por outro lado, as faltas imprevistas de caixa trazem como conseqüência maiores ônus financeiros para a empresa. A projeção do fluxo de caixa permite que se visualize a provável posição do saldo de caixa no decorrer dos meses cobertos pelo período orçamentário, e em função disto torna-se possível identificar as prováveis faltas futuras de caixa, bem como os meses em que haverá excesso de numerário disponível. A elaboração do orçamento de caixa requer, entretanto, que se façam alguns ajustes nos orçamentos de receitas e despesas. Isto é necessário porque o orçamentos obedece ao princípio da competência do exercício, segundo a qual as receitas e as despesas são atribuídas aos períodos de acordo com a data do fato gerador, e não com a data de recebimento ou pagamento. Como os diversos orçamentos parciais até aqui elaborados foram preparados com base no conceito de competência do exercício, torna-se necessário que os coloquemos em termos de movimentação de caixa, o que é feito utilizando-se as políticas de pagamentos e recebimentos adotadas pela empresa. A seguir ilustramos com um modelo de orçamento de caixa ou fluxo de caixa: ORÇAMENTO DE CAIXA Meses Discriminação Saldo Inicial RECEBIMENTOS Vendas a prazo Vendas à vista Dividendos recebidos Empréstimos bancários Subscrição de ações Vendas de ativos Outros TOTAL DE RECEBIMENTO 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. TOTAL PAGAMENTOS Matérias-primas Materiais indiretos Instalações e equipamentos Salários e encargos sociais Impostos Juros Dividendos pagos TOTAL DE PAGAMENTOS SALDO FINAL DE CAIXA 20
  • 21. ESTUDO DE CASO Aluno: ________________________________________________ Data: ___/____/____ A Empresa J&C deseja planejar suas operações, para o período de julho a dezembro do ano X1, a partir do comportamento das vendas no primeiro semestre do mesmo ano, de forma que obtenha a previsão da receita e os respectivos custos diretos e indiretos, necessários para a produção. No quadro abaixo, estão apresentados os volumes de vendas do primeiro semestre: Jan 250 Fev 270 Mar 290 Abr 290 Mai 300 Jun 350 Também devem ser considerados os seguintes dados para elaboração do planejamento: 1) O estoque de produtos acabados em 30/06/X1 é de 80 unidades; considerar estoque de 30 unidades/mês de produtos acabados como estoque de segurança; 2) A projeção dos preços para venda, considerando: a. Último Preço de venda: R$ 220,00; b. Inflação de 5% para o período. 3) O produto é elaborado a partir de três matérias-primas básicas, cujos preços também estão sujeitos à mesma taxa inflacionária dos preços de venda, conforme abaixo: Matérias-Primas Quantidade utilizada por produto Último preço de aquisição A B C 3 Und 5 Und 2 Und R$ 3,00 R$ 2,00 R$ 2,50 4) A empresa mantém estoque das matérias-primas necessárias para a elaboração de 05 produtos, além das matérias-primas necessárias para produção dos produtos que se manterão em estoque de segurança, devido ao tempo de entrega pelos fornecedores; 5) A política de produção adotada nesta linha de produção é constante e apresenta uma perda no processo produtivo de 2% , limite máximo estabelecido pela empresa; 6) O produto passa por três processos que envolvem profissionais de diferentes especialidades, cujos valores de contratação são os relacionados abaixo, incluindo os encargos: a. processo K, demanda 2 horas do operador A, cujo valor da hora é de R$ 8,00 b. processo Y, demanda 1 horas do operador B, cujo valor da hora é de R$ 6,00 c. processo Z, que demanda 2 horas do operador C, cujo valor da hora é de R$ 7,00 7) A carga horária estabelecida é de 44 horas por semana, totalizando 176 h úteis no mês. São considerados, para cada trabalhador, 15% deste tempo como improdutivos, que são utilizados para pequenos descansos, higienização, e outros. 8) Nos meses de novembro de cada ano ocorrem o reajustamento da mão-de-obra contratada, através do acordo coletivo da categoria, e a estimativa para a próxima data base é a correção em 4%. 21
  • 22. 9) Há um supervisor, contratado a R$ 1.200,00 mensais, mais encargos sociais de 79%. 10) Outros custos mensais da empresa: Descrição Aluguel Telefone Mão-de-obra administrativa Valor em R$ 750,00 200,00 1.500,00 Elabore: a) Orçamento de Vendas, utilizando a média móvel com seis dados; b) Orçamento da Produção; c) Orçamento das matérias-primas; d) Orçamento dos Custos Indiretos; e) Orçamento da Mão de Obra Direta; e f) Orçamento Total da Produção. 22
  • 23. FOLHA RESPOSTA a) Quadro I – Orçamento de vendas Ano Base (X1) Mês Qtd Jan Fev Mar Abr Mai Jun TOTAL Previsão Mês Qtd Preço de Venda (R$) Receita mensal b) Quadro II – Orçamento da produção Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL a) Vendas orçadas b) Produto acabado c) Estoque inicial d) Estoque final e) Produção prevista (e = a - c + d) f) Previsão para cobertura de perdas g) Qtd. total da produção (g = e + f) 23
  • 24. c) Quadro III – Previsão de matéria-prima Jul Ago Set Out Nov Dez MATÉRIA-PRIMA “A” Qtd. Total de PA Qtd MP p/ produto Qtd Total da MP Preço MP (1) Sub-Total MP (R$) MATÉRIA-PRIMA “B” Qtd. Total de PA Qtd MP p/ produto Qtd Total da MP Preço MP (2) Sub-Total MP (R$) MATÉRIA-PRIMA “C” Qtd. Total de PA Qtd MP p/ produto Qtd Total da MP Preço MP (3) Sub-Total MP (R$) Total MP (1+2+3) (4) Total MP Anual Estoque de Segurança de MP MP “A” MP “B” MP “C” Qtd. Prod. Est. Seg. Qtd MP p/ produto Qtd Total da MP Preço MP Sub-Total (5) Total MP Est Seg TOTAL MP (4 + 5) d) Quadro IV – Custos Indiretos Descrição Sal. Supervisor Enc. Sal. Superv. MOI – Adm. Telefone Aluguel Totais dos Custos Indiretos Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAIS 24
  • 25. e) Quadro V – Mão-de-Obra Direta Jul Ago Set Out Set Out Nov Dez TOTAIS OPERADOR “A” Qtd. a produzir Tempo padrão (h) Tempo Total (h) Custo unitário (R$) Custo Total (R$) OPERADOR “B” Qtd. a produzir Tempo padrão (h) Tempo Total (h) Custo unitário (R$) Custo Total (R$) OPERADOR “C” Qtd. a produzir Tempo padrão (h) Tempo Total (h) Custo unitário (R$) Custo Total (R$) f) Quadro VI – Custo Total da Produção Descrição (a) Receita (Quadro I) Previsão da receita Jul Ago Nov Dez TOTAIS (b) Matéria-Prima (Quadro III) Matéria-Prima A Matéria-Prima B Matéria-Prima C (c) Custos Indiretos (Quadro IV) Custos Indiretos (d) Mão-de-obra (Quadro V) Operador A Operador B Operador C (e) Custos total de Produção (e = b+c+d) (f) Saldo antes dos impostos (f = a – e) 25
