SlideShare a Scribd company logo
1 of 6
Download to read offline
A Razão na Filosofia
  Contemporânea
Fenomenologia


          Husserl não aceitou a solução hegeliana para
o problema do inatismo e empirismo. Foi o criador da
fenomenologia (que descreve as estruturas da
consciência), que manteve o inatismo, mas com as
contribuições trazidas pelo kantismo. Em outras
palavras, a fenomenologia considera a razão uma
estrutura da consciência (como Kant), mas cujos
conteúdos são produzidos por ela mesma,
independentemente da experiência (diferentemente do
que dissera Kant).
A Escola de Frankfurt


Os filósofos dessa Escola, como Theodor Adorno,
Herbert Marcuse e Max Horkheimer, têm uma
formação marxista e, por isso, recusam a idéia
hegeliana de que a História é obra da própria razão,
ou que as transformações históricas da razão são
realizadas pela própria razão, sem que esta seja
condicionada ou determinada pelas condições
sociais, econômicas e políticas.
A Escola de Frankfurt


 Hegel errou                quando supôs que a razão seja uma força
  histórica autônoma (isto é, não condicionada pela situação material
  ou econômica, social e política de uma época), e, em segundo lugar,
  na suposição de que a razão é a força histórica que cria a própria
  sociedade, a política, a cultura.

 Hegel acertou            quando afirma que as mudanças históricas
  ocorrem pelos conflitos e contradições.

 Hegel errou                 ao supor que tais conflitos se dão entre
  diferentes formas da razão, pois eles se dão como conflitos e
  contradições sociais e políticas, modificando a própria razão.
A Escola de Frankfurt
Os filósofos da Teoria Crítica consideram que
existem, na verdade, duas modalidades da razão: a
razão instrumental ou razão técnico-científica, que
está a serviço da exploração e da dominação, da
opressão e da violência, e a razão crítica ou filosófica,
que reflete sobre as contradições e os conflitos
sociais e políticos e se apresenta como uma força
liberadora.
Razão e descontinuidade temporal



Nos anos 60, desenvolveu-se, sobretudo na França,
uma corrente científica (iniciado na lingüística e na
antropologia social) chamada estruturalismo. Para
os estruturalistas, o mais importante não é a
mudança ou a transformação de uma realidade (de
uma língua, de uma sociedade indígena, de uma
teoria científica), mas a estrutura ou a forma que
ela tem no presente.

More Related Content

What's hot (20)

O que é a "Consciência"?
O que é a "Consciência"?O que é a "Consciência"?
O que é a "Consciência"?
 
Sartre
SartreSartre
Sartre
 
Schopenhauer: a vontade irrracional
Schopenhauer: a vontade irrracionalSchopenhauer: a vontade irrracional
Schopenhauer: a vontade irrracional
 
Hfc aula introdução ao existencialismo
Hfc aula introdução ao existencialismoHfc aula introdução ao existencialismo
Hfc aula introdução ao existencialismo
 
Ideologia
IdeologiaIdeologia
Ideologia
 
Filosofia contemporânea
Filosofia contemporâneaFilosofia contemporânea
Filosofia contemporânea
 
Razao
RazaoRazao
Razao
 
Racionalismo e empirismo
Racionalismo e empirismoRacionalismo e empirismo
Racionalismo e empirismo
 
Filosofia moderna
Filosofia modernaFilosofia moderna
Filosofia moderna
 
Trabalho alienação e consumo
Trabalho  alienação e consumo Trabalho  alienação e consumo
Trabalho alienação e consumo
 
Heidegger
HeideggerHeidegger
Heidegger
 
CRENÇAS
CRENÇASCRENÇAS
CRENÇAS
 
John Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoJohn Locke - Empirismo
John Locke - Empirismo
 
Alienação e-trabalho
Alienação e-trabalhoAlienação e-trabalho
Alienação e-trabalho
 
Idealismo alemão
Idealismo alemãoIdealismo alemão
Idealismo alemão
 
Mapa conceitual - Filosofia medieval
Mapa conceitual - Filosofia medievalMapa conceitual - Filosofia medieval
Mapa conceitual - Filosofia medieval
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 
Existencialismo
ExistencialismoExistencialismo
Existencialismo
 
