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RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
        LEI 10.639/03
Os principais dois grandes grupos que
 definem as Religiões Afro-brasileiras são o
         Candomblé e a Umbanda.

     No entanto esses dois grandes grupos
  abrigam religiosidades bastante diferentes,
       tais como, por exemplo: a Pajelança
(Umbanda), no Norte e Nordeste, com profunda
     influência indígena e a Casa das Minas
 (Candomblé), no Maranhão, que mantém uma
  relação específica com os Voduns (espíritos
        ancestrais) da casa real do Daomé.
O CANDOMBLÉ é uma religião
baseada nas crenças que os
africanos trouxeram de suas
terras natais.

Hoje em dia é difundida não
apenas no Brasil, mas também em
vários países norte/latino
americanos e europeus.
Por que estudar o candomblé?

Porque o Candomblé reproduz as características do
ethos africano, isto é, seu modo de viver. Através do
estudo do Candomblé podemos ter uma noção entre
outros dos seguintes aspectos da África:

•organização política, social e familiar dos reinos
africanos;
•a visão ecológica;
•medicina;
•organização geográfica das aldeias;
•culto dos ancestrais e reverencia aos mais velhos;
•Arte africana e afro-brasileira.
NAÇÕES
O culto do candomblé divide-se em
grupos que seguem tradições de
culturas africanas diferentes, esses
grupos de origem étnicos são
chamados de “nações”.
Nação
Angola/Congo:
cultua os Inquices,
divindades
relacionadas às
populações banto
(que falam a língua
banto) de Angola e
Congo da África
Central.
TERREIRO BATE FOLHA DE SALVADOR (BA)
       MANSU BANDUQUENQUÉ
TERREIRO BATE FOLHA DO RIO DE JANEIRO
           KUPAPA UNSABA
Nação Jeje (Casa
das Minas): cultua
os Voduns,
divindades
relacionadas às
populações do
reino de Daomé
(populações Ewe,
Fon) onde hoje é
Benin, na África
Ocidental.
Segundo Pierre Verger, a Casa das Minas teria sido fundada pela rainha Nan
Agontime, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida como escrava por Adondozã
(1797-1818), que governou o Daomé após o falecimento do pai e foi destronado pelo
meio irmão, Ghezo, filho da rainha (1818-1858). Ghezo chegou a organizar uma
embaixada às Américas para procurar a sua mãe, que não foi encontrada.
(…)
O termo “mina”, embora designe o grupo étnico do Gana e esteja associado ao forte
de São Jorge da Mina ou Elmina, na Costa do Ouro, serviu para rotular os negros
sudaneses introduzidos no Brasil à época do tráfico: mina-fanti, mina-mahi, mina-
popo, mina-jeje, mina-nagô, entre outros.

Daí a expressão Tambor de Mina aplicada aos terreiros religiosos oriundos dessas
etnias no Maranhão, e, conseqüentemente, Casa das Minas – onde vivem as negras
minas.

A MITOLOGIA

Os voduns (divindades) cultuados estão dispostos em famílias, que determinam a
divisão física da Casa das Minas, sendo a principal a de Davice, cujo chefe é
Zomadonu, de uma linhagem real do Abomey. Essa família hospeda as outras: a de
Quevioçô e a de Dambirá, cujos membros vivem em quartos ao lado do gume, o
quintal onde está plantada uma secular cajazeira, árvore sagrada.

www.guesaerrante.com.br/2005/11/30/Pagina387.htm
CASAS DAS MINAS NO MARANHÃO




Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN), pelo processo nº 1464-T-00, de 2002.
Nações do Candomblé:
Nação Keto:
cultua os ORIXÁS,
divindades
relacionadas às
populações
Yorubás (de
língua Yorubá) da
região da Nigéria,
na África
Ocidental.
CASAS BRANCA DO ENGENHO VELHO (BA)
          ILÊ AXÉ IYÁ NASSÔ OKA




Tombado pelo IPHAN em 14 de Agosto de 1986 .
Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico Inscrição:093
Livro Histórico, Inscrição:504, Nº Processo:1067-T-82
ILÊ AXÉ OPÓ AFONJÁ




Tombado pelo IPHAN em 28 de julho de 2000.
Livro Histórico: Insc.:559.
Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Insc.:124 Nº Processo:1432-T-98
SOCIEDADE SÃO JORGE DO GANTOIS (BA)
       ILÊ IYÁ OMIN AXÉ IYÁ MASSÊ




Tombado pelo IPHAN em 2002,
Processo nº 1471-T-00, 2002
NAÇÃO KETO

  ORIXÁS
OLORUN
EXU                               OGUM
Mensageiro-Dono da comunicação   •Ferreiro – Guerreiro - Civilizador
•Guardião das entradas e saídas   •Desenvolvimento
•Cor: vermelho e preto            •Cor: azul; branco; verde
•Símbolo: ogó (bastão)            •Símbolo: Espada; Bigorna
OXOSSI                        OSSAIN
•Caçador                       •Curandeiro
•Caça, Floresta, Alimentação   •Senhor das ervas e plantas
• Cor: Verde ou Azul           • Cor: Verde
•Símbolo: Ofá                  •Símbolo: Haste com pássaro
OMOLU                            XANGÔ
•Senhor do solo, da plantação,   •Rei; Justiça
da saúde e das doenças.          •Senhor dos raios e trovões
• Cor: Palha; Marrom;            •Cor: Vermelho; Branco
•Símbolo: Xaxará                 •Símbolo: Oxé (Machado)
Lamidi Olayiwola Adeyemi – Alafin de Oyó
•Rei das ligações e inter-relações
OXUMARÉ   •Cor: Cores do arco-íris
          •Símbolo: Serpente; arco íris;
•Guerreira; senhora da morte
        •Raios; ventos; tempestades; sensualidade
YANSÃ   •Cor: Vermelho; rosa
        •Símbolo: faca; alfange; urukere
•Beleza, Sensualidade e Vaidade
       •Águas Doce; Beleza; Amor; riqueza; fecundidade
OXUM   •Cor: Amarelo; dourado
       •Símbolo: espelho
SANTUÁRIO DE OXUM EM OXOGBO
•Grande mãe
          •Mar; Maternidade
YEMANJÁ   •Cor: Branco; prata; azul
          •Símbolo: Espelho prateado
•Mãe senhora; Grande vó
       •Raiz; pântano; Lama (Terra e água;
NANÃ   Início e Fim; vida e morte
       •Cor: Roxo; Branco; Anil
       •Símbolo: ibiri
•Sábio Ancião
        •Sabedoria; Vida e Morte
OXALÁ   •Cor: Branco
        •Símbolo: opaxorô
Os terreiros de candomblé são casas onde são realizados os ritos do culto a
divindades da África trazidas com os africanos escravizados que preservaram na
memória sua cultura, seus costumes e suas crenças. Assim como os Faraós no
Egito, essas divindades eram reis cultuados como deuses e toda a sorte da
população, seja na colheita, no comércio, na guerra ou nos fenômenos das
estações do ano, era atribuída às suas influências sobre a natureza.

