SlideShare a Scribd company logo
1 of 47
Download to read offline
0




              UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
           DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
                  COLEGIADO DE MATEMÁTICA




                CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS




  TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE
MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
       ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA.




                   SENHOR DO BONFIM, 2011
1



                  CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS




TECNOLOGIA   EDUCACIONAL:    CONCEPÇÕES         DE    PROFESSORES           DE
MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA.




                        Monografia apresentada com objetivo de aprovação
                        no Componente Curricular Trabalho de Conclusão
                        de Curso III, Universidade do Estado da Bahia –
                        UNEB, Campus VII, Departamento de Educação,
                        área de concentração Educação Matemática.




                        Orientador: Prof. Esp. Danton de Oliveira Freitas




                     SENHOR DO BONFIM, 2011
2



                        CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS



TECNOLOGIA       EDUCACIONAL:        CONCEPÇÕES         DE    PROFESSORES        DE
MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA.




Monografia apresentada com objetivo de aprovação no Componente Curricular
Trabalho de Conclusão de Curso III, Universidade do Estado da Bahia – UNEB,
Campus VII, Departamento de Educação, área de concentração Educação
Matemática, aprovada em 04 de março de 2011.




Orientador - Prof. Danton de Oliveira Freitas
Universidade do Estado da Bahia – UNEB -




                                     Examinadora – Prof.ª Mirian Ferreira de Brito
                                     Universidade do Estado da Bahia - UNEB




     Examinador – Prof. Helder Luiz Amorim Barbosa
     Universidade do Estado da Bahia - UNEB




                            SENHOR DO BONFIM, 2011
3



DEDICATÓRIA




Ao meu esposo amado que sempre esteve ao meu lado me incentivando, me
encorajando, com muita compreensão e com apoio incondicional. Aos meus pais
que sempre me apoiaram com muita dedicação e afeto, as minhas irmãs que
sempre acreditaram em mim e ao meu filho Davi que está a caminho.
4



AGRADECIMENTOS




Agradeço aquele que é soberano sobre todas as coisas, ao autor das nossas vidas,
nosso Deus, pela graça que me foi concedida até aqui. Agradeço ainda, a todos os
meus amigos e colegas que sempre estiveram ao meu lado e ao meu professor de
matemática do ensino médio (Edmundo José), por ter acreditado em mim. A todos
os professores do Campus VII, em especial ao Prof. Esp. Danton de Oliveira Freitas
por todas as suas orientações e pelo grande educador que é.
5



RESUMO




O presente trabalho buscou identificar quais eram as concepções de tecnologia
educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental II e médio das
escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para isso, utilizamos a pesquisa de
campo enfatizando a abordagem quantitativa e qualitativa na análise dos resultados.
Neste propósito fizemos a coleta de dados diretamente com os educadores, que
depois de concluída foi analisada e discutida ponto por ponto, fazendo uma ponte do
que foi colhido na pesquisa com os docentes e com nossa revisão bibliográfica. Para
um melhor entendimento e aprofundamento no assunto, procuramos discorrer na
elaboração do nosso trabalho sobre o conceito que permeia a tecnologia
educacional, sua abordagem histórica, a relação do educador com a educação
tecnológica, e ainda, fundamentando, especificamente sobre tecnologia educacional.
Todo este trabalho de pesquisa nos possibilitou conhecer melhor as concepções dos
professores de matemática sobre tecnologia educacional, mostrando a necessidade
de uma abordagem mais detida e voltada ao entendimento da Tecnologia
Educacional a ser usada em sala de aula, visando um melhor preparo aos nossos
educadores e nossas escolas.



Palavras-chaves: Tecnologia educacional, concepções de tecnologia, professor.
6



ABSTRACT




This work aimed to identify which were the conceptions of educational technology of
mathematics teachers of basic education II and the middle of the public schools of
the city of Xique-Xique/BA. For this, we used the fieldwork emphasizing the approach
in quantitative and qualitative analysis of results. In this respect we have the data
collection directly with the educators, after was analyzed and discussed point by
point, making a bridge of what has been harvested in the research with teachers and
with our bibliographic review. For a better understanding and deepening the matter,
we seek talking in the preparation of our work on the concept that permeates the
educational technology, its historic approach, the value of the educator technological
education, and, with reasons, specifically on educational technology. This study
allowed us know better the conceptions of mathematics teachers on educational
technology, showing the need for an approach more held and directed the
understanding of Educational Technology to be used in the classroom, seeking a
better preparation to our educators and our schools.


Keywords: Educational technology, conceptions of technology, teacher.
7



SUMÁRIO




CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................. 08


           1.0 – Justificativa ........................................................................................10
           2.0 – Problematização .............................................................................. 10
           3.0 – Objetivos e Variáveis de Investigação ............................................. 11
           4.0 – Estruturação do Estudo .................................................................... 13


CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 14


           1.0 – Conceito de tecnologia......................................................................14
           2.0 – Abordagem histórica..........................................................................17
           3.0 – Tecnologia educacional.....................................................................20
           4.0 – O professor e a tecnologia educacional............................................23


CAPÍTULO III – METODOLOGIA ............................................................................ 26


           1.0 – Fundamentação .................................................................................. 26
           2.0 – Caracterização .................................................................................... 27
           3.0 – População e Amostra .......................................................................... 27
           4.0 – Instrumentos, Coleta e Tratamento .................................................... 28


CAPÍTULO IV – RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO .................... 30


           1.0 – Apresentação / Discussão.................…………………………...........… 30


CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 40


REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 43


APÊNDICE ............................................................................................................... 46
8



CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO



      A tecnologia assume um papel bastante significativo na vida de cada
indivíduo. Historicamente podemos perceber que a tecnologia e a história da
humanidade são datadas em tempos similares, apresentando desde então, avanços
cada vez mais expressivos. Como salienta Pinheiro, “A tecnologia é tão antiga
quanto à humanidade e evolui permanentemente como a própria sociedade evolui.
Ela representa a utilização dos conhecimentos científicos adquiridos em prol da
satisfação das necessidades da sociedade.” (PINHEIRO, 2004, p. 01)

      Com isso percebemos que a tecnologia se faz presente em diversas áreas do
conhecimento, e dentre estas áreas podemos citar a tecnologia educacional, a qual
está presente no cotidiano escolar com suas ferramentas e seu modo de utilização,
estando acessíveis tanto aos professores quanto aos alunos.

       A educação tecnológica é todo processo ligado ao ensino-aprendizagem e
que por sua vez pode gerar conhecimentos, contudo, existem em muitos casos o
mau uso dessa tecnologia, professores e alunos que precisam se familiarizar com
estas novas ferramentas de ensino, para não correrem o risco de chegar a um
reducionismo na sala de aula. Segundo Oliveira (1997, p. 07), usar estas
ferramentas como objeto facilitador acabam por causar conflitos significativos no
meio escolar, na medida em que são incorporados e empregados pelos educadores,
reforçando o pensamento exclusivamente mercadológico da tecnologia.

      Podemos entender que a tecnologia é uma forma de adquirir conhecimento e
que as escolas são uma tecnologia, um meio de informação ao nosso aprendizado.
O que descaracteriza a tecnologia educacional é o uso errado de alguns recursos
tecnológicos usados na educação, e o fato de alguns docentes tratarem somente os
instrumentos mais avançados como tecnologia, e isso se dá, talvez, por influência da
sociedade.

       Mesmo em algumas escolas percebemos que existem professores que
apostam de maneira inadequada todas as suas fichas nessas ferramentas mais
sofisticadas, entendendo obter ali uma novidade tecnológica de peso, e sabemos
9



não ser este o pensamento adequado quanto à tecnologia educacional, e nem
sempre os educadores sabem usá-las adequadamente, ficando tais equipamentos
sozinhos sem ninguém capaz para usá-los ou sem um uso correto, tornando incapaz
de promover uma ação educacional.

      Mesmo porque, não são somente os instrumentos mais modernos que podem
ser classificados como uma tecnologia, mais tudo que é voltado para a educação é
tecnologia educacional, sejam através de recursos humanos ou materiais. O
educador precisa buscar o verdadeiro valor da tecnologia educacional, sabendo que
tecnologia é arte do saber-fazer, e como afirma Corrêa, (2002, p. 46), tecnologia não
está nela em si mesma, mas na maneira como utilizamos.

      A tecnologia é mesmo algo muito prazeroso e bem vindo, capaz de causar
fascínio nas pessoas, mas em algumas situações podem causar mal-estar, pois é
perceptível a resistência por parte de muitas pessoas. A tecnologia educacional vem
tomando grande espaço em nossas vidas, e em nossas escolas, e para que haja um
bom aproveitamento, cada indivíduo sendo ele professor ou aluno, tem que saber
fazer o uso correto.

      Os recursos tecnológicos não podem por si só promover uma ação
educacional, por mais equipada que seja uma escola ou uma sala de aula faz-se
necessário obter o uso correto destas ferramentas, para que assim seja possível
serem chamadas de tecnologias educacionais.

       Saber as concepções dos professores de matemática sobre educação
tecnológica, discutir e analisar sobre este assunto, é mais do que um mero
formalismo, é conhecer qual a bagagem de conhecimento existente na vida de cada
educador, entendendo que estas informações irão refletir na vida futura de cada
aluno, e não somente no âmbito escolar, mais na sociedade em que está inserido.

      É o que pretendemos apresentar neste trabalho, expondo quais as
concepções de tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos
fundamental e médio, das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para
tanto, queremos enriquecer este assunto de bastante relevância que permeia nossa
10



sociedade e nossa educação de maneira geral, refletindo um pouco sobre a
educação tecnológica.



          – JUSTIFICATIVA



      O tema da pesquisa surgiu a partir de uma inquietação que foi despertada no
curso de férias ministrado pelo professor Danton de Oliveira Freitas, meu orientador,
junto à Universidade do Estado da Bahia – UNEB com a disciplina Tecnologia do
Ensino de Matemática.

      Consideramos este tema relevante, pois, retratará como são compreendidas
as tecnologias educacionais por parte dos professores, levando-nos a entender de
uma forma geral a visão dos educadores quanto ao assunto.

       E ainda, como os educadores identificam e utilizam a tecnologia educacional
na sala de aula, e, consequentemente, analisar como está sendo refletido no
processo de ensino-aprendizagem dos professores e dos alunos na educação
matemática.

      Afinal a tecnologia vem tomando um espaço enorme nos nossos dias, nas
nossas vidas, e faz-se necessário obtermos conhecimento sobre o assunto. Da
mesma forma nossos professores de matemática, para que os mesmos possam
conhecer o verdadeiro sentido de tecnologia educacional, tanto de forma teórica
como na prática escolar.




          – PROBLEMATIZAÇÃO




      Os avanços tecnológicos crescem cada vez mais, e nas escolas são
percebidos estes avanços. A tecnologia traz soluções a vários problemas gerando
por sua vez conhecimento, ela assume um papel muito importante nas escolas e na
11



sociedade de maneira geral, pois é encontrada no cotidiano das pessoas, capaz de
provocar fascínios e impactos.

      Quando falamos em tecnologia, entendemos que a mesma não pode agir
sozinha, o que faz tecnologia ou tecnologia educacional incidir são os indivíduos que
a constroem: Smith e Marx (1994, p. 237) consideram que:

                     [...] um sistema tecnológico não é feito apenas de máquinas, processos
                     produtivos, dispositivos e dos meios de transporte, comunicação e
                     informação que os interconectam, mas também de indivíduos e
                     organizações, oferecendo uma rica conexão com a economia, política e
                     ainda, com a cultura.

      A partir de uma história emergida em nossa sociedade sobre a tecnologia
educacional e sabendo da importância da mesma, podemos neste sentido buscar
uma resposta para nossas indagações. Deste modo, procuramos saber quais as
concepções dos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio das
escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA quanto á tecnologia educacional?




          – OBJETIVOS E VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO




          OBJETIVO GERAL




      - Refletir as concepções de tecnologia educacional dos professores de
matemática do ensino fundamental e médio das escolas estaduais e municipais da
cidade de Xique-Xique/BA.




          - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
12



      - Identificar a tecnologia educacional no âmbito da sala de aula de
matemática;

      - Discutir conhecimentos de tecnologia educacional apresentados pelos
professores de matemática;

      - Analisar as relações dos professores de matemática com a tecnologia
educacional.




          - VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO




      Este trabalho tem como objetivo principal analisar as concepções de
tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental e
médio, das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA.

      Para que este objetivo venha se concretizar no propósito que está sendo
mostrado, indicamos algumas variáveis de investigação que irão servir como suporte
para a realização desta pesquisa cientifica, no qual se segue:

          a) Quais as concepções dos professores de matemática sobre tecnologia
               educacional?
          b) Quais as ferramentas tecnológicas que são utilizadas na sala de aula?
               E como são utilizadas?
          c) Qual o acesso ou a relação dos professores com as tecnologias
               educacionais?
          d) Os professores estão preparados para lidar com as tecnologias
               educacionais?
          e) Qual a importância da tecnologia educacional no âmbito escolar?
13



        – ESTRUTURAÇÃO DO ESTUDO




      Este trabalho vem abordar sobre tecnologia, um assunto de muita importância
para as escolas e a sociedade de modo geral, mostrando concepções de
professores de matemática do ensino fundamental e médio das escolas públicas
sobre tecnologia educacional. Para tal, dividimos em cinco capítulos.

      Inicialmente, no capitulo I apresentaremos uma introdução sobre o tema em
questão, abordando a justificativa pela qual foi realizado este trabalho, e ainda,
descrevendo a problematização pelo qual foi levantado este assunto, bem como
quais os objetivos e variáveis apontadas para investigação.

      O capitulo II refere-se à fundamentação teórica composto de quatro
subtítulos. Na primeira discussão tratamos sobre o conceito de tecnologia,
enfatizando sobre seu significado e como podemos compreendê-lo. No segundo
relatamos sobre a abordagem histórica, descrevendo a importância dos elementos
tecnológicos na sobrevivência do ser humano, bem como suas invenções e
descobertas que trazem conhecimentos até os dias de hoje, nos mostrando que em
tudo que há um saber, ali está à tecnologia. No terceiro subtítulo destacamos sobre
tecnologia educacional, descrevendo ser todo processo voltado para o ensino-
aprendizagem. Por fim, no quarto subtítulo falamos sobre o professor e a tecnologia
educacional, mostrando que o professor é a peça chave da educação tecnológica,
que os mesmos precisam saber usar a tecnologia educacional, bem como buscar
seu verdadeiro valor, sabendo que a mesma consiste desde a linguagem (oral/
escrita), até outros instrumentos usados na educação.

      Já no capítulo III expomos sobre os aspectos metodológicos utilizados para o
desenvolvimento    da pesquisa.    No capítulo IV       abordamos com     base na
fundamentação teórica uma análise dos resultados obtidos através do questionário
aplicado com os professores.

      Por fim, observando os objetivos propostos inicialmente, trouxemos no
capítulo V uma reflexão sobre as considerações finais da investigação realizada.
14



CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO




     1.0 CONCEITO DE TECNOLOGIA




      Comumente ouvimos falar, através da mídia, da internet, ou até mesmo num
outdoor ou propagandas de feiras livres, sobre o termo tecnologia. O fato é que este
termo não é uma surpresa para a sociedade e a despeito disso, não se tem a
clareza do que este termo realmente significa.

      Segundo Veraszto (2009, p. 69) “em virtude do não conhecimento do tema ou
pelo simples fato que crenças ou formas teóricas distintas de análises e estudos, a
confusão permeia toda a sociedade não se fazendo presente somente no discurso
do senso comum”.

      Nesse conflito de tentar entender o real significado do termo tecnologia,
constitui-se em uma tarefa difícil buscar uma única e precisa definição para o
mesmo, tendo em vista a abrangência varias e diferentes interpretações. Conforme
Gama (1987, apud VERASZTO, 2008, p. 62):

                      [...] uma definição exata e precisa da palavra tecnologia fica difícil de ser
                      estabelecida tendo em vista que ao longo da história o conceito é
                      interpretado de diferentes maneiras, por diferentes pessoas, embasadas em
                      teorias muitas vezes divergentes e dentro dos mais distintos contextos
                      sociais.

      Também neste sentido, e acrescentando ainda a complexidade deste tema,
Silva (2005, p. 89) diz que:

                      Definir a palavra tecnologia não é algo simples devido à complexidade do
                      tema, às respostas que obtêm ao longo do tempo e, ainda, à diversidade de
                      pessoas e interesses que procuram, em diferentes formas, obter uma
                      determinada compreensão na utilização do termo.

      E, segundo Veraszto (2009, p. 69):

                      Tendo em vista que em nossa sociedade é comum a confusão quando se
                      fala em tecnologia e sabendo que diversas associações contraditórias são
                      estabelecidas, fica evidente a necessidade de se tentar buscar uma
                      definição já que o objetivo final é educacional.
15



       Diante do conflito sobre o que é tecnologia faz-se necessário que abordemos
o seu significado. De acordo com Rodrigues (2001, apud VERASZTO, 2009, p. 8), “a
palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno, do grego techné, que é
saber fazer, e logia, do grego logus, razão. Portanto, tecnologia significa a razão do
saber fazer.”

       Para Silva (2003, p. 52) “a utilização da palavra “tecnologia” vem sendo
ampliada para muitas áreas do conhecimento, alterando muitas vezes seu
significado e distanciando-se da conceituação tradicional”. O que Silva (2003) não
deixa claro é qual conceituação tradicional. Neste momento, entendemos que mais
importante do que uma conceituação tradicional é o significado ou conceituação
originária, a qual entende tecnologia não como um produto final, mas, como todo o
processo, desde o momento inicial da abstração, perpassando pelos métodos e
caminhos adotados, até a conclusão final.

       Apesar de entendermos que o termo tecnologia está diretamente ligado com
todo o processo da razão do saber, existe quem sustente que a tecnologia pode ser
definida de outras formas, como é o caso de Vargas (2001, apud VERASZTO, 2009,
p. 53) ao afirmar:

                     Assim, a tecnologia pode ser vista como um conjunto de atividades
                     humanas associadas a um intrincado sistema de símbolos, máquinas e
                     instrumentos, sempre visando a construção de obras e artefatos, segundo
                     métodos e processos oriundos da ciência moderna.

       Semelhantemente a Vargas (2001), Barros (2009) também diz que a
tecnologia é percebida como um verdadeiro conhecimento científico que aponta a
maneira reproduzível de se fazer as coisas e também como um conjunto de
instrumentos usados nos processos de produção.

       Para estes dois autores a tecnologia se resume ao processo de produção,
valorizando seu produto final e está intrinsecamente ligada a máquinas e
ferramentas. Deste ponto de vista, perde-se a visão da conceituação originária.

       Não distante a Vargas (2001) e Barros (2009), surge também Veraszto e
colaboradores (2008, p. 78) ao relatar:
16



                    Tecnologia é um conjunto de saberes inerentes ao desenvolvimento e
                    concepção dos instrumentos (artefatos, sistemas, processos e ambientes)
                    criados pelo homem através da história para satisfazer suas necessidades e
                    requerimentos pessoais e coletivos.

      E, Ricardo, Custodio e Rezende (2007, p. 139) ainda afirmam:

                    A tecnologia pode ser concebida como o estudo científico do artificial, ou,
                    definindo com melhor precisão, um campo de conhecimento preocupado
                    com o projeto de artefatos e planejamento de sua realização, operação,
                    ajuste, manutenção, e monitoramento fundamentado no conhecimento
                    científico; em contraste com a atividade científica que se volta ao estudo
                    das coisas naturais.

