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XI ENCONTRO HUMANÍSTICO
                       DIVERSIDADE



JOSÉ ARNALDO DOS SANTOS RIBEIRO JUNIOR (NEPS/FFLCH/USP)




         Marxismo e Diversidade: Teoria, Poder e Ecologia




             14 a 18 de novembro de 2011 – São Luís - MA
                 Centro de Ciências Humanas – UFMA
Idealismo e Materialismo

 Notas de um debate filosófico
1 O Idealismo

• Conceito;

• Idealistas importantes: O filósofo Platão (427-348 a.C), o filósofo Aristóteles
  (384a.C - 322a.C), o filósofo irlandês George Berkeley (1685-1753) e o filósofo
  alemão George W. F. Hegel (1770-1831).

• Platão: os objetos reais são apenas uma representação da ideia;

• Aristóteles: teoria das quatro causas;

• Teoria das quatro causas: causa material (responsável pela matéria de alguma coisa),
  a causa formal (responsável pela essência ou natureza da coisa), a causa motriz ou
  eficiente (responsável pela presença de uma forma em uma matéria) e a causa final
  (responsável pelo motivo e pelo sentido da existência da coisa);
• Exemplo: madeira – cadeira –trabalhador- assento
• Causa material (aquilo que alguma coisa é feita) está ligada à causa motriz ou
  eficiente (o agente que faz o objeto) ; Em contrapartida a causa formal está ligada à
  final, pois os seres são criados com uma finalidade. Assim, é a finalidade que
  determina a essência ou natureza da coisa ;

• Consequência: distinção entre a atividade técnica (poiésis) versus atividade ética e
  política (práxis)

• a primeira é considerada uma rotina mecânica, em que um trabalhador é uma causa
  eficiente que introduz uma forma numa matéria e fabrica um objeto para alguém.
  Esse alguém é o usuário e a causa final da fabricação. A práxis, porém, é a atividade
  própria dos homens livres, dotados de razão e de vontade de deliberar e escolher
  uma ação. Na práxis, o agente, a ação e a finalidade são idênticos e dependem
  apenas da força interior ou mental daquele que age. Por isso, a práxis (ética e
  política) é superior à poiésis (o trabalho) (CHAUÍ, 2008:11).
• História e Filosofia Medieval: solidificação do idealismo platônico e a herança
  aristotélica nas figuras de Santo] Agostinho e [São] Tomás de Aquino;

• Se Platão falava que só a ideia era perfeita, em oposição à realidade mundana, o
  cristianismo operará sua própria leitura, opondo a perfeição de Deus à imperfeição
  do mundo material. Essa leitura de Aristóteles e Platão efetuada pela Igreja na
  Idade Media se faz evitando-se outras leituras através da censura, como muito bem
  o demonstrou Umberto Eco em O Nome da Rosa. Enfim, com o cristianismo, os
  deuses já não habitam mais esse mundo, como na concepção dos pré-socráticos. E,
  apesar da acusação de obscurantismo que mais tarde os pensadores modernos
  lançarão aos tempos medievais, a dívida que a Ciência e a Filosofia modernas têm
  para com a Idade Media é maior do que se admite. Foi na Idade Media, por
  exemplo, que teve início a prática de dissecação de cadáveres no ocidente europeu.
  Esse fato é de uma importância muito grande e se constituiu numa decorrência
  lógica de uma Filosofia que separa corpo e alma. Se a alma não habita mais o
  corpo depois de morto, este, como objeto pode ser dissecado anatomicamente.
  Afinal, aquilo que o anima (do grego ânima, alma) não está mais presente. O corpo,
  matéria, objeto pode então ser dissecado, esquartejado, dividido. O sujeito, o que
  faz viver, foi para os céus ou para os infernos e o corpo pode então virar objeto... O
  método experimental já estava em prática nos monastérios e universidades católicas
  muito antes de Galileu (PORTO-GONÇALVES, 2006a: 32-33).
• Contraponto à concepção dos filósofos pré-socráticos (Tales, Anaximandro,
  Heráclito, Pitágoras, Parmênides, Zenão, Leucipo, Demócrito): existência de deuses
  que habitavam esse mundo material terreno, da natureza (physys) ;

• Redução das quatro causas a duas: a eficiente(o agente que faz o objeto) e a final;

• “A Natureza age de modo inteiramente mecânico”

• Plano físico: “Não existem causas finais na Natureza”

