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Tem confete
nessa pizza
SÁTIRA | Alvos preferidos para as brincadeiras dos foliões,
políticos preparam sapatos e ouvidos para o carnaval da eleição
Por Ivo Dantas                                 Palmeiras, enfim resolvida durante o jantar      homens do povo são o alvo preferido dos foli-
                                               em uma pizzaria. Daí não demorou para cair       ões, ainda mais em ano de eleição.

A   sabedoria popular não deixa barato
    para a classe política. “No Brasil, tudo
acaba em pizza”, diz o ditado originado
                                               no gosto do povo, que tratou de expandir a
                                               expressão para todos os causos políticos.
                                                    Se no dia-dia eles já sofrem com as brin-
                                                                                                    Responsável durante os últimos anos
                                                                                                por um dos dias mais aguardados do car-
                                                                                                naval recifense, o bloco Quanta Ladeira
de uma reportagem publicada pelo jornal        cadeiras, no carnaval não poderia ser diferen-   perde o amigo, mas não perde a piada.
paulista Gazeta Esportiva, na década de        te. Seja no sobe-desce das ladeiras de Olinda,   Atirando como uma metralhadora giratória
60. A matéria falava sobre o fim de uma        nas pontes e bailes do Recife ou nas troças      o bloco de músicos pernambucanos, como
longa crise interna na Sociedade Esportiva     espalhadas pelo interior de Pernambuco, os       Alceu Valença, Lenine, Lula Queiroga,

20 >             > fevereiro
Alexandre Albuquerque
              dentre outros, não perdoa
               ninguém.
                        De Obama ao ex-
                      prefeito João Paulo
                      (PT), muitos já sofre-
                     ram com as paródias
                   do bloco desde que foi
                  criado em Olinda, no car-
naval de 1995. No ano seguinte, os mú-
sicos fizeram um encontro antes mesmo
dos dias de folia na casa do compositor
Zé da Flauta, onde começaram a fazer
as músicas. “Eu morava no Alto da Sé e
escutei um grupo de turistas cantando
Guantanamera, mas eu entendia Quanta
Ladeira. Aí surgiu o hino do bloco”, conta
Lula Queiroga.
    Segundo ele, a primeira prévia contou      n De Ulysses Guimarães à Dilma: não faltam opções
com apenas 50 pessoas e a atração prin-
cipal era a dupla Caju e Castanha. Em seu      ano. É como uma grande confraternização,      na meia vão aparecer. “Não tem como
13º ano, o bloco já arrasta mais de 35 mil     onde a gente se junta para extravasar”, diz   deixar passar. Todo ano dão motivo para
pessoas nos shows que acontecem todo           o músico pernambucano.                        a gente brincar. Estamos pensando em
ano no palco do RecBeat, em frente ao              Para este ano os músicos ainda não        levar umas faixas com algumas sátiras
shopping Paço Alfândega. “Não esperá-          se reuniram, mas é certo que temas como       para ficarem no meio do público, mas
vamos que fosse crescer tanto. Hoje, dá        a polêmica do mensalão de Brasília, em        não decidimos ainda”, adianta. Até as
muito trabalho, quando era para ser ape-       que o presidente da Câmara Legislativa        cirurgias plásticas feitas pela candidata
nas uma brincadeira. Não temos nem o           do Distrito Federal, Leonardo Prudente        do PT, Dilma Rousseff, têm espaço ga-
nome registrado e vai quem pode, cada          (DEM), foi flagrado colocando dinheiro        rantido na brincadeira.
Alexandre Albuquerque                                                                            Nos mais de dez anos do bloco, Quei-
                                                                                             roga conta que já aconteceram situações
                                                                                             engraçadas com a presença de políticos.
                                                                                             Em 2007, o ex-prefeito João Paulo estava
                                                                                             perto do palco assistindo ao show quando
                                                                                             os músicos começaram a parodiar a de-
                                                                                             cisão do executivo municipal de reajustar
                                                                                             em 47% o salário dos servidores.