      Tanto Veraszto (2008) quanto Ricardo (2007), Custodio (2007) e Rezende
(2007) trazem definições parecidas e um pouco mais profundas que Vargas (2001) e
Barros (2009), porém, o que se percebe é que eles também se reportam a
tecnologia diretamente ligada ao processo de produção de objetos. Contudo, vemos
que na última citação, os autores não perdem a conceituação originária do termo
tecnologia como a razão do saber fazer, uma vez que eles abordam a questão do
planejamento, ou seja, não falam somente do produto final, mas também do
processo necessário para isso.

      Em contrapartida, surge Campos (2007, p. 18), que nos leva a compreender
que tecnologia não se classifica somente no desenvolvimento de aparelhos ou
ferramentas e o produto final, mas, sobretudo na organização e planejamento de
atividades produtivas, e ainda, diferentes formas simbólicas como a linguagem
escrita e oral, e a maneira como os seres humanos se relacionam para adquirirem
conhecimento.

      Por fim, salientamos que a definição “tecnologia é a razão do saber fazer”
será a responsável pelos nortes das discussões a serem explanadas ao longo deste
trabalho.
17



     2.0 ABORDAGEM HISTÓRICA




       A história da tecnologia se confunde com a história da humanidade e as
necessidades de sobrevivência do homem. Segundo Alves (1998, p. 114), a
tecnologia está presente na vida do homem desde os primórdios da civilização e
cada momento foi marcado por elementos tecnológicos que se fizeram importantes
para a sobrevivência do homem. A busca pela água, pelo fogo, a madeira entre
outros, eram usados para atender suas reais necessidades e aos poucos a
humanidade adquiria conhecimentos.

      Segundo Kenski (2003, p. 20):

                      [...] o homem iniciou seu processo de humanização, ou seja, a diferenciação
                      de seus comportamentos em relação aos dos animais, a partir do momento
                      em que utilizou os recursos existentes na natureza em beneficio próprio.
                      Pedras, ossos, galhos e troncos de árvores foram transformados em
                      ferramentas pelos nossos ancestrais pré-históricos.

      Nossos antepassados utilizavam os objetos que eram achados na natureza
para construção de armas, utensílios do cotidiano, instrumentos de caça, pesca,
pinturas rupestres etc. As várias conquistas adquiridas na época também conhecida
como a pedra lascada, mostravam que existia um potencial tecnológico no homem,
mas ainda lhe faltava algo para que viessem alcançar mudanças mais significativas,
como nos mostra Veraszto (2004, p. 25):

                      Nossos antepassados primitivos, os primeiros hominídeos, já utilizavam
                      objetos achados na natureza como instrumentos que lhes garantiam uma
                      extensão do corpo, porém não mostravam nenhuma intenção de modificá-
                      los de forma a torná-lo melhores.

       A luta pela sobrevivência da raça humana tem seus primeiros registros no
período paleolítico, conhecida como a primeira idade da pedra. Nesse período
surgiram os primeiros artefatos ou mesmo instrumentos tecnológicos e, segundo
Cardoso (2001, apud VERASZTO, 2004, p. 25), “o paleolítico caracterizou-se, de
maneira geral, pela formação de um grupo social onde o homem era essencialmente
coletor e caçador”.
18



       Para Veraszto e colaboradores (2003 apud VERASZTO, 2009, p.12):

                      [...] essa fabricação dos primeiros instrumentos de pedra lascada já
                      correspondia a um saber-fazer: uma tecnologia, que desenvolvida pelos
                      nossos antepassados, fez surgir uma verdadeira “indústria das lâminas”,
                      aperfeiçoadas à medida que o tempo ia passando.

      Cada vez mais as melhorias avançavam, a ponto de obter a habilidade de
derreter e forjar o metal (8.000 a.C.) eventualmente a descoberta das ligas, também
do bronze (4.000 a.C.). E estavam os primeiros usos do ferro e do aço que datam de
(1.400 a.C.) e isto nos relata Reis (2010, p. 04):

                      Na idade dos metais, com a descoberta do cobre e do ouro, o homem
                      utilizando de conhecimento e informações anteriores passam a fundi-lo
                      nascendo à metalurgia. Os artefatos de pedra eram substituídos pelos de
                      metal. Após o cobre, o estanho foi fundido e misturado ao cobre originando
                      o bronze.

      Além dos instrumentos na idade da pedra lascada, que foi um marco muito
importante, outras descobertas surgiam como o fogo que foi um dos pontos
principais para evolução do ser humano, através deste uso ouve um aproveitamento
no que diz respeito ao aquecimento (recurso natural), nos alimentos, entre outros, e
é como mostra Veraszto e colaboradores (2008, p. 65):

                      Não foi somente a concepção de armas e utensílios de pedra lascada que
                      marcaram o surgimento das técnicas em nossos remotos antepassados. Os
                      vestígios de habitação e os solos preparados e escavados, encontrados em
                      estudos arqueológicos, mostram a presença de sinais de fogo. Restos de
                      refeições, carvão de ossos, cinzas de lares primitivos são prova de que o
                      homem soube dominar o fogo desde os primórdios do seu surgimento.

      Enquanto o fogo e os utensílios manuais estavam sendo desenvolvidos pelo
homem, transformando os materiais e garantindo uma melhor sobrevivência, a
linguagem também surgia no íntimo dos nossos antepassados, assim a linguagem
ou o surgimento da mesma, também deve ser vista como uma das primeiras
técnicas desenvolvidas pelo homem. E para uma melhor compreensão Kenski
(2003, p. 34), nos diz, “A linguagem, com toda a sua complexidade, é uma criação
artificial em que se encontra o projeto tecnológico de estruturação da fala
significativa com o próprio projeto biológico de evolução humana.”
19



      Complementando o que diz Kenski (2003), Vargas (2001, p. 09) expõe:

                     É a linguagem que, com poder simbólico das palavras, através de
                     denotações e conotações, possibilita, por meio de imagens mentais
                     suscitadas pelas palavras, como símbolos de coisas e de eventos, a
                     compreensão, o conhecimento e o aperfeiçoamento das coisas e eventos
                     percebidos, permitindo ao homem a intenção de transformá-los. Além disso,
                     a linguagem é meio de comunicação que permite o aprendizado e o
                     adestramento. Portanto, a técnica – que nasceu com a humanidade – não
                     teria esse peculiar caráter de progressividade se não fosse dado ao homem
                     o dom da linguagem.

      Foi a partir de importantes descobertas e invenções que o homem passa ter
conhecimentos de que pode criar, transformar, aperfeiçoar e escrever uma história.
E como salienta Veraszto (2004, p. 29) ao falar das três grandes concepções, que
foram à pedra lascada, o fogo e a linguagem, a humanidade avançava em direção
às extraordinárias descobertas e invenções que hoje fazem parte dos nossos
conhecimentos.

      A história da tecnologia na verdade, é acompanhada na vida de cada pessoa
desde os recursos naturais aos mais avançados, desde os tempos mais remotos até
os dias de hoje, como se fosse algo constante, que está em crescimento contínuo,
que vem seguindo de geração após geração. Realmente podemos ver que a
tecnologia é encontrada em quase tudo, ou porque não dizermos em tudo, ela é uma
fonte do saber com conhecimentos esplêndidos e que evolui a cada momento, a
cada ano, a cada século.

      Hoje    em    dia    podemos     dizer   que     tudo    aquilo    que    produzimos
tecnologicamente, é sem sombra de dúvidas advinda das mãos humanas, que como
um ser pensante e com toda a capacidade adquirida ao longo do tempo, deu
significados a história da tecnologia. A sua habilidade possibilitou o aperfeiçoamento
de seus conhecimentos, que acabaram dando maior qualidade aos muitos produtos
ou instrumentos descobertos e inventados até hoje.

       Este desenvolvimento das técnicas e das tecnologias produzidas pelo
homem, coopera para que possamos entender que não somente os produtos,
industrializados ou não, sofisticados ou não, possam ser classificados como
tecnologias, mas, em tudo aquilo que existe o saber ali também está à tecnologia,
pois a tecnologia existe desde os primórdios da civilização.
20



     3.0 TECNOLOGIA EDUCACIONAL




      Tecnologia educacional é um assunto que algumas pessoas encontram
dificuldades para definí-la com maior precisão. Neste trabalho trataremos sobre os
conceitos de tecnologia educacional na visão de alguns autores como Barato (2002),
Joly (2002), Pons (1994), Luckesi (1986) entre outros.

      Barato (2002), mesmo tendo afirmado sua dificuldade em conceituar a
tecnologia educacional, ele dá sua contribuição ao afirmar que, “tecnologia
educacional é um conhecimento capaz de articular, sistemática e intencionalmente,
informações e atividades que favorecem a elaboração de conhecimentos
correspondentes a determinada dimensão do mundo.” (BARATO, 2002, p. 57).

      Pons (1994, p. 42) considera como sendo:

                     [...] uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo
                     de aprendizagem em termos de objetivo específicos, baseados na
                     instigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma
                     combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma
                     aprendizagem mais efetiva.

      Não distante a definição de Pons (1994, p. 42), Luckesi (1986, p. 56)
conceitua tecnologia educacional como:

                     [...] forma sistemática de planejar, implementar e avaliar o processo total da
                     aprendizagem e da instrução em termos de objetivos específicos, baseados
                     nas pesquisas de aprendizagem humana e comunicação e materiais, de
                     maneira a tornar a instrução mais efetiva.

      Tanto Pons (1994, p. 42) quanto Luckesi (1986, p. 56), revelam seus
entendimentos baseados na mesma linha de pensamento, de que a tecnologia
educacional é todo um processo ligado diretamente à forma do ensino e
aprendizagem, que é capaz de gerar conhecimentos e que podem ser planejados e
avaliados, usando para isso os recursos humanos e materiais.

      Quando falamos em recursos materiais, não podemos relacioná-los
simplesmente como ferramentas sofisticadas, mas também aos instrumentos mais
simples, tais como giz, lápis, livros entre outros. Na verdade tecnologia educacional
não se caracteriza em equipamentos, sejam eles simples ou não, e sim na forma em
21



que tal ferramenta é utilizada, com isso, podemos entender que esta tecnologia se
identifica no modo como tais recursos são utilizados, e ainda na engenhosidade do
professor. Assim considera Joly (2002, p. 143) ao dizer que:

                     Tecnologia educacional não é necessariamente sinônimo de equipamentos
                     caros, locais específicos para sua instalação e pessoal qualificado para
                     operar e manter a aparelhagem em funcionamento. Ainda que, em muitos
                     casos, a complexidade dos recursos tecnológicos (por exemplo, a utilização
                     de um data show) requeira as condições acima especificadas, o que
                     inviabiliza sua utilização na maioria de nossas escolas, também existem,
                     felizmente, tecnologias educacionais que dispensam toda esta parafernália
                     e requerem principalmente a engenhosidade do professor e recursos
                     simples, como lápis e papel (e impressoras), para sua implementação.

       O uso de computadores, data shows, calculadoras, entre outros recursos
tecnológicos também no meio educacional, são ferramentas importantes e bastante
úteis na educação, sabemos que nenhuma ferramenta pode ser tida como uma
tecnologia educacional, mas o modo como empregamos tais recursos, é que se faz.
Devemos ter em mente que necessitamos saber fazer uso destes recursos
educacionais, pois como afirma Corrêa (2002, p. 46), “o valor da tecnologia não está
nela em si mesma, mas depende do uso que fazemos dela”.

       Saber aplicar e utilizar os recursos tecnológicos no meio escolar é muito
importante, pois o mau uso da mesma pode levar até a um reducionismo e causar
impactos expressivos numa sala de aula ou mesmo não causar efeito algum,
tornando inútil tais recursos tecnológicos, por isso é necessário atribuir o seu
verdadeiro valor, para que assim o uso da tecnologia educacional resulte em
conhecimentos positivos no processo de ensino-aprendizagem.

      É importante observarmos que a tecnologia educacional está presente nas
escolas e dentre muitas ferramentas que são usados podemos relatar a linguagem,
representada através da escrita ou da fala.

      Segundo Chaves (1999, p. 01):

                     O termo "tecnologia", aqui, se refere a tudo aquilo que o ser humano
                     inventou, tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas, para
                     estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental, assim
                     facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações
                     interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer. Entre as tecnologias que
                     o ser humano inventou estão algumas que afetaram profundamente a
                     educação: a fala baseada em conceitos (e não apenas grunhidos ou a fala
                     meramente denotativa), a escrita alfabética.
22



       Sancho (1998) traduz a tecnologia educacional de maneira ainda mais
profunda, quando aponta às instituições de ensino e consequentemente a
aprendizagem decorrida através da mesma, como uma tecnologia. O que de fato
podemos afirmar ser um pensamento coerente e lógico, pois sabemos que a
tecnologia pode nos fornecer muitos conhecimentos, e neste caso, conhecimentos
educacionais intervindos por meio das escolas, das aulas no processo de ensino e
aprendizagem.

      E para entendermos que o processo de ensino e aprendizagem, bem como os
conhecimentos científicos são um modo de tecnologia educacional, Candau (1979,
p. 62) nos fala que:

                       [...] e assinalam como características básicas da tecnologia educacional a
                       aplicação de conhecimentos científicos à educação, a abordagem sistêmica,
                       a aprendizagem e a instrução como processos, a busca da eficiência do
                       processo de ensino-aprendizagem e a conjugação de recursos humanos e
                       matérias.

      Considerar e sustentar um único conceito para o que seja tecnologia
educacional seria demasiadamente difícil, visto a importância de tudo que se falou
até aqui, mas podemos sintetizar todas estas importâncias mostrando o que nos diz
alguns autores. (PONS, 1994, p. 42) e Luckesi (1986, p. 56), tem um ponto forte
para o que seja tecnologia educacional, quando dizem ser tudo aquilo que é voltado
para a prática do ensino-aprendizagem, que é capaz de nos passar conhecimentos
enriquecedores através de recursos humanos como a fala, a escrita, e também no
uso de toda a ferramenta inventada pelo homem para este fim que é educacional.

      E como afirmou Sancho (1998) até mesmo as instituições de ensino são
classificadas como tecnologia. Mas não podemos nos esquecer que a importância
da tecnologia não está nela em si mesma, mas na maneira que utilizamos como
apontou Corrêa (2002).

      Tecnologia educacional é um conjunto de conhecimentos que permeia nosso
mundo, como todo instrumento que é utilizado no meio educacional, se fazendo
presente com recursos matérias e podendo está até mesmo na forma de linguagem,
e quando falamos em todos estes recursos, devemos sempre nos reportar à
importância do saber fazer da tecnologia.
23



      Toda tecnologia tem que ser bem aproveitada, mas devemos ter muito
cuidado, pois a tecnologia é atraente, mas, pode causar impactos negativos e saber
utilizá-la traz muitas vantagens porque veio para contribuir na vida de todos, em
particular, dos docentes.




     4.0 O PROFESSOR E A TECNOLOGIA EDUCACIONAL




      A tecnologia educacional vem tomando um grande espaço em nossas vidas,
e em nossas escolas, mas para um bom aproveitamento depende muito da forma
que as pessoas (os professores) vão utilizá-la no processo ensino-aprendizagem.

      As ferramentas inventadas pelo homem (o quadro-negro, lápis, livros, etc.)
são um grande suporte para os educadores, mas nem todos estes instrumentos são
relevantes na educação quando aplicados ou utilizados de maneira incorreta,
desfalcando o sentido real do que é ser tecnologia educacional. Na verdade, muitas
pessoas relacionam a tecnologia à informática, esquecendo-se do fator principal, de
que a fala humana e a escrita são tecnologias que os docentes utilizam há muito
tempo atrás.

      Segundo Chaves (2004, p. 01):

                     Faz sentido lembrar aos educadores o fato de que a fala humana, a escrita,
                     e, conseqüentemente, aulas, livros e revistas, para não mencionar
                     currículos e programas, são tecnologia, e que, portanto, educadores vêm
                     usando tecnologia na educação há muito tempo. É apenas a sua
                     familiaridade com essas tecnologias que as torna transparentes (i.e.,
                     invisíveis) a eles.

      O professor é um dos pivôs do sistema educacional e através dele ocorre o
processo de ensino-aprendizagem. Lacerda Neto (2008, p. 59) nos diz que “os
professores são os agentes-chave de todo o sistema educativo e tudo aquilo que se
vier a alcançar com qualquer ciclo de estudos dependerá sempre da sua vontade e
ação (condicionadas pelas suas concepções e crenças).”
24



        Nesse sentido, entendemos o quanto é importante para os educadores a
capacidade em entender as tecnologias educacionais, saber o que são e como usá-
las, e muitas vezes alguns professores tem adquirido uma compreensão deficiente e
acabam que formando uma concepção errada para o que seja tecnologia
educacional. Lacerda Neto (2008, p. 41-42) aponta seu ponto de vista sobre a
educação tecnológica quando diz:

                      Pensamos a educação tecnológica como a formação de um sujeito mais
                      crítico e humano que entenda a sua capacidade transformadora e a sua
                      relação com o outro. Uma pessoa capaz de criar e usar a tecnologia, mas
                      que exerça sua reflexão e compreenda suas implicações e transformações.

        O educador não deve pensar apenas no computador como meio tecnológico
na escola, pois a tecnologia é muito mais abrangente, uma vez que as ferramentas
tecnológicas são muito variadas. A educação tecnológica são os meios, as
ferramentas que usamos para que os alunos aprendam. A forma como o docente
aborda um conteúdo, a organização da sala, o giz, o livro, também é tecnologia, mas
mesmo assim, muitas vezes não sabemos utilizá-la adequadamente em sala de
aula.

        A tecnologia educacional vem a cada dia ganhando mais espaço, e com isso o
professor tem um papel fundamental para que ela seja utilizada de forma adequada e
eficiente no processo do ensino-aprendizagem do aluno, e é de suma importância
que o docente entenda que é preciso conhecer os recursos que ele oferece e crie
formas interessantes de usá-los, uma metodologia que faça o alunado saber pensar.

        Entender as concepções dos professores sobre a tecnologia educacional é
mais que um mero formalismo, é entender os conhecimentos dos educadores, pois
estes irão refletir na ação pedagógica, e, ainda, é de responsabilidade dos
professores, alunos e comunidade em geral assumir um compromisso com a
educação e enfrentar o desafio de conduzir e utilizar as tecnologias de maneira
adequada.

        Com isso, entendemos que o professor é o agente principal do processo de
tecnologia educacional, mas o que vemos hoje é a supervalorização das tecnologias
que se esquecem que os educadores são os mais preciosos de todos os recursos, e
como relata Sancho (1998, p. 39), “As próprias escolas são uma tecnologia, uma
25



solução à necessidade de proporcionar educação a todos os cidadãos e cidadãs de
certas idades. [...] a educação pode ser concebida como uma Tecnologia Social e
um educador como um tecnólogo da educação.”

      Considerar nossas competências, nossos conhecimentos, para então buscar
entender qual será nossa visão quanto aos recursos tecnológicos, é tentar formar
educadores críticos, ou seja, pessoas que entendem o valor da tecnologia
educacional na procura de saber criar, usar e entender suas implicações e
transformações, tornando-a importante no processo de ensino-aprendizagem como
relata Corrêa (2002, apud, Chagas, et al, 2008, p. 26):

                     O que produzimos é mediado pela caneta, mas o conteúdo e o processo
                     pelo qual escrevemos depende da nossa história de vida, de nossos afetos,
                     de nossas competências, do lugar social que ocupamos [...] Tal análise
                     serve para o uso dos diversos recursos tecnológicos, desde o uso de
                     transparências, apresentações em quadro-negro ou power point até a
                     internet.

