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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
     DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII




A VISÃO DO EDUCANDO SOBRE O ENSINO DE ARTE NO

    COLÉGIO ESTADUAL TEIXEIRA DE FREITAS


                        Por

             ENEANDRA DA SILVA BATISTA




                 SENHOR DO BONFIM

                   JUNHO DE 2008
ENEANDRA DA SILVA BATISTA




A VISÃO DO EDUCANDO SOBRE O ENSINO DE ARTE NO

    COLÉGIO ESTADUAL TEIXEIRA DE FREITAS




                     Trabalho   monográfico    apresentado      ao
                     Departamento de Educação Campus VII da
                     Universidade do Estado da Bahia – UNEB,
                     como pré-requisito para conclusão do curso
                     de Licenciatura em Pedagogia.


                     Orientadora: Cláudia Maísa Antunes Lins.
ENEANDRA DA SILVA BATISTA




 A VISÃO DO EDUCANDO SOBRE O ENSINO DE ARTE DO

         COLÉGIO ESTADUAL TEIXEIRA DE FREITAS




Aprovada em: 03 de julho de 2008



BANCA EXAMINADORA:




       Beatriz de Souza Barros                   Simone Vanderley

        Prof.(a)   Avaliador (a)                Prof. (a). Avaliador (a)




                      Profª. Cláudia Maísa Antunes Lins
(Orientadora)
DEDICATÓRIA




A Deus por sua presença forte em minha vida.
A minha família pelo apoio em todos os momentos.
Aos meus amigos que direta ou indiretamente ajudaram-me neste caminho.
A minha orientadora Maísa pelo apoio e pelo carinho com que me orientou.
AGRADECIMENTOS




Ao Departamento de Educação Campus VI I;
Aos funcionários que contribuíram com a minha permanência no Campus;
A todos os professores pelas suas contribuições em cada semestre;
A professora Maísa pela maravilhosa orientação;
“A história fez a sua parte, os homens que a construíram deixaram suas
marcas e, sejam elas quais forem, o que realmente une passado e presente é
a existência da arte.”




                                                 (Carmen Lúcia A. Biasoli)
BATISTA, Eneandra da Silva, A visão do educando sobre o ensino de
arte no Colégio Estadual Teixeira de Freitas. Monografia de Conclusão de
Curso de Pedagogia Licenciatura Plena, Habilitação em Educação Infantil e
nas Séries Iniciais, apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Campus
VII, Senhor do Bonfim – BA, 2007 - 63fls.




                                RESUMO

   A presente pesquisa objetivou perceber a concepção que os educandos do
Colégio Estadual Teixeira de Freitas têm sobre o ensino de arte e qual a
importância do ensino desta disciplina para estes alunos. O ensino de arte tem
avançado no que se refere à pesquisa, mais estes avanços pouco espaço tem
encontrado no ambiente escolar, muitas vezes por desconhecimento do
professor. O dialogo com vários teóricos foi importante para que
conhecêssemos a fundo o tema e o relacionássemos com o que os
entrevistados disseram através da metodologia utilizada, a entrevista
estruturada e o questionário, no qual obtivemos resultados satisfatórios para a
interpretação do problema, onde foi detectado que, por mais que os alunos
sintam prazer com nas aulas de arte as mesmas não estão contribuindo de
uma forma significativa na vida dos educandos.



Conceitos – chaves: A arte do contexto social ao educacional, a arte –
educação instrumento importante na formação do educando, a formação de
professores no ensino de arte.
SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO............................................................................................ 11

CAPÍTULO I...................................................................................................... 13
 A ARTE EDUCAÇÃO NO QUADRO BRASILEIRO.........................................13
1.1. A Trajetória do ensino de arte na história brasileira.................................. 17


CAPÍTULO II..................................................................................................... 25
A ARTE NA ESCOLA....................................................................................... 25
2.1 A arte do contexto social ao educacional .................................................. 25
2.2. A arte-educação instrumento importante na formação do educando....... 30
2.3. A formação de professores no ensino de arte........................................... 35


CAPITULO III.................................................................................................... 39
TRILHA METODOLOGICA............................................................................... 39
3.1.Lócus da Pesquisa...................................................................................... 42
3.2.Sujeitos Entrevistados da Pesquisa............................................................ 43
3.3.Instrumentos da Pesquisa.......................................................................... 43


CAPÍTULOVI..................................................................................................... 45
ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS............................................ 45
4.1. Perfil dos estudantes pesquisados............................................................ 46
4.1.1. Faixa etária............................................................................................. 46
4.1.2. Gênero.................................................................................................... 46
4.2.A arte na sala de aula: o que a escola tem ensinado................................. 47
4.3.A concepção dos educandos sobre o ensino de arte................................. 49


4.4. A significação do ensino de arte para o educando.................................... 51
4.5. A formação do professor............................................................................ 52

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 54
REFERÊNCIAS......................................................................................... 57


APÊNDICES............................................................................................. 61
LISTA DE GRÁFICOS



Gráfico 1 - Faixa Etária.................................................................................... 46

Gráfico 2 – Gênero............................................................................................47
11



                             APRESENTAÇÃO


       Este trabalho monográfico “A visão do educando sobre o ensino de arte no
Colégio Estadual Teixeira de Freitas”, no município de Senhor do Bonfim, nasce da
problematização da questão de como a instituição escolar tem contribuído com a
formação dos educandos através das aulas de arte, os objetivos desse trabalho são:
Perceber a concepção que estes educandos têm sobre o ensino de arte e identificar
a importância da mesma para os mesmos.


       A história do processo de desenvolvimento do ser humano na terra foi
contada inúmeras vezes pela arte que se produziu e se produz na sociedade. Ao
longo de milhares de anos a arte teve o seu significado modificado de acordo com os
objetivos de cada época, através desta arte produzida, além de podemos conhecer
as diversas culturas de povos antigos e atuais podemos também desenvolver as
nossas próprias percepções a cerca de nós mesmos e do mundo que nos cerca.


       O ensino da arte, no entanto vem nos mostrar a importância que a mesma
tem   para   a   sociedade   e   as   várias   possibilidades   em   aprendizagem   e
desenvolvimento que a arte pode proporcionar ao educando. A arte não foi incluída
por acaso no currículo escolar, várias foram às lutas travadas por arte-educadores
interessados na área para conseguir a sua obrigatoriedade na Lei de Diretrizes e
Bases nº 5692/71 e reafirmada na forma da LDB de nº 9394/96, mas ainda assim
continuou sendo tratada com descaso na instituição escolar, poucas são as escolas
que contam com profissionais especializados na área para assumir as matérias. Este
trabalho não visa resolver os problemas referentes ao seu ensino mais vem de uma
maneira humilde tentar chamar a atenção para esse problema, problematizando e
provocando reflexões.


       A presente pesquisa esta dividida em quatro capítulos que incorpora um
estudo situado referente os ensino de arte na escola.


       O primeiro capítulo vem nos situar quanto à arte e o seu ensino no cotidiano
do ser humano no que se refere a sua história e a importância, seguido da
12



problemática que nos conta como surgiu o problema e quais os objetivos que foram
traçadas partir deste problema e por fim sua relevância.


       O segundo capítulo é de caráter teórico, dialogamos ao longo deste capítulo
com autores como: Duarte Jr., Barbosa, Assis, Fischer entre outros que nos
ajudaram a compreender este tema, tanto no que se refere ao campo específico da
arte, como no que tange a pesquisa em educação.


       No terceiro capítulo encontramos a metodologia que reafirma os objetivos da
pesquisa, nos esclarece o conceito do que é pesquisa através de Lakatos e a linha
epistemológica seguida, nos situa a cerca de onde ocorrerá a pesquisa (lócus), quais
os sujeitos entrevistados e os instrumentos de pesquisa utilizado que nos ajudou a
alcançar os objetivos traçados.


       No quarto capítulo deste trabalho situa-se a análise de dados e as
interpretações, as falas dos sujeitos entrevistados e as suas concepções sobre o
ensino de arte e a importância que a mesma tem para os sujeitos. Neste capítulo
iremos obter as primeiras impressões acerca do confronto entre o diálogo que
tivemos com os teóricos como Duarte Jr., Mae Barbosa, entre outros que acreditam
que arte-educação auxilia no desenvolvimento dos educandos, com a fala dos
discentes colhidas através dos instrumentos de pesquisa.


       E por último a conclusão que nos mostram os resultados obtidos a partir da
comparação entre as concepções de teóricos e entrevistados, onde fazemos também
uma reflexão sobre o ensino da arte, como acontece e as questões que se colocam
pauta hoje sobre a importância da desta na formação humana.
13




                                 CAPÍTULO I


           A ARTE - EDUCAÇÃO NO QUADRO BRASILEIRO



      Ouvir música, ir ao teatro, ao cinema, assistir a filmes e admirar paisagens é
para nós seres humanos algo tão natural como respirar. Quem nunca ouviu uma
música em outro idioma e mesmo sem entender o que é cantado se emocionou só
em ouvi - lá ou ao assistir um filme se viu tão envolvido que imaginou ser o próprio
protagonista? Assim é a arte, deixa a imaginação fluir, os sentimentos falarem, nos
transporta para outro lugar, segundo COSTA (2004, p. 135):

                      A arte penetra em nós através da porta da sensibilidade, mantendo
                     aberto esse canal com nossa natureza mais intuitiva e profunda. A
                     cada emoção ou prazer que resulta do contato com o belo, nossos
                     sentidos se renovam e se apuram num processo infindável de
                     recriação. A cada momento de arte nos tornamos mais aptos à
                     capacitação da beleza do mundo e de seus significados.

      Portanto a arte não só nos ajuda a lidarmos com os nossos sentimentos,
nossas emoções mais também nos auxilia a compreender o mundo que nos cerca.
Muitas obras de arte, por exemplo, serviam para contar a história do ser humano e
o seu processo de desenvolvimento na terra.

      Ao longo dos anos junto com o processo de desenvolvimento da terra nós
aprendemos a sermos seres humanos, a vivermos em sociedade agir, falar vestir de
acordo com a mesma, aprendemos a perceber e a vivenciar o mundo em que
estamos inseridos, segundo Duarte Jr. (2004, p.26) nós nos tornamos indivíduos
quando:

                     Em decorrência de um processo educativo cujo principal veículo é a
                     linguagem. Por ela aprendemos a ordenar o mundo numa estrutura
                     significativa e adquirimos as “verdades” da comunidade onde
                     devemos viver. Tal processo educacional primário –aprendemos a
                     ser humano – é chamado de socialização, por alguns autores. A
                     criança é socializada: adquire uma linguagem e, com ela, uma
                     determinada forma de falar, pensar e agir, segundo a cultura em que
                     está.
14



      Em contato com a sua comunidade o homem aprende de uma maneira
informal através das experiências vividas com outras pessoas, e de uma maneira
formal por meio principalmente da escola.

      Estamos inseridos em uma sociedade “civilizada”, capitalista que prioriza a
produção de bens de consumo e que é dividida em classes onde se instalam
situações de diferentes formas de exploração e opressão, se constituindo uma
relação de dominantes e dominados. A instituição escolar é um local responsável
pela transmissão dos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos em uma
sociedade às novas gerações, portanto todo conhecimento que seja considerado
importante para se manter a sistema capitalista será ensinado nas instituições
escolares de acordo com Brandão (2002, p.67): “(...) ‘o fim da educação’ são os
interesses da sociedade, ou de grupos sociais determinados, através do saber que
forma a consciência que pensa o mundo e qualifica o trabalho do homem educado”.

      Os conhecimentos durante muito tempo não foram transmitidos igualmente,
os filhos das pessoas de classes dominantes iam a escola aprender a pensar,
restando aos filhos das classes dominadas aprenderem execução de tarefas. Com o
ensino de arte, não foi diferente, a mesma para a elite brasileira era vista como
sinônimo de status, por outro lado os filhos de pessoas das classes mais pobres
aprendiam o ofício da arte para o sustento de sua família futuramente.

      Na modernidade os conhecimentos importantes são aqueles fornecidos pela
ciência. Os conhecimentos científicos tornaram-se a pedra fundamental do saber e
agir humano e a razão por sua vez trasformou-se o pilar básico dessa sociedade. O
sistema capitalista se institui e se fortalece no contexto da idade moderna e a lógica
de funcionalismo desse sistema entra nas escolas inspirado por um discurso
tecnicista implantado nas fábricas no auge da industrialização tendenciando o
fortalecimento aos processos de homogeneização. E como escola não é uma
instituição separada da sociedade age a partir desses princípios capitalistas. Nessa
perspectiva Duarte Jr. (2004, p.31) nos diz:

                     (...) as escolas se orientam no sentido do conhecimento objetivo,
                     racional da vida. De certa forma, a escola se dirige atualmente à
                     transmissão de conhecimentos tidos como ‘universais’, isto é, validos
                     para qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo. A escola tem
                     como função a comunidade de fórmulas científicas que, espera-se
15



                     habilitem o sujeito a conhecer racionalmente o mundo e nele operar
                     produtividade.



      A sociedade em si necessita de mão-de-obra especializada para atender as
necessidades exigidas pelas grandes empresas existentes é nada melhor do que se
utilizar da educação para “preparar” essas pessoas para exercer a função em que
lhes for designada, conforme Bobbit (apud SILVA, 2001,p.23) ao escrever sobre o
currículo“ propunha que a escola funcionasse da mesma forma que qualquer outra
empresa comercial ou industrial” assim as escolas seriam grandes moldes de
empresas.

      Segundo Althusser ( apud SILVA, 2001, p.31) para que o sistema capitalista
continue vigente em nossa sociedade e não seja contestado se faz necessário que
instituições reproduzam as “maravilhas” deste sistema, seja através de ideologias ou
da repressão ao dizer que:

                     A permanência da sociedade capitalista depende da reprodução de
                     seus componentes propriamente econômicos (força de trabalho,
                     meios de produção) e da reprodução de seus componentes
                     ideológicos. Além da continuidade das condições de sua produção
                     material, a sociedade capitalista não se sustentaria se não houvesse
                     mecanismos e instituições encarregadas de garantir que o status quo
                     não fosse contestado. Isso pode ser garantido através da força ou de
                     convencimento, da repressão ou de ideologia.

      Assim continuaremos seguindo um modelo empresarial onde cada indivíduo
tem a sua função, atividades são realizadas de maneira individual, mecânica e
sistematizadas, e esse modelo e apresentado e inserido nas instituições escolares.

      Nas escolas encontramos currículos fragmentados, cada disciplina tem
horário para começar e terminar, é são classificadas por importância, portanto as
mais importantes têm mais tempo, os conteúdos também são fragmentados mesmo
que estejam correlacionados, a hora do recreio também os alunos podem liberar um
pouco as suas emoções através de conversas e brincadeiras mais ao soar o sino
todos deverão voltar para a classe e assumir as suas funções tudo devidamente
cronometrado.
16



      Nesse sentido a escola tem funcionado com aparelho ideológico do estado,
lançando mão de instrumentos tecnicista que nascem num contexto de produção de
uma ciência com uma concepção de valores de um sistema capitalista.

      Diante do que expusemos a acerca da estrutura escolar atual onde se
encaixaria o sentir, as emoções dos educandos? Como expressar o que sentimos
em uma ”rede” organizada para treinar pessoas, a saber, e agir de forma racional
quase que mecânica. No sistema capitalista a instituição escolar vem como uma
grande formadora profissionais, onde os alunos são depositados e treinados a copiar
respostas prontas, resultando então na enorme valorização dada a razão e
esquecendo-se da emoção. Acabamos por não termos espaço para a criação
copiamos e repetimos ”verdades” impostas pela sociedade em que vivemos.

      O autor Duarte Jr. (2004, p. 24) compara a escola a uma caixa de Skinner
quando diz: “(...) A campainha toca, os alunos se sentam e passam a escrever um
sem-números de palavras, cuja significação não compreender bem”. Em seu livro
Desenvolvimento da Capacidade Criadora, Lowenfeld também comenta sobre a
grande valorização que a escola vem dando ao desenvolvimento intelectual uma
ênfase em detrimento da emoção e da sensibilidade quando diz:

                    Em nosso sistema educacional a maior ênfase incide sobre a
                    aprendizagem da informação dos fatos. Em grande escala, a
                    aprovação ou reprovação num exame ou curso a passagem de ano
                    ou mesmo a permanência na escola depende do domínio ou da
                    memorização de certos fragmentos de informação os quais já são
                    conhecidos do professor. Assim, a função do sistema escolar parece
                    consistir em criar pessoas que possam armazenar fragmentos de
                    informações e depois possam repeti-los a um sinal dado. (Lowenfeld,
                    1989 p. 15)

      Não estou querendo afirmar que o desenvolvimento intelectual da criança não
seja importante, mas o que coloco em questão é esse sistema que busca o
desenvolvimento através de acúmulo de informações que para o educando não faz
sentido algum formando segundo Larrosa (2001, p. 02) sujeitos de informação:

                    (...) O sujeito da informação sabe muitas coisas passa seu tempo
                    buscando informação, o que mais o preocupa é não ter bastante
                    informação, cada vez sabe mais, cada vez mais, cada vez esta
                    melhor informado, porém com essa obsessão pala informação e pelo
                    saber(mas saber não no sentido de ‘sabedoria’, mas no sentido de
                    estar ’informado)o que consegue é que nada lhe aconteça.
17



      Um sistema mecanizado onde todos devem estar prontos em suas carteiras a
darem respostas “certas” quando forem solicitados pelos professores sem levar em
consideração os seus sentimentos, emoções e experiências e acima de tudo sem
incentivá-los a buscar respostas, a questionar, a exprimir os seus sentimentos
construindo assim o seu conhecimento.

      O ensino de arte deveria ser nestas escolas uma área que auxiliasse os
educandos na construção dos seus conhecimentos, mais acabou por se tornar uma
matéria sem importância, aplicadas por professores que não tem nenhum
conhecimento na área ou precisam completar a sua carga horária.

      Segundo Duarte Jr. (2004, p.12):

                      A arte-educação não significa o treino de alguém para se tornar
                     artista, não significa a aprendizagem de uma técnica, num dado ramo
                     das artes. Antes, quer significar uma educação que tenha arte como
                     uma de suas principais aliadas. Uma educação que permita uma
                     maior sensibilidade para como mundo que cerca cada um de nós.

      O ensino de arte vem para trazer emoção para o currículo tão racionalizado,
somos seres humanos, portanto somos constituídos de razão e emoção, e a arte
proporciona trabalhar este lado emocional, quer trabalhar a compreensão do mundo
em que se vive olhado com os olhos da emoção, dos sentimentos.

      A realidade do ensino de arte não é um fato recente, é uma história que
acontece há vários anos na educação brasileira e que agora teremos a oportunidade
de conhecer.




1.1. A trajetória do ensino da arte na história brasileira

      Uma retrospectiva, na história do ensino de arte no Brasil nos ajudará a
compreender que a educação sempre foi uma das grandes máquinas de dominação
a serviço da elite e que o ensino de arte serviu e serve para que a mesma continue.

      Desde a colonização o povo brasileiro foi vítima de um sistema castrador mais
em algumas épocas lutou e conseguiram liberdade para exprimir os seus ideais.
18



         Como estou falando de arte vamos nos utilizar da nossa imaginação e voltar
alguns anos no tempo exatamente no ano de 1530 quando a colonização iniciou-se
em nosso país. O Brasil era um país repleto de animais, florestas e águas
cristalinas, junto com esta paisagem viam-se também diversos índios em suas
tarefas cotidianas e os famosos colonizadores ocupadíssimos em dividir as terras
em capitanias hereditárias mantendo os indígenas como escravos.

         Essa visão tornar-se-ia completa com a chegada dos padres jesuítas e o seu
trabalho pedagógico e missionário que segundo Biasoli (2004, p.47) tinha dois
objetivos: o primeiro era pregar a fé católica seguido pela garantia da unidade
política, por meio da educação, a arte seria um instrumento fortíssimo para
conseguir atingi-los. Da cultura indígena sempre faz parte a música, dança e a
pintura, para esse povo a arte representava o seu modo de ser e viver e foram
implantando cantos católicos, danças litúrgicas e dramatizações com textos bíblicos
que os jesuítas dominaram os índios e impuseram a sua cultura. (BRANDÃO 1984,
p.20).