• Berkeley: O idealismo filosófico consiste em demonstrar que a existência das coisas
  está condicionada às sensações (POLITZER, 1986);

• Características do idealismo de Hegel: dialética idealista; realidade como
  manifestação do Espírito

• Aproximação com o judaico-cristianismo: Deus é o Espírito; a natureza e os homens
  são apenas exteriorizações de Deus;
2 O Materialismo
• Conceito;

• Materialistas notáveis: filósofos Epicuro (341 a.C - 270 a.C), Francis Bacon (1561-
  1626), René Descartes (1596-1650), Ludwig Feuerbach (1804-1872), Karl Marx
  (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895);

• Epicuro: filosofia antiteleológica ou seja, rejeita todas as explicações naturais
  alicerçadas em causas finais, na intenção divina (FOSTER, 2010)

• Bacon: “grande livro da natureza”; fuga da metafísica, da filosofia aristotélica e da
  escolástica; ciência experimental (POLITZER, 1986);

• Descartes: embrião do materialismo francês; não sepultou a religião mas criticou
  tenazmente o pretenso monopólio da verdade pela Igreja; alcance da verdade via
  razão.

• Ludwig Feuerbach: materialismo mecânico, ignorava o desenvolvimento histórico e
  era contemplativo.
3 Materialismo marxiano , ciência e indústria

• Principais características do materialismo marxiano: antiteleológico, científico e
  dialético;

• Engels (1982: 186): O filisteu entende por materialismo o comer e o beber sem
  medida, a cobiça, o prazer da carne, a vida faustosa, a ânsia do dinheiro, a avareza, a
  sede do lucro e as especulações na bolsa; numa palavra, todos esses vícios infames
  que ele secretamente acalenta; e, por idealismo, a fé na virtude, no amor ao próximo
  e, em geral num “mundo melhor” [...]


• Qual a importância de Feuerbach para Marx e Engels?

• O exclusivismo epistemológico da ciência;

• Noção de idolatria: mecanismo de coerção social, de repressão ideológica, que
  ofusque o processo de alienação; Ex: Igreja, Estado, mercadoria;
•   Materialismo e ciência: Engels tinha conhecimento da teoria da evolução de Darwin e dos
    conhecimentos químicos de Justus Liebig;

•   Evolução em Darwin: processo natural e, portanto, objetivo. [...] A evolução passa a ser
    concebida como um processo natural, inexorável e independente da vontade dos homens. Tem
    o seu tempo certo, como uma fruta que não pode ser arrancada antes ou depois do tempo
    (PORTO-GONÇALVES, 2006: 52).

•   Conhecimentos químicos de Liebig: química dos solos e ao crescimento da indústria de
    fertilizantes que caracterizou a revolução agrícola entre 1830-1880 (FOSTER, 2010).

•   O perigo de um raciocínio metafísico que separa natureza e história;

•   Engels (1982: 184): “homem não vive apenas na natureza, mas também na sociedade
    humana”

•   A concepção ampla de economia em Engels e Marx: engloba não só o desenvolvimento das
    forças produtivas, mas também a dimensão política (enquanto luta pelo poder, imposição de
    limites) e a base natural (processos ecológicos);

•   Existe um Marxismo Ecológico (ALTVATER, 2006)?
4 O prelúdio ecológico de Haeckel


•   Ernst Haeckel (1834-1919): Biólogo/Zoólogo;

• Termo Ecologia (do grego oikos, „casa‟; logos, „estudo‟) , livro
  Morfologia geral dos organismos (CUNHA, 2006; NUCCI, 2007);

• Dois pólos: antropocentrismo exacerbado e redução do homem;

• Princípio da igualdade biocêntrica;

• Crítica de Löwy (2005) a igualdade biocêntrica;

• Como se enquadra a temática ecológica em Marx e Engels?
5 A possibilidade de um Marxismo Ecológico nos Manuscritos Econômico-Filosóficos




 •Caracterização dos Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844);

 •“O homem vive da Natureza” (MARX, 2006)

 •Contraponto a Descartes (2008:60): [homens] “senhores e possuidores da
 natureza”;

 •Resolução do antagonismo: o comunismo;

 •“O homem é diretamente um ser da Natureza” (MARX, 2006:182)
6 Rastreando um marxismo ecológico n’A Ideologia Alemã