      E ainda para complementar Masetto (2002, p. 23) nos diz:

                     O professor, ao entrar na sala de aula para ensinar uma disciplina, não
                     deixa de ser um cidadão, alguém que faz parte de um povo, de uma nação
                     [...]. Ele tem uma visão de homem, de mundo, de sociedade, de cultura e de
                     educação que dirige suas opções e suas ações mais ou menos
                     conscientemente. Ele é um cidadão, um „político‟, alguém comprometido
                     com seu tempo, sua civilização e sua comunidade, e isso não desprega de
                     sua pele no instante em que ele entra em sala de aula. Pode até querer
                     omitir esse aspecto em nome da ciência que deve transmitir, e que, talvez
                     ingenuamente, ainda entenda que possa fazê-lo de forma neutra. Mas o
                     professor continua cidadão e político e, como profissional da docência, não
                     poderá deixar de sê-lo.

      Mesmo em meio às tantas transformações vistas na sociedade, cabe ao
professor buscar em sua vivência escolar o verdadeiro valor da tecnologia
educacional, ser coerente, comprometido e entender a maneira correta do uso das
ferramentas educacionais, sabendo que a mesma se constitui desde a linguagem
(oral e/ou escrita), até os muitos outros recursos tecnológicos também empregados
na educação.
26



CAPÍTULO III – METODOLOGIA




       – FUNDAMENTAÇÃO



      Diante do propósito de investigar as concepções dos professores de
matemática dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas da cidade de
Xique-Xique/BA, concedemos um caráter de pesquisa de campo enfatizando a
abordagem quantitativa no que diz respeito ás análises estatísticas representadas
através de gráficos, sem desprezar a qualitativa na abordagem dos resultados.

       Lakatos e Marconi (1996) entendem que a pesquisa de campo está
caracterizada como sendo uma coleta de dados para se explorar ou responder às
hipóteses ou variáveis envolvidas, numa tentativa de buscar informações para um
determinado problema.

                    Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
                    informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se
                    procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou,
                    ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. (Lakatos e
                    Marconi, 1996, p. 75)

      Moreira (2002, p. 237) considera que:

                    Os métodos de pesquisa quantitativa envolvem tipicamente mensurações
                    precisas, controle rígido de variáveis (normalmente em laboratório) e a
                    análise estatística. Tendem a focar na análise (examinar as partes dos
                    componentes de um fenômeno), enquanto que a pesquisa qualitativa busca
                    entender o significado de uma experiência para os participantes em um
                    cenário particular e como os componentes deste fenômeno se articulam
                    para formar um todo.

      Segundo Gunther (2006, p. 207):

                    Enquanto participante do processo de construção de conhecimento,
                    idealmente, o pesquisador não deveria escolher entre um método ou outro,
                    mas utilizar as várias abordagens, qualitativas e quantitativas que se
                    adequam à sua questão de pesquisa.

      Portanto, o ponto de partida para esta pesquisa foi feita a partir de uma
revisão na literatura que proporcionou elaboração da fundamentação teórica sobre
educação tecnológica e segundo Marconi e Lakatos (2002, p. 17), “toda pesquisa
27



deve basear-se em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação
bem sucedida de um problema”. Depois disso foi realizada a aplicação do
questionário investigativo que será analisado focando métodos qualitativos e
quantitativos.




        – CARACTERIZAÇÃO



       Esta investigação ocorreu na cidade de Xique-Xique/BA, localizada na região
oeste da Bahia, ficando há 587 km da Capital. Que de acordo com o Instituto
Nacional de Geografia e Estatística-IBGE (2010), a cidade tem uma área territorial
de 5.502 km2 e uma população de 45.562 habitantes.

       O município dispõe de 02 (duas) escolas estaduais e 06 (seis) escolas
municipais. Das escolas estaduais, uma funciona com o ensino médio e fundamental
e a outra somente com ensino médio. Nas escolas municipais somente uma delas
funciona os dois níveis de ensino e nas demais apenas o ensino fundamental.

       Em 02 (duas) escolas municipais com 02 (dois) professores de matemática
em cada uma delas, não foi aplicado o questionário por se localizarem em bairros de
difícil acesso.




           – POPULAÇÃO E AMOSTRA




       Para a realização deste trabalho foram tomados como locais de aplicação do
questionário 06 (seis) escolas, sendo estas, 04 (quatro) municipais onde uma destas
dispõe tanto do nível de ensino fundamental como médio e as demais somente o
ensino fundamental, e 02 (dois) estaduais, sendo que em uma delas funcionam os
dois níveis de ensino e na outra somente o ensino médio.
28



      O questionário foi aplicado a um total de 25 (vinte e cinco) professores de
matemática. Cabe registrar que 11 (onze) professores são da rede municipal e 14
(quatorze) da rede estadual.

      O questionário foi aplicado para cada um dos professores que atuam nos
turnos matutino e vespertino de cada escola. Serviu como base para identificarmos
os conhecimentos que cada educador pesquisado possui sobre tecnologia
educacional, e a partir daí, analisamos a opinião dos professores de matemática em
relação a cada questão. Neste sentido Marconi e Lakatos (2002, p. 52), diz que
neste momento da pesquisa o pesquisador está interessado na opinião do
investigado e não em dados probabilísticos ou estatísticos.




        – INSTRUMENTO, COLETA E TRATAMENTO



      Considerando os objetivos que norteiam este trabalho, constituiu-se de suma
importância a escolha de um questionário, como instrumento de pesquisa, para ser
aplicado aos 25 (vinte e cinco) professores de matemática individualmente.

      Gil (2006, p.129) define questionário como sendo uma técnica de investigação
com certo número de questões, apresentado por escrito às pessoas a serem
investigadas,   tendo como objetivo principal o conhecimento de              opiniões,
expectativas, interesses sobre um determinado tema.

      O questionário foi aplicado a cada professor de matemática dos ensinos
fundamental e médio de quatro escolas municipais e duas estaduais da cidade de
Xique-Xique/BA. Este composto de 08 (oito) questões sendo elas perguntas
objetivas e subjetivas, todas voltadas para obtenção e satisfação das inquietações
que nos levaram ao desenvolvimento deste trabalho, tendo como foco principal
identificar a opinião destes professores a respeito de tecnologia educacional. Para
Gil (2006, p. 129) as questões de um questionário constituem elemento fundamental
do mesmo, e ainda mais, as respostas dadas as questões irão nos fornecer os
dados necessários para esclarecer o problema de pesquisa.
29



      Para a aplicação deste questionário, se fez necessário o deslocamento a
cada uma das escolas e individualmente aplicá-lo com cada professor. A recepção e
interesse da direção das escolas foi muito importante para o bom procedimento
desta pesquisa.

      Durante a coleta de dados tivemos o cuidado de explicar qual era a intenção
do nosso trabalho expondo nosso objetivo de maneira geral, em algumas situações
encontramos professores que apresentaram interesse e boa vontade, se dispondo a
responder cada questão que lhes eram proposta. Por outro lado nos deparamos com
situações não muito agradáveis, pois uma pequena parte dos docentes demonstrou
medo, insegurança e até mesmo desinteresse à pesquisa.

      A   coleta   e   análise   dos   dados   ocorreram   em    uma   abordagem
predominantemente qualitativa, mas utilizamos também os métodos quantitativos
para o tratamento das informações contidas no questionário, utilizando como recurso
para a elaboração dos gráficos o Word Gráfico 2003.
30



CAPÍTULO IV – RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO




       – APRESENTAÇÃO / DISCUSSÃO



      A finalidade desta pesquisa de campo se deu pelo interesse de averiguar
quais as concepções dos professores de matemática do ensino fundamental e
médio das escolas municipais e estaduais da cidade de Xique-Xique/BA sobre
tecnologia educacional. Para tanto utilizamos neste trabalho um questionário de
pesquisa contendo 08 (oito) perguntas objetivas e subjetivas, onde procuramos
aplicá-lo nos horários mais apropriados para cada professor, neste caso, no
momento do intervalo.

      Cada questão aplicada aos professores pôde nos oferecer grande utilidade no
sentido de identificarmos pontos de fundamental importância no desenvolvimento e
análise deste trabalho monográfico. Ressaltamos também, o que é abordado por Gil
(2006, p. 129) ao relatar que “as respostas a essas questões é que irão proporcionar
os dados requeridos para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da pesquisa.
As questões constituem, pois, o elemento fundamental do questionário.”

      Neste sentido, de considerarmos que cada questão é de fundamental
importância, começaremos a analisar cada uma delas detalhadamente.

      Na primeira questão nos detivemos em observar a área de formação de cada
educador, e pudemos constatar que dos 25 (vinte e cinco) professores envolvidos na
pesquisa a maioria tinha pelo menos uma formação acadêmica. Destes,
identificamos que 19 (dezenove) professores eram graduados em matemática, letras
e outros, 02 (dois) docentes ainda estavam cursando licenciatura em pedagogia e o
outro em matemática, e somente 04 (quatro) não eram graduados.

      Destarte que, dos 19 (dezenove) professores graduados nos chamou a
atenção que apenas uma pequena parte deles, somente 06 (seis), tinham formação
acadêmica em matemática, enquanto que 13 (treze) docentes possuíam sua
formação em outras áreas acadêmicas, e do total de 25 (vinte e cinco) educadores,
31



06 (seis) ainda não eram graduados ou estavam no processo de obtenção deste
nível. Estas informações podem ser melhores elucidadas no gráfico abaixo.




      GRÁFICO 01: FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS PROFESSORES DE
MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA



         14
         13
         12
          11
         10
          9                                                   Não Graduados
          8
           7
                                                              Outras
          6                                                   Matemática e outras
           5
          4
                                                              Matemática
           3
           2
           1
          0




      Sabemos o quanto é importante que cada docente tenha uma formação
adequada, no sentido de lecionar em sua área de formação acadêmica. Mas
infelizmente, o que muitas vezes encontramos são situações em que os professores
trabalham com disciplinas atípicas à área em que foram capacitados.

       Borges e Rocha (2010, p. 01) salientam que:

                    Meio milhão de professores da educação básica ensina, nas salas de aulas
                    da rede pública brasileira, disciplinas sobre as quais não aprenderam
                    durante o curso superior. Nos mais variados colégios brasileiros,
                    profissionais formados em matemática dão aulas de física e professores de
                    educação física dão aulas de biologia, por exemplo. Eles representam
                    quase um quarto dos 1.977.978 educadores dessa etapa.

      Diante dessa perspectiva, de termos encontrado a maioria dos professores
que lecionavam a disciplina de matemática sem a devida formação compatível, e
ainda, levando em consideração as afirmações de Borges e Rocha (2010),
32



poderemos indagar se estes profissionais estão preparados para saberem usar a
educação tecnológica em suas salas de aula.

       Outro ponto a ser destacado é que tais educadores não estão trabalhando
com a disciplina de matemática há pouco tempo, haja vista, que através das
informações obtidas com a questão 02 (dois), averiguamos o tempo que cada
educador atuava como professor de matemática, e percebemos que mais da metade
exercem a função a mais de 10 anos, como nos mostra o gráfico a seguir.




       GRÁFICO 02: ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES DE
MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE
ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA



     14
     13
     12
      11
     10
      9
      8                                                   Mais de 10 anos
       7
      6                                                   Entre 5 e 10 anos
       5
      4                                                   Menos de 5 anos
       3
       2
       1
      0




       Desse modo, é notável que a maioria dos professores de matemática da
cidade de Xique-Xique não têm a formação acadêmica adequada para o ensino
desta disciplina, apesar de a maioria deles já trabalharem com a mesma a mais de
10 anos, o que nos leva a refletir sobre o abordado nos Parâmetros Curriculares
Nacionais PCN (1998), a respeito da capacidade que o professor de matemática
deve ter.
33



                     Para desempenhar seu papel de mediador entre o conhecimento
                     matemático e o aluno, o professor precisa ter um sólido conhecimento dos
                     conceitos e procedimentos dessa área e uma concepção de Matemática
                     como ciência que não trata de verdades infalíveis e imutáveis, mas como
                     ciência dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos.
                     BRASIL (1998, p. 36)

      Para os PCN, é de fundamental importância que o professor de matemática
tenha conhecimento de conceitos e procedimentos da área. Neste sentido,
entendemos que estes conhecimentos são mecanismos facilitadores que levam os
educadores ao uso correto da tecnologia educacional.

      Analisando a questão 3, as concepções dos educadores sobre tecnologia
educacional, sendo esta uma das questões de maior importância para esta
pesquisa, pois, nos mostrou claramente que para os professores de Xique-Xique/BA
a educação tecnológica não passa de recursos inovadores, avançados e
facilitadores, ferramentas que melhoram o ensino-aprendizagem por serem práticas
e objetivas. Alguns até exemplificaram a tecnologia educacional como sendo
internet, aparelhos audiovisuais, data show, calculadoras, ou seja, mecanismos
tecnológicos sofisticados.

      A única resposta que se diferenciou das demais, foi de uma professora ao
dizer que tecnologia educacional é um método de ensino, uma maneira de educar.
Percebemos que esta educadora apesar de também considerar instrumentos como
internet, computador entre outras ferramentas, ela também considerava que todo
método utilizado para educar, ou seja, o saber fazer, era igualmente uma tecnologia
educacional.

      Dentre outras respostas, passaremos a destacar algumas:

      P5 – “São inovações tecnológicas que podem melhorar as aulas e o
aprendizado.”

      P9 – “É um avanço em que só irá contribuir para o aprendizado do nosso
alunado.”

      P13 – “São condições de se realizar estudos utilizando os meios de
comunicação, áudio visuais e eletrônicos. São exemplos os cursos à distância.”
34



      P17 – “São todos os recursos de caráter tecnológico usado a serviço da
educação. TV pen drive, data show, etc.”

      P4 – “Meios de comunicação modernos, quando utilizados em sala de aula
facilita a aprendizagem dos alunos.”

      Ficou evidente o conceito de tecnologia educacional dos educadores
entrevistados, mas sabemos que esta tecnologia não se resume somente a
equipamentos avançados, caros. Enfim, no que se refere à tecnologia educacional,
devemos atentar para o que é destacado por Bastos (2000) ao relatar que os
indivíduos devem entender que esta tecnologia não é apenas formada por
máquinas, mas, sobretudo por sujeitos dotados de diversas culturas e contextos.

      Apesar de Bastos (2000) afirmar que tecnologia educacional não é formada
apenas por máquinas e equipamentos, pudemos constatar que na quarta questão,
os professores responderam que faziam uso da tecnologia na sala de aula, através
de internet; data show; televisores; vídeos; calculadoras; slides, e, alguns, também
diziam usá-la através de jogos temáticos; pesquisas/avaliações em grupo ou
individual; lousa. Constatamos que dos 25 (vinte e cinco) docentes entrevistados, 18
(dezoito) deles afirmavam fazer uso da tecnologia na sala de aula, através dos
objetos citados. De maneira geral os educadores entendiam que toda vez que
utilizavam inovações (internet, data-show, vídeos) na sala de aula, estavam
trabalhando com a tecnologia educacional.

      Destacando ainda, que tivemos 06 (seis) docentes que diziam não utilizar
esta tecnologia na sala de aula, justificando que as escolas não tinham recursos;
que as salas de aula não eram adequadas; que os professores não eram
capacitados ou mesmo pela demanda do tempo. Houve ainda uma professora que
não respondeu a esta questão.

      Sabemos     que   tecnologia     educacional   não   se   resume   somente   a
equipamentos avançados, caros ou às inovações. Mas o que percebemos, a partir
das respostas dos educadores, foi um conceito muito distante do que seja realmente
a educação tecnológica, o que, consequentemente os levou a pensar que o uso da
tecnologia na sala de aula se dava principalmente por estes instrumentos mais
35



sofisticados, fazendo-os esquecer da engenhosidade humana e de outros recursos
que também fazem parte da tecnologia educacional.

       Neste sentido, procuramos saber na questão 5, se a escola dispunha de infra-
estrutura para o uso da tecnologia educacional e se eles enquanto educadores
sentiam-se preparados para utilizá-las, grande parte dos professores responderam
que as escolas tinham sim estrutura para o uso da mesma, em contrapartida outros
responderam que não, pois a escola não estava preparada ou que faltavam
recursos. Quanto à preparação dos docentes, as repostas foram bastante variadas,
uns disseram que sim, outros disseram que não, também responderam que sentiam
insegurança, dificuldades, que precisavam ser capacitados e outros que se sentiam
preparados por já terem feito cursos.

        Entre as respostas obtidas iremos destacar algumas, e dentre estas uma
que nos chamou muita atenção, a qual segue:

       P22 – “De algumas.” Achamos curiosa esta resposta.

       P18 – “Sim.”

       P7 – “Sim, nem tanto, precisa mais preparação para utilização das tecnologias
em sala de aula.”

       P11 – “Mais ou menos, a escola até tem a aparelhagem, mas sempre falta
algo, quando tem computador não tem data show, quando tem DVD, não tem a TV.”

       P13 – “Está ampliando pouco a pouco e na medida do possível são utilizados.”

       P8 – “Sim. Sinto-me preparada para utilizar a tecnologia educacional.”

       Sujeitos que entendem que a educação tecnológica não é apenas o saber
aplicar uma técnica, são aqueles que conseguem refletir e criticar sobre o saber-
fazer da tecnologia educacional. Bastos vem aclarar este pensamento quando nos
fala que “os sujeitos competentes não são aqueles que apenas sabem aplicar
técnicas, mas que adquirem, pelos contatos com os artefatos, a capacidade de
entender o mundo e a sociedade tecnológica em que vivemos.” (BASTOS, 2000, p.
38).
36



      Sabendo disto, procuramos identificar na sexta questão, se o uso da
tecnologia educacional na sala de aula trazia progressos no processo de ensino-
aprendizagem de matemática. A maioria dos professores responderam que sim,
enquanto uma pequena parte responderam que apenas em alguns momentos
ocorriam melhorias. Porém a justificativa dos educadores para esta questão foi
bastante limitada, uma vez que, os mesmos diziam que o uso desta tecnologia na
sala de aula levaria os alunos para a realidade atual, ou que as aulas ficavam mais
motivadas, mais interessantes, participativas, ou mesmo que era uma metodologia
diferenciada e que facilitava a aprendizagem pelas novidades existentes. Outros
educadores também relataram que às vezes não utilizavam a tecnologia
educacional, pois lhes faltavam material e que os alunos ou mesmo os professores
tinham dificuldades com estas novas tecnologias.

      Entretanto, o uso da tecnologia educacional não faz exigências quanto às
inovações, nem mesmo aos materiais eletrônicos, como pensavam os professores,
alvo da nossa pesquisa. Devemos entender que a tecnologia é uma engenhosidade
humana, existente há muito tempo atrás com o uso do raciocínio, da linguagem,
enfim, e, é esta engenhosidade que a princípio antecede tais recursos, e mesmo o
professor que sem dúvida é o principal destes recursos. Para Kenski (2007):

                    As tecnologias são tão antigas quanto à espécie humana. Na verdade, foi à
                    engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às mais
                    diferentes tecnologias. O uso do raciocínio tem garantido ao homem um
                    processo crescente de inovações. Os conhecimentos daí derivados, quando
                    colocados em prática, dão origem a diferentes equipamentos, recursos,
                    produtos, processos, ferramentas, enfim, a tecnologias (KENSKI, 2007, p.
                    15).

      Assim, entendemos que não é aquele recurso moderno, não é a utilização de
aparelhos eletrônicos de última geração e nem mesmo o ego de usar um
computador ou uma calculadora na sala de aula que se faz tecnologia educacional.
Não é pela inovação ou pelos avanços, mas todo processo que é ligado ao ensino-
aprendizagem é uma tecnologia educacional, seja ele um recurso humano ou
material. E como já discorremos, Joly (2002, p. 142) nos diz que tecnologia
educacional não é somente equipamentos caros ou modernos, mas, também,
aqueles instrumentos mais simples como, por exemplo, o próprio lápis ou borracha.
37



        Sabendo disto, buscamos compreender na questão 7 quais ferramentas os
educadores consideravam como tecnologia educacional, e surpreendentemente
92% dos professores identificaram o computador e a internet como o principal
recurso tecnológico, a televisão e o data show também foram bastante citados por
eles.