O rei geralmente era considerado um pai para a população, pois a estrutura
política reproduzia a estrutura familiar e, portanto, ele era um chefe de clãs
ligadas por laços de parentesco. Tudo isso se explica pelo fato de a maioria
destes reinos terem se desenvolvidos a partir do crescimento de pequenas
aldeias de famílias agrupadas.

Diferente do que ocorre na África, onde estes reis divinizados estão separados
por regiões e cidades, no Brasil, a continuidade de seus cultos pelos africanos só
foi possível quando eles se uniram em uma comunidade onde pudessem celebrar
seus deuses no mesmo espaço, o terreiro. Essa comunidade, a comunidade-
terreiro, chama-se Egbé.
REINOS
YORUBÁS
REINOS
YORUBÁS
Egbes
“Na África, principalmente entre os iorubás, as
famílias extensas moravam em habitações coletivas
chamadas de egbes ou compounds. O compound era
um conjunto de casas pequenas construídas lado a lado
na forma de um quadrado ou retângulo. As portas e
janelas das casas ficavam voltadas para o pátio interno
do conjunto, lugar onde se dava o convívio social da
família, e que se ligava por um lado externo ao
corredor. A proteção espiritual do compound era
assegurada pelo altar de Exu, localizada nas
proximidades da entrada do conjunto, e pelas
divindades dos núcleos familiares que os formavam.
Os mortos eram sepultados e cultuados no interior do
compound.” (SILVA, 2005. P.64)
Esta é a Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo terreiro de raiz yorubá, cujo nome
africano é Ilê Axé Iyá Nassó Oká. Os povos Yorubás vieram das regiões sudanesas que se
estendem do Benim até a Nigéria e denominam as suas divindades de Orixás. A eles são
relacionadas forças da vida e da natureza que usam para ajudar seu povo, seus fiéis e
filhos. Orixá significa "inteligência da natureza." No Candomblé, cada pessoa tem seu
Orixá e o reconhece como deus e pai ao mesmo tempo.
O terreno fica situado numa encosta que se estende até uma cota de 30.00m com
declividade de 30%, no lado direito da atual avenida da Gama, no sentido de progressão
para o Rio Vermelho, entre as Ladeiras Manoel do Bonfim e do Bogun, na Unidade
Espacial C-5 em Salvador - Bahia. Ocupa uma área de 6.000m². Em redor do Barracão
existem várias casas de Orixás.




                                                       Casa Branca do Engenho
                                                       Velho.
                                                       Tombada em 1986 pelo IPHAN
                                                       (Instituto do Patrimônio Histórico
                                                       e Artístico Nacional.
O Terreiro é de Oxossi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa
Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das
principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto
de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as
comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o carater sagrado deste
espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.




A planta da construção da Casa Branca do Engenho Velho foi adaptada seguindo a mesma
lógica dos egbés, ou compounds, de acordo com a arquitetura colonial e as condições do
geográficas do ambiente, mas certamente a construção principal tem a mesma estrutura. Na
planta abaixo, temos essa estrutura ampliada por todo o terreno.
“No terreiro de candomblé os negros reproduziram no nível mítico alguns desses padrões de
moradia e de culto. Exu continuou guardando a entrada dos terreiros. Os orixás, com seus
quartos individuais, sintetizaram a divisão de culto por família. O culto aos mortos também
permaneceu no quarto de balé ou de egun (espírito dos mortos). E o barracão do terreiro,
funcionando como espaço de culto religioso e da realização das festas públicas, reproduziu o
pátio interno do compound” (SILVA, 2005. P.64-65)
Ilê Axé Opô Afonjá. Fundado em Salvador no ano de 1910. Tombada em
2000 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Há uma casa para cada um. Estas construções foram assim estruturadas pelas
mães de santo fundadoras, na intenção de criar uma miniatrua da África
CASA DE SHANGÔ DO ILE AXE OPO AFONJA
Significado dos nomes Yorubás das casas tradicionais de
                terreiros de Nação Keto:



                YLE – CASA
               AXÉ – FORÇA
OPO – SUSTENTAÇÃO (COLUNAS DE SUSTENTAÇÃO)

  Acompanhados por nomes de sacerdotes ou Orixás
BARRACÃO
Além dos quartos, casas ou assentamentos dos orixás, o barracão é um espaço fundamental para o
candomblé. É pátio do Egbé. É o lugar onde ocorre as festas religiosas. Nele, os orixás se encontram para
trazer suas forças para o mundo dos homens. As festas remontam ao mesmo tempo a estrutura política de
um palácio africano e as histórias míticas dos orixás. O Pai e a Mãe de Santo são o rei e a rainha do
palácio e contemplam os orixás que dançam ao rítmo dos atabaques tocados pelos músicos ogans. Os
dançantes a todo momento são pageados auxiliados pelas equedis que sinalizam com uma sineta o percurso
da dança em torno do ixé, a coluna sagrada ao centro do barracão.
Yalorixá (Yá = mãe; Ori = cabeça; xá = poder; força; regência)

     Babalorixá (Baba= pai; Ori = cabeça; xá = poder; força; regência)



Maria Stella de Azevedo Santos,
     Mãe Stella de Oxóssi,
           Odé Kayode
       Ilê Axé Opô Afonjá
OGÃS
Atabaques (Lê, Rum-pi e Rum)
EKEDY (EQUEDI)
Yao – iniciado; filho de santo
Ebômin – iniciados com 14 anos de iniciação
Abian – frequentador ainda não iniciado
Antropologia do Espaço/Lugar
Marc Augé, ao tratar do significado antropológico do lugar,
conceitua este como um local preenchido de sentidos e
significados pelo grupo que o vivencia e elabora sua visão
de mundo a partir de sua relação com este ambiente, no
qual encontra uma posição, ou seja, um lugar, nele
imprimindo, suas construções simbólicas que ordenam a
organização espacial, construindo assim, um território.

