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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
 CENTRO DE EDUCAÇÃO E CÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO




              AILTON BARCELOS DA COSTA




  CONCEPÇÕES DE DOCENTE E ALUNOS DE UMA TURMA DE
SEXTA SÉRIE DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SÃO CARLOS DO
      ENSINO DE JOVENS E ADULTOS SOBRE ENSINO -
       APRENDIZAGEM NA AULA DE MATEMÁTICA
SÃO CARLOS
                                2007
                     AILTON BARCELOS DA COSTA




  CONCEPÇÕES DE DOCENTE E ALUNOS DE UMA TURMA DE
SEXTA SÉRIE DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SÃO CARLOS DO
      ENSINO DE JOVENS E ADULTOS SOBRE ENSINO -
       APRENDIZAGEM NA AULA DE MATEMÁTICA




Trabalho final da disciplina de “PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA”.


DOCENTE: Profa. Dra. REGINA MARIA SIMÕES PUCCINELLI TANCREDI




                              SÃO CARLOS
                                  2007


                                                                     2
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
1. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO.....................................................................................5
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................5
3. ASPECTOS CONCEITUAIS.............................................................................................6
4. METODOLOGIA DA PESQUISA....................................................................................7
5. COLETA DOS DADOS.....................................................................................................8
6. ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................................9
7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................................25
8. CONCLUSÃO..................................................................................................................27
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................29
10. ANEXOS.........................................................................................................................32
a) Anexo 1: Questionário de Alunos ...................................................................................32
b) Anexo 2: Transcrição da entrevista com a Professora Fátima - 1° SEMESTRE –
2007.......................................................................................................................................33




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APRESENTAÇÃO

     Este relatório te como objetivo apresentar a pesquisa realizada nos meses de outubro e
novembro de 2007, onde através de questionário semi-estruturado foi entrevistada a
professora de uma turma de sexta série de uma escola pública de São Carlos, em turma de
jovens e adultos. Também foi feita entrevistas com vinte alunos desta turma de jovens e
adultos, por meio de questionário estruturado.
     A partir destes questionários feitos, foi possível verificar as conclusões da professora
a respeito do ensino-aprendizagem de uma turma do ensino de jovens e adultos, bem como
as concepções destes alunos a respeito do ensino-aprendizagem de matemática, e também
as caracterizações destes a respeito de idade, sobre trabalho, sobre perspectivas para o
futuro e sobre o ensino de matemática.
     Enfim, o presente relatório traz a trajetória e os dados da pesquisa, devidamente
analisados, bem como referencial teórico, em que esta se embasou.
     Assim, foi possível conhecer um pouco mais a respeito das concepções dos alunos e
do professor sobre a educação de jovens e adultos.




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I.       QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO

                    A questão proposta inicialmente foi:
                    "Quais são as dificuldades e as facilidades dos alunos da Educação de Jovens e
          Adultos - ensino fundamental - no aprendizado de matemática, e que repercussão isso tem
          na vida deles?"



              II.      OBJETIVOS


(i)                            GERAL


                    Conhecer e analisar as dificuldades e as facilidades de aprendizado dos alunos da
       Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – no componente curricular da
       Matemática e da influência dessa situação na vida deles.




(ii)                           ESPECÍFICOS


                    Caracterizar alunos da Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – com
       relação ao processo de aprendizagem escolar de matemática.
                    Identificar os usos que esses alunos fazem dos conceitos/conteúdos matemáticos na
       vida pessoal e profissional.
                    Identificar e analisar as dificuldades e facilidades que os alunos da Educação de
       Jovens e Adultos (EJA) têm com relação à aprendizagem de matemática.
                    Conhecer e analisar a influência da facilidade/dificuldade no aprendizado de
       matemática na vida pessoal e profissional dos alunos.




                                                                                                   5
III.     ASPECTOS CONCEITUAIS

       Segundo CAMARGO (2006), a análise do percurso histórico da Educação de
Jovens e Adultos aponta para o fato de que ela sempre esteve de certa forma, em segundo
plano diante de outros níveis de ensino. No entanto, com as novas tendências de mercado e
a necessidade cada vez mais crescente de qualificação profissional, esse nível de ensino tem
ganhado ênfase e várias alternativas têm sido propostas.

       Também, a necessidade de aprofundar os conhecimentos na tentativa de entender
como os indivíduos adultos analisam o processo de ensinar e aprender, bem como o
contexto escolar, dentre outras questões, parecem muito interessante.

       CAMARGO (2006), também diz que uma análise dos estudos nessa área permitiu
verificar que os trabalhos se preocupam com diferentes aspectos da educação de adultos, e
que por meio de uma revisão de literatura foi possível o levantamento de 120 trabalhos
entre artigos científicos, dissertações, teses e livros publicados no período de 1976 a 2004,
e cita como área de pesquisa, e mais especificamente o que vai interessar aqui, sete
trabalhos na área de matemática, e também, dois trabalhos sobre o aspecto de
desenvolvimento cognitivo.

       Então, a matemática que é apontada por diversos autores enquanto fenômeno na
vida cotidiana de pessoas, jovens e adultas, que não tiveram oportunidade de ter a
escolarização formal, ou tiveram que parar de estudar por motivos relacionados a questões
econômicas de sobrevivência, encontra-se direcionada para a resolução de problemas
práticos.

       Já FONSECA (2001), diz que na escolarização de jovens e adultos, busca-se
garantir um espaço de conquista, manifestação e confronto, cabendo por tanto, aos
educadores, conhecê-lo como tal, para que possam potencializar os esforços nesse sentido,
coletivos ou individuais, mas sempre sócio-culturais, dos alunos jovens e dos adultos.
       No entanto, MIGLIORANÇA (2004), diz que existe uma grande dificuldade, tanto
dos alunos quanto dos professores, em entender a utilidade da matemática, as
especificidades, a sua contribuição para a ciência e sua teorização em aula. Isso provoca um


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desinteresse dos alunos, causando, muitas vezes um sentimento aversivo à disciplina
matemática.

          Para auxiliar na aprendizagem dos alunos da EJA, MIGLIORANÇA (2004) diz
também, que é importante saber suas concepções, pois muitos viveram situações de
aprendizagem nessa área quando estiveram na escola anteriormente, mas muitas vezes
foram situações de fracasso. Assim, se o professor conhece tais concepções, fica mais fácil
de ajudar o aluno a entender a matemática e a superar estas dificuldades.
          Sobre essa superação do fracasso escolar e a melhoria do ensino, um importante
meio de superação citado por diversos autores, tem sido a valorização dos sentimentos dos
alunos.

          Então, para favorecer a aprendizagem de matemática por parte dos alunos, o
professor deve favorecer a construção do conhecimento de forma contextualizada, passando
a valorizar o aluno, apresentando-lhes situações que lhes interessam.




   IV.       METODOLOGIA DA PESQUISA

          Trata-se, portanto, de uma pesquisa de natureza qualitativa, com a característica de
estudo de caso.

          Partimos de ROMBERG (2007, p.115) para essa escolha, pois ele considera que
este método (estudo de caso) é adequado para organizar e relatar informações sobre as
ações, percepções e crenças de um individuo ou de um grupo sob condições ou
circunstâncias especificas. Sendo assim, há uma preocupação mais intensa com o processo,
isto é, com a pesquisa como um todo, do que apenas com o produto (ou o resultado final da
pesquisa) em si, o que reforça a adequação da escolha.
          Numa primeira etapa, foi realizada entrevistas com os alunos (questionários semi-
estruturados), bem como com sua professora de matemática.

          Em uma segunda etapa, pretende-se, após a transcrição das entrevistas, fazer um
levantamento das idéias dos participantes, organizando os dados em categorias condizentes
com o objetivo da pesquisa.



                                                                                            7
Ao mesmo tempo em que os dados são tratados pretende-se ampliar o levantamento
bibliográfico inicial.


    V.      COLETA DOS DADOS
         A pesquisa foi desenvolvida com alunos de uma classe do período noturno, que
freqüentam o terceiro ciclo do ensino fundamental (antiga sexta série) da EJA na Escola
Estadual de São Carlos, a qual foi escolhida pelo fato de um dos pesquisadores estar
fazendo estágio nesta turma durante o período em que a pesquisa foi realizada.

         Para responder a questão, os alunos foram ouvidos, através de entrevistas semi-
estruturadas, para se ter um levantamento das situações e problemas que estes enfrentaram
durante sua trajetória escolar no ensino-aprendizagem de matemática, e também ouvimos a
professora de matemática da turma, para se conseguir dados relativos à formação especifica
da mesma, a experiência no ensino de jovens e adultos, bem como a visão dela em relação
às diferenças entre ensino regular e de jovens e adultos, e também sobre a compreensão por
parte destes, sobre o conhecimento prévio em relação à matemática por parte dos seus
alunos, e sua visão particular da importância, ou não, deste fato no ensino-aprendizagem de
matemática.

         Foram recolhidos 20 formulários dos alunos por meio de formulário semi-
estruturado.

         A facilidade na coleta de dados se deveu ao fato de um dos pesquisadores conhecer
a professora da turma, e grande parte dos alunos.

         A dificuldade na coleta foi com relação a alguns alunos terem dificuldades de
escrever e de ler, o que levou a professora e um dos pesquisadores ajudassem alguns deles,
explicando melhor a questão, ou no caso em que a professora escreveu dois formulários
ditados pelos alunos.




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VI.    ANÁLISE DOS DADOS

   a) Dados da professora
      A professora Ana (nome fictício) foi entrevistada no primeiro semestre de 2007 para
o relatório de estagio de um dos pesquisadores para o relatório final de estágio, a qual
organizada em uma tabela, com temática e concepção, conforme segue abaixo:

             TEMÁTICA                                    CONCEPÇÃO
ENFOQUE DE ENSINO                               -   ENSINO FUNDAMENTAL

ENSINO DE EJA                                   -   DIFICULDADES DOS ADULTOS
                                                    NA APRENDIZAGEM.
                                                -   INTERESSE NAS AULAS.

ENSINO REGULAR                                  -   FACILIDADE DAS CRIANÇAS
                                                    NO APRENDIZADO.
                                                -   DESINTERESSE PELAS AULAS.

ALUNOS PORTADORES DE                            -   FALTA DE FORMAÇÃO
NECESSIDADES ESPECIAIS                              ADEQUADA.
(DEFICIÊNCIA MENTAL E CEGUEIRA)                 -   DÁ ATENÇÃO ESPECIAL A TAIS
                                                    ALUNOS.
                                                -   POUCOS ALUNOS EM SALA DE
                                                    AULA.

ALUNOS INDÍGENAS                                -   PRIMEIRA VEZ QUE TEM
                                                    ALUNA INDÍGENA.
                                                -   ALUNA COPISTA.
                                                -   NÃO ENTENDE BEM A LÍNGUA.
                                                -   VÊ A DIFICULDADE DA ALUNA
                                                    RELACIONADA À
                                                    ALFABETIZAÇÃO DA MESMA,
                                                    POR SER NA EJA.

ALUNOS SUPERDOTADOS                             -   ALUNOS COM FACILIDADE EM
                                                    TERMINAR AS ATIVIDADES.
                                                -   SUGERE PASSAR ATIVIDADES/
                                                    DESAFIOS PARA SEGURAR A
                                                    ATENÇÃO.

SALAS HETEROGÊNEAS                              -   DIFICULDADE EM LIDAR COM
                                                    ALUNOS MUITO DIFERENTES
                                                    NUMA SALA DE AULA.

OBMEP                                           -   INCENTIVA A PARTICIPAÇÃO.


                                                                                       9
-   RESOLVE PROVAS DE ANOS
                                                      ANTERIORES.
INDISCIPLINA (CAUSAS)                             -   ALUNOS    REPROVADOS     E
                                                      OUTRAS    ESCOLAS,    COM
                                                      DIFICULDADES.
                                                  -   ALUNOS SEM OBJETIVOS , SEM
                                                      INTERESSE NO APRENDIZADO,
                                                      BUSCANDO APENAS DIPLOMA.

PROFISSÃO PROFESSOR                               -   ACREDITAR NO MAGISTÉRIO.
                                                  -   CARREIRA    COM    MUITAS
                                                      DIFICULDADES.
                                                  -   DESRESPEITO PELA PROFISSÃO
                                                      DESINSENTIVA NOVATOS.
                                                  -   TEM QUE TER AMOR PELA
                                                      CARREIRA E DEDICAÇÃO PARA
                                                      SER PROFESSOR.