  • 26. Unidade 3 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 1. Objetivos de Aprendizagem - Fornecer os conceitos fundamentais relacionados ao capital de giro; - Compreender o ciclo financeiro de um empreendimento; - Mostrar o impacto das decisões operacionais relacionadas à necessidade de capital de giro da empresa. 2. Introdução A administração do capital de giro abrange a administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos circulantes e passivos circulantes. A administração do capital de giro é um dos aspectos mais importantes da Administração financeira, considerada globalmente, já que os ativos circulantes representam cerca de 50% do ativo total e perto de 30% do financiamento total é representado por passivos circulantes nas empresas industriais. Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital de giro. Os ativos circulantes da empresa devem ser suficientemente consideráveis de modo a cobrir seus passivos circulantes, garantindo-se com isso margem razoável de segurança. O objetivo da administração do capital de giro é administrar cada um dos ativos circulantes da empresa, de tal forma que um nível aceitável de capital circulante líquido seja mantido. Os ativos circulantes mais importantes tratados neste texto são: caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber e estoques. Cada um desses ativos deve ser administrado eficientemente, a fim de se manter a liquidez da empresa, ao mesmo tempo em que se evita um nível alto demais de qualquer um deles. Os passivos circulantes básicos tratados são: duplicatas a pagar, títulos a pagar e despesas provisionadas a pagar (salários a pagar, impostos, provisões). Cada uma dessas fontes de financiamento no curto prazo deve ser cuidadosamente administrada, para se ter a garantia de que os financiamentos são obtidos e usados da melhor forma possível. 3. Capital de Giro É o conjunto de recursos que não está imobilizado. CG = AC Estes recursos estão em constante movimentação no dia-a-dia da empresa. Uma definição de Capital de giro: é o conjunto de bens de uma empresa formado pelos recursos monetários, indispensável à sua operação, produção e comercialização, representado pelo dinheiro disponível, pelo estoque de produtos e matérias-primas e pelos títulos a receber, ou seja, são recursos exigidos para financiar o ciclo operacional da empresa. O capital de giro líquido ou Capital de Giro Próprio é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. CGL = AC – PC 26
  • 27. 4. Necessidade de Capital de Giro O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos maiores desafios do gestor financeiro. Essa tarefa requer visão abrangente do processo de operação da empresa, de suas praticas comerciais e financeiras, além de dados sobre prazos de cobrança e recebimento. A necessidade de capital de giro pode ser estimada de dois modos: com base no ciclo financeiro, ou utilizando os demonstrativos contábeis. a) Através do Ciclo Financeiro NCG = Ciclo Financeiro (CF) x Despesa Média Diária (DMD) b) Através do saldo das contas no Balanço Patrimonial O Ativo Circulante Operacional – ACO é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e venda; enquanto o Passivo Circulante Operacional – PCO é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades. A diferença entre esses investimentos (ACO) e financiamentos (PCO) é quanto a empresa necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a NCG. Portanto: NCG = ACO – PCO ACO = Ativo Circulante – Disponibilidades PCO = Passivo Circulante – Financiamentos de Curto Prazo Conforme mencionado anteriormente, podemos obter a necessidade de capital de giro de uma empresa através da diferença entre o ativo circulante operacional e passivo circulante operacional conforme demonstrado na seguinte fórmula: Necessidade de Capital de Giro (NCG) = ( + ) Clientes ( + ) Estoques ( – ) Fornecedores ( – ) Salários a Pagar ( – ) Impostos a Pagar Tem como objetivo gerir adequadamente as contas de ativo e passivo circulante, a fim de alcançar o equilíbrio entre lucratividade e risco. 5. Ciclo Operacional (CO), Ciclo Financeiro (CF) e Ciclo Econômico (CE) É extremamente importante a compreensão do ciclo completo de cada atividade. Ele pode ser expresso em três conceitos de ciclos: ATENÇÃO: Limites práticos são meros balizadores, e devem ser analisados com extrema cautela, uma vez que são uma receita geral e simplista que não considera a conjuntura econômica, o ramo de atividade e tampouco a situação particular da empresa analisada. a) Ciclo Operacional Tem início na aquisição da matéria-prima para produção e se finaliza no recebimento pela venda do produto. Em outras palavras, o ciclo operacional incorpora seqüencialmente todas as fases operacionais presentes no processo empresarial de compra-produção-venda-recebimento. O ciclo operacional representa o intervalo de tem27
  • 28. po em que não ocorrem ingressos de recursos financeiros na empresa, demandando-se capital para financiá-lo. PME = PMMP + PMF + PMV PME = Prazo Médio de Estocagem PMMP = Prazo Médio de Estocagem de Matéria-prima PMF = Prazo Médio de Fabricação PMV = Prazo Médio de Venda PMR = Prazo Médio de Recebimento PMP = Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores Compra de Matéria-prima Início da Fabricação PMMP Fim da Fabricação PMF Recebimento da Venda Venda PMV PMR Ciclo Operacional b) Ciclo Financeiro Mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido entre o desembolso inicial de caixa (pagamento de materiais a fornecedores) e o recebimento da venda do produto. Em outras palavras, representa o intervalo de tempo que a empresa irá necessitar efetivamente de financiamento para suas atividades. CF = PME + PMR – PMP Prazo médio de estocagem (PME) O prazo médio de estocagem indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender seu estoque. “Estoque” pode ser obtido no Balanço Patrimonial em análise (valor de fim de exercício), ou então pela média aritmética dos valores do ano em análise com o ano anterior. PME = Estoque × 360 CMV Prazo médio de recebimento (PMR) O prazo médio de recebimento indica, em média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas. “Duplicatas a receber” pode ser obtido no Balanço Patrimonial em análise (valor de final de exercício), ou então pela média aritmética dos valores do ano em análise com o ano anterior. “Vendas” podem ser calculadas através da subtração de devoluções e abatimentos da Receita Bruta. PMR = Dup. Receber × 360 Vendas 28
  • 29. Prazo médio de pagamento (PMP) O prazo médio de pagamento indica, em média, quantos dias a empresa demora a pagar suas compras. A dificuldade no cálculo desse índice resulta da necessidade de conhecer o valor das compras anuais, que não é divulgado nas demonstrações financeiras publicadas. Normalmente, as compras são estimadas como uma proporção do custo de produtos vendidos. Pode ser determinado pela expressão: PMP = Fornecedores × 360 Compras Compras = CMV + EF – EI Ciclo Financeiro Ideal (CFI) É obtido através da divisão entre o Capital de Giro Próprio e a Despesa Média Diária. CFI = Compra de Matéria-prima Início da Fabricação PMMP CGP DMD Fim da Fabricação PMF Recebimento da Venda Venda PMV PMR PMP Ciclo Financeiro c) Ciclo Econômico O ciclo econômico considera unicamente as ocorrências de natureza econômica, envolvendo a compra dos materiais até a respectiva venda. Não leva em consideração os reflexos de caixa verificados em cada fase operacional, ou seja, os prazos de recebimentos das vendas e os pagamentos dos gastos incorridos. Compra de Matéria-prima Início da Fabricação PMMP Fim da Fabricação PMF Venda PMV Recebimento da Venda PMR Ciclo Econômico 29