          “Reservamos o termo 'lugar antropológico' àquela
          construção concreta e simbólica do espaço que
          não poderia dar conta, somente por ela, das
          vicissitudes e contradições da vida social, mas à
          qual se referem todos aqueles a quem ela
          designa um lugar, por mais humilde e modesto
          que seja.” (AUGÉ: 2005, p.51)
Características do Lugar Antropológico
1) Identitário - enquanto preenchido de significados e
sentidos, o lugar antropológico corresponde e confere
identidade a seus usuários;

2) relacional - a identidade de um lugar pertence a um
conjunto de elementos, dentro do qual se define na sua relação
e distinção com estes demais elementos;

3) histórico - lugar é antropológico é necessariamente um
lugar vivido, um espaço/tempo que somente reconhece seu
significado e encontra seu sentido formando um sistema de
códigos que se sustenta na medida em que é posto em prática
no cotidiano.
Território – Muniz Sodré
“A história de uma cidade é a maneira como os
habitantes ordenaram as suas relações com a terra, o
céu, a água e os outros homens. A História dá-se num
território, que é o espaço exclusivo ordenado das
trocas que a comunidade realiza na direção de uma
identidade grupal.” (SODRÉ: 1988, p. 22)

“Território é, assim, o lugar marcado de um jogo,
que se entende em sentido amplo como protoforma
de toda e qualquer cultura: sistema de regras de
movimentação humana de um grupo, horizonte de
relacionamento com o real.” (SODRÉ: 1988, p. 23)
Do lado dos ex-escravos, o terreiro (de candomblé)
afigura-se como forma social negro-brasileira por
excelência, por que além da diversidade existencial e
cultural que engendra, é um lugar originário de força ou
potencia social para uma etnia que experimenta a
cidadania em condições desiguais. Através do terreiro e
de sua originalidade diante do espaço europeu, obtém-se
traços fortes da subjetividade histórica das classes
subalternas no Brasil. (SODRÉ: 1988, p. 19)
No entanto, a essas concepções espaço-temporais entronizadas (…)
sempre se opuseram outros processos simbólicos, oriundos das
classes ditas subalterna, em geral caudatários de simbolizações
tradicionais, pertencentes a 'espaços selvagens', onde se desenvolvem
culturas de Arkhé ('populares', costuma-se dizer). As comunidades
litúrgicas conhecidas no Brasil como terreiros de culto constituem
exemplo notável de suporte territorial para a continuidade do antigo
escravo em face dos estratagemas simbólicos do senhor, daquele que
pretende controlar o espaço da cidade. Tanto para os indígenas como
para os negros vinculados às antigas cosmogonias africanas, a
questão do espaço é crucial na sociedade brasileira (…) Mas essa
não é uma questão exclusiva de determinados segmentos étnicos.
Para todo e qualquer indivíduo da chamada 'periferia colonizada' do
mundo, a redefinição da cidadania passa necessariamente pelo
remanejamento do espaço territorial em todo o alcance dessa
expressão. (SODRÉ: 1988, p. 17-18)
Assim, o Terreiro se encontra dentro do conceito definido
por Henrique Cunha como           “território de maioria
afrodescendente”, o qual observa os espaços de moradia
de uma população com história e cultura comuns
reportadas às estratégias e conhecimentos engendrados
pela população negra. Estes espaços geográficos de
moradia são em sua origem histórica formadas por
populações negras e pobres com as quais se uniram as
populações de outras etnias, caracterizadas pela mesma
condição social. Portanto trata-se de regiões geográficas
da cidade de populações de baixa renda com a maioria
afro-descendente “que determina a dinâmica cultural e
social desses territórios.” (CUNHA JR: 2007, p.71)
Os terreiros se constituiram como espaços
fortalecimento das características africanas de lidar
com o espaço imprimindo-lhe seu próprio
significado, ordenando-o com símbolos sagrados que
não apenas expressam mais orientam os sentidos e
condutas dos adeptos do candomblé. Os terreiros de
Candomblé se tornaram centros acolhedores de uma
população de visões de mundo e comportamentos
avesso ao ideário burguês, que teve sua cidadania
espoliada.
Recursos Metodológicos


•   Observação participante;
•   Registro fotográfico;
•   Registro em caderno de campo;
•   Entrevista informal.
Na 'lógica' das religiões afro-brasileiras, a palavra falada é considerada
uma importante fonte de axé (força vital) e veículo de poder sagrado. Falar
é um ato mágico que impregna por contaminação simbólica o sujeito da
fala e do seu ouvinte. Na transmissão do conhecimento litúrgico, o que
dizer, quando, como e para quem são instâncias determinadas pela
hierarquia religiosa. A entrevista etnográfica, por haver transmissão de
conhecimento, também é apreendida pelo grupo através desse contexto
simbólico. Para o pai-de-santo, dar entrevistas ou falar ao antropólogo
adquirem significados que vão além da simples transmissão de
conhecimentos “objetivos”, significando muitas vezes, uma inversão de
procedimentos religiosos. Porque, nessas religiões, o processo de obtenção
do conhecimento raramente se faz através de uma dinâmica de perguntas e
respostas. Perguntar é uma quebra da regra do silêncio e do respeito, pois
acredita-se que o conhecimento deva ser transmitido de acordo com os
méritos de cada um e em função do tempo de iniciação. Nesse ambiente
aprende-se observando, sem questionar ou demonstrar uma excessiva
curiosidade. (SILVA: 2006, p. 44)
UMBANDA
   A MAIS
 BRASILEIRA
    DAS
 RELIGIÕES
A UMBANDA
   A UMBANDA É UMA RELIGIÃO PROFUNDAMENTE
     BRASILEIRA QUE SOMA, NA SUA CONCEPÇÃO
    TEOLÓGICA, INFLUÊNCIAS DO CANDOMBLÉ, DO
CATOLICISMO POPULAR E DO ESPIRITISMO KARDECISTA.

 AS ENTIDADES DA UMBANDA CONTAM A HISTÓRIA DO
                     BRASIL:
MAS DE UM BRASIL DIFERENTE E INVERSO, NO QUAL OS
HERÓIS EXEMPLARES E AS AÇÕES TRANSFORMADORAS
    DA NACIONALIDADE SE REFEREM ÀS FIGURAS
                MARGINALIZADAS:
   CABOCLOS, BOIADEIROS, ÍNDIOS, PROSTITUTAS,
    MALANDROS, VELHOS ESCRAVOS E CRIANÇAS.
A Umbanda, apesar dos vários sincretismos e
vertentes que a caracterizam, é considerada uma
religião afro-brasileira que se desenvolveu a partir
das Cabulas, cultos de origem Bantu que são
registradas desde o séc. XVII, mas que se
organizou, na sua forma atual, a partir da década
de 30, para atender às demandas e aflições da
população negra e mestiça das periferias cariocas e
paulistas, sendo, posteriormente, adotada pela
classe média branca urbana. Ora é considerada
como um “branqueamento” das religiões negras,
ora é acentuado seu aspecto mais negro. A palavra
Umbanda vem das línguas Bantu, Umbundo e
Quimbundo, significando “arte de curandeiro” ou
“medicina”.
AS ENTIDADES NA UMBANDA
AS ENTIDADES QUE SE MANIFESTAM NA UMBANDA
TÊM DIFERENTES FUNÇÕES:

O ORIXÁ: REPRESENTA O EU IDEAL E NORMATIVO;
O CABOCLO: REPRESENTA A MATURIDADE, A FORÇA, A
CAPACIDADE DE ESCOLHER CAMINHOS E ENFRENTAR
OS PROBLEMAS;
O PRETO-VELHO: REPRESENTA A MEMÓRIA, A

CAPACIDADE DE COMPREENDER E SUPERAR OS
PROBLEMAS;
•EXU E POMBA-GIRA: REPRESENTA A RUPTURA, O
CONFLITO E A CAPACIDADE DE RESOLVER OS
PROBLEMAS;
•AS CRIANÇAS: REPRESENTAM A VIDA, A ALEGRIA E O
PODER DE EXISITIR PLENAMENTE, APESAR DOS
PROBLEMAS
O lugar de culto da Umbanda é chamado templo, terreiro ou Centro, onde
os Umbandistas se encontram para realização do culto, denominado Gira. Nas
sessões de consulta, onde podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos,
Ciganos e outros Espíritos, as pessoas conversam com essas Entidades a fim de
obter ajuda para suas vidas, curas e solução para problemas espirituais e
pessoais diversos. As Entidades dão conselhos, dão “passes” (gestos mágicos
que “descarregam” as influências hostis) ou defumam (o uso da bebida e do
tabaco como meio de cura é de origem indígena). A Umbanda crê que o
médium tem o compromisso de servir como um instrumento de Guias ou
Entidades espirituais superiores e, portanto, deve se preparar através do
estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação
moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar
os Guias e Orixás; ter assiduidade e compromisso com sua Casa, ter caridade
em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito.
AS FALANGES
• As entidades da Umbanda se dividem em Falanges: grupos de espíritos
  individualizados que têm personalidades similares e funções reconhecidas
  num mesmo padrão.
• As principais Falanges ou Linhas são:

• A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo,
  pois abrange os santos da Igreja Católica em geral.
• A segunda linha é a linha de Iemanjá, que engloba as ondinas, caboclas do mar
  e outras entidades relacionadas à água.
• A terceira linha, a linha de Oxóssi, é a composta de caboclos e caboclas, ou
  seja, índios, sendo comandada por São Sebastião.
• Na quarta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalha
  Santa Bárbara, caboclos e pretos-velhos.
• A quinta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos-
  velhos e soldados romanos.
• A sexta linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo
  da Costa do Congo, de Angola e todo povo da África, comandada por Omolu.
• A sétima linha é a de Yori, ou de Cosme e Damião, que lideram as crianças.
OGUM   SÃO JORGE
OXOSSI   SÃO SEBASTIÃO
OXUM    NS. S. DA
       CONCEIÇÃO
YANSÃ   S. BARBARA
• A Umbanda é uma religião autenticamente brasileira, pois
  conta a história da formação do Brasil de um outro ponto de
  vista, atribuindo a negros e indígenas, seu valor e
  participação na sociedade. Outro aspecto importante da
  Umbanda é o de colaborar com a saúde, além de
  aconselhamento psicológico e social a comunidades, em sua
  maioria de baixa renda, que de outra forma não teriam
  acesso a tais benefícios.
O CABOCLO
• A entidade Caboclo pode vir sob a forma do:
• Caboclo de Pena – o índio, geralmente numa
  versão romantizada do índio brasileiro;
• Boiadeiro – seja o vaqueiro nordestino, o boiadeiro
  do sudeste ou o peão do sul;
• Marujo ou Marinheiro – seja o jangadeiro ou
  pescador ou o marujo embarcado na Marinha;
• O Cangaceiro é, também considerado na linha dos
  Caboclos, ainda que seja “cruzado” com a linha
  dos Exus.
O CABOCLO DE PENA
• O Caboclo ou Cabocla de Pena representa o índio,
  como o “bom selvagem”: corajoso, sábio, caçador,
  independente, orgulhoso, honrado e audaz,
  conhecedor dos caminhos da mata e dos remédios
  tradicionais. Geralmente sua manifestação é séria
  e sisuda.
• A função do Caboclo de Pena é indicar o caminho
  da vida e restabelecer o equilíbrio perdido.
Pena Verde
Cabocla Jurema
BOIADEIRO
• O Boiadeiro é representado como um homem do
  mundo rural, corajoso e sábio, mas alegre, amigo
  de churrasco, cerveja, cachaça e brincadeiras.
• As Festas de Boiadeiro são cheias de alusões e
  cantigas ao mundo do agreste, de alegorias ligadas
  ao trabalho com o gado, de histórias de fé e de
  persistência.
• Os conselhos do Boiadeiro geralmente são espertos
  e práticos, apontando para a tomada de
  responsabilidades.
Boiadeiro
Pretos(as)-Velhos(as)
• Os Pretos e Pretas-Velhas representam a idade, a
  experiência e, portanto, a compaixão e a paciência.
• São velhos escravos e escravas que contam suas vidas
  (às vezes, com impressionante correção antropológica) e
  retiram dos seus sofrimentos, conselhos de superação
  das situações e de sabedoria.
• No entanto, os(as) Pretos(as) Velhos(as) não são
  “bonzinhos”: representam a morte e a memória da
  escravidão, por isso são sábios – porque é preciso não
  esquecer a crueldade do sofrimento para que ele não
  aconteça nunca mais.
Pretos(as)-Velhos(as)
AS CRIANÇAS
• As Crianças, também chamadas coletivamente, de
  Ibejada (Ibeji é uma palavra nagô que significa Criança)
  são espíritos de crianças que vêm para brincar e para
  resolver problemas das pessoas.
• Na verdade, na medida em que as crianças
  representam o espírito da vida, são as entidades mais
  poderosas, sendo capazes de resolver os problemas
  mais terríveis.
• A Festa de Cosme e Damião, em várias cidades
  brasileiras, festeja essas crianças espirituais, com
  doces e brinquedos, acolhendo e agradando as
  crianças carnais.
As Crianças
EXU e POMBA GIRA
• Os vários Exus e Pombas Giras são considerados
  uma Linha a parte, pois “trabalham” para todas
  as Linhas, realizando os “serviços” espirituais
  mais pesados.
• No entanto, não podem e não devem ser
  considerados como representações demoníacas –
  são perigosos porque precisam ser capazes de
  enfrentar e resolver os problemas que os seres
  humanos não conseguem dar conta – sendo,
  portanto, capazes de “trabalhar” para o bem ou
  para o mal, conforme forem requisitados.
Zé Pelintra
Pomba-gira
Pomba-Gira pode vir na forma de Cigana, Rainha, Maria
         Mulambo, Sete Saias e outras mais
1 - Macumba
2 – Exu não é Lucifer e os orixás não são demônios
3- Sacrifício