• Síntese da Obra: historia das ideias, influencia hegeliana, “filosofia que desce do
céu da terra”, paradigma platônico-aristotélico;

                        Caracterização do trabalho de Hegel

•Definição do real pela Cultura através dos movimentos de exteriorização e
interiorização do Espírito;

•Revoluciona o conceito de história por três motivos: 1)não pensa a história como
uma sucessão contínua de fatos no tempo; 2)não pensa a história como uma
sucessão de causas e efeitos; 3) pensa a história como processo contraditório
unificado, plenamente racional;

• História como história do Espírito e como reflexão;

•Trabalho filosófico que procura dar conta do conceito de alienação;

•Deus é o espírito e a materialidade é apenas o reflexo das ações de Deus
Características da obra de Marx e Engels

•A contradição para Marx e Engels: luta de classes;

•O caráter dialético e materialista do real;

“O homem depende sobretudo da natureza” (Marx e Engels, 2007);

• Oposição entre Natureza e História: realidade e idealidade;

•História Natural e Natureza histórica;

•A insuficiência do materialismo de Feuerbach;

•Instrumentos de produção natural e civilizados;

•O caráter destrutivo das forças produtivas;
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS: renovação do Marxismo e Ecossocialismo



 •Unidade entre Homem e Natureza (SMITH, 1988);

 •Tensão: homem parte da Natureza/Natureza exterior ao homem;

 •Caráter destrutivo das forças produtivas (MARX; ENGELS, 2007);

 •Externalidades (MARTÍNEZ ALIER, 2007);

 •Busca de uma saída filosófica e econômica;

 •Crítica das soluções tecnológicas;

 •Ampliação do materialismo histórico[-geográfico];

 •Cosmovisão materialista da natureza histórica e da história natural
REFERÊNCIAS

ALTVATER, Elmar. Existe um marxismo ecológico? In: BORON, A; AMADEO, J;
GONZÁLEZ, S(orgs.). A teoria marxista hoje: problemas e perspectivas. Buenos
Aires: CLACSO: 2006. pp.327-349.
BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da
Interpretação da Natureza. Trad. José Aluysio Reis de ANDRADE. 2002. Versão
eletrônica disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 2ªed. São Paulo: Brasiliense, 2008.
CUNHA, Marlécio Maknamara da Silva. “O caos conceitual-metodológico na educação
ambiental e algumas possíveis origens de seus equívocos”. Ambiente & educação. Vol.
11. 2006. p.75-89.
DESCARTES, René. Discurso do método/Regras para a direção do espírito. São
Paulo: Martin Claret, 2008.
ENGELS, Friedrich. Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. In: Obras
Escolhidas. Volume 3. São Paulo: Alfa-Omega, 1982.
FOSTER, J. B. A ecologia de Marx: Materialismo e natureza. Trad. Maria Teresa
MACHADO. 2ªed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Brasiliense, 2008
LÖWY, Michael. Ecologia e Socialismo. São Paulo: Cortez, 2005.
MARTÍNEZ ALIER, Juan. O Ecologismo dos Pobres: conflitos ambientais e
linguagens de valoração. Trad. Mauricio WALDMAN. São Paulo: Contexto, 2007.
MARX, Karl Heinrich. Manuscritos Econômico-Filosóficos. Trad. Alex MARINS.
São Paulo: Martin Claret, 2006.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Feuerbach - A Oposição entre
as Cosmovisões Materialista e Idealista. Trad. Frank Müller. São Paulo: Martin Claret,
2007.
NUCCI, João Carlos. “Origem e desenvolvimento da ecologia e da ecologia da
paisagem”. Revista Eletrônica Geografar, Curitiba, v. 2, n. 1, p.77-99, jan./jun. 2007.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Os (des)caminhos do meio ambiente. 14. ed.
São Paulo: Contexto, 2006.
RIBEIRO JUNIOR, J. A. S; ALMEIDA, J. G; TIERS, T. F. S. O vermelho e o verde:
Rastreando um marxismo ecológico n’A Ideologia Alemã. Anais do X Encontro
Humanístico. Núcleo de Humanidades/CCH/UFMA, 2010.
RIBEIRO JUNIOR, J. A. S; ALMEIDA, J. G; TIERS, T. F. S. Existe um Marxismo
Ecológico? Discurso, Natureza e Ideologia da Natureza nos Manuscritos
ECONÔMICO-FILOSÓFICOS de Karl Marx (1844) . Anais do X Encontro
Humanístico. Núcleo de Humanidades/CCH/UFMA, 2010.
SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988.
Obrigado!
       josearnaldo@usp.br
http://jose-arnaldo.blogspot.com