  • 30. Ciclo Operacional = PMMP + PMF + PMV + PMR Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMP Ciclo Econômico = Ciclo Operacional – PMR Compra de Matéria-prima Início da Fabricação PMMP ou ou ou Fim da Fabricação PMF PME + PMR PME + PMR – PMP PME + PMR – PMR Recebimento da Venda Venda PMV PMR Ciclo Operacional PMP PMP Ciclo Financeiro Ciclo Econômico O fundamento da gestão do tempo do ciclo operacional está em que, gastandose o menor tempo possível, a empresa poderá acionar novamente o desempenho de suas atividades mais rapidamente, conseguindo, com isso, um giro maior dos recursos à disposição das atividades. O maior giro, ou maior rotação, é evidência de maior produtividade na utilização dos recursos e, conseqüentemente, menores custos e maiores ganhos. 6. Estratégias de gestão do Ciclo Financeiro Os prazos de estocagem e de cobrança afetam significativamente as necessidades de recursos para financiar o giro das operações. Os prazos para pagamento concedidos pelos fornecedores suprem parte dessas necessidades. A parcela remanescente deverá ser coberta por outras fontes de recursos, durante um período correspondente ao ciclo financeiro. Ao reduzir o ciclo financeiro a empresa estará otimizando o uso desses recursos e reduzindo os custos correspondentes. Para tanto, existem três estratégias básicas: - Girar o estoque com maior velocidade possível, sem faltas que resultem em vendas perdidas; - Cobrar as contas a receber com maior rapidez possível, sem perder vendas resultantes do uso de técnicas de cobrança muito agressivas; - Efetuar o pagamento das contas a pagar com a maior lentidão possível, sem prejudicar a classificação de crédito da empresa. 7. Índices de rotação ou índices de eficiência Rotação de Duplicatas ou Giro do Contas a Receber: o índice de RDR indica, em média, quantas vezes a conta Duplicatas a Receber se renovou no período. Vendas RDR = OU RDR = Duplicatas a Re ceber 360 PMR Rotação de Fornecedores: o índice de RF indica, em média, quantas vezes a conta Fornecedores se renovou no período. RF = Compras Fonecedres OU RF = 360 PMP 30
  • 31. Rotações de Estoque ou Giro do Estoque: o índice de RE indica, em média, quantas vezes o estoque se renovou no período. RE = CMV OU RE = Estoques 360 PME Giro de Caixa: o índice GC indica, em média, quantas vezes o ciclo financeiro se renovou no período. GC = 360 CF 31
  • 32. TESTE 2 1) Calcule o Ciclo de Caixa de uma empresa, considerando os seguintes dados de suas demonstrações financeiras. Considere o ano de 360 dias: a) Receita Bruta = $ 2.350.232 b) Duplicatas a receber = $ 81.253 c) Fornecedores a pagar = $ 9.125 d) Compras no período = $ 845.400 e) CMV no período = $ 1.425.932 f) Estoques = $ 19.520 2) Dado: CICLO OPERACIONAL PME PMP a. ( b. ( c. ( d. ( PMR CICLO FINANCEIRO ) Os fornecedores financiam totalmente os estoques. ) Os fornecedores financiam apenas parte dos estoques. ) Os fornecedores não financiam os estoques. ) Nenhuma das alternativas anteriores. 3) De posse do Balanço Patrimonial e da Demonstração de resultado da Empresa Modelo, determine os prazos médios, o Ciclo Operacional, Financeiro da empresa e a Necessidade de Capital de Giro para o ano 2. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO Ano 1 CIRCULANTE Disponibilidade 74 Aplicações financeiras 295 Títulos a Receber 2.143 (-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duv. (35) (-) Títulos descontados (645) Estoques 1.424 3.255 TOTAL PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Salários e Enc. Sociais a Pagar Imposto a recolher Outras contas a Pagar Provisão p/ IR a Pagar Dividendos a Pagar Empréstimos Bancários TOTAL 1.595 133 172 23 393 66 139 2.520 Ano 2 50 181 2.350 (37) (788) 1.998 3.755 1.489 38 79 10 292 291 155 2.354 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Ano 1 Ano 2 Receita Bruta de Venda 13.818 14.008 (-) Deduções, devoluções (314) (281) (-) Impostos (2.424) (3.547) (=) Receita Líquida de Vendas 11.079 10.180 (-) CMV (7.317) (6.626) (=) Lucro Bruto 3.762 3.554 (-) Despesas com vendas (553) (510) (-) Despesas Administrativas (1.503) (898) (-) Despesas Financeiras (618) (1.407) (+) Receitas Financeiras 16 9 (+/-) Result. Equiv. Patrimonial 14 25 (+) Receitas não operacionais 7 3 (=) Lucro Operacional 1.124 777 (-) Provisão p/ Imposto de Renda (393) (272) 731 505 (=) Lucro Líquido 4) A Farrapos Indústria e Comércio Ltda. vem girando 20 vezes, em média, seus fornecedores e 3 vezes seus estoques. Supondo que a empresa venda somente à vista, quantos dias são seu ciclo financeiro (considere um ano com 360 dias): 5) Qual é a finalidade do cálculo do giro das duplicatas a receber? O que representa o prazo médio de cobrança? 32
  • 33. 6) O que é capital de giro? Quais são os aspectos básicos a serem considerados na sua administração? 7) A Max Company, produtora de pratos de papel, tem faturamento anual de $ 10 milhões. O custo de produtos vendidos representa $ 7.500.000 e as compras equivalem a $ 4.875.000. A idade média do estoque é igual a 60 dias, seu prazo médio de recebimento é de 40 dias e o prazo médio de pagamento é de 35 dias. Portanto, seu ciclo financeiro é igual a 65 dias (60 + 40 – 35). Considere um ano de 360 dias. a) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro; b) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro, aplicando a estratégia de retardar o pagamento para 55 dias. c) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro, aplicando a estratégia de redução do prazo de estocagem para 40 dias. d) Calcule os recursos aplicados pela Max nesse ciclo financeiro, aplicando a estratégia de redução do prazo de recebimento para 20 dias. 8) As empresas Alfa e Bravo são fornecedoras de matéria-prima de sua Organização. Você como diretor financeiro deve analisar e decidir por aquele fornecedor que melhor atende o ciclo financeiro de sua Companhia. Os produtos fornecidos pelos fornecedores são semelhantes e de boa qualidade, motivo pelo qual esses critérios não serão levados em consideração na hora da escolha do fornecedor. A empresa Alfa se compromente a entregar os produtos em 16 dias após a realização do pedido e dá um prazo de 10 dias para o pagamento. Já a empresa Bravo garante que entrega a matéria-prima na metade do prazo dado pela concorrente, porém, o prazo de pagamento aumenta 5 dias em relação à empresa Alfa. Levando-se em consideração, ainda, que os prazos de estocagem de matéria-prima, de fabricação, de venda e de recebimento permaneçam inalterados independente de qual seja o fornecedor vencedor, qual a empresa apresenta a melhor proposta? 9) A American Products está preocupada com a gestão eficiente de seu caixa. Em média, os estoques têm idade de 90 dias e as contas a receber são pagas em 60 dias. As contas a pagar são liquidadas em aproximadamente 30 dias após serem geradas. A empresa gasta $ 30 milhões em investimentos em seu ciclo operacional por ano, a uma taxa constante. Suponha um ano de 360 dias. a. Calcule o ciclo operacional da empresa. b. Calcule o ciclo financeiro da empresa. c. Calcule o volume de recursos necessários para sustentar o ciclo financeiro da empresa. 10) A Garret Industries gira seu estoque seis vezes ao ano, tem prazo médio de recebimento de 45 dias e prazo médio de pagamento de 30 dias. O investimento anual no ciclo operacional é de $ 3 milhões. Suponha um ano de 360 dias. a. Calcule o ciclo financeiro da empresa, seu gasto diário com o ciclo de caixa e o volume de recursos necessérios para sustentar seu ciclo financeiro (NCG). b. Determine o ciclo financeiro e o investimento exigido da empresa para sustentá-lo, caso sejam feitas as seguintes modificações (separadamente): (1) Reduzir a idade média do estoque em cinco dias. (2) Acelerar a cobrança das contas a receber em dez dias, em média. (3) Alongar o prazo médio de pagamento em dez dias. 33
