Comentário crítico sobre os relatórios de avaliação externa
1. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (conclusão)
O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (conclusão)
Comentário crítico sobre os relatórios de avaliação externa
Para a realização desta segunda tarefa seleccionei os Relatórios de Avaliação Externa abaixo apresentados (Escola Secundária de Albufeira -
2006/2007, Agrupamento Vertical de Escolas do Parchal-2007/2008 e Agrupamento de Escolas de Estômbar-2007/2008).
.Relatório de Avaliação Externa da Escola Secundária de Albufeira, 2006/2007
Presença de referências relativas à BE Comentários
II- Caracterização da unidade de gestão A BE/CRE é referida como espaço de apoio existente
2-Prestação de serviço educativo É feita uma referência à prática de trabalho articulado com a BE/CRE
mas em termos de disponibilização de materiais e equipamentos.
IV- Avaliação por domínio O comentário que é feito aponta para a existência de um apoio
1-Resultados individualizado aos alunos com documentação diversificada
1.1-Sucesso académico disponibilizada também pela BE.
2-Prestação do serviço educativo Refere a existência de procedimentos que pretendem interligar o trabalho
2.1-Articulação e sequencialidade realizado em sala de aula com o trabalho realizado na BE/CRE
3-Organização e gestão escolar O número de computadores existente na BE é apontado como
3.3-Gestão dos recursos materiais e financeiros insuficiente.
2. .Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento Vertical de Escolas do Parchal, 2007/2008
Presença de referências relativas à BE Comentários
3-Organização e gestão escolar É referida a manutenção do mesmo funcionário na biblioteca escolar
3.2-Gestão dos recursos humanos devido à especificidade de tarefas realizadas nesse espaço.
4-Liderança Neste documento é referido que o agrupamento colabora com iniciativas
4.4-Parcerias, protocolos e projectos. diversas, entre elas a Rede Nacional de Bibliotecas.
.Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento de Escolas de Estômbar, 2007/2008
Presença de referências relativas à BE Comentários
II- Caracterização da unidade de gestão É feita referência à existência de uma BE/CRE na escola sede deste
agrupamento e ainda de uma outra no JI/EB1 de Estômbar.
2-Prestação do serviço educativo Refere a existência de uma articulação interciclos através da dinamização
de projectos variados, entre eles o PNL.
3. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (conclusão)
A diferenciação pedagógica é realizada com sucesso, para alunos com
necessidades educativas de carácter prolongado, sendo-lhes dado apoio
pedagógico em contexto de sala de aula e na BE.
2-Prestação do serviço educativo O documento refere que a BE/CRE promove acções que têm permitido o
2.4-Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem intercâmbio com outras escolas do concelho.
3-Organização e gestão escolar Refere-se que a autarquia tem feito obras de melhoria como a criação de
3.3-Gestão dos recursos materiais e financeiros uma BE/CRE na EB1 da Mexilhoeira Grande.
É ainda referido, neste ponto, que uma parte das verbas obtidas no
agrupamento é atribuída à BE.
4-Liderança São “política corrente” do agrupamento iniciativas como o “Melhor leitor
4.2- Motivação e empenho do mês” e o “Concurso literário”.
A escolha destes Relatórios não seguiu nenhum padrão, uma vez que eu pretendia escolher três relatórios de três anos diferentes, mas não o
consegui fazer, pois não consegui abrir nenhum relatório relativo ao ano 2008/2009, no entanto, pareceu-me pertinente analisar um relatório relativo a
uma escola secundária, uma vez que é esta a realidade de BE que mais desconheço.
A partir da análise dos Relatórios, facilmente concluí que a BE é muito pouco focada nestes relatórios de avaliação externa. Ao analisar os
documentos até esperava que a BE aparecesse de uma forma camuflada, indirecta e implícita em várias acções da escola e dos docentes, pois, penso que
muitas vezes estes nem se apercebem da importância e da articulação existente com a BE nas suas práticas mas tal, de facto, não aconteceu. Para além da
acção da BE não ser evidente nestes relatórios, também não é visível o seu papel, a sua importância, articulação e acção através da análise dos restantes
campos analisados, implícita, ou explicitamente falando.
É preocupante que estes relatórios tão recentes, em termos temporais, não foquem mais a BE e quando esta é focada, que surja, por vezes, somente
apresentada como um centro de recursos, ou como uma sala de apoio ao estudo/apoio educativo sem actividade própria na escola, sem iniciativas
interventivas, sem ofertas de programas de literacia, sem actividades de parceria com outras entidades locais, sem intervenção na comunidade educativa...
4. As leituras dos relatórios de avaliação externa permitiram-me a seguinte leitura: na Escola Secundária de Albufeira a BE parece assumir um papel
de centro de recursos havendo alguma articulação com o trabalho dos docentes, o que não deixa de ser preocupante, uma vez que estamos a falar de uma
escola secundária, onde, sempre pensei que a BE assumisse um papel mais activo nas políticas educativas e de gestão da escola. No Agrupamento
Vertical de Escolas do Parchal, o papel da BE na vida da escola parece ser mínimo, uma vez que são feitas referências à BE muito pouco ilustrativas do
seu grau de intervenção e mesmo redutoras em termos do seu papel - quando um relatório deste género foca a BE apenas em termos da permanência de
um mesmo funcionário ao serviço da BE e referindo que a BE participa em iniciativas da RBE, sem especificar quais, é de questionar onde está o
erro/omissão, se na falta de informação que não permitiu completar estas anotações ou na própria acção da BE que se limita a esta redutora ilusão do que
deverá ser o seu papel. No último relatório analisado, do Agrupamento de Escolas de Estômbar, a BE é apresentada como espaço de aula para alguns
alunos e não para todos, nesta inclusão dos alunos com deficiência, com a qual concordo plenamente, penso é que se acaba por fazer a exclusão da BE,
ela não deveria ser para todos os alunos um espaço possibilitador de aprendizagens?
É ainda apontada a existência de articulação interciclos através da dinamização de iniciativas variadas, entre elas o PNL. Porque só esta iniciativa
foi referida? PNL, mas qual das suas iniciativas? Na minha escola, para além dos concursos temos, neste momento, três iniciativas do PNL a decorrer…
Nesta escola, ao promover acções de intercâmbio com outras escolas, penso que a BE está a cumprir uma função importante, meritória de estar
neste relatório, tal como é meritória a atitude do órgão de gestão deste agrupamento em canalizar parte da sua verba para a BE, pois sei que isso não
acontece com muitas escolas, onde as BE têm sobrevivido sem grandes ajudas e com grandes malabarismos de alguns para que não falte o prémio para o
“Leitor do mês”, para o “Desafio literário”, entre outras iniciativas,que só não acabam pois a boa vontade de alguns persiste e resiste...
A leitura destes Relatórios permite-me concluir que, afinal não é só no agrupamento onde trabalho que a BE não tem a visibilidade que eu lhe
atribuo.
Muito trabalho há a ser feito para que a BE demonstre a sua importância dentro da escola e para que o seu papel seja considerado imprescindível
para todos os agentes educativos, só depois de se assumir perante os seus parceiros educativos é que a BE pode almejar figurar “decentemente” num
relatório de avaliação externa.
A formanda,
5. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (conclusão)
Isabel Silva