                                                                                                 “47% eu também quero, também
                                                                                             quero, também quero...”, dizia a letra.
                                                                                             “Levei a situação na alegria, pois admiro
                                                                                             toda essa criatividade natural do carna-
                                                                                             val”, responde o petista sobre o momento
                                                                                             constrangedor. A polêmica não parou no
                                                                                             palco. “Nos dias que se seguiram o re-
                                                                                             ajuste foi derrubado por causa da forte
                                                                                             pressão dos jornais”, lembra Queiroga.
                                                                                             Outro tema preferido do Quanta Ladeira é
                                                                                             o parque Dona Lindu, que este ano deve
                                                                                             ganhar mais uma versão.
                                                                                                 O Siri na Lata abriu alas para as sátiras
                                                                                             de 2010 com o tema “O Brasil é um circo”,
                                                                                             uma homenagem aos grandes escândalos
                                                                                             que serão munição para os dois lados na
                                                                                             disputa eleitoral que marcará os próximos
                                                                                             meses. Nas caricaturas criadas pelo cartu-
                                                                                             nista pernambucano Lailson, presentes na
n Vane Cabús: Lula mais uma vez como campeão de vendas                                       prévia do bloco, Serra, Dilma, Ciro, u uu

                                                                                                               fevereiro >           > 21
Capa                                                                                            que o carnaval não é o período adequado
                                                                                                para se falar de política. “O nosso foco é o
                                                                                                folião, seja ele de direita, de esquerda ou
              Marina Silva e, claro, Lula fi-                                                   sem partido. Nunca nos interessamos em
                     zeram a diversão dos                                                       misturar política com carnaval, acho até
                       foliões. “O presidente                                                   que não combina”. Segundo ele, nomes
                      assume um lugar todo                                                      importantes já passaram pelo bloco, mas
                  especial este ano como
               anfitrião da festa, sua pre-
                                                         É certo que                            como foliões. “Desde o primeiro ano o Bai-
                                                                                                le recebe muitos políticos, Eduardo Cam-
               sença, em forma de charge,                temas como                             pos, João Paulo, João da Costa, André
              é garantida no palco”, diz o                                                      Campos, Maurício Rands, Paulo Rubens
jornalista Ricardo Carvalho, um dos orga-                 a polêmica                            Santiago, Tereza Leitão, Roberto Andrade,
nizadores do Siri.                                                                              Sergio Leite”, cita.
     Criado para ser uma forma de critica               do mensalão
social ainda durante a Ditadura Militar,
o Bloco Anárquico Armorial Siri na Lata
                                                          de Brasília                           COM A CARA DELES
                                                                                                                  Proprietária de uma das
construiu sua história em cima de sátiras
aos “poderosos do dia”, como faz questão
                                                        vão aparecer                                             lojas de fantasia mais an-
                                                                                                                   tigas do Recife, Jane Ca-
de lembrar Carvalho. “Nunca aceitamos           Roberto Magalhães (comunista). “Trouxe-                            bús conta que nos vinte
apoio oficial de nenhum político, partido       mos ainda a marchinha do Bolsa Família,                             anos em que atua nesse
ou governo como uma forma de preservar          composta por Vasco Vasconcelos, do Dis-                             mercado as máscaras
a nossa liberdade”.                             trito Federal, e cantada por Almir Rouche”,                         de políticos importantes
     A independência do bloco só foi ame-       lembra Carvalho.                                                   do cenário nacional nun-
açada uma vez, na década de 90. Nem na               As sátiras não ficaram restritas ao tra-   ca deixaram de vender. “Sempre tivemos
ditadura o Siri teve que se calar. “O único     dicional baile. No ano passado, o Siri saiu     uma boa saída desse tipo de material,
problema que enfrentamos foi quando fi-         da lata e foi bater nas portas da Câmara        até porque sempre dão razão para o povo
zemos críticas à Igreja e teve uma verea-       dos Vereadores do Recife com sambistas          brincar”.
