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A HISTÓRIA, AS FOTOS E O MAPA DO
SISTEMA DE BONDES EM RECIFE
Link: http:// www.novomilenio.inf.br/santos/bondes/bras03.jpg
Recife/Pernambuco
Recife, capital do estado de Pernambuco, foi visitada em 11 de
dezembro de 1928
pelo escritor brasileiro Mário de Andrade (1893-1945), quando
viajava como cronista do Diário Nacional,
obrigando-se a enviar diariamente textos para a coluna "O Turista
Aprendiz".
O bonde é o centro dessa composição fotográfica de linhas e
sombras que o escritor modernista captou
com "Codaque", como ele designava a sua câmera Kodak.
A imagem foi publicada em "Mário de Andrade, Fotógrafo e Turista
Aprendiz", editado em 1993 pelo Instituto
de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), em
comemoração ao centenário de nascimento do escritor.
Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA
Link: http:// www.tramz.com/br/re11.jpg
A imagem anterior (da coleção do pesquisador Allen Morrison, de New York), é de um
cartão postal do início do
século XX, que circulava ainda em 1954, com a estação dos bondes junto ao Arco de
Santo Antônio.
Destaca o especialista estadunidense Allen Morrison que Recife foi a segunda cidade
brasileira (depois do
Rio de Janeiro) a operar bondes a vapor, podendo ter sido a primeira no mundo a
operar locomotivas a vapor
construídas especialmente para rodar nas ruas. As duas primeiras dessas locomotivas
foram construídas
em 1866 pela Manning Wardle & Co. (de Leeds, Inglaterra) para a empresa inglesa
Brazilian Street Railway, que
no Brasil foi conhecida como Estrada de Ferro de Caxangá.
A primeira linha de bondes a vapor, entre o porto e o bairro Apipucos, foi inaugurada
em 5/1/1867, com
bitola de 1.219 mm (4 pés), sendo nesse ano estendida ao bairro Dois Irmãos e em
24/6/1870 a Caxangá. Um
ramal para Arraial (Casa Amarela) começou a funcionar em 24/12/1871.
Outra linha, com bitola de 1,4 metro, foi instalada com capitais brasileiros da
Trilhos Urbanos do Recife a Olinda
e Beberibe, sendo inaugurada em Olinda a 20/6/1870, com o acréscimo no mês
seguinte da rota para o rio Beberibe,
usando também locomotivas inglesas da Manning Wardle e carros de passageiros
fabricados por John Stephenson em
New York. Uma rota mais direta para Caxangá foi construída em 1885 e os trilhos
passando por Dois Irmãos foram
removidos. Os bondes a vapor rodaram no Recife até a Primeira Guerra Mundial.
A Pernambuco Street Railway, depois Ferro-Carril de Pernambuco, abriu uma
linha com tração animal para Madalena
em 22/9/1871. Os primeiros veículos eram fechados como os ônibus locais e assim
eram chamados de ônibus pelo
público. Quando a empresa instalou luzes elétricas, os passageiros rebatizaram os
bondes como electroburros.
Usava-se então a mão de direção inglesa, pela esquerda da rua, como se pode notar
na foto abaixo, e animais extras
eram colocados ao longo do caminho para reposição dos que se cansassem:
Link: http:// www.novomilenio.inf.br/santos/bondes/bras03d.jpg
Foto: Autor desconhecido
Apesar de seu espírito pioneiro, Recife foi a última das grandes capitais
brasileiras a instalar bondes elétricos,
depois de 21 outras cidades no Brasil. Isso ocorreu em 1912, com a
Pernambuco Tramways & Power Company,
criada em Londres em 24/1/1913, que iniciou os testes em 11/1913 e inaugurou
a primeira linha elétrica (da área
insular do Recife até Boa Vista, através da península de Santo Antônio) em
13/5/1914.
A linha de bondes a vapor para Olinda foi eletrificada em 12/10/1914 e a tração
elétrica chegou a Várzea no
ano seguinte. Os bondes a vapor para Dois Irmãos e Arraial foram substituídos
por linhas elétricas em 1917 e o
último deles rodou no Recife, até o Beberibe, em 1922.
