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DROGAS
 – uma
 guerra
perdida?
Dos males da
modernidade,
    talvez
   nenhum
 se equipare
   à ampla
proliferação
 das drogas.
Vidas
individuais
  e famílias
 reduzidas
 a farrapo e
 escombro
  diante do
 flagelo do
     vício.
Numa esquina qualquer, de uma
  cracolândia qualquer, de uma cidade
          brasileira qualquer,
um jovem acende um cachimbo de crack.
Quantas vidas ainda serão
     reduzidas a farrapos,
quantos destinos ainda haverão
   de se perder para sempre?
Para se entender a devastadora epidemia
das drogas que assola a nossa sociedade,
   é preciso analisar o tema sob uma
         perspectiva mais ampla.
Não se pode
   abordar o
tema sem fazer
   referência
    às nossas
   fronteiras
   nacionais.
No cenário
da geopolítica
global, o Brasil
  ocupa uma
  posição de
 relevância na
complexa rede
internacional
      do
 narcotráfico.
O país possui
cerca de 15 mil
 quilômetros
 de fronteiras,
      com
  fiscalização
     muito
 deficiente ou
     mesmo
 inexistente,...
...e alguns
    países
  vizinhos
 elencados
   entre os
   maiores
produtores
mundiais de
   drogas.
Colômbia
  Maior produtor
mundial de cocaína,
com 68 mil hectares
 de cultivo de coca.
Colômbia
  (68 mil hectares)



       Peru
   Segundo maior
 produtor de cocaína,
com 59,9 mil hectares.
 Seguida a tendência
atual, deverá superar
   a Colômbia nos
   próximos anos.
Colômbia
   (68 mil hectares)



        Peru
   (59,9 mil hectares)

      Bolívia
   Terceiro maior
produtor mundial de
       cocaína,
com 30,9 mil hectares
  de cultivo de coca.
Colômbia
  (68 mil hectares)



       Peru
  (59,9 mil hectares)

     Bolívia
 (30,9 mil hectares)
   Paraguai
   Segundo maior
produtor mundial de
   maconha, atrás
 apenas do México.
O que leva
   os países
  andinos a
produzir tanta
   droga são
essencialmente
   questões
 econômicas.
A maior parte
dos que se dedicam
aos cultivos não são
  narcotraficantes,
  mas produtores
 rurais miseráveis,
 vislumbrando um
   lucro superior
  ao que obteriam
caso se dedicassem
     a plantações
   tradicionais de
hortifrutigranjeiros.
O processo de
 refino, transporte e
  comercialização
    da droga tem
      rendido aos
   narcotraficantes
         lucros
   astronômicos.
  Segundo a ONU,
 o tráfico de drogas
      movimenta
   anualmente em
    todo o mundo
cerca de 500 bilhões
       de dólares.
Grande parte da
cocaína produzida
 nos países andinos
    atravessa as
 fronteiras rumo ao
território brasileiro,
   seja para envio
posterior à Europa e
 América do Norte,
      seja para
   distribuição no
  mercado nacional
      brasileiro.
O mapa ao lado
 mostra a extensão
do limite fronteiriço
do Brasil com os três
maiores produtores
mundiais de cocaína
 – responsáveis por
praticamente 100%
    da produção
      mundial.
  O mapa permite
    visualizar a
dimensão do problema que o Brasil enfrenta.
Este mapa mostra a dinâmica de distribuição
 da cocaína produzida pelos países andinos.
Grande parte da droga segue para a América
   do Norte, enquanto outra parte segue,
   via território brasileiro, para a Europa.
Uma crescente parcela da cocaína produzida se
destina ao mercado consumidor brasileiro, que
 tem crescido consideravelmente nos últimos
Num mundo globalizado, caracterizado pela
 fluidez das transações comerciais, o crime
 organizado segue suas atividades a pleno
Para ilustrar a dificuldade em se deter
a atuação do crime organizado transnacional,
       vejamos o exemplo dos E.U.A.
Os E.U.A. têm enfrentado graves problemas de
  segurança na sua fronteira com o México,
  envolvendo principalmente organizações
Apesar de dispor de uma polícia federal
dedicada exclusivamente ao combate ao tráfico, e
    de ter os soldados mais bem treinados e
     equipados do mundo, eles tem falhado
    sucessivamente em evitar o ingresso de
Até apelaram para a construção de um muro
                     físico
que separa a divisa entre os dois países, noite e
Mas, vira e mexe, túneis por onde volumosos
carregamentos de droga continuam passando
        livremente são descobertos.
Alguns especialistas sustentam que enquanto
 houver gente querendo consumir droga, os
traficantes darão um jeito de garantir o lucro
Se a superpotência mundial não consegue cuidar
 de uma fronteira seca com um único país, que é
  muito mais um corredor do que produtor de
                    drogas,
  imagine a situação nas fronteiras brasileiras,
A fronteira brasileira com a Bolívia sozinha é mais
extensa do que toda a faixa entre México e E.U.A.
Enquanto a fronteira entre México e E.U.A. é uma
fronteira seca e desértica, a brasileira inclui a densa
   floresta amazônica, com seus mil rios, lagos
                e áreas pantanosas.
O próprio ministro da Justiça reconheceu
recentemente que há um “nível elevado de
  vulnerabilidade” nas nossas fronteiras.
Outras autoridades apontam
   as fronteiras brasileiras entre
as mais desguarnecidas do mundo.
Em 2010, foi lançado
    o livro-reportagem
   “Fronteiras Abertas –
  Um retrato do abandono
  da Aduana Brasileira”.
   O trabalho aborda como
      a falta de vigilância e
     fiscalização permite a
  entrada no país de armas,
       drogas, munições e
             produtos
  contrabandeados, além de
     facilitar o ingresso e a
   de criminosos, veículos roubados
               saída
e a remessa ilegal de dinheiro que abastece
           toda rede de ilegalidades.
O livro – resultado de uma
viagem de dez meses que
os autores empreenderam
 por mais de 15.000 km
    de fronteira seca –
     narra um cenário
       de fronteiras
         sem dono.
A fragilidade de
nossas fronteiras está
     diretamente
relacionada à ampla
circulação de drogas
nas nossas cidades –
  uma triste e dura
    realidade com
 a qual convivemos
  e que nos desafia
   a buscar juntos
    alguma saída.
Um levantamento
  realizado pela
  Confederação
  Nacional dos
Municípios em 2010
constatou que 98%
dos municípios do
  país enfrentam
   problemas de
    circulação e
consumo de crack.
Segundo o Centro
     Brasileiro de
  Informações sobre
       Drogas
    Psicotrópicas,
    a droga é hoje
uma ameaça onipresente.
Já que a produção e
comercialização das
drogas encontram-se
   longe de serem
   adequadamente
 combatidas, vamos
  refletir um pouco
 sobre a outra ponta
   do processo do
        tráfico:
      o usuário.
O que é que leva
       uma
pessoa a embarcar
 no risco suicida
  que as drogas
   representam?
Os usuários podem
ser agrupados em
 duas categorias
      básicas.
De um lado, temos a
categoria de usuários
formada pela parcela
“invisível”, excluída,
esquecida e ignorada
   da sociedade.
    Moradores de rua
e crianças e adolescentes
   em situação de risco
          social,
     que muitas vezes
recorrem às drogas para
        amenizar
    a vivência de rua,
 e sua amarga rotina de
   fome e frio, abusos,
Nas décadas de
 1980 e 1990, crianças
    de rua tinham
 na cola de sapateiro
  a principal droga
     de escolha.

