A autora ficou acordada até tarde assistindo a premiação do Oscar de 2012 para ver a atriz Emma Stone, de quem é fã. Ela se emocionou ao ver Emma apresentar uma categoria e ficou orgulhosa de seu sucesso, torcendo para que o filme que Emma participou, The Help, ganhasse o Oscar de Melhor Filme. A autora se sentiu feliz e próxima de Emma durante a transmissão apesar da distância física entre elas.
1. 28/02/2012 — “Ei pequena Emma, eu ontem fiquei acordada até 4 horas da manhã, pois estava
assistindo toda a cobertura do Academy Awards 2012 pela E! desde das 4 horas da tarde. Eu
nunca havia assistindo esta premiação. Na verdade, nunca havia assistido nenhuma premiação
cinematográfica, até que você começou a frequentá-las. E desde então, sendo cedo, tarde,
mesmo sendo que eu só te veja apenas uma vez, me deixando indisposta para ir a aula, ainda
assim significa que por apenas uma mera noite, eu posso saber se você está feliz. E as vezes
tremo em pensar que pode ser apenas seu sorriso de fora, sem motivos para estar feliz em tal
noite. Mas eu acredito que esteja bem, pois quase sempre você aparece recebendo prêmios, ou
entregando prêmios, como ontém, ou hoje, tanto faz. Aqui onde eu moro, você entrou no
tapete vermelho as 8 horas da noite. Eu estava a 4 horas esperando você, mesmo tendo
toneladas de tarefas pra fazer, mas eu estava ali pra te ver feliz e eu não perderia um se quer
minuto da cobertura inteira, com medo de te perder de vista. Você chegou 8 e pouco da noite, e
logo meu sorriso se abriu tremulante. Eu nunca tinha parado para pensar que você iria
apresentar uma categoria do Oscar. Nem tinha parado para pensar que você participava do
filme com 4 indicações, incluindo o Melhor Filme. Meu primo, como sempre caçoando falou
“Olha, a sua mulher” e começou a rir. É motivo pra graça? Eu estava orgulhosa de você, que
acho que se meu primo não percebeu (se bem que ele saiu da sala, revirando os olhos, então
deveria ter percebido), eu estava com lágrimas nos olhos. Lágrimas que fluíam até minha boca,
dando um gosto salgado e ao mesmo tempo esquentando meus olhos. Eu uso óculos para
assistir a televisão e neste exato momento, meus óculos se embaçaram e ficaram úmidos. Eu
estava chorando, e demorei um pouco para perceber que o caso já estava sério, pois eu já
estava soluçando, um choro alto. Ainda bem que meu primo estava no computador naquele
momento, com fones de ouvido. Eu esperei você sair do campo de visão da câmera e fui
apreçado ao banheiro, molhar o rosto, inventar um papo de que algum cisco havia entrado no
meu olho, pois meus olhos estavam vermelhos e a ponta do meu nariz. Eu estava nervosa, eu
estava feliz, eu estava contente, estava ansiosa, estava fazendo orações em silêncio, estava
chorando. Nervosa, pois eu queria muito que tudo ocorresse bem, que você se saísse bem na
entrega do Oscar, que você não estivesse tão nervosa quanto eu estava. Estava feliz, pois eu
realmente havia me convencido que The Help ganharia o Oscar de Melhor Filme (o que não
ocorreu, mas eu acho que deveria ter ganhado. Não por causa de ti Emma, mas porque o filme
não fala só da época, nem só das mulheres, nem só das negras, nem só das empregadas
domésticas. Fala sobre qualquer tipo de preconceito que alguém possa ter por se considerar
superior, o que ocorre até hoje. The Artist, é um grande filme, um belo filme, um elogio, uma
carta de amor para toda a história do cinema, mas é um filme de Uma história. The Help é um
filme de uma história também, mas é A história de qualquer pessoa que se sente silenciosa,
oprimida). Contente, pois a primeira imagem sua da noite, era você chegando sorrindo, o que
me deixa bastante animada só de estar acompanhando aquilo ao vivo. Eu me sentia ali ao teu
lado. Eu trocaria tudo para estar ali ao seu lado. Estava ansiosa, pois eu esperava sua
graciosidade no que iria fazer para entregar o Oscar. Estava fazendo orações, pedindo a
qualquer força, Deus, astros, destino, que seja lá qual fosse o nome escrito no envelope de
Melhor Filme, tinha de ser The Help. Eu até expliquei minha opinião para Deus, astros e destino
repetitivamente. Eu estava realmente querendo por uma praga em algum dos jurados da
2. Academia, para de última hora mudar o filme que estivesse no envelope para The Help. Enfim,
eu estava chorando por todos os motivos possíveis que se possa ter para sentir orgulho de você
Em. Quem diria que ter desistido de sua escola católica tenha lhe trazido um futuro brilhante. É
em ti que me espelho. Eu quero ter um futuro brilhante, que ao menos brilhe um pouco como o
seu. E seja lá qual for o motivo de você estar ai, se é pelo seu projeto “Projeto Hollywood 2004”,
se é pelo seu grande talento, se é pela sua simpatia, se é por você ter seguido seus sonhos, se é
por você ter feito teatro na escola, o que quer que seja, deu certo. E você estava ali, linda,
deslumbrante e até meu primo, que usava fones de ouvido, reclamou que eu havia posto a
televisão muito alta, pois você havia chegado ao palco com o Ben Stiller. Apesar de que tinha
uma dublagem em cima de sua voz, a cada pequeno pouquinho de voz que eu escutava, eu já
me sentia completa. Aquela era sua noite, não a do Oscar. Era minha noite também. A manhã na
qual fui dormir feliz por ter sentido você pertinho de mim. Ah, se tudo fosse mais mágico e eu
estivesse ali realmente. Mas tudo foi mágico o suficiente para me manter sorrindo até agora, 22
horas depois. Nada pode tirar este meu sorriso Em, pois mais uma vez eu pude ver seu sorriso se
formando, criando covinhas, apertando seus olhos, ao vivo. Eu senti que você estava sorrindo
para mim e tamanha lembrança, ninguém pode me tirar. Sei que aquelas piadas no palco foram
ensaiadas, mas eu sentia que você as interpretava para apenas eu rir. Você sorria para eu
também sorrir. Você estava ali, mas eu aqui. E tudo que eu queria e desejava, era estar com
você, apreciar seu momento. Nosso momento. O momento em que você plantou um sorriso
eterno em meu rosto e tudo que te posso dizer é ‘Obrigada’, só obrigada por ser única. Única
para mim e a única que é capaz de me deixar assim.”