Bonde elétrico no Recife, em foto cedida pelo pesquisador estadunidense Allen Morrison
Link: http:// www.novomilenio.inf.br/santos/bondes/bras03.jpg
Muitos dos bondes abertos foram reconstruídos como modelos fechados de
luxo para uma nova linha até a
praia de Boa Viagem, inaugurada em 25/10/1924. Uma rota havia sido
também planejada para Jaboatão, 8 km
a Oeste de Tegipió, mas nunca foi construída. Na década de 1920,
a Pernambuco Tramways operava 130 veículos
motorizados e 110 reboques em 141 km de linhas, o terceiro maior
sistema urbano de bondes no Brasil.
A partir de 1930, começaram a circular no Recife veículos fechados que o
público apelidou de zepelins. Mas, a partir
do final da Segunda Guerra Mundial, o sistema de bondes declinou
rapidamente. A linha da área insular do Recife
até Santo Antônio foi eliminada em 1951, e o último bonde na cidade rodou
de Boa Vista a Madalena - onde o primeiro
veículo tracionado por cavalos, tinha circulado 80 anos antes - em março de
1954.
Políticos locais acusaram a Pernambuco Tramways de quebra de contrato e
forçaram o reinício do serviço, com
um veículo aberto, simples, rodando um dia apenas, de Boa Vista a Fundão, em
1960. O bonde 104 foi o último preservado
em um parque na margem do rio, na Rua da Aurora, e transferido para o Museu do
Homem do Nordeste em 1985.
Em 15/6/1960, a nova Companhia de Transportes Urbanos inaugurou o sistema de
trólebus, que chegou a
operar em nove rotas em 1980. Novas rotas de trólebus foram abertas em 1982. O
serviço ferroviário suburbano,
com locomotivas a diesel da Estação Central até Jaboatão (20 km) e da Estação
Cinco Pontas até Cabo (30 km)
começou a ser eletrificado, operando como metrô interurbano a partir de 9/3/1985.
Crédito da reportagem: http://www.novomilenio.inf.br/santos/bonden03.htm
MAPA DA REDE E EVOLUÇÃO
MAIS FOTOS E INFORMAÇÕES (1867-1913)
Em 5 de janeiro de 1867 foram inaugurados os trilhos urbanos do
Recife a Dois Irmãos.
O trecho inicial partia da rua Formosa, começo da atual Conde da Boa
Vista. A maxambomba era
uma pequena locomotiva em que os maquinistas trabalhavam numa
cabine sem coberta. A máquina puxava
três vagões de dois andares.
Veja como foi a notícia no DIARIO:
“Começa hoje o serviço ordinário da via férrea do Recife ao Apipucos, limitado ao
Caldeireiro, por ora;
partindo o primeiro trem da rua Formosa às 3 horas da tarde. O preço é, como ontem
dissemos, 200 réis
por cada mil braças na lª. classe, única por ora enquanto durar o serviço provisório.
Os pontos de parada
do trem serão: rua da Soledade; depois da curva do Manguinho; em frente da estrada
dos Aflitos; entre
as casas dos srs. drs. Augusto de Oliveira e Gusmão; em frente da casa do sr. Luís
Gomes; entrada do
sítio da Jaqueira; saída do Parnamirim; entrada da Casa Forte; e no Chacon. As
horas da partida são:
5 e meia, 7 e um quarto, 8 e três quartos da manhã; 3 e meia, 5 e 6 e meia da tarde,
do Recife para o
Caldeireiro; 6 e meia, 8 e 9 e meia da manhã; 4 e um quarto, 5 e três quartos e 7 e
meia da tarde, do
Caldeireiro para o Recife.
Numa matéria paga, na mesma edição, os empresários da ferrovia
explicavam por que a inauguração do
serviço se dava em caráter precário.
“Não sendo possível, pela considerável demora que houve na
remessa dos últimos trilhos e outros objetos,
por em andamento duas locomotivas, o serviço por agora será feito
por uma somente, que conduzirá dois
carros, partindo as horas e dos lugares indicados na tabela que vai
anexa”.