         Em 1759 os jesuítas foram expulsos do cenário brasileiro por Marques de
Pombal, agora era ele quem dava as “cartas” por aqui, cartas estas que reduziu o
ensino da arte ao simples ensino de desenho e “aulas régias”. Brinquet (apud
BIASOLI 2004, p. 50) descreve como sendo “aulas que se constituíam no primeiro
tipo de ensino público, eram classes esparsas e as avulsas dadas por professores
pagos pelo governo e não obedeciam a nenhum plano estabelecido” ao relacionar
com os dias atuais notem que o descaso com que a aula de arte é tratada atravessa
séculos.

         A arte também estava presente no ano de 1808, quando chegou ao Brasil o
rei de Portugal com seus imensos barcos atracados em nosso porto fugindo das
ameaças de Napoleão Bonaparte. O rei chegando aqui tratou de realizar logo
diversas mudanças principalmente no setor cultural criando a Imprensa Régia, a
Biblioteca Pública, Museu Real entre outros.

         A educação sofreu transformações e com ela o ensino de arte, foi
implantando nessas aulas o ensino de ofícios artísticos e mecânicos criados
segundo modelos vindos de Paris de acordo com Biasoli (2004, p.52) e assim
19



percebe-se que bastante antiga a prática de se aplicar modelos internacionais na
educação brasileira sem levar em consideração a sua cultura.

      No período Imperial uma missão Francesa chega ao Brasil com o seu estilo
Neoclássico e o projeto de montar uma escola de arte destinada as elites brasileiras,
restaram às classes populares aulas de arte realizadas através de exercícios formais
na educação primária e secundária.

      O trabalho manual sempre foi muito discriminado por ser uma prática de
artesãos, mas segundo Barbosa esse conceito foi mudando quando passou a
significar ser um símbolo de refinamento para as elites quando diz:

                      Uma vez que a arte como criação, embora atividade manual, chegou
                      a ser moderadamente aceita pela sociedade com o símbolo de
                      refinamentos, quando praticada pelas classes abastadas para
                      preencher as horas de lazer, acreditamos que, na realidade, ‘o
                      preconceito contra a atividade manual teve uma raiz mais profunda,
                      isto é, o preconceito contra o trabalho, gerado pelo hábito português
                      de viver de escravos’. (BARBOSA, 2005 p.27)

      Para a elite brasileira a arte se tornou na prática de lazer, apreciação do belo
e símbolo de status conceito ainda bastante forte em nossa sociedade e para a
população o ensino de arte seria ao mais um meio de mecanizar as pessoas.

      No período republicano período marcado pela instituição da primeira
constituição em 1891 e pelos partidos liberais o ensino de arte foi alvo de uma
disputa de ideais entre liberais e positivistas, os liberais liderados por Rui Barbosa
acreditavam que através do ensino de arte a população poderia se tornar capaz de
exercer atividades profissionais por meio de ensino artístico, já os positivistas tinham
a convicção de que o ensino da arte poderia educar a mente, Biasoli (2004, p. 57),
nos explica melhor quando diz:

                       Na concepção positivista, a arte é considerada um veículo poderoso
                      para desenvolver o raciocínio e, ensinada pelo método positivo
                      subordina a imaginação à observação, possibilitando a identificação
                      das leis que regem as formas (...). ‘Já os liberais deslumbrados com
                      a indústria norte-americana lutam a favor da resolução industrial no
                      país e da conseqüente capacitação profissional de seus cidadãos,
                      enfatizando o ensino artístico técnico voltado para o desenho
                      geométrico’.
20



         Concluindo este trecho da história obtivemos como resultado a implantação
nas escolas do desenho geométrico juntamente com a cópia a arte servindo como
instrumento de capacitação de pessoas para o trabalho.

         A década de 1920 foi uma época em que considero um momento importante
na educação brasileira à mesma foi contagiada por educadores intelectuais
verdadeiramente sedentos de uma melhoria no sistema educacional e junto com
este estava o ensino de arte.

         A psicologia experimental, método americano, foi aplicada em escola
experimental brasileira e supervisionado por pesquisadores acreditava-se que a arte
não era algo que se podia ser ensinado e sim expressado com base na imaginação
da criança. Nessa fase muitos são os intelectuais que se interessam pelo
desenvolvimento infantil através da arte mais foi por meio dos ideais de Mário de
Andrade e Anita Malfatti que a arte infantil começou a ser valorizada e em 1948 a
primeira escolinha de arte foi criada por Augusto Rodrigues, porém todo esse sonho
de transformação é interrompido pela era Vargas.

         Uma época em que pessoas eram impedidas de se manifestarem de toda e
qualquer maneira, que para os olhos do governo parecesse suspeita. Assim foi este
período marcado por conflitos e pela diminuição de professores interessados em
escrever sobre o ensino de artes, Augusto Rodrigues não se deixa abater e com a
sua escolinha continua oferecendo aulas de desenho e pintura a crianças e jovens
desenvolvendo      a   auto-expressão    ganhando     reconhecimento     de   artistas   e
educadores, mais tarde essa escola se tornaria também um centro de treinamento
de artes.

         De acordo com Biasoli (2004, p.66):

                       A repercussão das práticas desenvolvidas leva o Governo Federal a
                       permitir, depois de 1958 a criação de classes experimentais de arte
                       nas escolas primárias e secundárias. Até alguns convênios são
                       formados com instituições de ensino privado para reparar
                       professores interessados numa educação criativa.

         O ensino de arte, mais uma vez ganha a atenção dos governantes, mas
continua a ocupar o cargo de complemento, uma distração para alunos nas horas
vagas.
21



      O período que começa no governo de Juscelino Kubitschek (1955 – 1960) e
vai até o governo de Getúlio Vargas, com o golpe militar em 1964, marcou
duramente a nossa educação principalmente no que se refere ao ensino da arte.

      O decreto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 é
instituído no Brasil e com ela nasce na Universidade de Brasília o desejo de se
estudar, o ensino de arte estudo esse que é marcado por diversos debates e
discursos a cerca da área mais que infelizmente são interrompidos por causa das
mudanças políticas de 1964, época em que artistas são proibidos de expressar os
ideais e que o ensino de arte continuou sendo relegado ao conceito de atividade
extra classe.

      O ensino de arte com LDB. Nº 5692/71 torna-se obrigatória nas escolas,
depois de tantas lutas iniciadas desde a década de 20, mas não do jeito que se
imaginava, segundo Duarte Jr. (2004, p. 80).

                     Na escola oficial a arte sempre entrou pela porta dos fundos e, ainda
                     assim de maneira disfarçada. Teve ela de se disfarçar tanto que se
                     tornou descaracterizada deixou de ser arte. Virou tudo: desenho
                     geométrico, artes manuais, artes industriais, artes domésticas e etc.
                     Tudo menos arte.

      Na realidade a arte na Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71 veio novamente
como instrumento de produção de mão-de-obra para as grandes empresas só que
agora garantida por lei na instituição escolar, o ensino de arte foi relegada às
disciplinas menos importantes seguindo um currículo tecnicista.

      Os educadores por sua vez tinham que fazer um curso de habilitação de dois
anos mais por não dominarem todas as linguagens artísticas (plásticas, teatro,
música etc.) tentava ensiná-la de uma maneira superficial, de acordo com o PCN
(2001, p. 29).

                      Os professores de Educação Artística, capacitados inicialmente em
                     cursos de curta duração, tinham como única alternativa seguir
                     documentos oficiais (guias curriculares) e livros didáticos em geral,
                     que não explicavam fundamentos, orientações teórico-metodologicas
                     ou mesmo bibliografias específicas.

      Durante o final da década de 70 e começo da década de 80 iniciou-se o
movimento Arte-Educação que visava conscientizar e organizar grupos de
22



professores de arte tanto da educação formal quanto informal para discutir sobre a
valorização e aprimoramento do profissional dentro da instituição escolar, o
movimento ganhou força e diversos eventos foram realizados para rever a posição
da arte nas escolas segundo BIASOLI (2004, p. 76)

      Em 20 de dezembro de 1996 foi instituída no Brasil a Lei de nº 9394/96, na
qual consta que: “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos
diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural
dos alunos”. (PCN, 2001, p. 30)

      Depois de uma década de instituída a LDB nº 9394/96 continuou sendo
ensinada com os mesmos objetivos e métodos, os alunos continuaram sentados em
suas carteiras assistindo a duas horas de aula (no máximo) semanais compostas
por conteúdos geralmente artes plásticas (pinturas e desenhos) ou desenho
geométrico a serem reproduzidas pelos alunos.

      Agora relembremos nossos tempos de escola. Todos nós temos lembrança
do que passamos na escola algumas boas e outras ruins, o recreio, os colegas e os
professores e principalmente as aulas, algumas consideradas de extrema
importância pela escola como a aula de Português e Matemática e outros menos
importantes Educação Física e Educação Artística, mais quero especificamente falar
das aulas de Educação Artística, aulas que para alguns alunos são sinônimos de
divertimento para outros de bagunça.

      Essas aulas se caracterizavam por acontecerem na sexta-feira para alunos do
Ensino fundamental I, dia em que o aluno só permanece na escola metade do tempo
normal que é preenchido com desenhos mimeografados de alguns personagens de
datas comemorativas que segundo Duarte Jr. (2004,p.82) “esconde uma sutil
imposição de valores e sentidos”. Outra atividade comum, que ocorre nas aulas de
Artes e o famoso papel ofício em branco aonde o aluno irá “desenvolver” a sua
criatividade usando lápis comum, borracha e lápis de cor (se tiver) ao seu término o
aluno guarda o seu criativo desenho e leva para casa com um pequeno visto da
professora ou uma mensagem: Que lindo!
23



      Com o Ensino Fundamental II não é diferente com a proximidade de datas
comemorativas pedi-se aos alunos que confeccionem: cartazes, cartões, pequenos
objetos manuais e até livros com dicas de como se devem dançar determinados
estilos de músicas, tudo com um padrão estético determinado pelo professor.

      Na escola que estudei passei por todos os processos citados acima e
confesso que na época achava divertido às vezes meio boba confeccionando todos
os anos, um caderno onde teria que escolher um estilo de música, fazer desenhos
de pessoas dançando aquela música e escrever abaixo como fazer para dança - lá.

      Ensinar a disciplina arte me pareceu menos importante ainda, pois trabalhar
com a mesma implica em ter que programar aulas e não cumpri-las, já que naquele
dia foi marcada uma reunião bem no meu horário da aula de arte.            Para nós
professores da disciplina cabia: decorar a escola em datas comemorativas assim
como organizar peças teatrais e coreografias para festas juninas e de finais de ano
com uma ou duas aulas por semana, começar os famosos trabalhos manuais e não
terminá-los porque o sinal tocou e a próxima aula é mais importante, sem esquecer
das aulas de recuperação que deveriam ser feitas com antecedência para não
atrapalhar os alunos no seu estudo das matérias mais importantes.

      Foi observando estas duas realidades (como aluna e “professora”) que
comecei a concordar com PORCHER (1989, p. 13) quando diz que:...”A Educação
Artística divide com a Educação Física o privilégio de serem rejeitadas,
explicitamente ou não, ao se ingressar no território da escola”. As aulas de arte são
consideradas muitas vezes uma verdadeira piada entre alunos e professores de
outras disciplinas isso é revoltante tendo em vista a importância da arte para as
nossas vidas.

      Diante deste quadro percebo que a escola através das aulas de arte não tem
contribuído com o desenvolvimento do educando de uma maneira que o mesmo
possa expressar-se artisticamente de acordo com os seus sentimentos, emoções e
experiências construindo os seus conhecimentos de forma crítica e reflexiva, agindo
e interagindo com mundo em que vive.
24



      Baseado neste problema sinto-me instigada a investigar primeiro sobre qual a
concepção que os discentes do Colégio Estadual Teixeira de Freitas têm sobre o
ensino de arte na escola e qual a importância do ensino de arte para os mesmos e
assim alcançar os meus objetivos que são:

      Perceber qual a concepção que estudantes têm sobre o ensino da arte;

      Identificar qual a importância da mesma (arte) para estes.

      Pretendo ter como conceitos-chave: A Arte do contexto social ao educacional;
a arte-educação instrumento importante na formação do educando e a formação dos
professores em arte, para ao final desta pesquisa reunir algumas questões, que
possam contribuir com o trabalho de futuros pesquisadores acadêmicos, assim
como trazer provocações, sobre o ensino da arte no espaço escolar pretendendo
interagir com educação, arte-educação e comunidade em geral interessada pelo
tema sobre as questões pertinentes.
25




                                CAPÍTULO II


                             A ARTE NA ESCOLA


2.1 A arte do contexto social ao educacional


      Escrever sobre arte e não citar a presença da mesma na sociedade ao longo
dos anos poderia parecer sem lógica, já que desde o início da sua existência o ser
humano produziu e produz arte como uma forma de satisfazer as suas necessidades
no meio social, necessidades essas que mudaram de acordo com o processo de
desenvolvimento humano e acompanhando este processo mudou-se também o
objetivo de fazer arte, como nos diz Sauders (1998, p.130):

                     A arte é um fenômeno cultural, inventada há milhões de anos pelos
                     seres humanos para satisfazer algumas de suas necessidades.
                     Como as necessidades mudam através dos séculos, assim também
                     mudaram os objetivos da arte.

      A autora Barbosa (2007, p.10) também afirma que a arte está inserida na
sociedade quando diz que:

                      Apesar de ser um produto da fantasia e da imaginação, a arte não
                     está separada da economia, política e dos padrões sociais que
                     operam na sociedade. Idéias, emoções, linguagens diferem de
                     tempos em tempos e de lugar para lugar e não existe visão
                     desinfluenciada e isolada.

      Para estes dois autores a produção de arte está ligada à sociedade e seus
objetivos mudam de acordo com as transformações ocorridas neste meio mesmo
que seja um produto imaginário, as obras de arte produzidas sejam elas arte visual,
música, dança e teatro ao longo de milhões de anos sempre esteve relacionado à
sociedade, conforme SAUNDERS (1998, p.14) ”Um dos mais antigos objetivos da
arte era o de manter viva a história dos povos como parte de sua sobrevivência”.
26



          Para arte já foi dada várias significações, em alguns períodos da história a
arte era produzida para a realização de rituais mágicos ou com fins religiosos os
egípcios, por exemplo, acreditavam que o homem poderia obter a felicidade após a
morte através de objetos de arte, segundo Janson (1996, p.24):



                           (...) o homem pode obter sua própria felicidade após a morte,
                           equipando sua sepultura com uma espécie de replica sombria de seu
                           ambiente cotidiano para o prazer de seu espírito, o Ka, e
                           assegurando que o Ka1 viesse a ter um corpo para habitar (seu
                           próprio cadáver mumificado ou como substituto uma estátua de si
                           próprio).

          Em outras épocas em diferentes contextos históricos que o significado da arte
vai ganhando outros sentidos em povos a utilizaram como um meio de decoração,
de acordo com Sauders (1998, p.131):

                            A arte era usada para a indústria. Os gregos e os romanos serviram-
                           se dela para fins religiosos e também na decoração de suas paredes,
                           em pequenos apartamentos onde jardins eram pintados para dar a
                           impressão de se estar ao ar livre.


          Atualmente descrever o significado da arte para a sociedade em que vivemos
é um tanto complexo, já que estamos repletos de informações, de acordo com
Sauders (1998, p.136), vivemos em um mundo com:

                           (...) sistema sócio-politico-econômico e a confusão com os valores
                           éticos, morais e espirituais, o desequilíbrio entre os que tem e os que
                           não tem as pessoas de estômago cheio as de estômago vazio, as
                           sociedades tribais vivendo ao longo das civilizações industriais; as
                           nações industrializadas partindo para a era espacial a constante
                           ameaça de uma auto destruição e a auto matização desrespeitando
                           a vida humana.

          As diferenças culturais, sociais e econômicas no mundo sempre existiram,
mas no momento atual parecem estar mais acentuadas e visíveis a todo o mundo
causando certo desconforto no que se refere a conviver com tudo isso, os artistas do
século XX e XXI através das suas obras vêm fazer comentários críticos e sociais.



1
    Réplica do ambiente onde o falecido vivia construída na sepultura.
27



       É assim nos perguntamos o que seria arte? Como ela consegue atravessar o
tempo independente da cultura, política e econômica que esta vivendo determinada
civilização?


       A autora FREITAS (2006, p.4) define arte “como um trabalho de pensamento,
um pensamento emocional e específico que o ser humano produz com relação ao
seu lugar no mundo”. E assim a arte seria então uma forma de entender e de se
expressar de uma maneira íntima, pessoal, emocional e racional ao mesmo tempo
através da arte o ser humano pode expressar o seu papel no mundo em que vive
assim como liberar essa expressão para outras pessoas através do seu trabalho
artístico.


       Conforme Fischer a arte não só é uma forma de liberação emocional mais
também auxilia o homem a compreender esta realidade a suportá-la e por fim a
transformá-la quando diz:

                     Só a arte pode fazer todas essas coisas. A arte pode elevar o
                     homem de um estado de fragmentação a um de ser íntegro total. A
                     arte capacita o homem para compreender a realidade e o ajuda não
                     só a suportá-la como a transformá-la, aumentando-lhe a
                     determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para a
                     humanidade. A arte, ela própria é uma realidade social. (1987, p.56-
                     57)


       Inspirada por este campo epistemológico o PCN (2001, p.45) de arte interage
com esta definição de Ernest Fischer ao entender que a arte é:

                     (...) um modo privilegiado de conhecimento e aproximação entre os
                     indivíduos de culturas distintas, pois favorece o reconhecimento de
                     semelhanças e diferenças expressas nos produtos artísticos e
                     concepções estéticas num plano que vai além do discurso verbal.

       Por outro lado DEHEINZELIN (1993, p.91) não se arrisca a tentar definir arte,
ela declara que “arte é um vasto campo de conhecimento humano, certamente o
mais misterioso e belo de todos.” A autora percebe a arte como sendo um campo
misterioso que nos convida a usufruirmos das suas maravilhas.


       De acordo com Barbosa (apud FREITAS 2006, p.01) por meio da arte o ser
humano percebe o ambiente em que vive e age sobre ele ao dizer que:
28




                     Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação
                     apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade
                     crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e
                     desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi
                     analisada.

      Descoberta as maravilhas que a arte proporciona ao ser humano ajudando-o
a compreender e transformar o mundo que o cerca, assim como a apreciar e
respeitar a arte de outras culturas ficará fácil compreender o porquê da mesma (arte)
ter sido introduzida no currículo da instituição escolar, já que a escola visa formar
pessoas capazes de compreender, agir e interagir na sociedade de uma forma
crítica e reflexiva, DUARTE JR. (2004, p.66) diz que: ”a arte não possibilita apenas
um meio do mundo dos sentimentos, mas também a sua educação”.


      Por mais que falemos o quanto à arte no ambiente escolar é importante, e
que a mesma tenha o seu lugar nos currículos das escolas brasileiras garantido pela
Lei de nº9394/96, a arte continua sendo vista como uma disciplina sem importância
e com uma atividade de entretenimento para os educandos entre uma disciplina e
outra considerada mais importante.


      O descaso que presenciamos nas instituições escolares em relação à arte em
educação é um reflexo de um processo histórico contado no primeiro capítulo deste
trabalho onde o ensino de arte era privilegiado apenas das classes dominantes e
quando as classes mais pobres tiveram a oportunidade de conhecê-la, a mesma foi
modificada sendo aplicada de forma mecânica e técnica. Segundo DUARTE JR.
(2004, p.29) “com o processo de civilização não houve somente a divisão do pensar
e do agir, as classes dominantes têm idéias, as dominadas as executam”.