  • 34. Unidade 4 ANÁLISE DE INVESTIMENTO 1. Objetivos de Aprendizagem - Compreender as técnicas no processo de orçamento de capital; - Calcular, interpretar e avaliar o período de payback simples; - Calcular, interpretar e avaliar o valor presente líquido (VPL); - Calcular, interpretar e avaliar a taxa interna de retorno (TIR) 2. Introdução Os investimentos em ativos fixos baseiam-se em previsões sobre o comportamento da economia e normalmente envolvem vultuosas somas de recursos. Os principais motivos para uma empresa fazer investimentos de capital são: expansão, substituição, modernização, pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologia. As decisões de investimento irradiam-se por toda a economia (fornecedores / empregos / oferta de bens e serviços). As empresas realizam esses investimentos para preservar ou ampliar sua competitividade. Decisões acertadas podem assegurar uma confortável posição no mercado durante muitos anos. Entretanto, se algo sair errado, o volume de recursos envolvido poderá comprometer irremediavelmente a liquidez e a rentabilidade. A importância dessas decisões requer um processo específico para determinar onde, quando e quanto investir. Esse processo está compreendido no ORÇAMENTO DE CAPITAL, cujo escopo é a seleção de um conjunto de investimentos que seja mais vantajoso em termos de retorno e risco. Orçamento de Capital é a previsão de gastos e receitas envolvendo projetos de capital (investimentos em ativos imobilizados), cujos fluxos de caixa esperados se darão em um prazo superior a um ano. 3. Métodos de avaliação dos investimentos Normalmente, uma decisão de investimento é tomada, mediante a escolha dentre vários projetos apresentados, daquele que é o mais adequado as necessidades e condições da empresa. A escolha da alternativa mais viável, depende de vários fatores: o tempo disponível para implantação do projeto; a maior ou menor facilidade de manutenção e assistência técnica; a conjuntura econômica; mas o fator mais importante a ser levado em consideração é o que se refere ao retorno financeiro esperado. Entre as várias alternativas disponíveis, a empresa sempre vai optar pela mais rentável. Existem vários métodos para analisar economicamente um projeto de investimento. Os métodos mais difundidos são: Prazo de retorno (payback); Valor presente líquido (VPL); e Taxa interna de retorno (TIR). 3.1 Prazo de Retorno (Período de Payback) Este método determina o tempo necessário para recuperar os recursos investidos em um projeto. Quanto mais amplo for o horizonte de tempo considerado, maior será o grau de incerteza nas previsões. Deste modo, propostas de investimento com menor prazo de re34
  • 35. torno apresentam maior liquidez e, conseqüentemente, menor risco. O método é calculado através de suas entradas de caixa, que pode ser: Se as entradas líquidas de caixa forem uniformes, bastará dividir o investimento inicial pelas entradas anuais de caixa; Quando as entradas anuais forem desiguais, estas deverão ser acumuladas até atingir o valor do investimento, apurando-se o prazo de retorno. Principais vantagens A facilidade da sua aplicação, já que não exige procedimentos complexos, É de fácil interpretação, pois quanto menor, melhor, Quanto mais afastado da data inicial "0", diminui o grau de certeza do projeto, Por ser uma medida de liquidez de um projeto. Havendo, por parte dos empreendedores ou mesmo dos financiadores de capital de risco, a definição de um prazo máximo para a reposição do capital investido em um projeto, o payback poderá dar a primeira resposta sobre os riscos do negócio. A definição quanto ao aceite do projeto decorre da análise de três situações: a) O Payback do projeto é menor que o período máximo fixado = Projeto aceito, b) O Payback do projeto é igual ao período máximo fixado = indiferente, c) O Payback do projeto é maior que o período máximo fixado = Projeto não aceito. Falhas no modelo Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Os retornos dos valores tem o mesmo tratamento, embora ocorram em períodos diferentes. Não considera o fluxo de caixa que ocorrem após o período de Payback. Não considera a vida útil do ativo no qual a empresa está investindo. Exemplo Um projeto de investimento requer um dispêndio inicial de $ 800.000,00 e projeta lucros líquidos anuais de R$ 250.000,00. Qual o PBS desse projeto? 3.2 Método do Valor Presente Líquido (VPL) É um método que leva em consideração o valor do dinheiro no tempo e tem como objetivo traduzir para valor presente, todos os fluxos de caixa que ocorram no decorrer do período. O objetivo é comparar valores na mesma data e facilitar a análise dos projetos de investimento. No método do valor presente líquido, a empresa determina uma taxa mínima de retorno exigida, que geralmente corresponde ao seu custo de oportunidade. Ao trazer 35
  • 36. os valores dos fluxos de caixa futuros ao valor atual, descontando-os a essa taxa prédeterminada, os projetos somente terão viabilidade econômica se as somas dos valores atuais das entradas de caixa forem maiores que as somas dos valores atuais das saídas de caixa. O valor presente líquido é a diferença entre o somatório do valor presente e o investimento inicial. E pode ser calculado através da seguinte equação:  VF  VPL = ∑  −I n   (1 + i )  Onde: I = Investimento inicial VPL = Valor Presente Líquido VF = Valor Futuro = Retorno = Fluxo i = Taxa de juros por período n = Número de períodos Exemplo A atualização tecnológica da produção de uma empresa requer um investimento inicial de R$ 300.000,00. Estima-se com a modernização, retornos anuais líquidos para os próximos 4 anos de R$ 120.000,00. O custo médio ponderado de capital da empresa é de 20% a.a. Qual o VPL desse projeto de modernização tecnológica? 3.3 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR) É usada em análise de investimentos e significa a taxa de retorno de um projeto. A TIR é a taxa de desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto seja zero. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto. Através deste método os administradores calculam a taxa de retorno gerada pelo projeto de investimento. O método consiste no cálculo de uma taxa que faça com que a soma dos valores atuais de entradas de caixa, seja exatamente igual a soma dos valores atuais das saídas de caixa. Se a taxa encontrada for superior a taxa determinada pela empresa, correspondente ao seu custo de oportunidade, o projeto é viável economicamente.  VF  VPL = 0 = ∑  −I n   (1 + TIR )  36