Uma das Locomotivas construídas no período de 1866-1870 por
Manning Wardle & CO. em Leeds para a Estrada de Ferro de
Caxangá, Eles diziam ser a primeira no mundo projetada para operar
em via pública.
Trem da E. F. de Caxangá, 1900 sobre o Rio Capibaribe
Estação Ponte d’ Uchôa, Av. Rui Barbosa – E.F.C’s Linha
Apipucos, construída em 1865, existe até hoje.
Ticket – E.F.C. - 1900
Cia Ferroviária, trilhos urbanos do Recife a Olinda e Beberibe.
Foto no bairro de Fundão.
Ticket – Ferro Carril de Pernambuco, 1871
F.C.P. linha para
Afogados e
Jiquiá (Giquiá).
No Jiquiá, onde
foi o primeiro
campo de pouso
em Recife,
pousava o Graf
Zeppelin, 1930.
Bonde a cavalos, com mão inglesa, na rua 1º de Março
Bonde na Praça da Independência – Santo Antonio, 1903
Bonde na Ponte da Boa Vista
MAIS FOTOS E INFORMAÇÕES (1914-1927)
Uma das 55 locomotivas construídas em 1913 até 1921 para
Pernambuco Tramways & Power Company, inaugurando o sistema
elétrico em 1914.
Bonde elétrico inglês na Ponte Buarque de Macedo,
postal de 08 de setembro de 1916.
Bondes da Av. Rio Branco
Bonde na Ponte Maurício de Nassau, o sistema elétrico
aposentava 47 anos de tração animal.
Bonde J.G.Brill (USA) encomenda de 30 carros da Pernambuco
Tramways. Os recifenses apelidaram de “Caixa de Fósforo”.
Bonde da Companhia de Força e Transporte de Pernambuco
Bondes para Olinda
Praça da Independência – Bondes para Casa Amarela e Derby
Ponte da Boa Vista
Estação Várzea e o Bonde
Em 1924 a P.T. converteu seus bondes abertos para fechados para a
linha Boa Viagem
Ao fim de 1930 a P.T. importou motores adicionais e controladores, e carros da
Inglaterra para um novo modelo fechado. Os operadores o apelidaram de “Gigolô”.
Rua Nova, com dois bondes “Gigolôs”.
Rio Pina – Linha Boa Viagem, no trecho de linha singela
Construção da Av. Boa Viagem e sua linha em 1923
Avenida Boa Viagem
Bonde em alumínio “Zeppelin”. Nome e modelo inspirado após a
chegada do dirigível Graf Zeppelin em Recife, em 1930. O dirigível
fez muito sucesso. E o Bonde foi construído nas dependências da P.T.
Bonde no terminal da Praça Rio Branco. Todos os modelos
Zeppelin funcionaram com o sistema da Brill.
Praça Rio Branco e os vários modelos de Bondes. Notem a linha
ferroviária a vapor, hoje no Marco Zero – Recife.
Um novo modelo de Zeppelin, com porta central.
Fotos tirada na Fernandes Vieira, nas “garagens” da P.T.
Acesso através de porta central foi um avanço tecnológico.
Saúde financeira não estava nas melhores condições. Bonde de
segunda mão comprado da Syracuse, New York.
Foto de 1943
Sinais de crise, modelo a partir de um Zeppelin, só que em
madeira e não alumínio.
Linha Olinda
Bonde antigo, reformado para voltar a operar. Trecho da Ponte
Maurício de Nassau – 1943.
O fim estava chegando, reformar e não comprar novos bondes.
Bonde Gigolô em 1943
Bonde de 1914 ainda funcionando na forma original em 1943
Os bondes continuaram até 1960, onde a P.T. encerrou sua operação.
Rua da Aurora, o que restou dos bondes.
Encontra-se no Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte - Recife
Do sistema só restam
os trilhos no centro do
Recife.
EM 1960, COM O FIM DOS
BONDES, O TRÓLLEBUS
SUBSTITUIU EM VÃO O
EFICIENTE SISTEMA.
FIM DO EFICIENTE SISTEMA
DE BONDES, OS ÔNIBUS
DOMINAM A CIDADE.