        Portanto, percebemos que instrumentos mais avançados e sofisticados
tiveram maior destaque por parte dos educadores, enquanto outros itens colocados
não obtiveram muita ênfase. Notemos no gráfico abaixo quais os recursos foram
identificados pelos educadores.




        GRÁFICO    03:   RECURSOS      IDENTIFICADOS       COMO        T.E.     DOS
PROFESSORES        DE    MATEMÁTICA     DAS    SÉRIES    FINAIS      DO    ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA


 25
 24
 23
 22                                                            Outros
 21
 20                                                            Lápis
 19                                                            Borracha
 18
  17                                                           Giz
 16
  15                                                           Apagador
 14                                                            Lousa
 13
 12                                                            Linguagem Escrita
  11
 10                                                            Linguagem Oral
   9
                                                               Linguagem Visual
   8
   7                                                           Data Show
   6
   5                                                           Televisão
   4
                                                               Internet
   3
   2                                                           Computador
   1
   0
38



      Conseguimos perceber, ainda, que muitos professores identificaram a
linguagem visual como uma tecnologia educacional, por terem a idéia de que ela se
apresenta simplesmente através de televisores, vídeos e computadores, com isso
ficou mais evidente qual era a visão geral de tecnologia educacional por parte dos
docentes. Porém outros autores esclarecem melhor sobre este assunto, quanto
afirmam:

                    Alguém já viu computador dando aula, sozinho, sem que, pelo menos,
                    alguém o tenha ligado à tomada? Ao longo de sua carreira já vimos uma
                    lousa, quadro-negro, quadro-verde ou quadro-branco apresentando sozinho
                    “a matéria”, sem que alguém a houvesse elaborado antes? Em algum
                    momento dos últimos vinte anos algum professor foi demitido do seu
                    emprego só porque a escola comprou um videocassete? Um laboratório de
                    ciências, totalmente equipado, mas completamente sem uso, trancafiado,
                    ensina ciências para alguém? Um toco de giz percorre a lousa ensinando
                    filosofia aos alunos? (CARVALHO NETO; MELO, 2006, p. 01).

      Na verdade o que os autores Carvalho Neto e Melo (2006) estão afirmando, é
que tecnologia não ensina, ela passa conhecimentos, um computador, um data
show ou quaisquer outros instrumentos não podem por si só realizar uma ação
educacional, eles não podem ser tidos como objetos prontos e acabados, precisam
de alguém para intervir a estes recursos para que assim possam ser capazes de
produzir conhecimento. Afinal nenhum recurso pode ser considerado como
tecnologia educacional, mas eles podem ser considerados como instrumentos de
trabalho ou de apoio no uso desta tecnologia afirmam ainda Carvalho Neto e Melo
(2006).

      E, ainda, neste sentido, sabemos que o uso da tecnologia na sala de aula é
muito importante, e cada docente deve saber que eles podem e são usados no
processo de ensino-aprendizagem de matemática, porém, percebemos que os
professores precisam se familiarizar melhor com a educação tecnológica, para então
saberem utilizar todos os recursos que os rodeiam a favor deste ensino. E como já
relatamos aqui, Corrêa (2002, p. 46), salienta que a tecnologia não está nos
recursos em si mesmo, mas na maneira que usamos estes recursos.

      Diante desta coleta de dados, perguntamos na oitava questão qual era a
importância da tecnologia educacional na sala de aula para os educadores. Os
mesmos em suas variadas respostas acreditavam na importância da tecnologia na
sala de aula por muitos motivos, dentro os quais, a melhoria no ensino, aulas menos
39



cansativas e mais motivadas, a facilidade no aprendizado e até mesmo para
estarem antenados no mundo globalizado em que vivemos. Mas sabemos que não é
o fato de se incorporar ferramentas que se faz tecnologia, e sim a maneira como os
professores utilizam estas ferramentas.

      Entendemos que a compreensão dos educadores quanto à tecnologia
educacional precisa ser modificada, pois a importância da tecnologia educacional
está no resultado positivo do processo de ensino-aprendizagem, e para isso
devemos saber criar, usar e entender suas implicações.

      É importante que em todo o processo, ocorra a construção de conhecimentos,
entendendo que a busca pelo mesmo nunca acaba. O professor precisa entender
que em todos os momentos do processo pedagógico, a tecnologia educacional é
mais que um conceito, é uma iniciativa que pode ampliar o conhecimento dos alunos
e dos educadores, afinal, tecnologia não traz solução a um problema, ela gera
conhecimento.

      Percebemos o quanto é importante que os professores saibam identificar e
utilizar os recursos tecnológicos educacionais, sabendo que todo processo ligado ao
ensino-aprendizagem, seja através de recursos humanos ou materiais, são
tecnologias educacionais, uma arte do saber-fazer.
40



CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS



      Diante de tudo que foi exposto, observamos a importância de pensar em uma
educação capaz de preparar cidadãos aptos a interagirem em uma sociedade
tecnologicamente desenvolvida e percebemos a importância desta pesquisa
monográfica na vida de cada docente de forma ampla e proveitosa.

      Neste trabalho buscamos conhecer através de um questionário de pesquisa,
quais eram as concepções dos professores de matemática das séries finais do
ensino fundamental e médio, das escolas municipais e estaduais da cidade de
Xique-Xique/BA, sobre tecnologia educacional, levando-nos assim, a uma análise e
discussão das questões que foram aqui levantadas.

      Vale ressaltar que trabalhamos com um total de 25 educadores, e
percebemos através da pesquisa levantada, que a maioria dos professores tinha
uma formação acadêmica, porém, dos 19 docentes graduados, apenas 06 eram
formados em matemática, um número expressivamente pequeno. Verificamos
também, que mais da metade dos professores já tinham mais 10 anos de atuação
profissional, e mesmo estando a tanto tempo ensinando a disciplina de matemática,
não tiveram a preocupação com uma formação adequada a sua área de ensino,
como relatamos aqui.

      Apesar disto, averiguamos como os professores identificavam as tecnologias
educacionais, e quais os conhecimentos e relações dos mesmos com estas
ferramentas de ensino.

      Com a exposição dos dados, percebemos uma tendência dos docentes em
relacionar a tecnologia educacional ao uso de objetos que visam facilitar a vida
diária, vivenciada no trabalho ou mesmo em casa.

      Neste sentido, muitos professores compreendiam que os instrumentos
facilitadores da ação pedagógica e principalmente aqueles recursos mais modernos,
eram tidos como tecnologia educacional, e acabavam se esquecendo de que o giz, o
processo de alfabetização, a linguagem (oral, visual e escrita) e tantos outros
recursos mais simples também fazem parte desta tecnologia. Pois como já
41



discorremos exaustivamente no decorrer deste trabalho, que o valor da tecnologia
educacional depende do uso que fazemos dela, pois educação tecnológica é todo
processo ligado ao ensino e aprendizagem.

       Embora   os   professores   acreditassem   na   importância   da   tecnologia
educacional e entendessem ser um meio colaborador no processo de ensino-
aprendizagem, observamos que muitos diziam não fazer uso da mesma, por não se
sentirem preparados, pois diziam que as escolas não tinham infra-estrutura ou
mesmo que tinham dificuldades e precisavam de um profissional capacitado para
instruí-los.

       Toda esta questão, nos fez observar que todos os professores entrevistados,
acreditavam fortemente que instrumentos modernos tais como computador, internet,
televisores entre outros, eram os únicos ou os principais recursos tecnológicos de
punho educacional.

       Esta realidade nos mostrou que o cotidiano das pessoas está cada vez mais
integrado ao computador e às ultimas tendências tecnológicas. Tais tecnologias são
ferramentas feitas para o saber e são fortemente importante em nosso meio, sendo
muitas vezes necessárias no dia-a-dia do indivíduo. Com isso queremos deixar claro
que não estamos falando que os recursos avançados não estejam enquadrados
numa tecnologia, porém, queremos destacar, que estes instrumentos bem como
quaisquer outros recursos mais antigos como quadro, o giz, por exemplo, são
também classificados como tecnologia educacional, se utilizados para este fim que é
educacional.

       Estas constatações completaram nosso trabalho, nos mostrando pontos que
possibilitou argumentos enriquecedores a esta pesquisa e dando-nos informações
indispensáveis no que diz respeito ás concepções dos professores de matemática,
sobre tecnologia educacional.

       Cabe aqui ressaltar, que esta pesquisa não deve ficar enquadrada apenas
numa entrevista e discussões sobre a tecnologia educacional, mas que devemos
buscar enquanto educadores elucidar nossos entendimentos, aflorando ainda mais
42



este assunto de grande valia, buscando agregar no meio educacional a importância
de saber usar e entender está tecnologia.

      Com isso, devemos entender que o uso da tecnologia educacional é uma
forma de saber-fazer, que pode gerar conhecimentos esplêndidos. A educação
tecnológica é todo processo ligado à ação pedagógica, seja ela empregada através
de recursos humanos ou recursos matérias.

      Esperamos que muitos leitores entendam a importância da tecnologia
educacional e melhorem suas concepções. Neste sentido, e sem a pretensão de
esgotar o assunto, mas sim de provocar uma reflexão sobre o tema em questão,
esperamos que este mesmo trabalho venha motivar novos pesquisadores a
continuar este tema aqui abordado.
43



REFERÊNCIAS




ALVES, Lynn Rosalina Gama. Novas cartografias cognitivas: uma análise do uso de
tecnologias intelectuais por crianças da rede pública em Salvador, Bahia, Salvador,
1998.

BARATO, J. N., Escritos sobre tecnologia educacional & educação profissional. São
Paulo: Editora SENAC, 2002.

BARROS, Marcos Alexandre de Melo: As tecnologias da informação e comunicação
e o ensino de ciências, 2009.

BASTOS, J. A. S. L. A. A imaterialidade da tecnologia. In: (Org.). Educação
Tecnológica: imaterial e comunicativa. Curitiba: Cefet-PR, 2000. (Coletânea
“Educação e Tecnologia” CEFET-PR).

BORGES, Priscilla; ROCHA, Carolina. Meio milhão de docentes dá aulas sem
formação              ideal,           2010.          Disponível          em:
<http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/meio+milhao+de+docentes+da+aulas+se
m+formacao+ideal/n1237653160064.html>. Acessado em 09 de nov. de 2010.

BRASIL – Secretaria de Educação Fundamemental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CANDAU, Vera Maria. Tecnologia Educacional: concepções e desafios. Cadernos
de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas. São Paulo, n. 28,1979.

CARVALHO NETO, C. Z. e MELO, Maria Taís (2006). O que é tecnologia
educacional?. Disponível em: <http://mariolindaferrazntem.blogspot.com/>. Acesso
em 21 de out. de 2010.

CHAGAS, Ariana. et al. O conceito de tecnologia: pressupostos de valores culturais
refletidos nas práticas educacionais. Paraná, 2008.

CHAVES, E. O. C. Tecnologia na Educação: Conceitos Básicos. A Enciclopédia de
Filosofia de Educação, 1999. Disponível em: <http://edutec.net/Tecnologia e
Educacao/edconc.htm# Tecnologia na Educação>. Acessado em 24 de maio de
2010.

CHAVES, E. O. C. Tecnologia na educação. A Enciclopédia de filosofia de educação
2004.            Educação,          2004.             Disponível             em:
<http://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/tecned2.htm#_ed*>. Acessado em 29
de jun. de 2010.

CAMPOS, Simone Ballmann de. O impacto das tecnologias no cotidiano escolar: um
saber necessário na educação contemporânea. Florianópolis, PerCursos, v. 8, n. 1,
p. 18, jan. / jun. 2007.
44



CORRÊA, Juliane. Novas tecnologias da informação e da comunicação: novas
estratégias de ensino/aprendizagem. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas
tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora
Atlas, 2006.

GUNTHER, Hartmut. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a
questão?. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2006, vol.22, n.2. ISSN 0102-3772.

IBGE, Instituto Nacional de Geografia e Estatística. 2010. Disponível em
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acessado em 18 de nov. de
2010.

JOLY, M. C. R. A., A Tecnologia no ensino: Implicações para a Aprendizagem. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 3ª ed. São
Paulo: Atlas, 1996.

LACERDA NETO, Jurandyr C. N. de. Levantamento das concepções de tecnologia e
educação tecnológica de professores de ciências da escola básica. UNICAMP: São
Paulo, 2008.

LUCKESI, C. Carlos. Independência e inovação em tecnologia educacional: ação-
reflexão. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, v.15, n71/72, p.56, jul./out.1986.

KENSKI, Vani M. Tecnologias e ensino presencial e a distância / Campinas. Papirus,
2003.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação.
Campinas: Papirus, 2007. (Coleção Papirus Educação).

MASETTO, Marcos Tarcísio. Professor universitário: um profissional da educação na
atividade docente. In: MASETTO, Marcos Tarcísio (Org.) Docência na universidade.
4ª ed. São Paulo: Papirus, 2002.

MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisas:
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas,
elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MOREIRA, Herivelto. As Perspectivas da Pesquisa Qualitativa para as Políticas
Públicas em Educação. In: Revista Ensaio. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, nº
35, abril/junho de 2002.

OLIVEIRA, M. R. N.S. Educação Tecnológica: pontos para reflexão. Educação e
Tecnologia. Belo Horizonte, v. 2, n.2, p. 07, jul./dez.1997.
45



PINHEIRO, José M. S. Sociedade e tecnologia, um par inseparável, 2004.
Disponível em: <http://www.projetoderedes.com.br/artigos/artigosociedadeetecnologi
a.php>. Acessado em 03 de nov. de 2010.

PONS, Juan de Pablos. Visões e conceitos sobre a tecnologia educacional. In: Para
uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1994.

REIS, J.B.A. O conceito de tecnologia e tecnologia educacional para alunos do
ensino      médio     e     superior.     UCDB,    2010.    Disponível    em:
<http://www.alb.com.br/anais17/txtcompletos/sem16/COLE_932.pdf>. Acessado em
27 de abr. de 2010.

RICARDO, Elio Carlos; CUSTODIO, José Francisco; REZENDE JUNIOR, Mikael
Frank. A tecnologia como referência dos saberes escolares: perspectivas teóricas e
concepções dos professores. Rev. Bras. Ensino Fís. [online]. 2007, vol.29, n.1.

SANCHO, Juana M. A tecnologia: um modo de transformar o mundo carregado de
ambivalência. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998.

SILVA, Carlos Teixeira da. Tecnologia: Novas abordagens, conceitos, dimensões e
gestão. In:Revista Produção. v13, n1. São Paulo, 2003.

SILVA, G. C., A tecnologia como um problema para a teoria da educação.
Campinas, SP: [s.n.], 2005.

SMITH, Merrit Roe & MARX, Leo. Does Technology Drive History? : O dilema de
carácter Tecnológico Determinismo, Cambridge: MIT Press, 1994.

VARGAS, M. Prefácio. In: Grinspun, M.P.S.Z.(org.). Educação Tecnológica -
Desafios e Perspectivas. São Paulo: Cortez. 2001.

VERASZTO, E. V. Projeto Teckids: Educação tecnológica no ensino fundamental.
Dissertação de Mestrado. Campinas. Faculdade de Educação. UNICAMP. 2004.

VERASZTO, E.V.; SILVA, D.; MIRANDA, N.A.; SIMON, F.O. Tecnologia: buscando
uma definição para o conceito. Revista Prisma, n 7, São Paulo, 2008.

VERASZTO, E. V., Tecnologia e sociedade: relações de casualidade entre
concepções e atitudes de graduandos do Estado de São Paulo / Campinas, SP:
[s.n.], 2009.
46



APÊNDICE
Pesquisadora: Carolina Oliveira dos Santos
Orientador: Danton de Oliveira Freitas
Questionário aplicado aos professores de matemática dos ensinos fundamental e
médio da cidade de Xique-Xique/BA.


                          QUESTIONÁRIO DE PESQUISA


1) Qual é a sua formação acadêmica?

( ) Graduado. Qual?___________________________________
( ) Em curso de graduação. Qual? _______________________
( ) Não Graduado.

2) Atua como professor de matemática.

( ) A menos de 05 anos        ( ) Mais de 05 anos e menos de 10 anos
( ) Mais de 10 anos

3) Na sua concepção o que é Tecnologia Educacional?
___________________________________________________________________

4) Você utiliza Tecnologia Educacional na sala de aula?

   (       ) Sim. Qual(is)?________________________________________________

   ( ) Não. Por quê?_________________________________________________

5) A escola dispõe de infra-estrutura para o uso da Tecnologia Educacional na sala
de aula? E você sente-se preparado para utilizá-la?
___________________________________________________________________

6) O uso da tecnologia educacional na sala de aula possibilita melhorias no processo
ensino-aprendizagem de matemática.

       (   ) Sim               (   ) Não                  (   ) Às vezes

Porquê?_____________________________________________________________

7) Quais dos recursos abaixo você identifica como tecnologia educacional?