      A sociedade atual é capitalista é tem como um dos seus pilares a
racionalidade, o saber objetivo, não há tempo ou espaço para serem perdidos com
subjetividades e expressões de sentimentos e emoções, diante desta realidade e de
acordo com Duarte Jr. é normal que as escolas se orientam no sentido de preparar
os cidadãos para atuarem nas mesmas:
29



                    (...) o fim último de nosso ensino sempre foi a produção de mão-de-
                    obra: o adestramento do individuo para exercício de uma
                    profissão(técnica) lá fora, no mercado de trabalho. Nunca tivemos,
                    por aqui uma educação humanista, pois ela não interessa ao modelo
                    industrialista de desenvolvimento adotado por nós. A escola sempre
                    foi vista como linha de produção em que se fabricam indivíduos
                    mecanicamente adaptados as exigências do industrialismo.(DUARTE
                    JR.,2004, p.80)

       O ambiente escolar ganha a função de uma grande produtora de mão-de-
obra para o mundo, todo aquele que entrar na mesma será treinado a reproduzir
respostas e entregá-las quando se for necessário.


        As aulas de artes tornaram-se mais um meio de mecanização do trabalho
humano com os seus desenhos prontos, cópias de quadros famosos, apresentações
de teatro em datas comemorativas. Segundo Barbosa (1998, p.82) esta é uma
realidade presente tanto em escolas públicas quanto particulares quando declara
que:

                    (...) o estilo da arte escolar é o mesmo, tanto em escolas particulares
                    quanto nas públicas, apesar do uso de material mais diversificado
                    nas primeiras. Atividades são em geral centralizadas em trabalhos de
                    ateliê e subordinadas mesmo uso do ‘pseudo-original’ de sucata, aos
                    mesmos temas convencionais, aos mesmos símbolos culturais e
                    comerciais (natal, Dia das mães etc..) à mesma relação,
                    supostamente nova entre expressão pictórica ou expressão plástica
                    e dramatização.

        Em nossas escolas sejam elas públicas ou particulares o material
apresentado em matéria de arte-educação nada mais é que metodologias antigas
com novas roupagens são materiais didáticos utilizados há décadas com uma
linguagem atual e desenhos coloridos de acordo com BARBOSA (1998, p.83).


        Essa é a realidade contada é conhecida por todos os freqüentadores de
uma sala de aula nas aulas de arte. Mas como seria uma verdadeira arte-educação?
Como os alunos se beneficiariam com elas?
30



2.2. A arte-educação instrumento importante na formação do educando


        As aulas de educação artística para uma turma são sinônimos de atividades
fáceis e horas de descontração. Este é o momento que o aluno encontra para se
expressar mesmo que de maneira limitada, já que as atividades são meras cópias
de modelos expostos pelos professores mais mesmos assim alguns tentam deixar
traços individuais em seus trabalhos seja através de cores ou formas.


        Esse é o tipo de aula que geralmente causa certo desconforto nos
professores da disciplina por se tratarem de aulas em que os alunos sentem-se mais
livres para transitarem na sala e manterem conversas com os colegas, o docente
tem a sensação de descontrole da turma, por isso de acordo com Strazzacappa dá-
se prioridade a atividades de artes plásticas, já que os alunos têm que executá-las
sentados:


                     Os cursos de Educação Artística, cujo carácter ‘menos formal’
                     poderia possibilitar maior mobilidade das crianças em sala de aula,
                     tendem a priorizar os trabalhos de artes plásticas (desenho, pintura e
                     algumas vezes escultura), atividades onde o aluno tem que
                     permanecer sentado. Embora a LDB 9394/96 garanta o ensino de
                     Artes como curricular obrigatório da Educação Básica representado
                     por várias linguagens (música, dança, teatro e artes visuais)
                     raramente a dança, a expressão corporal, a mímica e o teatro são
                     abordados, seja pela falta de especialista na área nas escolas, seja
                     despreparo do professor. (STRAZZACAPPA 2007, p.2).


        Segundo Strazzacappa o ensino de arte na escola possui uma característica
menos formal que possibilita maior movimento dos educandos em sala de aula,
mais o que sempre se priorizou em sala foram os exercícios de artes plásticas
algumas descritas acima pela autora, pois são atividades que o aluno executa
sentado, portanto sem fazer barulho ou qualquer movimento.


        Nestas aulas o conteúdo restringe-se a copias de desenhos, decoração de
sala de aula e confecções de cartões em datas comemorativas sob a supervisão e
aprovação do professor de arte, tudo de acordo com os padrões de beleza
estabelecidos por ele. Sobre isso Duarte Jr. nos diz que (2004, p.86):
31



                     (...) A imitação e o adestramento atingem aí, raias do delírio, pois o
                     que importa, para muitos professores, é o aluno seguir o modelo
                     dado por eles. É copiar a ‘arte’ proposta pelo mestre: fazer um
                     desenho igual ao que está na lousa, pintar uma figura mimeografada,
                     recortar contornos já traçados, escrever um poema baseado em
                     outro dado etc.


        Com modelos de aulas como este o ensino de arte vem sendo desenvolvida
de maneira incompleta ou totalmente incorreta, conforme Fusari e Ferraz (2000,
p.16) quando diz:

                     Na prática, a educação Artística vem sendo desenvolvida nas
                     escolas brasileiras de forma incompleta, quando não incorreta.
                     Esquecendo ou desconhecendo que o processo de aprendizagem e
                     desenvolvimento do educando envolve múltiplos aspectos, muitos
                     professores propõem atividades às vezes totalmente desvinculadas
                     de um verdadeiro do ensino de arte.


        Mas se o que se tem visto nas salas de aula não são aulas de arte como
seriam então? O que seria arte-educação?


        Antes de obtermos definições sobre o que seria arte-educação considero
importante sabermos como surgiu esta terminologia arte-educação e qual a sua
significação, conforme Biasoli (2004, p.87):

                      A arte-educação constituiu, no Brasil, um movimento surgido no final
                     da década de 1970, organizado fora da educação escolar, que
                     buscava novas metodologias de ensino e aprendizagem da arte nas
                     escolas por meio de uma concepção de ensino de arte com base
                     numa ação educativa mais criadora, mais ativa e que envolvesse o
                     aluno de forma mais direta, mais correta.


        Atualmente o termo é conhecido pela maioria das pessoas envolvidas com o
ensino de arte, que se denominam arte-educadores, estes por sua vez buscam
através de conhecimentos melhorarem a sua prática pedagógica.


        Agora o que seria arte-educação? O autor Duarte Jr. (2004, p.72) nos expõe
o que seria uma real arte-educação ao dizer que:

                     (...) arte-educação não significa o treino para alguém se tornar um
                     artista. Ela pretende ser uma maneira mais ampla de se abordar o
                     fenômeno educacional considerando-o não apenas como
                     transmissão simbólica de conhecimento, mais como um processo
32



                    formativo do humano. Um processo que envolve a criação de um
                    sentido para a vida, e que emerge desde os nossos sentimentos
                    peculiares.

        O autor pontua que arte-educação vem como um meio de formar os
indivíduos, não como uma transmissão de conhecimentos onde o professor ensina e
aluno aprende, mas dá a arte em valor formativo, a arte para ser útil na educação
precisa dar ao aluno a oportunidade de criar e lidar com os seus próprios
sentimentos.


        Conforme LOWENFELD (1989) a escola foi dada a função de transmitir aos
alunos informações fragmentadas e estas informações deveriam ser repetidas a um
sinal dado para Duarte Jr. a arte-educação não é verdadeira se ocorrida em um
sistema educacional como esse descrito por Lowenfeld.


        Uma outra autora que nos ajudaria a compreender o conceito de arte-
educação seria Freitas (2006, p.1) quando diz que:

                    A arte-educação enquanto conhecimento a ser construído, linguagem
                    a ser experimentada e fruída, a expressão a ser externalizada e
                    refletida estaremos considerando a arte como área de conhecimento
                    com características únicas e imprescindíveis ao desenvolvimento do
                    ser humano. Um ser dotado de uma subjetividade, que não pode ser
                    ignorados no processo de ensino e aprendizagem da arte que tanto
                    busca quebras de dicotomias.

        Ao definir arte-educação Freitas acredita que arte é uma área de
conhecimento que precisa ser construída, mais que se experimentada no ambiente
escolar proporciona ao educando o desenvolvimento de características únicas do
ser humano, portanto trabalhar arte em modelo escolar onde os discentes ficam em
suas carteiras com a função de armazenar informações como foi descrito por
Lowenfeld seria inexeqüível.


        A autora ASSIS (2001, p.14) define arte-educação como “um instrumento
poderoso de organização do individuo no seu tempo e em seu meio. Ela instiga sua
intuição na medida em que reconhecendo as necessidades, lhe propõe elementos
para especulações dos seus sentidos”.
33



        Na opinião de Fusari e Ferraz (apud BIASOLI, 2004, p.87) a arte-educação
vem para valorizar o professor de arte e colocar em discussão a maneira de realizar
o seu trabalho em sala de aula, ajudando assim na conscientização sobre a sua
importância profissional e política na sociedade.


        O PCN (1998, p. 19) de arte vem nos dizer que ao se produzir arte e
conhecer produções de outras culturas, os educandos terão a oportunidade de
compreender a variedade de valores que orientam as diversas sociedades
enriquecendo e diversificando a sua imaginação além é claro dele (aluno) se
perceber na sociedade como um agente transformador, ao dizer que:


                     Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas
                     outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de
                     valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir como os da
                     sociedade. Trata-se de criar um campo de sentido para a valorização
                     do que lhe é próprio e favorecer o entendimento da riqueza e
                     diversidade da imaginação humana. Além disso, os alunos tornam-se
                     capazes de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente,
                     reconhecendo e decodificando formas, sons, gestos, movimentos
                     que estão à sua volta. O exercício de uma percepção crítica das
                     transformações que ocorrem na natureza e na cultura pode criar
                     condições para que os alunos percebam o seu comprometimento na
                     manutenção de uma qualidade de vida melhor.

        Com tantas oportunidades de conhecimento e desenvolvimento propostas
pelo conceito de ensino de arte, se incluído corretamente na sala de aula teremos
educandos, mais sensíveis ao que acontece no mundo em que os rodeia e também
mais aberto no que se refere à disponibilidade de aprender, pois segundo
LOWENFELD (1989, p.17 e 18 )


                     O homem aprende através dos sentidos. A capacidade de ver, sentir,
                     ouvir, falar e saborear, proporciona os meios para estabelecer uma
                     interação do homem e o meio (...) Os programas das escolas tendem
                     a descuidar do simples fato de que o homem –e também a criança -
                     aprende através dos cinco sentidos. O desenvolvimento da
                     sensibilidade perceptiva deveria pois converter –se em uma das
                     partes mais importantes para desenvolver a sensibilidade e maior a
                     capacidade de aguçar todos os sentidos, maior será, também a
                     oportunidade de aprender.


        De acordo com ASSIS (2001, p.15) o refinamento dos sentidos será
possível através da interação entre programa-educador-educando baseado em
34



pilares que são: o pensar arte, saber arte, fazer arte e crescer com arte, a autora nos
diz que um programa bem elaborado com um professor que se preocupe com seus
alunos e esteja interado com os mesmos e de fundamental importância para se
tornar o que ela chama de “um indivíduo pleno”.


         No campo de conhecimento em arte-educação atualmente contamos com
pesquisadores empenhados em desenvolver trabalhos para auxiliar o professor em
sua prática em sala de aula Ana Mae Barbosa, doutora nesta área desenvolveu a
proposta Triangular. Segundo a autora a proposta surgiu como uma forma de
aproximar o ver do fazer, “a triplicação para a aprendizagem da arte o fazer pelo ver
ou contextualizar” BARBOSA(acessado em 2008,p.5), a proposta triangular surgiria
em um contexto onde os educadores da área estavam com medo de levar a cópia
para a sala, mais esta não se resumia a uma cópia, o aluno teria que ver a obra de
arte, contextualizá-la e só depois produzir a sua própria arte, por isso foi chamada
de proposta triangular pois está baseado em três pilares: VER, CONTEXTUALIZAR
e FAZER.


         A proposta triangular traz para a sala de aula obras de arte para serem
conhecidas, analisadas e para a partir daí os educandos produzirem as sua próprias
obras de arte não como processo de cópia, mais de acordo com a sua visão e
experiências individuais. O autor DUARTE JR. (2005, p.103) nos diz que a “através
da arte somos levados a conhecer a nossas experiências vividas, que escapam à
linearidade da linguagem”, portanto cada um tem a um jeito particular de observar,
analisar e fazer arte, cada pessoa passa por diferentes experiências de vida e se de
alguma maneira essas experiências sejam iguais cada ser humano tem um jeito
único de significá-las.


         Segundo LEÃO (2003) essa proposta foi resultado de estudos realizados
pela   professora   Babosa    com   referência    em   trabalhos   desenvolvidos   por
pesquisadores ingleses e americanos preocupados com um currículo que visasse
não só o desenvolvimento do aluno, mas também as suas necessidades e os seus
interesses deixando assim de ser uma aula incompreendida ou um mero
passatempo.
35



            Arte na educação não só pode modificar o ser humano, como pode também
ajudá-lo na sua identificação cultural, segundo Barbosa (apud BIASOLI, 2004, p.91):


                           A arte na educação como expressão pessoal e como cultura é um
                           importante instrumento para a identificação cultural e o
                           desenvolvimento. Pelas Arte, é possível desenvolver a percepção e a
                           imaginação, aprender a realidade percebida e desenvolve a
                           criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada.


            Exposta as possibilidades que o ensino de arte abre e proporcionar ao
educando discutiremos a seguir qual o papel do professor de arte neste contexto.



2.3. A formação de professores no ensino de arte


            Sempre ouvimos falar em preparação de professores para atuarem na
educação básica. Quando preparados para atuar no Ensino Fundamental I muitas
são as disciplinas que orientam o professor a buscar novas metodologias para o
ensino das matérias consideradas importantes poucas são as vezes que o nome
arte e mencionada ao longo dos cursos de formação de professores,
especificamente no magistério2, uma talvez duas no máximo.


            Já os professores que irão atuar no Ensino Fundamental II a situação torna-
se mais complicada com cargas horárias incompletas as aulas de Educação
Artística servirão para preencher às vinte horas semanais e o famoso “tapa buracos“
e assim encontramos docentes despreparados no que se refere ao ensino de arte,
de acordo com Duarte Jr.(2004,p.81-82):


                           O próprio professor de arte é visto com um ‘pau pra toda obra’, como
                           ‘ um quebra galho’. Frequentemente ele é obrigado a ceder suas
                           aulas para aulas de reposição de outras disciplinas, quando não lhe
                           é delegada a incumbência de ‘decorar’ a escola e os carros
                           alegóricos para as festividades cívicas. Neste sentido faz-se
                           totalmente inócua a disciplina educação artística já que toda a
                           estrutura física, burocrática e ideológica da escola organizada na
                           direção da imposição do cerceamento da criatividade.



2
    Curso extinto pela LDB 9394/96 .
36



         Quando não está ocupado com a decoração da escola, o professor de arte
se ocupa em programar atividades para a turma uma atividade são aquelas já tão
conhecidas de quem freqüentou uma aula de arte: desenho, recorte, colagem,
reprodução de músicas, ASSIS (2001, p.10) nos diz que: “organizar atividades
educativas que envolva as artes vai muito além da cópia e do colorir desenhos já
prontos, da confecção de enfeites e da decoração da sala, da reprodução mecânica
de músicas”.


         De acordo com Assis o professor de arte não estará organizando uma
atividade realmente educativa desta forma, mais infelizmente é o que vemos
acontecer em sala, devido um despreparo do professor que assume a disciplina,
sem um curso de conhecimento na área, este professor aplica atividades que muitas
das vezes ele mesmo no seu período escolar viu com os seus respectivos
professores.


         Por muitas vezes o professor até tenta mudar as práticas vigentes a
adotando e novas metodologias, objetivos estratégias e livros com edições
renovadas, mais por falta de conhecimento na história do ensino de arte acaba
levando para sala de aula práticas bastantes antigas apresentadas como novas,
conforme nos diz Barbosa (1998, p. 81).

                     A falta de conhecimento sobre o passado está levando os arte-
                    educadores brasileiros a valorizarem excessivamente o ‘novo’..Tudo
                    o que é considerado novidade é adotado entusiasticamente.
                    Objetivos, métodos e estratégias supostamente ‘novos’ vêm sendo
                    sucessivamente introduzidas nas salas de arte em que haja qualquer
                    preocupação com sua inter-relação.

      Não se deve esquecer também que no quadro de docentes que lecionam na
área de arte apenas um professor é responsável em trabalhar todas as áreas que
compreendem a arte-educação, conforme Duarte Jr. (2004, p.82):

                    (...) educação artística ‘compreende as áreas de música, teatro e
                    artes plásticas’. Ocorre, porém, que é impossível formar-se um
                    professor que domine integralmente as três áreas, e isto gera
                    deficiências no trabalho efetivamente desenvolvido. O ideal seria,
                    certamente a constituição de uma equipe de professores em que
                    cada um se responsabilizasse por uma área especifica. Ideal talvez
                    impraticável a contar o total abandono da educação em que estamos,
                    em termos de verbas oficial.
37




      Esta e a situação atual do professor de arte, mas o que é ser um professor e
o qual o papel no ensino de arte? Segundo Fusari e Ferraz (2000, p.49) o professor
de arte é um profissional que atua “através de uma pedagogia mais realista e mais
progressista, que aproxime os estudantes do legado cultural e artístico da
humanidade, permitindo, assim que tenham conhecimento dos aspectos mais
significativos da nossa cultura, em diversas manifestações” o profissional que atua
na área de arte deve estar consciente do seu papel e da importância do mesmo na
formação do educando.


      Conforme Assis (2001, p.16):


                     O professor, o arte-educador, portanto é o mediador do processo
                     educativo na infância e adolescência e precisa estar apto a
                     reconhecer a integridade destas questões e trabalhá-las primeiro em
                     si próprio para que possa ver no outro, estar no outro e viver no
                     outro, ou seja, para que possa, dentro das exigências da
                     contemporaneidade, participar do processo do aluno.

      O arte-educador segundo Assis deve estar preparado para auxiliar o aluno no
seu processo de educação mais para isso ele deve se preparar primeiro trabalhando
todas as questões expostas pela autora só assim ele estará apto para iniciar o seu
trabalho.


      Para que os discentes tenham uma verdadeira formação em arte dentro da
educação os profissionais de ensino ligados à arte-educação têm que se prepararem
na área, porque não se pode ensinar aquilo que não se sabe. Como um
do/mnt/temp/oo/20120920202059/mono-120920152055-phpapp01.docente                     irá
realizar o seu trabalho se não está preparado para tal?


      Conforme Fusari e Ferraz (2000, p.50) para o professor desenvolver um bom
trabalho em arte-educação se faz necessário que o mesmo desenvolva ações como:


                     Estudar, participar de cursos, buscar informações, discutir,
                     aprofundar reflexões e praticas com os colegas docentes. É
                     importante participar ainda das associações de professores de arte-
                     educadores, o que contribui para a atualização e o desenvolvimento
                     profissional e o político em todos os níveis de ensino.
38




      A autora ASSIS (2001, p.16) nos diz que a aprendizagem cognitiva é
importante aprendizagem esta que ela classifica como sendo “conhecimento e
sensibilidade”, mais que outros itens como: princípios e qualidade, a criatividade e
flexibilidade, paciência e sabedoria, alegria e coerência e por último discernimento e
equanimidade são importantes também para essa formação.


      Mas só participar de atividades descritas acima não basta, freqüentar teatros
assistindo a peças e musicais, ir a exposições de arte conhecendo as diferentes
formas artísticas, bem como os artistas que produziram época , contexto, conhecer
as   artistas   locais,     regionais,   nacionais   e   internacionais   são   atividades
importantíssimas a serem praticadas pelo professor de arte para melhor auxiliar o
educando em sala de aula.


      Biasoli (2004, p.109) pensa que:


                          (...) se o professor pensar a arte como área específica do
                          conhecimento humano, se identificar e dominar os conteúdos dessa
                          área do conhecimento e se sua ação teórico-prática artística e
                          estética estiver conectada com uma concepção de arte e com
                          consistentes propostas pedagógicas, já não haverá aqueles
                          obstáculos que tanto dificultam a prática educacional em arte e a
                          elaboração de um corpo de conhecimento específico que realmente
                          de sustentação a prática pedagógica do professor de arte.