  • 37. Sendo esta equação de difícil cálculo matemático (a sua resolução apenas é possível por aproximações sucessivas) são utilizados geralmente meios informáticos. Exemplo Um equipamento cujo valor à vista é R$ 1.000,00 está sendo financiado por uma instituição financeira mediante o pagamento de quatro prestações mensais de R$ 260,00. Determine a taxa interna de retorno. 4. Estudo de caso A Cia. Vera Cruz está analisando dois projetos de investimento. Analise a melhor proposta utilizando as três técnicas abordadas anteriormente (Payback, VPL e TIR) sabendo que a taxa mínima de atratividade é de 10%: Cia. Vera Cruz Entrada de caixa ($) Investimento inicial ($) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 TOTAL Projeto “ALFA” Projeto “BRAVO” 500.000 150.000 150.000 150.000 150.000 150.000 750.000 $ 550.000 240.000 240.000 90.000 90.000 90.000 750.000 37
  • 38. TESTE 4 1. A implementação de um sistema automatizado para a gestão das compras e pagamentos a fornecedores custará cerca de 4.400 reais. Os benefícios de exploração de um tal sistema serão de 2.000 reais, no fim do primeiro ano, 3.000 reais no fim do segundo ano e 4.000 reais nos anos seguintes. A partir destes dados calcule o período de retorno do capital investido. 2. A empresa ALFA somente aceita projetos com PBS de, no máximo, 5 anos. Um projeto para troca de equipamentos prevê investimentos inicial de R$ 1.200.000,00 e garante lucros líquidos anuais de R$ 250.000,00. Qual o PBS desse projeto? O projeto deve ser aceito pela empresa ALFA? 3. O experiente motorista de táxi Roberto Santana, fica com um carro, no máximo, por 4 anos. O Sr. Roberto está avaliando o projeto para adquirir um novo carro e sabe que necessita de um investimento inicial de R$ 25.000,00. Sabe também que o novo carro vai propiciar como táxi, lucro líquido de R$ 8.000,00 no primeiro e segundo anos e R$ 6.000,00 no terceiro e quarto anos. Qual o PBS do projeto do Sr. Roberto? 4. A empresa de consultoria CONSULTIN avaliou um projeto de investimentos para um cliente e apresentou o relatório final com as seguintes informações: investimento inicial de R$ 364.000,00; retorno líquido no primeiro ano de R$ 100.000,00; retorno líquido no segundo ano de R$ 120.000,00; retorno líquido no terceiro ano de R$ 130.000,00. A CONSULTIN não informou no relatório o retorno líquido do quarto ano, mas declarou que o PBS do projeto é de 3,1 anos. Qual o valor do retorno líquido do quarto ano? 5. Um projeto de investimento estima lucros líquidos anuais de R$ 300.000,00 e PBS de 4,5 anos. Qual o investimento inicial? 6. Um projeto de investimento exige um investimento inicial de R$ 1.500.000,00 e tem PBS de 3.75 anos. Qual o valor dos retornos anuais líquidos e iguais? 7. Qual o VPL de um projeto que requer investimento inicial de R$ 600.000,00 e apresenta retornos anuais líquidos de: R$ 220.000,00 no primeiro ano; R$ 200.000,00 no segundo ano e R$ 180.000,00 no terceiro e quarto anos. A taxa de desconto do projeto é de 11,8667% a.a. 8. Qual o valor dos 4 retornos anuais, líquidos e iguais, de um projeto que apresenta a necessidade de investimento inicial da ordem de R$ 420.000,00, tem taxa de desconto de 15% e resulta em um VPL negativo de R$ 48.852,81? 9. Um projeto requer investimento inicial da ordem de R$ 180.000,00, tem taxa de desconto de 10% e os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 40.000,00 no primeiro ano; R$ 50.000,00 no segundo ano; R$ 70.000,00 no terceiro ano e um valor a ser determinado no quarto ano. Sabe-se que o VPL do projeto é de R$ 11.749,20. 10. Qual o valor do investimento inicial de um projeto que tem taxa de desconto de 16% a.a. VPL de R$ 10.206,50 e os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 60.000,00 no primeiro ano; R$ 80.000,00 no segundo ano; R$ 70.000,00 no terceiro ano e R$ 80.000,00 no quarto ano? 38
  • 39. 11. Qual o valor do investimento inicial de um projeto que tem taxa de desconto de 0%, VPL de R$ 20.000,00 e os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 80.000,00 no primeiro ano; R$ 90.000,00 no segundo ano; R$ 100.000,00 no terceiro ano e R$ 110.000,00 no quarto ano? 12. Qual a TIR de um projeto cujo investimento inicial é de R$ 380.000,00 e apresenta os seguintes retornos líquidos anuais: R$ 80.000,00 no primeiro ano; R$ 90.000,00 no segundo ano; R$ 100.00,00 no terceiro ano e R$ 110.000,00 no quarto ano? 13. Um projeto de investimento apresenta para a taxa de desconto de 18% um VPL de R$ 22.000,00. Sendo assim, dentre as alternativas apresentadas a seguir – a, b , c, d, e – qual é a única que pode vir a ser a TIR do projeto? a) 15% b) 12% c) 22% d) 13% e) 17% 14. Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) A taxa de desconto que faz com que o VPL de um projeto seja menor ou igual a zero é a TIR do projeto. ( ) Sendo a TIR de um projeto igual a X%, podemos afirmar que qualquer taxa de desconto inferior a X% resultará em um VPL positivo. ( ) Um projeto com investimento inicial de Y reais, hoje, e fluxos de recebimentos – anuais e consecutivos – de X1, X2, X3, X4 e X5 reais tem como TIR a taxa que fará com que a soma dos valores presentes de X1, X2, X3, X4 e X5, hoje, seja igual a Y reais. ( ) Quanto maior o VPL de um projeto de investimentos maior será a TIR do projeto. 39
  • 40. Unidade 5 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO 1. Objetivos de Aprendizagem - Apresentar os conceitos de ponto de equilíbrio operacional, financeiro e econômico; - Mostrar como calcular o ponto de equilíbrio; - Discutir o ponto de equilíbrio para vários produtos; 2. Introdução A análise do ponto de equilíbrio permite compreender como o lucro pode ser afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos e despesas totais. O ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de atividades onde o lucro será nulo. À medida que o volume de operações se deslocar acima do ponto de equilíbrio surgirão lucros crescentes; abaixo desse ponto ocorrerão prejuízos cada vez maiores. A análise distingue dois pontos de equilíbrio contábeis relacionados com o lucro operacional e com o lucro líquido. Também é possível calcular um ponto de equilíbrio econômico onde o lucro liquido corresponderia a remuneração esperada pelos acionistas sobre o capital próprio. Porém a análise do Ponto de Equilíbrio apresenta algumas limitações: os preços de venda, o custo variável, os custos fixos e as técnicas de produção são considerados constantes; e, ainda, considera-se que toda a produção será vendida. 3. Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) O ponto de equilíbrio operacional consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais. Nesse ponto, o lucro antes de juros e imposto de renda é igua a zero. No ponto de equilíbrio operacional não devemos incluir as despesas de juros, para se ter apenas o custo operacional e não o financeiro, somente quando de um planejamento financeiro calculamos o ponto de equilíbrio financeiro incluindo as despesas de juros. Os elementos envolvidos na análise do ponto de equilíbrio são: as quantidades produzidas e vendidas e os respectivos preços, determinantes das receitas de vendas; e os custos e despesas variáveis e fixos. O ponto de equilíbrio ignora aspectos relacionados com a formação de estoques, pressupondo que toda a produção seja vendida instantaneamente. O primeiro passo, no cálculo do ponto de equilíbrio operacional, é decompor o custo dos produtos vendidos e as despesas operacionais em custos operacionais fixos e variáveis. Custos (ou despesas) variáveis São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas. Custos (ou despesas) fixos São os que permanecem constantes dentro e certo intervalo de tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas durante esse período. 40