dora que nos colocou na Justiça, mas não        em referência ao Escândalo das Notas                 A grande procura por esse tipo de fan-
existia nem a marca registrada”, conta o        Frias, que assombrava o legislativo munici-     tasia pode ser explicada, segundo a coorde-
jornalista.                                     pal. O ato deu no que falar e ganhou a capa     nadora do Núcleo de Estudos Folclóricos da
     Na edição de 2007 o bloco inovou a         dos jornais no dia seguinte.                    Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Rúbia
crítica política com a criação do Troféu             Mas nem todos os blocos acreditam na       Lóssio, pelo fato de possuirem um valor que
Falso Brilhante. Foram dez os escolhidos,       sátira carnavalesca como uma boa ferra-         pode ir do trágico ao cômico, dependendo
dentre eles: Lula (trabalhador), Raul Jung-     menta de crítica aos políticos. Um dos di-      de quem as usa. “Políticos, celebridades e
man (modesto), Carlos Eduardo Cadoca            retores do Baile Pirata, que em 2010 com-       personagens tem bastante destaque nas
(petista), Hugo Chavez (democrata) e            pleta cinco anos, Gilberto Kabbaz, acredita     fábricas de máscaras. Acredito que a más-
Alexandre Albuquerque                                                                           cara tanto tem o valor de tributo como de
                                                                                                desobediência. E não há nada melhor do que
                                                                                                usar um disfarce com máscara de políticos
                                                                                                nesse período”.
                                                                                                     Para 2010 a empresária da Comercial
                                                                                                Cabús espera um incremento de 20% nas
                                                                                                vendas da loja, incluindo as fantasias po-
                                                                                                líticas. “O povo adora fazer sátira. Parece
                                                                                                que quanto mais crises surgem o povo
                                                                                                quer botar tudo para fora, e o carnaval é
                                                                                                esse momento de extravasar”, conta Jane
                                                                                                apostando, mais uma vez, no presidente
                                                                                                Lula como um dos maiores sucessos de
                                                                                                venda.
                                                                                                     No mostruário não faltam opções para
                                                                                                quem quer cair no passo do frevo à moda
                                                                                                do Congresso Nacional. Só de Lula são
                                                                                                quatro modelos, o sindical, o candidato, o
                                                                                                presidente e a novidade, com a barba bran-
n Lula Queiroga perde o amigo mas não perde a piada                                             ca feita com tecido. Nomes de antigos co-

22 >             > fevereiro
Alexandre Albuquerque
                                                                    Planalto, a ministra
                                                                      Dilma     Rousseff,
                                                                       tem vaga garan-
                                                                       tida na prateleira,
                                                                      apesar de ser um
                                                                     desastre de ven-
                                                                  das. Perguntado sobre
                                             quem seriam os políticos estampados nas
                                             máscaras, um dos vendedores da Comer-
                                             cial Cabús, que fica na Rua das Calçadas,
                                             soube o nome de todos, menos da ministra
                                             do PT, que ganhou um simples “aquela que
                                             anda sempre ao lado de Lula, só não sei
                                             como se chama”, dando prova de que a
                                             candidatura de Dilma ainda corre o risco do
                                             desconhecimento.
                                                  Com fornecedores das máscaras insta-
                                             lados fora do Estado, Jane Cabús reclama
                                             da falta de fantasias que retratem políticos
                                             locais. “Temos nomes importantes que
                                             poderiam ser retratados, como o senador
                                             Jarbas Vasconcelos e o governador Eduar-
                                             do Campos. É uma pena, vou sugerir aos
                                             fabricantes para colocá-los no pacote para
                                             o próximo ano”, diz.