( )Computador ( )Lápis ( )Borracha ( )Data show ( )Televisão ( )Caderno
( )Giz ( )Apagador ( )Lousa ( )Internet ( )Linguagem oral ( )Linguagem escrita
( )Linguagem visual ( )Outros. (identifique)________________________________

8) Qual é a importância das Tecnologias Educacionais na sala de
aula?_______________________________________________________________

More Related Content

What's hot

Orientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino MédioOrientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino MédioItalo Malta
 
Agudo - Geraldo Fruet
Agudo - Geraldo FruetAgudo - Geraldo Fruet
Agudo - Geraldo FruetCursoTICs
 
Monografia MªAparecida Matemática 2002
Monografia MªAparecida Matemática 2002Monografia MªAparecida Matemática 2002
Monografia MªAparecida Matemática 2002Biblioteca Campus VII
 
Orientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioOrientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioMauro Uchoa
 
Informática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia Rosa
Informática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia RosaInformática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia Rosa
Informática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia Rosasirleiarosa
 
Apresentação Lidiane
Apresentação LidianeApresentação Lidiane
Apresentação Lidianejorgellss
 
GESTAR II - Aaa2 mat aluno
GESTAR II - Aaa2 mat alunoGESTAR II - Aaa2 mat aluno
GESTAR II - Aaa2 mat alunoAna Almeida
 
Análise dos Dados E.E.M. Macário Borba
Análise dos Dados E.E.M. Macário BorbaAnálise dos Dados E.E.M. Macário Borba
Análise dos Dados E.E.M. Macário Borbajana_ramos
 
GESTAR II - Aaa6 mat aluno
GESTAR II - Aaa6 mat alunoGESTAR II - Aaa6 mat aluno
GESTAR II - Aaa6 mat alunoAna Almeida
 
Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]Edson Mamprin
 
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOSLETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOSProfessorPrincipiante
 
GESTAR II - Aaa3 mat aluno
GESTAR II - Aaa3 mat alunoGESTAR II - Aaa3 mat aluno
GESTAR II - Aaa3 mat alunoAna Almeida
 

What's hot (20)

Orientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino MédioOrientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino Médio
 
Dissertação pnee Tereza Freitas
Dissertação pnee Tereza FreitasDissertação pnee Tereza Freitas
Dissertação pnee Tereza Freitas
 
Agudo - Geraldo Fruet
Agudo - Geraldo FruetAgudo - Geraldo Fruet
Agudo - Geraldo Fruet
 
Monografia MªAparecida Matemática 2002
Monografia MªAparecida Matemática 2002Monografia MªAparecida Matemática 2002
Monografia MªAparecida Matemática 2002
 
Orientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioOrientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino Médio
 
Ensino medio (2)
Ensino medio (2)Ensino medio (2)
Ensino medio (2)
 
Informática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia Rosa
Informática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia RosaInformática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia Rosa
Informática e Educação - Dissertação Profa. Sirléia Rosa
 
Monografia Luciara Matemática 2012
Monografia Luciara Matemática 2012Monografia Luciara Matemática 2012
Monografia Luciara Matemática 2012
 
Apresentação Lidiane
Apresentação LidianeApresentação Lidiane
Apresentação Lidiane
 
PLANO DE ENSINO
PLANO DE ENSINOPLANO DE ENSINO
PLANO DE ENSINO
 
8º mat agosto
8º mat agosto8º mat agosto
8º mat agosto
 
Resolução 2491 2011
Resolução 2491 2011Resolução 2491 2011
Resolução 2491 2011
 
GESTAR II - Aaa2 mat aluno
GESTAR II - Aaa2 mat alunoGESTAR II - Aaa2 mat aluno
GESTAR II - Aaa2 mat aluno
 
Análise dos Dados E.E.M. Macário Borba
Análise dos Dados E.E.M. Macário BorbaAnálise dos Dados E.E.M. Macário Borba
Análise dos Dados E.E.M. Macário Borba
 
Monografia Cristina Pedagogia 2012
Monografia Cristina Pedagogia 2012Monografia Cristina Pedagogia 2012
Monografia Cristina Pedagogia 2012
 
GESTAR II - Aaa6 mat aluno
GESTAR II - Aaa6 mat alunoGESTAR II - Aaa6 mat aluno
GESTAR II - Aaa6 mat aluno
 
Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]
 
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOSLETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
 
GESTAR II - Aaa3 mat aluno
GESTAR II - Aaa3 mat alunoGESTAR II - Aaa3 mat aluno
GESTAR II - Aaa3 mat aluno
 
Pcn médio
Pcn médioPcn médio
Pcn médio
 

Similar to Monografia Carolina Matemática 2011

Monografia Vademário Matemática 2011
Monografia Vademário Matemática 2011Monografia Vademário Matemática 2011
Monografia Vademário Matemática 2011Biblioteca Campus VII
 
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...Deli Lemos Dos Santos
 
DIssertação Tereza Freitas da Silva
DIssertação Tereza Freitas da SilvaDIssertação Tereza Freitas da Silva
DIssertação Tereza Freitas da SilvaDeli Lemos Dos Santos
 
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.Lázaro Melo
 
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...Miltão Ribeiro
 
Dissertação mestrado universidade do minho tic
Dissertação mestrado universidade do minho   ticDissertação mestrado universidade do minho   tic
Dissertação mestrado universidade do minho ticntics2012
 
Relatório estágio de observação edição 2 1
Relatório estágio de observação edição 2 1Relatório estágio de observação edição 2 1
Relatório estágio de observação edição 2 1Arivaldo Bispo
 
Seminário Integralizador II
Seminário Integralizador IISeminário Integralizador II
Seminário Integralizador IIJeober
 
SemináRio Integralizador Ii
SemináRio Integralizador IiSemináRio Integralizador Ii
SemináRio Integralizador IiJeober
 
Web caderno-4
Web caderno-4Web caderno-4
Web caderno-4luci96
 
Monografia Paulo Vitor Matemática 2012
Monografia Paulo Vitor Matemática 2012Monografia Paulo Vitor Matemática 2012
Monografia Paulo Vitor Matemática 2012Biblioteca Campus VII
 
Projeto de ensino; escritores da ciência.2010
Projeto de ensino; escritores da ciência.2010Projeto de ensino; escritores da ciência.2010
Projeto de ensino; escritores da ciência.2010Abraão Matos
 
Orientações curriclares para o ensino médio
Orientações curriclares para o ensino médioOrientações curriclares para o ensino médio
Orientações curriclares para o ensino médioGabriela Everton Martins
 

Similar to Monografia Carolina Matemática 2011 (20)

Monografia Vademário Matemática 2011
Monografia Vademário Matemática 2011Monografia Vademário Matemática 2011
Monografia Vademário Matemática 2011
 
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA PÚBLICA...
 
DIssertação Tereza Freitas da Silva
DIssertação Tereza Freitas da SilvaDIssertação Tereza Freitas da Silva
DIssertação Tereza Freitas da Silva
 
Monografia Daciane Pedagogia 2011
Monografia Daciane Pedagogia 2011Monografia Daciane Pedagogia 2011
Monografia Daciane Pedagogia 2011
 
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
 
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
Temperatura do Universo: uma proposta de conteúdo para estudantes do nível fu...
 
Dissertação mestrado universidade do minho tic
Dissertação mestrado universidade do minho   ticDissertação mestrado universidade do minho   tic
Dissertação mestrado universidade do minho tic
 
Relatório estágio de observação edição 2 1
Relatório estágio de observação edição 2 1Relatório estágio de observação edição 2 1
Relatório estágio de observação edição 2 1
 
Seminário Integralizador II
Seminário Integralizador IISeminário Integralizador II
Seminário Integralizador II
 
SemináRio Integralizador Ii
SemináRio Integralizador IiSemináRio Integralizador Ii
SemináRio Integralizador Ii
 
Monografia Roseane Matemática 2011
Monografia Roseane Matemática 2011Monografia Roseane Matemática 2011
Monografia Roseane Matemática 2011
 
Monografia Sandra Pedagogia 2011
Monografia Sandra Pedagogia 2011Monografia Sandra Pedagogia 2011
Monografia Sandra Pedagogia 2011
 
Etapa I - Caderno 04
Etapa I - Caderno 04Etapa I - Caderno 04
Etapa I - Caderno 04
 
Web caderno-4
Web caderno-4Web caderno-4
Web caderno-4
 
Apresencoloquio
ApresencoloquioApresencoloquio
Apresencoloquio
 
Monografia Paulo Vitor Matemática 2012
Monografia Paulo Vitor Matemática 2012Monografia Paulo Vitor Matemática 2012
Monografia Paulo Vitor Matemática 2012
 
Projeto de ensino; escritores da ciência.2010
Projeto de ensino; escritores da ciência.2010Projeto de ensino; escritores da ciência.2010
Projeto de ensino; escritores da ciência.2010
 
federal reserve
federal reservefederal reserve
federal reserve
 
Ocem linguagens
Ocem linguagensOcem linguagens
Ocem linguagens
 
Orientações curriclares para o ensino médio
Orientações curriclares para o ensino médioOrientações curriclares para o ensino médio
Orientações curriclares para o ensino médio
 

More from Biblioteca Campus VII

Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 

More from Biblioteca Campus VII (20)

Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ubiratan Enfermagem 2012
Monografia Ubiratan Enfermagem 2012Monografia Ubiratan Enfermagem 2012
Monografia Ubiratan Enfermagem 2012
 
Monografia Samuel Enfermagem 2012
Monografia Samuel Enfermagem 2012Monografia Samuel Enfermagem 2012
Monografia Samuel Enfermagem 2012
 