Kierkegaard / Heidegger / Sartre
Kierkegaard / Heidegger / SartreKierkegaard / Heidegger / Sartre
Kierkegaard / Heidegger / Sartre
 
Poder e política
Poder e políticaPoder e política
Poder e política
 

Similar to A razão na filosofia contemporâena

Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...
Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...
Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...Jessica Amaral
 
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.pptaula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.pptadrianomcosta3
 
Teoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVTeoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVHarutchy
 
Georg wilhelm friedrich hegel
Georg wilhelm friedrich hegelGeorg wilhelm friedrich hegel
Georg wilhelm friedrich hegelDeaaSouza
 
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão públicaAula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão públicaFábio Fonseca de Castro
 
Apostila sociologia geral
Apostila sociologia geralApostila sociologia geral
Apostila sociologia geralJ Nilo Sayd
 
Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant
Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de KantCap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant
Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de KantJosé Ferreira Júnior
 
O que foi a escola de frankfurt 34mp
O que foi a escola de frankfurt 34mpO que foi a escola de frankfurt 34mp
O que foi a escola de frankfurt 34mpAlexandre Misturini
 
A teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsA teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsCarlo Romani
 
História da sociologia
História da sociologiaHistória da sociologia
História da sociologiaTiago Lacerda
 
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Douglas Barreto
 

Similar to A razão na filosofia contemporâena (20)

Georg wilhelm friedrich hegel
Georg wilhelm friedrich hegelGeorg wilhelm friedrich hegel
Georg wilhelm friedrich hegel
 
2707139 luis althusser
2707139 luis althusser2707139 luis althusser
2707139 luis althusser
 
25720 29773-1-pb
25720 29773-1-pb25720 29773-1-pb
25720 29773-1-pb
 
Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...
Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...
Sociologia - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A ideologia em geral e particula...
 
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.pptaula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
aula26-jrgenhabermasumpensadordarazopblica-091209074923-phpapp02.ppt
 
Teoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVTeoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IV
 
Georg wilhelm friedrich hegel
Georg wilhelm friedrich hegelGeorg wilhelm friedrich hegel
Georg wilhelm friedrich hegel
 
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão públicaAula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
Aula 26 Jügen Habermas, um pensador da razão pública
 
Apostila sociologia geral
Apostila sociologia geralApostila sociologia geral
Apostila sociologia geral
 
Escola de Frankfurt - Indústria Cultural
Escola de  Frankfurt - Indústria CulturalEscola de  Frankfurt - Indústria Cultural
Escola de Frankfurt - Indústria Cultural
 
Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant
Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de KantCap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant
Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant
 
O que foi a escola de frankfurt 34mp
O que foi a escola de frankfurt 34mpO que foi a escola de frankfurt 34mp
O que foi a escola de frankfurt 34mp
 
A teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsA teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
 
A escola de frankfurt
A escola de frankfurtA escola de frankfurt
A escola de frankfurt
 
Escola de frankfurt 33 ana
Escola de frankfurt 33 anaEscola de frankfurt 33 ana
Escola de frankfurt 33 ana
 
História da Sociologia
História da SociologiaHistória da Sociologia
História da Sociologia
 
História da sociologia
História da sociologiaHistória da sociologia
História da sociologia
 
Escola de frankfurt2 turma 31mp
Escola de frankfurt2 turma 31mpEscola de frankfurt2 turma 31mp
Escola de frankfurt2 turma 31mp
 
Instrumentos de pesquisa em História da Filosofia
Instrumentos de pesquisa em História da FilosofiaInstrumentos de pesquisa em História da Filosofia
Instrumentos de pesquisa em História da Filosofia
 
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
 

More from Aldenei Barros

More from Aldenei Barros (20)

Curso de teologia
Curso de teologiaCurso de teologia
Curso de teologia
 
Desigualdades de várias ordens
Desigualdades de várias ordensDesigualdades de várias ordens
Desigualdades de várias ordens
 