                                                  Para Cristina Almeida, que possui uma
                                             loja de artesanato no Mercado Eufrásio Bar-
n Rúbia Léssio: máscaras vão do
                                             bosa, em Olinda, a falta de máscaras polí-
trágico ao cômico
                                             ticas produzidas em Pernambuco pode ser
nhecidos do povo, como os ex-presidentes     explicada pelo trabalho delicado realizado
José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e     pelos artistas locais. “Temos muitos pro-
Fernando Collor e o oposicionista da Dita-   dutores de fantasias em papel machê, mas
dura, Ulisses Guimarães, falecido em 1992,   que exigem mais trabalho e resultam em um
também fazem parte da Coleção 2010.          produto melhor. Não acredito que alguém
    Até a candidata do Partido dos Tra-      fosse gastar R$ 60 para satirizar um político.
balhadores (PT) a assumir o Palácio do       As de plástico são mais baratas”. u uu
Alexandre Albuquerque




n Silvio Botelho e o boneco de João Paulo (PT)

                                                                                              fevereiro >   > 23
Capa                                                   “O político quer estar
                                                     onde o povo está. Onde
     Pai dos bonecos gigantes de Olinda, o
artista plástico Sílvio Botelho foi na contra-
                                                      a massa está o político
mão e não aceitou nenhuma encomenda
de políticos para este ano. Segundo ele, o
                                                     quer aparecer. Vai para
motivo foi a correria com o grande número            aparecer” Maria de Oliveira
de pedidos com figuras do universo cultural.
“Preferi dar preferência a esse tipo de ima-            No ateliê de Botelho, porém, não fal-                              partido. “Já fiz de Sér-
gem neste ano. Fiz apenas a da candidata do         tam políticos remanescentes de outros                              gio Guerra, Jarbas Vascon-
PV, Marina Silva, porque foi com muita ante-        carnavais, como a figura de João Paulo                      celos, Miguel Arraes, José Mú-
cedência”, mas adianta que após os quatro           (PT), que, segundo o artista, é apenas uma            cio, Lula e, em breve, Eduardo Campos.
dias de folia o trabalho será intenso para dar      diante da grande quantidade que já teve           São mais de cem bonecos para políticos
conta da demanda para as eleições.                  que produzir para o ex-prefeito a pedido do       ao longo dos últimos 25 anos”, conta.




   Passarela da folia                                                                                 Alexandre Albuquerque

         Quem disse que as campanhas co-
   meçam a esquentar após o carnaval? Para
   conseguirem boas votações neste ano, os
   políticos pernambucanos prometem quei-
   mar a sola dos sapatos subindo e descendo
   ladeira. Convites não faltam para os nomes
   mais importantes do cenário estadual, que
   ainda disputam com seus aliados de outras
   regiões o privilégio de contar com uma pas-
   sadinha dos principais concorrentes nacio-
   nais, como o presidente Lula, os tucanos
   Aécio Neves e José Serra, além da ministra
   Dilma Rousseff.
         Filho de carnavalesco, o ex-prefeito do
   Recife João Paulo não perde um carnaval.         n Jarbas e João Paulo: em comum apenas o gosto pela folia do carnaval
   Durante os oito anos em que esteve à frente
   do executivo o petista fez sucesso com suas      massa está o político quer aparecer, se fazer     histórias políticas. Quem não pode con-
   fantasias originais durante o Baile Municipal.   presente. Vai para aparecer. Ele não tem o car-   viver com isso, é melhor nem entrar na
   Neste ano até chegou a cogitar que não iria      naval como ‘palanque’, mas sim, como notorie-     política”.