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Marxismo, diversidade e ecologia

  • 1. XI ENCONTRO HUMANÍSTICO DIVERSIDADE JOSÉ ARNALDO DOS SANTOS RIBEIRO JUNIOR (NEPS/FFLCH/USP) Marxismo e Diversidade: Teoria, Poder e Ecologia 14 a 18 de novembro de 2011 – São Luís - MA Centro de Ciências Humanas – UFMA
  • 2. Idealismo e Materialismo Notas de um debate filosófico
  • 3. 1 O Idealismo • Conceito; • Idealistas importantes: O filósofo Platão (427-348 a.C), o filósofo Aristóteles (384a.C - 322a.C), o filósofo irlandês George Berkeley (1685-1753) e o filósofo alemão George W. F. Hegel (1770-1831). • Platão: os objetos reais são apenas uma representação da ideia; • Aristóteles: teoria das quatro causas; • Teoria das quatro causas: causa material (responsável pela matéria de alguma coisa), a causa formal (responsável pela essência ou natureza da coisa), a causa motriz ou eficiente (responsável pela presença de uma forma em uma matéria) e a causa final (responsável pelo motivo e pelo sentido da existência da coisa); • Exemplo: madeira – cadeira –trabalhador- assento
  • 4. • Causa material (aquilo que alguma coisa é feita) está ligada à causa motriz ou eficiente (o agente que faz o objeto) ; Em contrapartida a causa formal está ligada à final, pois os seres são criados com uma finalidade. Assim, é a finalidade que determina a essência ou natureza da coisa ; • Consequência: distinção entre a atividade técnica (poiésis) versus atividade ética e política (práxis) • a primeira é considerada uma rotina mecânica, em que um trabalhador é uma causa eficiente que introduz uma forma numa matéria e fabrica um objeto para alguém. Esse alguém é o usuário e a causa final da fabricação. A práxis, porém, é a atividade própria dos homens livres, dotados de razão e de vontade de deliberar e escolher uma ação. Na práxis, o agente, a ação e a finalidade são idênticos e dependem apenas da força interior ou mental daquele que age. Por isso, a práxis (ética e política) é superior à poiésis (o trabalho) (CHAUÍ, 2008:11).
  • 5. • História e Filosofia Medieval: solidificação do idealismo platônico e a herança aristotélica nas figuras de Santo] Agostinho e [São] Tomás de Aquino; • Se Platão falava que só a ideia era perfeita, em oposição à realidade mundana, o cristianismo operará sua própria leitura, opondo a perfeição de Deus à imperfeição do mundo material. Essa leitura de Aristóteles e Platão efetuada pela Igreja na Idade Media se faz evitando-se outras leituras através da censura, como muito bem o demonstrou Umberto Eco em O Nome da Rosa. Enfim, com o cristianismo, os deuses já não habitam mais esse mundo, como na concepção dos pré-socráticos. E, apesar da acusação de obscurantismo que mais tarde os pensadores modernos lançarão aos tempos medievais, a dívida que a Ciência e a Filosofia modernas têm para com a Idade Media é maior do que se admite. Foi na Idade Media, por exemplo, que teve início a prática de dissecação de cadáveres no ocidente europeu. Esse fato é de uma importância muito grande e se constituiu numa decorrência lógica de uma Filosofia que separa corpo e alma. Se a alma não habita mais o corpo depois de morto, este, como objeto pode ser dissecado anatomicamente. Afinal, aquilo que o anima (do grego ânima, alma) não está mais presente. O corpo, matéria, objeto pode então ser dissecado, esquartejado, dividido. O sujeito, o que faz viver, foi para os céus ou para os infernos e o corpo pode então virar objeto... O método experimental já estava em prática nos monastérios e universidades católicas muito antes de Galileu (PORTO-GONÇALVES, 2006a: 32-33).