      Com o sistema escolar que possuímos não podemos ter uma arte-educação
cem por cento eficientes, mas se tivermos professores capacitados e sensíveis,
conhecedores da área que estão atuando poderão melhorar o quadro da educação
brasileira beneficiando assim os nossos educandos.
39



                                 CAPÍTULO III


                          TRILHA METODOLÓGICA


      A pesquisa aqui apresentada obteve como objetivo identificar a concepção e
a importância do ensino de arte para os educandos do Colégio Estadual Teixeira de
Freitas, para isso buscamos ouvir a voz desses estudantes através de instrumentos
de pesquisas que possibilitou ir a campo obter respostas que nos ajudou a desenhar
a problematização.


        De acordo com Ander-Egg (apud LAKATOS 1990, p.15) a pesquisa “é um
procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos
fatos e dados, relações ou leis em qualquer campo de conhecimento”.


        Conforme Lüdke (1986, p.1):


                     Para de realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre
                     os dados, as evidências, as informações coletadas sobre
                     determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito
                     dele. Em geral isso se faz a partir do estudo de um problema, que ao
                     mesmo tempo desperta o interesse do pesquisador e limita sua
                     atividade de pesquisa a uma determinada porção do saber, a qual
                     ele se compromete a construir naquele momento.

        A pesquisa vem como um meio de esclarecermos a situação de um
determinado problema. Através da pesquisa, questões referentes a um determinado
assunto são reunidas e confrontadas com os dados colhidos ao longo do processo
de busca.


        O problema deste trabalho surgiu a partir de vivências e inquietações
pessoais, primeiro como educanda onde tive a oportunidade de construir os meus
primeiros conceitos em relação a arte através de atividades de desenhos, recorte,
colagem e pinturas, era um dos momentos mais prazerosos que sentia no ambiente
escolar e que maravilha era pintar, desenhar e colar, estas eram as aulas mais
esperadas da semana, nos sentíamos livres para transitar e conversar, era o nosso
40



momento onde a nossa individualidade era posta nos vários trabalhos sugeridos
pelos professores de Educação Artística.


        Nesse sentido, numa perspectiva mais progressista da educação, essas
atividades descritas são problematizadas e consideradas como atividades
tradicionais, e de acordo com nossa atual compreensão elas realmente trazem essa
perspectiva, ainda assim nos sentíamos bem com elas, por que pintávamos,
colávamos, desenhávamos.


        A questão que se coloca não é a negação dessas atividades, a arte-
educação que gostaríamos de dialogar, inspirada principalmente em Mae Barbosa e
Duarte Jr. refere-se a uma arte que contribua com o desenvolvimento do educando,
onde o mesmo possa com a ajuda do professor construir os seus próprios caminhos
de conhecimento de uma forma crítica e reflexiva. A autora Barbosa, por exemplo,
nos sugere uma proposta triangular que auxilia o aluno no que se refere a conhecer
uma obra, contextualizá-la e produzir a sua própria obra, por outro lado temos o
autor Duarte Jr. (2005, p.103) que nos diz que por meio da arte somos capazes de
conhecer experiências vividas que vão além da linguagem. Portanto a arte e o seu
ensino têm muito a enriquecer no que se refere ao desenvolvimento do ser humano.


        Outra forma de descrever, perceber as aulas de arte-educação foi olhar a
nossa práxis, nossa prática docente. Trabalhar com arte foi reviver os momentos
prazerosos que havia vivido na época de escola, só que agora com a
responsabilidade de estar à frente da turma, ou seja, de sofrer todo o desconforto
em ter a diretora a observar a “bagunça” da classe e ter os horários “roubados” para
reuniões e atividades consideradas mais importantes para a escola.


        No processo de nossa formação, ensino superior, mesmo com um currículo
contendo poucas disciplinas envolvendo arte, mais uma vez obteve a oportunidade
de estudá-la, só que agora de uma forma mais intensa e científica. Conhecer as
possibilidades que o ensino de arte pode proporcionar ao ser humano e o
movimento da arte-educação iniciado na década de 70 despertou em mim a
possibilidade em tornar-me uma arte-educadora.
41



        Esta pesquisa esta baseada em experiências vividas e observações de
como ocorrem as aulas de arte na escola compreendendo as como fenômenos
complexos e dinâmicos o que nos fez optar por apresentar uma perspectiva
epistemológica inspirada na fenomenologia, já que segundo Mansini (1991, p.63):


                     A pesquisa fenomenológica, portanto, parte da compreensão de
                     nosso viver - não de definições de conceitos – da compreensão que
                     orienta a atenção para aquilo que se vai investigar. Ao percebermos
                     novas características do fenômeno, ou ao encontrarmos no ouro
                     interpretações, ou compreensões diferentes, surge para nós uma
                     nova interpretação que levará a outra compreensão.

      A pesquisa fenomenológica se origina a partir da vivência dos indivíduos onde
no decorrer da mesma (pesquisa) serão percebidas questões que nos levará a
diversas compreensões e interpretações (MANSINI, 1991).


      Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa por ter buscado
uma descrição do fenômeno a partir da escuta da nossa fala, fazendo a memória de
nossa experiência como discente e das fala dos adolescentes entrevistados que
através dos instrumentos de pesquisa, a entrevista estruturada e o questionário, foi
possível descrever como acontecem as aulas de Educação Artística. Para que isso,
o pesquisador foi a campo colher o esses referidos dados e priorizou no processo
desta coleta a visão dos sujeitos entrevistados, portanto temos uma qualitativa em
que nos aventuramos a fazer um ensaio etnográfico, quando nos propomos a
descrever esse fenômeno no caso da nossa pesquisa, aulas de Educação Artística.


      Segundo André (2005) para se realizar uma pesquisa com técnica etnográfica
deve haver uma interação entre pesquisador e o objeto da pesquisa, valorizando
mais o processo do que os resultados finais é essa pesquisa buscou realizar um
ensaio deste tipo de técnica.


      E assim a presente pesquisa visou oferecer a importância devida ao problema
pesquisado que partiu de vivências pessoais primeiramente, passando pelo dialogo
com teóricos que nos auxiliaram a compreender melhor o tema e que através dos
instrumentos e técnicas de pesquisa pudemos ir a campo investigar os sujeitos e ter
conhecimento das suas falas, para só então confrontá-las com os conhecimentos
42



fornecidos pelos teóricos que vieram a contribuir para uma resposta satisfatória a
problematização.




3.1    LÓCUS DA PESQUISA


       O Colégio Estadual Teixeira de Freitas é uma instituição escolar pública que
oferece a Educação Básica (Ensino Fundamental I, II e o EJA) nos turnos Matutino,
Vespertino e Noturno.


       A escola em questão localiza-se na zona urbana da cidade de Senhor do
Bonfim–Bahia e atualmente e mantida pelo Governo do Estado da Bahia e possui
em sua estrutura física com: 5 (cinco) banheiros,1(uma) cozinha,11(onze) salas de
aula,1 (uma )sala de Ciências,1(uma ) sala de Matemática,1(uma) sala de
Vídeo,1(uma) biblioteca,1(uma)sala de coordenação,1(uma) secretaria,1(uma)sala
de direção , 1(uma )quadra e 1 ( um) auditório .


       O quadro de funcionários é composto por: 2 (duas) coordenadoras, 1 (uma)
diretora, 2(duas) vice-diretoras, 1(uma) secretária, 8(oito) assistentes administrativas
e 8 pessoas no apoio distribuídas nos serviços de merendeira e auxiliar de serviços
gerais para atender ao número de 1.134 alunos.


       A escolha do lócus de pesquisa se deu pelo fato de ser um Colégio onde
estudei e obtive minhas primeiras impressões sobre arte nas aulas de Educação
Artística, voltar foi reviver de certa maneira minha infância e adolescência. A visão
dos corredores, do pátio, das salas foi evocado na minha mente como se tudo
acontece a minha frente, os lugares, conversas, as trocas de materiais de arte nas
aulas de pinturas, os jograis e recitações de poesias nos dias das mães, as
apresentações com danças de quadrilhas nas festas juninas e os corais na festas
natalinas, experiências como essas tornaram-se inesquecíveis e revivê-las foi
inexplicável.
43



3.2   SUJEITOS ENTREVISTADOS DA PESQUISA


      Os sujeitos da pesquisa foram educandos do Colégio Estadual Teixeira de
Freitas pertencentes a duas turmas de 8º séries, série escolhida devido já terem
passado pelas aulas de arte no Ensino Fundamental I bem como pelas aulas de
arte, de quinta a sétima séries, experiências com o ensino de arte. Os entrevistados
são todos adolescentes com idades compreendidas entre 13 e 18 anos que residem
tanto em bairros na cidade de Senhor do Bonfim como: Pêra, Bosque e Gambôa
quanto em distritos com: Umburanas e Tanquinho.


      Junto com esses sujeitos nos propomos a descrever o acontecer das aulas de
Educação Artística. Ver estes educandos em sala de aula desenvolvendo trabalhos
artísticos, foi como me ver há anos atrás executando atividades bem parecidas em
aulas com muito barulho, lápis de cores passando entre os colegas, todos colocando
em formas e cores a sua singularidades nestes trabalhos, ouvir estes alunos e como
se estivesse tentando descobrir se as emoções que sentia são parecidas com que
esses alunos sentem.



3.3   INSTRUMENTO DA PESQUISA


      Para a coleta e análise dos dados optamos pela entrevista estruturada e o
questionário. A entrevista estruturada de acordo com BARROS; LEHFELD (2000,
p.91) é uma entrevista que contém questões que são previamente formuladas pelo
entrevistador, um roteiro prévio, sem possibilidade de alterar qualquer questão.


        Uma etapa foi importante, pois antecedeu a entrega dos questionários, uma
entrevista estruturada informal que foi realizada com os educandos de uma maneira
que suas dúvidas fossem esclarecidas sobre o porquê de se responder aquelas
questões e como elas seriam utilizadas. Essa aproximação foi importante no sentido
de buscar um caminho que os deixasse mais à vontade. Capitar as primeiras
impressões sobre a turma foi de extrema importância, já que algumas falas
44



encontradas na entrevista foram reafirmadas nos questionários favorecendo assim
os resultados finais desta pesquisa.


      O questionário escolhido consiste no semi-aberto, ou seja, a combinação de
questões abertas e fechadas que foi dividido em dois momentos: no primeiro
momento o entrevistado respondeu questões fechadas que segundo BARROS;
LEHFELD (2000, p.90) “são aquelas que questões que apresentam categorias de
alternativas de respostas fixas” que nos ajudou a estabelecer um perfil do
entrevistado (a) e no segundo momento foram respondidas as questões abertas que
ainda de acordo com BARROS; LEHFELD (2000, p.90) “são aquelas que levam o
informante a responder livremente com frases o orações”, questões estas que nos
auxiliaram a conhecer o discurso dos mesmos resultando em um questionário com
10(dez) questões.


      Segundo Fachin (1993, p. 121):


                     O questionário consiste num elenco de questões que são apreciadas
                     e submetidas a certo número de pessoas com o intuito de obter
                     respostas para a coleta de informações. E para que a coleta de
                     informações seja significativas, cabe verificar os meios de como,
                     quando e onde obter as informações.


      O questionário foi um instrumento importante por facilitar, caracterizar e obter
as respostas necessárias à pesquisa com maior precisão dos fatos e por sua rápida
e objetiva prática de aplicação. No nosso caso específico os adolescentes foram
solicitados a falar sobre as aulas de arte, como acontecem e qual a importância. O
que possibilitou descrevê-las e refletir acerca dessas experiências.
45



                                CAPÍTULO IV


               ANALISANDO E INTERPRETANDO DADOS



      No presente capítulo foram analisados e interpretados os dados colhidos a
partir dos instrumentos de pesquisa, a entrevista estruturada e o questionário, que
foi devidamente respondido pelos alunos entrevistados.


      Uma conversa antes da entrega do questionário foi fundamental para que os
mesmos se sentissem mais seguros para responder o questionário, primeiramente
me identifiquei pelo nome e falei que era uma antiga aluna do colégio esclareci
sobre o que estava fazendo no Colégio, em que eles poderiam me ajudar e
oralmente citei algumas questões para que também oralmente eles tentassem me
responder, algumas perguntas foram feitas sobre o que deveriam fazer e quando
tudo foi esclarecido os questionários foram entregues, as possíveis dúvidas que
surgiram no decorrer do mesmo foram sendo respondidas.


      Foi proposto pela direção que os alunos respondessem os questionários nos
dias das aulas de Educação Artística, por se tratar de duas turmas de 8ª séries os
mesmos foram respondidos em dias diferentes. A primeira turma recebeu o
questionário dia 10 de abril de 2008 e a segunda dia 13 de abril de 2008, em uma
sala foram recolhidos 26 questionários e em outra 30, somando um total de 56
questionários respondidos.


      Das questões fechadas todos os questionários foram considerados, mas no
que se refere às questões abertas, foram selecionadas 28%, ou seja, 16
questionários por acreditar que um número superior a este as respostas repetem-se.


      Quando analisadas as questões foram utilizadas de acordo com cada
categoria criada, portanto não segue a seqüência em que foram perguntadas aos
estudantes.
46



4.1. PERFIL DOS ESTUDANTES PESQUISADOS


      Por se tratar de um trabalho que objetivou identificar a concepção e a
importância que as aulas de arte têm para educandos do Colégio Estadual Teixeira
de Freitas, primeiro compreendeu-se que deveria se identificar este aluno pela sua
faixa etária e gênero, com base nas informações constatamos que esta pesquisa
obteve a contribuição de adolescente e em sua maioria mulheres, conforme os
dados que veremos a seguir:



4.1.1. Faixa Etária


      De acordo com os dados fornecidos 75% dos sujeitos pesquisados estão em
uma faixa etária compreendida entre 13 e 15 anos e 25% das turmas estão em uma
faixa etária compreendida entre 16 e 18 anos.

      GRÁFICO 1

                         FAIXA ETÁRIA




                                                Entre 13 e 15
                                                anos
                                                Entre 16 e 18
                                                anos




4.1.2 Gênero


      O que nos foi fornecido através dos questionários é que dos estudantes
questionados 51,8% são do gênero feminino e 48,2% são do gênero masculino.
47



GRÁFICO 2
                                         GÊNERO


                                          Gênero




                                                               Feminino
                                                               Masculino




4.2. A arte na sala de aula: O que a escola tem ensinado.


         Ao longo deste trabalho interagimos com teóricos sobre a arte e seu ensino
no sistema educacional e para melhor compreendermos como ele vem acontecendo
na escola o questionário que levamos a campo foi um instrumento de extrema
importância para interagirmos com os sujeitos em foco (educandos) e assim
alcançar os objetivos traçados.


         As frases que veremos a seguir são respostas dos sujeitos pesquisados em
relação ao que o aluno tem aprendido na escola como conteúdo:

Pinto, recorto, colos-desenho etc. (AL2)3.

Desenho, aprendemos sobre os pintores famosos, e também aprendemos um pouco
sobre arte (AL 3).

3
    Visando manutenção do anonimato dos entrevistados atribuímos um código (AL) acrescido de
algarismos arábicos (1, 2, 3, 4..).
48




Faço os trabalhos que a professora passa. Faço as atividades e quando tem alguma
data especial fazemos as atividades em relação. Ex: o dia das mães. (AL11)
Desenha, pintar escrever (AL13).


      Quando questionados sobre o que fazem e que atividades são desenvolvidas
em sala de aula as respostas dos entrevistados são bem parecidos com o modelo
de ensino de arte que vimos acontecer a tempos atrás, atividades de cópias, recorte,
colagem e desenhos ainda são desenvolvidos em sala. Pintores famosos também
são vistos, mas de uma forma mecânica e sem reflexão, prática distante da proposta
triangular de Ana Mae Barbosa que visa o ver, contextualizar e fazer (produzir) uma
obra de arte.


      De acordo com Leão e ensino de arte deve estar em consonância com a
atualidade, na sala o aluno deve ser também um construtor de sua aprendizagem, o
mesmo não deve ficar apenas a disposição dos conhecimentos transmitidos pelo
professor se limitado a atividades de cópia seguindo um ensino tradicional. O
educando deve ser visto com um sujeito ativo na sua educação e não como um
objeto a ser moldado pelo professor, conforme nos diz Leão:

                     O ensino da arte deve estar em consonância com a
                     contemporaneidade. A sala de aula deve ser um espelho do atelier
                     ou um laboratório do cientista. Neles são desenvolvidas pesquisas,
                     técnicas são criadas e recriadas, e o processo criador toma forma de
                     uma maneira viva, dinâmica. A pesquisa e a construção do
                     conhecimento é um valor tanto para o educador quanto para o
                     educando, rompendo com a relação sujeito/objeto do ensino
                     tradicional. Este processo poderá ser desafiador. Delimita-se o ponto
                     de partida e de chegada será resultante da experimentação. Dessa
                     forma, o ensino de arte estará intimamente ligado ao interesse de
                     quem aprende. (acessado em 2008, p.01).


      Encontramos também na fala dos entrevistados a prática das lembrancinhas
para datas comemorativas como o dia das mães, citado pelo AL 11, essa prática tem
se caracterizado por atividades subordinadas a temas convencionais e símbolos
culturais de uma matriz e a símbolos comerciais (Barbosa, 2005) uma prática que
serve a um sistema capitalista que visa formar pessoas que sirvam aos interesses
de consumo desse sistema.
49




       Através de respostas dos entrevistados percebe-se claramente que a
instituição escolar parou no tempo, os professores mudaram, os alunos mudaram,
mas os conteúdos continuaram os mesmos, podem até serem aplicados de forma
diferente, porém os mesmos.


4.3. A concepção dos educandos sobre o ensino de arte


       É interessante destacar que em nosso trabalho propomos uma revisão com
relação aos procedimentos de como vem acontecendo as aulas de arte, nossa
fundamentação busca alicerce nas contribuições de Barbosa, Duarte Jr., Assis entre
outros. Esses autores problematizam o ensino de arte descontextualizando. Mesmo
diante dessas problematizações percebemos através do discurso dos discentes
pesquisados que as aulas de arte são consideradas momentos em que os mesmos
sentem-se “livres” para expressarem os seus sentimentos em momento de prazer
mesmo nesse formato de colagem, pintura, desenhos, descontextualizadas e
controladas pelo professor. Vejamos como eles demonstram através das frases
selecionadas abaixo nos dizem quando perguntamos sobre se gostavam das aulas
de arte.

Por que desinvolve mas a nossa vontade de desenhar. (AL 1).

Por que é um momento que se espresa as sentimentos. (AL2).

Aprendi que a arte me faz bem e quero investir nela. (AL5)

Porquê nos ensina a sentir praser na arte e é um bom passatempo e pode ser muito
ultio no futuro.(AL 6)

Porque é muito legal aprender a desenhar e as formas geométricas. (AL 7)

       A arte mesmo ensinada de forma mecânica consegue despertar nos
educandos sensações e emoções. Ficou claro na fala dos alunos que os mesmos
compreendem o ensino de arte como sendo aulas desenhos, mais que ainda assim
o prazer pode estar presente. O aluno 6, por exemplo, consegue enxergar na arte
alguma utilidade para o futuro, mas com a função de simples um bom passatempo.
50



      Ver o aluno como um banco para depósito de informações é uma prática
ainda bastante comum nas escolas públicas, o aluno (a) 16 deixa transparecer que
esta prática tem funcionado quando diz:

Eu gosto das aulas de arte porque tem silêncio e a professora é boa. (AL 16)

De acordo com Duarte Jr. (2006, p.165).

                     Decorrentes de nossa sociedade industrial, as condições de mercado
                     influenciam o tipo de educação a que estamos submetidos, a qual
                     contribui, sem contestação, para a formação desse tipo de pessoa
                     que, compartimentada, movimenta-se entre uma vida profissional e
                     um cotidiano sensível, cotidiano para o qual parece não possuir o
                     menor treinamento com base no desenvolvimento e refinamento de
                     sua sensibilidade.

      Em sua fala o aluno (a) entende a aula de arte como sendo uma aula em que
o silêncio deve ser essencial, uma fala de conformismo. Somos treinados em nossas
escolas para servir a este sistema capitalista, portanto as emoções, as
sensibilidades que deveria ser trabalhadas nas aulas de arte não o são.


      Outra fala que analisada é a do aluno (a)10 quando diz:

Desenhar, porque. Eu não sabia desenhar mas agora. Eu sei e Sai bonito. (AL 10).

