O documento resume:
1) O primeiro boletim informativo da Biblioteca Comunitária do Jardim dos Comerciários sobre dengue, com o objetivo de fornecer informações sobre a doença na região.
2) A história da dengue no Brasil desde o século XVI e os surtos recentes nas décadas de 1980 e 1990.
3) Os sintomas, tipos, tratamento e prevenção da dengue.
1. Boletim Informativo da Biblioteca Comunitária do J. dos Comerciários.
XÔ DENGUE !
Nº 001 – Ano 01 – junho de 2011
No Brasil, existem registros de epidemias de
Editorial dengue no Estado de São Paulo, que
ocorreram nos anos de 1851/1853 e 1916 e
Este é o primeiro exemplar do
no Rio de Janeiro, em 1923. Entre essa data e
Boletim Informativo: Xô Dengue. os anos 80, a doença foi praticamente
Organizado pela Biblioteca eliminada do país
Comunitária do Jardim dos
EDITORIAL p. 01
Comerciários, nosso objetivo é DICAS PARA COMBATER O MOSQUITO E OS FOCOS DE LARVAS P. 01
trazer informações relevantes da HISTÓRIA DA DENGUE P. 02
situação da dengue na região de MODO DE TRANSMISSÃO p. 03
Venda Nova/BH, mais SINTOMAS DA DENGUE p. 03
especificamente aqui no Bairro
TIPOS DE DENGUE MAIS COMUNS p. 04
Jardim dos Comerciários. O
TRATAMENTO p. 04
motivo é simples. A dengue é
uma doença que afeta o Brasil
DENGUE: RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS MAIS COMUNS p. 06
como um todo e aqui as PREVENÇÃO DA DENGUE p. 06
condições precárias ajudam a ALERTA !!!
desenvolver e proliferar a doença
Dicas para combater o mosquito e os focos de larvas
com mais facilidade. Nesse
sentido, o Boletim pretende ser
uma ferramenta informacional
que ajude, com notícias
relevantes, combater esse mal
que nos assola. Portanto,
caríssimo leitor, só vamos atingir
o objetivo que é de levar
informações pertinentes à
comunidade, se todos vocês
participarem da confecção desse
informativo. Por isso, participe,
opine para melhorar esse veiculo
de informação.
Você sabia?
No período de 1986 a 1999, Expediente:
foram registrados, no Brasil,
BCJC – Biblioteca Pública do Jardim dos Comerciários – Rua Comerciário Luiz
1.104.996 casos de dengue em
da Silva, Nº 58, B. Jardim dos Comerciários – BH/MG (FICTÍCIO)
19 dos 27 Estados. Observou-se
flutuação no número de casos Editoração e elaboração do Boletim Informativo XÔ DENGUE feito pelos
notificados entre 1986 e 1993, alunos do Curso de Biblioteconomia – Diurno da Universidade Federal de
seguido de aumento acentuado Minas Gerais – UFMG: Ailton José da Silva; Josmar do Bonfim Cabral; e Luís
no número de notificações no Carlos Monteiro de Portilho, apresentado à Disciplina: Serviços de
período de 1994 a 1998, com Disseminação da Informação, ministrada pela Professora: Beatriz Valadares
queda em 1999. Cendón.
2. HISTÓRIA DA DENGUE
Em 1903, Oswaldo Cruz, então Diretor Geral da Saúde Pública, implantou um programa de combate ao
mosquito que alcançou seu auge em 1909. Em 1957, anunciou-se que a doença estava erradicada do A dengue é
uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida, no Brasil, através do
mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais
problemas de saúde pública de todo o mundo.
Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro
sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A dengue é conhecida no Brasil desde os tempos de colônia. O mosquito Aedes aegypti tem origem africana. Ele
chegou ao Brasil junto com os navios negreiros, depois de uma longa viagem de seus ovos dentro dos depósitos de
água das embarcações.
O primeiro caso da doença foi registrado em 1685, em Recife (PE). Em 1692, a dengue provocou 2 mil mortes
em Salvador (BA), reaparecendo em novo surto em 1792.
Em 1846, o mosquito Aedes aegypti tornou-se conhecido quando uma epidemia de dengue atingiu o Rio de
Janeiro, São Paulo e Salvador. Entre 1851 e 1853 e em 1916, São Paulo foi atingida por epidemias da doença. Em
1923, Niterói, no estado do Rio, lutou contra uma epidemia em sua região oceânica.Brasil, embora os casos
continuassem ocorrendo até 1982, quando houve uma epidemia em Roraima.