  • 6. • Contraponto à concepção dos filósofos pré-socráticos (Tales, Anaximandro, Heráclito, Pitágoras, Parmênides, Zenão, Leucipo, Demócrito): existência de deuses que habitavam esse mundo material terreno, da natureza (physys) ; • Redução das quatro causas a duas: a eficiente(o agente que faz o objeto) e a final; • “A Natureza age de modo inteiramente mecânico” • Plano físico: “Não existem causas finais na Natureza” • Berkeley: O idealismo filosófico consiste em demonstrar que a existência das coisas está condicionada às sensações (POLITZER, 1986); • Características do idealismo de Hegel: dialética idealista; realidade como manifestação do Espírito • Aproximação com o judaico-cristianismo: Deus é o Espírito; a natureza e os homens são apenas exteriorizações de Deus;
  • 7. 2 O Materialismo • Conceito; • Materialistas notáveis: filósofos Epicuro (341 a.C - 270 a.C), Francis Bacon (1561- 1626), René Descartes (1596-1650), Ludwig Feuerbach (1804-1872), Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895); • Epicuro: filosofia antiteleológica ou seja, rejeita todas as explicações naturais alicerçadas em causas finais, na intenção divina (FOSTER, 2010) • Bacon: “grande livro da natureza”; fuga da metafísica, da filosofia aristotélica e da escolástica; ciência experimental (POLITZER, 1986); • Descartes: embrião do materialismo francês; não sepultou a religião mas criticou tenazmente o pretenso monopólio da verdade pela Igreja; alcance da verdade via razão. • Ludwig Feuerbach: materialismo mecânico, ignorava o desenvolvimento histórico e era contemplativo.
  • 8. 3 Materialismo marxiano , ciência e indústria • Principais características do materialismo marxiano: antiteleológico, científico e dialético; • Engels (1982: 186): O filisteu entende por materialismo o comer e o beber sem medida, a cobiça, o prazer da carne, a vida faustosa, a ânsia do dinheiro, a avareza, a sede do lucro e as especulações na bolsa; numa palavra, todos esses vícios infames que ele secretamente acalenta; e, por idealismo, a fé na virtude, no amor ao próximo e, em geral num “mundo melhor” [...] • Qual a importância de Feuerbach para Marx e Engels? • O exclusivismo epistemológico da ciência; • Noção de idolatria: mecanismo de coerção social, de repressão ideológica, que ofusque o processo de alienação; Ex: Igreja, Estado, mercadoria;
  • 9. Materialismo e ciência: Engels tinha conhecimento da teoria da evolução de Darwin e dos conhecimentos químicos de Justus Liebig; • Evolução em Darwin: processo natural e, portanto, objetivo. [...] A evolução passa a ser concebida como um processo natural, inexorável e independente da vontade dos homens. Tem o seu tempo certo, como uma fruta que não pode ser arrancada antes ou depois do tempo (PORTO-GONÇALVES, 2006: 52). • Conhecimentos químicos de Liebig: química dos solos e ao crescimento da indústria de fertilizantes que caracterizou a revolução agrícola entre 1830-1880 (FOSTER, 2010). • O perigo de um raciocínio metafísico que separa natureza e história; • Engels (1982: 184): “homem não vive apenas na natureza, mas também na sociedade humana” • A concepção ampla de economia em Engels e Marx: engloba não só o desenvolvimento das forças produtivas, mas também a dimensão política (enquanto luta pelo poder, imposição de limites) e a base natural (processos ecológicos); • Existe um Marxismo Ecológico (ALTVATER, 2006)?
  • 10. 4 O prelúdio ecológico de Haeckel • Ernst Haeckel (1834-1919): Biólogo/Zoólogo; • Termo Ecologia (do grego oikos, „casa‟; logos, „estudo‟) , livro Morfologia geral dos organismos (CUNHA, 2006; NUCCI, 2007); • Dois pólos: antropocentrismo exacerbado e redução do homem; • Princípio da igualdade biocêntrica; • Crítica de Löwy (2005) a igualdade biocêntrica; • Como se enquadra a temática ecológica em Marx e Engels?
  • 11. 5 A possibilidade de um Marxismo Ecológico nos Manuscritos Econômico-Filosóficos •Caracterização dos Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844); •“O homem vive da Natureza” (MARX, 2006) •Contraponto a Descartes (2008:60): [homens] “senhores e possuidores da natureza”; •Resolução do antagonismo: o comunismo; •“O homem é diretamente um ser da Natureza” (MARX, 2006:182)