  Cola de Sapateiro:
  Solvente e inalante,
   cujas substâncias
      básicas são
o tolueno e o benzeno,
depressoras do Sistema
   Nervoso Central.
A aspiração da cola de
sapateiro causa euforia,
 desinibição, alteração
    das percepções,
 insensibilidade à dor,
    fome e cansaço.

      Pode causar
     alterações na
respiração, culminando
         com a
   morte do usuário.
Na época, políticos e
governantes se fizeram
   de cegos diante
     do problema.
 Disseram: “Não temos
 nada a ver com isso.”

     A sociedade civil
 também se fez de surda,
tratando com frio descaso
    o abandono social.
   E dissemos: “Não é
     problema nosso
       tampouco.”
Passaram-se
duas décadas
e o problema
  se agravou
drasticamente.
Crianças e adolescentes ao relento e expostos
às mazelas e durezas da vivência de rua, que
   ontem cheiravam cola, hoje se tornaram
                escravos de
drogas muito mais devastadoras: o crack e o
                   oxi.
Crack/Oxi: subprodutos da cocaína
                  misturados
   a soda cáustica ou bicarbonato de sódio;
– são cinco vezes mais potentes que a cocaína,
      produzindo dependência com muita
                 facilidade.
A fumaça chega ao cérebro com velocidade e
     potência extremas, causando problemas
              respiratórios agudos.
 Produzem uma sensação de confiança, poder e
excitação, seguida por um período de depressão,
      paranoia, com alucinações e delírios.
                                    Não raro,
                                tornam o usuário
                                violento e suicida
                                em potencial.
A expectativa de vida dos usuários
   gira entre quatro e oito anos,
   – crianças e adolescentes que
   não chegarão à idade adulta.
O tratamento para a recuperação de usuários
  é muito complexo, e o completo descaso e
despreparo das instâncias públicas no trato da
questão faz com que a reabilitação psicossocial
    seja uma possibilidade bastante remota.
A fuga. A ilusão de identidade,
   de satisfação, de plenitude.
A sensação de preencher o vazio,
   a fome e o abandono social.
Além dos moradores
  de rua, vítimas do
 abandono e descaso
        social,
    há uma outra
categoria de usuários,
 formada por jovens
que tiveram condições
sociais privilegiadas.
Ao contrário da cruel
invisibilidade social que
acomete as camadas que
 sobrevivem à margem
     da sociedade,
    estes jovens têm
   nome e sobrenome,
     possuem lares,
 álbuns de fotografias,
     pais e famílias.
Tiveram acesso
    a boas escolas e
 a uma educação que
   teoricamente os
deveria ter prevenido
   sobre a viagem
geralmente sem volta
    que é o mundo
       do vício.
Não foi a
   miséria material
   que os empurrou
     para o vício,
    mas uma outra
  forma de miséria,
a existencial e afetiva.
Cristiane Gaidies,
       conhecida pelo apelido
         de “Maçãzinha”, era
        uma jovem de cabelos
           cor de mel, olhos
              expressivos
            e sorriso claro.
       Filha de uma psicóloga
        e um dentista, dormia
       até os 18 anos abraçada
        ao ursinho de pelúcia.
  Como tantas jovens de sua
idade, gostava de ir a shopping
centers, festas e shows de rock.
Aos 19 anos, abandona
             os amigos e envolve-se
             com maconha e crack.
            A família tenta de tudo,
             – diálogos, terapeutas,
             psiquiatras, mudanças,
            internação numa clínica
                 especializada.