Em 1986, foram registradas epidemias nos estados do Rio de Janeiro, de Alagoas e do Ceará. Nos anos
seguintes, outros estados brasileiros foram afetados.
No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas
grandes epidemias. A primeira, em 1986-87, com cerca de
90 mil casos; e a segunda, em 1990-91, com
aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de
1995, a dengue passou a ser registrada em todas as regiões
do país. Em 1998 ocorreram 570.148 casos de dengue no
Brasil; em 1999 foram registrados 204.210 e, em 2000, até
a primeira semana de março, 6.104.
Em 2006, o número de casos de dengue voltou a
crescer no país. Segundo dados do Ministério da Saúde,
entre janeiro e setembro de 2006 foram registrados
279.241 casos de dengue o equivalente a 1 caso (não fatal)
para cada 30 km ² do território desse país. Um crescimento
de 26,3% em relação ao mesmo período em 2005. A região
com maior incidência foi a Sudeste.
Já em 2008, a doença volta com força total,
principalmente no Rio de Janeiro, onde foram registrados
quase 250 mil casos da doença e 174 mortes em todo o
Estado (e outras 150 em investigação), sendo 100 mortes e
125 mil casos somente na cidade do Rio de Janeiro. A epidemia de 2008 superou, em número de vítimas fatais, a
epidemia de 2002, onde 91 pessoas morreram. Nos últimos anos, outros estados do Brasil também registraram uma
epidemia de Dengue .
Atualmente, a dengue hemorrágica está entre as dez principais causas de hospitalização e morte de crianças
em países da Ásia tropical. Nas Américas, a primeira epidemia de dengue hemorrágico que se tem notícia ocorreu
em Cuba, em 1981.
3. MODO DE TRANSMISSÃO
A fêmea pica a pessoa infectada, mantém o vírus na saliva e o retransmite. A
transmissão ocorre pelo ciclo homem-Aedes aegypti-homem. Após a
ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre na fêmea um
período de incubação. Após esse período, o mosquito torna-se apto a
transmitir o vírus e assim permanece durante toda a vida. Não há
transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa
sadia, nem fontes de água ou alimento. O mosquito Aedes aegypti também
pode transmitir a febre amarela.
O Ciclo do Mosquito:
O ciclo do Aedes aegypti é composto por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. As larvas se desenvolvem em água
parada, limpa ou suja. Na fase do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue para garantir o
desenvolvimento dos ovos, ocorre a transmissão da doença.
Período de incubação: Varia de 3 a 15 dias, mas tem como média de cinco a seis dias.
SINTOMAS DA DENGUE
O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período
de incubação. É só depois desse período que os sintomas aparecem. Geralmente os sintomas se manifestam a partir
do 3° dia depois da picada do mosquitos.
4. TIPOS DE DENGUE MAIS COMUNS
Dengue Clássica Dengue hemorrágica
Febre alta com início súbito.
Forte dor de cabeça. Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba
mesmos. a febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Perda do paladar e apetite. Dores abdominais fortes e contínuas.
Manchas e erupções na pele semelhantes ao Vômitos persistentes.
sarampo, principalmente no tórax e membros Pele pálida, fria e úmida.
superiores. Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
Náuseas e vômitos· Manchas vermelhas na pele.
Tonturas. Sonolência, agitação e confusão mental.
Extremo cansaço. Sede excessiva e boca seca.
Moleza e dor no corpo. Pulso rápido e fraco.
Muitas dores nos ossos e articulações. Dificuldade respiratória.
Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência
circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do
Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O doente pode apresentar
sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O
aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e
vômitos persistentes podem indicar a evolução para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de
imediata atenção médica, pois pode ser fatal. Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus
causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2, 3 e 4. O vírus tipo 4 não era registrado no País há 28
anos, mas em 2010 foi notificado em alguns estados, como o Amazonas e Roraima,
A dengue tipo 4 apresenta risco a pessoas já contaminadas com os vírus 1, 2 ou 3, que são vulneráveis à
manifestação alternativa da doença. Complicações podem levar pessoas infectadas ao desenvolvimento de dengue
hemorrágica.
TRATAMENTO
A parte central do tratamento da dengue comum é a reidratação,
geralmente associada com analgésicos e anti-térmicos como o paracetamol.
O paciente é aconselhado pelo médico a ficar em repouso e beber muitos
líquidos (sucos, água e chás sem cafeína) evitando café, refrigerantes e leite (que
irritam o estômago). É importante então evitar a automedicação, porque pode
ser perigosa, já que a prescrição médica desaconselha usar remédios à base de
ácido acetilsalicílico (AAS) ou outros antinflamatórios não-esteróides (AINEs)
normalmente usados para febre, porque eles facilitam a hemorragia.