   para a festa organizada pela atual primeira      dade. O Galo da Madrugada, por exemplo, com            Já o deputado federal André de Pau-
   dama, Marília Bezerra. O motivo seria os de-     milhões de pessoas, qual o político que não       la (DEM) promete apertar a agenda para
   sentendimentos com o seu sucessor. Não           quer aparecer em pleno ano de eleição?”, ana-     cumprir o maior número possível compro-
   demorou e, pelo bem das alianças políticas,      lisa a doutora em comunicação social Maria de     missos. Grande entusiasta do carnaval, o
   ele confirmou à imprensa que estará pre-         Oliveira, autora de um trabalho sobre a crítica   parlamentar teve de mudar o jeito de brin-
   sente e, como de costume, fantasiado.            social no carnaval de Olinda.                     car desde que entrou na política. “Não dá
         Já o atual comandante, João da Costa,           Do lado da oposição o senador Jarbas Vas-    para fazer como antes de me tornar um su-
   ainda tenta trazer Dilma, mas admite que         concelos (PMDB) é folião assíduo e garante não    jeito público. É muita correria, pois temos
   será difícil, já que ela marcou presença no      se intimidar com as sátiras que devem tomar       que ir a grandes eventos nos municípios
   ano passado, onde posou ao lado do gover-        conta dos quatro dias de festa nesse ano. “Car-   onde está a base eleitoral e ainda percor-
   nador Eduardo Campos durante o carnaval          naval é isso: brincadeira, bom humor, paródia.    rer os blocos no Recife e Olinda. Tem que
   olindense, deixando os aliados baianos que       Essa é a tradição do carnaval brasileiro e não    achar um jeito de dar conta”, diz, esperan-
   a queriam por lá de mãos abanando. “O po-        começou hoje, vem lá de trás. Muitas músicas      do um aumento no número de convites por
   lítico quer estar onde o povo está. Onde a       foram feitas em cima de episódios envolvendo      ser um ano eleitoral. n



24 >             > fevereiro

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Sátiras políticas do carnaval de Pernambuco

  • 1. Capa Tem confete nessa pizza SÁTIRA | Alvos preferidos para as brincadeiras dos foliões, políticos preparam sapatos e ouvidos para o carnaval da eleição Por Ivo Dantas Palmeiras, enfim resolvida durante o jantar homens do povo são o alvo preferido dos foli- em uma pizzaria. Daí não demorou para cair ões, ainda mais em ano de eleição. A sabedoria popular não deixa barato para a classe política. “No Brasil, tudo acaba em pizza”, diz o ditado originado no gosto do povo, que tratou de expandir a expressão para todos os causos políticos. Se no dia-dia eles já sofrem com as brin- Responsável durante os últimos anos por um dos dias mais aguardados do car- naval recifense, o bloco Quanta Ladeira de uma reportagem publicada pelo jornal cadeiras, no carnaval não poderia ser diferen- perde o amigo, mas não perde a piada. paulista Gazeta Esportiva, na década de te. Seja no sobe-desce das ladeiras de Olinda, Atirando como uma metralhadora giratória 60. A matéria falava sobre o fim de uma nas pontes e bailes do Recife ou nas troças o bloco de músicos pernambucanos, como longa crise interna na Sociedade Esportiva espalhadas pelo interior de Pernambuco, os Alceu Valença, Lenine, Lula Queiroga, 20 > > fevereiro
  • 2. Alexandre Albuquerque dentre outros, não perdoa ninguém. De Obama ao ex- prefeito João Paulo (PT), muitos já sofre- ram com as paródias do bloco desde que foi criado em Olinda, no car- naval de 1995. No ano seguinte, os mú- sicos fizeram um encontro antes mesmo dos dias de folia na casa do compositor Zé da Flauta, onde começaram a fazer as músicas. “Eu morava no Alto da Sé e escutei um grupo de turistas cantando Guantanamera, mas eu entendia Quanta Ladeira. Aí surgiu o hino do bloco”, conta Lula Queiroga. Segundo ele, a primeira prévia contou n De Ulysses Guimarães à Dilma: não faltam opções com apenas 50 pessoas e a