 “Ela sumia de casa, ficava vagando
  pelas ruas fumando crack e depois
reaparecia parecendo uma mendiga”,
            lembra a mãe.
A ex-estudante de classe
  média torna-se aos 20
   anos uma andarilha
  das ruas de São Paulo,
  uma nômade urbana,
 praticante de pequenos
  furtos para alimentar
        seu vício.
Numa noite, tenta roubar
um toca-fitas, exigido por
  um traficante que a
        abastece.
  É o preço da droga.
O dono do veículo,
  um jovem empresário,
    presencia a cena,
     e do alto do seu
   apartamento no 12º
 andar dispara contra o
   estacionamento do
  prédio com o objetivo
 de afugentar os ladrões.

O tiro, que era para ser de
 advertência, atinge em
cheio a frágil jovem pelas
          costas.
Ela ainda se arrasta por
30 metros antes de cair
  sem vida no asfalto
     manchado de
       vermelho.
  No bolso traseiro de
     sua calça levava
um cachimbo de crack,
 feito de uma tampa de
tubo de pasta de dente
    e uma antena oca
    de rádio de carro.
A outrora adolescente de
                      cabelos cor de mel, olhos
                     expressivos e sorriso claro
                     passou seus últimos dias...




...num casarão abandonado,
sujo e úmido, em companhia
   de prostitutas, travestis,
     mendigos e viciados.
Desde muito jovem
  Nelson dal Poggetto
 sabia o que era sofrer.

Ao 12 anos começou sua
  aflitiva jornada pelo
   mundo das drogas,
 iniciando com álcool e
   maconha, para em
  seguida passar para
         cocaína
         e crack.
Internado duas vezes,
   volta a fumar o
cachimbinho de crack
 pouco tempo depois
   de receber alta.



                         Durante as recaídas,
                         troca celular e outros
                         pertences por droga,
                        mergulhando num ciclo
                            de depressão e
                           arrependimento.
Aos 19 anos, antes de
cometer suicídio, deixa
um bilhete de despedida
   para a família:...