      Alguns educandos também entendem o ensino de arte como uma prática
apenas de desenho como o AL10. As atividades de desenho geralmente são
desenvolvidas em sala de aula por serem mais práticas, o professor entrega o papel
oficio ao aluno e deixa que o mesmo desenho livremente sentado em sua carteira,
os alunos executam a sua atividade as vezes sem um motivo aparente.


Como o aluno pode desenvolver a sua criatividade, a percepção de si mesmo e do
mundo ao seu redor através de atividades simplistas como estas?


      Segundo Duarte Jr. (2006, p.185)

                     (...) o indivíduo criativo não é aquele que simplesmente resolve uma
                     questão em geral proposta por outrem, mas sim aquele dotado de
                     acuidade e da sensibilidade para descobrir um problema uma
                     inadequação, um mau funcionamento, uma possibilidade de melhoria
                     ali onde todos os outros não vêem qualquer dificuldade.
51




      O que percebemos diante dessas questões, que inclusive nos parece
paradoxais, é “que a arte é um campo indispensável à formação humana”, de acordo
com Farias (1999, p.70) a arte-educação promove no ser humano um
desenvolvimento no campo do nível físico, emocional, mental e espiritual, ainda
segundo Farias (1999, p.71):


                     Desenvolvendo-se nos quatro níveis de maneira articulada,
                     buscando competências de ponta e dando um tratamento integrador
                     aos conhecimentos construídos, o sujeito vai definindo e
                     aperfeiçoando sua relação com o todo. (...) Em sintonia com seu
                     tempo, apontando alternativas que engrandecem seu ser, o sujeito
                     se faz na história, como agente e assim, educa-se e torna-se feliz.




4.4. A significação do ensino de arte para os entrevistados


      Quando os entrevistados foram questionados sobre se o Ensino Fundamental
II foi todo realizado na Escola em questão obtivemos uma porcentagem de 27% dos
educandos fizeram todo o ensino fundamental II na escola pesquisada e 21% vieram
de colégios como: Rômulo Galvão, Cazuza Torres, Júlio César, Colégio Estadual de
Senhor do Bonfim.


      Este questionamento foi importante para sabermos como o ensino de arte
vem marcando e contribuindo com a vida dos entrevistados durante os quase quatro
anos de Ensino Fundamental II, perguntou-se ao estudante que atividade o havia
marcado ou que se o mesmo lembrava-se das séries anteriores nas aulas de arte e
obtivemos as seguintes respostas:

Foi, por exemplo, colar figuras e charges, cartazes, desenhar etc... (AL 4)


não. (AL 7)

Desenhar. (AL 8 )