Um medicamento muito usado na dengue é o paracetamol por suas
propriedades analgésicas e antitérmicas, boa tolerância e poucos efeitos
colaterais. Analgésicos a base de dipirona (como Novalgina, Dorflex e Anador)
devem ser evitados em pessoas com pressão baixa pois podem diminuir a pressão
e causar manchas de pele.
5. Casos graves: do sangue, geralmente agravada por medicamentos
coagulantes, fazendo o nível de plaquetas descer
abaixo do nivel funcional mínimo (trombocitopenia.
Em caso mais graves, quando ocorre perda de
Nesse caso pode ser necessário transfusão de sangue
fluido estimada em 5% ou mais do peso corporal, é
caso o soro não seja suficiente ou já tenha sido usado
feita uma reidratação endovenosa com um bolus de
excessivamente.
solução glicofisiológica (1:1 a 1:2) de 10-20ml/kg
A monitorização hemodinâmica ou da pressão
mantendo-se infusão contínua numa velocidade inicial
arterial deve ser usada para identificar os casos mais
de 6-7ml/kg/hora. (ou seja, injetar soro fisiológico na
graves. Soluções cristalóides são
veia pra repor a água que foi
mais eficazes e econômicas que
perdida suando, vomitando,
as colóides. O uso de corticóides
urinando e sangrando). Caso não
é desaconselhado.
haja melhora inicial aumenta-se
Vários novos tratamentos
a velocidade do soro para
tem sido sugeridos para lidar com
10ml/kg/h ou até 15ml/kg/h nos
as citocinas e toxinas envolvidas
casos refratários. Se não houver
na infecção. Tem sido estudados
melhora, recomenda-se
tratamentos com Inibidores do
monitorização da pressão venosa
fator ativador de plaquetas (PAF),
e a colocação de sonda vesical de
pentoxifilina, antioxidantes, n-
demora para controle da diurese.
acetilcisteína, além de inibidores das endorfinas
Após essa fase, não havendo estabilização clínica e
naturais como o naloxone e de antagonistas da
laboratorial, avalia-se a necessidade de drogas
bradicinina. O uso de inibidores do óxido nítrico pode
vasoativas e de sangue total (10ml/kg) para queda
ser benéfico principalmente nos casos de hipotensão
importante no hematócrito ou alternativamente
persistente. O uso de infusão contínua de azul de
plasma, albumina ou colóides artificiais (10-20ml/kg)
metileno, também mostrou-se benéfico e com
no caso de elevação do hematócrito.
toxicidade mínima.
Sangramentos podem ocorrer por causa dos
síndrome de choques da dengue (SCD) e coagulação
Vírus da Dengue
6. DENGUE: RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS MAIS COMUNS
E se eu desconfiar que peguei dengue? Existem exames para detectar se uma
O melhor é procurar um serviço médico, seja pessoa está com dengue?
um posto de saúde ou seu médico de confiança. É Sim, existe um teste que detecta o vírus logo
preciso fazer uma avaliação clínica para saber se no início da doença, e um outro que detecta os
provavelmente se trata de uma forma clássica ou se anticorpos contra o vírus que aparecem após cinco ou
há alguma evidência de evolução para a forma seis dias do início da doença. As duas formas de
hemorrágica. É importante lembrar também que diagnóstico laboratorial são bastante eficientes.
muitas doenças cursam de forma semelhante à
dengue no início (leptospirose, gripe, sarampo,
rubéola, entre outras) e que o médico terá que fazer o
diagnóstico diferencial entre elas. Mapas da Dengue
Posso pegar dengue mais de uma vez?
Sim, em princípio, como são quatro sorotipos
diferentes do vírus da dengue (DEN1, DEN2, DEN3,
DEN4) , pode-se pegar a doença até quatro vezes.
Por que não existe uma vacina?
Para que a vacina proteja e não exponha o
paciente ao risco de uma forma hemorrágica da
dengue, é necessário que ela proteja contra o quatro
sorotipos. Se ela proteger contra dois ou três apenas,
a pessoa que vier a pegar o subtipo contra o qual não
há proteção terá maior chance de ter a forma
hemorrágica.
Fonte: SVS/SES
PREVENÇÃO DA DENGUE
A prevenção é a única arma contra a doença.
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do
mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos,
tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores,
latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.