                          “Amei muito vocês
                           e vou tranquilo.
                              Isso vai ser
                              um alívio”.
Adriana de Oliveira
 era uma garota linda e
    cheia de sonhos,
  tida por todos que a
 conheciam como uma
  pessoa meiga, doce,
     brincalhona e
    amante da vida.
Era boa aluna na escola,
     e tocava piano.
A jovem de 20 anos,
   de olhos azulados,
  pele morena e cabelos
escorridos pelos ombros
iniciava uma promissora
 carreira como modelo.
 Parecia ser uma dessas
pessoas abençoadas, para
quem nada dá errado na
          vida.
No entanto, a vida de
Adriana toma um outro
rumo após o namorado,
um rapaz que cursa o 3º
ano de direito e filho de
  um bem-sucedido
       advogado,
    a apresentar ao
  mundo das drogas.
Quão tênue e vulnerável
  é a linha que separa
    a experimentação
    e o uso recreativo
 do risco potencial que
 as drogas representam.
Durante uma festa
    numa chácara,
  Adriana passa mal,
sente dificuldades para
respirar e apresenta um
  quadro convulsivo.
 Ao ser transportada
para o pronto-socorro
  já é tarde demais.
O laudo médico
  revela a causa
    da morte:
 – uma mistura
 fatal de álcool,
maconha e cocaína.
 Mais uma precoce
partida, aos 20 anos.
Mais uma história
interrompida pelo
      álcool,
  pela maconha e
     cocaína.
Diante das histórias
de Adriana, Nelson,
 Cristiane e de tantos
    outros jovens,
  talvez seja hora de
 refletirmos sobre os
valores que norteiam
  a nossa sociedade.
Uma sociedade de
  consumo voraz, que
transformou a busca do
  prazer imediato e da
    satisfação numa
  condição existencial
       essencial.
Jovens desorientados,
    que buscam nos
prazeres ilusórios uma
        forma de
 se libertar do peso de
  uma sociedade que
desumanizou o homem
     e humanizou o
        dinheiro
Tristes retratos
 do fracasso dos laços
    de sociabilidade
        familiar
    e comunitária.
  O desamor e o não-
reconhecimento afetivo
  servindo de pilares
   para uma vivência
Que sociedade é
esta que construímos,
tão repleta de valores
    desvirtuados?
   Talvez seja hora de,
enfim, refletirmos com
   mais atenção sobre
 o impacto devastador
     da nossa atual
programação televisiva,
        que golpeia
especialmente, com cruel
    violência, crianças,
  jovens e adolescentes.
Anúncios que associam a felicidade e
 o bem-estar ao consumo de bebidas
             alcoólicas.
(uma droga tão ou mais nociva que as
Artistas com imenso apelo junto ao
 público infanto-juvenil servindo de
“exemplo” para gerações de crianças e
            adolescentes.
Empresários, artistas, publicitários
e donos de emissoras de tv faturam
             bilhões.
E nós arcamos com os danos e custos sociais
               decorrentes.
Programas que massacram
   a subjetividade e anulam
        o senso crítico,
banalizando e mercantilizando
         a existência.
“Vamos bisbilhotar”
   “Pode espiar à vontade”
  “Pra que educação, arte ou
          cultura?”
“Vamos banalizar a existência”
     “Viva a futilidade!”
A torrente abusiva de publicidade
 que invade os lares e formata a
 mente de crianças e adolescentes
    desde a mais tenra idade.
A mensagem impregnada em mentes
   indefesas, de que somos o que
            possuímos,
 e que viver se resume a consumir.
“Troque de carro, troque de celular,
  beba mais cerveja, etc. etc. etc...”
Uma vida centrada em bens
          materiais,
uma existência sem um sentido
  ou propósito mais nobre.
Nada melhor do que
   a televisão para
      preencher
  uma vida vazia,
carente de aspirações
       elevadas
   e sem padrões
   morais firmes...
Não seria uma vida
vazia de propósito,
sentido e conteúdo
 uma porta de fácil
   entrada para o
  abuso do álcool,
    a maconha, a
      cocaína,
 o crack e todas as
demais drogas que
    entorpecem
      a mente?
Talvez seja hora de
refletirmos sobre como
  a atual programação
      televisiva está
   contribuindo para
solapar as bases éticas
  e morais necessárias
    para que crianças,
          jovens
 e adolescentes possam
     resistir às falsas
    promessas que as
drogas (lícitas e ilícitas)
        oferecem.
Acreditar que as forças policiais
conseguirão sozinhas algum dia
resolver o problema das drogas
    é ignorar as causas reais
  que alimentam a degradação
              moral,
e o tráfico e vício subsequentes.
O máximo que as
 forças policiais
  isoladamente
  conseguirão é
prosseguir na sua
heroica tarefa de
“enxugar gelo”,...


                     ...entupindo cada
                     vez mais e mais e
                            mais
                     as já desumanas e
                        superlotadas
                           prisões.
Para reverter a batalha
contra as drogas, devemos
buscar novos paradigmas
   sociais e existenciais.
Buscar corrigir as causas
     estruturais que
 conduzem ao vício que
   alimenta o tráfico.
Vejamos alguns
 componentes do nosso
         complexo
       mosaico social
  tão repleto de falhas,
     que precisam ser
  discutidas e sanadas
      caso queiramos
construir uma sociedade
    soberana e livre:...
s
                       Corrupção
              s         Política          Graves
                                       Desigualdades




                                          s
  Baixa qualidade
   da Educação                            Sociais
                        Uso de
                             s
                     Drogas Ilícitas
                                       Criminalidade
   Consumo de



                             s
                                        e Violência
Bebidas Alcoólicas
                     Pobreza Moral
                       e Cultural  Individualismo
                                     Exacerbado
  Programação            Materialismo
   Televisiva            e Consumismo
                                 s
s
                     Corrupção
                      Política            Graves
              s
                              Talvez seja hora
                                      Desigualdades




                                       s
  Baixa qualidade              de acordarmos
   da Educação               para o fatoSociais
                                          de que
                       Uso de a epidemia
                            s
                    Drogas Ilícitas
                           das drogas é apenas
                                     Criminalidade
                             um dos sintomas
   Consumo de