       Pela tabela acima, vemos que a professora concebe os alunos do Ensino de Jovens e
Adultos como quem tem dificuldades de aprendizagem, e contrapõe com o ensino regular,
dizendo que eles têm mais facilidade, só pelo fato de serem crianças.
       Sabemos que, segundo FONSECA (2002), o que determina o processo de
escolarização do adulto não é somente a idade, mas também o modo de viver, seu nível de
educação e a cultura. Todos esses são fatores que afetam o sucesso da aprendizagem do
aluno, e não somente a idade, ou seja, o fato de este ser adulto ou criança, o que nos pode
levar a perceber a falta de conhecimento por parte da professora em relação à Educação de
Jovens e Adultos, bem como uma falta de formação especifica para trabalhar com esses
alunos, o que segundo MIGUIORANÇA (2004), é comum em nossas escolas.
       Enfatizamos também a concepção da professora Ana em relação à inclusão de
alunos com necessidades educativas especiais, no caso especifico de aluno com deficiência
mental, onde a professora afirma não ter tido formação específica para lidar com este tipo
de aluno, e nem feito cursos complementares ou formação continuada.
       Segundo MARQUES (2000), a formação dos professores de alunos com deficiência
é de má qualidade e recalcada na reprodução de conhecimento. Já MANTOAN (1997), vem




                                                                                        10
complementar, apontando a inexistência de uma formação inicial que contemple questões
relativas a pessoas com deficiências, ratificando a afirmação da professora.
       Continuando ainda na educação especial, agora com relação a superdotados, a
professora afirma que teve alunos que poderiam se enquadrar nesse perfil. Embora, sem
uma formação adequada para reconhecer ou lidar com crianças com altas habilidades, as
características que a professora Ana descreve de alguns alunos que ela já teve, se encaixa
na definição oferecida por BRASIL (2006), mas falta-lhe formação adequada para trabalhar
as altas habilidades destes alunos citados.
       Ainda no tema relativo à inclusão, a professora relata a existência de uma aluna
indígena na sala de aula. Esta aluna teria vindo do Alto Xingu para São Carlos, e aqui
alfabetizada dentro da educação de adultos, chegando no segundo semestre de 2007 à 6ª
série, mas segundo a professora Ana, com grande dificuldades de ensino-aprendizagem,
sendo principalmente devido ao fato desta aluna ser considerada copista, e que tem
dificuldades com a nossa língua.
       Segundo SILVA JUNIOR (2000), o termo educação inclusiva - que aqui
significaria a inclusão de todos na educação, podendo ser esta diferenciada ou tradicional.
Ele continua, dizendo que TODOS devem ser incluídos numa educação de qualidade, nem
que esta educação, para ser de qualidade deva ser diferenciada. Necessário se faz agora
direcionar a atenção para esta nova possibilidade: educação inclusiva e diferenciada nas
comunidades indígenas. Assim, SILVA JUNIOR (2000), não discute a problemática de não
se ter educação inclusiva de indígenas no ensino regular, e que seja de qualidade, mas dá a
entender que a principio isto não seria possível, o que faz que tenhamos que olhar para
aquela aluna indígena inclusa no ensino regular, que segundo a professora Ana, não está
tendo tal inclusão.
       Outro ponto tocado pela professora Ana foi à heterogeneidade de alunos em sala de
aula, e a dificuldade em se lidar com tantos alunos diferentes, um assunto que é tratado por
CARVALHO (2006), que diz que a maioria dos professores demonstra dificuldades ao
vivenciar tais questões relacionadas com a diversidade dos alunos, porém eles tentam
trabalhar e se colocar de forma solidária na superação dos preconceitos, apesar de, na
maioria das vezes, acabarem por também demonstrar preconceito com relação a gênero,




                                                                                         11
raça, opção sexual e outros. Assim, a fala da professora Ana vem concordar com a análise
de CARVALHO (2006), demonstrando seu empenho no dia-a-dia.
       A professora também fala a respeito de suas concepções sobre a indisciplina na sala
de aula, que basicamente pode ser atribuída no caso especifico desta escola aos alunos
reprovados que vieram de outra escola, e também à falta de motivação deles, que só querem
adquirir o diploma, para poderem melhorar no mercado de trabalho, que de fato, segundo
MIGLIORANÇA (2004), acaba sendo uma grande motivação para estes alunos. A falta de
motivação em geral, ainda segundo MIGLIORANÇA (2004), por parte destes alunos, pode
ser atribuída à condição de fracasso escolar, ocorrido anteriormente na vida destes alunos, o
que de fato, segundo a professora Ana, ocorreu com estes alunos.
       Ela encerra dando conselhos aos futuros professores e falando sobre sua concepção
da profissão de professor, o que acaba refletindo o discurso dominante da desvalorização do
profissional de educação.




                                                                                          12
b) Dados dos alunos
            Abaixo segue as tabelas com os dados das entrevistas dos alunos, gráficos e
    algumas análises.

TABELA 1: VARIAÇÃO DA IDADE DOS ALUNOS

INTERVALO          IDADE                   FREQ.        FREQ. (%)
1                  15 < IDADE < 20         5            25
2                  20 < IDADE < 29         2            10
3                  30 < IDADE < 39         5            25
4                  40 < IDADE < 49         4            20
5                  50 < IDADE < 59         4            20
                   TOTAL                   20           100

       Analisando a Tabela 1 de intervalo de idades, vemos 25% deles entre 15 e 20 anos,
ou seja, jovens que pararam de estudar a pouco tempo. Também é importante notar que
temos 40% dos alunos maiores de 40 anos, mostrando grande parte de pessoas adultas, e
mais velhas, que freqüentam esta turma, ou seja, que, que a variação das idades é grande:
de 15 a 59 anos. A menor freqüência se localiza na faixa dos 20 – 29 anos. Esse largo
espectro de idade pode vir a dificultar a prática dos professores se o ensino for frontal por
que provavelmente os interesses e conhecimentos prévios desses estudantes são diversos.
       Segue abaixo gráfico da freqüência de idade dos alunos:


                           FREQUÊNCIA DE IDADES (%)

                 25
                  20
                  15
                  10
                   5
                   0
                       1    2                          FREQ. DE IDADE (%)
                                 3     4        5


                                  FREQ. DE IDADE (%)




                                                                                          13
TABELA 2: TEMPO SEM ESTUDAR E MOTIVOS DA VOLTA
 TEMPO S/        VOLTOU
 ESTUDAR         EM QUE                                   PORQUE
(ANOS)      AL. SÉRIE   AL.      PORQUE PAROU AL.         VOLTOU       AL.
                        1; 5; 9;
          1; 6;         10; 14;               1; 5; 7; 8; PELO         1; 3; 5; 8;
          7; 13;        16; 19;               9; 10; 15; MERCADO DE9; 11; 14;
1         14; 16 5a     20       P/ TRABALHAR 17          TRABALHO 1518; 19
                                                          PORQUE A
                                                          ESCOLA É
                                                          MUITO
                                                          IMPORTANTE 2
                   a
38        3      4      3; 11
                                                          POR QUER
                        4; 15;                            FAZER
                   a
3         4      6      17; 18 POR GRAVIDEZ 4             ENFERMAGEM 4
22        5
                                                          POR GOSTAR
                                                          DE ESTUDAR 7
                                                          POR
                                                          COBRANÇA
                                                          DOS FILHOS   10
                                 POR
                                 PROBLEMAS
                                 FAMILIARES   11
                                 NUNCA
0                1a     12       ESTUDOU      12
                                 POR NÃO
                                 GOSTAR DE
                                 ESTUDAR      14
                                                          POR CAUSA DO
                                                          INSS         17
                                 POR CASAR    18
                                 POR FALTA DE
                                 OPORTUNIDADE 19
42        20




                                                                             14
Na tabela 2, vemos que 40% dos alunos voltaram a estudar na 5 a série, ou seja,
voltaram a estudar no primeiro semestre de 2007. Também vemos que a maior parte dos
alunos ficou sem estudar entre um e três anos, o que de certa forma facilita o trabalho do
professor, para relembrar alguns conceitos de séries anteriores
          Também é importante destacar que 40% dos alunos pararam de estudar para
trabalhar, e agora temos que 50% do total deles voltaram a estudar por causa de mercado de
trabalho, buscando uma melhor oportunidade profissional, o que confirma MILHORANÇA
(2004).




                                                                                       15
TABELA 3: OCUPAÇÃO DO ALUNO

                            TEMPO QUE
TRABALHA          AL.       TRABALHA AL.       OCUPAÇÃO AL.        HORÁRIO AL.
             1; 2; 3; 4; 5;
             6; 8; 9; 10;                                                    1; 2; 4; 6;
             12; 14; 15;                                                  8; 9; 1010;
SIM          16; 18; 19 ALIMENTOS 1            MOTORISTA 1         INTEGRAL 15; 18
                                                                          14;
                            FAXINEIRA 4
                            FÁBRICA DE
                            VASSOURA 5         OPERÁRIO   5
                                               SERVIÇOS
                                               GERAIS     6; 14
                                     8; 10;
                          CASA DE    11; 12;              8; 10;
                          FAMÍLIA    19      DOMÉSTICA    12
                                             AJUDANTE
                                             DE
                          CARPINTARI         CARPINTEIR
                          A          9       O            9
                          ESCOLA     14
                          FUNILARIA 15       ASSISTENTE   15
                          PEDREIRO   16      AUTÔNOMO     16
                          SALÃO DE
                          BELEZA     18      MANICURE     18
                                             CUIDAR DE
                                             SENHORA      19
             7; 11; 13;
NÃO          17; 20




                      SITUAÇÃO SOBRE ALUNOS (%)
       80
       60
       40
        20
         0                               SITUAÇÃO (%)
                  1
                             2
                             SITUAÇÃ …



                                                                                   16
SITUAÇÃO                   TIPO                 SITUAÇÃO (%)
         1             TRABALHAM                       75
         2           NÃO TRABALHAM                     25

       No que se refere à ocupação, vemos que 75% dos alunos trabalham, sendo que um
terço destes trabalham em casas de família, onde os rendimentos em geral são baixos.
       Aqui podemos pegar BARRETO (2006), que diz ainda que o trabalho pode ser tanto
o motivo dos alunos de EJA terem deixem a escola como voltarem, e que este fato deve ser
usado, através dos conhecimentos prévios de cada um, na sala de aula. Além disso, estes
conhecimentos prévios devem ser levantados pelo professor em forma de tabela para
preparar atividades relacionadas a esses saberes do aluno. No caso do nosso estudo, além da
diversificação de atividades, algo como no EJA é comum, segundo BARRETO (2006), a
concentração da maior atividade é em casas de família, o que pode ser útil na elaboração de
atividades didáticas, usando sempre os saberes do aluno.
       Ao considerar as dificuldades dos alunos no que se refere à aplicação da matemática
no contexto de vida ou de trabalho, MELO (..) diz que os professores estão contribuindo
para que se sintam motivados, fazendo-os com que também elevem a auto-estima e
encontrem sentido para a sua permanência no espaço escolar.




TABELA 4: USO DA MATEMÁTICA NO TRABALHO

USA MATEMÁTICA              ALUNO                 USA O QUE              ALUNO
NO TRABALHO
SIM                         1; 5; 9; 16; 17;      OPERAÇÕES              1; 5; 9; 17; 18
                            18; 19                BÁSICAS
                                                  PORCENTAGEM             9
                                                  MEDIÇÕES               16

NÃO                         2; 4; 6; 8; 11; 12;
                            13; 14; 15

(S.R.) SEM RESPOSTA         3; 7; 10; 20




                                                                                           17
Quando ao uso da matemática, notamos na tabela acima, que 35% dos alunos usam-
na no trabalho, sendo que a maioria destes usam as quatro operações básicas.
       Entretanto devemos ressaltar que 45% dos alunos afirmam que não usam a
matemática no trabalho. Daqui podemos tirar uma conclusão, que a desmotivação do aluno
na sala de aula, deve-se muitas vezes a não enxergar o uso da matemática no seu cotidiano,
em especial no trabalho.




TABELA 5: O GOSTAR DE MATEMÁTICA

GOSTA        AL.              PORQUE       AL.     PORQUE NÃO      AL.         DESDE  AL.
DE                            GOSTA                GOSTA DE                    QUANDO
MATEM.                        DE                   MATEMÁTICA                  PENSA
                              MATEM.                                           ASSIM
NÃO          1; 2; 3; 6; 8;                        PORQUE TENHO    1
             10; 13; 15                            DIFICULDADE
                                                   PORQUE NÃO      8
                                                   ENTENDO
                                                                               DESDE A 5a
                                                                               SÉRIE

SIM          3; 4; 5; 9;      PORQUE       3; 16
             11; 12; 14;      APRENDE
             16; 17; 18;      MUITA
             19; 20           COISA
                              PORQUE       9                                   DESDE        4
                              USAMOS                                           AGORA
                              SEMPRE
                                                                               PORQUE       5
                                                                               PRECISA
                              PARA NÃO                                         DESDE        7
                              SER                                              CRIANÇA
                              PASSADO P/
                              TRÁS
                              PORQUE
                              APRENDI A
                              PRESTAR
                              ATENÇÃO
                              PORQUE
                              FAZ COM
                              QUE
                              PENSEMOS
                              MAIS




                                                                                            18
Aqui notamos que 60% dos alunos afim que gostam de matemática, contra 40 %
que não gostam, mas poucos alunos souberam responder o motivo de tal afirmação.
          Para ALMEIDA (1999), a afetividade se faz também presente quando o professor
conhece, escuta e conversa com seus alunos, e são os componentes mais presentes nas
práticas desses professores e, provavelmente, a motivação maior que seus alunos têm para
não desistir de estudar, ou seja, que pode ter uma forte ligação com o gostar de matemática
ou não.