Não por que eu não lembro. ( AL 14)
Monografia Eneadra Pedagogia 2008
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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII A VISÃO DO EDUCANDO SOBRE O ENSINO DE ARTE NO COLÉGIO ESTADUAL TEIXEIRA DE FREITAS Por ENEANDRA DA SILVA BATISTA SENHOR DO BONFIM JUNHO DE 2008
  • 2. ENEANDRA DA SILVA BATISTA A VISÃO DO EDUCANDO SOBRE O ENSINO DE ARTE NO COLÉGIO ESTADUAL TEIXEIRA DE FREITAS Trabalho monográfico apresentado ao Departamento de Educação Campus VII da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como pré-requisito para conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Cláudia Maísa Antunes Lins.
  • 3. ENEANDRA DA SILVA BATISTA A VISÃO DO EDUCANDO SOBRE O ENSINO DE ARTE DO COLÉGIO ESTADUAL TEIXEIRA DE FREITAS Aprovada em: 03 de julho de 2008 BANCA EXAMINADORA: Beatriz de Souza Barros Simone Vanderley Prof.(a) Avaliador (a) Prof. (a). Avaliador (a) Profª. Cláudia Maísa Antunes Lins
  • 5. DEDICATÓRIA A Deus por sua presença forte em minha vida. A minha família pelo apoio em todos os momentos. Aos meus amigos que direta ou indiretamente ajudaram-me neste caminho. A minha orientadora Maísa pelo apoio e pelo carinho com que me orientou.
  • 6. AGRADECIMENTOS Ao Departamento de Educação Campus VI I; Aos funcionários que contribuíram com a minha permanência no Campus; A todos os professores pelas suas contribuições em cada semestre; A professora Maísa pela maravilhosa orientação;
  • 7. “A história fez a sua parte, os homens que a construíram deixaram suas marcas e, sejam elas quais forem, o que realmente une passado e presente é a existência da arte.” (Carmen Lúcia A. Biasoli)
  • 8. BATISTA, Eneandra da Silva, A visão do educando sobre o ensino de arte no Colégio Estadual Teixeira de Freitas. Monografia de Conclusão de Curso de Pedagogia Licenciatura Plena, Habilitação em Educação Infantil e nas Séries Iniciais, apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, Senhor do Bonfim – BA, 2007 - 63fls. RESUMO A presente pesquisa objetivou perceber a concepção que os educandos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas têm sobre o ensino de arte e qual a importância do ensino desta disciplina para estes alunos. O ensino de arte tem avançado no que se refere à pesquisa, mais estes avanços pouco espaço tem encontrado no ambiente escolar, muitas vezes por desconhecimento do professor. O dialogo com vários teóricos foi importante para que conhecêssemos a fundo o tema e o relacionássemos com o que os entrevistados disseram através da metodologia utilizada, a entrevista estruturada e o questionário, no qual obtivemos resultados satisfatórios para a interpretação do problema, onde foi detectado que, por mais que os alunos sintam prazer com nas aulas de arte as mesmas não estão contribuindo de uma forma significativa na vida dos educandos. Conceitos – chaves: A arte do contexto social ao educacional, a arte – educação instrumento importante na formação do educando, a formação de professores no ensino de arte.
  • 9. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO............................................................................................ 11 CAPÍTULO I...................................................................................................... 13 A ARTE EDUCAÇÃO NO QUADRO BRASILEIRO.........................................13 1.1. A Trajetória do ensino de arte na história brasileira.................................. 17 CAPÍTULO II..................................................................................................... 25 A ARTE NA ESCOLA....................................................................................... 25 2.1 A arte do contexto social ao educacional .................................................. 25 2.2. A arte-educação instrumento importante na formação do educando....... 30 2.3. A formação de professores no ensino de arte........................................... 35 CAPITULO III.................................................................................................... 39 TRILHA METODOLOGICA............................................................................... 39 3.1.Lócus da Pesquisa...................................................................................... 42 3.2.Sujeitos Entrevistados da Pesquisa............................................................ 43 3.3.Instrumentos da Pesquisa.......................................................................... 43 CAPÍTULOVI..................................................................................................... 45 ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS............................................ 45 4.1. Perfil dos estudantes pesquisados............................................................ 46 4.1.1. Faixa etária............................................................................................. 46 4.1.2. Gênero.................................................................................................... 46 4.2.A arte na sala de aula: o que a escola tem ensinado................................. 47 4.3.A concepção dos educandos sobre o ensino de arte................................. 49 4.4. A significação do ensino de arte para o educando.................................... 51 4.5. A formação do professor............................................................................ 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 54
  • 11. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Faixa Etária.................................................................................... 46 Gráfico 2 – Gênero............................................................................................47
  • 12. 11 APRESENTAÇÃO Este trabalho monográfico “A visão do educando sobre o ensino de arte no Colégio Estadual Teixeira de Freitas”, no município de Senhor do Bonfim, nasce da problematização da questão de como a instituição escolar tem contribuído com a formação dos educandos através das aulas de arte, os objetivos desse trabalho são: Perceber a concepção que estes educandos têm sobre o ensino de arte e identificar a importância da mesma para os mesmos. A história do processo de desenvolvimento do ser humano na terra foi contada inúmeras vezes pela arte que se produziu e se produz na sociedade. Ao longo de milhares de anos a arte teve o seu significado modificado de acordo com os objetivos de cada época, através desta arte produzida, além de podemos conhecer as diversas culturas de povos antigos e atuais podemos também desenvolver as nossas próprias percepções a cerca de nós mesmos e do mundo que nos cerca. O ensino da arte, no entanto vem nos mostrar a importância que a mesma tem para a sociedade e as várias possibilidades em aprendizagem e desenvolvimento que a arte pode proporcionar ao educando. A arte não foi incluída por acaso no currículo escolar, várias foram às lutas travadas por arte-educadores interessados na área para conseguir a sua obrigatoriedade na Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71 e reafirmada na forma da LDB de nº 9394/96, mas ainda assim continuou sendo tratada com descaso na instituição escolar, poucas são as escolas que contam com profissionais especializados na área para assumir as matérias. Este trabalho não visa resolver os problemas referentes ao seu ensino mais vem de uma maneira humilde tentar chamar a atenção para esse problema, problematizando e provocando reflexões. A presente pesquisa esta dividida em quatro capítulos que incorpora um estudo situado referente os ensino de arte na escola. O primeiro capítulo vem nos situar quanto à arte e o seu ensino no cotidiano do ser humano no que se refere a sua história e a importância, seguido da
  • 13. 12 problemática que nos conta como surgiu o problema e quais os objetivos que foram traçadas partir deste problema e por fim sua relevância. O segundo capítulo é de caráter teórico, dialogamos ao longo deste capítulo com autores como: Duarte Jr., Barbosa, Assis, Fischer entre outros que nos ajudaram a compreender este tema, tanto no que se refere ao campo específico da arte, como no que tange a pesquisa em educação. No terceiro capítulo encontramos a metodologia que reafirma os objetivos da pesquisa, nos esclarece o conceito do que é pesquisa através de Lakatos e a linha epistemológica seguida, nos situa a cerca de onde ocorrerá a pesquisa (lócus), quais os sujeitos entrevistados e os instrumentos de pesquisa utilizado que nos ajudou a alcançar os objetivos traçados. No quarto capítulo deste trabalho situa-se a análise de dados e as interpretações, as falas dos sujeitos entrevistados e as suas concepções sobre o ensino de arte e a importância que a mesma tem para os sujeitos. Neste capítulo iremos obter as primeiras impressões acerca do confronto entre o diálogo que tivemos com os teóricos como Duarte Jr., Mae Barbosa, entre outros que acreditam que arte-educação auxilia no desenvolvimento dos educandos, com a fala dos discentes colhidas através dos instrumentos de pesquisa. E por último a conclusão que nos mostram os resultados obtidos a partir da comparação entre as concepções de teóricos e entrevistados, onde fazemos também uma reflexão sobre o ensino da arte, como acontece e as questões que se colocam pauta hoje sobre a importância da desta na formação humana.
  • 14. 13 CAPÍTULO I A ARTE - EDUCAÇÃO NO QUADRO BRASILEIRO Ouvir música, ir ao teatro, ao cinema, assistir a filmes e admirar paisagens é para nós seres humanos algo tão natural como respirar. Quem nunca ouviu uma música em outro idioma e mesmo sem entender o que é cantado se emocionou só em ouvi - lá ou ao assistir um filme se viu tão envolvido que imaginou ser o próprio protagonista? Assim é a arte, deixa a imaginação fluir, os sentimentos falarem, nos transporta para outro lugar, segundo COSTA (2004, p. 135): A arte penetra em nós através da porta da sensibilidade, mantendo aberto esse canal com nossa natureza mais intuitiva e profunda. A cada emoção ou prazer que resulta do contato com o belo, nossos sentidos se renovam e se apuram num processo infindável de recriação. A cada momento de arte nos tornamos mais aptos à capacitação da beleza do mundo e de seus significados. Portanto a arte não só nos ajuda a lidarmos com os nossos sentimentos, nossas emoções mais também nos auxilia a compreender o mundo que nos cerca. Muitas obras de arte, por exemplo, serviam para contar a história do ser humano e o seu processo de desenvolvimento na terra. Ao longo dos anos junto com o processo de desenvolvimento da terra nós aprendemos a sermos seres humanos, a vivermos em sociedade agir, falar vestir de acordo com a mesma, aprendemos a perceber e a vivenciar o mundo em que estamos inseridos, segundo Duarte Jr. (2004, p.26) nós nos tornamos indivíduos quando: Em decorrência de um processo educativo cujo principal veículo é a linguagem. Por ela aprendemos a ordenar o mundo numa estrutura significativa e adquirimos as “verdades” da comunidade onde devemos viver. Tal processo educacional primário –aprendemos a ser humano – é chamado de socialização, por alguns autores. A criança é socializada: adquire uma linguagem e, com ela, uma determinada forma de falar, pensar e agir, segundo a cultura em que está.
  • 15. 14 Em contato com a sua comunidade o homem aprende de uma maneira informal através das experiências vividas com outras pessoas, e de uma maneira formal por meio principalmente da escola. Estamos inseridos em uma sociedade “civilizada”, capitalista que prioriza a produção de bens de consumo e que é dividida em classes onde se instalam situações de diferentes formas de exploração e opressão, se constituindo uma relação de dominantes e dominados. A instituição escolar é um local responsável pela transmissão dos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos em uma sociedade às novas gerações, portanto todo conhecimento que seja considerado importante para se manter a sistema capitalista será ensinado nas instituições escolares de acordo com Brandão (2002, p.67): “(...) ‘o fim da educação’ são os interesses da sociedade, ou de grupos sociais determinados, através do saber que forma a consciência que pensa o mundo e qualifica o trabalho do homem educado”. Os conhecimentos durante muito tempo não foram transmitidos igualmente, os filhos das pessoas de classes dominantes iam a escola aprender a pensar, restando aos filhos das classes dominadas aprenderem execução de tarefas. Com o ensino de arte, não foi diferente, a mesma para a elite brasileira era vista como sinônimo de status, por outro lado os filhos de pessoas das classes mais pobres aprendiam o ofício da arte para o sustento de sua família futuramente. Na modernidade os conhecimentos importantes são aqueles fornecidos pela ciência. Os conhecimentos científicos tornaram-se a pedra fundamental do saber e agir humano e a razão por sua vez trasformou-se o pilar básico dessa sociedade. O sistema capitalista se institui e se fortalece no contexto da idade moderna e a lógica de funcionalismo desse sistema entra nas escolas inspirado por um discurso tecnicista implantado nas fábricas no auge da industrialização tendenciando o fortalecimento aos processos de homogeneização. E como escola não é uma instituição separada da sociedade age a partir desses princípios capitalistas. Nessa perspectiva Duarte Jr. (2004, p.31) nos diz: (...) as escolas se orientam no sentido do conhecimento objetivo, racional da vida. De certa forma, a escola se dirige atualmente à transmissão de conhecimentos tidos como ‘universais’, isto é, validos para qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo. A escola tem como função a comunidade de fórmulas científicas que, espera-se
  • 16. 15 habilitem o sujeito a conhecer racionalmente o mundo e nele operar produtividade. A sociedade em si necessita de mão-de-obra especializada para atender as necessidades exigidas pelas grandes empresas existentes é nada melhor do que se utilizar da educação para “preparar” essas pessoas para exercer a função em que lhes for designada, conforme Bobbit (apud SILVA, 2001,p.23) ao escrever sobre o currículo“ propunha que a escola funcionasse da mesma forma que qualquer outra empresa comercial ou industrial” assim as escolas seriam grandes moldes de empresas. Segundo Althusser ( apud SILVA, 2001, p.31) para que o sistema capitalista continue vigente em nossa sociedade e não seja contestado se faz necessário que instituições reproduzam as “maravilhas” deste sistema, seja através de ideologias ou da repressão ao dizer que: A permanência da sociedade capitalista depende da reprodução de seus componentes propriamente econômicos (força de trabalho, meios de produção) e da reprodução de seus componentes ideológicos. Além da continuidade das condições de sua produção material, a sociedade capitalista não se sustentaria se não houvesse mecanismos e instituições encarregadas de garantir que o status quo não fosse contestado. Isso pode ser garantido através da força ou de convencimento, da repressão ou de ideologia. Assim continuaremos seguindo um modelo empresarial onde cada indivíduo tem a sua função, atividades são realizadas de maneira individual, mecânica e sistematizadas, e esse modelo e apresentado e inserido nas instituições escolares. Nas escolas encontramos currículos fragmentados, cada disciplina tem horário para começar e terminar, é são classificadas por importância, portanto as mais importantes têm mais tempo, os conteúdos também são fragmentados mesmo que estejam correlacionados, a hora do recreio também os alunos podem liberar um pouco as suas emoções através de conversas e brincadeiras mais ao soar o sino todos deverão voltar para a classe e assumir as suas funções tudo devidamente cronometrado.
  • 17. 16 Nesse sentido a escola tem funcionado com aparelho ideológico do estado, lançando mão de instrumentos tecnicista que nascem num contexto de produção de uma ciência com uma concepção de valores de um sistema capitalista. Diante do que expusemos a acerca da estrutura escolar atual onde se encaixaria o sentir, as emoções dos educandos? Como expressar o que sentimos em uma ”rede” organizada para treinar pessoas, a saber, e agir de forma racional quase que mecânica. No sistema capitalista a instituição escolar vem como uma grande formadora profissionais, onde os alunos são depositados e treinados a copiar respostas prontas, resultando então na enorme valorização dada a razão e esquecendo-se da emoção. Acabamos por não termos espaço para a criação copiamos e repetimos ”verdades” impostas pela sociedade em que vivemos. O autor Duarte Jr. (2004, p. 24) compara a escola a uma caixa de Skinner quando diz: “(...) A campainha toca, os alunos se sentam e passam a escrever um sem-números de palavras, cuja significação não compreender bem”. Em seu livro Desenvolvimento da Capacidade Criadora, Lowenfeld também comenta sobre a grande valorização que a escola vem dando ao desenvolvimento intelectual uma ênfase em detrimento da emoção e da sensibilidade quando diz: Em nosso sistema educacional a maior ênfase incide sobre a aprendizagem da informação dos fatos. Em grande escala, a aprovação ou reprovação num exame ou curso a passagem de ano ou mesmo a permanência na escola depende do domínio ou da memorização de certos fragmentos de informação os quais já são conhecidos do professor. Assim, a função do sistema escolar parece consistir em criar pessoas que possam armazenar fragmentos de informações e depois possam repeti-los a um sinal dado. (Lowenfeld, 1989 p. 15) Não estou querendo afirmar que o desenvolvimento intelectual da criança não seja importante, mas o que coloco em questão é esse sistema que busca o desenvolvimento através de acúmulo de informações que para o educando não faz sentido algum formando segundo Larrosa (2001, p. 02) sujeitos de informação: (...) O sujeito da informação sabe muitas coisas passa seu tempo buscando informação, o que mais o preocupa é não ter bastante informação, cada vez sabe mais, cada vez mais, cada vez esta melhor informado, porém com essa obsessão pala informação e pelo saber(mas saber não no sentido de ‘sabedoria’, mas no sentido de estar ’informado)o que consegue é que nada lhe aconteça.
  • 18. 17 Um sistema mecanizado onde todos devem estar prontos em suas carteiras a darem respostas “certas” quando forem solicitados pelos professores sem levar em consideração os seus sentimentos, emoções e experiências e acima de tudo sem incentivá-los a buscar respostas, a questionar, a exprimir os seus sentimentos construindo assim o seu conhecimento. O ensino de arte deveria ser nestas escolas uma área que auxiliasse os educandos na construção dos seus conhecimentos, mais acabou por se tornar uma matéria sem importância, aplicadas por professores que não tem nenhum conhecimento na área ou precisam completar a sua carga horária. Segundo Duarte Jr. (2004, p.12): A arte-educação não significa o treino de alguém para se tornar artista, não significa a aprendizagem de uma técnica, num dado ramo das artes. Antes, quer significar uma educação que tenha arte como uma de suas principais aliadas. Uma educação que permita uma maior sensibilidade para como mundo que cerca cada um de nós. O ensino de arte vem para trazer emoção para o currículo tão racionalizado, somos seres humanos, portanto somos constituídos de razão e emoção, e a arte proporciona trabalhar este lado emocional, quer trabalhar a compreensão do mundo em que se vive olhado com os olhos da emoção, dos sentimentos. A realidade do ensino de arte não é um fato recente, é uma história que acontece há vários anos na educação brasileira e que agora teremos a oportunidade de conhecer. 1.1. A trajetória do ensino da arte na história brasileira Uma retrospectiva, na história do ensino de arte no Brasil nos ajudará a compreender que a educação sempre foi uma das grandes máquinas de dominação a serviço da elite e que o ensino de arte serviu e serve para que a mesma continue. Desde a colonização o povo brasileiro foi vítima de um sistema castrador mais em algumas épocas lutou e conseguiram liberdade para exprimir os seus ideais.
  • 19. 18 Como estou falando de arte vamos nos utilizar da nossa imaginação e voltar alguns anos no tempo exatamente no ano de 1530 quando a colonização iniciou-se em nosso país. O Brasil era um país repleto de animais, florestas e águas cristalinas, junto com esta paisagem viam-se também diversos índios em suas tarefas cotidianas e os famosos colonizadores ocupadíssimos em dividir as terras em capitanias hereditárias mantendo os indígenas como escravos. Essa visão tornar-se-ia completa com a chegada dos padres jesuítas e o seu trabalho pedagógico e missionário que segundo Biasoli (2004, p.47) tinha dois objetivos: o primeiro era pregar a fé católica seguido pela garantia da unidade política, por meio da educação, a arte seria um instrumento fortíssimo para conseguir atingi-los. Da cultura indígena sempre faz parte a música, dança e a pintura, para esse povo a arte representava o seu modo de ser e viver e foram implantando cantos católicos, danças litúrgicas e dramatizações com textos bíblicos que os jesuítas dominaram os índios e impuseram a sua cultura. (BRANDÃO 1984, p.20). Em 1759 os jesuítas foram expulsos do cenário brasileiro por Marques de Pombal, agora era ele quem dava as “cartas” por aqui, cartas estas que reduziu o ensino da arte ao simples ensino de desenho e “aulas régias”. Brinquet (apud BIASOLI 2004, p. 50) descreve como sendo “aulas que se constituíam no primeiro tipo de ensino público, eram classes esparsas e as avulsas dadas por professores pagos pelo governo e não obedeciam a nenhum plano estabelecido” ao relacionar com os dias atuais notem que o descaso com que a aula de arte é tratada atravessa séculos. A arte também estava presente no ano de 1808, quando chegou ao Brasil o rei de Portugal com seus imensos barcos atracados em nosso porto fugindo das ameaças de Napoleão Bonaparte. O rei chegando aqui tratou de realizar logo diversas mudanças principalmente no setor cultural criando a Imprensa Régia, a Biblioteca Pública, Museu Real entre outros. A educação sofreu transformações e com ela o ensino de arte, foi implantando nessas aulas o ensino de ofícios artísticos e mecânicos criados segundo modelos vindos de Paris de acordo com Biasoli (2004, p.52) e assim
  • 20. 19 percebe-se que bastante antiga a prática de se aplicar modelos internacionais na educação brasileira sem levar em consideração a sua cultura. No período Imperial uma missão Francesa chega ao Brasil com o seu estilo Neoclássico e o projeto de montar uma escola de arte destinada as elites brasileiras, restaram às classes populares aulas de arte realizadas através de exercícios formais na educação primária e secundária. O trabalho manual sempre foi muito discriminado por ser uma prática de artesãos, mas segundo Barbosa esse conceito foi mudando quando passou a significar ser um símbolo de refinamento para as elites quando diz: Uma vez que a arte como criação, embora atividade manual, chegou a ser moderadamente aceita pela sociedade com o símbolo de refinamentos, quando praticada pelas classes abastadas para preencher as horas de lazer, acreditamos que, na realidade, ‘o preconceito contra a atividade manual teve uma raiz mais profunda, isto é, o preconceito contra o trabalho, gerado pelo hábito português de viver de escravos’. (BARBOSA, 2005 p.27) Para a elite brasileira a arte se tornou na prática de lazer, apreciação do belo e símbolo de status conceito ainda bastante forte em nossa sociedade e para a população o ensino de arte seria ao mais um meio de mecanizar as pessoas. No período republicano período marcado pela instituição da primeira constituição em 1891 e pelos partidos liberais o ensino de arte foi alvo de uma disputa de ideais entre liberais e positivistas, os liberais liderados por Rui Barbosa acreditavam que através do ensino de arte a população poderia se tornar capaz de exercer atividades profissionais por meio de ensino artístico, já os positivistas tinham a convicção de que o ensino da arte poderia educar a mente, Biasoli (2004, p. 57), nos explica melhor quando diz: Na concepção positivista, a arte é considerada um veículo poderoso para desenvolver o raciocínio e, ensinada pelo método positivo subordina a imaginação à observação, possibilitando a identificação das leis que regem as formas (...). ‘Já os liberais deslumbrados com a indústria norte-americana lutam a favor da resolução industrial no país e da conseqüente capacitação profissional de seus cidadãos, enfatizando o ensino artístico técnico voltado para o desenho geométrico’.
  • 21. 20 Concluindo este trecho da história obtivemos como resultado a implantação nas escolas do desenho geométrico juntamente com a cópia a arte servindo como instrumento de capacitação de pessoas para o trabalho. A década de 1920 foi uma época em que considero um momento importante na educação brasileira à mesma foi contagiada por educadores intelectuais verdadeiramente sedentos de uma melhoria no sistema educacional e junto com este estava o ensino de arte. A psicologia experimental, método americano, foi aplicada em escola experimental brasileira e supervisionado por pesquisadores acreditava-se que a arte não era algo que se podia ser ensinado e sim expressado com base na imaginação da criança. Nessa fase muitos são os intelectuais que se interessam pelo desenvolvimento infantil através da arte mais foi por meio dos ideais de Mário de Andrade e Anita Malfatti que a arte infantil começou a ser valorizada e em 1948 a primeira escolinha de arte foi criada por Augusto Rodrigues, porém todo esse sonho de transformação é interrompido pela era Vargas. Uma época em que pessoas eram impedidas de se manifestarem de toda e qualquer maneira, que para os olhos do governo parecesse suspeita. Assim foi este período marcado por conflitos e pela diminuição de professores interessados em escrever sobre o ensino de artes, Augusto Rodrigues não se deixa abater e com a sua escolinha continua oferecendo aulas de desenho e pintura a crianças e jovens desenvolvendo a auto-expressão ganhando reconhecimento de artistas e educadores, mais tarde essa escola se tornaria também um centro de treinamento de artes. De acordo com Biasoli (2004, p.66): A repercussão das práticas desenvolvidas leva o Governo Federal a permitir, depois de 1958 a criação de classes experimentais de arte nas escolas primárias e secundárias. Até alguns convênios são formados com instituições de ensino privado para reparar professores interessados numa educação criativa. O ensino de arte, mais uma vez ganha a atenção dos governantes, mas continua a ocupar o cargo de complemento, uma distração para alunos nas horas vagas.
  • 22. 21 O período que começa no governo de Juscelino Kubitschek (1955 – 1960) e vai até o governo de Getúlio Vargas, com o golpe militar em 1964, marcou duramente a nossa educação principalmente no que se refere ao ensino da arte. O decreto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 é instituído no Brasil e com ela nasce na Universidade de Brasília o desejo de se estudar, o ensino de arte estudo esse que é marcado por diversos debates e discursos a cerca da área mais que infelizmente são interrompidos por causa das mudanças políticas de 1964, época em que artistas são proibidos de expressar os ideais e que o ensino de arte continuou sendo relegado ao conceito de atividade extra classe. O ensino de arte com LDB. Nº 5692/71 torna-se obrigatória nas escolas, depois de tantas lutas iniciadas desde a década de 20, mas não do jeito que se imaginava, segundo Duarte Jr. (2004, p. 80). Na escola oficial a arte sempre entrou pela porta dos fundos e, ainda assim de maneira disfarçada. Teve ela de se disfarçar tanto que se tornou descaracterizada deixou de ser arte. Virou tudo: desenho geométrico, artes manuais, artes industriais, artes domésticas e etc. Tudo menos arte. Na realidade a arte na Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71 veio novamente como instrumento de produção de mão-de-obra para as grandes empresas só que agora garantida por lei na instituição escolar, o ensino de arte foi relegada às disciplinas menos importantes seguindo um currículo tecnicista. Os educadores por sua vez tinham que fazer um curso de habilitação de dois anos mais por não dominarem todas as linguagens artísticas (plásticas, teatro, música etc.) tentava ensiná-la de uma maneira superficial, de acordo com o PCN (2001, p. 29). Os professores de Educação Artística, capacitados inicialmente em cursos de curta duração, tinham como única alternativa seguir documentos oficiais (guias curriculares) e livros didáticos em geral, que não explicavam fundamentos, orientações teórico-metodologicas ou mesmo bibliografias específicas. Durante o final da década de 70 e começo da década de 80 iniciou-se o movimento Arte-Educação que visava conscientizar e organizar grupos de
