2. DINÂMICA DA OFICINA
Abertura
Apresentação das Técnicas Literárias
Leitura de Texto
Exercício de Observação
Produção textual
Sarau literário
Publicação no Blog
3. CONCEITO DE JORNALISMO
LITERÁRIO
Modalidade de prática da reportagem de
profundidade e do ensaio jornalístico utilizando
recursos de observação e redação originários da
(ou inspirados pela) literatura.
Traços básicos: imersão do repórter na realidade,
voz autoral, estilo, precisão de dados e
informações, uso de símbolos (inclusive
metáforas), digressão e humanização.(Edvaldo
Pereira Lima)
4. CARACTERÍSTICAS DO
JORNALISMO LITERÁRIO
Emprego de técnicas literárias;
Profunda observação;
Profunda pesquisa de campo;
Criatividade;
Grande caracterização dos personagens;
Ambientação do fato narrado;
Fuga das regras do texto jornalístico;
convencional.
5. E QUAL É A DO JORNALISMO
LITERÁRIO?
•Ir além do factual
•Ir além da objetividade
•Ir além dos dados
estatísticos
•Ir além do lead
6. E QUAL É A DO JORNALISMO
LITERÁRIO?
O Jornalismo Literário:
•Humaniza o texto
•Aprofunda a reportagem
•Trabalha a linguagem
•Observa os detalhes
•Vai além do lead
7. TÉCNICAS LITERÁRIAS
1. Variação da tipologia textual
2. Construção cena a cena
3. Foco narrativo
4. Fluxo de consciência
8. 1 – VARIAÇÃO DA TIPOLOGIA
TEXTUAL
Narração – tem como principal característica a
ação, a progressão temporal para o desenrolar
dos fatos.
Dissertação – na dissertação, prevalece a
argumentação, a exposição e defesa de um ponto
de vista.
Descrição – é a mera descrição e apresentação
dos fatos, como eles ocorrem. É um texto bastante
adjetivado
9. EXEMPLO
Ele entrou pela porta ofegante, sentou-se, olhou ao
redor e se voltou para o seu mundo.
(NARRAÇÃO).Triste, cabisbaixo, com a barba por
fazer e a roupa amarfanhada, pensava no porquê
daquela situação.(DESCRIÇÃO) Creio que se sentia
culpado por sua própria incapacidade.
(DISSERTAÇÃO)
10. 2 - NARRAÇÃO CENA A CENA
Construção cena a cena (cena
presentificada) – é o relato detalhado do
acontecimento à medida que ele se desenvolve,
desdobrando-o como em uma projeção
cinematográfica. Mas, como a vida do
personagem não transcorre somente no universo
de suas ações diretas, pode-se estabelecer
relações com acontecimentos paralelos, que, de
alguma forma, contribuíram para o destino do
biografado
11. EXEMPLO DE
NARRAÇÃO CENA A CENA
Chegam à casa ao entardecer. São um pequeno
grupo de policiais. Todos uniformizados.
Passeiam pela sala e olham a biblioteca. Riem
com sarcasmo. Pegam o livro História da
Diplomacia. "Assim que os kosovares
descendentes de albaneses também querem ser
diplomatas?" Mudam o tom da conversa.
Gritam. "Nos dê as chaves", exigem. "Pegue
uma mala", ordenam. "Logo vocês irão para a
Albânia e nunca mais voltarão’’, profetizam.
12. 3 - FOCO NARRATIVO
Foco narrativo (ou ponto de vista) – é a
perspectiva pela qual é contada a história. Pode
ser:
Narrador-observador (3ª. Pessoa) ou
narrador-personagem (1ª. Pessoa).
13. FOCO NARRATIVO
Narrador-observador
Exemplo:
“Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim
Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse força
em se mostrar amável por causa da visita
convidada para a pescaria, vinha mal-humorado
daquelas cinco léguas cabritando na estrada
péssima. Aliás, o fazendeiro era de pouco riso
mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos
que o mumificavam naquele esqueleto agudo e
taciturno.” - O poço, de Mário de Andrade.