                                                                                        19
TABELA 6: FACILIDADE E DIFICULDADE NO APRENDIZADO

TEM           AL.           FACILIDADE DESDE  AL.                 DIFICULDADE DESDE  AL.
FACIL. OU                   POR QUE    QUANDO                     POR QUE     QUANDO
DIFICULD.
EM
MATEM.
FACILIDADE    3; 4; 7; 9;   POR CAUSA DA               3
              14; 16;       IDADE
              17; 18;
              19; 20
                            A PROFESSORA               4
                            SABE EXPLICAR
                                            DESDE      7; 18
                                            CRIANÇA
                            POR CAUSA                  9
                            DAS OPER.
                            BÁSICAS
                            POR PRESTAR     DESDE DE   14
                            ATENÇÃO         QUANDO
                                            VOLTOU A
                                            ESTUDAR
                            POR USAR NO                19
                            DIA-A-DIA


DIFICULDADE 1; 2; 5; 6;
            8; 10; 11;
            12; 13; 15
                                                                                    DESDE     2; 11
                                                                                    CRIANÇA
                                                                  NÃO ENTENDE A               8
                                                                  EXPLICAÇÃO DA
                                                                  PROFESSORA
                                                                  TENHO                       1; 5; 12;
                                                                  DIFICULDADE DE              13; 15
                                                                  APRENDER




          Nota-se pela tabela 6, que 50% dos alunos afirmam ter dificuldade em matemática,
  sendo que desse universo, a maioria não soube explicar o motivo da dificuldade no
  aprendizado desta disciplina.
          Este dado vem confirmar a fala de MELO & PASSEGGI (2006, p. 25), que dizem
  que:
                                  "Nos estudos preliminares realizados para a elaboração da
                            Proposta curricular de EJA – 2° segmento do ensino fundamental


                                                                                        20
(BRASIL, 2002), a Matemática é citada por 47% como a disciplina
                          mais difícil de ser aprendida, sendo apresentada como a principal
                          responsabilidade do insucesso dos alunos, traduzido em elevados
                          índices de repetência."


       Daí um importante dado a ser considerado sempre, que é a dificuldade no
aprendizado em matemática estar ligado ao fracasso escolar.
       De modo geral, sobre o problema do aprendizado, ORTIZ (2002) nos diz que na
EJA o ensino não atende às necessidades psicossociais dos alunos e consiste, sobretudo, em
passar-lhes mecanismos de memorização que são utilizados para aprender o que a escola
determina. Sendo assim, ORTIZ (2002) insiste que, para preparar o aluno para a
aprendizagem dos conteúdos escolares, é necessário criarmos situações que estimulem sua
capacidade de pensar, pois é a partir da troca e da interação com o meio, que o
desenvolvimento intelectual ocorre. Assim, para Piaget, o sujeito é ativo na sua essência,
sua inteligência se constrói nas relações com o objeto do meio físico e social. Sendo assim,
as estruturas da inteligência constroem-se, dependendo das necessidades e das situações
encontradas no meio.
       Assim, para FONSECA (2001), pouco ou nada se tem dito sobre as experiências
escolares anteriores do público da EJA, muito embora os professores que trabalham com
adultos, e principalmente os que trabalham com o ensino da matemática, não raro se
refiram à insistência dos alunos em tentar resgatar essas experiências, pois isso vem a
confirmar MELO (..), que na mesma linha afirma que é inquestionável a importância do
professor trazer para a sala de aula as situações reais vividas por seus educandos, uma vez
que a vontade do adulto em aprender os conteúdos curriculares está vinculada à
compreensão que tem de sua aplicabilidade para melhor enfrentamento de seus problemas
pessoal e profissional.




                                                                                         21
TABELA 7: IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA
VOCÊ ACHA IMPORTANTE                    ALUNO                 POR QUE                        ALUNO
ESTUDAR MATEMÁTICA
Sim                                     1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; É importante porque usa no   1; 6; 7; 9;
                                        9; 10; 11; 12; 13;      dia-a-dia                    17; 18; 19
                                        14; 15; 16; 17; 18;
                                        19; 20
                                                                Porque precisa aprender.     2; 5; 11; 20
                                                                Porque aprender é bom.       3

                                                              Porque tudo tem                8; 14
                                                              matemática.
                                                              Tudo precisa de matemática     10
                                                              Para não ser enganada          12
                                                              Porque é importante            13; 15; 16


Não


         Na tabela 7 vemos que 100% dos alunos acham importante aprender matemática.
         Desses alunos, 35% consideram a importância de se aprender esta disciplina, devido
  a sua importância no seu cotidiano. No entanto, a pesar dos alunos acharem importantes
  aprenderem matemática, a maioria não sabe dizer claramente o motivo dessa importância,
  mas um fato importante é que eles notam esta importância ligada ao cotidiano de cada um.




                                                                                                     22
TABELA 8: PERSPECTIVA DE ESTUDOS

PRETENDE ESTUDAR ATÉ               ALUNO                POR QUE                       ALUNO
QUE SÉRIE
8a                                 1; 3; 10; 20
ATÉ A FACULDADE                    2; 14; 15; 18; 19    PORQUE PODE PRECISAR          2; 4; 8
3°                                 4; 6; 7; 8; 9; 11;
                                   12; 13; 16; 17
NÃO SABE                           5
                                                        PELO MERCADO DE               9; 11
                                                        TRABALHO
                                                        POR CAUSA DA IDADE            20



           Percebe-se, pela tabela 8, que 50% dos alunos pretendem fazer até o término do
  ensino médio, e mais 30% que querem fazer alguma faculdade, o que mostra o interesse da
  maioria em seguir os estudos em longo prazo, a pesar de em curto prazo esses anos de
  estudos seriam importantes para melhorar de emprego e de salário, o que confirma
  BARRETO (2006).
           Aqui a questão desses alunos em seguir os estudos é defasagem do conhecimento
  em relação aos outros alunos que estão no ensino regular, o que de certa forma irá dificultar
  o ingresso em alguma universidade, principalmente em cursos mais exigentes.
           Assim, para que se possam garantir condições desses alunos em seguir os estudos, é
  preciso desde já investimento na qualidade do ensino na EJA.




                                                                                                23
TABELA 9: CONTINUAÇÃO DOS ESTUDOS

O QUE VAI FAZER DEPOIS DESSA                 ALUNO
FASE
MELHORAR NA EMPRESA                          1
FACULDADE                                    2; 11; 18
DESCANSAR                                    3
FAZER ENFERMAGEM                             4; 7
PROCURAR EMPREGO MELHOR                      5; 10
NÃO SABE                                     6; 13; 20
CURSO DE INFORMÁTICA                         8
CONTINUAR ESTUDANDO                          9; 14
APOSENTAR                                    12
FACULDADE DE DIREITO                         15
PRESTAR CONCURSOS                            16
FAZER AGRONOMIA                              17
CURSOS EM GERAL                              19




         Aqui vemos que a tabela 9, traz dados que vem confirmar os dados da anterior, onde
  a maioria sabe especificar o que pretende fazer após o termino do ensino médio, seja
  faculdade ou curso técnico, mas acima de tudo continuar a estudar como meio de
  progressão social.
         Sabemos que estes alunos já era excluídos do sistema escolar e do mercado de
  trabalho, e que segundo FERRARI & AMARAL (2005),              estes alunos se sentiram,
  excluídos novamente quando tentarem buscar um emprego que exija maior qualificação ou
  quando buscarem estudos num patamar superior. Estas autoras, FERRARI & AMARAL
  (2005, p. 12), continuam dizendo que:




                                                                                        24
"Evidenciando a necessidade dos jovens, essa escola não
                            tem como prioridade alargar a compreensão que o individuo tem
                            de suas condições sociais concretas e continua deixando em
                            segundo plano a formação mais abrangente que incluiria inclusive
                            a possibilidade de critica a este modelo educativo."




       VII. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

           A questão de investigação proposta inicialmente era:
           "Quais são as dificuldades e as facilidades dos alunos da Educação de Jovens e
   Adultos - ensino fundamental - no aprendizado de matemática, e que repercussão isso tem
   na vida deles?"
           Também, propomos que nossos objetivos específicos eram:
       -   Caracterizar alunos da Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – com
           relação ao processo de aprendizagem escolar de matemática.
       -   Identificar os usos que esses alunos fazem dos conceitos/conteúdos matemáticos na
           vida pessoal e profissional.
       -   Identificar e analisar as dificuldades e facilidades que os alunos da Educação de
           Jovens e Adultos (EJA) têm com relação à aprendizagem de matemática.
       -   Conhecer e analisar a influência da facilidade/dificuldade no aprendizado de
           matemática na vida pessoal e profissional dos alunos.


           Começamos nossa caracterização quanto à variação das idades, que mostrou a
existência de um largo espectro de idade entre os alunos investigados, o que pode vir a
dificultar a prática dos professores se o ensino for frontal por que provavelmente os interesses e
conhecimentos prévios desses estudantes são diversos. Aqui vemos claramente a primeira
dificuldade do professor possibilitar o ensino-aprendizagem aos alunos da EJA, onde o resgate
dos conhecimentos prévios dos alunos pode ser dificultado devido a essa variação de idade, que


                                                                                               25
representa uma diversidade enorme de conhecimentos prévios deles. Por outro lado, o fato de
grande parte dos alunos trabalharem em casas de família pode facilitar o levantamento desses
conhecimentos prévios, para a elaboração de atividades didáticas, e em geral voltados para o
cotidiano deles, conforme nos diz BARRETO (2006).
           Ainda sobre o ensino voltado para o cotidiano do aluno da EJA, é importante
ressaltar que 35% dos alunos usam-na no trabalho, sendo que a maioria destes usam as quatro
operações básicas, mas aqui o resultado preocupante é que 45% dos alunos afirmam que não
usam a matemática no trabalho. Daqui podemos tirar uma conclusão, que a desmotivação do
aluno na sala de aula, deve-se muitas vezes a não enxergar o uso da matemática no seu
cotidiano, em especial no trabalho, que acaba sendo mais um reforço para a pratica do
professor, onde este estar atento a estas dificuldades, e saber que pode explorar, por exemplo, o
uso das operações básicas, voltadas para o uso no cotidiano do aluno, fazendo que ele enxergue
esta utilidade, aqui no caso nas atividades domésticas, podendo contribuir muito para o ensino-
aprendizagem mais significativo.
           Outro grupo de questões veio trazer a caracterização dos alunos em relação ao
gostar de matemática ou não, o que revelou que a maioria dos alunos, 60 %, gostam de
matemática, apesar de poucos souberem responder o motivo de tal afirmação. Outro fator
trazido aqui foi que a metade dos alunos afirmaram ter dificuldade em matemática, sendo que
desse universo, a maioria não soube explicar o motivo da dificuldade no aprendizado desta
disciplina. Isso pode implicar que estes alunos não refletem sobre suas dificuldades em
matemática, provavelmente por falta de estímulo da professora, alem do que o ensino da EJA
em particular não está formando um aluno critico e consciente do seu papel na sociedade, o que
acaba repercutindo nele próprio, quando deixa de pensar porque tem tais dificuldades de
aprender matemática. Podemos aqui trazer ORTIZ (2002), onde ele nos diz que na EJA o
ensino não atende às necessidades psicossociais dos alunos e consiste, sobretudo, em passar-
lhes mecanismos de memorização que são utilizados para aprender o que a escola determina.
Sendo assim, as estruturas da inteligência constroem-se, dependendo das necessidades e das
situações encontradas no meio.
           Aqui também é importante destacar que todos os alunos consideram importante
aprender matemática. Desses alunos, 35% consideram a importância de se aprender esta
disciplina, devido a sua importância no seu cotidiano. No entanto, a pesar dos alunos acharem



                                                                                              26
importantes aprenderem matemática, a maioria não sabe dizer claramente o motivo dessa
importância, mas um fato importante é que eles notam esta importância ligada ao cotidiano de
cada um, o que vem confirmar MIGLIORANÇA (2004).
          Finalmente um ultimo grupo de questões veio tentar saber sobre que futuro estes
alunos da EJA almejam, e notamos que em curto prazo esses anos de estudos seriam
importantes para melhorar de emprego e de salário, o que confirma BARRETO (2006).
          A questão desses alunos em seguir os estudos é defasagem do conhecimento em
relação aos outros alunos que estão no ensino regular, o que de certa forma irá dificultar o
ingresso em alguma universidade, principalmente em cursos mais exigentes.
          Assim, para que se possam garantir condições desses alunos em seguir os estudos, é
preciso desde já investimento na qualidade do ensino na EJA, o que pode fazer com que estes
alunos que já se sentiam excluídos, novamente poderão ter esse sentimento ao tentarem buscar
um emprego que exija maior qualificação ou quando buscarem estudos num patamar superior.
          Antes de se chegar a uma conclusão da pesquisa, precisamos antes tentar entender
um pouco das práticas de ensino dessa professora. Assim, vemos que ela concebe os alunos da
EJA como prioritariamente com dificuldades de aprendizado, em relação ao ensino regular.
Também observamos que pelo fato desta turma ser heterogenia, trazemos CARVALHO
(2006), que nos diz que a maioria dos professores demonstra dificuldades ao vivenciar tais
questões relacionadas com a diversidade dos alunos, porém eles tentam trabalhar e se colocar
de forma solidária na superação dos preconceitos, o que faz concordar com fala da professora
Ana, o que de forma geral pode atrapalhar o ensino-aprendizado dos alunos.
          Outro problema que pode atrapalhar o desempenho dos alunos, ainda dentro dessa
heterogeneidade, é a concepção da professora Ana em relação à inclusão de alunos com
necessidades educativas especiais, no caso especifico de aluno com deficiência mental, onde a
professora afirma não ter tido formação específica para lidar com este tipo de aluno, e nem
feito cursos complementares ou formação continuada, o que confirmar MARQUES (2000),
onde afirma que a formação dos professores de alunos com deficiência é de má qualidade e
recalcada na reprodução de conhecimento.



