2. DIMENSÕES DAS SÍNDROMES PSICÓTICAS
DELÍRIOS
Conteúdo do
pensamento
ALUCINAÇÕES
Sensopercepção
DESORGANIZAÇÃO
DO
PENSAMENTO
MOVIMENTO
ANORMAL
SINTOMAS NEGATIVOS
SINTOMAS POSITIVOS
3. ALUCINAÇÕES
• DEFINIÇÃO: percepção de um ESTÍMULO inexistente, envolvendo os
sentidos.
VISÃO
AUDIÇÃO
OLFATO GOSTO
ALUCINAÇÃO
VISUALALUCINAÇÃO
AUDITIVA
ALUCINAÇÃO
OLFATIVA
ALUCINAÇÃO
GUSTATIVA
TATO
ALUCINAÇÃO
TÁTIL
TRANSTORNOS
PSICÓTICOS
DEPRESSÃO PSICÓTICA
MANIA PSICÓTICA
PSICOSES
DISSOCIAÇÃO
TRANSTORNOS ORGÂNICOS
TRANSTORNOS ORGÂNICOS
4. DELÍRIO
DEFINIÇÃO: alteração do pensamento que afeta o juízo e o conteúdo do
pensamento.
Convicção extraordinária
Impossível modificar
Conteúdo impossível
Não compartilhado
6. COMPORTAMENTO MOTOR DESORGANIZADO
DESORGANIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO
AGITAÇÃO ou ESTUPOR
CATATONIA
ECOPRAXIA: imitar gestos
ECOLALIA: repetir falas
ESTEREOTIPIA
• Motora: movimento repetitivo sem propósito
• Verbal: repetição de sons, palavras ou frases sem função
comunicativa
OLHAR FIXO
CARETAS
11. TRANSTORNO DELIRANTE
DELÍRIOS PROEMINENTES
Se houver alucinações, NÃO são proeminentes e somente reforçam o
delírio.
Pode haver um único tema ou mais
O funcionamento social, cognitivo e laborativo do sujeito NÃO está
prejudicado globalmente, NÃO é claramente estranho ou bizarro.
NUNCA satisfez critérios diagnósticos para Esquizofrenia.
Tempo do delírio: 1 mês ou mais.
12. TRANSTORNO DELIRANTE
EROTOMANIA
Síndrome de Clérambault
• Alguém de maior status social está apaixonado pelo sujeito.
• Maioria dos afetados: mulheres.
• Perfil da afetada: feia, solitária, retraídas, trabalho de baixo status,
solteiras com pouco contato sexual.
• Homens afetados são mais agressivos contra a pessoa ou seu
companheiro.
• Conduta paradoxal: todas as negativas são interpretadas como
confirmações da paixão secreta.
TEMAS DO DELÍRIO
14. TRANSTORNO DELIRANTE
CIÚMES
Síndrome de Otelo
• O sujeito acredita que é traído.
• Maioria dos afetados: homens.
• Ciúme patológico também é comum em alcoolistas crônicos e/ou com
disfunção erétil, epiléticos, usuários de drogas, esquizofrenia tratar
transtorno primário.
• Potencialmente perigoso agressões físicas, verbais, homicídios.
TEMAS DO DELÍRIO
15. TRANSTORNO DELIRANTE
PERSECUTÓRIO
• O sujeito acredita ser vítima de uma conspiração, ser espionado,
envenenado, difamado, etc.
• Tipo mais comum junto com delírio de ciúme.
• Traços de temperamento: irritado, rabugento, raivoso.
• Potencialmente perigoso agressão e homicídio.
TEMAS DO DELÍRIO
16. TRANSTORNO DELIRANTE
SOMÁTICO
Psicose hipocondríaca monossintomática
• O sujeito acredita ter uma doença ou determinadas sensações
corporais.
• NÃO É HIPOCONDRIA o delírio é fixo, intenso, irremovível, não há
relativização.
TEMAS DO DELÍRIO
17. TEMAS DO DELÍRIO SOMÁTICO
DELÍRIOS DE INFESTAÇÃO
• Preocupação com
infestação em seu
corpo
• Parasitose delirante
• Alucinações táteis
podem acompanhar
DELÍRIOS DE DIMORFOFOBIA
• Parte do corpo
deformada
• Feiura
• Parte do corpo
desproporcional
• Fenômeno próximo do
Transtorno Dismórfico
Corporal
DELÍRIOS DE ODORES
CORPORAIS OU HALITOSE
Síndrome de
referência olfativa
• Início mais precoce que
as demais (25 anos)
• Homens solteiros
• Sem tto psiquiátrico
anterior
19. TRANSTORNO DELIRANTE
BIZARRO
• Tema impossível, implausível.