Monografia Carolina Matemática 2011

  • 1. 0 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII COLEGIADO DE MATEMÁTICA CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA. SENHOR DO BONFIM, 2011
  • 2. 1 CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA. Monografia apresentada com objetivo de aprovação no Componente Curricular Trabalho de Conclusão de Curso III, Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VII, Departamento de Educação, área de concentração Educação Matemática. Orientador: Prof. Esp. Danton de Oliveira Freitas SENHOR DO BONFIM, 2011
  • 3. 2 CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA. Monografia apresentada com objetivo de aprovação no Componente Curricular Trabalho de Conclusão de Curso III, Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VII, Departamento de Educação, área de concentração Educação Matemática, aprovada em 04 de março de 2011. Orientador - Prof. Danton de Oliveira Freitas Universidade do Estado da Bahia – UNEB - Examinadora – Prof.ª Mirian Ferreira de Brito Universidade do Estado da Bahia - UNEB Examinador – Prof. Helder Luiz Amorim Barbosa Universidade do Estado da Bahia - UNEB SENHOR DO BONFIM, 2011
  • 4. 3 DEDICATÓRIA Ao meu esposo amado que sempre esteve ao meu lado me incentivando, me encorajando, com muita compreensão e com apoio incondicional. Aos meus pais que sempre me apoiaram com muita dedicação e afeto, as minhas irmãs que sempre acreditaram em mim e ao meu filho Davi que está a caminho.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço aquele que é soberano sobre todas as coisas, ao autor das nossas vidas, nosso Deus, pela graça que me foi concedida até aqui. Agradeço ainda, a todos os meus amigos e colegas que sempre estiveram ao meu lado e ao meu professor de matemática do ensino médio (Edmundo José), por ter acreditado em mim. A todos os professores do Campus VII, em especial ao Prof. Esp. Danton de Oliveira Freitas por todas as suas orientações e pelo grande educador que é.
  • 6. 5 RESUMO O presente trabalho buscou identificar quais eram as concepções de tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental II e médio das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para isso, utilizamos a pesquisa de campo enfatizando a abordagem quantitativa e qualitativa na análise dos resultados. Neste propósito fizemos a coleta de dados diretamente com os educadores, que depois de concluída foi analisada e discutida ponto por ponto, fazendo uma ponte do que foi colhido na pesquisa com os docentes e com nossa revisão bibliográfica. Para um melhor entendimento e aprofundamento no assunto, procuramos discorrer na elaboração do nosso trabalho sobre o conceito que permeia a tecnologia educacional, sua abordagem histórica, a relação do educador com a educação tecnológica, e ainda, fundamentando, especificamente sobre tecnologia educacional. Todo este trabalho de pesquisa nos possibilitou conhecer melhor as concepções dos professores de matemática sobre tecnologia educacional, mostrando a necessidade de uma abordagem mais detida e voltada ao entendimento da Tecnologia Educacional a ser usada em sala de aula, visando um melhor preparo aos nossos educadores e nossas escolas. Palavras-chaves: Tecnologia educacional, concepções de tecnologia, professor.
  • 7. 6 ABSTRACT This work aimed to identify which were the conceptions of educational technology of mathematics teachers of basic education II and the middle of the public schools of the city of Xique-Xique/BA. For this, we used the fieldwork emphasizing the approach in quantitative and qualitative analysis of results. In this respect we have the data collection directly with the educators, after was analyzed and discussed point by point, making a bridge of what has been harvested in the research with teachers and with our bibliographic review. For a better understanding and deepening the matter, we seek talking in the preparation of our work on the concept that permeates the educational technology, its historic approach, the value of the educator technological education, and, with reasons, specifically on educational technology. This study allowed us know better the conceptions of mathematics teachers on educational technology, showing the need for an approach more held and directed the understanding of Educational Technology to be used in the classroom, seeking a better preparation to our educators and our schools. Keywords: Educational technology, conceptions of technology, teacher.
  • 8. 7 SUMÁRIO CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................. 08 1.0 – Justificativa ........................................................................................10 2.0 – Problematização .............................................................................. 10 3.0 – Objetivos e Variáveis de Investigação ............................................. 11 4.0 – Estruturação do Estudo .................................................................... 13 CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 14 1.0 – Conceito de tecnologia......................................................................14 2.0 – Abordagem histórica..........................................................................17 3.0 – Tecnologia educacional.....................................................................20 4.0 – O professor e a tecnologia educacional............................................23 CAPÍTULO III – METODOLOGIA ............................................................................ 26 1.0 – Fundamentação .................................................................................. 26 2.0 – Caracterização .................................................................................... 27 3.0 – População e Amostra .......................................................................... 27 4.0 – Instrumentos, Coleta e Tratamento .................................................... 28 CAPÍTULO IV – RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO .................... 30 1.0 – Apresentação / Discussão.................…………………………...........… 30 CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 40 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 43 APÊNDICE ............................................................................................................... 46
  • 9. 8 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO A tecnologia assume um papel bastante significativo na vida de cada indivíduo. Historicamente podemos perceber que a tecnologia e a história da humanidade são datadas em tempos similares, apresentando desde então, avanços cada vez mais expressivos. Como salienta Pinheiro, “A tecnologia é tão antiga quanto à humanidade e evolui permanentemente como a própria sociedade evolui. Ela representa a utilização dos conhecimentos científicos adquiridos em prol da satisfação das necessidades da sociedade.” (PINHEIRO, 2004, p. 01) Com isso percebemos que a tecnologia se faz presente em diversas áreas do conhecimento, e dentre estas áreas podemos citar a tecnologia educacional, a qual está presente no cotidiano escolar com suas ferramentas e seu modo de utilização, estando acessíveis tanto aos professores quanto aos alunos. A educação tecnológica é todo processo ligado ao ensino-aprendizagem e que por sua vez pode gerar conhecimentos, contudo, existem em muitos casos o mau uso dessa tecnologia, professores e alunos que precisam se familiarizar com estas novas ferramentas de ensino, para não correrem o risco de chegar a um reducionismo na sala de aula. Segundo Oliveira (1997, p. 07), usar estas ferramentas como objeto facilitador acabam por causar conflitos significativos no meio escolar, na medida em que são incorporados e empregados pelos educadores, reforçando o pensamento exclusivamente mercadológico da tecnologia. Podemos entender que a tecnologia é uma forma de adquirir conhecimento e que as escolas são uma tecnologia, um meio de informação ao nosso aprendizado. O que descaracteriza a tecnologia educacional é o uso errado de alguns recursos tecnológicos usados na educação, e o fato de alguns docentes tratarem somente os instrumentos mais avançados como tecnologia, e isso se dá, talvez, por influência da sociedade. Mesmo em algumas escolas percebemos que existem professores que apostam de maneira inadequada todas as suas fichas nessas ferramentas mais sofisticadas, entendendo obter ali uma novidade tecnológica de peso, e sabemos
  • 10. 9 não ser este o pensamento adequado quanto à tecnologia educacional, e nem sempre os educadores sabem usá-las adequadamente, ficando tais equipamentos sozinhos sem ninguém capaz para usá-los ou sem um uso correto, tornando incapaz de promover uma ação educacional. Mesmo porque, não são somente os instrumentos mais modernos que podem ser classificados como uma tecnologia, mais tudo que é voltado para a educação é tecnologia educacional, sejam através de recursos humanos ou materiais. O educador precisa buscar o verdadeiro valor da tecnologia educacional, sabendo que tecnologia é arte do saber-fazer, e como afirma Corrêa, (2002, p. 46), tecnologia não está nela em si mesma, mas na maneira como utilizamos. A tecnologia é mesmo algo muito prazeroso e bem vindo, capaz de causar fascínio nas pessoas, mas em algumas situações podem causar mal-estar, pois é perceptível a resistência por parte de muitas pessoas. A tecnologia educacional vem tomando grande espaço em nossas vidas, e em nossas escolas, e para que haja um bom aproveitamento, cada indivíduo sendo ele professor ou aluno, tem que saber fazer o uso correto. Os recursos tecnológicos não podem por si só promover uma ação educacional, por mais equipada que seja uma escola ou uma sala de aula faz-se necessário obter o uso correto destas ferramentas, para que assim seja possível serem chamadas de tecnologias educacionais. Saber as concepções dos professores de matemática sobre educação tecnológica, discutir e analisar sobre este assunto, é mais do que um mero formalismo, é conhecer qual a bagagem de conhecimento existente na vida de cada educador, entendendo que estas informações irão refletir na vida futura de cada aluno, e não somente no âmbito escolar, mais na sociedade em que está inserido. É o que pretendemos apresentar neste trabalho, expondo quais as concepções de tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio, das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para tanto, queremos enriquecer este assunto de bastante relevância que permeia nossa
  • 11. 10 sociedade e nossa educação de maneira geral, refletindo um pouco sobre a educação tecnológica. – JUSTIFICATIVA O tema da pesquisa surgiu a partir de uma inquietação que foi despertada no curso de férias ministrado pelo professor Danton de Oliveira Freitas, meu orientador, junto à Universidade do Estado da Bahia – UNEB com a disciplina Tecnologia do Ensino de Matemática. Consideramos este tema relevante, pois, retratará como são compreendidas as tecnologias educacionais por parte dos professores, levando-nos a entender de uma forma geral a visão dos educadores quanto ao assunto. E ainda, como os educadores identificam e utilizam a tecnologia educacional na sala de aula, e, consequentemente, analisar como está sendo refletido no processo de ensino-aprendizagem dos professores e dos alunos na educação matemática. Afinal a tecnologia vem tomando um espaço enorme nos nossos dias, nas nossas vidas, e faz-se necessário obtermos conhecimento sobre o assunto. Da mesma forma nossos professores de matemática, para que os mesmos possam conhecer o verdadeiro sentido de tecnologia educacional, tanto de forma teórica como na prática escolar. – PROBLEMATIZAÇÃO Os avanços tecnológicos crescem cada vez mais, e nas escolas são percebidos estes avanços. A tecnologia traz soluções a vários problemas gerando por sua vez conhecimento, ela assume um papel muito importante nas escolas e na
  • 12. 11 sociedade de maneira geral, pois é encontrada no cotidiano das pessoas, capaz de provocar fascínios e impactos. Quando falamos em tecnologia, entendemos que a mesma não pode agir sozinha, o que faz tecnologia ou tecnologia educacional incidir são os indivíduos que a constroem: Smith e Marx (1994, p. 237) consideram que: [...] um sistema tecnológico não é feito apenas de máquinas, processos produtivos, dispositivos e dos meios de transporte, comunicação e informação que os interconectam, mas também de indivíduos e organizações, oferecendo uma rica conexão com a economia, política e ainda, com a cultura. A partir de uma história emergida em nossa sociedade sobre a tecnologia educacional e sabendo da importância da mesma, podemos neste sentido buscar uma resposta para nossas indagações. Deste modo, procuramos saber quais as concepções dos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA quanto á tecnologia educacional? – OBJETIVOS E VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO OBJETIVO GERAL - Refletir as concepções de tecnologia educacional dos professores de matemática do ensino fundamental e médio das escolas estaduais e municipais da cidade de Xique-Xique/BA. - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
  • 13. 12 - Identificar a tecnologia educacional no âmbito da sala de aula de matemática; - Discutir conhecimentos de tecnologia educacional apresentados pelos professores de matemática; - Analisar as relações dos professores de matemática com a tecnologia educacional. - VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO Este trabalho tem como objetivo principal analisar as concepções de tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio, das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para que este objetivo venha se concretizar no propósito que está sendo mostrado, indicamos algumas variáveis de investigação que irão servir como suporte para a realização desta pesquisa cientifica, no qual se segue: a) Quais as concepções dos professores de matemática sobre tecnologia educacional? b) Quais as ferramentas tecnológicas que são utilizadas na sala de aula? E como são utilizadas? c) Qual o acesso ou a relação dos professores com as tecnologias educacionais? d) Os professores estão preparados para lidar com as tecnologias educacionais? e) Qual a importância da tecnologia educacional no âmbito escolar?
  • 14. 13 – ESTRUTURAÇÃO DO ESTUDO Este trabalho vem abordar sobre tecnologia, um assunto de muita importância para as escolas e a sociedade de modo geral, mostrando concepções de professores de matemática do ensino fundamental e médio das escolas públicas sobre tecnologia educacional. Para tal, dividimos em cinco capítulos. Inicialmente, no capitulo I apresentaremos uma introdução sobre o tema em questão, abordando a justificativa pela qual foi realizado este trabalho, e ainda, descrevendo a problematização pelo qual foi levantado este assunto, bem como quais os objetivos e variáveis apontadas para investigação. O capitulo II refere-se à fundamentação teórica composto de quatro subtítulos. Na primeira discussão tratamos sobre o conceito de tecnologia, enfatizando sobre seu significado e como podemos compreendê-lo. No segundo relatamos sobre a abordagem histórica, descrevendo a importância dos elementos tecnológicos na sobrevivência do ser humano, bem como suas invenções e descobertas que trazem conhecimentos até os dias de hoje, nos mostrando que em tudo que há um saber, ali está à tecnologia. No terceiro subtítulo destacamos sobre tecnologia educacional, descrevendo ser todo processo voltado para o ensino- aprendizagem. Por fim, no quarto subtítulo falamos sobre o professor e a tecnologia educacional, mostrando que o professor é a peça chave da educação tecnológica, que os mesmos precisam saber usar a tecnologia educacional, bem como buscar seu verdadeiro valor, sabendo que a mesma consiste desde a linguagem (oral/ escrita), até outros instrumentos usados na educação. Já no capítulo III expomos sobre os aspectos metodológicos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa. No capítulo IV abordamos com base na fundamentação teórica uma análise dos resultados obtidos através do questionário aplicado com os professores. Por fim, observando os objetivos propostos inicialmente, trouxemos no capítulo V uma reflexão sobre as considerações finais da investigação realizada.
  • 15. 14 CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO 1.0 CONCEITO DE TECNOLOGIA Comumente ouvimos falar, através da mídia, da internet, ou até mesmo num outdoor ou propagandas de feiras livres, sobre o termo tecnologia. O fato é que este termo não é uma surpresa para a sociedade e a despeito disso, não se tem a clareza do que este termo realmente significa. Segundo Veraszto (2009, p. 69) “em virtude do não conhecimento do tema ou pelo simples fato que crenças ou formas teóricas distintas de análises e estudos, a confusão permeia toda a sociedade não se fazendo presente somente no discurso do senso comum”. Nesse conflito de tentar entender o real significado do termo tecnologia, constitui-se em uma tarefa difícil buscar uma única e precisa definição para o mesmo, tendo em vista a abrangência varias e diferentes interpretações. Conforme Gama (1987, apud VERASZTO, 2008, p. 62): [...] uma definição exata e precisa da palavra tecnologia fica difícil de ser estabelecida tendo em vista que ao longo da história o conceito é interpretado de diferentes maneiras, por diferentes pessoas, embasadas em teorias muitas vezes divergentes e dentro dos mais distintos contextos sociais. Também neste sentido, e acrescentando ainda a complexidade deste tema, Silva (2005, p. 89) diz que: Definir a palavra tecnologia não é algo simples devido à complexidade do tema, às respostas que obtêm ao longo do tempo e, ainda, à diversidade de pessoas e interesses que procuram, em diferentes formas, obter uma determinada compreensão na utilização do termo. E, segundo Veraszto (2009, p. 69): Tendo em vista que em nossa sociedade é comum a confusão quando se fala em tecnologia e sabendo que diversas associações contraditórias são estabelecidas, fica evidente a necessidade de se tentar buscar uma definição já que o objetivo final é educacional.
  • 16. 15 Diante do conflito sobre o que é tecnologia faz-se necessário que abordemos o seu significado. De acordo com Rodrigues (2001, apud VERASZTO, 2009, p. 8), “a palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno, do grego techné, que é saber fazer, e logia, do grego logus, razão. Portanto, tecnologia significa a razão do saber fazer.” Para Silva (2003, p. 52) “a utilização da palavra “tecnologia” vem sendo ampliada para muitas áreas do conhecimento, alterando muitas vezes seu significado e distanciando-se da conceituação tradicional”. O que Silva (2003) não deixa claro é qual conceituação tradicional. Neste momento, entendemos que mais importante do que uma conceituação tradicional é o significado ou conceituação originária, a qual entende tecnologia não como um produto final, mas, como todo o processo, desde o momento inicial da abstração, perpassando pelos métodos e caminhos adotados, até a conclusão final. Apesar de entendermos que o termo tecnologia está diretamente ligado com todo o processo da razão do saber, existe quem sustente que a tecnologia pode ser definida de outras formas, como é o caso de Vargas (2001, apud VERASZTO, 2009, p. 53) ao afirmar: Assim, a tecnologia pode ser vista como um conjunto de atividades humanas associadas a um intrincado sistema de símbolos, máquinas e instrumentos, sempre visando a construção de obras e artefatos, segundo métodos e processos oriundos da ciência moderna. Semelhantemente a Vargas (2001), Barros (2009) também diz que a tecnologia é percebida como um verdadeiro conhecimento científico que aponta a maneira reproduzível de se fazer as coisas e também como um conjunto de instrumentos usados nos processos de produção. Para estes dois autores a tecnologia se resume ao processo de produção, valorizando seu produto final e está intrinsecamente ligada a máquinas e ferramentas. Deste ponto de vista, perde-se a visão da conceituação originária. Não distante a Vargas (2001) e Barros (2009), surge também Veraszto e colaboradores (2008, p. 78) ao relatar:
  • 17. 16 Tecnologia é um conjunto de saberes inerentes ao desenvolvimento e concepção dos instrumentos (artefatos, sistemas, processos e ambientes) criados pelo homem através da história para satisfazer suas necessidades e requerimentos pessoais e coletivos. E, Ricardo, Custodio e Rezende (2007, p. 139) ainda afirmam: A tecnologia pode ser concebida como o estudo científico do artificial, ou, definindo com melhor precisão, um campo de conhecimento preocupado com o projeto de artefatos e planejamento de sua realização, operação, ajuste, manutenção, e monitoramento fundamentado no conhecimento científico; em contraste com a atividade científica que se volta ao estudo das coisas naturais. Tanto Veraszto (2008) quanto Ricardo (2007), Custodio (2007) e Rezende (2007) trazem definições parecidas e um pouco mais profundas que Vargas (2001) e Barros (2009), porém, o que se percebe é que eles também se reportam a tecnologia diretamente ligada ao processo de produção de objetos. Contudo, vemos que na última citação, os autores não perdem a conceituação originária do termo tecnologia como a razão do saber fazer, uma vez que eles abordam a questão do planejamento, ou seja, não falam somente do produto final, mas também do processo necessário para isso. Em contrapartida, surge Campos (2007, p. 18), que nos leva a compreender que tecnologia não se classifica somente no desenvolvimento de aparelhos ou ferramentas e o produto final, mas, sobretudo na organização e planejamento de atividades produtivas, e ainda, diferentes formas simbólicas como a linguagem escrita e oral, e a maneira como os seres humanos se relacionam para adquirirem conhecimento. Por fim, salientamos que a definição “tecnologia é a razão do saber fazer” será a responsável pelos nortes das discussões a serem explanadas ao longo deste trabalho.
  • 18. 17 2.0 ABORDAGEM HISTÓRICA A história da tecnologia se confunde com a história da humanidade e as necessidades de sobrevivência do homem. Segundo Alves (1998, p. 114), a tecnologia está presente na vida do homem desde os primórdios da civilização e cada momento foi marcado por elementos tecnológicos que se fizeram importantes para a sobrevivência do homem. A busca pela água, pelo fogo, a madeira entre outros, eram usados para atender suas reais necessidades e aos poucos a humanidade adquiria conhecimentos. Segundo Kenski (2003, p. 20): [...] o homem iniciou seu processo de humanização, ou seja, a diferenciação de seus comportamentos em relação aos dos animais, a partir do momento em que utilizou os recursos existentes na natureza em beneficio próprio. Pedras, ossos, galhos e troncos de árvores foram transformados em ferramentas pelos nossos ancestrais pré-históricos. Nossos antepassados utilizavam os objetos que eram achados na natureza para construção de armas, utensílios do cotidiano, instrumentos de caça, pesca, pinturas rupestres etc. As várias conquistas adquiridas na época também conhecida como a pedra lascada, mostravam que existia um potencial tecnológico no homem, mas ainda lhe faltava algo para que viessem alcançar mudanças mais significativas, como nos mostra Veraszto (2004, p. 25): Nossos antepassados primitivos, os primeiros hominídeos, já utilizavam objetos achados na natureza como instrumentos que lhes garantiam uma extensão do corpo, porém não mostravam nenhuma intenção de modificá- los de forma a torná-lo melhores. A luta pela sobrevivência da raça humana tem seus primeiros registros no período paleolítico, conhecida como a primeira idade da pedra. Nesse período surgiram os primeiros artefatos ou mesmo instrumentos tecnológicos e, segundo Cardoso (2001, apud VERASZTO, 2004, p. 25), “o paleolítico caracterizou-se, de maneira geral, pela formação de um grupo social onde o homem era essencialmente coletor e caçador”.
  • 19. 18 Para Veraszto e colaboradores (2003 apud VERASZTO, 2009, p.12): [...] essa fabricação dos primeiros instrumentos de pedra lascada já correspondia a um saber-fazer: uma tecnologia, que desenvolvida pelos nossos antepassados, fez surgir uma verdadeira “indústria das lâminas”, aperfeiçoadas à medida que o tempo ia passando. Cada vez mais as melhorias avançavam, a ponto de obter a habilidade de derreter e forjar o metal (8.000 a.C.) eventualmente a descoberta das ligas, também do bronze (4.000 a.C.). E estavam os primeiros usos do ferro e do aço que datam de (1.400 a.C.) e isto nos relata Reis (2010, p. 04): Na idade dos metais, com a descoberta do cobre e do ouro, o homem utilizando de conhecimento e informações anteriores passam a fundi-lo nascendo à metalurgia. Os artefatos de pedra eram substituídos pelos de metal. Após o cobre, o estanho foi fundido e misturado ao cobre originando o bronze. Além dos instrumentos na idade da pedra lascada, que foi um marco muito importante, outras descobertas surgiam como o fogo que foi um dos pontos principais para evolução do ser humano, através deste uso ouve um aproveitamento no que diz respeito ao aquecimento (recurso natural), nos alimentos, entre outros, e é como mostra Veraszto e colaboradores (2008, p. 65): Não foi somente a concepção de armas e utensílios de pedra lascada que marcaram o surgimento das técnicas em nossos remotos antepassados. Os vestígios de habitação e os solos preparados e escavados, encontrados em estudos arqueológicos, mostram a presença de sinais de fogo. Restos de refeições, carvão de ossos, cinzas de lares primitivos são prova de que o homem soube dominar o fogo desde os primórdios do seu surgimento. Enquanto o fogo e os utensílios manuais estavam sendo desenvolvidos pelo homem, transformando os materiais e garantindo uma melhor sobrevivência, a linguagem também surgia no íntimo dos nossos antepassados, assim a linguagem ou o surgimento da mesma, também deve ser vista como uma das primeiras técnicas desenvolvidas pelo homem. E para uma melhor compreensão Kenski (2003, p. 34), nos diz, “A linguagem, com toda a sua complexidade, é uma criação artificial em que se encontra o projeto tecnológico de estruturação da fala significativa com o próprio projeto biológico de evolução humana.”