       VIII. CONCLUSÃO


                                                                                          27
Podemos concluir que, revendo o objetivo geral, que era conhecer e analisar as
dificuldades e as facilidades de aprendizado dos alunos da Educação de Jovens e Adultos –
ensino fundamental – no componente curricular da Matemática e da influência dessa
situação na vida deles, não foi atingido totalmente, devido ao fato que os alunos não
souberam responder às questões relativas ao ensino-aprendizagem de matemática, devido
principalmente ao fato de que os alunos não fazem reflexões sobre o ensino, o que pode ser
um produto da má qualidade da EJA.
       Assim, o aluno não é formado para ser um cidadão critico e consciente dos seus
direitos, devido a má qualidade do ensino oferecido. Também é conseqüência dessa má
qualidade de ensino, que muitos dos alunos têm enorme dificuldades de ler e escrever, e
fazer interpretação de textos, mesmo curtos e simples.
       Esses fatores juntos contribuíram para que os alunos não respondesse às questões
especificas sobre ensino-aprendizagem, e não permitiu obter esses resultados. Entretanto, a
pesquisa tem um resultado satisfatório ao levantar algumas hipóteses da dificuldade de
aprendizado me matemática por parte desses alunos, ao caracterizá-los pelo espectro amplo
de idades, e pela opinião em relação à facilidade/ dificuldade em matemática,
principalmente.
       Fica como sugestão para estudos posteriores a elaboração de formulários específicos
de forma semi-estruturada para levantamento detalhado das questões relativas ao ensino-
aprendizagem desses alunos.




                                                                                        28
IX.     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

      1. ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, SP:
         Papirus, 1999.

      2. BARRETO, Vera; COSTA, Elizabete; ÁLVARES, Sonia C. Trabalhando com
         a educação de jovens e adultos: Alunos e Alunas da EJA. Brasília: MEC, 2006


      3. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria            de educação fundamental.
         Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos. Segundo segmento do
         ensino fundamental (5ª a 8a série, vol. 1) .Brasília, 2002.


      4. BRASIL. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o
         atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas
         habilidades/ superdotação. 2ª edição/ coordenação geral SEESP/MEC. -
         Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.


      5. CAMARGO, Poliana da Silva Almeida Santos y MARTINELLI, Selma de
         Cássia. Educación de adultos: percepciones sobre el proceso enseñanza-
         aprendizaje. Psicol. esc. educ., dic. 2006, vol.10, no.2, p.197-210.


      6. CARVALHO, Janete Magalhães. A epistemologia da prática docente no
         cotidiano escolar do ensino fundamental. UNIrevista - Vol. 1, n°2: abril, 2006.




                                                                                      29
7. FERRARI, Shirley Costa; AMARAL, Suely. O aluno de EJA: jovem ou
     adolescente? Revista de Alfabetização Solidária, vol. 5, n° 5, p. 7-14, São
     Paulo, 2005.
 8. FONSECA, Maria da Conceição F. R. Lembranças da matemática escolar: A
     constituição dos alunos da EJA como sujeitos da aprendizagem. Educ.
     Pesqui., July/Dec. 2001, vol.27, no.2, p.339-354.


 9. FONSECA, Maria da Conceição F. R. Educação Matemática de Jovens e
     Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Autêntica, Belo Horizonte,
     2002.


 10. GARCIA, Jesus Nicasio. Manual de Dificuldades de Aprendizagem:
     Linguagem, Leitura, Escrita e Matemática. Porto Alegre, Armed Editora,
     1998.


 11. MANTOAN, Maria Tereza Egler. Caminhos pedagógicos da inclusão: a
     formação do professor tal como concebemos e realizamos. UNICAMP:
     Campinas, 1997.


 12. MARQUES, Luciana Pacheco. O professor de aluno com deficiência mental:
     concepções e práticas pedagógicas. UNICAMP: Campinas, 2000. Tese de
     Doutorado.

       13.     MELO, Maria José Medeiros Dantas de. Educação de Jovens e
Adultos - EJA: refletindo sobre o ensino e aprendizagem da Matemática.


       14.     MELO, Maria José Dantas de; PASSEGGI, Maria da Conceição. A
matemática na educação de jovens e adultos: algumas reflexões. Horizontes, v. 24,
n° 1, p. 23-32, jan./jun. 2006.




                                                                                30
15. MIGLIORANÇA, Fernanda. A Atuação do Professor de Matemática na
   Educação de Jovens e Adultos: Conhecendo a Problemática. UFSCar: São
   Carlos, 2004. Dissertação de Mestrado.


16. ORTIZ, Maria Fernanda Alves. Educação de Jovens e Adultos: Um estudo de
   nível operatório dos alunos. UNICAMP: Campinas, 2002. Dissertação de
   Mestrado.

17. ROMBERG, Thomas A. Perspectivas sobre o conhecimento e métodos de
   pesquisa. Bolema, Rio Claro, n° 27, 2007. p. 99 – 139.


18. SILVA JUNIOR, Gerson Alves da. Educação inclusiva e diferenciada
   indígena. Psicol. cienc. prof., mar. 2000, vol.20, no.1, p.40-49.




                                                                         31
X.   ANEXOS
     (i)    Anexo 1: Questionário de Alunos

     Segue abaixo o modelo de formulário semi-estruturado aplicado na pesquisa.

1. IDADE:


2. HÁ QUANTO TEMPO VOLTOU A ESTUDAR? EM QUE SÉRIE? PORQUE
   PAROU? PORQUE VOLTOU A ESTUDAR?


3. VOCÊ TRABALHA? ONDE? QUE HORÁRIO? HÁ QUANTO TEMPO? O QUE
   FAZ?


4. USA NO TRABALHO OS CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA QUE
   PARENDE NA ESCOLA? SE SIM, O QUE USA E COMO?


5. VOCE GOSTA DE MATEMÁTICA? O QUE ACONTECEU PARA GOSTAR OU
   NÃO GOSTAR DE MATEMÁTICA? DESDE QUANDO PENSA ASSIM?


6. TEM FACILIDADE OU DIFICULDADE PARA APRENDER MATEMÁTICA?
   POR QUÊ? DESDE QUANDO?


7. VOCE ACHA IMPORTANTE ESTUDAR MATEMÁTICA? POR QUÊ?


8. PRETENDE ESTUDAR ATÉ QUE SÉRIE? POR QUÊ?




                                                                                  32
9. O QUE PRETENDE FAZER, EM TERMOS DE ESTUDO, QUANDO
      TERMINAR ESSA FASE DA EJA?




(ii) ANEXO 2: Transcrição da entrevista com a Professora Fátima - 1° SEMESTRE -
2007

Entrevistadores: Rafael e Ailton


(Ailton) Onde a Senhora estudou?
Na Ufscar


(Ailton) Você se formou em que ano?
1982, metade do meio de 82.


(Ailton) Na época então, entrava no meio do ano também?
Tinha vestibular no meio do ano.


(Ailton) A senhora dá aula só aqui no Militão ou em outras escolas também?
Só aqui, minha casa é aqui. 40 horas semanais.


(Ailton) Mais é no fundamental?
Mais é no fundamental.


(Ailton) Você vê diferença entra EJA e ensino regular? Qual a diferença principal? O que te
representa?
É que o EJA eles tem muita dificuldade. Alguns alunos já estudaram há... Pararam de
estudar há muito tempo e estão voltando agora. Então ele tem muita dificuldade.


                                                                                        33
(Ailton) É mais fácil do que o ensino regular?
É. Eles são bons alunos, assim, interessados, mas com muita dificuldade. E o regular, já as
crianças né, têm muita facilidade, mas tem pouco interesse. Mas agora agente tem que
pegar firme com as crianças durante o dia no ensino fundamental. Nós temos aqui, durante
o dia só fundamental e a noite EJA fundamental e EJA no ensino médio.


(Ailton) Porque escolheu essa profissão?
(risos) Porque você tem um professor que você gosta num é? E você tem, sei lá, gosta da
matéria por causa do seu professor e tal. E eu tinha uma professora que era muito boa no
ensino médio, e eu gostava de matemática.


(Ailton) Na 5º série agente vê claramente um aluno especial. Qual a diferença de lidar com
ele? Você tem preparo na faculdade de lidar com ele? Fez cursos? Como que é?
Em relação aos alunos especiais não. Não temos preparo. Você tem que... Eu já tive aluno
que era cego então tem que dar uma atenção especial, sentar do lado. Então é complicado.
Só que era do EJA à noite, mas assim, quase não têm aqui no Militão alunos assim. São
poucos.


(Ailton) E a faculdade não deu preparo né?
Não. Na universidade nós não tivemos. Eu já fiz cursos, assim, cursos pra ver como lidar
com esses alunos né, especiais, mas eu tenho, assim, me envolvido em grupos.


(Ailton) Lá na UFSCar?
Participo da Rede do Saber.


(Ailton) Rede do Saber?
Todo ano eu faço rede do saber.


(Ailton) E lá também parece ter um aluno indígena, tem né?
Tem. Na 5º série do EJA.



                                                                                        34
(Ailton) Primeira vez que tem um aluno indígena?
É a primeira vez. E ela não entende nada que nós falamos.


(Ailton) Ela não entende a língua?
Não. Ela fez de 1º a 4º, ela fez, essas escolas que também supletivo. Eu não sei como
chama, não sei explicar, que faz alfabetização de 1º a 4º. E já veio pra 5º assim, então ela é
uma copista, vamos dizer, pode notar. Ela tem uma dificuldade muito grande de
compreender, porem ela é esforçada né.


(Ailton) E no caso de alunos superdotados, acima da média, já teve alunos que se destacam
muito? Inteligentes.
Tem, tem.


(Ailton) E como lidar com eles? Normal?
É difícil.


(Ailton) É difícil?
É difícil porque você trabalha com salas heterogêneas né. Então tem os alunos bons e os
alunos que tem muita dificuldade. Então os alunos que tem muita dificuldade qual a
tendência? Brincar, ficar disperso. E os muito inteligentes, se você não dá atenção também
pra eles, eles também acabam fazendo isso, ficando dispersos e brincando. Então você tem
que saber controlar, e isso é a parte mais difícil da sala de aula. É você trabalhar com alunos
heterogêneos. Então você tem que passar, ao mesmo tempo, um desafio, um exercício pra
ele, já trazer preparado entendeu? Que ele possa ficar atento ali enquanto os outros vão
chegando devagar. E a maioria tem dificuldade né, e nós temos alunos aqui do Militão que
já ganhou bolsa da OBMEP, da Olimpíada Brasileira de Matemática, bolsa de estudos, ele
faz na USP matemática, e da 8º série, era um aluno. Muito bom, desde a quinta de destacou
e agora ele já passou novamente, ganhou outra bolsa de novo, em 2006 e 2005 ele ganhou
bolsa, é... Luiz Fernando. Agora ele estuda na escola industrial, chama Paulino Botelho,
mas ele é muito bom, ele é esforçado, inteligente e se destaca, realmente. E a olimpíada



                                                                                            35
brasileira de matemática nós temos... Assim os alunos da quinta bastante. O ano passado
nós tivemos... Acho que 13 que foram classificados e ganharam menção honrosa


(Ailton) E qual o papel do professor nessa... Incentivo que eles estão tendo?
Ah eu incentivo muito! Eu converso com eles, eu falo, eu passo o site da OBMEP, eles
entram e estudam pelo né... Pelo site. O ano passado eu fiz um trabalho diferenciado, eu
vinha no período da tarde, combinava com os alunos de 5º, que era a minha sala e
trabalhava com eles os exercícios da OBMEP. Nós tivemos assim... Destaque da maioria de
º que passou, são muito bons.


(Ailton) Agente vê no ensino médio a indisciplina até no regular. Como lidar no dia-a-dia
com a indisciplina?
A indisciplina é assim... Esses alunos que estão assim... O EJA está mudando a cara do
EJA. Antes vinham mais pessoas com dificuldade, que tinham parado há muito tempo.
Agora tem também esses daí, mas tem alguns alunos que não conseguem se destacar, não
passam, não são aprovados no ensino regular do ensino médio, então eles vem para o EJA
para conseguir o diploma e mais nada né, não querem aprende. Eu acho que eles não tem a
vontade de estudar, a vontade de continuar.