  • 12. 6 Rastreando um marxismo ecológico n’A Ideologia Alemã • Síntese da Obra: historia das ideias, influencia hegeliana, “filosofia que desce do céu da terra”, paradigma platônico-aristotélico; Caracterização do trabalho de Hegel •Definição do real pela Cultura através dos movimentos de exteriorização e interiorização do Espírito; •Revoluciona o conceito de história por três motivos: 1)não pensa a história como uma sucessão contínua de fatos no tempo; 2)não pensa a história como uma sucessão de causas e efeitos; 3) pensa a história como processo contraditório unificado, plenamente racional; • História como história do Espírito e como reflexão; •Trabalho filosófico que procura dar conta do conceito de alienação; •Deus é o espírito e a materialidade é apenas o reflexo das ações de Deus
  • 13. Características da obra de Marx e Engels •A contradição para Marx e Engels: luta de classes; •O caráter dialético e materialista do real; “O homem depende sobretudo da natureza” (Marx e Engels, 2007); • Oposição entre Natureza e História: realidade e idealidade; •História Natural e Natureza histórica; •A insuficiência do materialismo de Feuerbach; •Instrumentos de produção natural e civilizados; •O caráter destrutivo das forças produtivas;
  • 14. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS: renovação do Marxismo e Ecossocialismo •Unidade entre Homem e Natureza (SMITH, 1988); •Tensão: homem parte da Natureza/Natureza exterior ao homem; •Caráter destrutivo das forças produtivas (MARX; ENGELS, 2007); •Externalidades (MARTÍNEZ ALIER, 2007); •Busca de uma saída filosófica e econômica; •Crítica das soluções tecnológicas; •Ampliação do materialismo histórico[-geográfico]; •Cosmovisão materialista da natureza histórica e da história natural
  • 15. REFERÊNCIAS ALTVATER, Elmar. Existe um marxismo ecológico? In: BORON, A; AMADEO, J; GONZÁLEZ, S(orgs.). A teoria marxista hoje: problemas e perspectivas. Buenos Aires: CLACSO: 2006. pp.327-349. BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza. Trad. José Aluysio Reis de ANDRADE. 2002. Versão eletrônica disponível em: www.dominiopublico.gov.br. CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 2ªed. São Paulo: Brasiliense, 2008. CUNHA, Marlécio Maknamara da Silva. “O caos conceitual-metodológico na educação ambiental e algumas possíveis origens de seus equívocos”. Ambiente & educação. Vol. 11. 2006. p.75-89. DESCARTES, René. Discurso do método/Regras para a direção do espírito. São Paulo: Martin Claret, 2008. ENGELS, Friedrich. Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. In: Obras Escolhidas. Volume 3. São Paulo: Alfa-Omega, 1982. FOSTER, J. B. A ecologia de Marx: Materialismo e natureza. Trad. Maria Teresa MACHADO. 2ªed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Brasiliense, 2008 LÖWY, Michael. Ecologia e Socialismo. São Paulo: Cortez, 2005. MARTÍNEZ ALIER, Juan. O Ecologismo dos Pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. Trad. Mauricio WALDMAN. São Paulo: Contexto, 2007.
  • 16. MARX, Karl Heinrich. Manuscritos Econômico-Filosóficos. Trad. Alex MARINS. São Paulo: Martin Claret, 2006. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Feuerbach - A Oposição entre as Cosmovisões Materialista e Idealista. Trad. Frank Müller. São Paulo: Martin Claret, 2007. NUCCI, João Carlos. “Origem e desenvolvimento da ecologia e da ecologia da paisagem”. Revista Eletrônica Geografar, Curitiba, v. 2, n. 1, p.77-99, jan./jun. 2007. PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Os (des)caminhos do meio ambiente. 14. ed. São Paulo: Contexto, 2006. RIBEIRO JUNIOR, J. A. S; ALMEIDA, J. G; TIERS, T. F. S. O vermelho e o verde: Rastreando um marxismo ecológico n’A Ideologia Alemã. Anais do X Encontro Humanístico. Núcleo de Humanidades/CCH/UFMA, 2010. RIBEIRO JUNIOR, J. A. S; ALMEIDA, J. G; TIERS, T. F. S. Existe um Marxismo Ecológico? Discurso, Natureza e Ideologia da Natureza nos Manuscritos ECONÔMICO-FILOSÓFICOS de Karl Marx (1844) . Anais do X Encontro Humanístico. Núcleo de Humanidades/CCH/UFMA, 2010. SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988.
  • 17. Obrigado! josearnaldo@usp.br http://jose-arnaldo.blogspot.com