                            s
                                       e Violência
Bebidas Alcoólicas            de um problema
                   Pobreza Moral mais amplo,
                             muito
                     e Cultural
                        que encontra sua origem
                                    Individualismo
                             no grave descaso
                                      Exacerbado
                              com a Educação
  Programação           Materialismo no país.
                           e a Infância
    Televisiva          e Consumismo
                                s
O escritor
José Saramago
    dizia:
“Para se acabar
 com as velhas
    prisões,
  É necessário
   construir
novas escolas.”
“No Brasil, a educação das massas
ainda é uma utopia verde-amarela.”
                      Silviano Santiago
Na guerra contra as drogas,
mais importante do que soldados e
  policiais são os professores e
           educadores.
Uma educação plena, capaz de
      transmitir valores e virtudes,
              conduzindo
cada criança em direção à sua plenitude.
Uma educação capaz de
     banhar de sentido, propósito
   e bondade as vidas que iniciam
sua jornada pelos caminhos do mundo.
O legítimo anseio que todos trazemos
    no peito, de descobrir por que
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O MUNDO DAS DROGAS: Caminho sem volta

  • 1.
  • 2. DROGAS – uma guerra perdida?
  • 3. Dos males da modernidade, talvez nenhum se equipare à ampla proliferação das drogas.
  • 4. Vidas individuais e famílias reduzidas a farrapo e escombro diante do flagelo do vício.
  • 5. Numa esquina qualquer, de uma cracolândia qualquer, de uma cidade brasileira qualquer, um jovem acende um cachimbo de crack.
  • 6. Quantas vidas ainda serão reduzidas a farrapos, quantos destinos ainda haverão de se perder para sempre?
  • 7. Para se entender a devastadora epidemia das drogas que assola a nossa sociedade, é preciso analisar o tema sob uma perspectiva mais ampla.
  • 8. Não se pode abordar o tema sem fazer referência às nossas fronteiras nacionais.
  • 9. No cenário da geopolítica global, o Brasil ocupa uma posição de relevância na complexa rede internacional do narcotráfico.
  • 10. O país possui cerca de 15 mil quilômetros de fronteiras, com fiscalização muito deficiente ou mesmo inexistente,...
  • 11. ...e alguns países vizinhos elencados entre os maiores produtores mundiais de drogas.
  • 12. Colômbia Maior produtor mundial de cocaína, com 68 mil hectares de cultivo de coca.
  • 13. Colômbia (68 mil hectares) Peru Segundo maior produtor de cocaína, com 59,9 mil hectares. Seguida a tendência atual, deverá superar a Colômbia nos próximos anos.
  • 14. Colômbia (68 mil hectares) Peru (59,9 mil hectares) Bolívia Terceiro maior produtor mundial de cocaína, com 30,9 mil hectares de cultivo de coca.
  • 15. Colômbia (68 mil hectares) Peru (59,9 mil hectares) Bolívia (30,9 mil hectares) Paraguai Segundo maior produtor mundial de maconha, atrás apenas do México.
  • 16. O que leva os países andinos a produzir tanta droga são essencialmente questões econômicas.
  • 17. A maior parte dos que se dedicam aos cultivos não são narcotraficantes, mas produtores rurais miseráveis, vislumbrando um lucro superior ao que obteriam caso se dedicassem a plantações tradicionais de hortifrutigranjeiros.
  • 18. O processo de refino, transporte e comercialização da droga tem rendido aos narcotraficantes lucros astronômicos. Segundo a ONU, o tráfico de drogas movimenta anualmente em todo o mundo cerca de 500 bilhões de dólares.
  • 19. Grande parte da cocaína produzida nos países andinos atravessa as fronteiras rumo ao território brasileiro, seja para envio posterior à Europa e América do Norte, seja para distribuição no mercado nacional brasileiro.
  • 20. O mapa ao lado mostra a extensão do limite fronteiriço do Brasil com os três maiores produtores mundiais de cocaína – responsáveis por praticamente 100% da produção mundial. O mapa permite visualizar a dimensão do problema que o Brasil enfrenta.
  • 21. Este mapa mostra a dinâmica de distribuição da cocaína produzida pelos países andinos.
  • 22. Grande parte da droga segue para a América do Norte, enquanto outra parte segue, via território brasileiro, para a Europa.
  • 23. Uma crescente parcela da cocaína produzida se destina ao mercado consumidor brasileiro, que tem crescido consideravelmente nos últimos
  • 24. Num mundo globalizado, caracterizado pela fluidez das transações comerciais, o crime organizado segue suas atividades a pleno
  • 25. Para ilustrar a dificuldade em se deter a atuação do crime organizado transnacional, vejamos o exemplo dos E.U.A.
  • 26. Os E.U.A. têm enfrentado graves problemas de segurança na sua fronteira com o México, envolvendo principalmente organizações