(Rafael) Não querem ir para a faculdade.
Isso. Eu acho que eles não têm o objetivo deles, não... Nesse momento não é faculdade,
mas eu tenho certeza que eles vão querer depois fazer uma faculdade, mesmo que seja
faculdade particular, eles vão trabalhar e querem estudar, então é difícil você lidar com
eles, eles não são interessados em aprender.


(Ailton) E para quem está começando essa profissão, os estagiários, que conselho você
daria?
(risos) Ah! Igual eu respondi hoje no meu... Hoje eu já respondi. Eu acho assim, que tem
que ter muita boa vontade, dedicação né. Vamos dizer que fé mesmo, entrar com fé no
magistério.




                                                                                      36
(Ailton) E o salário realmente compensa?
O salário não é compensador né. As dificuldades são grandes, vocês ouviram pela
entrevista, é muita dificuldades alem do salário, mas você não pode pensar nisso. Se você
pretende ser professor você tem que se dedicar porque é uma carreira né, de bastante
dificuldades, tem bastante dificuldade.


(Rafael) Se você pensar em tudo que você falou e até do que agente ouviu dentro da sala
dos professores é praticamente... A pessoa desiste né?
Não! Não é desistir. Mas você observa uma tendência das pessoas não quererem mais,
porque eu acho assim, não é nem pelo salário, é mesmo pela desvalorização do professor,
porque eu to sentindo desrespeito no seu trabalho, é por parte dos alunos, os pais até que na
minha escola agente não, nós aqui não temos tanta dificuldades com os pais, graças à Deus
eles são participativos, nas reuniões eles vem né, os pais participam. Mas nos temos
dificuldade assim, eu não vou falar pra você: ”não seja professor!” Não, você gosta você
tem que gostar como toda profissão, médico, dentista, professor. Tem que fazer por amor,
se você for pensar no salário, nas dificuldades, você não vai ser claro! Mas tem que gostar
mesmo, bastante e se dedicar com amor que você vai conseguir viu!


(Ailton) Obrigado!