  • 41. 3.1. Estrutura da demonstração do resultado Receitas de vendas – Custo Variável PE = Margem de contribuição total –PEG Custo Fixo = Lucro Operacional – Despesas financeiras = Lucro antes do IR – Provisão p/ IR e CS = Lucro Líquido P.Q CV . Q Q (P – CV) CFo LAJIR CFf LAIR LL Como visto anteriormente, o ponto de equilíbrio operacional é o nível de vendas em que todos os custos operacionais (fixos e variáveis) são cobertos, ou seja, quando as receitas se igualam aos custos. PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL RECEITAS (PxQ) CUSTOS = CFo + (CV x Q) Onde: P = preço unitário de venda Q = quantidade de unidades vendidas CF = custo fixo total CFo = custo fixo operacional CFf = custo fixo financeiro CV = custo variável P x Q = CFo + ( CV x Q ) P x Q – ( CV x Q )= CFo Q Q x ( P – CV ) = CFo CFo ( P – CV ) Vendas (R$) 3.2. Representação gráfica Receita Total Custo Total Lucro Ponto de equilíbrio operacional 6.500 Custo Variável Custo Fixo Prejuízo 500 Quantidade (unidades) 41
  • 42. A figura apresenta, graficamente, a análise do ponto de equilíbrio operacional de uma empresa qualquer. Neste ponto, o lucro (LAJIR) é igual a zero. A figura mostra que, para vendas inferiores a 500 unidades, o custo operacional é superior à receita de vendas e o LAJIR é negativo (prejuízo). Para vendas superiores ao ponto de equilíbrio de 500 unidades, a receita de vendas é maior que o custo operacional total e o LAJIR é positivo. 4. Ponto de Equilíbrio Global (PEG) A análise do ponto de equilíbrio pode ser realizada em relação ao lucro operacional (LAJIR) ou ao lucro antes do imposto de renda (LAIR). No primeiro caso teremos o PEO, no segundo caso teremos o ponto de equilíbrio global, em que as receitas de vendas se igualam aos custos totais (operacionais e financeiros) apresentando um LAIR nulo. PONTO DE EQUILÍBRIO GLOBAL Q= CF ( P – CV ) Embora a principal preocupação seja com o ponto de equilíbrio global, é conveniente calcular também o ponto de equilíbrio operacional para aferir o impacto dos custos operacionais fixos comparativamente aos custos financeiros. 5. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) É a quantidade que iguala a receita total com a soma de custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Neste caso, os encargos da depreciação são exclusos por não representarem desembolso para empresa. 6. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) O ponto de equilíbrio econômico é um referencial mais seguro, pois leva em consideração um retorno exigido pelos acionistas/proprietários sobre seu capital próprio. Ou seja, é a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescidas de uma remuneração mínima (custo de oportunidade) sobre o capital investido pela empresa. 7. Margem de segurança (MS) A margem de segurança representa um certo percentual que o faturamento da empresa pode cair sem entrar na área de prejuízo. Podemos calcular a margem de segurança (MS) através do quociente da diferença entre a quantidade produzida (Q) e a quantidade em equilíbrio (QE) e a quantidade produzida (Q), vezes cem. MS = Q – QE x 100 Q 42
  • 43. 8. Exemplificação Para exemplificar os modelos até então vistos, vamos supor que a empresa Bond Mais fabrica apenas um produto e que seus custos operacionais fixos são de $ 7.200, seu preço de venda unitário seja de $ 20, que seu custo operacional variável por unidade seja de $ 8 e que seus custos financeiros fixos são de $ 600. Sabe-se, ainda, que existem $ 960 de depreciação que está contido nos custos fixos. Supondo que a empresa tenha um patrimônio líquido de $ 150.000 e que o proprietário deseje um retorno de 2% ao mês. Calcule o PEO, PEG, PEE, PEF e MS ao atingir o PEE (QE = PEO). PEO = PEG = PEF = PEE = P−V CF P−V CF P−V CF P−V Q − QE Q = = = = 7.200 20 − 8 7.200 = 7.200 + 600 7.200 − 960 20 − 8 7.800 = 20 − 8 = 650 Unidades 12 6.240 = 12 7.200 + 3.000 = 20 − 8 × 100 = = 600 Unidades 12 850 − 600 850 Vendas (R$) MS = CFO = 520 Unidades 10.200 12 × 100 = 250 850 × 100 = 29,41 % Obs.: As distâncias e retas não estão representadas fielmente no gráfico. PEE PEG PEO 17.000 = 850 Unidades Lucro PEF 13.000 12.000 MS 10.400 Prejuízo 520 600 650 850 Quantidade (unidades) 43
  • 44. TESTE 5 1) Rômulo Antunes deseja estimar o número de arranjos florais que deseja vender a $ 24,95 para atingir o ponto de equilíbrio. Previu custos operacionais fixos de $ 12.350 por ano e custos operacionais variáveis de $ 15,45 por arranjo. Quantos arranjos deverão ser vendidos para que seja alcançado o ponto de equilíbrio em termos de custos operacionais? 2) A partir dos dados de preço e custo apresentados na tabela a seguir em relação a três empresas, Max, Gold e Hard responda às perguntas que se seguem. Empresas Preço unitário de venda Custo operacional variável por unidade Custo operacional fixo Max 18 6,75 45.000 Gold 21 13,50 30.000 Hard 30 12,00 90.000 a. Qual é o ponto de equilíbrio operacional, em unidades vendidas, para cada empresa? b. Como você classificaria essas empresas em termos dos riscos que oferecem? 3) Diego Murilo está pensando em abrir uma loja de discos. Deseja estimar o número de CDs que precisa vender para ficar em equilíbrio. Os CDs serão vendidos a $ 13,98 cada; os custos operacionais variáveis são de $ 10,48 por CD e os custos operacionais fixos, de $ 73.500 por ano. a. Encontre o ponto de equilíbrio operacional em termos de número de CDs. b. Calcule os custos operacionais totais no volume de equilíbrio encontrado no item a. c. Caso Murilo estime que poderá vender pelo menos 2 mil CDs por mês, deverá entrar no ramo? d. Qual será o LAJIR obtido por Murilo se vender o mínimo de 2 mil CDs mensais mencionados no item c? 4) A JWG Company publica a revista Palavras Cruzadas Criativa. No ano passado, a revista foi vendida a $ 10 a unidade, com custo operacional variável de $8 por unidade e custos fixos operacionais de $ 40.000. Quantas revistas devem ser vendidas pela JWG neste ano para alcançar o ponto de equilíbrio, com os custos operacionais indicados, supondo as circunstâncias a seguir? a. Todos os números permanecem iguais aos do ano passado. b. Os custos operacionais fixos sobem para $ 44.000; todos os outros permanecem inalterados. c. O preço de venda aumenta para $ 10,50; todos os custos permanecem inalterados. d. O custo operacional variável por revista sobe para $ 8,50; todos os outros dados permanecem inalterados. e. Os custos operacionais fixos diminuem para $ 38.000; todos os outros permanecem inalterados. f. A partir de suas respostas, que conclusões você pode tirar sobre o ponto de equilíbrio operacional? 44