  • 27. Apesar de dispor de uma polícia federal dedicada exclusivamente ao combate ao tráfico, e de ter os soldados mais bem treinados e equipados do mundo, eles tem falhado sucessivamente em evitar o ingresso de
  • 28. Até apelaram para a construção de um muro físico que separa a divisa entre os dois países, noite e
  • 29. Mas, vira e mexe, túneis por onde volumosos carregamentos de droga continuam passando livremente são descobertos.
  • 30. Alguns especialistas sustentam que enquanto houver gente querendo consumir droga, os traficantes darão um jeito de garantir o lucro
  • 31. Se a superpotência mundial não consegue cuidar de uma fronteira seca com um único país, que é muito mais um corredor do que produtor de drogas, imagine a situação nas fronteiras brasileiras,
  • 32. A fronteira brasileira com a Bolívia sozinha é mais extensa do que toda a faixa entre México e E.U.A.
  • 33. Enquanto a fronteira entre México e E.U.A. é uma fronteira seca e desértica, a brasileira inclui a densa floresta amazônica, com seus mil rios, lagos e áreas pantanosas.
  • 34. O próprio ministro da Justiça reconheceu recentemente que há um “nível elevado de vulnerabilidade” nas nossas fronteiras.
  • 35. Outras autoridades apontam as fronteiras brasileiras entre as mais desguarnecidas do mundo.
  • 36. Em 2010, foi lançado o livro-reportagem “Fronteiras Abertas – Um retrato do abandono da Aduana Brasileira”. O trabalho aborda como a falta de vigilância e fiscalização permite a entrada no país de armas, drogas, munições e produtos contrabandeados, além de facilitar o ingresso e a de criminosos, veículos roubados saída e a remessa ilegal de dinheiro que abastece toda rede de ilegalidades.
  • 37. O livro – resultado de uma viagem de dez meses que os autores empreenderam por mais de 15.000 km de fronteira seca – narra um cenário de fronteiras sem dono.
  • 38. A fragilidade de nossas fronteiras está diretamente relacionada à ampla circulação de drogas nas nossas cidades – uma triste e dura realidade com a qual convivemos e que nos desafia a buscar juntos alguma saída.
  • 39. Um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios em 2010 constatou que 98% dos municípios do país enfrentam problemas de circulação e consumo de crack.
  • 40. Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, a droga é hoje uma ameaça onipresente.
  • 41. Já que a produção e comercialização das drogas encontram-se longe de serem adequadamente combatidas, vamos refletir um pouco sobre a outra ponta do processo do tráfico: o usuário.
  • 42. O que é que leva uma pessoa a embarcar no risco suicida que as drogas representam? Os usuários podem ser agrupados em duas categorias básicas.
  • 43. De um lado, temos a categoria de usuários formada pela parcela “invisível”, excluída, esquecida e ignorada da sociedade. Moradores de rua e crianças e adolescentes em situação de risco social, que muitas vezes recorrem às drogas para amenizar a vivência de rua, e sua amarga rotina de fome e frio, abusos,
  • 44. Nas décadas de 1980 e 1990, crianças de rua tinham na cola de sapateiro a principal droga de escolha. Cola de Sapateiro: Solvente e inalante, cujas substâncias básicas são o tolueno e o benzeno, depressoras do Sistema Nervoso Central.
  • 45. A aspiração da cola de sapateiro causa euforia, desinibição, alteração das percepções, insensibilidade à dor, fome e cansaço. Pode causar alterações na respiração, culminando com a morte do usuário.
  • 46. Na época, políticos e governantes se fizeram de cegos diante do problema. Disseram: “Não temos nada a ver com isso.” A sociedade civil também se fez de surda, tratando com frio descaso o abandono social. E dissemos: “Não é problema nosso tampouco.”
  • 47. Passaram-se duas décadas e o problema se agravou drasticamente.
  • 48. Crianças e adolescentes ao relento e expostos às mazelas e durezas da vivência de rua, que ontem cheiravam cola, hoje se tornaram escravos de drogas muito mais devastadoras: o crack e o oxi.
  • 49. Crack/Oxi: subprodutos da cocaína misturados a soda cáustica ou bicarbonato de sódio; – são cinco vezes mais potentes que a cocaína, produzindo dependência com muita facilidade.
  • 50. A fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas, causando problemas respiratórios agudos. Produzem uma sensação de confiança, poder e excitação, seguida por um período de depressão, paranoia, com alucinações e delírios. Não raro, tornam o usuário violento e suicida em potencial.
  • 51. A expectativa de vida dos usuários gira entre quatro e oito anos, – crianças e adolescentes que não chegarão à idade adulta.
  • 52. O tratamento para a recuperação de usuários é muito complexo, e o completo descaso e despreparo das instâncias públicas no trato da questão faz com que a reabilitação psicossocial seja uma possibilidade bastante remota.