14. FOCO NARRATIVO
Narrador- personagem – quando o narrador
participa da história
Exemplo
“Vai então, empacou o jumento em que eu vinha
montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos,
depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu
fora da sela,…” “mas um almocreve, que ali estava,
acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não
sem esforço nem perigo. Dominado o bruto,
desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé.”
-Memórias Póstuma de Brás Cubas,de
Machado de Assis.
15. 4- FLUXO DE
CONSCIÊNCIA
Fluxo de consciência – Escrever um fluxo de
consciência é como instalar uma câmera na
cabeça da personagem, retratando fielmente sua
imaginação, seus pensamentos. Como o
pensamento, a consciência não é ordenada.
Presente e passado, realidade e desejos, falas e
ações se misturam na narrativa.
16. FLUXO DE CONSCIÊNCIA
Exemplo
Como a humanidade é louca, pensou ela ao atravessar
Victoria Street. Porque só Deus sabe porque amamos
tanto isto, o concebemos assim , elevando‑o,
construindo‑o à nossa volta, derrubando‑o, criando‑o
novamente a cada instante, mas até as próprias
megeras, as mendigas mais repelentes sentadas às
portas (a beberem a sua ruína) fazem o mesmo;.(Mrs.
Dalloway, 1925, trad. port. Lisboa, Ulisseia, 1982,
pp.5-6)
18. JOÃO DO RIO
João Paulo Emílio Cristóvão dos
Santos Coelho Barreto nasceu no
Rio de Janeiro em 1881.
Era filho de Alfredo Coelho
Barreto, professor de matemática
e da dona-de-casa Florência dos
Santos Barreto. Ingressou na
imprensa carioca aos 17 anos,
chegando a ser colaborador de
vários jornais como O Paiz, O
Dia, Correio Mercantil, O
Tagarela e O Coió.
19. JOÃO DO RIO
Em 1903, começou a trabalhar no jornal
Gazeta de Notícias, onde ganhou o
apelido de João do Rio.
Foi jornalista, cronista, tradutor e
teatrólogo. Elevou a profissão de
jornalista, que até então era vista como
bico pelos intelectuais.
Foi um revolucionário para sua época.
Foi um dos primeiros repórteres “in
loco”, retratou tanto a burguesia como
as classes mais pobres e se especializou
na retratação de personagens
marginalizados, como prostitutas,
mendigos, malandros, trabalhadores do
porto etc.
É considerado ainda o “iniciador da
crônica social moderna”. Foi eleito para
a Academia Brasileira de Letras, em
20. JOÃO DO RIO
Sofreu enorme preconceito da
sociedade de sua época, por ser
negro e homossexual.
No entanto, ganhou a vida como
jornalista profissional, o que era
incomum para a época.
Foi diretor do jornal A Pátría, da
revista Atlantida e colaborou ainda
com a revista Serões.
Morreu em 23 de junho de 1921,
vítima de enfarte fulminante.
21. JOÃO DO RIO
Dentre sua obra destacam-se:
-As religiões do Rio (1904)
-Alma encantadora das ruas
(1908)
-Dentro da noite (1910)
- Vida Vertiginosa (1911)
22. EXERCÍCIO
A partir do exercício de observação proposto, construa um
texto utilizando as técnicas literárias.
23. BIBLIOGRAFIA
JATOBÁ, JOÃO FELIPE BRANDÃO. Técnicas Literárias.
Disponível em: http://migre.me/5KNuv . Acesso em
7.set.2011
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas. São Paulo,
Manole, 2004
RIO, João do. Vida Vertiginosa. São Paulo, Martins Fontes,
2006
___________. Alma Encantadora das Ruas. São Paulo,
Companhia de Bolso, 2008
SCARTON, Gilberto. Guia de Produção Textual. Disponível
em Fonte: http://www.pucrs.br/gpt/index.php. Acesso em
5.ago.2011