GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SUBSECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DIRETORIA GERAL DE SAÚDE
3ª POLICLÍNICA - NITERÓI
LESÕES TRAUMÁTICAS NO SPA
Maj BM José
EXAME PRIMÁRIO
A – Abertura de vias aéreas e imobilização da coluna cervical
B – Boa ventilação e oxigenação (prevenir hipóxia)
C – Circulação (controle de hemorragias e reposição volêmica)
D – Déficit neurológico
E – Exposição e exame de extremidades
Avaliação do nível de consciência
A - Alerta
V - Resposta a estímulo verbal
D - Resposta a dor
I - Inconsciente
EXAME PRIMÁRIO
A- Vias Aéreas
Objetivos:
1. Verificar a existência de obstrução das vias
aéreas
Queda de língua
Corpo estranho
Secreções
Fratura de ossos da face
2. Prevenção da queda de língua
com proteção da coluna cervical e
elevação da mandíbula modificada
EXAME PRIMÁRIO
B- Respiração
Ver
Ouvir
Sentir
C- Circulação
1. Presença de pulso
Pulso radial presente = PA > 80
Pulso Radial ausente = PA < 80
2. Perfusão tecidual
3. Hemorragia externa arterial
Compressão extrínseca feita
pelo auxiliar
EXAME SECUNDÁRIO
Exame da cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve,
extremidades e dorso, nesta seqüência.
1. Exame sumário da cabeça
Sangramento nasal e auditivo pupilas
2. Exame do pescoço
Inspeção
Palpação
Lesões de traquéia, jugulares,
enfisema SC, dor, deformidade
EXAME SECUNDÁRIO
3. Exame do tórax
Inspeção
Palpação
Ausculta
Percussão
4. Exame do abdome
Inspeção
Palpação
5. Exame da pelve
EXAME SECUNDÁRIO
Inspeção
Palpação: Crista ilíaca e púbis
6. Exame dos membros
Inspeção
- deformidade
- contusões
- escoriações
- perfurações
- queimaduras
- lacerações
- inchaço
Palpação
- dor
- crepitação
- PMS
EXAME PRIMÁRIO
Ao final do exame rápido
Situações críticas
TCE com nível de consciência diminuído;
Alteração respiratória
- Saturação < 92%
- Fr > 30 ipm ou < 10 ipm
-Ferimento torácico aberto
-Tórax instável
-Pneumotórax hipertensivo
PCR
Sinais de choque
Perfuração de cabeça, pescoço, tórax, abdome (distensão e dor),
Instabilidade de pelve
Fratura bilateral de fêmur
Exame detalhado
Vítima grave – à caminho do hospital
Vítima não grave – na cena
Procedimentos durante o exame detalhado
Sinais vitais
Acesso venoso
Monitorização
História – AMPLAS
A- Alergia
M- Medicação
P- Patologia prévia/prenhez
L- Líquidos e Alimentos
A- Ambiente e eventos relacionados
S- Sintomas
TCE
Hematoma Epidural: cefaléia intensa, inicialmente evolui com
diminuição do nível de consciência após período de lucidez,
hemiparesia no lado oposto ao da lesão e midríase paralítica do
lado da lesão
Hematomas subdurais; sangramento está entre a dura-máter e a
aracnóide
- Agudo: apresentam-se nas primeiras 24 horas após a lesão;
- Subagudos: aparecem 48 horas a uma semana após o trauma
- Crônicos: ocorrem de uma a seis semana.
Sinais e sintomas que sugerem hipertensão craniana
- Cefaléia, diminuição do nível de consciência, vômitos, hipertensão
arterial, bradicardia, diâmetro pupilar e fotorreação
TCE
Normoventile: Fr de 10 -12 IR
Normoventile: PaCO2: 35 – 38 mmHg
Vent Mecânica: modos controlados, Pressões de pico < 35 cmH20,
Peep. Fisiológico:8 cmH20, bem adaptado
Mantenha a PaO2 > 60 mmHg e Sp02 > 92%
Oxigenoterapia suplementar: 15 l/min
Intube em caso de coma
Manejo Farmacológico
Fluidos intravenosos: cristalóides ou colóides.