  • 20. 19 Complementando o que diz Kenski (2003), Vargas (2001, p. 09) expõe: É a linguagem que, com poder simbólico das palavras, através de denotações e conotações, possibilita, por meio de imagens mentais suscitadas pelas palavras, como símbolos de coisas e de eventos, a compreensão, o conhecimento e o aperfeiçoamento das coisas e eventos percebidos, permitindo ao homem a intenção de transformá-los. Além disso, a linguagem é meio de comunicação que permite o aprendizado e o adestramento. Portanto, a técnica – que nasceu com a humanidade – não teria esse peculiar caráter de progressividade se não fosse dado ao homem o dom da linguagem. Foi a partir de importantes descobertas e invenções que o homem passa ter conhecimentos de que pode criar, transformar, aperfeiçoar e escrever uma história. E como salienta Veraszto (2004, p. 29) ao falar das três grandes concepções, que foram à pedra lascada, o fogo e a linguagem, a humanidade avançava em direção às extraordinárias descobertas e invenções que hoje fazem parte dos nossos conhecimentos. A história da tecnologia na verdade, é acompanhada na vida de cada pessoa desde os recursos naturais aos mais avançados, desde os tempos mais remotos até os dias de hoje, como se fosse algo constante, que está em crescimento contínuo, que vem seguindo de geração após geração. Realmente podemos ver que a tecnologia é encontrada em quase tudo, ou porque não dizermos em tudo, ela é uma fonte do saber com conhecimentos esplêndidos e que evolui a cada momento, a cada ano, a cada século. Hoje em dia podemos dizer que tudo aquilo que produzimos tecnologicamente, é sem sombra de dúvidas advinda das mãos humanas, que como um ser pensante e com toda a capacidade adquirida ao longo do tempo, deu significados a história da tecnologia. A sua habilidade possibilitou o aperfeiçoamento de seus conhecimentos, que acabaram dando maior qualidade aos muitos produtos ou instrumentos descobertos e inventados até hoje. Este desenvolvimento das técnicas e das tecnologias produzidas pelo homem, coopera para que possamos entender que não somente os produtos, industrializados ou não, sofisticados ou não, possam ser classificados como tecnologias, mas, em tudo aquilo que existe o saber ali também está à tecnologia, pois a tecnologia existe desde os primórdios da civilização.
  • 21. 20 3.0 TECNOLOGIA EDUCACIONAL Tecnologia educacional é um assunto que algumas pessoas encontram dificuldades para definí-la com maior precisão. Neste trabalho trataremos sobre os conceitos de tecnologia educacional na visão de alguns autores como Barato (2002), Joly (2002), Pons (1994), Luckesi (1986) entre outros. Barato (2002), mesmo tendo afirmado sua dificuldade em conceituar a tecnologia educacional, ele dá sua contribuição ao afirmar que, “tecnologia educacional é um conhecimento capaz de articular, sistemática e intencionalmente, informações e atividades que favorecem a elaboração de conhecimentos correspondentes a determinada dimensão do mundo.” (BARATO, 2002, p. 57). Pons (1994, p. 42) considera como sendo: [...] uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo de aprendizagem em termos de objetivo específicos, baseados na instigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva. Não distante a definição de Pons (1994, p. 42), Luckesi (1986, p. 56) conceitua tecnologia educacional como: [...] forma sistemática de planejar, implementar e avaliar o processo total da aprendizagem e da instrução em termos de objetivos específicos, baseados nas pesquisas de aprendizagem humana e comunicação e materiais, de maneira a tornar a instrução mais efetiva. Tanto Pons (1994, p. 42) quanto Luckesi (1986, p. 56), revelam seus entendimentos baseados na mesma linha de pensamento, de que a tecnologia educacional é todo um processo ligado diretamente à forma do ensino e aprendizagem, que é capaz de gerar conhecimentos e que podem ser planejados e avaliados, usando para isso os recursos humanos e materiais. Quando falamos em recursos materiais, não podemos relacioná-los simplesmente como ferramentas sofisticadas, mas também aos instrumentos mais simples, tais como giz, lápis, livros entre outros. Na verdade tecnologia educacional não se caracteriza em equipamentos, sejam eles simples ou não, e sim na forma em
  • 22. 21 que tal ferramenta é utilizada, com isso, podemos entender que esta tecnologia se identifica no modo como tais recursos são utilizados, e ainda na engenhosidade do professor. Assim considera Joly (2002, p. 143) ao dizer que: Tecnologia educacional não é necessariamente sinônimo de equipamentos caros, locais específicos para sua instalação e pessoal qualificado para operar e manter a aparelhagem em funcionamento. Ainda que, em muitos casos, a complexidade dos recursos tecnológicos (por exemplo, a utilização de um data show) requeira as condições acima especificadas, o que inviabiliza sua utilização na maioria de nossas escolas, também existem, felizmente, tecnologias educacionais que dispensam toda esta parafernália e requerem principalmente a engenhosidade do professor e recursos simples, como lápis e papel (e impressoras), para sua implementação. O uso de computadores, data shows, calculadoras, entre outros recursos tecnológicos também no meio educacional, são ferramentas importantes e bastante úteis na educação, sabemos que nenhuma ferramenta pode ser tida como uma tecnologia educacional, mas o modo como empregamos tais recursos, é que se faz. Devemos ter em mente que necessitamos saber fazer uso destes recursos educacionais, pois como afirma Corrêa (2002, p. 46), “o valor da tecnologia não está nela em si mesma, mas depende do uso que fazemos dela”. Saber aplicar e utilizar os recursos tecnológicos no meio escolar é muito importante, pois o mau uso da mesma pode levar até a um reducionismo e causar impactos expressivos numa sala de aula ou mesmo não causar efeito algum, tornando inútil tais recursos tecnológicos, por isso é necessário atribuir o seu verdadeiro valor, para que assim o uso da tecnologia educacional resulte em conhecimentos positivos no processo de ensino-aprendizagem. É importante observarmos que a tecnologia educacional está presente nas escolas e dentre muitas ferramentas que são usados podemos relatar a linguagem, representada através da escrita ou da fala. Segundo Chaves (1999, p. 01): O termo "tecnologia", aqui, se refere a tudo aquilo que o ser humano inventou, tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas, para estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental, assim facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer. Entre as tecnologias que o ser humano inventou estão algumas que afetaram profundamente a educação: a fala baseada em conceitos (e não apenas grunhidos ou a fala meramente denotativa), a escrita alfabética.
  • 23. 22 Sancho (1998) traduz a tecnologia educacional de maneira ainda mais profunda, quando aponta às instituições de ensino e consequentemente a aprendizagem decorrida através da mesma, como uma tecnologia. O que de fato podemos afirmar ser um pensamento coerente e lógico, pois sabemos que a tecnologia pode nos fornecer muitos conhecimentos, e neste caso, conhecimentos educacionais intervindos por meio das escolas, das aulas no processo de ensino e aprendizagem. E para entendermos que o processo de ensino e aprendizagem, bem como os conhecimentos científicos são um modo de tecnologia educacional, Candau (1979, p. 62) nos fala que: [...] e assinalam como características básicas da tecnologia educacional a aplicação de conhecimentos científicos à educação, a abordagem sistêmica, a aprendizagem e a instrução como processos, a busca da eficiência do processo de ensino-aprendizagem e a conjugação de recursos humanos e matérias. Considerar e sustentar um único conceito para o que seja tecnologia educacional seria demasiadamente difícil, visto a importância de tudo que se falou até aqui, mas podemos sintetizar todas estas importâncias mostrando o que nos diz alguns autores. (PONS, 1994, p. 42) e Luckesi (1986, p. 56), tem um ponto forte para o que seja tecnologia educacional, quando dizem ser tudo aquilo que é voltado para a prática do ensino-aprendizagem, que é capaz de nos passar conhecimentos enriquecedores através de recursos humanos como a fala, a escrita, e também no uso de toda a ferramenta inventada pelo homem para este fim que é educacional. E como afirmou Sancho (1998) até mesmo as instituições de ensino são classificadas como tecnologia. Mas não podemos nos esquecer que a importância da tecnologia não está nela em si mesma, mas na maneira que utilizamos como apontou Corrêa (2002). Tecnologia educacional é um conjunto de conhecimentos que permeia nosso mundo, como todo instrumento que é utilizado no meio educacional, se fazendo presente com recursos matérias e podendo está até mesmo na forma de linguagem, e quando falamos em todos estes recursos, devemos sempre nos reportar à importância do saber fazer da tecnologia.
  • 24. 23 Toda tecnologia tem que ser bem aproveitada, mas devemos ter muito cuidado, pois a tecnologia é atraente, mas, pode causar impactos negativos e saber utilizá-la traz muitas vantagens porque veio para contribuir na vida de todos, em particular, dos docentes. 4.0 O PROFESSOR E A TECNOLOGIA EDUCACIONAL A tecnologia educacional vem tomando um grande espaço em nossas vidas, e em nossas escolas, mas para um bom aproveitamento depende muito da forma que as pessoas (os professores) vão utilizá-la no processo ensino-aprendizagem. As ferramentas inventadas pelo homem (o quadro-negro, lápis, livros, etc.) são um grande suporte para os educadores, mas nem todos estes instrumentos são relevantes na educação quando aplicados ou utilizados de maneira incorreta, desfalcando o sentido real do que é ser tecnologia educacional. Na verdade, muitas pessoas relacionam a tecnologia à informática, esquecendo-se do fator principal, de que a fala humana e a escrita são tecnologias que os docentes utilizam há muito tempo atrás. Segundo Chaves (2004, p. 01): Faz sentido lembrar aos educadores o fato de que a fala humana, a escrita, e, conseqüentemente, aulas, livros e revistas, para não mencionar currículos e programas, são tecnologia, e que, portanto, educadores vêm usando tecnologia na educação há muito tempo. É apenas a sua familiaridade com essas tecnologias que as torna transparentes (i.e., invisíveis) a eles. O professor é um dos pivôs do sistema educacional e através dele ocorre o processo de ensino-aprendizagem. Lacerda Neto (2008, p. 59) nos diz que “os professores são os agentes-chave de todo o sistema educativo e tudo aquilo que se vier a alcançar com qualquer ciclo de estudos dependerá sempre da sua vontade e ação (condicionadas pelas suas concepções e crenças).”
  • 25. 24 Nesse sentido, entendemos o quanto é importante para os educadores a capacidade em entender as tecnologias educacionais, saber o que são e como usá- las, e muitas vezes alguns professores tem adquirido uma compreensão deficiente e acabam que formando uma concepção errada para o que seja tecnologia educacional. Lacerda Neto (2008, p. 41-42) aponta seu ponto de vista sobre a educação tecnológica quando diz: Pensamos a educação tecnológica como a formação de um sujeito mais crítico e humano que entenda a sua capacidade transformadora e a sua relação com o outro. Uma pessoa capaz de criar e usar a tecnologia, mas que exerça sua reflexão e compreenda suas implicações e transformações. O educador não deve pensar apenas no computador como meio tecnológico na escola, pois a tecnologia é muito mais abrangente, uma vez que as ferramentas tecnológicas são muito variadas. A educação tecnológica são os meios, as ferramentas que usamos para que os alunos aprendam. A forma como o docente aborda um conteúdo, a organização da sala, o giz, o livro, também é tecnologia, mas mesmo assim, muitas vezes não sabemos utilizá-la adequadamente em sala de aula. A tecnologia educacional vem a cada dia ganhando mais espaço, e com isso o professor tem um papel fundamental para que ela seja utilizada de forma adequada e eficiente no processo do ensino-aprendizagem do aluno, e é de suma importância que o docente entenda que é preciso conhecer os recursos que ele oferece e crie formas interessantes de usá-los, uma metodologia que faça o alunado saber pensar. Entender as concepções dos professores sobre a tecnologia educacional é mais que um mero formalismo, é entender os conhecimentos dos educadores, pois estes irão refletir na ação pedagógica, e, ainda, é de responsabilidade dos professores, alunos e comunidade em geral assumir um compromisso com a educação e enfrentar o desafio de conduzir e utilizar as tecnologias de maneira adequada. Com isso, entendemos que o professor é o agente principal do processo de tecnologia educacional, mas o que vemos hoje é a supervalorização das tecnologias que se esquecem que os educadores são os mais preciosos de todos os recursos, e como relata Sancho (1998, p. 39), “As próprias escolas são uma tecnologia, uma
  • 26. 25 solução à necessidade de proporcionar educação a todos os cidadãos e cidadãs de certas idades. [...] a educação pode ser concebida como uma Tecnologia Social e um educador como um tecnólogo da educação.” Considerar nossas competências, nossos conhecimentos, para então buscar entender qual será nossa visão quanto aos recursos tecnológicos, é tentar formar educadores críticos, ou seja, pessoas que entendem o valor da tecnologia educacional na procura de saber criar, usar e entender suas implicações e transformações, tornando-a importante no processo de ensino-aprendizagem como relata Corrêa (2002, apud, Chagas, et al, 2008, p. 26): O que produzimos é mediado pela caneta, mas o conteúdo e o processo pelo qual escrevemos depende da nossa história de vida, de nossos afetos, de nossas competências, do lugar social que ocupamos [...] Tal análise serve para o uso dos diversos recursos tecnológicos, desde o uso de transparências, apresentações em quadro-negro ou power point até a internet. E ainda para complementar Masetto (2002, p. 23) nos diz: O professor, ao entrar na sala de aula para ensinar uma disciplina, não deixa de ser um cidadão, alguém que faz parte de um povo, de uma nação [...]. Ele tem uma visão de homem, de mundo, de sociedade, de cultura e de educação que dirige suas opções e suas ações mais ou menos conscientemente. Ele é um cidadão, um „político‟, alguém comprometido com seu tempo, sua civilização e sua comunidade, e isso não desprega de sua pele no instante em que ele entra em sala de aula. Pode até querer omitir esse aspecto em nome da ciência que deve transmitir, e que, talvez ingenuamente, ainda entenda que possa fazê-lo de forma neutra. Mas o professor continua cidadão e político e, como profissional da docência, não poderá deixar de sê-lo. Mesmo em meio às tantas transformações vistas na sociedade, cabe ao professor buscar em sua vivência escolar o verdadeiro valor da tecnologia educacional, ser coerente, comprometido e entender a maneira correta do uso das ferramentas educacionais, sabendo que a mesma se constitui desde a linguagem (oral e/ou escrita), até os muitos outros recursos tecnológicos também empregados na educação.
  • 27. 26 CAPÍTULO III – METODOLOGIA – FUNDAMENTAÇÃO Diante do propósito de investigar as concepções dos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA, concedemos um caráter de pesquisa de campo enfatizando a abordagem quantitativa no que diz respeito ás análises estatísticas representadas através de gráficos, sem desprezar a qualitativa na abordagem dos resultados. Lakatos e Marconi (1996) entendem que a pesquisa de campo está caracterizada como sendo uma coleta de dados para se explorar ou responder às hipóteses ou variáveis envolvidas, numa tentativa de buscar informações para um determinado problema. Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. (Lakatos e Marconi, 1996, p. 75) Moreira (2002, p. 237) considera que: Os métodos de pesquisa quantitativa envolvem tipicamente mensurações precisas, controle rígido de variáveis (normalmente em laboratório) e a análise estatística. Tendem a focar na análise (examinar as partes dos componentes de um fenômeno), enquanto que a pesquisa qualitativa busca entender o significado de uma experiência para os participantes em um cenário particular e como os componentes deste fenômeno se articulam para formar um todo. Segundo Gunther (2006, p. 207): Enquanto participante do processo de construção de conhecimento, idealmente, o pesquisador não deveria escolher entre um método ou outro, mas utilizar as várias abordagens, qualitativas e quantitativas que se adequam à sua questão de pesquisa. Portanto, o ponto de partida para esta pesquisa foi feita a partir de uma revisão na literatura que proporcionou elaboração da fundamentação teórica sobre educação tecnológica e segundo Marconi e Lakatos (2002, p. 17), “toda pesquisa
  • 28. 27 deve basear-se em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem sucedida de um problema”. Depois disso foi realizada a aplicação do questionário investigativo que será analisado focando métodos qualitativos e quantitativos. – CARACTERIZAÇÃO Esta investigação ocorreu na cidade de Xique-Xique/BA, localizada na região oeste da Bahia, ficando há 587 km da Capital. Que de acordo com o Instituto Nacional de Geografia e Estatística-IBGE (2010), a cidade tem uma área territorial de 5.502 km2 e uma população de 45.562 habitantes. O município dispõe de 02 (duas) escolas estaduais e 06 (seis) escolas municipais. Das escolas estaduais, uma funciona com o ensino médio e fundamental e a outra somente com ensino médio. Nas escolas municipais somente uma delas funciona os dois níveis de ensino e nas demais apenas o ensino fundamental. Em 02 (duas) escolas municipais com 02 (dois) professores de matemática em cada uma delas, não foi aplicado o questionário por se localizarem em bairros de difícil acesso. – POPULAÇÃO E AMOSTRA Para a realização deste trabalho foram tomados como locais de aplicação do questionário 06 (seis) escolas, sendo estas, 04 (quatro) municipais onde uma destas dispõe tanto do nível de ensino fundamental como médio e as demais somente o ensino fundamental, e 02 (dois) estaduais, sendo que em uma delas funcionam os dois níveis de ensino e na outra somente o ensino médio.
  • 29. 28 O questionário foi aplicado a um total de 25 (vinte e cinco) professores de matemática. Cabe registrar que 11 (onze) professores são da rede municipal e 14 (quatorze) da rede estadual. O questionário foi aplicado para cada um dos professores que atuam nos turnos matutino e vespertino de cada escola. Serviu como base para identificarmos os conhecimentos que cada educador pesquisado possui sobre tecnologia educacional, e a partir daí, analisamos a opinião dos professores de matemática em relação a cada questão. Neste sentido Marconi e Lakatos (2002, p. 52), diz que neste momento da pesquisa o pesquisador está interessado na opinião do investigado e não em dados probabilísticos ou estatísticos. – INSTRUMENTO, COLETA E TRATAMENTO Considerando os objetivos que norteiam este trabalho, constituiu-se de suma importância a escolha de um questionário, como instrumento de pesquisa, para ser aplicado aos 25 (vinte e cinco) professores de matemática individualmente. Gil (2006, p.129) define questionário como sendo uma técnica de investigação com certo número de questões, apresentado por escrito às pessoas a serem investigadas, tendo como objetivo principal o conhecimento de opiniões, expectativas, interesses sobre um determinado tema. O questionário foi aplicado a cada professor de matemática dos ensinos fundamental e médio de quatro escolas municipais e duas estaduais da cidade de Xique-Xique/BA. Este composto de 08 (oito) questões sendo elas perguntas objetivas e subjetivas, todas voltadas para obtenção e satisfação das inquietações que nos levaram ao desenvolvimento deste trabalho, tendo como foco principal identificar a opinião destes professores a respeito de tecnologia educacional. Para Gil (2006, p. 129) as questões de um questionário constituem elemento fundamental do mesmo, e ainda mais, as respostas dadas as questões irão nos fornecer os dados necessários para esclarecer o problema de pesquisa.
  • 30. 29 Para a aplicação deste questionário, se fez necessário o deslocamento a cada uma das escolas e individualmente aplicá-lo com cada professor. A recepção e interesse da direção das escolas foi muito importante para o bom procedimento desta pesquisa. Durante a coleta de dados tivemos o cuidado de explicar qual era a intenção do nosso trabalho expondo nosso objetivo de maneira geral, em algumas situações encontramos professores que apresentaram interesse e boa vontade, se dispondo a responder cada questão que lhes eram proposta. Por outro lado nos deparamos com situações não muito agradáveis, pois uma pequena parte dos docentes demonstrou medo, insegurança e até mesmo desinteresse à pesquisa. A coleta e análise dos dados ocorreram em uma abordagem predominantemente qualitativa, mas utilizamos também os métodos quantitativos para o tratamento das informações contidas no questionário, utilizando como recurso para a elaboração dos gráficos o Word Gráfico 2003.
  • 31. 30 CAPÍTULO IV – RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO – APRESENTAÇÃO / DISCUSSÃO A finalidade desta pesquisa de campo se deu pelo interesse de averiguar quais as concepções dos professores de matemática do ensino fundamental e médio das escolas municipais e estaduais da cidade de Xique-Xique/BA sobre tecnologia educacional. Para tanto utilizamos neste trabalho um questionário de pesquisa contendo 08 (oito) perguntas objetivas e subjetivas, onde procuramos aplicá-lo nos horários mais apropriados para cada professor, neste caso, no momento do intervalo. Cada questão aplicada aos professores pôde nos oferecer grande utilidade no sentido de identificarmos pontos de fundamental importância no desenvolvimento e análise deste trabalho monográfico. Ressaltamos também, o que é abordado por Gil (2006, p. 129) ao relatar que “as respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da pesquisa. As questões constituem, pois, o elemento fundamental do questionário.” Neste sentido, de considerarmos que cada questão é de fundamental importância, começaremos a analisar cada uma delas detalhadamente. Na primeira questão nos detivemos em observar a área de formação de cada educador, e pudemos constatar que dos 25 (vinte e cinco) professores envolvidos na pesquisa a maioria tinha pelo menos uma formação acadêmica. Destes, identificamos que 19 (dezenove) professores eram graduados em matemática, letras e outros, 02 (dois) docentes ainda estavam cursando licenciatura em pedagogia e o outro em matemática, e somente 04 (quatro) não eram graduados. Destarte que, dos 19 (dezenove) professores graduados nos chamou a atenção que apenas uma pequena parte deles, somente 06 (seis), tinham formação acadêmica em matemática, enquanto que 13 (treze) docentes possuíam sua formação em outras áreas acadêmicas, e do total de 25 (vinte e cinco) educadores,
  • 32. 31 06 (seis) ainda não eram graduados ou estavam no processo de obtenção deste nível. Estas informações podem ser melhores elucidadas no gráfico abaixo. GRÁFICO 01: FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA 14 13 12 11 10 9 Não Graduados 8 7 Outras 6 Matemática e outras 5 4 Matemática 3 2 1 0 Sabemos o quanto é importante que cada docente tenha uma formação adequada, no sentido de lecionar em sua área de formação acadêmica. Mas infelizmente, o que muitas vezes encontramos são situações em que os professores trabalham com disciplinas atípicas à área em que foram capacitados. Borges e Rocha (2010, p. 01) salientam que: Meio milhão de professores da educação básica ensina, nas salas de aulas da rede pública brasileira, disciplinas sobre as quais não aprenderam durante o curso superior. Nos mais variados colégios brasileiros, profissionais formados em matemática dão aulas de física e professores de educação física dão aulas de biologia, por exemplo. Eles representam quase um quarto dos 1.977.978 educadores dessa etapa. Diante dessa perspectiva, de termos encontrado a maioria dos professores que lecionavam a disciplina de matemática sem a devida formação compatível, e ainda, levando em consideração as afirmações de Borges e Rocha (2010),