  • 53. A fuga. A ilusão de identidade, de satisfação, de plenitude. A sensação de preencher o vazio, a fome e o abandono social.
  • 54. Além dos moradores de rua, vítimas do abandono e descaso social, há uma outra categoria de usuários, formada por jovens que tiveram condições sociais privilegiadas.
  • 55. Ao contrário da cruel invisibilidade social que acomete as camadas que sobrevivem à margem da sociedade, estes jovens têm nome e sobrenome, possuem lares, álbuns de fotografias, pais e famílias.
  • 56. Tiveram acesso a boas escolas e a uma educação que teoricamente os deveria ter prevenido sobre a viagem geralmente sem volta que é o mundo do vício.
  • 57. Não foi a miséria material que os empurrou para o vício, mas uma outra forma de miséria, a existencial e afetiva.
  • 58. Cristiane Gaidies, conhecida pelo apelido de “Maçãzinha”, era uma jovem de cabelos cor de mel, olhos expressivos e sorriso claro. Filha de uma psicóloga e um dentista, dormia até os 18 anos abraçada ao ursinho de pelúcia. Como tantas jovens de sua idade, gostava de ir a shopping centers, festas e shows de rock.
  • 59. Aos 19 anos, abandona os amigos e envolve-se com maconha e crack. A família tenta de tudo, – diálogos, terapeutas, psiquiatras, mudanças, internação numa clínica especializada. “Ela sumia de casa, ficava vagando pelas ruas fumando crack e depois reaparecia parecendo uma mendiga”, lembra a mãe.
  • 60. A ex-estudante de classe média torna-se aos 20 anos uma andarilha das ruas de São Paulo, uma nômade urbana, praticante de pequenos furtos para alimentar seu vício. Numa noite, tenta roubar um toca-fitas, exigido por um traficante que a abastece. É o preço da droga.
  • 61. O dono do veículo, um jovem empresário, presencia a cena, e do alto do seu apartamento no 12º andar dispara contra o estacionamento do prédio com o objetivo de afugentar os ladrões. O tiro, que era para ser de advertência, atinge em cheio a frágil jovem pelas costas.
  • 62. Ela ainda se arrasta por 30 metros antes de cair sem vida no asfalto manchado de vermelho. No bolso traseiro de sua calça levava um cachimbo de crack, feito de uma tampa de tubo de pasta de dente e uma antena oca de rádio de carro.
  • 63. A outrora adolescente de cabelos cor de mel, olhos expressivos e sorriso claro passou seus últimos dias... ...num casarão abandonado, sujo e úmido, em companhia de prostitutas, travestis, mendigos e viciados.
  • 64. Desde muito jovem Nelson dal Poggetto sabia o que era sofrer. Ao 12 anos começou sua aflitiva jornada pelo mundo das drogas, iniciando com álcool e maconha, para em seguida passar para cocaína e crack.
  • 65. Internado duas vezes, volta a fumar o cachimbinho de crack pouco tempo depois de receber alta. Durante as recaídas, troca celular e outros pertences por droga, mergulhando num ciclo de depressão e arrependimento.
  • 66. Aos 19 anos, antes de cometer suicídio, deixa um bilhete de despedida para a família:... “Amei muito vocês e vou tranquilo. Isso vai ser um alívio”.
  • 67. Adriana de Oliveira era uma garota linda e cheia de sonhos, tida por todos que a conheciam como uma pessoa meiga, doce, brincalhona e amante da vida. Era boa aluna na escola, e tocava piano.
  • 68. A jovem de 20 anos, de olhos azulados, pele morena e cabelos escorridos pelos ombros iniciava uma promissora carreira como modelo. Parecia ser uma dessas pessoas abençoadas, para quem nada dá errado na vida.
  • 69. No entanto, a vida de Adriana toma um outro rumo após o namorado, um rapaz que cursa o 3º ano de direito e filho de um bem-sucedido advogado, a apresentar ao mundo das drogas.
  • 70. Quão tênue e vulnerável é a linha que separa a experimentação e o uso recreativo do risco potencial que as drogas representam.
  • 71. Durante uma festa numa chácara, Adriana passa mal, sente dificuldades para respirar e apresenta um quadro convulsivo. Ao ser transportada para o pronto-socorro já é tarde demais.
  • 72. O laudo médico revela a causa da morte: – uma mistura fatal de álcool, maconha e cocaína. Mais uma precoce partida, aos 20 anos. Mais uma história interrompida pelo álcool, pela maconha e cocaína.
  • 73. Diante das histórias de Adriana, Nelson, Cristiane e de tantos outros jovens, talvez seja hora de refletirmos sobre os valores que norteiam a nossa sociedade.
  • 74. Uma sociedade de consumo voraz, que transformou a busca do prazer imediato e da satisfação numa condição existencial essencial.
  • 75. Jovens desorientados, que buscam nos prazeres ilusórios uma forma de se libertar do peso de uma sociedade que desumanizou o homem e humanizou o dinheiro
  • 76. Tristes retratos do fracasso dos laços de sociabilidade familiar e comunitária. O desamor e o não- reconhecimento afetivo servindo de pilares para uma vivência