atração prin- cipal era a dupla Caju e Castanha. Em seu ano. É como uma grande confraternização, na meia vão aparecer. “Não tem como 13º ano, o bloco já arrasta mais de 35 mil onde a gente se junta para extravasar”, diz deixar passar. Todo ano dão motivo para pessoas nos shows que acontecem todo o músico pernambucano. a gente brincar. Estamos pensando em ano no palco do RecBeat, em frente ao Para este ano os músicos ainda não levar umas faixas com algumas sátiras shopping Paço Alfândega. “Não esperá- se reuniram, mas é certo que temas como para ficarem no meio do público, mas vamos que fosse crescer tanto. Hoje, dá a polêmica do mensalão de Brasília, em não decidimos ainda”, adianta. Até as muito trabalho, quando era para ser ape- que o presidente da Câmara Legislativa cirurgias plásticas feitas pela candidata nas uma brincadeira. Não temos nem o do Distrito Federal, Leonardo Prudente do PT, Dilma Rousseff, têm espaço ga- nome registrado e vai quem pode, cada (DEM), foi flagrado colocando dinheiro rantido na brincadeira. Alexandre Albuquerque Nos mais de dez anos do bloco, Quei- roga conta que já aconteceram situações engraçadas com a presença de políticos. Em 2007, o ex-prefeito João Paulo estava perto do palco assistindo ao show quando os músicos começaram a parodiar a de- cisão do executivo municipal de reajustar em 47% o salário dos servidores. “47% eu também quero, também quero, também quero...”, dizia a letra. “Levei a situação na alegria, pois admiro toda essa criatividade natural do carna- val”, responde o petista sobre o momento constrangedor. A polêmica não parou no palco. “Nos dias que se seguiram o re- ajuste foi derrubado por causa da forte pressão dos jornais”, lembra Queiroga. Outro tema preferido do Quanta Ladeira é o parque Dona Lindu, que este ano deve ganhar mais uma versão. O Siri na Lata abriu alas para as sátiras de 2010 com o tema “O Brasil é um circo”, uma homenagem aos grandes escândalos que serão munição para os dois lados na disputa eleitoral que marcará os próximos meses. Nas caricaturas criadas pelo cartu- nista pernambucano Lailson, presentes na n Vane Cabús: Lula mais uma vez como campeão de vendas prévia do bloco, Serra, Dilma, Ciro, u uu fevereiro > > 21
  • 3. Capa que o carnaval não é o período adequado para se falar de política. “O nosso foco é o folião, seja ele de direita, de esquerda ou Marina Silva e, claro, Lula fi- sem partido. Nunca nos interessamos em zeram a diversão dos misturar política com carnaval, acho até foliões. “O presidente que não combina”. Segundo ele, nomes assume um lugar todo importantes já passaram pelo bloco, mas especial este ano como anfitrião da festa, sua pre- É certo que como foliões. “Desde o primeiro ano o Bai- le recebe muitos políticos, Eduardo Cam- sença, em forma de charge, temas como pos, João Paulo, João da Costa, André é garantida no palco”, diz o Campos, Maurício Rands, Paulo Rubens jornalista Ricardo Carvalho, um dos orga- a polêmica Santiago, Tereza Leitão, Roberto Andrade, nizadores do Siri. Sergio Leite”, cita. Criado para ser uma forma de critica do mensalão social ainda durante a Ditadura Militar, o Bloco Anárquico Armorial Siri na Lata de Brasília COM A CARA DELES Proprietária de uma das construiu sua história em cima de sátiras aos “poderosos do dia”, como faz questão vão aparecer lojas de fantasia mais an- tigas do Recife, Jane Ca- de lembrar Carvalho. “Nunca aceitamos Roberto Magalhães (comunista). “Trouxe- bús conta que nos vinte apoio oficial de nenhum político, partido mos ainda a marchinha do Bolsa Família, anos em que atua nesse ou governo como uma forma de preservar composta por Vasco Vasconcelos, do Dis- mercado as máscaras a nossa liberdade”. trito Federal, e cantada por Almir Rouche”, de políticos importantes A independência do bloco só foi ame- lembra Carvalho. do cenário nacional nun- açada uma vez, na década de 90. Nem na As sátiras não ficaram restritas ao tra- ca deixaram de vender. “Sempre tivemos ditadura o