Al Mendoza

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A história do sistema de bondes em Recife

  • 1. A HISTÓRIA, AS FOTOS E O MAPA DO SISTEMA DE BONDES EM RECIFE
  • 3. Recife/Pernambuco Recife, capital do estado de Pernambuco, foi visitada em 11 de dezembro de 1928 pelo escritor brasileiro Mário de Andrade (1893-1945), quando viajava como cronista do Diário Nacional, obrigando-se a enviar diariamente textos para a coluna "O Turista Aprendiz". O bonde é o centro dessa composição fotográfica de linhas e sombras que o escritor modernista captou com "Codaque", como ele designava a sua câmera Kodak. A imagem foi publicada em "Mário de Andrade, Fotógrafo e Turista Aprendiz", editado em 1993 pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), em comemoração ao centenário de nascimento do escritor.
  • 4. Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA Link: http:// www.tramz.com/br/re11.jpg
  • 5. A imagem anterior (da coleção do pesquisador Allen Morrison, de New York), é de um cartão postal do início do século XX, que circulava ainda em 1954, com a estação dos bondes junto ao Arco de Santo Antônio. Destaca o especialista estadunidense Allen Morrison que Recife foi a segunda cidade brasileira (depois do Rio de Janeiro) a operar bondes a vapor, podendo ter sido a primeira no mundo a operar locomotivas a vapor construídas especialmente para rodar nas ruas. As duas primeiras dessas locomotivas foram construídas em 1866 pela Manning Wardle & Co. (de Leeds, Inglaterra) para a empresa inglesa Brazilian Street Railway, que no Brasil foi conhecida como Estrada de Ferro de Caxangá. A primeira linha de bondes a vapor, entre o porto e o bairro Apipucos, foi inaugurada em 5/1/1867, com bitola de 1.219 mm (4 pés), sendo nesse ano estendida ao bairro Dois Irmãos e em 24/6/1870 a Caxangá. Um ramal para Arraial (Casa Amarela) começou a funcionar em 24/12/1871.
  • 6. Outra linha, com bitola de 1,4 metro, foi instalada com capitais brasileiros da Trilhos Urbanos do Recife a Olinda e Beberibe, sendo inaugurada em Olinda a 20/6/1870, com o acréscimo no mês seguinte da rota para o rio Beberibe, usando também locomotivas inglesas da Manning Wardle e carros de passageiros fabricados por John Stephenson em New York. Uma rota mais direta para Caxangá foi construída em 1885 e os trilhos passando por Dois Irmãos foram removidos. Os bondes a vapor rodaram no Recife até a Primeira Guerra Mundial. A Pernambuco Street Railway, depois Ferro-Carril de Pernambuco, abriu uma linha com tração animal para Madalena em 22/9/1871. Os primeiros veículos eram fechados como os ônibus locais e assim eram chamados de ônibus pelo público. Quando a empresa instalou luzes elétricas, os passageiros rebatizaram os bondes como electroburros. Usava-se então a mão de direção inglesa, pela esquerda da rua, como se pode notar na foto abaixo, e animais extras eram colocados ao longo do caminho para reposição dos que se cansassem:
  • 8. Apesar de seu espírito pioneiro, Recife foi a última das grandes capitais brasileiras a instalar bondes elétricos, depois de 21 outras cidades no Brasil. Isso ocorreu em 1912, com a Pernambuco Tramways & Power Company, criada em Londres em 24/1/1913, que iniciou os testes em 11/1913 e inaugurou a primeira linha elétrica (da área insular do Recife até Boa Vista, através da península de Santo Antônio) em 13/5/1914. A linha de bondes a vapor para Olinda foi eletrificada em 12/10/1914 e a tração elétrica chegou a Várzea no ano seguinte. Os bondes a vapor para Dois Irmãos e Arraial foram substituídos por linhas elétricas em 1917 e o último deles rodou no Recife, até o Beberibe, em 1922.