   Sacrificar significa sagrar, isto é, tornar algo
   sagrado. No candomblé é preciso tornar o
   alimento sagrado para que ele seja abençoado
   pelos deuses. O alimento é comido e as bençãos
   de deus é juntamente ingerida. Todas as religiões
   fazem isso. Os católicos sacrificam o Peru no
   Natal e peixe na semana santa, seguindo a mesma
   idéia

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Ilê público2

  • 2. Os principais dois grandes grupos que definem as Religiões Afro-brasileiras são o Candomblé e a Umbanda. No entanto esses dois grandes grupos abrigam religiosidades bastante diferentes, tais como, por exemplo: a Pajelança (Umbanda), no Norte e Nordeste, com profunda influência indígena e a Casa das Minas (Candomblé), no Maranhão, que mantém uma relação específica com os Voduns (espíritos ancestrais) da casa real do Daomé.
  • 3. O CANDOMBLÉ é uma religião baseada nas crenças que os africanos trouxeram de suas terras natais. Hoje em dia é difundida não apenas no Brasil, mas também em vários países norte/latino americanos e europeus.
  • 4. Por que estudar o candomblé? Porque o Candomblé reproduz as características do ethos africano, isto é, seu modo de viver. Através do estudo do Candomblé podemos ter uma noção entre outros dos seguintes aspectos da África: •organização política, social e familiar dos reinos africanos; •a visão ecológica; •medicina; •organização geográfica das aldeias; •culto dos ancestrais e reverencia aos mais velhos; •Arte africana e afro-brasileira.
  • 5. NAÇÕES O culto do candomblé divide-se em grupos que seguem tradições de culturas africanas diferentes, esses grupos de origem étnicos são chamados de “nações”.
  • 6. Nação Angola/Congo: cultua os Inquices, divindades relacionadas às populações banto (que falam a língua banto) de Angola e Congo da África Central.
  • 7. TERREIRO BATE FOLHA DE SALVADOR (BA) MANSU BANDUQUENQUÉ
  • 8. TERREIRO BATE FOLHA DO RIO DE JANEIRO KUPAPA UNSABA
  • 9. Nação Jeje (Casa das Minas): cultua os Voduns, divindades relacionadas às populações do reino de Daomé (populações Ewe, Fon) onde hoje é Benin, na África Ocidental.
  • 10. Segundo Pierre Verger, a Casa das Minas teria sido fundada pela rainha Nan Agontime, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida como escrava por Adondozã (1797-1818), que governou o Daomé após o falecimento do pai e foi destronado pelo meio irmão, Ghezo, filho da rainha (1818-1858). Ghezo chegou a organizar uma embaixada às Américas para procurar a sua mãe, que não foi encontrada. (…) O termo “mina”, embora designe o grupo étnico do Gana e esteja associado ao forte de São Jorge da Mina ou Elmina, na Costa do Ouro, serviu para rotular os negros sudaneses introduzidos no Brasil à época do tráfico: mina-fanti, mina-mahi, mina- popo, mina-jeje, mina-nagô, entre outros. Daí a expressão Tambor de Mina aplicada aos terreiros religiosos oriundos dessas etnias no Maranhão, e, conseqüentemente, Casa das Minas – onde vivem as negras minas. A MITOLOGIA Os voduns (divindades) cultuados estão dispostos em famílias, que determinam a divisão física da Casa das Minas, sendo a principal a de Davice, cujo chefe é Zomadonu, de uma linhagem real do Abomey. Essa família hospeda as outras: a de Quevioçô e a de Dambirá, cujos membros vivem em quartos ao lado do gume, o quintal onde está plantada uma secular cajazeira, árvore sagrada. www.guesaerrante.com.br/2005/11/30/Pagina387.htm
  • 11. CASAS DAS MINAS NO MARANHÃO Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo processo nº 1464-T-00, de 2002.
  • 12. Nações do Candomblé: Nação Keto: cultua os ORIXÁS, divindades relacionadas às populações Yorubás (de língua Yorubá) da região da Nigéria, na África Ocidental.
  • 13. CASAS BRANCA DO ENGENHO VELHO (BA) ILÊ AXÉ IYÁ NASSÔ OKA Tombado pelo IPHAN em 14 de Agosto de 1986 . Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico Inscrição:093 Livro Histórico, Inscrição:504, Nº Processo:1067-T-82
  • 14. ILÊ AXÉ OPÓ AFONJÁ Tombado pelo IPHAN em 28 de julho de 2000. Livro Histórico: Insc.:559. Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Insc.:124 Nº Processo:1432-T-98
  • 15. SOCIEDADE SÃO JORGE DO GANTOIS (BA) ILÊ IYÁ OMIN AXÉ IYÁ MASSÊ Tombado pelo IPHAN em 2002, Processo nº 1471-T-00, 2002
  • 16. NAÇÃO KETO ORIXÁS
  • 18. EXU OGUM Mensageiro-Dono da comunicação •Ferreiro – Guerreiro - Civilizador •Guardião das entradas e saídas •Desenvolvimento •Cor: vermelho e preto •Cor: azul; branco; verde •Símbolo: ogó (bastão) •Símbolo: Espada; Bigorna
  • 19. OXOSSI OSSAIN •Caçador •Curandeiro •Caça, Floresta, Alimentação •Senhor das ervas e plantas • Cor: Verde ou Azul • Cor: Verde •Símbolo: Ofá •Símbolo: Haste com pássaro
  • 20. OMOLU XANGÔ •Senhor do solo, da plantação, •Rei; Justiça da saúde e das doenças. •Senhor dos raios e trovões • Cor: Palha; Marrom; •Cor: Vermelho; Branco •Símbolo: Xaxará •Símbolo: Oxé (Machado)
  • 21. Lamidi Olayiwola Adeyemi – Alafin de Oyó
  • 22. •Rei das ligações e inter-relações OXUMARÉ •Cor: Cores do arco-íris •Símbolo: Serpente; arco íris;
  • 23. •Guerreira; senhora da morte •Raios; ventos; tempestades; sensualidade YANSÃ •Cor: Vermelho; rosa •Símbolo: faca; alfange; urukere
  • 24. •Beleza, Sensualidade e Vaidade •Águas Doce; Beleza; Amor; riqueza; fecundidade OXUM •Cor: Amarelo; dourado •Símbolo: espelho
  • 25. SANTUÁRIO DE OXUM EM OXOGBO
  • 26. •Grande mãe •Mar; Maternidade YEMANJÁ •Cor: Branco; prata; azul •Símbolo: Espelho prateado
  • 27. •Mãe senhora; Grande vó •Raiz; pântano; Lama (Terra e água; NANÃ Início e Fim; vida e morte •Cor: Roxo; Branco; Anil •Símbolo: ibiri
  • 28. •Sábio Ancião •Sabedoria; Vida e Morte OXALÁ •Cor: Branco •Símbolo: opaxorô