  • 33. 32 poderemos indagar se estes profissionais estão preparados para saberem usar a educação tecnológica em suas salas de aula. Outro ponto a ser destacado é que tais educadores não estão trabalhando com a disciplina de matemática há pouco tempo, haja vista, que através das informações obtidas com a questão 02 (dois), averiguamos o tempo que cada educador atuava como professor de matemática, e percebemos que mais da metade exercem a função a mais de 10 anos, como nos mostra o gráfico a seguir. GRÁFICO 02: ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA 14 13 12 11 10 9 8 Mais de 10 anos 7 6 Entre 5 e 10 anos 5 4 Menos de 5 anos 3 2 1 0 Desse modo, é notável que a maioria dos professores de matemática da cidade de Xique-Xique não têm a formação acadêmica adequada para o ensino desta disciplina, apesar de a maioria deles já trabalharem com a mesma a mais de 10 anos, o que nos leva a refletir sobre o abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN (1998), a respeito da capacidade que o professor de matemática deve ter.
  • 34. 33 Para desempenhar seu papel de mediador entre o conhecimento matemático e o aluno, o professor precisa ter um sólido conhecimento dos conceitos e procedimentos dessa área e uma concepção de Matemática como ciência que não trata de verdades infalíveis e imutáveis, mas como ciência dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos. BRASIL (1998, p. 36) Para os PCN, é de fundamental importância que o professor de matemática tenha conhecimento de conceitos e procedimentos da área. Neste sentido, entendemos que estes conhecimentos são mecanismos facilitadores que levam os educadores ao uso correto da tecnologia educacional. Analisando a questão 3, as concepções dos educadores sobre tecnologia educacional, sendo esta uma das questões de maior importância para esta pesquisa, pois, nos mostrou claramente que para os professores de Xique-Xique/BA a educação tecnológica não passa de recursos inovadores, avançados e facilitadores, ferramentas que melhoram o ensino-aprendizagem por serem práticas e objetivas. Alguns até exemplificaram a tecnologia educacional como sendo internet, aparelhos audiovisuais, data show, calculadoras, ou seja, mecanismos tecnológicos sofisticados. A única resposta que se diferenciou das demais, foi de uma professora ao dizer que tecnologia educacional é um método de ensino, uma maneira de educar. Percebemos que esta educadora apesar de também considerar instrumentos como internet, computador entre outras ferramentas, ela também considerava que todo método utilizado para educar, ou seja, o saber fazer, era igualmente uma tecnologia educacional. Dentre outras respostas, passaremos a destacar algumas: P5 – “São inovações tecnológicas que podem melhorar as aulas e o aprendizado.” P9 – “É um avanço em que só irá contribuir para o aprendizado do nosso alunado.” P13 – “São condições de se realizar estudos utilizando os meios de comunicação, áudio visuais e eletrônicos. São exemplos os cursos à distância.”
  • 35. 34 P17 – “São todos os recursos de caráter tecnológico usado a serviço da educação. TV pen drive, data show, etc.” P4 – “Meios de comunicação modernos, quando utilizados em sala de aula facilita a aprendizagem dos alunos.” Ficou evidente o conceito de tecnologia educacional dos educadores entrevistados, mas sabemos que esta tecnologia não se resume somente a equipamentos avançados, caros. Enfim, no que se refere à tecnologia educacional, devemos atentar para o que é destacado por Bastos (2000) ao relatar que os indivíduos devem entender que esta tecnologia não é apenas formada por máquinas, mas, sobretudo por sujeitos dotados de diversas culturas e contextos. Apesar de Bastos (2000) afirmar que tecnologia educacional não é formada apenas por máquinas e equipamentos, pudemos constatar que na quarta questão, os professores responderam que faziam uso da tecnologia na sala de aula, através de internet; data show; televisores; vídeos; calculadoras; slides, e, alguns, também diziam usá-la através de jogos temáticos; pesquisas/avaliações em grupo ou individual; lousa. Constatamos que dos 25 (vinte e cinco) docentes entrevistados, 18 (dezoito) deles afirmavam fazer uso da tecnologia na sala de aula, através dos objetos citados. De maneira geral os educadores entendiam que toda vez que utilizavam inovações (internet, data-show, vídeos) na sala de aula, estavam trabalhando com a tecnologia educacional. Destacando ainda, que tivemos 06 (seis) docentes que diziam não utilizar esta tecnologia na sala de aula, justificando que as escolas não tinham recursos; que as salas de aula não eram adequadas; que os professores não eram capacitados ou mesmo pela demanda do tempo. Houve ainda uma professora que não respondeu a esta questão. Sabemos que tecnologia educacional não se resume somente a equipamentos avançados, caros ou às inovações. Mas o que percebemos, a partir das respostas dos educadores, foi um conceito muito distante do que seja realmente a educação tecnológica, o que, consequentemente os levou a pensar que o uso da tecnologia na sala de aula se dava principalmente por estes instrumentos mais
  • 36. 35 sofisticados, fazendo-os esquecer da engenhosidade humana e de outros recursos que também fazem parte da tecnologia educacional. Neste sentido, procuramos saber na questão 5, se a escola dispunha de infra- estrutura para o uso da tecnologia educacional e se eles enquanto educadores sentiam-se preparados para utilizá-las, grande parte dos professores responderam que as escolas tinham sim estrutura para o uso da mesma, em contrapartida outros responderam que não, pois a escola não estava preparada ou que faltavam recursos. Quanto à preparação dos docentes, as repostas foram bastante variadas, uns disseram que sim, outros disseram que não, também responderam que sentiam insegurança, dificuldades, que precisavam ser capacitados e outros que se sentiam preparados por já terem feito cursos. Entre as respostas obtidas iremos destacar algumas, e dentre estas uma que nos chamou muita atenção, a qual segue: P22 – “De algumas.” Achamos curiosa esta resposta. P18 – “Sim.” P7 – “Sim, nem tanto, precisa mais preparação para utilização das tecnologias em sala de aula.” P11 – “Mais ou menos, a escola até tem a aparelhagem, mas sempre falta algo, quando tem computador não tem data show, quando tem DVD, não tem a TV.” P13 – “Está ampliando pouco a pouco e na medida do possível são utilizados.” P8 – “Sim. Sinto-me preparada para utilizar a tecnologia educacional.” Sujeitos que entendem que a educação tecnológica não é apenas o saber aplicar uma técnica, são aqueles que conseguem refletir e criticar sobre o saber- fazer da tecnologia educacional. Bastos vem aclarar este pensamento quando nos fala que “os sujeitos competentes não são aqueles que apenas sabem aplicar técnicas, mas que adquirem, pelos contatos com os artefatos, a capacidade de entender o mundo e a sociedade tecnológica em que vivemos.” (BASTOS, 2000, p. 38).
  • 37. 36 Sabendo disto, procuramos identificar na sexta questão, se o uso da tecnologia educacional na sala de aula trazia progressos no processo de ensino- aprendizagem de matemática. A maioria dos professores responderam que sim, enquanto uma pequena parte responderam que apenas em alguns momentos ocorriam melhorias. Porém a justificativa dos educadores para esta questão foi bastante limitada, uma vez que, os mesmos diziam que o uso desta tecnologia na sala de aula levaria os alunos para a realidade atual, ou que as aulas ficavam mais motivadas, mais interessantes, participativas, ou mesmo que era uma metodologia diferenciada e que facilitava a aprendizagem pelas novidades existentes. Outros educadores também relataram que às vezes não utilizavam a tecnologia educacional, pois lhes faltavam material e que os alunos ou mesmo os professores tinham dificuldades com estas novas tecnologias. Entretanto, o uso da tecnologia educacional não faz exigências quanto às inovações, nem mesmo aos materiais eletrônicos, como pensavam os professores, alvo da nossa pesquisa. Devemos entender que a tecnologia é uma engenhosidade humana, existente há muito tempo atrás com o uso do raciocínio, da linguagem, enfim, e, é esta engenhosidade que a princípio antecede tais recursos, e mesmo o professor que sem dúvida é o principal destes recursos. Para Kenski (2007): As tecnologias são tão antigas quanto à espécie humana. Na verdade, foi à engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às mais diferentes tecnologias. O uso do raciocínio tem garantido ao homem um processo crescente de inovações. Os conhecimentos daí derivados, quando colocados em prática, dão origem a diferentes equipamentos, recursos, produtos, processos, ferramentas, enfim, a tecnologias (KENSKI, 2007, p. 15). Assim, entendemos que não é aquele recurso moderno, não é a utilização de aparelhos eletrônicos de última geração e nem mesmo o ego de usar um computador ou uma calculadora na sala de aula que se faz tecnologia educacional. Não é pela inovação ou pelos avanços, mas todo processo que é ligado ao ensino- aprendizagem é uma tecnologia educacional, seja ele um recurso humano ou material. E como já discorremos, Joly (2002, p. 142) nos diz que tecnologia educacional não é somente equipamentos caros ou modernos, mas, também, aqueles instrumentos mais simples como, por exemplo, o próprio lápis ou borracha.
  • 38. 37 Sabendo disto, buscamos compreender na questão 7 quais ferramentas os educadores consideravam como tecnologia educacional, e surpreendentemente 92% dos professores identificaram o computador e a internet como o principal recurso tecnológico, a televisão e o data show também foram bastante citados por eles. Portanto, percebemos que instrumentos mais avançados e sofisticados tiveram maior destaque por parte dos educadores, enquanto outros itens colocados não obtiveram muita ênfase. Notemos no gráfico abaixo quais os recursos foram identificados pelos educadores. GRÁFICO 03: RECURSOS IDENTIFICADOS COMO T.E. DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA 25 24 23 22 Outros 21 20 Lápis 19 Borracha 18 17 Giz 16 15 Apagador 14 Lousa 13 12 Linguagem Escrita 11 10 Linguagem Oral 9 Linguagem Visual 8 7 Data Show 6 5 Televisão 4 Internet 3 2 Computador 1 0
  • 39. 38 Conseguimos perceber, ainda, que muitos professores identificaram a linguagem visual como uma tecnologia educacional, por terem a idéia de que ela se apresenta simplesmente através de televisores, vídeos e computadores, com isso ficou mais evidente qual era a visão geral de tecnologia educacional por parte dos docentes. Porém outros autores esclarecem melhor sobre este assunto, quanto afirmam: Alguém já viu computador dando aula, sozinho, sem que, pelo menos, alguém o tenha ligado à tomada? Ao longo de sua carreira já vimos uma lousa, quadro-negro, quadro-verde ou quadro-branco apresentando sozinho “a matéria”, sem que alguém a houvesse elaborado antes? Em algum momento dos últimos vinte anos algum professor foi demitido do seu emprego só porque a escola comprou um videocassete? Um laboratório de ciências, totalmente equipado, mas completamente sem uso, trancafiado, ensina ciências para alguém? Um toco de giz percorre a lousa ensinando filosofia aos alunos? (CARVALHO NETO; MELO, 2006, p. 01). Na verdade o que os autores Carvalho Neto e Melo (2006) estão afirmando, é que tecnologia não ensina, ela passa conhecimentos, um computador, um data show ou quaisquer outros instrumentos não podem por si só realizar uma ação educacional, eles não podem ser tidos como objetos prontos e acabados, precisam de alguém para intervir a estes recursos para que assim possam ser capazes de produzir conhecimento. Afinal nenhum recurso pode ser considerado como tecnologia educacional, mas eles podem ser considerados como instrumentos de trabalho ou de apoio no uso desta tecnologia afirmam ainda Carvalho Neto e Melo (2006). E, ainda, neste sentido, sabemos que o uso da tecnologia na sala de aula é muito importante, e cada docente deve saber que eles podem e são usados no processo de ensino-aprendizagem de matemática, porém, percebemos que os professores precisam se familiarizar melhor com a educação tecnológica, para então saberem utilizar todos os recursos que os rodeiam a favor deste ensino. E como já relatamos aqui, Corrêa (2002, p. 46), salienta que a tecnologia não está nos recursos em si mesmo, mas na maneira que usamos estes recursos. Diante desta coleta de dados, perguntamos na oitava questão qual era a importância da tecnologia educacional na sala de aula para os educadores. Os mesmos em suas variadas respostas acreditavam na importância da tecnologia na sala de aula por muitos motivos, dentro os quais, a melhoria no ensino, aulas menos
  • 40. 39 cansativas e mais motivadas, a facilidade no aprendizado e até mesmo para estarem antenados no mundo globalizado em que vivemos. Mas sabemos que não é o fato de se incorporar ferramentas que se faz tecnologia, e sim a maneira como os professores utilizam estas ferramentas. Entendemos que a compreensão dos educadores quanto à tecnologia educacional precisa ser modificada, pois a importância da tecnologia educacional está no resultado positivo do processo de ensino-aprendizagem, e para isso devemos saber criar, usar e entender suas implicações. É importante que em todo o processo, ocorra a construção de conhecimentos, entendendo que a busca pelo mesmo nunca acaba. O professor precisa entender que em todos os momentos do processo pedagógico, a tecnologia educacional é mais que um conceito, é uma iniciativa que pode ampliar o conhecimento dos alunos e dos educadores, afinal, tecnologia não traz solução a um problema, ela gera conhecimento. Percebemos o quanto é importante que os professores saibam identificar e utilizar os recursos tecnológicos educacionais, sabendo que todo processo ligado ao ensino-aprendizagem, seja através de recursos humanos ou materiais, são tecnologias educacionais, uma arte do saber-fazer.
  • 41. 40 CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de tudo que foi exposto, observamos a importância de pensar em uma educação capaz de preparar cidadãos aptos a interagirem em uma sociedade tecnologicamente desenvolvida e percebemos a importância desta pesquisa monográfica na vida de cada docente de forma ampla e proveitosa. Neste trabalho buscamos conhecer através de um questionário de pesquisa, quais eram as concepções dos professores de matemática das séries finais do ensino fundamental e médio, das escolas municipais e estaduais da cidade de Xique-Xique/BA, sobre tecnologia educacional, levando-nos assim, a uma análise e discussão das questões que foram aqui levantadas. Vale ressaltar que trabalhamos com um total de 25 educadores, e percebemos através da pesquisa levantada, que a maioria dos professores tinha uma formação acadêmica, porém, dos 19 docentes graduados, apenas 06 eram formados em matemática, um número expressivamente pequeno. Verificamos também, que mais da metade dos professores já tinham mais 10 anos de atuação profissional, e mesmo estando a tanto tempo ensinando a disciplina de matemática, não tiveram a preocupação com uma formação adequada a sua área de ensino, como relatamos aqui. Apesar disto, averiguamos como os professores identificavam as tecnologias educacionais, e quais os conhecimentos e relações dos mesmos com estas ferramentas de ensino. Com a exposição dos dados, percebemos uma tendência dos docentes em relacionar a tecnologia educacional ao uso de objetos que visam facilitar a vida diária, vivenciada no trabalho ou mesmo em casa. Neste sentido, muitos professores compreendiam que os instrumentos facilitadores da ação pedagógica e principalmente aqueles recursos mais modernos, eram tidos como tecnologia educacional, e acabavam se esquecendo de que o giz, o processo de alfabetização, a linguagem (oral, visual e escrita) e tantos outros recursos mais simples também fazem parte desta tecnologia. Pois como já
  • 42. 41 discorremos exaustivamente no decorrer deste trabalho, que o valor da tecnologia educacional depende do uso que fazemos dela, pois educação tecnológica é todo processo ligado ao ensino e aprendizagem. Embora os professores acreditassem na importância da tecnologia educacional e entendessem ser um meio colaborador no processo de ensino- aprendizagem, observamos que muitos diziam não fazer uso da mesma, por não se sentirem preparados, pois diziam que as escolas não tinham infra-estrutura ou mesmo que tinham dificuldades e precisavam de um profissional capacitado para instruí-los. Toda esta questão, nos fez observar que todos os professores entrevistados, acreditavam fortemente que instrumentos modernos tais como computador, internet, televisores entre outros, eram os únicos ou os principais recursos tecnológicos de punho educacional. Esta realidade nos mostrou que o cotidiano das pessoas está cada vez mais integrado ao computador e às ultimas tendências tecnológicas. Tais tecnologias são ferramentas feitas para o saber e são fortemente importante em nosso meio, sendo muitas vezes necessárias no dia-a-dia do indivíduo. Com isso queremos deixar claro que não estamos falando que os recursos avançados não estejam enquadrados numa tecnologia, porém, queremos destacar, que estes instrumentos bem como quaisquer outros recursos mais antigos como quadro, o giz, por exemplo, são também classificados como tecnologia educacional, se utilizados para este fim que é educacional. Estas constatações completaram nosso trabalho, nos mostrando pontos que possibilitou argumentos enriquecedores a esta pesquisa e dando-nos informações indispensáveis no que diz respeito ás concepções dos professores de matemática, sobre tecnologia educacional. Cabe aqui ressaltar, que esta pesquisa não deve ficar enquadrada apenas numa entrevista e discussões sobre a tecnologia educacional, mas que devemos buscar enquanto educadores elucidar nossos entendimentos, aflorando ainda mais
  • 43. 42 este assunto de grande valia, buscando agregar no meio educacional a importância de saber usar e entender está tecnologia. Com isso, devemos entender que o uso da tecnologia educacional é uma forma de saber-fazer, que pode gerar conhecimentos esplêndidos. A educação tecnológica é todo processo ligado à ação pedagógica, seja ela empregada através de recursos humanos ou recursos matérias. Esperamos que muitos leitores entendam a importância da tecnologia educacional e melhorem suas concepções. Neste sentido, e sem a pretensão de esgotar o assunto, mas sim de provocar uma reflexão sobre o tema em questão, esperamos que este mesmo trabalho venha motivar novos pesquisadores a continuar este tema aqui abordado.
  • 44. 43 REFERÊNCIAS ALVES, Lynn Rosalina Gama. Novas cartografias cognitivas: uma análise do uso de tecnologias intelectuais por crianças da rede pública em Salvador, Bahia, Salvador, 1998. BARATO, J. N., Escritos sobre tecnologia educacional & educação profissional. São Paulo: Editora SENAC, 2002. BARROS, Marcos Alexandre de Melo: As tecnologias da informação e comunicação e o ensino de ciências, 2009. BASTOS, J. A. S. L. A. A imaterialidade da tecnologia. In: (Org.). Educação Tecnológica: imaterial e comunicativa. Curitiba: Cefet-PR, 2000. (Coletânea “Educação e Tecnologia” CEFET-PR). BORGES, Priscilla; ROCHA, Carolina. Meio milhão de docentes dá aulas sem formação ideal, 2010. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/meio+milhao+de+docentes+da+aulas+se m+formacao+ideal/n1237653160064.html>. Acessado em 09 de nov. de 2010. BRASIL – Secretaria de Educação Fundamemental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998. CANDAU, Vera Maria. Tecnologia Educacional: concepções e desafios. Cadernos de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas. São Paulo, n. 28,1979. CARVALHO NETO, C. Z. e MELO, Maria Taís (2006). O que é tecnologia educacional?. Disponível em: <http://mariolindaferrazntem.blogspot.com/>. Acesso em 21 de out. de 2010. CHAGAS, Ariana. et al. O conceito de tecnologia: pressupostos de valores culturais refletidos nas práticas educacionais. Paraná, 2008. CHAVES, E. O. C. Tecnologia na Educação: Conceitos Básicos. A Enciclopédia de Filosofia de Educação, 1999. Disponível em: <http://edutec.net/Tecnologia e Educacao/edconc.htm# Tecnologia na Educação>. Acessado em 24 de maio de 2010. CHAVES, E. O. C. Tecnologia na educação. A Enciclopédia de filosofia de educação 2004. Educação, 2004. Disponível em: <http://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/tecned2.htm#_ed*>. Acessado em 29 de jun. de 2010. CAMPOS, Simone Ballmann de. O impacto das tecnologias no cotidiano escolar: um saber necessário na educação contemporânea. Florianópolis, PerCursos, v. 8, n. 1, p. 18, jan. / jun. 2007.
  • 45. 44 CORRÊA, Juliane. Novas tecnologias da informação e da comunicação: novas estratégias de ensino/aprendizagem. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 2006. GUNTHER, Hartmut. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2006, vol.22, n.2. ISSN 0102-3772. IBGE, Instituto Nacional de Geografia e Estatística. 2010. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acessado em 18 de nov. de 2010. JOLY, M. C. R. A., A Tecnologia no ensino: Implicações para a Aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. LAKATOS, E. M.; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. LACERDA NETO, Jurandyr C. N. de. Levantamento das concepções de tecnologia e educação tecnológica de professores de ciências da escola básica. UNICAMP: São Paulo, 2008. LUCKESI, C. Carlos. Independência e inovação em tecnologia educacional: ação- reflexão. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, v.15, n71/72, p.56, jul./out.1986. KENSKI, Vani M. Tecnologias e ensino presencial e a distância / Campinas. Papirus, 2003. KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007. (Coleção Papirus Educação). MASETTO, Marcos Tarcísio. Professor universitário: um profissional da educação na atividade docente. In: MASETTO, Marcos Tarcísio (Org.) Docência na universidade. 4ª ed. São Paulo: Papirus, 2002. MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisas: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MOREIRA, Herivelto. As Perspectivas da Pesquisa Qualitativa para as Políticas Públicas em Educação. In: Revista Ensaio. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, nº 35, abril/junho de 2002. OLIVEIRA, M. R. N.S. Educação Tecnológica: pontos para reflexão. Educação e Tecnologia. Belo Horizonte, v. 2, n.2, p. 07, jul./dez.1997.
  • 46. 45 PINHEIRO, José M. S. Sociedade e tecnologia, um par inseparável, 2004. Disponível em: <http://www.projetoderedes.com.br/artigos/artigosociedadeetecnologi a.php>. Acessado em 03 de nov. de 2010. PONS, Juan de Pablos. Visões e conceitos sobre a tecnologia educacional. In: Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1994. REIS, J.B.A. O conceito de tecnologia e tecnologia educacional para alunos do ensino médio e superior. UCDB, 2010. Disponível em: <http://www.alb.com.br/anais17/txtcompletos/sem16/COLE_932.pdf>. Acessado em 27 de abr. de 2010. RICARDO, Elio Carlos; CUSTODIO, José Francisco; REZENDE JUNIOR, Mikael Frank. A tecnologia como referência dos saberes escolares: perspectivas teóricas e concepções dos professores. Rev. Bras. Ensino Fís. [online]. 2007, vol.29, n.1. SANCHO, Juana M. A tecnologia: um modo de transformar o mundo carregado de ambivalência. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998. SILVA, Carlos Teixeira da. Tecnologia: Novas abordagens, conceitos, dimensões e gestão. In:Revista Produção. v13, n1. São Paulo, 2003. SILVA, G. C., A tecnologia como um problema para a teoria da educação. Campinas, SP: [s.n.], 2005. SMITH, Merrit Roe & MARX, Leo. Does Technology Drive History? : O dilema de carácter Tecnológico Determinismo, Cambridge: MIT Press, 1994. VARGAS, M. Prefácio. In: Grinspun, M.P.S.Z.(org.). Educação Tecnológica - Desafios e Perspectivas. São Paulo: Cortez. 2001. VERASZTO, E. V. Projeto Teckids: Educação tecnológica no ensino fundamental. Dissertação de Mestrado. Campinas. Faculdade de Educação. UNICAMP. 2004. VERASZTO, E.V.; SILVA, D.; MIRANDA, N.A.; SIMON, F.O. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito. Revista Prisma, n 7, São Paulo, 2008. VERASZTO, E. V., Tecnologia e sociedade: relações de casualidade entre concepções e atitudes de graduandos do Estado de São Paulo / Campinas, SP: [s.n.], 2009.
  • 47. 46 APÊNDICE Pesquisadora: Carolina Oliveira dos Santos Orientador: Danton de Oliveira Freitas Questionário aplicado aos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio da cidade de Xique-Xique/BA. QUESTIONÁRIO DE PESQUISA 1) Qual é a sua formação acadêmica? ( ) Graduado. Qual?___________________________________ ( ) Em curso de graduação. Qual? _______________________ ( ) Não Graduado. 2) Atua como professor de matemática. ( ) A menos de 05 anos ( ) Mais de 05 anos e menos de 10 anos ( ) Mais de 10 anos 3) Na sua concepção o que é Tecnologia Educacional? ___________________________________________________________________ 4) Você utiliza Tecnologia Educacional na sala de aula? ( ) Sim. Qual(is)?________________________________________________ ( ) Não. Por quê?_________________________________________________ 5) A escola dispõe de infra-estrutura para o uso da Tecnologia Educacional na sala de aula? E você sente-se preparado para utilizá-la? ___________________________________________________________________ 6) O uso da tecnologia educacional na sala de aula possibilita melhorias no processo ensino-aprendizagem de matemática. ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes Porquê?_____________________________________________________________ 7) Quais dos recursos abaixo você identifica como tecnologia educacional? ( )Computador ( )Lápis ( )Borracha ( )Data show ( )Televisão ( )Caderno ( )Giz ( )Apagador ( )Lousa ( )Internet ( )Linguagem oral ( )Linguagem escrita ( )Linguagem visual ( )Outros. (identifique)________________________________ 8) Qual é a importância das Tecnologias Educacionais na sala de aula?_______________________________________________________________