Exemplos:
• Abdução por Ets
• Teve órgãos trocados sem cicatriz cirúrgica
TEMAS DO DELÍRIO
20. TRANSTORNO DELIRANTE
exame psíquico
Humor: compatível com o tema do delírio.
Sensopercepção: ausente alucinação proeminente.
Quando presente auditiva > visual
Pensamento: Delírio sistematizado. Pode ser complexo ou simples.
Em geral, não-bizarro.
Insight: ausente ou pobre.
Volição: investigação de planos suicidas ou homicidas, história
passada de violência, avaliar riscos e indicação de internação.
Orientação, memória e cognição: não afetados.
22. TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE
Início súbito.
Sintomas: DELÍRIOS, ALUCINAÇÕES, DESORGANIZAÇÃO, MOVIMENTO
ANORMAL
Dura de horas, dias até 1 mês.
Remissão é completa volta ao funcionamento anterior.
Pode haver ou não um estressor evidente.
Quando há estressor “Psicose reativa”
Maior parte dos paciente com Transtorno de Personalidade (Borderline,
histriônica, narcisista, paranóide, esquizotípica)
23. TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE
FATORES DE BOM PROGNÓSTICO
1. Bom funcionamento pré-mórbido
2. Estressor precipitante óbvio e grave
3. Início agudo
4. Presença de sintomas afetivos
5. Pouco embotamento
6. Curta duração dos sintomas
7. História familiar: ausente Esquizofrenia
25. TRANSTORNO PSICÓTICO
COMPARTILHADO
Transferência de delírio de uma pessoa para outra.
Os sujeitos afetados são muito próximos, relação de longa data e
vivem em isolamento.
2 pessoas: Folie à deux
3 pessoas: Folie à trois
4 pessoas: Folie à quatre, etc.
Pares mais comuns: irmã-irmão, marido-esposa, mãe-filho família
26. TRANSTORNO PSICÓTICO
COMPARTILHADO
CASO PRIMÁRIO
• Doença psiquiátrica crônica
• Membro influente da relação
CASO SECUNDÁRIO
• Sugestionável
• Pouco inteligente
• Ingênuo
• Passivo
• Baixa autoestima
Pode abandonar o delírio se separado
28. TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME
Início súbito.
Sintomas: DELÍRIO, ALUCINAÇÕES, DESORGANIZAÇÃO,
MOVIMENTO ANORMAL, SINTOMAS NEGATIVOS
Dura de horas, dias até 1 mês.
Remissão é completa volta ao funcionamento anterior.
Pode haver ou não um estressor evidente.
Pode haver mais de um episódio após longos períodos de remissão.
Maior parte dos paciente com Transtorno de Personalidade
(Borderline, histriônica, narcisista, paranóide, esquizotípica)
29. TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME
CARACTERÍSTICAS DE BOM
PROGNÓSTICO
1. Sintomas agudos (evoluem
em até dentro de 4 semanas
do 1º sintoma notado);
2. Confusão e perplexidade;
3. Bom funcionamento pré-
mórbido;
4. Ausente de afeto embotado.
CARACTERÍSTICAS DE MAU
PROGNÓSTICO
• Ausência de 2 ou mais
características de bom
prognóstico.
Após 2 anos 38% mudam
para Esquizofrenia
Após 2 anos 73% mudam
para Esquizofrenia
32. SINTOMAS POSITIVOS
ALUCINAÇÕES ALTERAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO
• Assemelham-se à sensopercepção normal, porém NÃO HÁ ESTÍMULO
EXTERNO REAL
• São aceitas pelo juízo de realidade (são vividas como reais)
• Podem ser de qualquer modalidade (auditiva, visual, gustativa, etc.)
• Tipo mais frequente: auditiva;
• Alucinações visuais, gustativas e olfativas: investigar organicidade
(substâncias ou delirium)
33. SINTOMAS POSITIVOS
DELÍRIOS ALTERAÇÃO DO PENSAMENTO
• Sintoma mais comum da ESQUIZOFRENIA
• Tema mais comum: perseguição
• Tema mais típico: de influência
• O pensamento não leva em conta:
• REALIDADE
• RACIONALIDADE
• CULTURA
• Pode ter conteúdo POSSÍVEL ou IMPOSSÍVEL (“Bizarro”)
• Ex.: persecutório, de grandeza, niilista, de ruína, etc.