Qual é a sua tribo
Qual é a sua triboQual é a sua tribo
Qual é a sua tribo
 
O ser humano
O ser humanoO ser humano
O ser humano
 
Sonhos de consumo
Sonhos de consumoSonhos de consumo
Sonhos de consumo
 
Sonhos de civilização
Sonhos de civilizaçãoSonhos de civilização
Sonhos de civilização
 
Materialismo versus Idealismo
Materialismo versus IdealismoMaterialismo versus Idealismo
Materialismo versus Idealismo
 
Como viver para ser feliz
Como viver para ser felizComo viver para ser feliz
Como viver para ser feliz
 
O brasil ainda é católico
O brasil ainda é católicoO brasil ainda é católico
O brasil ainda é católico
 
Do mito à ciência
Do mito à ciênciaDo mito à ciência
Do mito à ciência
 
A filosofia antiga clássica greco_romana
A filosofia antiga clássica greco_romanaA filosofia antiga clássica greco_romana
A filosofia antiga clássica greco_romana
 
As muitas faces do poder
As  muitas faces do poderAs  muitas faces do poder
As muitas faces do poder
 
Nas mãos do oleiro
Nas mãos do oleiroNas mãos do oleiro
Nas mãos do oleiro
 
O mundo
O mundoO mundo
O mundo
 
O que é sociologia
O que é sociologiaO que é sociologia
O que é sociologia
 
Filosofia antiga
Filosofia antigaFilosofia antiga
Filosofia antiga
 
Liberdade ou segurança
Liberdade ou segurançaLiberdade ou segurança
Liberdade ou segurança
 
Divisão da história da filosofia
Divisão da história da filosofiaDivisão da história da filosofia
Divisão da história da filosofia
 
Grandes áreas do filosofar
Grandes áreas do filosofarGrandes áreas do filosofar
Grandes áreas do filosofar
 
Dogmatismo
DogmatismoDogmatismo
Dogmatismo
 

A razão na filosofia contemporâena

  • 1. A Razão na Filosofia Contemporânea
  • 2. Fenomenologia Husserl não aceitou a solução hegeliana para o problema do inatismo e empirismo. Foi o criador da fenomenologia (que descreve as estruturas da consciência), que manteve o inatismo, mas com as contribuições trazidas pelo kantismo. Em outras palavras, a fenomenologia considera a razão uma estrutura da consciência (como Kant), mas cujos conteúdos são produzidos por ela mesma, independentemente da experiência (diferentemente do que dissera Kant).
  • 3. A Escola de Frankfurt Os filósofos dessa Escola, como Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Max Horkheimer, têm uma formação marxista e, por isso, recusam a idéia hegeliana de que a História é obra da própria razão, ou que as transformações históricas da razão são realizadas pela própria razão, sem que esta seja condicionada ou determinada pelas condições sociais, econômicas e políticas.
  • 4. A Escola de Frankfurt  Hegel errou quando supôs que a razão seja uma força histórica autônoma (isto é, não condicionada pela situação material ou econômica, social e política de uma época), e, em segundo lugar, na suposição de que a razão é a força histórica que cria a própria sociedade, a política, a cultura.  Hegel acertou quando afirma que as mudanças históricas ocorrem pelos conflitos e contradições.  Hegel errou ao supor que tais conflitos se dão entre diferentes formas da razão, pois eles se dão como conflitos e contradições sociais e políticas, modificando a própria razão.
  • 5. A Escola de Frankfurt Os filósofos da Teoria Crítica consideram que existem, na verdade, duas modalidades da razão: a razão instrumental ou razão técnico-científica, que está a serviço da exploração e da dominação, da opressão e da violência, e a razão crítica ou filosófica, que reflete sobre as contradições e os conflitos sociais e políticos e se apresenta como uma força liberadora.
  • 6. Razão e descontinuidade temporal Nos anos 60, desenvolveu-se, sobretudo na França, uma corrente científica (iniciado na lingüística e na antropologia social) chamada estruturalismo. Para os estruturalistas, o mais importante não é a mudança ou a transformação de uma realidade (de uma língua, de uma sociedade indígena, de uma teoria científica), mas a estrutura ou a forma que ela tem no presente.