                                                                                          37

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO AILTON BARCELOS DA COSTA CONCEPÇÕES DE DOCENTE E ALUNOS DE UMA TURMA DE SEXTA SÉRIE DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SÃO CARLOS DO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS SOBRE ENSINO - APRENDIZAGEM NA AULA DE MATEMÁTICA
  • 2. SÃO CARLOS 2007 AILTON BARCELOS DA COSTA CONCEPÇÕES DE DOCENTE E ALUNOS DE UMA TURMA DE SEXTA SÉRIE DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SÃO CARLOS DO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS SOBRE ENSINO - APRENDIZAGEM NA AULA DE MATEMÁTICA Trabalho final da disciplina de “PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA”. DOCENTE: Profa. Dra. REGINA MARIA SIMÕES PUCCINELLI TANCREDI SÃO CARLOS 2007 2
  • 3. SUMÁRIO INTRODUÇÃO......................................................................................................................4 1. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO.....................................................................................5 2. OBJETIVOS.......................................................................................................................5 3. ASPECTOS CONCEITUAIS.............................................................................................6 4. METODOLOGIA DA PESQUISA....................................................................................7 5. COLETA DOS DADOS.....................................................................................................8 6. ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................................9 7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................................25 8. CONCLUSÃO..................................................................................................................27 9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................29 10. ANEXOS.........................................................................................................................32 a) Anexo 1: Questionário de Alunos ...................................................................................32 b) Anexo 2: Transcrição da entrevista com a Professora Fátima - 1° SEMESTRE – 2007.......................................................................................................................................33 3
  • 4. APRESENTAÇÃO Este relatório te como objetivo apresentar a pesquisa realizada nos meses de outubro e novembro de 2007, onde através de questionário semi-estruturado foi entrevistada a professora de uma turma de sexta série de uma escola pública de São Carlos, em turma de jovens e adultos. Também foi feita entrevistas com vinte alunos desta turma de jovens e adultos, por meio de questionário estruturado. A partir destes questionários feitos, foi possível verificar as conclusões da professora a respeito do ensino-aprendizagem de uma turma do ensino de jovens e adultos, bem como as concepções destes alunos a respeito do ensino-aprendizagem de matemática, e também as caracterizações destes a respeito de idade, sobre trabalho, sobre perspectivas para o futuro e sobre o ensino de matemática. Enfim, o presente relatório traz a trajetória e os dados da pesquisa, devidamente analisados, bem como referencial teórico, em que esta se embasou. Assim, foi possível conhecer um pouco mais a respeito das concepções dos alunos e do professor sobre a educação de jovens e adultos. 4
  • 5. I. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO A questão proposta inicialmente foi: "Quais são as dificuldades e as facilidades dos alunos da Educação de Jovens e Adultos - ensino fundamental - no aprendizado de matemática, e que repercussão isso tem na vida deles?" II. OBJETIVOS (i) GERAL Conhecer e analisar as dificuldades e as facilidades de aprendizado dos alunos da Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – no componente curricular da Matemática e da influência dessa situação na vida deles. (ii) ESPECÍFICOS Caracterizar alunos da Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – com relação ao processo de aprendizagem escolar de matemática. Identificar os usos que esses alunos fazem dos conceitos/conteúdos matemáticos na vida pessoal e profissional. Identificar e analisar as dificuldades e facilidades que os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) têm com relação à aprendizagem de matemática. Conhecer e analisar a influência da facilidade/dificuldade no aprendizado de matemática na vida pessoal e profissional dos alunos. 5
  • 6. III. ASPECTOS CONCEITUAIS Segundo CAMARGO (2006), a análise do percurso histórico da Educação de Jovens e Adultos aponta para o fato de que ela sempre esteve de certa forma, em segundo plano diante de outros níveis de ensino. No entanto, com as novas tendências de mercado e a necessidade cada vez mais crescente de qualificação profissional, esse nível de ensino tem ganhado ênfase e várias alternativas têm sido propostas. Também, a necessidade de aprofundar os conhecimentos na tentativa de entender como os indivíduos adultos analisam o processo de ensinar e aprender, bem como o contexto escolar, dentre outras questões, parecem muito interessante. CAMARGO (2006), também diz que uma análise dos estudos nessa área permitiu verificar que os trabalhos se preocupam com diferentes aspectos da educação de adultos, e que por meio de uma revisão de literatura foi possível o levantamento de 120 trabalhos entre artigos científicos, dissertações, teses e livros publicados no período de 1976 a 2004, e cita como área de pesquisa, e mais especificamente o que vai interessar aqui, sete trabalhos na área de matemática, e também, dois trabalhos sobre o aspecto de desenvolvimento cognitivo. Então, a matemática que é apontada por diversos autores enquanto fenômeno na vida cotidiana de pessoas, jovens e adultas, que não tiveram oportunidade de ter a escolarização formal, ou tiveram que parar de estudar por motivos relacionados a questões econômicas de sobrevivência, encontra-se direcionada para a resolução de problemas práticos. Já FONSECA (2001), diz que na escolarização de jovens e adultos, busca-se garantir um espaço de conquista, manifestação e confronto, cabendo por tanto, aos educadores, conhecê-lo como tal, para que possam potencializar os esforços nesse sentido, coletivos ou individuais, mas sempre sócio-culturais, dos alunos jovens e dos adultos. No entanto, MIGLIORANÇA (2004), diz que existe uma grande dificuldade, tanto dos alunos quanto dos professores, em entender a utilidade da matemática, as especificidades, a sua contribuição para a ciência e sua teorização em aula. Isso provoca um 6
  • 7. desinteresse dos alunos, causando, muitas vezes um sentimento aversivo à disciplina matemática. Para auxiliar na aprendizagem dos alunos da EJA, MIGLIORANÇA (2004) diz também, que é importante saber suas concepções, pois muitos viveram situações de aprendizagem nessa área quando estiveram na escola anteriormente, mas muitas vezes foram situações de fracasso. Assim, se o professor conhece tais concepções, fica mais fácil de ajudar o aluno a entender a matemática e a superar estas dificuldades. Sobre essa superação do fracasso escolar e a melhoria do ensino, um importante meio de superação citado por diversos autores, tem sido a valorização dos sentimentos dos alunos. Então, para favorecer a aprendizagem de matemática por parte dos alunos, o professor deve favorecer a construção do conhecimento de forma contextualizada, passando a valorizar o aluno, apresentando-lhes situações que lhes interessam. IV. METODOLOGIA DA PESQUISA Trata-se, portanto, de uma pesquisa de natureza qualitativa, com a característica de estudo de caso. Partimos de ROMBERG (2007, p.115) para essa escolha, pois ele considera que este método (estudo de caso) é adequado para organizar e relatar informações sobre as ações, percepções e crenças de um individuo ou de um grupo sob condições ou circunstâncias especificas. Sendo assim, há uma preocupação mais intensa com o processo, isto é, com a pesquisa como um todo, do que apenas com o produto (ou o resultado final da pesquisa) em si, o que reforça a adequação da escolha. Numa primeira etapa, foi realizada entrevistas com os alunos (questionários semi- estruturados), bem como com sua professora de matemática. Em uma segunda etapa, pretende-se, após a transcrição das entrevistas, fazer um levantamento das idéias dos participantes, organizando os dados em categorias condizentes com o objetivo da pesquisa. 7
  • 8. Ao mesmo tempo em que os dados são tratados pretende-se ampliar o levantamento bibliográfico inicial. V. COLETA DOS DADOS A pesquisa foi desenvolvida com alunos de uma classe do período noturno, que freqüentam o terceiro ciclo do ensino fundamental (antiga sexta série) da EJA na Escola Estadual de São Carlos, a qual foi escolhida pelo fato de um dos pesquisadores estar fazendo estágio nesta turma durante o período em que a pesquisa foi realizada. Para responder a questão, os alunos foram ouvidos, através de entrevistas semi- estruturadas, para se ter um levantamento das situações e problemas que estes enfrentaram durante sua trajetória escolar no ensino-aprendizagem de matemática, e também ouvimos a professora de matemática da turma, para se conseguir dados relativos à formação especifica da mesma, a experiência no ensino de jovens e adultos, bem como a visão dela em relação às diferenças entre ensino regular e de jovens e adultos, e também sobre a compreensão por parte destes, sobre o conhecimento prévio em relação à matemática por parte dos seus alunos, e sua visão particular da importância, ou não, deste fato no ensino-aprendizagem de matemática. Foram recolhidos 20 formulários dos alunos por meio de formulário semi- estruturado. A facilidade na coleta de dados se deveu ao fato de um dos pesquisadores conhecer a professora da turma, e grande parte dos alunos. A dificuldade na coleta foi com relação a alguns alunos terem dificuldades de escrever e de ler, o que levou a professora e um dos pesquisadores ajudassem alguns deles, explicando melhor a questão, ou no caso em que a professora escreveu dois formulários ditados pelos alunos. 8
  • 9. VI. ANÁLISE DOS DADOS a) Dados da professora A professora Ana (nome fictício) foi entrevistada no primeiro semestre de 2007 para o relatório de estagio de um dos pesquisadores para o relatório final de estágio, a qual organizada em uma tabela, com temática e concepção, conforme segue abaixo: TEMÁTICA CONCEPÇÃO ENFOQUE DE ENSINO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO DE EJA - DIFICULDADES DOS ADULTOS NA APRENDIZAGEM. - INTERESSE NAS AULAS. ENSINO REGULAR - FACILIDADE DAS CRIANÇAS NO APRENDIZADO. - DESINTERESSE PELAS AULAS. ALUNOS PORTADORES DE - FALTA DE FORMAÇÃO NECESSIDADES ESPECIAIS ADEQUADA. (DEFICIÊNCIA MENTAL E CEGUEIRA) - DÁ ATENÇÃO ESPECIAL A TAIS ALUNOS. - POUCOS ALUNOS EM SALA DE AULA. ALUNOS INDÍGENAS - PRIMEIRA VEZ QUE TEM ALUNA INDÍGENA. - ALUNA COPISTA. - NÃO ENTENDE BEM A LÍNGUA. - VÊ A DIFICULDADE DA ALUNA RELACIONADA À ALFABETIZAÇÃO DA MESMA, POR SER NA EJA. ALUNOS SUPERDOTADOS - ALUNOS COM FACILIDADE EM TERMINAR AS ATIVIDADES. - SUGERE PASSAR ATIVIDADES/ DESAFIOS PARA SEGURAR A ATENÇÃO. SALAS HETEROGÊNEAS - DIFICULDADE EM LIDAR COM ALUNOS MUITO DIFERENTES NUMA SALA DE AULA. OBMEP - INCENTIVA A PARTICIPAÇÃO. 9
  • 10. - RESOLVE PROVAS DE ANOS ANTERIORES. INDISCIPLINA (CAUSAS) - ALUNOS REPROVADOS E OUTRAS ESCOLAS, COM DIFICULDADES. - ALUNOS SEM OBJETIVOS , SEM INTERESSE NO APRENDIZADO, BUSCANDO APENAS DIPLOMA. PROFISSÃO PROFESSOR - ACREDITAR NO MAGISTÉRIO. - CARREIRA COM MUITAS DIFICULDADES. - DESRESPEITO PELA PROFISSÃO DESINSENTIVA NOVATOS. - TEM QUE TER AMOR PELA CARREIRA E DEDICAÇÃO PARA SER PROFESSOR. Pela tabela acima, vemos que a professora concebe os alunos do Ensino de Jovens e Adultos como quem tem dificuldades de aprendizagem, e contrapõe com o ensino regular, dizendo que eles têm mais facilidade, só pelo fato de serem crianças. Sabemos que, segundo FONSECA (2002), o que determina o processo de escolarização do adulto não é somente a idade, mas também o modo de viver, seu nível de educação e a cultura. Todos esses são fatores que afetam o sucesso da aprendizagem do aluno, e não somente a idade, ou seja, o fato de este ser adulto ou criança, o que nos pode levar a perceber a falta de conhecimento por parte da professora em relação à Educação de Jovens e Adultos, bem como uma falta de formação especifica para trabalhar com esses alunos, o que segundo MIGUIORANÇA (2004), é comum em nossas escolas. Enfatizamos também a concepção da professora Ana em relação à inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, no caso especifico de aluno com deficiência mental, onde a professora afirma não ter tido formação específica para lidar com este tipo de aluno, e nem feito cursos complementares ou formação continuada. Segundo MARQUES (2000), a formação dos professores de alunos com deficiência é de má qualidade e recalcada na reprodução de conhecimento. Já MANTOAN (1997), vem 10
  • 11. complementar, apontando a inexistência de uma formação inicial que contemple questões relativas a pessoas com deficiências, ratificando a afirmação da professora. Continuando ainda na educação especial, agora com relação a superdotados, a professora afirma que teve alunos que poderiam se enquadrar nesse perfil. Embora, sem uma formação adequada para reconhecer ou lidar com crianças com altas habilidades, as características que a professora Ana descreve de alguns alunos que ela já teve, se encaixa na definição oferecida por BRASIL (2006), mas falta-lhe formação adequada para trabalhar as altas habilidades destes alunos citados. Ainda no tema relativo à inclusão, a professora relata a existência de uma aluna indígena na sala de aula. Esta aluna teria vindo do Alto Xingu para São Carlos, e aqui alfabetizada dentro da educação de adultos, chegando no segundo semestre de 2007 à 6ª série, mas segundo a professora Ana, com grande dificuldades de ensino-aprendizagem, sendo principalmente devido ao fato desta aluna ser considerada copista, e que tem dificuldades com a nossa língua. Segundo SILVA JUNIOR (2000), o termo educação inclusiva - que aqui significaria a inclusão de todos na educação, podendo ser esta diferenciada ou tradicional. Ele continua, dizendo que TODOS devem ser incluídos numa educação de qualidade, nem que esta educação, para ser de qualidade deva ser diferenciada. Necessário se faz agora direcionar a atenção para esta nova possibilidade: educação inclusiva e diferenciada nas comunidades indígenas. Assim, SILVA JUNIOR (2000), não discute a problemática de não se ter educação inclusiva de indígenas no ensino regular, e que seja de qualidade, mas dá a entender que a principio isto não seria possível, o que faz que tenhamos que olhar para aquela aluna indígena inclusa no ensino regular, que segundo a professora Ana, não está tendo tal inclusão. Outro ponto tocado pela professora Ana foi à heterogeneidade de alunos em sala de aula, e a dificuldade em se lidar com tantos alunos diferentes, um assunto que é tratado por CARVALHO (2006), que diz que a maioria dos professores demonstra dificuldades ao vivenciar tais questões relacionadas com a diversidade dos alunos, porém eles tentam trabalhar e se colocar de forma solidária na superação dos preconceitos, apesar de, na maioria das vezes, acabarem por também demonstrar preconceito com relação a gênero, 11