Siri teve que se calar. “O único dicional baile. No ano passado, o Siri saiu uma boa saída desse tipo de material, problema que enfrentamos foi quando fi- da lata e foi bater nas portas da Câmara até porque sempre dão razão para o povo zemos críticas à Igreja e teve uma verea- dos Vereadores do Recife com sambistas brincar”. dora que nos colocou na Justiça, mas não em referência ao Escândalo das Notas A grande procura por esse tipo de fan- existia nem a marca registrada”, conta o Frias, que assombrava o legislativo munici- tasia pode ser explicada, segundo a coorde- jornalista. pal. O ato deu no que falar e ganhou a capa nadora do Núcleo de Estudos Folclóricos da Na edição de 2007 o bloco inovou a dos jornais no dia seguinte. Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Rúbia crítica política com a criação do Troféu Mas nem todos os blocos acreditam na Lóssio, pelo fato de possuirem um valor que Falso Brilhante. Foram dez os escolhidos, sátira carnavalesca como uma boa ferra- pode ir do trágico ao cômico, dependendo dentre eles: Lula (trabalhador), Raul Jung- menta de crítica aos políticos. Um dos di- de quem as usa. “Políticos, celebridades e man (modesto), Carlos Eduardo Cadoca retores do Baile Pirata, que em 2010 com- personagens tem bastante destaque nas (petista), Hugo Chavez (democrata) e pleta cinco anos, Gilberto Kabbaz, acredita fábricas de máscaras. Acredito que a más- Alexandre Albuquerque cara tanto tem o valor de tributo como de desobediência. E não há nada melhor do que usar um disfarce com máscara de políticos nesse período”. Para 2010 a empresária da Comercial Cabús espera um incremento de 20% nas vendas da loja, incluindo as fantasias po- líticas. “O povo adora fazer sátira. Parece que quanto mais crises surgem o povo quer botar tudo para fora, e o carnaval é esse momento de extravasar”, conta Jane apostando, mais uma vez, no presidente Lula como um dos maiores sucessos de venda. No mostruário não faltam opções para quem quer cair no passo do frevo à moda do Congresso Nacional. Só de Lula são quatro modelos, o sindical, o candidato, o presidente e a novidade, com a barba bran- n Lula Queiroga perde o amigo mas não perde a piada ca feita com tecido. Nomes de antigos co- 22 > > fevereiro
  • 4. Alexandre Albuquerque Planalto, a ministra Dilma Rousseff, tem vaga garan- tida na prateleira, apesar de ser um desastre de ven- das. Perguntado sobre quem seriam os políticos estampados nas máscaras, um dos vendedores da Comer- cial Cabús, que fica na Rua das Calçadas, soube o nome de todos, menos da ministra do PT, que ganhou um simples “aquela que anda sempre ao lado de Lula, só não sei como se chama”, dando prova de que a candidatura de Dilma ainda corre o risco do desconhecimento. Com fornecedores das máscaras insta- lados fora do Estado, Jane Cabús reclama da falta de fantasias que retratem políticos locais. “Temos nomes importantes que poderiam ser retratados, como o senador Jarbas Vasconcelos e o governador Eduar- do Campos. É uma pena, vou sugerir aos fabricantes para colocá-los no pacote para o próximo ano”, diz. Para Cristina Almeida, que possui uma loja de artesanato no Mercado Eufrásio Bar- n Rúbia Léssio: máscaras vão do bosa, em Olinda, a falta de máscaras polí- trágico ao cômico ticas produzidas em Pernambuco pode ser nhecidos do povo, como os ex-presidentes explicada pelo trabalho delicado realizado José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e pelos artistas locais. “Temos muitos pro- Fernando Collor e o oposicionista da Dita- dutores de fantasias em papel machê, mas dura, Ulisses Guimarães, falecido em 1992, que exigem mais trabalho e resultam em um também fazem parte da Coleção 2010. produto melhor. Não acredito que alguém Até a candidata do Partido dos Tra- fosse gastar R$ 60 para satirizar um político. balhadores (PT) a assumir o Palácio do As de plástico são mais baratas”. u uu Alexandre Albuquerque n Silvio Botelho e o boneco de João Paulo (PT) fevereiro > > 23