Não utilizar soluções hipotônicas e glicose
Manitol: 0,25 a 1,0 g/Kg EV
Furosemida: 0,5 mg/Kg EV
Anticonvulsivantes
sedativos
Trauma de tórax
Identificar e iniciar tratamento imediato:
Obstrução de vias aérea
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax aberto
Hemotórax maciço
Tórax instável
Tamponamento cardíaco
Contusão miocárdica
Rotura traqueo-brônquica
Contusão pulmonar
Rotura traumática de aorta
Rotura diafragmática
Lesões transfixantes do mediastino
Pneumotórax aberto Trauma de tórax
Ferida torácica comunicando
cavidade pleural ao meio
externo, dor e dispnéia
Manejo do Pneumotórax
aberto:
- Assegurar via aérea
adequada
- Oxigênio a 100%
- Selar feridas abertas
- Drenar o tórax
- Operação definitiva
Pneumotórax hipertensivo Trauma de tórax
Ansiedade
Cianose
Taquipnéia
Hipertimpanismo
Turgência jugular
Hipotensão arterial
Desvio de traquéia para o lado oposto
Manejo de Pneumotórax Hipertensivo
Assegurar via aérea adequada
Oxigênio a 100%
Descompressão por agulha, se indicado
Diagnóstico clínico, não radiológico
Trauma de tórax
Tórax instável
Manejo do Tórax Instável:
Assegurar via aérea adequada – IOT, se indicado
Sempre há contusão pulmonar associada
Oxigênio a 100%
Estabilizar o segmento instável
Cuidado com hiperhidratação
Analgesia
Monitorizar o ECG
Hemotórax maciço
Trauma de tórax
Perda > 1500 ml de sangue para o espaço pleural
Principalmente por lesão penetrante que rompe vaso sistêmico
ou pulmonar
Jugulares podem estar túrgidas ou colabadas
Choque com MV diminuído e macicez à percussão
Manejo do hemotórax maciço
Assegurar via aérea adequada
Oxigênio a 100%
Reposição volêmica
Trauma de tórax
Tamponamento cardíaco
Hipotensão arterial
Turgência jugular
Abafamento de bulhas cardíacas
Atividade elétrica sem pulso
Manejo do Tamponamento cardíaco:
Assegurar via aérea adequada
Oxigênio a 100%
Reposição volêmica
Pericardiocentese
Monitorizar o ECG
Trauma abdominal
Trauma fechado ou contuso
(mecanismo da lesão é indireto)
-Ac automobilístico
-Agressão
-Quedas
-Soterramento
Trauma aberto ou penetrante
(mecanismo da lesão é direto)
-PAF
-Arma branca
-Objetos vulnerantes: vidro,
vergallhão, etc
TIPOS DE LESÕES MÚSCULO-
ESQUELÉTICAS
Fraturas – perda da solução de continuidade óssea;
Luxação – perda permanente da congruência
articular entre as superfícies ósseas de uma
articulação;
Entorse – perda temporária da congruência articular
entre superfícies ósseas de uma articulação;
Lesões musculares – estiramentos, contraturas.
Esmagamentos -
Amputações – perda definitiva da extremidade.
TIPOS DE LESÕES MÚSCULO-
ESQUELÉTICAS
Lesões com risco de vida imediato:
Hemorragia externa grave
Hemorragia interna
1. Fratura de pelve;
2. Fraturas de fêmur bilateral;
3. Fraturas fechadas múltiplas
Lesões com risco de vida tardio:
Esmagamento
Fratura exposta contaminada
Lesões com risco de perda de membro:
Lesão vascular com isquemia
Fraturas expostas
Esmagamentos
Luxações de grandes articulações.
PROPÓSITO DA IMOBILIZAÇÃO
TEMPORÁRIA
Prevenir movimentação do sítio da fratura;
Diminuir a dor;
Evitar dano posterior a músculos, vasos e nervos;
Reduzir a hemorragia
Cobrir lesões abertas
Acolchoar o splint
Imobilizar articulações acima e abaixo da fratura
Verificar PMS antes e depois do procedimento
Lesões músculo-esqueléticas
Complicações precoces das lesões de extremidades
Lesões vasculares
Podem resultar em sangramento ou isquemia
Em pacientes estável
Discrepância de pulso
Palidez
Anormalidade de movimentação
Parestesias
Diagnóstico de lesões vasculares
Sangramento externo abundante
Hematoma em expansão
Pulsos anormais que persistem após alinhamento
Amputação traumática
Representa risco de vida por
hemorragia;
Perda definitiva do membro
A hemostasia é uma das
prioridades;
Avaliar a possibilidade de
reimplante do membro;
Colocar em saco plástico
Colocar o saco em container
com gelo
Não deixe o segmento em
contato com o gelo
FRATURAS EXPOSTAS
Fratura exposta:
Presença de lesão cutânea sobre a fratura ou
exposição óssea. Neste tipo de fratura ocorre
simultaneamente um quadro de hemorragia
externa, existindo ainda o risco iminente de
infecção.