  • 77. Que sociedade é esta que construímos, tão repleta de valores desvirtuados? Talvez seja hora de, enfim, refletirmos com mais atenção sobre o impacto devastador da nossa atual programação televisiva, que golpeia especialmente, com cruel violência, crianças, jovens e adolescentes.
  • 78. Anúncios que associam a felicidade e o bem-estar ao consumo de bebidas alcoólicas. (uma droga tão ou mais nociva que as
  • 79. Artistas com imenso apelo junto ao público infanto-juvenil servindo de “exemplo” para gerações de crianças e adolescentes.
  • 80. Empresários, artistas, publicitários e donos de emissoras de tv faturam bilhões. E nós arcamos com os danos e custos sociais decorrentes.
  • 81. Programas que massacram a subjetividade e anulam o senso crítico, banalizando e mercantilizando a existência.
  • 82. “Vamos bisbilhotar” “Pode espiar à vontade” “Pra que educação, arte ou cultura?” “Vamos banalizar a existência” “Viva a futilidade!”
  • 83. A torrente abusiva de publicidade que invade os lares e formata a mente de crianças e adolescentes desde a mais tenra idade.
  • 84. A mensagem impregnada em mentes indefesas, de que somos o que possuímos, e que viver se resume a consumir.
  • 85. “Troque de carro, troque de celular, beba mais cerveja, etc. etc. etc...”
  • 86. Uma vida centrada em bens materiais, uma existência sem um sentido ou propósito mais nobre.
  • 87. Nada melhor do que a televisão para preencher uma vida vazia, carente de aspirações elevadas e sem padrões morais firmes...
  • 88. Não seria uma vida vazia de propósito, sentido e conteúdo uma porta de fácil entrada para o abuso do álcool, a maconha, a cocaína, o crack e todas as demais drogas que entorpecem a mente?
  • 89. Talvez seja hora de refletirmos sobre como a atual programação televisiva está contribuindo para solapar as bases éticas e morais necessárias para que crianças, jovens e adolescentes possam resistir às falsas promessas que as drogas (lícitas e ilícitas) oferecem.
  • 90. Acreditar que as forças policiais conseguirão sozinhas algum dia resolver o problema das drogas é ignorar as causas reais que alimentam a degradação moral, e o tráfico e vício subsequentes.
  • 91. O máximo que as forças policiais isoladamente conseguirão é prosseguir na sua heroica tarefa de “enxugar gelo”,... ...entupindo cada vez mais e mais e mais as já desumanas e superlotadas prisões.
  • 92. Para reverter a batalha contra as drogas, devemos buscar novos paradigmas sociais e existenciais. Buscar corrigir as causas estruturais que conduzem ao vício que alimenta o tráfico.
  • 93. Vejamos alguns componentes do nosso complexo mosaico social tão repleto de falhas, que precisam ser discutidas e sanadas caso queiramos construir uma sociedade soberana e livre:...
  • 94. s Corrupção s Política Graves Desigualdades s Baixa qualidade da Educação Sociais Uso de s Drogas Ilícitas Criminalidade Consumo de s e Violência Bebidas Alcoólicas Pobreza Moral e Cultural Individualismo Exacerbado Programação Materialismo Televisiva e Consumismo s
  • 95. s Corrupção Política Graves s Talvez seja hora Desigualdades s Baixa qualidade de acordarmos da Educação para o fatoSociais de que Uso de a epidemia s Drogas Ilícitas das drogas é apenas Criminalidade um dos sintomas Consumo de s e Violência Bebidas Alcoólicas de um problema Pobreza Moral mais amplo, muito e Cultural que encontra sua origem Individualismo no grave descaso Exacerbado com a Educação Programação Materialismo no país. e a Infância Televisiva e Consumismo s
  • 96. O escritor José Saramago dizia: “Para se acabar com as velhas prisões, É necessário construir novas escolas.”
  • 97. “No Brasil, a educação das massas ainda é uma utopia verde-amarela.” Silviano Santiago
  • 98. Na guerra contra as drogas, mais importante do que soldados e policiais são os professores e educadores.
  • 99. Uma educação plena, capaz de transmitir valores e virtudes, conduzindo cada criança em direção à sua plenitude.
  • 100. Uma educação capaz de banhar de sentido, propósito e bondade as vidas que iniciam sua jornada pelos caminhos do mundo.
  • 101. O legítimo anseio que todos trazemos no peito, de descobrir por que existimos, e de revestir os nossos dias de beleza, poesia,
  • 102. O desejo de “ver com olhos livres”. A “alegria dos que não sabem e descobrem”.
  • 103. Há que se cuidar do broto, para que a vida nos dê flor e fruto.
  • 104. Trocar o amargo reprimir e remediar pela doçura de amar, ensinar, prevenir, e juntos descobrir.
  • 105. “Só a participação cidadã é capaz de mudar esse país.” Betinho
  • 106. Um outro mundo é possível.
  • 107. Projeto “Compaixão e Cidadania” Um espaço para refletirmos sobre temas essenciais. compaixao_cidadania@hotmail.com