  • 5. Capa “O político quer estar onde o povo está. Onde Pai dos bonecos gigantes de Olinda, o artista plástico Sílvio Botelho foi na contra- a massa está o político mão e não aceitou nenhuma encomenda de políticos para este ano. Segundo ele, o quer aparecer. Vai para motivo foi a correria com o grande número aparecer” Maria de Oliveira de pedidos com figuras do universo cultural. “Preferi dar preferência a esse tipo de ima- No ateliê de Botelho, porém, não fal- partido. “Já fiz de Sér- gem neste ano. Fiz apenas a da candidata do tam políticos remanescentes de outros gio Guerra, Jarbas Vascon- PV, Marina Silva, porque foi com muita ante- carnavais, como a figura de João Paulo celos, Miguel Arraes, José Mú- cedência”, mas adianta que após os quatro (PT), que, segundo o artista, é apenas uma cio, Lula e, em breve, Eduardo Campos. dias de folia o trabalho será intenso para dar diante da grande quantidade que já teve São mais de cem bonecos para políticos conta da demanda para as eleições. que produzir para o ex-prefeito a pedido do ao longo dos últimos 25 anos”, conta. Passarela da folia Alexandre Albuquerque Quem disse que as campanhas co- meçam a esquentar após o carnaval? Para conseguirem boas votações neste ano, os políticos pernambucanos prometem quei- mar a sola dos sapatos subindo e descendo ladeira. Convites não faltam para os nomes mais importantes do cenário estadual, que ainda disputam com seus aliados de outras regiões o privilégio de contar com uma pas- sadinha dos principais concorrentes nacio- nais, como o presidente Lula, os tucanos Aécio Neves e José Serra, além da ministra Dilma Rousseff. Filho de carnavalesco, o ex-prefeito do Recife João Paulo não perde um carnaval. n Jarbas e João Paulo: em comum apenas o gosto pela folia do carnaval Durante os oito anos em que esteve à frente do executivo o petista fez sucesso com suas massa está o político quer aparecer, se fazer histórias políticas. Quem não pode con- fantasias originais durante o Baile Municipal. presente. Vai para aparecer. Ele não tem o car- viver com isso, é melhor nem entrar na Neste ano até chegou a cogitar que não iria naval como ‘palanque’, mas sim, como notorie- política”. para a festa organizada pela atual primeira dade. O Galo da Madrugada, por exemplo, com Já o deputado federal André de Pau- dama, Marília Bezerra. O motivo seria os de- milhões de pessoas, qual o político que não la (DEM) promete apertar a agenda para sentendimentos com o seu sucessor. Não quer aparecer em pleno ano de eleição?”, ana- cumprir o maior número possível compro- demorou e, pelo bem das alianças políticas, lisa a doutora em comunicação social Maria de missos. Grande entusiasta do carnaval, o ele confirmou à imprensa que estará pre- Oliveira, autora de um trabalho sobre a crítica parlamentar teve de mudar o jeito de brin- sente e, como de costume, fantasiado. social no carnaval de Olinda. car desde que entrou na política. “Não dá Já o atual comandante, João da Costa, Do lado da oposição o senador Jarbas Vas- para fazer como antes de me tornar um su- ainda tenta trazer Dilma, mas admite que concelos (PMDB) é folião assíduo e garante não jeito público. É muita correria, pois temos será difícil, já que ela marcou presença no se intimidar com as sátiras que devem tomar que ir a grandes eventos nos municípios ano passado, onde posou ao lado do gover- conta dos quatro dias de festa nesse ano. “Car- onde está a base eleitoral e ainda percor- nador Eduardo Campos durante o carnaval naval é isso: brincadeira, bom humor, paródia. rer os blocos no Recife e Olinda. Tem que olindense, deixando os aliados baianos que Essa é a tradição do carnaval brasileiro e não achar um jeito de dar conta”, diz, esperan- a queriam por lá de mãos abanando. “O po- começou hoje, vem lá de trás. Muitas músicas do um aumento no número de convites por lítico quer estar onde o povo está. Onde a foram feitas em cima de episódios envolvendo ser um ano eleitoral. n 24 > > fevereiro