  • 23. 22 professores de arte tanto da educação formal quanto informal para discutir sobre a valorização e aprimoramento do profissional dentro da instituição escolar, o movimento ganhou força e diversos eventos foram realizados para rever a posição da arte nas escolas segundo BIASOLI (2004, p. 76) Em 20 de dezembro de 1996 foi instituída no Brasil a Lei de nº 9394/96, na qual consta que: “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. (PCN, 2001, p. 30) Depois de uma década de instituída a LDB nº 9394/96 continuou sendo ensinada com os mesmos objetivos e métodos, os alunos continuaram sentados em suas carteiras assistindo a duas horas de aula (no máximo) semanais compostas por conteúdos geralmente artes plásticas (pinturas e desenhos) ou desenho geométrico a serem reproduzidas pelos alunos. Agora relembremos nossos tempos de escola. Todos nós temos lembrança do que passamos na escola algumas boas e outras ruins, o recreio, os colegas e os professores e principalmente as aulas, algumas consideradas de extrema importância pela escola como a aula de Português e Matemática e outros menos importantes Educação Física e Educação Artística, mais quero especificamente falar das aulas de Educação Artística, aulas que para alguns alunos são sinônimos de divertimento para outros de bagunça. Essas aulas se caracterizavam por acontecerem na sexta-feira para alunos do Ensino fundamental I, dia em que o aluno só permanece na escola metade do tempo normal que é preenchido com desenhos mimeografados de alguns personagens de datas comemorativas que segundo Duarte Jr. (2004,p.82) “esconde uma sutil imposição de valores e sentidos”. Outra atividade comum, que ocorre nas aulas de Artes e o famoso papel ofício em branco aonde o aluno irá “desenvolver” a sua criatividade usando lápis comum, borracha e lápis de cor (se tiver) ao seu término o aluno guarda o seu criativo desenho e leva para casa com um pequeno visto da professora ou uma mensagem: Que lindo!
  • 24. 23 Com o Ensino Fundamental II não é diferente com a proximidade de datas comemorativas pedi-se aos alunos que confeccionem: cartazes, cartões, pequenos objetos manuais e até livros com dicas de como se devem dançar determinados estilos de músicas, tudo com um padrão estético determinado pelo professor. Na escola que estudei passei por todos os processos citados acima e confesso que na época achava divertido às vezes meio boba confeccionando todos os anos, um caderno onde teria que escolher um estilo de música, fazer desenhos de pessoas dançando aquela música e escrever abaixo como fazer para dança - lá. Ensinar a disciplina arte me pareceu menos importante ainda, pois trabalhar com a mesma implica em ter que programar aulas e não cumpri-las, já que naquele dia foi marcada uma reunião bem no meu horário da aula de arte. Para nós professores da disciplina cabia: decorar a escola em datas comemorativas assim como organizar peças teatrais e coreografias para festas juninas e de finais de ano com uma ou duas aulas por semana, começar os famosos trabalhos manuais e não terminá-los porque o sinal tocou e a próxima aula é mais importante, sem esquecer das aulas de recuperação que deveriam ser feitas com antecedência para não atrapalhar os alunos no seu estudo das matérias mais importantes. Foi observando estas duas realidades (como aluna e “professora”) que comecei a concordar com PORCHER (1989, p. 13) quando diz que:...”A Educação Artística divide com a Educação Física o privilégio de serem rejeitadas, explicitamente ou não, ao se ingressar no território da escola”. As aulas de arte são consideradas muitas vezes uma verdadeira piada entre alunos e professores de outras disciplinas isso é revoltante tendo em vista a importância da arte para as nossas vidas. Diante deste quadro percebo que a escola através das aulas de arte não tem contribuído com o desenvolvimento do educando de uma maneira que o mesmo possa expressar-se artisticamente de acordo com os seus sentimentos, emoções e experiências construindo os seus conhecimentos de forma crítica e reflexiva, agindo e interagindo com mundo em que vive.
  • 25. 24 Baseado neste problema sinto-me instigada a investigar primeiro sobre qual a concepção que os discentes do Colégio Estadual Teixeira de Freitas têm sobre o ensino de arte na escola e qual a importância do ensino de arte para os mesmos e assim alcançar os meus objetivos que são: Perceber qual a concepção que estudantes têm sobre o ensino da arte; Identificar qual a importância da mesma (arte) para estes. Pretendo ter como conceitos-chave: A Arte do contexto social ao educacional; a arte-educação instrumento importante na formação do educando e a formação dos professores em arte, para ao final desta pesquisa reunir algumas questões, que possam contribuir com o trabalho de futuros pesquisadores acadêmicos, assim como trazer provocações, sobre o ensino da arte no espaço escolar pretendendo interagir com educação, arte-educação e comunidade em geral interessada pelo tema sobre as questões pertinentes.
  • 26. 25 CAPÍTULO II A ARTE NA ESCOLA 2.1 A arte do contexto social ao educacional Escrever sobre arte e não citar a presença da mesma na sociedade ao longo dos anos poderia parecer sem lógica, já que desde o início da sua existência o ser humano produziu e produz arte como uma forma de satisfazer as suas necessidades no meio social, necessidades essas que mudaram de acordo com o processo de desenvolvimento humano e acompanhando este processo mudou-se também o objetivo de fazer arte, como nos diz Sauders (1998, p.130): A arte é um fenômeno cultural, inventada há milhões de anos pelos seres humanos para satisfazer algumas de suas necessidades. Como as necessidades mudam através dos séculos, assim também mudaram os objetivos da arte. A autora Barbosa (2007, p.10) também afirma que a arte está inserida na sociedade quando diz que: Apesar de ser um produto da fantasia e da imaginação, a arte não está separada da economia, política e dos padrões sociais que operam na sociedade. Idéias, emoções, linguagens diferem de tempos em tempos e de lugar para lugar e não existe visão desinfluenciada e isolada. Para estes dois autores a produção de arte está ligada à sociedade e seus objetivos mudam de acordo com as transformações ocorridas neste meio mesmo que seja um produto imaginário, as obras de arte produzidas sejam elas arte visual, música, dança e teatro ao longo de milhões de anos sempre esteve relacionado à sociedade, conforme SAUNDERS (1998, p.14) ”Um dos mais antigos objetivos da arte era o de manter viva a história dos povos como parte de sua sobrevivência”.
  • 27. 26 Para arte já foi dada várias significações, em alguns períodos da história a arte era produzida para a realização de rituais mágicos ou com fins religiosos os egípcios, por exemplo, acreditavam que o homem poderia obter a felicidade após a morte através de objetos de arte, segundo Janson (1996, p.24): (...) o homem pode obter sua própria felicidade após a morte, equipando sua sepultura com uma espécie de replica sombria de seu ambiente cotidiano para o prazer de seu espírito, o Ka, e assegurando que o Ka1 viesse a ter um corpo para habitar (seu próprio cadáver mumificado ou como substituto uma estátua de si próprio). Em outras épocas em diferentes contextos históricos que o significado da arte vai ganhando outros sentidos em povos a utilizaram como um meio de decoração, de acordo com Sauders (1998, p.131): A arte era usada para a indústria. Os gregos e os romanos serviram- se dela para fins religiosos e também na decoração de suas paredes, em pequenos apartamentos onde jardins eram pintados para dar a impressão de se estar ao ar livre. Atualmente descrever o significado da arte para a sociedade em que vivemos é um tanto complexo, já que estamos repletos de informações, de acordo com Sauders (1998, p.136), vivemos em um mundo com: (...) sistema sócio-politico-econômico e a confusão com os valores éticos, morais e espirituais, o desequilíbrio entre os que tem e os que não tem as pessoas de estômago cheio as de estômago vazio, as sociedades tribais vivendo ao longo das civilizações industriais; as nações industrializadas partindo para a era espacial a constante ameaça de uma auto destruição e a auto matização desrespeitando a vida humana. As diferenças culturais, sociais e econômicas no mundo sempre existiram, mas no momento atual parecem estar mais acentuadas e visíveis a todo o mundo causando certo desconforto no que se refere a conviver com tudo isso, os artistas do século XX e XXI através das suas obras vêm fazer comentários críticos e sociais. 1 Réplica do ambiente onde o falecido vivia construída na sepultura.
  • 28. 27 É assim nos perguntamos o que seria arte? Como ela consegue atravessar o tempo independente da cultura, política e econômica que esta vivendo determinada civilização? A autora FREITAS (2006, p.4) define arte “como um trabalho de pensamento, um pensamento emocional e específico que o ser humano produz com relação ao seu lugar no mundo”. E assim a arte seria então uma forma de entender e de se expressar de uma maneira íntima, pessoal, emocional e racional ao mesmo tempo através da arte o ser humano pode expressar o seu papel no mundo em que vive assim como liberar essa expressão para outras pessoas através do seu trabalho artístico. Conforme Fischer a arte não só é uma forma de liberação emocional mais também auxilia o homem a compreender esta realidade a suportá-la e por fim a transformá-la quando diz: Só a arte pode fazer todas essas coisas. A arte pode elevar o homem de um estado de fragmentação a um de ser íntegro total. A arte capacita o homem para compreender a realidade e o ajuda não só a suportá-la como a transformá-la, aumentando-lhe a determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade. A arte, ela própria é uma realidade social. (1987, p.56- 57) Inspirada por este campo epistemológico o PCN (2001, p.45) de arte interage com esta definição de Ernest Fischer ao entender que a arte é: (...) um modo privilegiado de conhecimento e aproximação entre os indivíduos de culturas distintas, pois favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças expressas nos produtos artísticos e concepções estéticas num plano que vai além do discurso verbal. Por outro lado DEHEINZELIN (1993, p.91) não se arrisca a tentar definir arte, ela declara que “arte é um vasto campo de conhecimento humano, certamente o mais misterioso e belo de todos.” A autora percebe a arte como sendo um campo misterioso que nos convida a usufruirmos das suas maravilhas. De acordo com Barbosa (apud FREITAS 2006, p.01) por meio da arte o ser humano percebe o ambiente em que vive e age sobre ele ao dizer que:
  • 29. 28 Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada. Descoberta as maravilhas que a arte proporciona ao ser humano ajudando-o a compreender e transformar o mundo que o cerca, assim como a apreciar e respeitar a arte de outras culturas ficará fácil compreender o porquê da mesma (arte) ter sido introduzida no currículo da instituição escolar, já que a escola visa formar pessoas capazes de compreender, agir e interagir na sociedade de uma forma crítica e reflexiva, DUARTE JR. (2004, p.66) diz que: ”a arte não possibilita apenas um meio do mundo dos sentimentos, mas também a sua educação”. Por mais que falemos o quanto à arte no ambiente escolar é importante, e que a mesma tenha o seu lugar nos currículos das escolas brasileiras garantido pela Lei de nº9394/96, a arte continua sendo vista como uma disciplina sem importância e com uma atividade de entretenimento para os educandos entre uma disciplina e outra considerada mais importante. O descaso que presenciamos nas instituições escolares em relação à arte em educação é um reflexo de um processo histórico contado no primeiro capítulo deste trabalho onde o ensino de arte era privilegiado apenas das classes dominantes e quando as classes mais pobres tiveram a oportunidade de conhecê-la, a mesma foi modificada sendo aplicada de forma mecânica e técnica. Segundo DUARTE JR. (2004, p.29) “com o processo de civilização não houve somente a divisão do pensar e do agir, as classes dominantes têm idéias, as dominadas as executam”. A sociedade atual é capitalista é tem como um dos seus pilares a racionalidade, o saber objetivo, não há tempo ou espaço para serem perdidos com subjetividades e expressões de sentimentos e emoções, diante desta realidade e de acordo com Duarte Jr. é normal que as escolas se orientam no sentido de preparar os cidadãos para atuarem nas mesmas:
  • 30. 29 (...) o fim último de nosso ensino sempre foi a produção de mão-de- obra: o adestramento do individuo para exercício de uma profissão(técnica) lá fora, no mercado de trabalho. Nunca tivemos, por aqui uma educação humanista, pois ela não interessa ao modelo industrialista de desenvolvimento adotado por nós. A escola sempre foi vista como linha de produção em que se fabricam indivíduos mecanicamente adaptados as exigências do industrialismo.(DUARTE JR.,2004, p.80) O ambiente escolar ganha a função de uma grande produtora de mão-de- obra para o mundo, todo aquele que entrar na mesma será treinado a reproduzir respostas e entregá-las quando se for necessário. As aulas de artes tornaram-se mais um meio de mecanização do trabalho humano com os seus desenhos prontos, cópias de quadros famosos, apresentações de teatro em datas comemorativas. Segundo Barbosa (1998, p.82) esta é uma realidade presente tanto em escolas públicas quanto particulares quando declara que: (...) o estilo da arte escolar é o mesmo, tanto em escolas particulares quanto nas públicas, apesar do uso de material mais diversificado nas primeiras. Atividades são em geral centralizadas em trabalhos de ateliê e subordinadas mesmo uso do ‘pseudo-original’ de sucata, aos mesmos temas convencionais, aos mesmos símbolos culturais e comerciais (natal, Dia das mães etc..) à mesma relação, supostamente nova entre expressão pictórica ou expressão plástica e dramatização. Em nossas escolas sejam elas públicas ou particulares o material apresentado em matéria de arte-educação nada mais é que metodologias antigas com novas roupagens são materiais didáticos utilizados há décadas com uma linguagem atual e desenhos coloridos de acordo com BARBOSA (1998, p.83). Essa é a realidade contada é conhecida por todos os freqüentadores de uma sala de aula nas aulas de arte. Mas como seria uma verdadeira arte-educação? Como os alunos se beneficiariam com elas?
  • 31. 30 2.2. A arte-educação instrumento importante na formação do educando As aulas de educação artística para uma turma são sinônimos de atividades fáceis e horas de descontração. Este é o momento que o aluno encontra para se expressar mesmo que de maneira limitada, já que as atividades são meras cópias de modelos expostos pelos professores mais mesmos assim alguns tentam deixar traços individuais em seus trabalhos seja através de cores ou formas. Esse é o tipo de aula que geralmente causa certo desconforto nos professores da disciplina por se tratarem de aulas em que os alunos sentem-se mais livres para transitarem na sala e manterem conversas com os colegas, o docente tem a sensação de descontrole da turma, por isso de acordo com Strazzacappa dá- se prioridade a atividades de artes plásticas, já que os alunos têm que executá-las sentados: Os cursos de Educação Artística, cujo carácter ‘menos formal’ poderia possibilitar maior mobilidade das crianças em sala de aula, tendem a priorizar os trabalhos de artes plásticas (desenho, pintura e algumas vezes escultura), atividades onde o aluno tem que permanecer sentado. Embora a LDB 9394/96 garanta o ensino de Artes como curricular obrigatório da Educação Básica representado por várias linguagens (música, dança, teatro e artes visuais) raramente a dança, a expressão corporal, a mímica e o teatro são abordados, seja pela falta de especialista na área nas escolas, seja despreparo do professor. (STRAZZACAPPA 2007, p.2). Segundo Strazzacappa o ensino de arte na escola possui uma característica menos formal que possibilita maior movimento dos educandos em sala de aula, mais o que sempre se priorizou em sala foram os exercícios de artes plásticas algumas descritas acima pela autora, pois são atividades que o aluno executa sentado, portanto sem fazer barulho ou qualquer movimento. Nestas aulas o conteúdo restringe-se a copias de desenhos, decoração de sala de aula e confecções de cartões em datas comemorativas sob a supervisão e aprovação do professor de arte, tudo de acordo com os padrões de beleza estabelecidos por ele. Sobre isso Duarte Jr. nos diz que (2004, p.86):
  • 32. 31 (...) A imitação e o adestramento atingem aí, raias do delírio, pois o que importa, para muitos professores, é o aluno seguir o modelo dado por eles. É copiar a ‘arte’ proposta pelo mestre: fazer um desenho igual ao que está na lousa, pintar uma figura mimeografada, recortar contornos já traçados, escrever um poema baseado em outro dado etc. Com modelos de aulas como este o ensino de arte vem sendo desenvolvida de maneira incompleta ou totalmente incorreta, conforme Fusari e Ferraz (2000, p.16) quando diz: Na prática, a educação Artística vem sendo desenvolvida nas escolas brasileiras de forma incompleta, quando não incorreta. Esquecendo ou desconhecendo que o processo de aprendizagem e desenvolvimento do educando envolve múltiplos aspectos, muitos professores propõem atividades às vezes totalmente desvinculadas de um verdadeiro do ensino de arte. Mas se o que se tem visto nas salas de aula não são aulas de arte como seriam então? O que seria arte-educação? Antes de obtermos definições sobre o que seria arte-educação considero importante sabermos como surgiu esta terminologia arte-educação e qual a sua significação, conforme Biasoli (2004, p.87): A arte-educação constituiu, no Brasil, um movimento surgido no final da década de 1970, organizado fora da educação escolar, que buscava novas metodologias de ensino e aprendizagem da arte nas escolas por meio de uma concepção de ensino de arte com base numa ação educativa mais criadora, mais ativa e que envolvesse o aluno de forma mais direta, mais correta. Atualmente o termo é conhecido pela maioria das pessoas envolvidas com o ensino de arte, que se denominam arte-educadores, estes por sua vez buscam através de conhecimentos melhorarem a sua prática pedagógica. Agora o que seria arte-educação? O autor Duarte Jr. (2004, p.72) nos expõe o que seria uma real arte-educação ao dizer que: (...) arte-educação não significa o treino para alguém se tornar um artista. Ela pretende ser uma maneira mais ampla de se abordar o fenômeno educacional considerando-o não apenas como transmissão simbólica de conhecimento, mais como um processo
  • 33. 32 formativo do humano. Um processo que envolve a criação de um sentido para a vida, e que emerge desde os nossos sentimentos peculiares. O autor pontua que arte-educação vem como um meio de formar os indivíduos, não como uma transmissão de conhecimentos onde o professor ensina e aluno aprende, mas dá a arte em valor formativo, a arte para ser útil na educação precisa dar ao aluno a oportunidade de criar e lidar com os seus próprios sentimentos. Conforme LOWENFELD (1989) a escola foi dada a função de transmitir aos alunos informações fragmentadas e estas informações deveriam ser repetidas a um sinal dado para Duarte Jr. a arte-educação não é verdadeira se ocorrida em um sistema educacional como esse descrito por Lowenfeld. Uma outra autora que nos ajudaria a compreender o conceito de arte- educação seria Freitas (2006, p.1) quando diz que: A arte-educação enquanto conhecimento a ser construído, linguagem a ser experimentada e fruída, a expressão a ser externalizada e refletida estaremos considerando a arte como área de conhecimento com características únicas e imprescindíveis ao desenvolvimento do ser humano. Um ser dotado de uma subjetividade, que não pode ser ignorados no processo de ensino e aprendizagem da arte que tanto busca quebras de dicotomias. Ao definir arte-educação Freitas acredita que arte é uma área de conhecimento que precisa ser construída, mais que se experimentada no ambiente escolar proporciona ao educando o desenvolvimento de características únicas do ser humano, portanto trabalhar arte em modelo escolar onde os discentes ficam em suas carteiras com a função de armazenar informações como foi descrito por Lowenfeld seria inexeqüível. A autora ASSIS (2001, p.14) define arte-educação como “um instrumento poderoso de organização do individuo no seu tempo e em seu meio. Ela instiga sua intuição na medida em que reconhecendo as necessidades, lhe propõe elementos para especulações dos seus sentidos”.
  • 34. 33 Na opinião de Fusari e Ferraz (apud BIASOLI, 2004, p.87) a arte-educação vem para valorizar o professor de arte e colocar em discussão a maneira de realizar o seu trabalho em sala de aula, ajudando assim na conscientização sobre a sua importância profissional e política na sociedade. O PCN (1998, p. 19) de arte vem nos dizer que ao se produzir arte e conhecer produções de outras culturas, os educandos terão a oportunidade de compreender a variedade de valores que orientam as diversas sociedades enriquecendo e diversificando a sua imaginação além é claro dele (aluno) se perceber na sociedade como um agente transformador, ao dizer que: Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir como os da sociedade. Trata-se de criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer o entendimento da riqueza e diversidade da imaginação humana. Além disso, os alunos tornam-se capazes de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo e decodificando formas, sons, gestos, movimentos que estão à sua volta. O exercício de uma percepção crítica das transformações que ocorrem na natureza e na cultura pode criar condições para que os alunos percebam o seu comprometimento na manutenção de uma qualidade de vida melhor. Com tantas oportunidades de conhecimento e desenvolvimento propostas pelo conceito de ensino de arte, se incluído corretamente na sala de aula teremos educandos, mais sensíveis ao que acontece no mundo em que os rodeia e também mais aberto no que se refere à disponibilidade de aprender, pois segundo LOWENFELD (1989, p.17 e 18 ) O homem aprende através dos sentidos. A capacidade de ver, sentir, ouvir, falar e saborear, proporciona os meios para estabelecer uma interação do homem e o meio (...) Os programas das escolas tendem a descuidar do simples fato de que o homem –e também a criança - aprende através dos cinco sentidos. O desenvolvimento da sensibilidade perceptiva deveria pois converter –se em uma das partes mais importantes para desenvolver a sensibilidade e maior a capacidade de aguçar todos os sentidos, maior será, também a oportunidade de aprender. De acordo com ASSIS (2001, p.15) o refinamento dos sentidos será possível através da interação entre programa-educador-educando baseado em
  • 35. 34 pilares que são: o pensar arte, saber arte, fazer arte e crescer com arte, a autora nos diz que um programa bem elaborado com um professor que se preocupe com seus alunos e esteja interado com os mesmos e de fundamental importância para se tornar o que ela chama de “um indivíduo pleno”. No campo de conhecimento em arte-educação atualmente contamos com pesquisadores empenhados em desenvolver trabalhos para auxiliar o professor em sua prática em sala de aula Ana Mae Barbosa, doutora nesta área desenvolveu a proposta Triangular. Segundo a autora a proposta surgiu como uma forma de aproximar o ver do fazer, “a triplicação para a aprendizagem da arte o fazer pelo ver ou contextualizar” BARBOSA(acessado em 2008,p.5), a proposta triangular surgiria em um contexto onde os educadores da área estavam com medo de levar a cópia para a sala, mais esta não se resumia a uma cópia, o aluno teria que ver a obra de arte, contextualizá-la e só depois produzir a sua própria arte, por isso foi chamada de proposta triangular pois está baseado em três pilares: VER, CONTEXTUALIZAR e FAZER. A proposta triangular traz para a sala de aula obras de arte para serem conhecidas, analisadas e para a partir daí os educandos produzirem as sua próprias obras de arte não como processo de cópia, mais de acordo com a sua visão e experiências individuais. O autor DUARTE JR. (2005, p.103) nos diz que a “através da arte somos levados a conhecer a nossas experiências vividas, que escapam à linearidade da linguagem”, portanto cada um tem a um jeito particular de observar, analisar e fazer arte, cada pessoa passa por diferentes experiências de vida e se de alguma maneira essas experiências sejam iguais cada ser humano tem um jeito único de significá-las. Segundo LEÃO (2003) essa proposta foi resultado de estudos realizados pela professora Babosa com referência em trabalhos desenvolvidos por pesquisadores ingleses e americanos preocupados com um currículo que visasse não só o desenvolvimento do aluno, mas também as suas necessidades e os seus interesses deixando assim de ser uma aula incompreendida ou um mero passatempo.
  • 36. 35 Arte na educação não só pode modificar o ser humano, como pode também ajudá-lo na sua identificação cultural, segundo Barbosa (apud BIASOLI, 2004, p.91): A arte na educação como expressão pessoal e como cultura é um importante instrumento para a identificação cultural e o desenvolvimento. Pelas Arte, é possível desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade percebida e desenvolve a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada. Exposta as possibilidades que o ensino de arte abre e proporcionar ao educando discutiremos a seguir qual o papel do professor de arte neste contexto. 2.3. A formação de professores no ensino de arte Sempre ouvimos falar em preparação de professores para atuarem na educação básica. Quando preparados para atuar no Ensino Fundamental I muitas são as disciplinas que orientam o professor a buscar novas metodologias para o ensino das matérias consideradas importantes poucas são as vezes que o nome arte e mencionada ao longo dos cursos de formação de professores, especificamente no magistério2, uma talvez duas no máximo. Já os professores que irão atuar no Ensino Fundamental II a situação torna- se mais complicada com cargas horárias incompletas as aulas de Educação Artística servirão para preencher às vinte horas semanais e o famoso “tapa buracos“ e assim encontramos docentes despreparados no que se refere ao ensino de arte, de acordo com Duarte Jr.(2004,p.81-82): O próprio professor de arte é visto com um ‘pau pra toda obra’, como ‘ um quebra galho’. Frequentemente ele é obrigado a ceder suas aulas para aulas de reposição de outras disciplinas, quando não lhe é delegada a incumbência de ‘decorar’ a escola e os carros alegóricos para as festividades cívicas. Neste sentido faz-se totalmente inócua a disciplina educação artística já que toda a estrutura física, burocrática e ideológica da escola organizada na direção da imposição do cerceamento da criatividade. 2 Curso extinto pela LDB 9394/96 .