  • 12. raça, opção sexual e outros. Assim, a fala da professora Ana vem concordar com a análise de CARVALHO (2006), demonstrando seu empenho no dia-a-dia. A professora também fala a respeito de suas concepções sobre a indisciplina na sala de aula, que basicamente pode ser atribuída no caso especifico desta escola aos alunos reprovados que vieram de outra escola, e também à falta de motivação deles, que só querem adquirir o diploma, para poderem melhorar no mercado de trabalho, que de fato, segundo MIGLIORANÇA (2004), acaba sendo uma grande motivação para estes alunos. A falta de motivação em geral, ainda segundo MIGLIORANÇA (2004), por parte destes alunos, pode ser atribuída à condição de fracasso escolar, ocorrido anteriormente na vida destes alunos, o que de fato, segundo a professora Ana, ocorreu com estes alunos. Ela encerra dando conselhos aos futuros professores e falando sobre sua concepção da profissão de professor, o que acaba refletindo o discurso dominante da desvalorização do profissional de educação. 12
  • 13. b) Dados dos alunos Abaixo segue as tabelas com os dados das entrevistas dos alunos, gráficos e algumas análises. TABELA 1: VARIAÇÃO DA IDADE DOS ALUNOS INTERVALO IDADE FREQ. FREQ. (%) 1 15 < IDADE < 20 5 25 2 20 < IDADE < 29 2 10 3 30 < IDADE < 39 5 25 4 40 < IDADE < 49 4 20 5 50 < IDADE < 59 4 20 TOTAL 20 100 Analisando a Tabela 1 de intervalo de idades, vemos 25% deles entre 15 e 20 anos, ou seja, jovens que pararam de estudar a pouco tempo. Também é importante notar que temos 40% dos alunos maiores de 40 anos, mostrando grande parte de pessoas adultas, e mais velhas, que freqüentam esta turma, ou seja, que, que a variação das idades é grande: de 15 a 59 anos. A menor freqüência se localiza na faixa dos 20 – 29 anos. Esse largo espectro de idade pode vir a dificultar a prática dos professores se o ensino for frontal por que provavelmente os interesses e conhecimentos prévios desses estudantes são diversos. Segue abaixo gráfico da freqüência de idade dos alunos: FREQUÊNCIA DE IDADES (%) 25 20 15 10 5 0 1 2 FREQ. DE IDADE (%) 3 4 5 FREQ. DE IDADE (%) 13
  • 14. TABELA 2: TEMPO SEM ESTUDAR E MOTIVOS DA VOLTA TEMPO S/ VOLTOU ESTUDAR EM QUE PORQUE (ANOS) AL. SÉRIE AL. PORQUE PAROU AL. VOLTOU AL. 1; 5; 9; 1; 6; 10; 14; 1; 5; 7; 8; PELO 1; 3; 5; 8; 7; 13; 16; 19; 9; 10; 15; MERCADO DE9; 11; 14; 1 14; 16 5a 20 P/ TRABALHAR 17 TRABALHO 1518; 19 PORQUE A ESCOLA É MUITO IMPORTANTE 2 a 38 3 4 3; 11 POR QUER 4; 15; FAZER a 3 4 6 17; 18 POR GRAVIDEZ 4 ENFERMAGEM 4 22 5 POR GOSTAR DE ESTUDAR 7 POR COBRANÇA DOS FILHOS 10 POR PROBLEMAS FAMILIARES 11 NUNCA 0 1a 12 ESTUDOU 12 POR NÃO GOSTAR DE ESTUDAR 14 POR CAUSA DO INSS 17 POR CASAR 18 POR FALTA DE OPORTUNIDADE 19 42 20 14
  • 15. Na tabela 2, vemos que 40% dos alunos voltaram a estudar na 5 a série, ou seja, voltaram a estudar no primeiro semestre de 2007. Também vemos que a maior parte dos alunos ficou sem estudar entre um e três anos, o que de certa forma facilita o trabalho do professor, para relembrar alguns conceitos de séries anteriores Também é importante destacar que 40% dos alunos pararam de estudar para trabalhar, e agora temos que 50% do total deles voltaram a estudar por causa de mercado de trabalho, buscando uma melhor oportunidade profissional, o que confirma MILHORANÇA (2004). 15
  • 16. TABELA 3: OCUPAÇÃO DO ALUNO TEMPO QUE TRABALHA AL. TRABALHA AL. OCUPAÇÃO AL. HORÁRIO AL. 1; 2; 3; 4; 5; 6; 8; 9; 10; 1; 2; 4; 6; 12; 14; 15; 8; 9; 1010; SIM 16; 18; 19 ALIMENTOS 1 MOTORISTA 1 INTEGRAL 15; 18 14; FAXINEIRA 4 FÁBRICA DE VASSOURA 5 OPERÁRIO 5 SERVIÇOS GERAIS 6; 14 8; 10; CASA DE 11; 12; 8; 10; FAMÍLIA 19 DOMÉSTICA 12 AJUDANTE DE CARPINTARI CARPINTEIR A 9 O 9 ESCOLA 14 FUNILARIA 15 ASSISTENTE 15 PEDREIRO 16 AUTÔNOMO 16 SALÃO DE BELEZA 18 MANICURE 18 CUIDAR DE SENHORA 19 7; 11; 13; NÃO 17; 20 SITUAÇÃO SOBRE ALUNOS (%) 80 60 40 20 0 SITUAÇÃO (%) 1 2 SITUAÇÃ … 16
  • 17. SITUAÇÃO TIPO SITUAÇÃO (%) 1 TRABALHAM 75 2 NÃO TRABALHAM 25 No que se refere à ocupação, vemos que 75% dos alunos trabalham, sendo que um terço destes trabalham em casas de família, onde os rendimentos em geral são baixos. Aqui podemos pegar BARRETO (2006), que diz ainda que o trabalho pode ser tanto o motivo dos alunos de EJA terem deixem a escola como voltarem, e que este fato deve ser usado, através dos conhecimentos prévios de cada um, na sala de aula. Além disso, estes conhecimentos prévios devem ser levantados pelo professor em forma de tabela para preparar atividades relacionadas a esses saberes do aluno. No caso do nosso estudo, além da diversificação de atividades, algo como no EJA é comum, segundo BARRETO (2006), a concentração da maior atividade é em casas de família, o que pode ser útil na elaboração de atividades didáticas, usando sempre os saberes do aluno. Ao considerar as dificuldades dos alunos no que se refere à aplicação da matemática no contexto de vida ou de trabalho, MELO (..) diz que os professores estão contribuindo para que se sintam motivados, fazendo-os com que também elevem a auto-estima e encontrem sentido para a sua permanência no espaço escolar. TABELA 4: USO DA MATEMÁTICA NO TRABALHO USA MATEMÁTICA ALUNO USA O QUE ALUNO NO TRABALHO SIM 1; 5; 9; 16; 17; OPERAÇÕES 1; 5; 9; 17; 18 18; 19 BÁSICAS PORCENTAGEM 9 MEDIÇÕES 16 NÃO 2; 4; 6; 8; 11; 12; 13; 14; 15 (S.R.) SEM RESPOSTA 3; 7; 10; 20 17
  • 18. Quando ao uso da matemática, notamos na tabela acima, que 35% dos alunos usam- na no trabalho, sendo que a maioria destes usam as quatro operações básicas. Entretanto devemos ressaltar que 45% dos alunos afirmam que não usam a matemática no trabalho. Daqui podemos tirar uma conclusão, que a desmotivação do aluno na sala de aula, deve-se muitas vezes a não enxergar o uso da matemática no seu cotidiano, em especial no trabalho. TABELA 5: O GOSTAR DE MATEMÁTICA GOSTA AL. PORQUE AL. PORQUE NÃO AL. DESDE AL. DE GOSTA GOSTA DE QUANDO MATEM. DE MATEMÁTICA PENSA MATEM. ASSIM NÃO 1; 2; 3; 6; 8; PORQUE TENHO 1 10; 13; 15 DIFICULDADE PORQUE NÃO 8 ENTENDO DESDE A 5a SÉRIE SIM 3; 4; 5; 9; PORQUE 3; 16 11; 12; 14; APRENDE 16; 17; 18; MUITA 19; 20 COISA PORQUE 9 DESDE 4 USAMOS AGORA SEMPRE PORQUE 5 PRECISA PARA NÃO DESDE 7 SER CRIANÇA PASSADO P/ TRÁS PORQUE APRENDI A PRESTAR ATENÇÃO PORQUE FAZ COM QUE PENSEMOS MAIS 18
  • 19. Aqui notamos que 60% dos alunos afim que gostam de matemática, contra 40 % que não gostam, mas poucos alunos souberam responder o motivo de tal afirmação. Para ALMEIDA (1999), a afetividade se faz também presente quando o professor conhece, escuta e conversa com seus alunos, e são os componentes mais presentes nas práticas desses professores e, provavelmente, a motivação maior que seus alunos têm para não desistir de estudar, ou seja, que pode ter uma forte ligação com o gostar de matemática ou não. 19
  • 20. TABELA 6: FACILIDADE E DIFICULDADE NO APRENDIZADO TEM AL. FACILIDADE DESDE AL. DIFICULDADE DESDE AL. FACIL. OU POR QUE QUANDO POR QUE QUANDO DIFICULD. EM MATEM. FACILIDADE 3; 4; 7; 9; POR CAUSA DA 3 14; 16; IDADE 17; 18; 19; 20 A PROFESSORA 4 SABE EXPLICAR DESDE 7; 18 CRIANÇA POR CAUSA 9 DAS OPER. BÁSICAS POR PRESTAR DESDE DE 14 ATENÇÃO QUANDO VOLTOU A ESTUDAR POR USAR NO 19 DIA-A-DIA DIFICULDADE 1; 2; 5; 6; 8; 10; 11; 12; 13; 15 DESDE 2; 11 CRIANÇA NÃO ENTENDE A 8 EXPLICAÇÃO DA PROFESSORA TENHO 1; 5; 12; DIFICULDADE DE 13; 15 APRENDER Nota-se pela tabela 6, que 50% dos alunos afirmam ter dificuldade em matemática, sendo que desse universo, a maioria não soube explicar o motivo da dificuldade no aprendizado desta disciplina. Este dado vem confirmar a fala de MELO & PASSEGGI (2006, p. 25), que dizem que: "Nos estudos preliminares realizados para a elaboração da Proposta curricular de EJA – 2° segmento do ensino fundamental 20
  • 21. (BRASIL, 2002), a Matemática é citada por 47% como a disciplina mais difícil de ser aprendida, sendo apresentada como a principal responsabilidade do insucesso dos alunos, traduzido em elevados índices de repetência." Daí um importante dado a ser considerado sempre, que é a dificuldade no aprendizado em matemática estar ligado ao fracasso escolar. De modo geral, sobre o problema do aprendizado, ORTIZ (2002) nos diz que na EJA o ensino não atende às necessidades psicossociais dos alunos e consiste, sobretudo, em passar-lhes mecanismos de memorização que são utilizados para aprender o que a escola determina. Sendo assim, ORTIZ (2002) insiste que, para preparar o aluno para a aprendizagem dos conteúdos escolares, é necessário criarmos situações que estimulem sua capacidade de pensar, pois é a partir da troca e da interação com o meio, que o desenvolvimento intelectual ocorre. Assim, para Piaget, o sujeito é ativo na sua essência, sua inteligência se constrói nas relações com o objeto do meio físico e social. Sendo assim, as estruturas da inteligência constroem-se, dependendo das necessidades e das situações encontradas no meio. Assim, para FONSECA (2001), pouco ou nada se tem dito sobre as experiências escolares anteriores do público da EJA, muito embora os professores que trabalham com adultos, e principalmente os que trabalham com o ensino da matemática, não raro se refiram à insistência dos alunos em tentar resgatar essas experiências, pois isso vem a confirmar MELO (..), que na mesma linha afirma que é inquestionável a importância do professor trazer para a sala de aula as situações reais vividas por seus educandos, uma vez que a vontade do adulto em aprender os conteúdos curriculares está vinculada à compreensão que tem de sua aplicabilidade para melhor enfrentamento de seus problemas pessoal e profissional. 21
  • 22. TABELA 7: IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA VOCÊ ACHA IMPORTANTE ALUNO POR QUE ALUNO ESTUDAR MATEMÁTICA Sim 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; É importante porque usa no 1; 6; 7; 9; 9; 10; 11; 12; 13; dia-a-dia 17; 18; 19 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20 Porque precisa aprender. 2; 5; 11; 20 Porque aprender é bom. 3 Porque tudo tem 8; 14 matemática. Tudo precisa de matemática 10 Para não ser enganada 12 Porque é importante 13; 15; 16 Não Na tabela 7 vemos que 100% dos alunos acham importante aprender matemática. Desses alunos, 35% consideram a importância de se aprender esta disciplina, devido a sua importância no seu cotidiano. No entanto, a pesar dos alunos acharem importantes aprenderem matemática, a maioria não sabe dizer claramente o motivo dessa importância, mas um fato importante é que eles notam esta importância ligada ao cotidiano de cada um. 22
  • 23. TABELA 8: PERSPECTIVA DE ESTUDOS PRETENDE ESTUDAR ATÉ ALUNO POR QUE ALUNO QUE SÉRIE 8a 1; 3; 10; 20 ATÉ A FACULDADE 2; 14; 15; 18; 19 PORQUE PODE PRECISAR 2; 4; 8 3° 4; 6; 7; 8; 9; 11; 12; 13; 16; 17 NÃO SABE 5 PELO MERCADO DE 9; 11 TRABALHO POR CAUSA DA IDADE 20 Percebe-se, pela tabela 8, que 50% dos alunos pretendem fazer até o término do ensino médio, e mais 30% que querem fazer alguma faculdade, o que mostra o interesse da maioria em seguir os estudos em longo prazo, a pesar de em curto prazo esses anos de estudos seriam importantes para melhorar de emprego e de salário, o que confirma BARRETO (2006). Aqui a questão desses alunos em seguir os estudos é defasagem do conhecimento em relação aos outros alunos que estão no ensino regular, o que de certa forma irá dificultar o ingresso em alguma universidade, principalmente em cursos mais exigentes. Assim, para que se possam garantir condições desses alunos em seguir os estudos, é preciso desde já investimento na qualidade do ensino na EJA. 23
  • 24. TABELA 9: CONTINUAÇÃO DOS ESTUDOS O QUE VAI FAZER DEPOIS DESSA ALUNO FASE MELHORAR NA EMPRESA 1 FACULDADE 2; 11; 18 DESCANSAR 3 FAZER ENFERMAGEM 4; 7 PROCURAR EMPREGO MELHOR 5; 10 NÃO SABE 6; 13; 20 CURSO DE INFORMÁTICA 8 CONTINUAR ESTUDANDO 9; 14 APOSENTAR 12 FACULDADE DE DIREITO 15 PRESTAR CONCURSOS 16 FAZER AGRONOMIA 17 CURSOS EM GERAL 19 Aqui vemos que a tabela 9, traz dados que vem confirmar os dados da anterior, onde a maioria sabe especificar o que pretende fazer após o termino do ensino médio, seja faculdade ou curso técnico, mas acima de tudo continuar a estudar como meio de progressão social. Sabemos que estes alunos já era excluídos do sistema escolar e do mercado de trabalho, e que segundo FERRARI & AMARAL (2005), estes alunos se sentiram, excluídos novamente quando tentarem buscar um emprego que exija maior qualificação ou quando buscarem estudos num patamar superior. Estas autoras, FERRARI & AMARAL (2005, p. 12), continuam dizendo que: 24
  • 25. "Evidenciando a necessidade dos jovens, essa escola não tem como prioridade alargar a compreensão que o individuo tem de suas condições sociais concretas e continua deixando em segundo plano a formação mais abrangente que incluiria inclusive a possibilidade de critica a este modelo educativo." VII. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A questão de investigação proposta inicialmente era: "Quais são as dificuldades e as facilidades dos alunos da Educação de Jovens e Adultos - ensino fundamental - no aprendizado de matemática, e que repercussão isso tem na vida deles?" Também, propomos que nossos objetivos específicos eram: - Caracterizar alunos da Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – com relação ao processo de aprendizagem escolar de matemática. - Identificar os usos que esses alunos fazem dos conceitos/conteúdos matemáticos na vida pessoal e profissional. - Identificar e analisar as dificuldades e facilidades que os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) têm com relação à aprendizagem de matemática. - Conhecer e analisar a influência da facilidade/dificuldade no aprendizado de matemática na vida pessoal e profissional dos alunos. Começamos nossa caracterização quanto à variação das idades, que mostrou a existência de um largo espectro de idade entre os alunos investigados, o que pode vir a dificultar a prática dos professores se o ensino for frontal por que provavelmente os interesses e conhecimentos prévios desses estudantes são diversos. Aqui vemos claramente a primeira dificuldade do professor possibilitar o ensino-aprendizagem aos alunos da EJA, onde o resgate dos conhecimentos prévios dos alunos pode ser dificultado devido a essa variação de idade, que 25
  • 26. representa uma diversidade enorme de conhecimentos prévios deles. Por outro lado, o fato de grande parte dos alunos trabalharem em casas de família pode facilitar o levantamento desses conhecimentos prévios, para a elaboração de atividades didáticas, e em geral voltados para o cotidiano deles, conforme nos diz BARRETO (2006). Ainda sobre o ensino voltado para o cotidiano do aluno da EJA, é importante ressaltar que 35% dos alunos usam-na no trabalho, sendo que a maioria destes usam as quatro operações básicas, mas aqui o resultado preocupante é que 45% dos alunos afirmam que não usam a matemática no trabalho. Daqui podemos tirar uma conclusão, que a desmotivação do aluno na sala de aula, deve-se muitas vezes a não enxergar o uso da matemática no seu cotidiano, em especial no trabalho, que acaba sendo mais um reforço para a pratica do professor, onde este estar atento a estas dificuldades, e saber que pode explorar, por exemplo, o uso das operações básicas, voltadas para o uso no cotidiano do aluno, fazendo que ele enxergue esta utilidade, aqui no caso nas atividades domésticas, podendo contribuir muito para o ensino- aprendizagem mais significativo. Outro grupo de questões veio trazer a caracterização dos alunos em relação ao gostar de matemática ou não, o que revelou que a maioria dos alunos, 60 %, gostam de matemática, apesar de poucos souberem responder o motivo de tal afirmação. Outro fator trazido aqui foi que a metade dos alunos afirmaram ter dificuldade em matemática, sendo que desse universo, a maioria não soube explicar o motivo da dificuldade no aprendizado desta disciplina. Isso pode implicar que estes alunos não refletem sobre suas dificuldades em matemática, provavelmente por falta de estímulo da professora, alem do que o ensino da EJA em particular não está formando um aluno critico e consciente do seu papel na sociedade, o que acaba repercutindo nele próprio, quando deixa de pensar porque tem tais dificuldades de aprender matemática. Podemos aqui trazer ORTIZ (2002), onde ele nos diz que na EJA o ensino não atende às necessidades psicossociais dos alunos e consiste, sobretudo, em passar- lhes mecanismos de memorização que são utilizados para aprender o que a escola determina. Sendo assim, as estruturas da inteligência constroem-se, dependendo das necessidades e das situações encontradas no meio. Aqui também é importante destacar que todos os alunos consideram importante aprender matemática. Desses alunos, 35% consideram a importância de se aprender esta disciplina, devido a sua importância no seu cotidiano. No entanto, a pesar dos alunos acharem 26