34. SINTOMAS NEGATIVOS
ALTERAÇÃO DO AFETO, VOLIÇÃO, PENSAMENTO E SOCIABILIDADE
• EMBOTAMENTO: perda da expressão dos afetos na mímica facial, na
entonação da fala (prosódia), fala monótona, etc.;
• AVOLIA: redução das atividades por falta de motivação, falta de iniciativa
ou de interesse;
• ANEDONIA: perda da capacidade de sentir prazer;
• ALOGIA: produção diminuída de ideias que leva à pobreza do discurso;
• DIMINUIÇÃO DA SOCIABILIDADE: associada à avolia e anedonia; perda de
interesse e de prazer nas interações sociais.
36. SINTOMAS COGNITIVOS
• O QI em geral no limite inferior da normalidade e mais baixo que dos
familiares de 1º grau desde o período pré-mórbido;
• Pode ou não haver declínio cognitivo após o 1º surto agudo psicótico;
• O declínio cognitivo se relaciona com pior prognóstico.
ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA DE TRABALHO
ALTERAÇÃO DA VIGILÂNCIA: não mantém atenção por longo tempo
MEMÓRIA VERBAL PREJUDICADA
POBREZA DE RACIOCÍNIO E DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
REDUÇÃO DA VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO
TEORIA DA MENTE PREJUDICADA
37. MOVIMENTO ANORMAL E CATATONIA
• Alterações do comportamento dirigido para um objetivo, levando a
dificuldades na realização de atividades cotidianas.
• Pode haver ou não CATATONIA
38. MOVIMENTO ANORMAL E CATATONIA
CATATONIA
• NEGATIVISMO: oposição ou ausência de ação após instrução
• MUTISMO
• ESTUPOR ou FUROR
• ESTEREOTIPIAS: movimento repetitivo sem função aparente
• FENÔMENOS ECO: ecopraxia, ecolalia;
• CARETAS, etc.
40. • Demora para ficar em
pé
• Anda com atraso
• Demora para falar
• Retraído
• Não brinca
• Dificuldades escolares
FETO, CRIANÇA
• Piora do
desempenho
escolar
• Abandona da
escola
• Agressividade
• Isolamento
• Depressão
PUBERDADE,
ADOLESCÊNCIA
• Delírios e alucinações
• Embotamento
• Avolia
• Tratamento com AP
PSICOSE
• Disfunção sócio-ocupacional
ALTERAÇÕES NEURODEGENERATIVASALTERAÇÕES DO NEURODESENVOLVIMENTO
ADULTO JOVEM ADULTO IDOSO
GENES
Programação celular
Desenvolvimento dos
neurônios
• Circuitos
neuronais
anormais
• Alteração da
PODA
GATILHO AMBIENTAL
• Perda de neurônios no córtex frontal, temporal,
hipocampo, amígdala e cingulado
• Diminuição do neuropil interneural
PRÉ-
MÓRBIDO
PRODRÔMICO PROGRESSIVA CRÔNICA
41. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
PREVALÊNCIA NA VIDA
• EUA Kaplan (9º ed) = 1%
1 em cada 100 terá ESQUIZOFRENIA ao longo da vida
DSM-5 = 0,3% a 0,7%
• Outros estudos: 0,6% a 1,9%
(DSM-5/Kaplan, 9º ed/Compêndio de clínica psiquiátrica.USP, 2012)
• Professor Dr.