  • 9. Bonde elétrico no Recife, em foto cedida pelo pesquisador estadunidense Allen Morrison Link: http:// www.novomilenio.inf.br/santos/bondes/bras03.jpg
  • 10. Muitos dos bondes abertos foram reconstruídos como modelos fechados de luxo para uma nova linha até a praia de Boa Viagem, inaugurada em 25/10/1924. Uma rota havia sido também planejada para Jaboatão, 8 km a Oeste de Tegipió, mas nunca foi construída. Na década de 1920, a Pernambuco Tramways operava 130 veículos motorizados e 110 reboques em 141 km de linhas, o terceiro maior sistema urbano de bondes no Brasil. A partir de 1930, começaram a circular no Recife veículos fechados que o público apelidou de zepelins. Mas, a partir do final da Segunda Guerra Mundial, o sistema de bondes declinou rapidamente. A linha da área insular do Recife até Santo Antônio foi eliminada em 1951, e o último bonde na cidade rodou de Boa Vista a Madalena - onde o primeiro veículo tracionado por cavalos, tinha circulado 80 anos antes - em março de 1954.
  • 11. Políticos locais acusaram a Pernambuco Tramways de quebra de contrato e forçaram o reinício do serviço, com um veículo aberto, simples, rodando um dia apenas, de Boa Vista a Fundão, em 1960. O bonde 104 foi o último preservado em um parque na margem do rio, na Rua da Aurora, e transferido para o Museu do Homem do Nordeste em 1985. Em 15/6/1960, a nova Companhia de Transportes Urbanos inaugurou o sistema de trólebus, que chegou a operar em nove rotas em 1980. Novas rotas de trólebus foram abertas em 1982. O serviço ferroviário suburbano, com locomotivas a diesel da Estação Central até Jaboatão (20 km) e da Estação Cinco Pontas até Cabo (30 km) começou a ser eletrificado, operando como metrô interurbano a partir de 9/3/1985. Crédito da reportagem: http://www.novomilenio.inf.br/santos/bonden03.htm
  • 12. MAPA DA REDE E EVOLUÇÃO
  • 13.
  • 14. MAIS FOTOS E INFORMAÇÕES (1867-1913) Em 5 de janeiro de 1867 foram inaugurados os trilhos urbanos do Recife a Dois Irmãos. O trecho inicial partia da rua Formosa, começo da atual Conde da Boa Vista. A maxambomba era uma pequena locomotiva em que os maquinistas trabalhavam numa cabine sem coberta. A máquina puxava três vagões de dois andares.
  • 15. Veja como foi a notícia no DIARIO: “Começa hoje o serviço ordinário da via férrea do Recife ao Apipucos, limitado ao Caldeireiro, por ora; partindo o primeiro trem da rua Formosa às 3 horas da tarde. O preço é, como ontem dissemos, 200 réis por cada mil braças na lª. classe, única por ora enquanto durar o serviço provisório. Os pontos de parada do trem serão: rua da Soledade; depois da curva do Manguinho; em frente da estrada dos Aflitos; entre as casas dos srs. drs. Augusto de Oliveira e Gusmão; em frente da casa do sr. Luís Gomes; entrada do sítio da Jaqueira; saída do Parnamirim; entrada da Casa Forte; e no Chacon. As horas da partida são: 5 e meia, 7 e um quarto, 8 e três quartos da manhã; 3 e meia, 5 e 6 e meia da tarde, do Recife para o Caldeireiro; 6 e meia, 8 e 9 e meia da manhã; 4 e um quarto, 5 e três quartos e 7 e meia da tarde, do Caldeireiro para o Recife.
  • 16. Numa matéria paga, na mesma edição, os empresários da ferrovia explicavam por que a inauguração do serviço se dava em caráter precário. “Não sendo possível, pela considerável demora que houve na remessa dos últimos trilhos e outros objetos, por em andamento duas locomotivas, o serviço por agora será feito por uma somente, que conduzirá dois carros, partindo as horas e dos lugares indicados na tabela que vai anexa”.
  • 17. Uma das Locomotivas construídas no período de 1866-1870 por Manning Wardle & CO. em Leeds para a Estrada de Ferro de Caxangá, Eles diziam ser a primeira no mundo projetada para operar em via pública.