  • 29. Os terreiros de candomblé são casas onde são realizados os ritos do culto a divindades da África trazidas com os africanos escravizados que preservaram na memória sua cultura, seus costumes e suas crenças. Assim como os Faraós no Egito, essas divindades eram reis cultuados como deuses e toda a sorte da população, seja na colheita, no comércio, na guerra ou nos fenômenos das estações do ano, era atribuída às suas influências sobre a natureza. O rei geralmente era considerado um pai para a população, pois a estrutura política reproduzia a estrutura familiar e, portanto, ele era um chefe de clãs ligadas por laços de parentesco. Tudo isso se explica pelo fato de a maioria destes reinos terem se desenvolvidos a partir do crescimento de pequenas aldeias de famílias agrupadas. Diferente do que ocorre na África, onde estes reis divinizados estão separados por regiões e cidades, no Brasil, a continuidade de seus cultos pelos africanos só foi possível quando eles se uniram em uma comunidade onde pudessem celebrar seus deuses no mesmo espaço, o terreiro. Essa comunidade, a comunidade- terreiro, chama-se Egbé.
  • 32. Egbes “Na África, principalmente entre os iorubás, as famílias extensas moravam em habitações coletivas chamadas de egbes ou compounds. O compound era um conjunto de casas pequenas construídas lado a lado na forma de um quadrado ou retângulo. As portas e janelas das casas ficavam voltadas para o pátio interno do conjunto, lugar onde se dava o convívio social da família, e que se ligava por um lado externo ao corredor. A proteção espiritual do compound era assegurada pelo altar de Exu, localizada nas proximidades da entrada do conjunto, e pelas divindades dos núcleos familiares que os formavam. Os mortos eram sepultados e cultuados no interior do compound.” (SILVA, 2005. P.64)
  • 33. Esta é a Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo terreiro de raiz yorubá, cujo nome africano é Ilê Axé Iyá Nassó Oká. Os povos Yorubás vieram das regiões sudanesas que se estendem do Benim até a Nigéria e denominam as suas divindades de Orixás. A eles são relacionadas forças da vida e da natureza que usam para ajudar seu povo, seus fiéis e filhos. Orixá significa "inteligência da natureza." No Candomblé, cada pessoa tem seu Orixá e o reconhece como deus e pai ao mesmo tempo. O terreno fica situado numa encosta que se estende até uma cota de 30.00m com declividade de 30%, no lado direito da atual avenida da Gama, no sentido de progressão para o Rio Vermelho, entre as Ladeiras Manoel do Bonfim e do Bogun, na Unidade Espacial C-5 em Salvador - Bahia. Ocupa uma área de 6.000m². Em redor do Barracão existem várias casas de Orixás. Casa Branca do Engenho Velho. Tombada em 1986 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
  • 34. O Terreiro é de Oxossi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o carater sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo. A planta da construção da Casa Branca do Engenho Velho foi adaptada seguindo a mesma lógica dos egbés, ou compounds, de acordo com a arquitetura colonial e as condições do geográficas do ambiente, mas certamente a construção principal tem a mesma estrutura. Na planta abaixo, temos essa estrutura ampliada por todo o terreno. “No terreiro de candomblé os negros reproduziram no nível mítico alguns desses padrões de moradia e de culto. Exu continuou guardando a entrada dos terreiros. Os orixás, com seus quartos individuais, sintetizaram a divisão de culto por família. O culto aos mortos também permaneceu no quarto de balé ou de egun (espírito dos mortos). E o barracão do terreiro, funcionando como espaço de culto religioso e da realização das festas públicas, reproduziu o pátio interno do compound” (SILVA, 2005. P.64-65)
  • 35. Ilê Axé Opô Afonjá. Fundado em Salvador no ano de 1910. Tombada em 2000 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
  • 36. Há uma casa para cada um. Estas construções foram assim estruturadas pelas mães de santo fundadoras, na intenção de criar uma miniatrua da África
  • 37. CASA DE SHANGÔ DO ILE AXE OPO AFONJA
  • 38. Significado dos nomes Yorubás das casas tradicionais de terreiros de Nação Keto: YLE – CASA AXÉ – FORÇA OPO – SUSTENTAÇÃO (COLUNAS DE SUSTENTAÇÃO) Acompanhados por nomes de sacerdotes ou Orixás
  • 39. BARRACÃO Além dos quartos, casas ou assentamentos dos orixás, o barracão é um espaço fundamental para o candomblé. É pátio do Egbé. É o lugar onde ocorre as festas religiosas. Nele, os orixás se encontram para trazer suas forças para o mundo dos homens. As festas remontam ao mesmo tempo a estrutura política de um palácio africano e as histórias míticas dos orixás. O Pai e a Mãe de Santo são o rei e a rainha do palácio e contemplam os orixás que dançam ao rítmo dos atabaques tocados pelos músicos ogans. Os dançantes a todo momento são pageados auxiliados pelas equedis que sinalizam com uma sineta o percurso da dança em torno do ixé, a coluna sagrada ao centro do barracão.
  • 40. Yalorixá (Yá = mãe; Ori = cabeça; xá = poder; força; regência) Babalorixá (Baba= pai; Ori = cabeça; xá = poder; força; regência) Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi, Odé Kayode Ilê Axé Opô Afonjá
  • 41. OGÃS
  • 44. Yao – iniciado; filho de santo Ebômin – iniciados com 14 anos de iniciação Abian – frequentador ainda não iniciado
  • 45. Antropologia do Espaço/Lugar Marc Augé, ao tratar do significado antropológico do lugar, conceitua este como um local preenchido de sentidos e significados pelo grupo que o vivencia e elabora sua visão de mundo a partir de sua relação com este ambiente, no qual encontra uma posição, ou seja, um lugar, nele imprimindo, suas construções simbólicas que ordenam a organização espacial, construindo assim, um território. “Reservamos o termo 'lugar antropológico' àquela construção concreta e simbólica do espaço que não poderia dar conta, somente por ela, das vicissitudes e contradições da vida social, mas à qual se referem todos aqueles a quem ela designa um lugar, por mais humilde e modesto que seja.” (AUGÉ: 2005, p.51)
  • 46. Características do Lugar Antropológico 1) Identitário - enquanto preenchido de significados e sentidos, o lugar antropológico corresponde e confere identidade a seus usuários; 2) relacional - a identidade de um lugar pertence a um conjunto de elementos, dentro do qual se define na sua relação e distinção com estes demais elementos; 3) histórico - lugar é antropológico é necessariamente um lugar vivido, um espaço/tempo que somente reconhece seu significado e encontra seu sentido formando um sistema de códigos que se sustenta na medida em que é posto em prática no cotidiano.