  • 37. 36 Quando não está ocupado com a decoração da escola, o professor de arte se ocupa em programar atividades para a turma uma atividade são aquelas já tão conhecidas de quem freqüentou uma aula de arte: desenho, recorte, colagem, reprodução de músicas, ASSIS (2001, p.10) nos diz que: “organizar atividades educativas que envolva as artes vai muito além da cópia e do colorir desenhos já prontos, da confecção de enfeites e da decoração da sala, da reprodução mecânica de músicas”. De acordo com Assis o professor de arte não estará organizando uma atividade realmente educativa desta forma, mais infelizmente é o que vemos acontecer em sala, devido um despreparo do professor que assume a disciplina, sem um curso de conhecimento na área, este professor aplica atividades que muitas das vezes ele mesmo no seu período escolar viu com os seus respectivos professores. Por muitas vezes o professor até tenta mudar as práticas vigentes a adotando e novas metodologias, objetivos estratégias e livros com edições renovadas, mais por falta de conhecimento na história do ensino de arte acaba levando para sala de aula práticas bastantes antigas apresentadas como novas, conforme nos diz Barbosa (1998, p. 81). A falta de conhecimento sobre o passado está levando os arte- educadores brasileiros a valorizarem excessivamente o ‘novo’..Tudo o que é considerado novidade é adotado entusiasticamente. Objetivos, métodos e estratégias supostamente ‘novos’ vêm sendo sucessivamente introduzidas nas salas de arte em que haja qualquer preocupação com sua inter-relação. Não se deve esquecer também que no quadro de docentes que lecionam na área de arte apenas um professor é responsável em trabalhar todas as áreas que compreendem a arte-educação, conforme Duarte Jr. (2004, p.82): (...) educação artística ‘compreende as áreas de música, teatro e artes plásticas’. Ocorre, porém, que é impossível formar-se um professor que domine integralmente as três áreas, e isto gera deficiências no trabalho efetivamente desenvolvido. O ideal seria, certamente a constituição de uma equipe de professores em que cada um se responsabilizasse por uma área especifica. Ideal talvez impraticável a contar o total abandono da educação em que estamos, em termos de verbas oficial.
  • 38. 37 Esta e a situação atual do professor de arte, mas o que é ser um professor e o qual o papel no ensino de arte? Segundo Fusari e Ferraz (2000, p.49) o professor de arte é um profissional que atua “através de uma pedagogia mais realista e mais progressista, que aproxime os estudantes do legado cultural e artístico da humanidade, permitindo, assim que tenham conhecimento dos aspectos mais significativos da nossa cultura, em diversas manifestações” o profissional que atua na área de arte deve estar consciente do seu papel e da importância do mesmo na formação do educando. Conforme Assis (2001, p.16): O professor, o arte-educador, portanto é o mediador do processo educativo na infância e adolescência e precisa estar apto a reconhecer a integridade destas questões e trabalhá-las primeiro em si próprio para que possa ver no outro, estar no outro e viver no outro, ou seja, para que possa, dentro das exigências da contemporaneidade, participar do processo do aluno. O arte-educador segundo Assis deve estar preparado para auxiliar o aluno no seu processo de educação mais para isso ele deve se preparar primeiro trabalhando todas as questões expostas pela autora só assim ele estará apto para iniciar o seu trabalho. Para que os discentes tenham uma verdadeira formação em arte dentro da educação os profissionais de ensino ligados à arte-educação têm que se prepararem na área, porque não se pode ensinar aquilo que não se sabe. Como um do/mnt/temp/oo/20120920202059/mono-120920152055-phpapp01.docente irá realizar o seu trabalho se não está preparado para tal? Conforme Fusari e Ferraz (2000, p.50) para o professor desenvolver um bom trabalho em arte-educação se faz necessário que o mesmo desenvolva ações como: Estudar, participar de cursos, buscar informações, discutir, aprofundar reflexões e praticas com os colegas docentes. É importante participar ainda das associações de professores de arte- educadores, o que contribui para a atualização e o desenvolvimento profissional e o político em todos os níveis de ensino.
  • 39. 38 A autora ASSIS (2001, p.16) nos diz que a aprendizagem cognitiva é importante aprendizagem esta que ela classifica como sendo “conhecimento e sensibilidade”, mais que outros itens como: princípios e qualidade, a criatividade e flexibilidade, paciência e sabedoria, alegria e coerência e por último discernimento e equanimidade são importantes também para essa formação. Mas só participar de atividades descritas acima não basta, freqüentar teatros assistindo a peças e musicais, ir a exposições de arte conhecendo as diferentes formas artísticas, bem como os artistas que produziram época , contexto, conhecer as artistas locais, regionais, nacionais e internacionais são atividades importantíssimas a serem praticadas pelo professor de arte para melhor auxiliar o educando em sala de aula. Biasoli (2004, p.109) pensa que: (...) se o professor pensar a arte como área específica do conhecimento humano, se identificar e dominar os conteúdos dessa área do conhecimento e se sua ação teórico-prática artística e estética estiver conectada com uma concepção de arte e com consistentes propostas pedagógicas, já não haverá aqueles obstáculos que tanto dificultam a prática educacional em arte e a elaboração de um corpo de conhecimento específico que realmente de sustentação a prática pedagógica do professor de arte. Com o sistema escolar que possuímos não podemos ter uma arte-educação cem por cento eficientes, mas se tivermos professores capacitados e sensíveis, conhecedores da área que estão atuando poderão melhorar o quadro da educação brasileira beneficiando assim os nossos educandos.
  • 40. 39 CAPÍTULO III TRILHA METODOLÓGICA A pesquisa aqui apresentada obteve como objetivo identificar a concepção e a importância do ensino de arte para os educandos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas, para isso buscamos ouvir a voz desses estudantes através de instrumentos de pesquisas que possibilitou ir a campo obter respostas que nos ajudou a desenhar a problematização. De acordo com Ander-Egg (apud LAKATOS 1990, p.15) a pesquisa “é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos e dados, relações ou leis em qualquer campo de conhecimento”. Conforme Lüdke (1986, p.1): Para de realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele. Em geral isso se faz a partir do estudo de um problema, que ao mesmo tempo desperta o interesse do pesquisador e limita sua atividade de pesquisa a uma determinada porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele momento. A pesquisa vem como um meio de esclarecermos a situação de um determinado problema. Através da pesquisa, questões referentes a um determinado assunto são reunidas e confrontadas com os dados colhidos ao longo do processo de busca. O problema deste trabalho surgiu a partir de vivências e inquietações pessoais, primeiro como educanda onde tive a oportunidade de construir os meus primeiros conceitos em relação a arte através de atividades de desenhos, recorte, colagem e pinturas, era um dos momentos mais prazerosos que sentia no ambiente escolar e que maravilha era pintar, desenhar e colar, estas eram as aulas mais esperadas da semana, nos sentíamos livres para transitar e conversar, era o nosso
  • 41. 40 momento onde a nossa individualidade era posta nos vários trabalhos sugeridos pelos professores de Educação Artística. Nesse sentido, numa perspectiva mais progressista da educação, essas atividades descritas são problematizadas e consideradas como atividades tradicionais, e de acordo com nossa atual compreensão elas realmente trazem essa perspectiva, ainda assim nos sentíamos bem com elas, por que pintávamos, colávamos, desenhávamos. A questão que se coloca não é a negação dessas atividades, a arte- educação que gostaríamos de dialogar, inspirada principalmente em Mae Barbosa e Duarte Jr. refere-se a uma arte que contribua com o desenvolvimento do educando, onde o mesmo possa com a ajuda do professor construir os seus próprios caminhos de conhecimento de uma forma crítica e reflexiva. A autora Barbosa, por exemplo, nos sugere uma proposta triangular que auxilia o aluno no que se refere a conhecer uma obra, contextualizá-la e produzir a sua própria obra, por outro lado temos o autor Duarte Jr. (2005, p.103) que nos diz que por meio da arte somos capazes de conhecer experiências vividas que vão além da linguagem. Portanto a arte e o seu ensino têm muito a enriquecer no que se refere ao desenvolvimento do ser humano. Outra forma de descrever, perceber as aulas de arte-educação foi olhar a nossa práxis, nossa prática docente. Trabalhar com arte foi reviver os momentos prazerosos que havia vivido na época de escola, só que agora com a responsabilidade de estar à frente da turma, ou seja, de sofrer todo o desconforto em ter a diretora a observar a “bagunça” da classe e ter os horários “roubados” para reuniões e atividades consideradas mais importantes para a escola. No processo de nossa formação, ensino superior, mesmo com um currículo contendo poucas disciplinas envolvendo arte, mais uma vez obteve a oportunidade de estudá-la, só que agora de uma forma mais intensa e científica. Conhecer as possibilidades que o ensino de arte pode proporcionar ao ser humano e o movimento da arte-educação iniciado na década de 70 despertou em mim a possibilidade em tornar-me uma arte-educadora.
  • 42. 41 Esta pesquisa esta baseada em experiências vividas e observações de como ocorrem as aulas de arte na escola compreendendo as como fenômenos complexos e dinâmicos o que nos fez optar por apresentar uma perspectiva epistemológica inspirada na fenomenologia, já que segundo Mansini (1991, p.63): A pesquisa fenomenológica, portanto, parte da compreensão de nosso viver - não de definições de conceitos – da compreensão que orienta a atenção para aquilo que se vai investigar. Ao percebermos novas características do fenômeno, ou ao encontrarmos no ouro interpretações, ou compreensões diferentes, surge para nós uma nova interpretação que levará a outra compreensão. A pesquisa fenomenológica se origina a partir da vivência dos indivíduos onde no decorrer da mesma (pesquisa) serão percebidas questões que nos levará a diversas compreensões e interpretações (MANSINI, 1991). Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa por ter buscado uma descrição do fenômeno a partir da escuta da nossa fala, fazendo a memória de nossa experiência como discente e das fala dos adolescentes entrevistados que através dos instrumentos de pesquisa, a entrevista estruturada e o questionário, foi possível descrever como acontecem as aulas de Educação Artística. Para que isso, o pesquisador foi a campo colher o esses referidos dados e priorizou no processo desta coleta a visão dos sujeitos entrevistados, portanto temos uma qualitativa em que nos aventuramos a fazer um ensaio etnográfico, quando nos propomos a descrever esse fenômeno no caso da nossa pesquisa, aulas de Educação Artística. Segundo André (2005) para se realizar uma pesquisa com técnica etnográfica deve haver uma interação entre pesquisador e o objeto da pesquisa, valorizando mais o processo do que os resultados finais é essa pesquisa buscou realizar um ensaio deste tipo de técnica. E assim a presente pesquisa visou oferecer a importância devida ao problema pesquisado que partiu de vivências pessoais primeiramente, passando pelo dialogo com teóricos que nos auxiliaram a compreender melhor o tema e que através dos instrumentos e técnicas de pesquisa pudemos ir a campo investigar os sujeitos e ter conhecimento das suas falas, para só então confrontá-las com os conhecimentos
  • 43. 42 fornecidos pelos teóricos que vieram a contribuir para uma resposta satisfatória a problematização. 3.1 LÓCUS DA PESQUISA O Colégio Estadual Teixeira de Freitas é uma instituição escolar pública que oferece a Educação Básica (Ensino Fundamental I, II e o EJA) nos turnos Matutino, Vespertino e Noturno. A escola em questão localiza-se na zona urbana da cidade de Senhor do Bonfim–Bahia e atualmente e mantida pelo Governo do Estado da Bahia e possui em sua estrutura física com: 5 (cinco) banheiros,1(uma) cozinha,11(onze) salas de aula,1 (uma )sala de Ciências,1(uma ) sala de Matemática,1(uma) sala de Vídeo,1(uma) biblioteca,1(uma)sala de coordenação,1(uma) secretaria,1(uma)sala de direção , 1(uma )quadra e 1 ( um) auditório . O quadro de funcionários é composto por: 2 (duas) coordenadoras, 1 (uma) diretora, 2(duas) vice-diretoras, 1(uma) secretária, 8(oito) assistentes administrativas e 8 pessoas no apoio distribuídas nos serviços de merendeira e auxiliar de serviços gerais para atender ao número de 1.134 alunos. A escolha do lócus de pesquisa se deu pelo fato de ser um Colégio onde estudei e obtive minhas primeiras impressões sobre arte nas aulas de Educação Artística, voltar foi reviver de certa maneira minha infância e adolescência. A visão dos corredores, do pátio, das salas foi evocado na minha mente como se tudo acontece a minha frente, os lugares, conversas, as trocas de materiais de arte nas aulas de pinturas, os jograis e recitações de poesias nos dias das mães, as apresentações com danças de quadrilhas nas festas juninas e os corais na festas natalinas, experiências como essas tornaram-se inesquecíveis e revivê-las foi inexplicável.
  • 44. 43 3.2 SUJEITOS ENTREVISTADOS DA PESQUISA Os sujeitos da pesquisa foram educandos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas pertencentes a duas turmas de 8º séries, série escolhida devido já terem passado pelas aulas de arte no Ensino Fundamental I bem como pelas aulas de arte, de quinta a sétima séries, experiências com o ensino de arte. Os entrevistados são todos adolescentes com idades compreendidas entre 13 e 18 anos que residem tanto em bairros na cidade de Senhor do Bonfim como: Pêra, Bosque e Gambôa quanto em distritos com: Umburanas e Tanquinho. Junto com esses sujeitos nos propomos a descrever o acontecer das aulas de Educação Artística. Ver estes educandos em sala de aula desenvolvendo trabalhos artísticos, foi como me ver há anos atrás executando atividades bem parecidas em aulas com muito barulho, lápis de cores passando entre os colegas, todos colocando em formas e cores a sua singularidades nestes trabalhos, ouvir estes alunos e como se estivesse tentando descobrir se as emoções que sentia são parecidas com que esses alunos sentem. 3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA Para a coleta e análise dos dados optamos pela entrevista estruturada e o questionário. A entrevista estruturada de acordo com BARROS; LEHFELD (2000, p.91) é uma entrevista que contém questões que são previamente formuladas pelo entrevistador, um roteiro prévio, sem possibilidade de alterar qualquer questão. Uma etapa foi importante, pois antecedeu a entrega dos questionários, uma entrevista estruturada informal que foi realizada com os educandos de uma maneira que suas dúvidas fossem esclarecidas sobre o porquê de se responder aquelas questões e como elas seriam utilizadas. Essa aproximação foi importante no sentido de buscar um caminho que os deixasse mais à vontade. Capitar as primeiras impressões sobre a turma foi de extrema importância, já que algumas falas
  • 45. 44 encontradas na entrevista foram reafirmadas nos questionários favorecendo assim os resultados finais desta pesquisa. O questionário escolhido consiste no semi-aberto, ou seja, a combinação de questões abertas e fechadas que foi dividido em dois momentos: no primeiro momento o entrevistado respondeu questões fechadas que segundo BARROS; LEHFELD (2000, p.90) “são aquelas que questões que apresentam categorias de alternativas de respostas fixas” que nos ajudou a estabelecer um perfil do entrevistado (a) e no segundo momento foram respondidas as questões abertas que ainda de acordo com BARROS; LEHFELD (2000, p.90) “são aquelas que levam o informante a responder livremente com frases o orações”, questões estas que nos auxiliaram a conhecer o discurso dos mesmos resultando em um questionário com 10(dez) questões. Segundo Fachin (1993, p. 121): O questionário consiste num elenco de questões que são apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito de obter respostas para a coleta de informações. E para que a coleta de informações seja significativas, cabe verificar os meios de como, quando e onde obter as informações. O questionário foi um instrumento importante por facilitar, caracterizar e obter as respostas necessárias à pesquisa com maior precisão dos fatos e por sua rápida e objetiva prática de aplicação. No nosso caso específico os adolescentes foram solicitados a falar sobre as aulas de arte, como acontecem e qual a importância. O que possibilitou descrevê-las e refletir acerca dessas experiências.
  • 46. 45 CAPÍTULO IV ANALISANDO E INTERPRETANDO DADOS No presente capítulo foram analisados e interpretados os dados colhidos a partir dos instrumentos de pesquisa, a entrevista estruturada e o questionário, que foi devidamente respondido pelos alunos entrevistados. Uma conversa antes da entrega do questionário foi fundamental para que os mesmos se sentissem mais seguros para responder o questionário, primeiramente me identifiquei pelo nome e falei que era uma antiga aluna do colégio esclareci sobre o que estava fazendo no Colégio, em que eles poderiam me ajudar e oralmente citei algumas questões para que também oralmente eles tentassem me responder, algumas perguntas foram feitas sobre o que deveriam fazer e quando tudo foi esclarecido os questionários foram entregues, as possíveis dúvidas que surgiram no decorrer do mesmo foram sendo respondidas. Foi proposto pela direção que os alunos respondessem os questionários nos dias das aulas de Educação Artística, por se tratar de duas turmas de 8ª séries os mesmos foram respondidos em dias diferentes. A primeira turma recebeu o questionário dia 10 de abril de 2008 e a segunda dia 13 de abril de 2008, em uma sala foram recolhidos 26 questionários e em outra 30, somando um total de 56 questionários respondidos. Das questões fechadas todos os questionários foram considerados, mas no que se refere às questões abertas, foram selecionadas 28%, ou seja, 16 questionários por acreditar que um número superior a este as respostas repetem-se. Quando analisadas as questões foram utilizadas de acordo com cada categoria criada, portanto não segue a seqüência em que foram perguntadas aos estudantes.
  • 47. 46 4.1. PERFIL DOS ESTUDANTES PESQUISADOS Por se tratar de um trabalho que objetivou identificar a concepção e a importância que as aulas de arte têm para educandos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas, primeiro compreendeu-se que deveria se identificar este aluno pela sua faixa etária e gênero, com base nas informações constatamos que esta pesquisa obteve a contribuição de adolescente e em sua maioria mulheres, conforme os dados que veremos a seguir: 4.1.1. Faixa Etária De acordo com os dados fornecidos 75% dos sujeitos pesquisados estão em uma faixa etária compreendida entre 13 e 15 anos e 25% das turmas estão em uma faixa etária compreendida entre 16 e 18 anos. GRÁFICO 1 FAIXA ETÁRIA Entre 13 e 15 anos Entre 16 e 18 anos 4.1.2 Gênero O que nos foi fornecido através dos questionários é que dos estudantes questionados 51,8% são do gênero feminino e 48,2% são do gênero masculino.
  • 48. 47 GRÁFICO 2 GÊNERO Gênero Feminino Masculino 4.2. A arte na sala de aula: O que a escola tem ensinado. Ao longo deste trabalho interagimos com teóricos sobre a arte e seu ensino no sistema educacional e para melhor compreendermos como ele vem acontecendo na escola o questionário que levamos a campo foi um instrumento de extrema importância para interagirmos com os sujeitos em foco (educandos) e assim alcançar os objetivos traçados. As frases que veremos a seguir são respostas dos sujeitos pesquisados em relação ao que o aluno tem aprendido na escola como conteúdo: Pinto, recorto, colos-desenho etc. (AL2)3. Desenho, aprendemos sobre os pintores famosos, e também aprendemos um pouco sobre arte (AL 3). 3 Visando manutenção do anonimato dos entrevistados atribuímos um código (AL) acrescido de algarismos arábicos (1, 2, 3, 4..).
  • 49. 48 Faço os trabalhos que a professora passa. Faço as atividades e quando tem alguma data especial fazemos as atividades em relação. Ex: o dia das mães. (AL11) Desenha, pintar escrever (AL13). Quando questionados sobre o que fazem e que atividades são desenvolvidas em sala de aula as respostas dos entrevistados são bem parecidos com o modelo de ensino de arte que vimos acontecer a tempos atrás, atividades de cópias, recorte, colagem e desenhos ainda são desenvolvidos em sala. Pintores famosos também são vistos, mas de uma forma mecânica e sem reflexão, prática distante da proposta triangular de Ana Mae Barbosa que visa o ver, contextualizar e fazer (produzir) uma obra de arte. De acordo com Leão e ensino de arte deve estar em consonância com a atualidade, na sala o aluno deve ser também um construtor de sua aprendizagem, o mesmo não deve ficar apenas a disposição dos conhecimentos transmitidos pelo professor se limitado a atividades de cópia seguindo um ensino tradicional. O educando deve ser visto com um sujeito ativo na sua educação e não como um objeto a ser moldado pelo professor, conforme nos diz Leão: O ensino da arte deve estar em consonância com a contemporaneidade. A sala de aula deve ser um espelho do atelier ou um laboratório do cientista. Neles são desenvolvidas pesquisas, técnicas são criadas e recriadas, e o processo criador toma forma de uma maneira viva, dinâmica. A pesquisa e a construção do conhecimento é um valor tanto para o educador quanto para o educando, rompendo com a relação sujeito/objeto do ensino tradicional. Este processo poderá ser desafiador. Delimita-se o ponto de partida e de chegada será resultante da experimentação. Dessa forma, o ensino de arte estará intimamente ligado ao interesse de quem aprende. (acessado em 2008, p.01). Encontramos também na fala dos entrevistados a prática das lembrancinhas para datas comemorativas como o dia das mães, citado pelo AL 11, essa prática tem se caracterizado por atividades subordinadas a temas convencionais e símbolos culturais de uma matriz e a símbolos comerciais (Barbosa, 2005) uma prática que serve a um sistema capitalista que visa formar pessoas que sirvam aos interesses de consumo desse sistema.
  • 50. 49 Através de respostas dos entrevistados percebe-se claramente que a instituição escolar parou no tempo, os professores mudaram, os alunos mudaram, mas os conteúdos continuaram os mesmos, podem até serem aplicados de forma diferente, porém os mesmos. 4.3. A concepção dos educandos sobre o ensino de arte É interessante destacar que em nosso trabalho propomos uma revisão com relação aos procedimentos de como vem acontecendo as aulas de arte, nossa fundamentação busca alicerce nas contribuições de Barbosa, Duarte Jr., Assis entre outros. Esses autores problematizam o ensino de arte descontextualizando. Mesmo diante dessas problematizações percebemos através do discurso dos discentes pesquisados que as aulas de arte são consideradas momentos em que os mesmos sentem-se “livres” para expressarem os seus sentimentos em momento de prazer mesmo nesse formato de colagem, pintura, desenhos, descontextualizadas e controladas pelo professor. Vejamos como eles demonstram através das frases selecionadas abaixo nos dizem quando perguntamos sobre se gostavam das aulas de arte. Por que desinvolve mas a nossa vontade de desenhar. (AL 1). Por que é um momento que se espresa as sentimentos. (AL2). Aprendi que a arte me faz bem e quero investir nela. (AL5) Porquê nos ensina a sentir praser na arte e é um bom passatempo e pode ser muito ultio no futuro.(AL 6) Porque é muito legal aprender a desenhar e as formas geométricas. (AL 7) A arte mesmo ensinada de forma mecânica consegue despertar nos educandos sensações e emoções. Ficou claro na fala dos alunos que os mesmos compreendem o ensino de arte como sendo aulas desenhos, mais que ainda assim o prazer pode estar presente. O aluno 6, por exemplo, consegue enxergar na arte alguma utilidade para o futuro, mas com a função de simples um bom passatempo.
  • 51. 50 Ver o aluno como um banco para depósito de informações é uma prática ainda bastante comum nas escolas públicas, o aluno (a) 16 deixa transparecer que esta prática tem funcionado quando diz: Eu gosto das aulas de arte porque tem silêncio e a professora é boa. (AL 16) De acordo com Duarte Jr. (2006, p.165). Decorrentes de nossa sociedade industrial, as condições de mercado influenciam o tipo de educação a que estamos submetidos, a qual contribui, sem contestação, para a formação desse tipo de pessoa que, compartimentada, movimenta-se entre uma vida profissional e um cotidiano sensível, cotidiano para o qual parece não possuir o menor treinamento com base no desenvolvimento e refinamento de sua sensibilidade. Em sua fala o aluno (a) entende a aula de arte como sendo uma aula em que o silêncio deve ser essencial, uma fala de conformismo. Somos treinados em nossas escolas para servir a este sistema capitalista, portanto as emoções, as sensibilidades que deveria ser trabalhadas nas aulas de arte não o são. Outra fala que analisada é a do aluno (a)10 quando diz: Desenhar, porque. Eu não sabia desenhar mas agora. Eu sei e Sai bonito. (AL 10). Alguns educandos também entendem o ensino de arte como uma prática apenas de desenho como o AL10. As atividades de desenho geralmente são desenvolvidas em sala de aula por serem mais práticas, o professor entrega o papel oficio ao aluno e deixa que o mesmo desenho livremente sentado em sua carteira, os alunos executam a sua atividade as vezes sem um motivo aparente. Como o aluno pode desenvolver a sua criatividade, a percepção de si mesmo e do mundo ao seu redor através de atividades simplistas como estas? Segundo Duarte Jr. (2006, p.185) (...) o indivíduo criativo não é aquele que simplesmente resolve uma questão em geral proposta por outrem, mas sim aquele dotado de acuidade e da sensibilidade para descobrir um problema uma inadequação, um mau funcionamento, uma possibilidade de melhoria ali onde todos os outros não vêem qualquer dificuldade.
  • 52. 51 O que percebemos diante dessas questões, que inclusive nos parece paradoxais, é “que a arte é um campo indispensável à formação humana”, de acordo com Farias (1999, p.70) a arte-educação promove no ser humano um desenvolvimento no campo do nível físico, emocional, mental e espiritual, ainda segundo Farias (1999, p.71): Desenvolvendo-se nos quatro níveis de maneira articulada, buscando competências de ponta e dando um tratamento integrador aos conhecimentos construídos, o sujeito vai definindo e aperfeiçoando sua relação com o todo. (...) Em sintonia com seu tempo, apontando alternativas que engrandecem seu ser, o sujeito se faz na história, como agente e assim, educa-se e torna-se feliz. 4.4. A significação do ensino de arte para os entrevistados Quando os entrevistados foram questionados sobre se o Ensino Fundamental II foi todo realizado na Escola em questão obtivemos uma porcentagem de 27% dos educandos fizeram todo o ensino fundamental II na escola pesquisada e 21% vieram de colégios como: Rômulo Galvão, Cazuza Torres, Júlio César, Colégio Estadual de Senhor do Bonfim. Este questionamento foi importante para sabermos como o ensino de arte vem marcando e contribuindo com a vida dos entrevistados durante os quase quatro anos de Ensino Fundamental II, perguntou-se ao estudante que atividade o havia marcado ou que se o mesmo lembrava-se das séries anteriores nas aulas de arte e obtivemos as seguintes respostas: Foi, por exemplo, colar figuras e charges, cartazes, desenhar etc... (AL 4) não. (AL 7) Desenhar. (AL 8 ) Não por que eu não lembro. ( AL 14)