Conduta na fratura exposta:
Remover a contaminação grosseira
Curativo
Imobilização
Classificação das fraturas quanto a
exposição de acordo com GUSTILO-
Tipo I: ANDERSON
Fratura:
Exposta;
Limpa;
Exposição < 1 cm.
Tipo II:
Fratura:
Exposta > 1 cm de extensão;
Sem dano excessivo de partes moles;
Sem retalhos ou avulsões.
Tipo III:
Fratura segmentar:
Com dano excessivo de partes moles;
Com amputação traumática.
– Tipo III-A Dano extenso das partes moles, lacerações, fraturas segmentares,
ferimentos por armas de fogo, com boa cobertura óssea de partes moles
– Tipo III-B Cobertura inadequada de partes moles ao osso.
– Tipo III-C Lesão arterial importante, requerendo reparo.
LUXAÇÕES
Luxação de cotovelo
Luxação interfalângiana proximal do dedo
ENTORSE DO TORNOZELO
As entorses podem ser classificados: graus I, II ou III,
dependendo de sua gravidade:
Entorse grau I: Dor, com dano mínimo ao ligamento.
Entorse grau II: Porção maior do ligamento é
danificada, que gera uma leve frouxidão da
articulação.
Entorse grau III: Ruptura completa do ligamento e a
articulação fica bastante instável.
LESÕES MUSCULARES
Dia a dia do profissional médico;
Alta incidência e prevalência;
Lesão mais comum em atletas;
90% em membros inferiores;
Junção miotendinosa;
Tratamento visa diminuir o tempo de retorno
ao esporte
ESTIRAMENTO MUSCULAR
As lesões incompletas são muito mais freqüentes;
Lesão indireta;
Junção miotendínea;
Os músculos mais acometidos são os biarticulares
(isquiotibiais e reto da coxa );
Apresentam maior porcentagem de fibra muscular tipo
II (contração rápida, com maior força)
ESTIRAMENTO MUSCULAR
Grau I (Leve)
Lesão ≤ 5% da musculatura;
Dor localizada;
Força, contração e mobilidade do músculo
envolvido são normais;
Não há hematoma;
Bom prognóstico
ESTIRAMENTO MUSCULAR
Grau II – Moderado
Ruptura Parcial da unidade músculo-tendínea
Lesão ≤ 50 % da musculatura;
Maior intensidade da dor;
↓ Capacidade funcional;
Prognóstico bom (médio prazo);
Formação de hematoma.
ESTIRAMENTO MUSCULAR
Grau III– Grave
Lesão ≥ 50%;
A contração muscular é extremamente fraca ou
inexistente;
Pode-se palpar facilmente o defeito muscular no
local da lesão;
Incapacidade funcional;
Retração muscular;
Prognóstico indeterminado;
Recuperação lenta
CONTUSÃO MUSCULAR
Trauma direto;
Local mais comum: quadriceps e gastrocnêmio
Ocorre dor, edema, hematoma e limitação
funcional
Classificação:
Leve: diminuição < 1/3 mobilidade articular;
Grave: diminuição > 1/3 mobilidade articular.
LACERAÇÃO MUSCULAR
Traumas graves;
Maioria trauma penetrantes;
Formação de cicatriz fibrosa
Segmento distal sofre degeneração (perda da
função contrátil)
LESÕES ATRAUMÁTICAS
CÃIMBRAS
Contração muscular intensa;
Distúrbio eletrolítico;
Fadiga muscular;
Desidratação
DOLORIMENTO MUSCULAR TARDIO
Não praticante de atividade física;
Dor após a prática de esportes;
Aumento de intensidade em 24-48 horas;
Microlesões devido a degradação do colágeno
TRATAMENTO DE LESÕES
MUSCULARES
Fase I ( 1º semana)
P – Proteção
R – Repouso
I - ¨Ice¨ (gelo)
C – Compressão
E – Exercício isométricos
A imobilização deve ser evitada
Fase II (2ª-3ª semana)
Restaurar a flexibilidade;
Ganhar força muscular.
Fase III ( 4º semana)
Evolução do alongamento
Evolução da força muscular;
Início do treino da prática esportiva
Fase IV (5º semana)
Retorno ao esporte
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3ª POLICLÍNICA - NITERÓI
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