  • 45. Unidade 6 APLICAÇÕES DE ALAVANCAGEM 1. Objetivos de Aprendizagem - Compreender os efeitos da alavancagem operacional, financeira e combinada; - Compreender a relação entre alavancagem operacional, financeira e combinada; 2. Introdução Flutuações nas receitas de vendas, associadas à existência de custos fixos, provocam mudanças significativas nos resultados das empresas. Esses efeitos mais do que proporcionais assemelham-se àquilo que se obtém com o emprego de uma alavanca no deslocamento de um objeto: conforme a posição do ponto de apoio, consegue-se uma força de deslocamento muito superior àquela aplicada na outra extremidade da alavanca, ou seja, no mundo dos negócios, um alto grau de alavancagem indica que um pequeno crescimento percentual nas vendas provocará um crescimento percentual muito maior no lucro. Portanto, alavancagem é o uso de ativos e recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa. Receita de vendas (-) Custo dos Produtos vendidos (=) Lucro Bruto (-) Despesas operacionais Alavancagem Operacional Alavancagem Total (=) LAJIR (-) Despesas financeiras (=) LAIR (-) Impostos (=) Lucro Líquido Alavancagem Financeira 3. Exemplificação Para melhor fixar os conceitos de Alavancagem Operacional, Financeira e Total, abordaremos como exemplo a demonstração de resultado da Industria Unipro: Situação base Unidades vendidas Receitas de vendas (% mil) Custos variáveis Margem de Contribuição Custos Operacionais fixos LAJIR Despesas financeiras LAIR Previsão para impostos (35%) Lucro Líquido Variações: ∆ Receita ∆ LAJIR ∆ LAIR 6.000 60.000 (24.000) 36.000 (27.000) 9.000 (3.000) 6.000 (2.100) 3.900 Variação no volume de produção e venda +10% – 10% 6.600 5.400 6.600 54.000 (26.400) (21.600) 39.600 32.400 (27.000) (27.000) 12.600 5.400 (3.000) (3.000) 9.600 2.400 (3.360) (840) 6.240 1.560 + 10% + 40% + 60% – 10% – 40% – 60% 45
  • 46. 4. Alavancagem Operacional Diz respeito à relação entre a receita de vendas e o lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR), ou seja, corresponde ao resultado operacional. A alavancagem operacional resulta da existência de custos operacionais fixos na estrutura de resultados da empresa. Podendo ser definido como a possibilidade de uso dos custos operacionais fixos para ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto de renda. Grau de Alavancagem Operacional (GAO) É o valor numérico da alavancagem operacional da empresa. Pode ser obtido de duas maneiras diferentes: (1) (2) GAO = GAO no nível de referência Q = ∆% LAJIR ∆% Vendas Q × (P − CV ) Q × (P − CV ) − CF → GAO = MCT LAJIR Exemplo Aplicando as fórmulas para a Indústria Unipro, temos o seguinte GAO para o nível de 6.000 unidades: (1) GAO = (2) GAO = ∆% LAJIR ∆% Vendas MCT = = + 40% + 10% $ 36.000.000 LAJIR $ 9.000.000 = − 40% − 10% = 4 vezes = 4 vezes Concluímos então que, a partir do nível de 6.000 unidades, qualquer variação positiva ou negativa no volume provocaria um acréscimo ou decréscimo quatro vezes maior no LAJIR, conforme evidenciado no item 3. 5. Alavancagem Financeira A alavancagem financeira resulta da presença de custos financeiros fixos na estrutura de resultado da empresa. Diz respeito à relação entre o LAJIR e o lucro líquido. Podemos definir como o uso de custos financeiros fixos para ampliar os efeitos de variações do lucro líquido. Grau de Alavancagem Financeira (GAF) É o valor numérico da alavancagem financeira da empresa. Seu cálculo é muito parecido com o grau de alavancagem operacional. (1) GAF = ∆% LL ∆% LAJIR OU (2) GAF = LAJIR LAIR Exemplo Aplicando as fórmulas para a Indústria Unipro, temos o seguinte GAF para a situação-base constante do item 3. 46
  • 47. (1) (2) GAF = ∆% LL = + 60% = − 60% = 1,5 vezes ∆% LAJIR + 40% − 40% LAJIR $ 9.000.000 GAF = = = 1,5 vezes $ 6.000.000 LAIR Concluímos que, a partir do LAJIR de $ 9.000.000 e mantendo constantes as despesas financeiras de $ 3.000.000, qualquer variação positiva ou negativa nesse LAJIR provocaria acréscimo ou decréscimo 1,5 vezes maior no lucro líquido. 6. Alavancagem Total (Combinada) Podemos, ainda, avaliar o efeito combinado da alavancagem operacional e da alavancagem financeira sobre o risco da empresa usando o enfoque semelhante ao empregado para desenvolver os conceitos individuais de alavancagem. Esse efeito combinado, ou alavancagem total pode ser definido como o uso de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros, para ampliar o efeito de variações do faturamento sobre o lucro líquido da empresa. A alavancagem total pode ser vista, portanto, como o impacto total dos custos fixos presentes em sua estrutura operacional e financeira. Grau de Alavancagem Total (GAT) É o valor numérico da alavancagem total de uma empresa. Pode ser calculado da mesma maneira que a alavancagem operacional e financeira. (1) ∆% LL GAT = OU ∆% Vendas (2) GAT = MCT LAIR Exemplo Aplicando as fórmulas para a Indústria Unipro, temos o seguinte GAC para a situação-base constante do item 3. (1) GAT = (2) GAC = ∆% LL ∆% Vendas MCT LAIR = = + 60% + 10% $ 36.000.000 $ 6.000.000 = − 60% − 10% = 6 vezes = 6 vezes Concluímos que, a partir do nível de $ 6.000 e mantendo constantes os $ 30.000.000 de custos fixos totais, qualquer variação positiva ou negativa no volume provocaria acréscimo ou decréscimo 6 vezes maior no lucro líquido. 7. Relação entre alavancagem operacional, financeira e total A alavancagem total reflete o impacto combinado das alavancagens operacional e financeira na empresa. Graus elevados de alavancagem operacional e financeira fazem com que a alavancagem total seja alta. O contrário também é verdade. A relação entre operacional e financeira é multiplicativa, e não aditiva. A relação entre o grau de alavancagem total (GAT) e os graus de alavancagem operacional (GAO) e financeira (GAF) é dada pela equação: GAT = GAO x GAF 47
  • 48. TESTE 6 1) A Namoda Confecções tem custos operacionais fixos de $ 380.000, custos operacionais variáveis de $ 16 a unidade e o preço de venda é igual a $ 63,50 a unidade. a. Calcule o ponto de equilíbrio operacional em unidades. b. Calcule o LAJIR da empresa a 9 mil, 10 mil e 11 mil unidades, respectivamente. c. Usando 10 mil unidades como nível de referência, quais são as variações percentuais de unidades vendidas e LAJIR, à medida que as vendas vão do item de referência aos outros níveis usados no item b? d. Use as porcentagens calculadas no item c para determinar o grau de alavancagem operacional (GAO). e. Utilize a fórmula para calcular o GAO no nível de 10 mil unidades. 2) A Noroeste Selvagem tem atualmente uma estrutura de capital composta de obrigações no valor total de $ 250.000, pagando juros anuais de 16%. A empresa é tributada à alíquota de 35%. Usando o LAJIR de $ 80.000 como base, calcule o grau de alavancagem financeira (GAF). 3) A Empresa Bolas Beach produz bolas de praia infláveis e vende 400 mil unidades por ano. Cada bola produzida tem custo operacional variável de 0,84 e é vendida ao preço de $ 1. Os custos operacionais fixos são de $ 28.000. A empresa paga juros anuais de $ 6.000 e a alíquota de imposto de renda é igual a 35%. a. Calcule o ponto de equilíbrio operacional em unidades. b. Calcule o grau de alavancagem operacional, financeira e total. 