• Marcelo Braganceiro
42. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
IDADE E GÊNERO
• Homens = Mulheres
• Início precoce:
Maioria homens
Mais sintomas negativos e menor resposta ao tratamento
Pico dos 10 aos 25 anos
• Início tardio:
Maioria mulheres
Mais sintomas positivos e melhor resposta ao tratamento
Pico BIMODAL 1º) 25 a 30 anos e
2º) após 40 anos
• Raro antes dos 10 anos ou após os 60 anos
(Compêndio de clínica psiquiátrica.USP, 2012/Kaplan & Sadock, 9º ed)
43. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
ÉPOCA DE NASCIMENTO
• NASCER NO INVERNO ou início da primavera
• HEMISFÉRIO NORTE Janeiro a Abril
• HEMISFÉRIO SUL Julho a Setembro
• Hipóteses explicativas:
Vírus Influenza vertical
Mudanças alimentares da mãe
Reações auto-imunes da mãe
Menores vantagens biológicas do feto
(Compêndio de clínica psiquiátrica.USP, 2012/Kaplan & Sadock, 9º ed)
44. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
GEOGRAFIA
• Ocorre em TODAS AS SOCIEDADES e em TODAS AS ÁREAS GEOGRÁFICAS
• Há “bolsões” de Esquizofrenia IRLANDA
- maior nas áreas rurais, onde há
desemprego
- menor nas áreas urbanas de Dublin
• Tende a ser menor em áreas RURAIS
• Tende a ser mais numerosa em áreas URBANAS
Kaplan & Sadock, 5º ed
45. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
SUICÍDIO
• Com êxito 15% (Kaplan) / 5 a 6% (DSM-5) ● Tentativa 20% (DSM-5)
FATORES DE RISCO NA POPULAÇÃO GERAL
• Sexo masculino
• Raça branca
• Isolamento social
• Depressão
• Desemprego
• Rejeição recente
• Desesperança
FATORES DE RISCO NA ESQUIZOFRENIA
• jovens
• ↑↑Psicopatologia
• Comprometimento funcional
• Noção realista da doença
• Avaliação realista do futuro
• Dependência excessiva do tratamento
• Uso de drogas
MOMENTOS DE RISCO
• Início da doença (primeiro ano)
• Logo após a alta
• ATENÇÃO: persiste por todo o curso da doença DSM-5/Kaplan & Sadock, 5º ed
46. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
HÁBITOS DE VIDA
TABACO 75% dos Esquizofrênicos fumam
Repercussões:
• Doses mais alta de medicações porque cigarro acelera metabolização
Razões para o elevado consumo:
• Diminui efeito colateral de Parkinsonismo dos antipsicóticos
• Diminui alucinações porque a nicotina diminui a percepção de ruídos
• Ativa Via de Gratificação trazendo alívio de tensões emocionais
Kaplan & Sadock, 5º ed
47. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
HÁBITOS DE VIDA
ÁLCOOL 30% a 50% dos Esquizofrênicos bebem excessivamente (uso
nocivo ou dependência)
MACONHA 15% a 25%
COCAÍNA 5% a 10%
• Uso de substâncias piora o prognóstico
• Uso motivado por busca de prazer e alívio de depressão e ansiedade
Kaplan & Sadock, 5º ed
48. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
EM PAÍSES DESENVOLVIDOS:
• Pacientes esquizofrênicos são pobres
• Hipóteses:
• Hipótese de declínio se tornam pobres
• Hipótese da causa social estresse colabora para desenvolvimento da doença
EM PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS:
• Melhor prognóstico
• Hipótese: famílias integram e protegem melhor o paciente
Maior em MIGRANTES Estresse?
EUA 1/3 a 2/3 dos MORADORES DE RUA são esquizofrênicos
Kaplan & Sadock, 5º ed
49. EPIDEMIOLOGIA - Esquizofrenia
TAXA DE MORTALIDADE
Taxa de mortalidade = 2 a 3 vezes maior do que na população geral
Suicídio
Doenças cardiovasculares
Doenças metabólicas (diabetes)
Tabagismo
Álcool
Drogas
Nardi; Quevedo; Silva. Org Esquizofrenia: teoria e clínica, 2015.
50. FATORES DE RISCO
GÊNERO
• Homens: maior risco para início
precoce
• Mulheres: maior risco para início tardio
(Compêndio de clínica psiquiátrica.USP, 2012)
51. FATORES DE RISCO
GENÉTICA
• História familiar positiva:
POPULAÇÃO PREVALÊNCIA
População geral 1 – 1,5
Parentes de 1º grau 10 – 12
Parentes de 2º grau 5 – 6
Filho de dois pais
esquizofrênicos
40
Gêmeos dizigóticos 12 – 15
Gêmeos monozigóticos 45 - 50
(Compêndio de clínica psiquiátrica. USP, 2012)
52. FATORES DE RISCO
ADOLESCÊNCIA
• Uso de drogas (destaque para
MACONHA);
• Dificuldades na socialização;
• Dificuldades no desempenho do papel
sexual;
• Isolamento.
(Compêndio de clínica psiquiátrica.USP, 2012)