  • 47. Território – Muniz Sodré “A história de uma cidade é a maneira como os habitantes ordenaram as suas relações com a terra, o céu, a água e os outros homens. A História dá-se num território, que é o espaço exclusivo ordenado das trocas que a comunidade realiza na direção de uma identidade grupal.” (SODRÉ: 1988, p. 22) “Território é, assim, o lugar marcado de um jogo, que se entende em sentido amplo como protoforma de toda e qualquer cultura: sistema de regras de movimentação humana de um grupo, horizonte de relacionamento com o real.” (SODRÉ: 1988, p. 23)
  • 48. Do lado dos ex-escravos, o terreiro (de candomblé) afigura-se como forma social negro-brasileira por excelência, por que além da diversidade existencial e cultural que engendra, é um lugar originário de força ou potencia social para uma etnia que experimenta a cidadania em condições desiguais. Através do terreiro e de sua originalidade diante do espaço europeu, obtém-se traços fortes da subjetividade histórica das classes subalternas no Brasil. (SODRÉ: 1988, p. 19)
  • 49. No entanto, a essas concepções espaço-temporais entronizadas (…) sempre se opuseram outros processos simbólicos, oriundos das classes ditas subalterna, em geral caudatários de simbolizações tradicionais, pertencentes a 'espaços selvagens', onde se desenvolvem culturas de Arkhé ('populares', costuma-se dizer). As comunidades litúrgicas conhecidas no Brasil como terreiros de culto constituem exemplo notável de suporte territorial para a continuidade do antigo escravo em face dos estratagemas simbólicos do senhor, daquele que pretende controlar o espaço da cidade. Tanto para os indígenas como para os negros vinculados às antigas cosmogonias africanas, a questão do espaço é crucial na sociedade brasileira (…) Mas essa não é uma questão exclusiva de determinados segmentos étnicos. Para todo e qualquer indivíduo da chamada 'periferia colonizada' do mundo, a redefinição da cidadania passa necessariamente pelo remanejamento do espaço territorial em todo o alcance dessa expressão. (SODRÉ: 1988, p. 17-18)
  • 50. Assim, o Terreiro se encontra dentro do conceito definido por Henrique Cunha como “território de maioria afrodescendente”, o qual observa os espaços de moradia de uma população com história e cultura comuns reportadas às estratégias e conhecimentos engendrados pela população negra. Estes espaços geográficos de moradia são em sua origem histórica formadas por populações negras e pobres com as quais se uniram as populações de outras etnias, caracterizadas pela mesma condição social. Portanto trata-se de regiões geográficas da cidade de populações de baixa renda com a maioria afro-descendente “que determina a dinâmica cultural e social desses territórios.” (CUNHA JR: 2007, p.71)
  • 51. Os terreiros se constituiram como espaços fortalecimento das características africanas de lidar com o espaço imprimindo-lhe seu próprio significado, ordenando-o com símbolos sagrados que não apenas expressam mais orientam os sentidos e condutas dos adeptos do candomblé. Os terreiros de Candomblé se tornaram centros acolhedores de uma população de visões de mundo e comportamentos avesso ao ideário burguês, que teve sua cidadania espoliada.
  • 52. Recursos Metodológicos • Observação participante; • Registro fotográfico; • Registro em caderno de campo; • Entrevista informal.
  • 53. Na 'lógica' das religiões afro-brasileiras, a palavra falada é considerada uma importante fonte de axé (força vital) e veículo de poder sagrado. Falar é um ato mágico que impregna por contaminação simbólica o sujeito da fala e do seu ouvinte. Na transmissão do conhecimento litúrgico, o que dizer, quando, como e para quem são instâncias determinadas pela hierarquia religiosa. A entrevista etnográfica, por haver transmissão de conhecimento, também é apreendida pelo grupo através desse contexto simbólico. Para o pai-de-santo, dar entrevistas ou falar ao antropólogo adquirem significados que vão além da simples transmissão de conhecimentos “objetivos”, significando muitas vezes, uma inversão de procedimentos religiosos. Porque, nessas religiões, o processo de obtenção do conhecimento raramente se faz através de uma dinâmica de perguntas e respostas. Perguntar é uma quebra da regra do silêncio e do respeito, pois acredita-se que o conhecimento deva ser transmitido de acordo com os méritos de cada um e em função do tempo de iniciação. Nesse ambiente aprende-se observando, sem questionar ou demonstrar uma excessiva curiosidade. (SILVA: 2006, p. 44)
  • 54. UMBANDA A MAIS BRASILEIRA DAS RELIGIÕES
  • 55. A UMBANDA A UMBANDA É UMA RELIGIÃO PROFUNDAMENTE BRASILEIRA QUE SOMA, NA SUA CONCEPÇÃO TEOLÓGICA, INFLUÊNCIAS DO CANDOMBLÉ, DO CATOLICISMO POPULAR E DO ESPIRITISMO KARDECISTA. AS ENTIDADES DA UMBANDA CONTAM A HISTÓRIA DO BRASIL: MAS DE UM BRASIL DIFERENTE E INVERSO, NO QUAL OS HERÓIS EXEMPLARES E AS AÇÕES TRANSFORMADORAS DA NACIONALIDADE SE REFEREM ÀS FIGURAS MARGINALIZADAS: CABOCLOS, BOIADEIROS, ÍNDIOS, PROSTITUTAS, MALANDROS, VELHOS ESCRAVOS E CRIANÇAS.
  • 56. A Umbanda, apesar dos vários sincretismos e vertentes que a caracterizam, é considerada uma religião afro-brasileira que se desenvolveu a partir das Cabulas, cultos de origem Bantu que são registradas desde o séc. XVII, mas que se organizou, na sua forma atual, a partir da década de 30, para atender às demandas e aflições da população negra e mestiça das periferias cariocas e paulistas, sendo, posteriormente, adotada pela classe média branca urbana. Ora é considerada como um “branqueamento” das religiões negras, ora é acentuado seu aspecto mais negro. A palavra Umbanda vem das línguas Bantu, Umbundo e Quimbundo, significando “arte de curandeiro” ou “medicina”.