4) A empresa R vende 100 mil unidades a $ 2 cada; seus custos operacionais variáveis são de $ 1,70 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $ 6.000. Os juros são de $ 10.000 por ano. A empresa W vende 100 mil unidades a $ 2,50 cada; seus custos operacionais variáveis são de $ 1 a unidade e seus custos operacionais fixos totalizam $ 62.500. Os juros são de $ 17.500 por ano. Suponha que ambas as empresas sejam tributadas à alíquota de 35%. a. Calcule o grau de alavancagem operacional, financeira e total da empresa R. b. Calcule o grau de alavancagem operacional, financeira e total da empresa W. 5) São apresentados a seguir alguns dados relativos às Companhias Ômicron e Gama. Margem de contribuição total Lucro operacional Despesas financeiras Lucro antes do imposto de renda Lucro líquido (MCT) (LAJIR) (Ff) (LAIR) (LL) Cia. Ômicron Em $ mil 60.000 28.000 16.000 12.000 7.800 Cia. Gama Em $ mil 78.000 18.000 6.000 12.000 7.800 A partir desses dados: a. Calcule os graus de alavancagem operacional, financeira e combinada sobre os resultados dessas empresas. b. Comprove os graus de alavancagem encontrados através de demonstrações do resultado, iniciando pelas respectivas situações-base (LAIR = $ 12.000) e considerando acréscimos e decréscimos de 10% sobre os volumes de produção e vendas. 48
  • 49. Referências Bibliográficas LIVROS CONSULTADOS E INDICADOS ABREU FILHO, José Carlos Franco de – Finanças corporativas – 7ª ed. – Rio de Janeiro: Editora FGV; 2006. BRAGA, Roberto – Fundamentos e técnicas de administração financeira – São Paulo: Atlas, 1989. FERNANDES, Rogério Mário – Orçamento empresarial: uma abordagem conceitual e metodológica com prática através de simulador – Belo Horizonte: Editora UFMG; 2005. GITMAN, Lawrence J. – Princípios de administração financeira – 10ª ed. São Paulo: Pearson, 2004. LEITE, Hélio de Paula – Introdução à Administração Financeira – 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1994. MACHADO, José Roberto – Administração de finanças empresariais – 2ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. MAGALHÃES, Antônio Raimundo Chagas – Administração financeira para estudantes de Administração – Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 2005. MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços – 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. MOREIRA, José Carlos – Orçamento empresarial: manual de elaboração – 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. PADOVEZE, Clóvis – Planejamento orçamentário – São Paulo: Pioneira, 2005. ROSS, Stephen. Administração Financeira – São Paulo: Atlas. SANVICENTE, A. Zoratto. Administração financeira – 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. SANVICENTE, A. Zoratto; SANTOS, C. da Costa – Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle – 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1983. SILVA, José Pereira da – Análise financeira das empresas – 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. 49
  • 50. Glossário TERMOS TÉCNICOS USADOS EM ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA AMORTIZAÇÃO: Representa a conta que registra a diminuição do valor dos bens intangíveis registrados no ativo permanente, é a perda de valor de capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros, com existência ou exercício de duração limitada, ATIVO: São todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas do ativo têm saldos devedores. ATIVO CIRCULANTE: Dinheiro em caixa ou em bancos; bens, direitos e valores a receber no prazo máximo de um ano, ou seja realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques de mercadorias produzidas, etc); aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. BALANÇO: É um quadro (mapa, gráfico, etc.) onde é demonstrada a situação econômica/ financeira da empresa na data a que o balanço diz respeito. BENS: Tudo que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça necessidades humanas. BENS INTANGÍVEIS: Não possuem existência física, porém, representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos, como marcas e patentes, formulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial, fundo de comércio etc. CAPITAL DE TERCEIROS: Representam recursos originários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos de propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível. CAPITAL PRÓPRIO: São os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais. Corresponde ao patrimônio líquido. CAPITAL SOCIAL: É o valor previsto em contrato ou estatuto, que forma a participação (em dinheiro, bens ou direitos) dos sócios ou acionistas na empresa. CONTABILIDADE: É a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento básico para a tomada de decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa. CONTAS DE RESULTADO: Registram as variações patrimoniais e demonstram o resultado do exercício (receitas e despesas). CONTAS PATRIMONIAIS: Representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e situação líquida). CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: são classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso são demonstradas com o sinal (-). DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC): Relaciona o conjunto de ingressos e desembolsos financeiros de empresa em determinado período. Procura-se analisar todo deslocamento de cada unidade monetária dentro da empresa. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS/ PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA): Tem por objetivo demonstrar a movimentação da conta de lucros ou prejuízos acumulados, ainda não distribuídos aos sócios titular ou aos acionistas, revelando os eventos que influenciaram a modificação do seu saldo. Essa demonstração deve, também revelar o dividendo por ação do capital realizado. DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL): Fornece a movimentação ocorrida durante os exercícios nas contas componentes do Patrimônio Líquido, faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra além de indicar a origem de cada acréscimo ou diminuição no PL. DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR): Tem por objetivo a demonstração contábil destinada a evidenciar num determinado período as modificações que originaram as variações no capital circulante líquido da Entidade. E apresentar informações relacionadas a financiamentos (origens de recursos) e investimentos (aplicações de recursos) da empresa durante o exercício, onde, estes recursos são os que afetam o capital circulante líquido (CCL) da empresa. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE): Destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BÁSICAS: Balanço Patrimonial; Demonstração de Resultado; Demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados; Demonstrações das Mutações do PL; Demonstrações das Origens e Aplicações dos recursos; Notas Explicativas. 50