  • 18. Trem da E. F. de Caxangá, 1900 sobre o Rio Capibaribe
  • 19. Estação Ponte d’ Uchôa, Av. Rui Barbosa – E.F.C’s Linha Apipucos, construída em 1865, existe até hoje.
  • 21. Cia Ferroviária, trilhos urbanos do Recife a Olinda e Beberibe. Foto no bairro de Fundão.
  • 22. Ticket – Ferro Carril de Pernambuco, 1871
  • 23. F.C.P. linha para Afogados e Jiquiá (Giquiá). No Jiquiá, onde foi o primeiro campo de pouso em Recife, pousava o Graf Zeppelin, 1930.
  • 24. Bonde a cavalos, com mão inglesa, na rua 1º de Março
  • 25. Bonde na Praça da Independência – Santo Antonio, 1903
  • 26. Bonde na Ponte da Boa Vista
  • 27. MAIS FOTOS E INFORMAÇÕES (1914-1927) Uma das 55 locomotivas construídas em 1913 até 1921 para Pernambuco Tramways & Power Company, inaugurando o sistema elétrico em 1914.
  • 28. Bonde elétrico inglês na Ponte Buarque de Macedo, postal de 08 de setembro de 1916.
  • 29. Bondes da Av. Rio Branco
  • 30. Bonde na Ponte Maurício de Nassau, o sistema elétrico aposentava 47 anos de tração animal.
  • 31. Bonde J.G.Brill (USA) encomenda de 30 carros da Pernambuco Tramways. Os recifenses apelidaram de “Caixa de Fósforo”.
  • 32. Bonde da Companhia de Força e Transporte de Pernambuco
  • 34. Praça da Independência – Bondes para Casa Amarela e Derby
  • 35. Ponte da Boa Vista
  • 36.
  • 37.
  • 38.
  • 39.
  • 41. Em 1924 a P.T. converteu seus bondes abertos para fechados para a linha Boa Viagem
  • 42. Ao fim de 1930 a P.T. importou motores adicionais e controladores, e carros da Inglaterra para um novo modelo fechado. Os operadores o apelidaram de “Gigolô”.
  • 43. Rua Nova, com dois bondes “Gigolôs”.
  • 44. Rio Pina – Linha Boa Viagem, no trecho de linha singela
  • 45. Construção da Av. Boa Viagem e sua linha em 1923
  • 47.
  • 48.
  • 49. Bonde em alumínio “Zeppelin”. Nome e modelo inspirado após a chegada do dirigível Graf Zeppelin em Recife, em 1930. O dirigível fez muito sucesso. E o Bonde foi construído nas dependências da P.T.
  • 50. Bonde no terminal da Praça Rio Branco. Todos os modelos Zeppelin funcionaram com o sistema da Brill.
  • 51. Praça Rio Branco e os vários modelos de Bondes. Notem a linha ferroviária a vapor, hoje no Marco Zero – Recife.
  • 52. Um novo modelo de Zeppelin, com porta central.
  • 53. Fotos tirada na Fernandes Vieira, nas “garagens” da P.T.
  • 54. Acesso através de porta central foi um avanço tecnológico.
  • 55. Saúde financeira não estava nas melhores condições. Bonde de segunda mão comprado da Syracuse, New York.
  • 57. Sinais de crise, modelo a partir de um Zeppelin, só que em madeira e não alumínio.
  • 58.
  • 60. Bonde antigo, reformado para voltar a operar. Trecho da Ponte Maurício de Nassau – 1943.
  • 61. O fim estava chegando, reformar e não comprar novos bondes.
  • 63. Bonde de 1914 ainda funcionando na forma original em 1943
  • 64. Os bondes continuaram até 1960, onde a P.T. encerrou sua operação.
  • 65. Rua da Aurora, o que restou dos bondes.
  • 66. Encontra-se no Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte - Recife
  • 67. Do sistema só restam os trilhos no centro do Recife.
  • 68. EM 1960, COM O FIM DOS BONDES, O TRÓLLEBUS SUBSTITUIU EM VÃO O EFICIENTE SISTEMA.
  • 69.
  • 70. FIM DO EFICIENTE SISTEMA DE BONDES, OS ÔNIBUS DOMINAM A CIDADE.
  • 71.