  • 27. importantes aprenderem matemática, a maioria não sabe dizer claramente o motivo dessa importância, mas um fato importante é que eles notam esta importância ligada ao cotidiano de cada um, o que vem confirmar MIGLIORANÇA (2004). Finalmente um ultimo grupo de questões veio tentar saber sobre que futuro estes alunos da EJA almejam, e notamos que em curto prazo esses anos de estudos seriam importantes para melhorar de emprego e de salário, o que confirma BARRETO (2006). A questão desses alunos em seguir os estudos é defasagem do conhecimento em relação aos outros alunos que estão no ensino regular, o que de certa forma irá dificultar o ingresso em alguma universidade, principalmente em cursos mais exigentes. Assim, para que se possam garantir condições desses alunos em seguir os estudos, é preciso desde já investimento na qualidade do ensino na EJA, o que pode fazer com que estes alunos que já se sentiam excluídos, novamente poderão ter esse sentimento ao tentarem buscar um emprego que exija maior qualificação ou quando buscarem estudos num patamar superior. Antes de se chegar a uma conclusão da pesquisa, precisamos antes tentar entender um pouco das práticas de ensino dessa professora. Assim, vemos que ela concebe os alunos da EJA como prioritariamente com dificuldades de aprendizado, em relação ao ensino regular. Também observamos que pelo fato desta turma ser heterogenia, trazemos CARVALHO (2006), que nos diz que a maioria dos professores demonstra dificuldades ao vivenciar tais questões relacionadas com a diversidade dos alunos, porém eles tentam trabalhar e se colocar de forma solidária na superação dos preconceitos, o que faz concordar com fala da professora Ana, o que de forma geral pode atrapalhar o ensino-aprendizado dos alunos. Outro problema que pode atrapalhar o desempenho dos alunos, ainda dentro dessa heterogeneidade, é a concepção da professora Ana em relação à inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, no caso especifico de aluno com deficiência mental, onde a professora afirma não ter tido formação específica para lidar com este tipo de aluno, e nem feito cursos complementares ou formação continuada, o que confirmar MARQUES (2000), onde afirma que a formação dos professores de alunos com deficiência é de má qualidade e recalcada na reprodução de conhecimento. VIII. CONCLUSÃO 27
  • 28. Podemos concluir que, revendo o objetivo geral, que era conhecer e analisar as dificuldades e as facilidades de aprendizado dos alunos da Educação de Jovens e Adultos – ensino fundamental – no componente curricular da Matemática e da influência dessa situação na vida deles, não foi atingido totalmente, devido ao fato que os alunos não souberam responder às questões relativas ao ensino-aprendizagem de matemática, devido principalmente ao fato de que os alunos não fazem reflexões sobre o ensino, o que pode ser um produto da má qualidade da EJA. Assim, o aluno não é formado para ser um cidadão critico e consciente dos seus direitos, devido a má qualidade do ensino oferecido. Também é conseqüência dessa má qualidade de ensino, que muitos dos alunos têm enorme dificuldades de ler e escrever, e fazer interpretação de textos, mesmo curtos e simples. Esses fatores juntos contribuíram para que os alunos não respondesse às questões especificas sobre ensino-aprendizagem, e não permitiu obter esses resultados. Entretanto, a pesquisa tem um resultado satisfatório ao levantar algumas hipóteses da dificuldade de aprendizado me matemática por parte desses alunos, ao caracterizá-los pelo espectro amplo de idades, e pela opinião em relação à facilidade/ dificuldade em matemática, principalmente. Fica como sugestão para estudos posteriores a elaboração de formulários específicos de forma semi-estruturada para levantamento detalhado das questões relativas ao ensino- aprendizagem desses alunos. 28
  • 29. IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. 2. BARRETO, Vera; COSTA, Elizabete; ÁLVARES, Sonia C. Trabalhando com a educação de jovens e adultos: Alunos e Alunas da EJA. Brasília: MEC, 2006 3. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de educação fundamental. Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos. Segundo segmento do ensino fundamental (5ª a 8a série, vol. 1) .Brasília, 2002. 4. BRASIL. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades/ superdotação. 2ª edição/ coordenação geral SEESP/MEC. - Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 5. CAMARGO, Poliana da Silva Almeida Santos y MARTINELLI, Selma de Cássia. Educación de adultos: percepciones sobre el proceso enseñanza- aprendizaje. Psicol. esc. educ., dic. 2006, vol.10, no.2, p.197-210. 6. CARVALHO, Janete Magalhães. A epistemologia da prática docente no cotidiano escolar do ensino fundamental. UNIrevista - Vol. 1, n°2: abril, 2006. 29
  • 30. 7. FERRARI, Shirley Costa; AMARAL, Suely. O aluno de EJA: jovem ou adolescente? Revista de Alfabetização Solidária, vol. 5, n° 5, p. 7-14, São Paulo, 2005. 8. FONSECA, Maria da Conceição F. R. Lembranças da matemática escolar: A constituição dos alunos da EJA como sujeitos da aprendizagem. Educ. Pesqui., July/Dec. 2001, vol.27, no.2, p.339-354. 9. FONSECA, Maria da Conceição F. R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Autêntica, Belo Horizonte, 2002. 10. GARCIA, Jesus Nicasio. Manual de Dificuldades de Aprendizagem: Linguagem, Leitura, Escrita e Matemática. Porto Alegre, Armed Editora, 1998. 11. MANTOAN, Maria Tereza Egler. Caminhos pedagógicos da inclusão: a formação do professor tal como concebemos e realizamos. UNICAMP: Campinas, 1997. 12. MARQUES, Luciana Pacheco. O professor de aluno com deficiência mental: concepções e práticas pedagógicas. UNICAMP: Campinas, 2000. Tese de Doutorado. 13. MELO, Maria José Medeiros Dantas de. Educação de Jovens e Adultos - EJA: refletindo sobre o ensino e aprendizagem da Matemática. 14. MELO, Maria José Dantas de; PASSEGGI, Maria da Conceição. A matemática na educação de jovens e adultos: algumas reflexões. Horizontes, v. 24, n° 1, p. 23-32, jan./jun. 2006. 30
  • 31. 15. MIGLIORANÇA, Fernanda. A Atuação do Professor de Matemática na Educação de Jovens e Adultos: Conhecendo a Problemática. UFSCar: São Carlos, 2004. Dissertação de Mestrado. 16. ORTIZ, Maria Fernanda Alves. Educação de Jovens e Adultos: Um estudo de nível operatório dos alunos. UNICAMP: Campinas, 2002. Dissertação de Mestrado. 17. ROMBERG, Thomas A. Perspectivas sobre o conhecimento e métodos de pesquisa. Bolema, Rio Claro, n° 27, 2007. p. 99 – 139. 18. SILVA JUNIOR, Gerson Alves da. Educação inclusiva e diferenciada indígena. Psicol. cienc. prof., mar. 2000, vol.20, no.1, p.40-49. 31
  • 32. X. ANEXOS (i) Anexo 1: Questionário de Alunos Segue abaixo o modelo de formulário semi-estruturado aplicado na pesquisa. 1. IDADE: 2. HÁ QUANTO TEMPO VOLTOU A ESTUDAR? EM QUE SÉRIE? PORQUE PAROU? PORQUE VOLTOU A ESTUDAR? 3. VOCÊ TRABALHA? ONDE? QUE HORÁRIO? HÁ QUANTO TEMPO? O QUE FAZ? 4. USA NO TRABALHO OS CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA QUE PARENDE NA ESCOLA? SE SIM, O QUE USA E COMO? 5. VOCE GOSTA DE MATEMÁTICA? O QUE ACONTECEU PARA GOSTAR OU NÃO GOSTAR DE MATEMÁTICA? DESDE QUANDO PENSA ASSIM? 6. TEM FACILIDADE OU DIFICULDADE PARA APRENDER MATEMÁTICA? POR QUÊ? DESDE QUANDO? 7. VOCE ACHA IMPORTANTE ESTUDAR MATEMÁTICA? POR QUÊ? 8. PRETENDE ESTUDAR ATÉ QUE SÉRIE? POR QUÊ? 32
  • 33. 9. O QUE PRETENDE FAZER, EM TERMOS DE ESTUDO, QUANDO TERMINAR ESSA FASE DA EJA? (ii) ANEXO 2: Transcrição da entrevista com a Professora Fátima - 1° SEMESTRE - 2007 Entrevistadores: Rafael e Ailton (Ailton) Onde a Senhora estudou? Na Ufscar (Ailton) Você se formou em que ano? 1982, metade do meio de 82. (Ailton) Na época então, entrava no meio do ano também? Tinha vestibular no meio do ano. (Ailton) A senhora dá aula só aqui no Militão ou em outras escolas também? Só aqui, minha casa é aqui. 40 horas semanais. (Ailton) Mais é no fundamental? Mais é no fundamental. (Ailton) Você vê diferença entra EJA e ensino regular? Qual a diferença principal? O que te representa? É que o EJA eles tem muita dificuldade. Alguns alunos já estudaram há... Pararam de estudar há muito tempo e estão voltando agora. Então ele tem muita dificuldade. 33
  • 34. (Ailton) É mais fácil do que o ensino regular? É. Eles são bons alunos, assim, interessados, mas com muita dificuldade. E o regular, já as crianças né, têm muita facilidade, mas tem pouco interesse. Mas agora agente tem que pegar firme com as crianças durante o dia no ensino fundamental. Nós temos aqui, durante o dia só fundamental e a noite EJA fundamental e EJA no ensino médio. (Ailton) Porque escolheu essa profissão? (risos) Porque você tem um professor que você gosta num é? E você tem, sei lá, gosta da matéria por causa do seu professor e tal. E eu tinha uma professora que era muito boa no ensino médio, e eu gostava de matemática. (Ailton) Na 5º série agente vê claramente um aluno especial. Qual a diferença de lidar com ele? Você tem preparo na faculdade de lidar com ele? Fez cursos? Como que é? Em relação aos alunos especiais não. Não temos preparo. Você tem que... Eu já tive aluno que era cego então tem que dar uma atenção especial, sentar do lado. Então é complicado. Só que era do EJA à noite, mas assim, quase não têm aqui no Militão alunos assim. São poucos. (Ailton) E a faculdade não deu preparo né? Não. Na universidade nós não tivemos. Eu já fiz cursos, assim, cursos pra ver como lidar com esses alunos né, especiais, mas eu tenho, assim, me envolvido em grupos. (Ailton) Lá na UFSCar? Participo da Rede do Saber. (Ailton) Rede do Saber? Todo ano eu faço rede do saber. (Ailton) E lá também parece ter um aluno indígena, tem né? Tem. Na 5º série do EJA. 34
  • 35. (Ailton) Primeira vez que tem um aluno indígena? É a primeira vez. E ela não entende nada que nós falamos. (Ailton) Ela não entende a língua? Não. Ela fez de 1º a 4º, ela fez, essas escolas que também supletivo. Eu não sei como chama, não sei explicar, que faz alfabetização de 1º a 4º. E já veio pra 5º assim, então ela é uma copista, vamos dizer, pode notar. Ela tem uma dificuldade muito grande de compreender, porem ela é esforçada né. (Ailton) E no caso de alunos superdotados, acima da média, já teve alunos que se destacam muito? Inteligentes. Tem, tem. (Ailton) E como lidar com eles? Normal? É difícil. (Ailton) É difícil? É difícil porque você trabalha com salas heterogêneas né. Então tem os alunos bons e os alunos que tem muita dificuldade. Então os alunos que tem muita dificuldade qual a tendência? Brincar, ficar disperso. E os muito inteligentes, se você não dá atenção também pra eles, eles também acabam fazendo isso, ficando dispersos e brincando. Então você tem que saber controlar, e isso é a parte mais difícil da sala de aula. É você trabalhar com alunos heterogêneos. Então você tem que passar, ao mesmo tempo, um desafio, um exercício pra ele, já trazer preparado entendeu? Que ele possa ficar atento ali enquanto os outros vão chegando devagar. E a maioria tem dificuldade né, e nós temos alunos aqui do Militão que já ganhou bolsa da OBMEP, da Olimpíada Brasileira de Matemática, bolsa de estudos, ele faz na USP matemática, e da 8º série, era um aluno. Muito bom, desde a quinta de destacou e agora ele já passou novamente, ganhou outra bolsa de novo, em 2006 e 2005 ele ganhou bolsa, é... Luiz Fernando. Agora ele estuda na escola industrial, chama Paulino Botelho, mas ele é muito bom, ele é esforçado, inteligente e se destaca, realmente. E a olimpíada 35
  • 36. brasileira de matemática nós temos... Assim os alunos da quinta bastante. O ano passado nós tivemos... Acho que 13 que foram classificados e ganharam menção honrosa (Ailton) E qual o papel do professor nessa... Incentivo que eles estão tendo? Ah eu incentivo muito! Eu converso com eles, eu falo, eu passo o site da OBMEP, eles entram e estudam pelo né... Pelo site. O ano passado eu fiz um trabalho diferenciado, eu vinha no período da tarde, combinava com os alunos de 5º, que era a minha sala e trabalhava com eles os exercícios da OBMEP. Nós tivemos assim... Destaque da maioria de º que passou, são muito bons. (Ailton) Agente vê no ensino médio a indisciplina até no regular. Como lidar no dia-a-dia com a indisciplina? A indisciplina é assim... Esses alunos que estão assim... O EJA está mudando a cara do EJA. Antes vinham mais pessoas com dificuldade, que tinham parado há muito tempo. Agora tem também esses daí, mas tem alguns alunos que não conseguem se destacar, não passam, não são aprovados no ensino regular do ensino médio, então eles vem para o EJA para conseguir o diploma e mais nada né, não querem aprende. Eu acho que eles não tem a vontade de estudar, a vontade de continuar. (Rafael) Não querem ir para a faculdade. Isso. Eu acho que eles não têm o objetivo deles, não... Nesse momento não é faculdade, mas eu tenho certeza que eles vão querer depois fazer uma faculdade, mesmo que seja faculdade particular, eles vão trabalhar e querem estudar, então é difícil você lidar com eles, eles não são interessados em aprender. (Ailton) E para quem está começando essa profissão, os estagiários, que conselho você daria? (risos) Ah! Igual eu respondi hoje no meu... Hoje eu já respondi. Eu acho assim, que tem que ter muita boa vontade, dedicação né. Vamos dizer que fé mesmo, entrar com fé no magistério. 36
  • 37. (Ailton) E o salário realmente compensa? O salário não é compensador né. As dificuldades são grandes, vocês ouviram pela entrevista, é muita dificuldades alem do salário, mas você não pode pensar nisso. Se você pretende ser professor você tem que se dedicar porque é uma carreira né, de bastante dificuldades, tem bastante dificuldade. (Rafael) Se você pensar em tudo que você falou e até do que agente ouviu dentro da sala dos professores é praticamente... A pessoa desiste né? Não! Não é desistir. Mas você observa uma tendência das pessoas não quererem mais, porque eu acho assim, não é nem pelo salário, é mesmo pela desvalorização do professor, porque eu to sentindo desrespeito no seu trabalho, é por parte dos alunos, os pais até que na minha escola agente não, nós aqui não temos tanta dificuldades com os pais, graças à Deus eles são participativos, nas reuniões eles vem né, os pais participam. Mas nos temos dificuldade assim, eu não vou falar pra você: ”não seja professor!” Não, você gosta você tem que gostar como toda profissão, médico, dentista, professor. Tem que fazer por amor, se você for pensar no salário, nas dificuldades, você não vai ser claro! Mas tem que gostar mesmo, bastante e se dedicar com amor que você vai conseguir viu! (Ailton) Obrigado! 37