  • 57. AS ENTIDADES NA UMBANDA AS ENTIDADES QUE SE MANIFESTAM NA UMBANDA TÊM DIFERENTES FUNÇÕES: O ORIXÁ: REPRESENTA O EU IDEAL E NORMATIVO; O CABOCLO: REPRESENTA A MATURIDADE, A FORÇA, A CAPACIDADE DE ESCOLHER CAMINHOS E ENFRENTAR OS PROBLEMAS; O PRETO-VELHO: REPRESENTA A MEMÓRIA, A CAPACIDADE DE COMPREENDER E SUPERAR OS PROBLEMAS; •EXU E POMBA-GIRA: REPRESENTA A RUPTURA, O CONFLITO E A CAPACIDADE DE RESOLVER OS PROBLEMAS; •AS CRIANÇAS: REPRESENTAM A VIDA, A ALEGRIA E O PODER DE EXISITIR PLENAMENTE, APESAR DOS PROBLEMAS
  • 58. O lugar de culto da Umbanda é chamado templo, terreiro ou Centro, onde os Umbandistas se encontram para realização do culto, denominado Gira. Nas sessões de consulta, onde podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos e outros Espíritos, as pessoas conversam com essas Entidades a fim de obter ajuda para suas vidas, curas e solução para problemas espirituais e pessoais diversos. As Entidades dão conselhos, dão “passes” (gestos mágicos que “descarregam” as influências hostis) ou defumam (o uso da bebida e do tabaco como meio de cura é de origem indígena). A Umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de Guias ou Entidades espirituais superiores e, portanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os Guias e Orixás; ter assiduidade e compromisso com sua Casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito.
  • 59. AS FALANGES • As entidades da Umbanda se dividem em Falanges: grupos de espíritos individualizados que têm personalidades similares e funções reconhecidas num mesmo padrão. • As principais Falanges ou Linhas são: • A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo, pois abrange os santos da Igreja Católica em geral. • A segunda linha é a linha de Iemanjá, que engloba as ondinas, caboclas do mar e outras entidades relacionadas à água. • A terceira linha, a linha de Oxóssi, é a composta de caboclos e caboclas, ou seja, índios, sendo comandada por São Sebastião. • Na quarta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalha Santa Bárbara, caboclos e pretos-velhos. • A quinta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos- velhos e soldados romanos. • A sexta linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo da Costa do Congo, de Angola e todo povo da África, comandada por Omolu. • A sétima linha é a de Yori, ou de Cosme e Damião, que lideram as crianças.
  • 60. OGUM SÃO JORGE
  • 61. OXOSSI SÃO SEBASTIÃO
  • 62. OXUM NS. S. DA CONCEIÇÃO
  • 63. YANSÃ S. BARBARA
  • 64. • A Umbanda é uma religião autenticamente brasileira, pois conta a história da formação do Brasil de um outro ponto de vista, atribuindo a negros e indígenas, seu valor e participação na sociedade. Outro aspecto importante da Umbanda é o de colaborar com a saúde, além de aconselhamento psicológico e social a comunidades, em sua maioria de baixa renda, que de outra forma não teriam acesso a tais benefícios.
  • 65. O CABOCLO • A entidade Caboclo pode vir sob a forma do: • Caboclo de Pena – o índio, geralmente numa versão romantizada do índio brasileiro; • Boiadeiro – seja o vaqueiro nordestino, o boiadeiro do sudeste ou o peão do sul; • Marujo ou Marinheiro – seja o jangadeiro ou pescador ou o marujo embarcado na Marinha; • O Cangaceiro é, também considerado na linha dos Caboclos, ainda que seja “cruzado” com a linha dos Exus.
  • 66. O CABOCLO DE PENA • O Caboclo ou Cabocla de Pena representa o índio, como o “bom selvagem”: corajoso, sábio, caçador, independente, orgulhoso, honrado e audaz, conhecedor dos caminhos da mata e dos remédios tradicionais. Geralmente sua manifestação é séria e sisuda. • A função do Caboclo de Pena é indicar o caminho da vida e restabelecer o equilíbrio perdido.
  • 69. BOIADEIRO • O Boiadeiro é representado como um homem do mundo rural, corajoso e sábio, mas alegre, amigo de churrasco, cerveja, cachaça e brincadeiras. • As Festas de Boiadeiro são cheias de alusões e cantigas ao mundo do agreste, de alegorias ligadas ao trabalho com o gado, de histórias de fé e de persistência. • Os conselhos do Boiadeiro geralmente são espertos e práticos, apontando para a tomada de responsabilidades.
  • 71. Pretos(as)-Velhos(as) • Os Pretos e Pretas-Velhas representam a idade, a experiência e, portanto, a compaixão e a paciência. • São velhos escravos e escravas que contam suas vidas (às vezes, com impressionante correção antropológica) e retiram dos seus sofrimentos, conselhos de superação das situações e de sabedoria. • No entanto, os(as) Pretos(as) Velhos(as) não são “bonzinhos”: representam a morte e a memória da escravidão, por isso são sábios – porque é preciso não esquecer a crueldade do sofrimento para que ele não aconteça nunca mais.
  • 73. AS CRIANÇAS • As Crianças, também chamadas coletivamente, de Ibejada (Ibeji é uma palavra nagô que significa Criança) são espíritos de crianças que vêm para brincar e para resolver problemas das pessoas. • Na verdade, na medida em que as crianças representam o espírito da vida, são as entidades mais poderosas, sendo capazes de resolver os problemas mais terríveis. • A Festa de Cosme e Damião, em várias cidades brasileiras, festeja essas crianças espirituais, com doces e brinquedos, acolhendo e agradando as crianças carnais.
  • 75. EXU e POMBA GIRA • Os vários Exus e Pombas Giras são considerados uma Linha a parte, pois “trabalham” para todas as Linhas, realizando os “serviços” espirituais mais pesados. • No entanto, não podem e não devem ser considerados como representações demoníacas – são perigosos porque precisam ser capazes de enfrentar e resolver os problemas que os seres humanos não conseguem dar conta – sendo, portanto, capazes de “trabalhar” para o bem ou para o mal, conforme forem requisitados.
  • 77. Pomba-gira Pomba-Gira pode vir na forma de Cigana, Rainha, Maria Mulambo, Sete Saias e outras mais
  • 79. 2 – Exu não é Lucifer e os orixás não são demônios
  • 80. 3- Sacrifício Sacrificar significa sagrar, isto é, tornar algo sagrado. No candomblé é preciso tornar o alimento sagrado para que ele seja abençoado pelos deuses. O alimento é comido e as bençãos de deus é juntamente ingerida. Todas as religiões fazem isso. Os católicos sacrificam o Peru no Natal e peixe na semana santa, seguindo a mesma idéia